Importante é o Saca Rolha

Pelo menos essa foi a dica de Alexis Lichine ao dizer que; “No que se refere a vinho, sempre recomendo que se joguem fora tabelas de safras e manuais investindo num saca-rolha. Vinho se conhece mesmo é bebendo! “ rs É vero!!! Aí, existem diversas formas, comprando vinhos ou, o que mais gosto, participando de degustações quando por um preço ínfimo podemos provar diversos vinhos e estilos. O Desafio de Syrah que promovo semana que vem já está lotado, mas há outras oportunidades para você desenvolver seu potencial e saciar sua curiosidade enófila, participando de eventos como este que celebrará o dia Mundial do Malbec!

A WofA (Wines of Argentina) estabeleceu o dia 17 de Abril como o Malbec World Day em 2011 sendo a data escolhida em função da fundação Escola de Agricultura de Mendoza em 17 de abril de 1853. o inicio de “tudo” na vitivinicultura argentina. O Malbec Day em São Paulo será celebrado dia 19 de próximo. Durante o evento serão abordados obviamente vinhos da uva Malbec trazendo aos apreciadores e amantes dos vinhos, um evento descontraído, com música, food trucks, e com diferentes comidas para harmonizar com os diversos estilos de vinho que cada vinícola oferecerá para degustação. O evento será na Casa Traffo, www.traffo.com.br, que está localizado na Vila Olímpia, na Rua Gomes de Carvalho, 560. Os Ingressos serão vendidos via Foodpass www.foodpass.com.br a R$50 entre as 18:30h e 22h.

Malbec day Traffo

O que é legal nesse evento é a possibilidade de descobrir a enorme diversidade de vinhos produzidos com a mesma uva. Diferentes terroirs, diferentes filosofias enológicas, diferentes estilos descubra a diversidade!

Mas tem mais, não fica por aí não! Semana que vem falo do Encontro de Vinhos de meus amigos Beto Duarte e Daniel Perches que se realizará na Casa da Fazenda (Morumbi – São Paulo) no próximo dia 28, mas já deixe o dia reservado, vale muito a pena!!

Boa Sexta, bom fim de semana e na Vino & Sapore tem bom Malbec a partir de R$47,00 não deixe faltar, te aguardo por lá! rs Saúde, kanimambo pela visita, fui!

 

Harmonizando Vinho e Música

Já parou para pensar nisso? Como a música, o vinho gera emoções, sensações diversas e há MusicWine_Cover 2_ver5momento para tudo, do vinho mais leve e refrescante ao mais estruturado e denso, de um branco, rosé ou tinto assim como a música em que podemos estar num dia mais propenso a Bach, Strauss ou a Blues, Jazz, Beatles, MPB, Caipira (raiz) até heavy rock! Eu passei por essa experiência e volta e meia me vejo ainda fazendo minhas harmonizações pessoais mesmo que só na minha cabeça. E você, que música exala de sua taça?

Pode até parecer estranho, mas é bem menos do que você imagina e tem até um site especializado nisso nos Estados Unidos onde vinhos avaliados são também harmonizados com música, Wine And Music  que vale fuçar.  Como parte da retrospectiva de dez anos, trago dois links sobre as duas harmonizações com que participei do concurso promovido pela Wines of Argentina há pouco mais de três anos, quando fui instado a fazer essa viagem sensorial diferente fora de minha caixinha! Com uma delas, o Navarro Correa Brut Rosé, ganhei um dos prêmios que me permitiu uma viagem de quase 1700kms por bodegas e vinhedos argentinos da Patagônia a La Rioja junto com alguns colegas como o Didu. A outra foi com um muito bom rosé de malbec/pinot noir da Lagarde, o Blanc de Noir que de branco não tem é nada! rs Com um harmonizei com um som mais pesado de Left Lane Cruise e com outro uma salsa cubana, para quem estiver a fins, eis os links, clique nas imagens para acessar os posts e o som com que harmonizei, venha comigo nessa viagem sensorial descobrir novas emoções e despertar sua sensibilidade.

Navarro Correas Brut Rosé e Left Lane Cruise

Navarro Correa brut rosé

Lagarde Rosé de Malbec/Pinot & Salsa

 

Lagarde rosé de malbec

 

É isso, esse foi só o primeiro post da retrospectiva DEZ ANOS que ainda vai trazer coisas muito interessantes que vivi e talvez os amigos não tenham conhecimento ou não se lembrem. Fica aqui a mensagem, expanda seus horizontes, viaje, descubra novas sensações, viva novas emoções! A partir de agora, a cada vinho comentado e caso ele me desperte a inspiração, vou harmonizar com vinho. Saúde, kanimambo pela visita e um ótimo fim de semana.

Salvar

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Lagarde Primeras Vinas Malbec na ATE

Meus amigos, semana passada dei um toque para vocês sobre este incrível evento armado pela WofA (Wines of Argentina) no próximo dia 30 (Quarta), o Argentina Taste Experience onde afora alguns grandes vinhos em prova, os participantes poderão participar de diversas palestras de renomados enólogos entre eles o Alejandro Vigil que recentemente foi eleito epla revista Decanter como um dos 30 mais importantes enólogos do mês. Sei que alguns já garantiram suas entradas e estas não eram muitas, então se tiver a fins clique logo no link aqui do lado >>>>>.

Lagarde PV 2012Agora, provavelmente um dos vinhos que quem for terá a oportunidade de provar, será este, o Lagarde Primeras Vinas Malbec 2012 que mais uma vez veio dar uma passada por minha taça, gooosto quando ele me visita (rs) sempre um m prazer hedonístico! Um vinho complexo e sofisticado que também possui uma ótima versão em Cabernet Sauvignon, porém o Malbec ainda é o meu preferido entre os dois. Este ainda está bem jovem, porém desde cedo mostra todo o potencial advindo de uvas de vinhedos de 1906 e 1930, as primeiras vinhas do produtor. Um vinho que consegue unir com maestria a potência com complexidade e elegância num conjunto que literalmente empolga quem o toma e gosta de vinhos desta estirpe. Segue sendo um dos melhores Malbecs que tive o prazer de tomar, certamente entre meus top 10, e que sempre me deixa marcas de prazer bem profundas.

Escuro, violáceo lindo e brilhoso na taça, paleta olfativa intensa e sedutora (ameixa madura com nuances de chocolate ao final) que chama a taça à boca e é lá que ele dá olé! Me entusiasmei, sei, mas fazer o quê, não é esse o grande barato do vinho? Despertar emoções e nos trazer prazer? neste caso, missão cumprida com louvor pelos produtores e enólogos responsáveis! Voltemos ao vinho porque já me entusiasmei e comecei a devanear, porém quando me entusiasmo com algo os adjetivos rolam soltos e fáceis faltando objetividade, fazer o quê? Nessas horas a música é uma só; “deixa a vida me levar, vida leva eu, sou feliz e agradeço  por  tudo o que Deus me deu”! rs

Na boca o vinho é de uma riqueza e complexidade únicas, confirmando a fruta e um perfeito equilíbrio entre taninos, álcool e acidez mostrando que ainda há muita vida pela frente e guardar algumas garrafas deste vinho será certamente um investimento bem feito no prazer. Os taninos são muito finos, daqueles que se apresentam sedosos na ponta da boca, sem excessos, bom volume de boca, untuoso, para tomar só ou bem acompanhado, um vinho de primeiro nível na constelação de grandes vinhos da vinosfera mendocina.

Uma repassada neste belo vinho é certamente uma experiência muito agradável então conhecê-lo na ATE será certamente um bom investimento lembrando as sábias palavras do já falecido colunista, escritor e produtor Alexis Lichine; “No que se refere a vinho, sempre recomendo que se joguem fora tabelas de safras e manuais investindo num saca rolha. Vinho se conhece mesmo é bebendo!

Cheers, salud, kanimambo e uma ótima semana para todos.

ARGENTINA TASTING EXPERIENCE 2015, VEEEENHA!

Esta dica é imperdível e uma bela noticia para os amantes de bons vinhos como você e eu! Hora de descobrir alguns grandes vinhos que os hermanos vêm elaborando e escutar o que seus principais enólogos têm a dizer sobre o atual estágio da vitivinicultura argentina. Nos últimos três anos conheci a fundo o que vem sendo feito nas diversas regiões produtoras e me surpreendi revendo opiniões, enterrando de vez Logo WofAalguns preconceitos e descobrindo sabores e emoções diferenciadas. Agora convido você a passar por uma experiência única ao, numa dose concentrada, ver um pouco disso na ATE que se realizará neste próximo dia 30 de Setembro a partir das 16:30.
São Paulo sediará o lançamento mundial desta nova iniciativa da Wines of Argentina (WofA) para apresentar alguns dos melhores vinhos daquele país. O evento contará com uma Mega Degustação às cegas, degustações sensoriais sobre diferentes temas e um espaço central com um bar que terá os vinhos premiados com medalhas de Ouro e Prata no último Argentina Wine Awards.

O Argentina Tasting Experience (ATE) se realizará aqui, na cidade de São Paulo, no Hotel 115 – Vila Madalena. O evento contará com uma Mega Degustação às cegas, degustações sensoriais sobre diferentes temas e um espaço central com um bar que terá os vinhos premiados com medalhas de Ouro e Prata no último Argentina Wine Awards. Clique ali >>>>>>>>>

O ATE será um evento dinâmico e interativo em que os participantes poderão participar de várias palestras com gente do porte dos renomados enólogos; Alejandro Vigil (Catena Zapata e El Enemigo), Sebastián Zuccardi (Familia Zuccardi), Bernardo Bossi (Casarena), Hervé Birnie Scott (Diretor da Chandon) entre outros.

SOMENTE, cerca de 150 pessoas terão a oportunidade de provar às cegas os 18 vinhosATE la Barra AWA premiados com troféu e com medalha de ouro na última edição dos Argentina Wine Awards. Outra atividade durante o dia incluirão o “BAR AWA” com 22 vencedores de medalhas de ouro e prata na AWA 2015. O evento começa às 16:30 e vai até às 23:00. Esta será uma forma inovadora de apresentar vinhos de forma descontraída e instrutiva.

Haverá também um espaço central e social, mais “lifestyle, para que os convidados possam aproveitar um cocktail exclusivo, com música e um um DJ convidado, além de um espaço de fotos cabine de fotos para aqueles que desejam ser fotografado. As entradas para o evento serão vendidas através do site https://semhora.com.br/parceiro/evento/ate-argentina-tasting-experience
Os valores são:
– Palestras (16:30 às 19:00): R$ 80,00.
– Degustação Principal (20:00 às 22:30): R$ 100,00.
– Pacote Palestras + Degustação: R$ 150,00.

Eis a lista das vinícolas participantes com a minha sugestão das imperdíveis (caso tenha que escolher apenas algumas) entre as muito boas listadas:
ANDELUNA CELLARS
BODEGA ARGENTO
BODEGA ATAMISQUE
BODEGA DEL FIN DEL MUNDO – PATAGONIA ARGENTINA
BODEGA RIGLOS
BODEGA SEPTIMA
Bodegas Salentein
CASA BIANCHI
CASARENA
DOÑA PAULA
EL ESTECO
FAMILIA ZUCCARDI
FINCA SOPHENIA
KAIKEN
LAGARDE
MASCOTA VINEYARDS
NIETO SENETINER
NORTON
PASCUAL TOSO
PROEMIO WINES
RICCITELLI WINES
TERRAZAS DE LOS ANDES
TRAPICHE
VINORUM

Sobre a WofA
Wines of Argentina é a entidade responsável pela “marca” vinho argentino no mundo. Desde 1993, a organização promove a imagem de vinhos locais no exterior, bem como ajudando a orientar a estratégia de exportação da Argentina, estudando e analisando as mudanças que ocorrem nos mercados de consumo. O seu objetivo é contribuir para a consolidação da Argentina entre os principais exportadores de vinho do mundo e contribuir para o sucesso global da indústria do vinho, procurando levantar a percepção positiva no comércio, formadores de opinião e consumidores.

Para maiores informações clique no link aqui do lado. Kanimambo e uma ótima semana a todos.

Grandes Vinhos Argentinos no Premium Tasting

Pela primeira vez fora da Argentina e para um publico privilegiado, o Wines of Argentina Premium Tasting foi show! Belos vinhos e ótima organização em que provamos uma série de grandes vinhos e outros muito bons, por aqui não tinha vinho ruim não, nem mais ou menos! Uns me agradaram mais que outros e os vou comentar aqui.

Foram servidos em flights de 5, exceção do último, totalizando 29 vinhos de uma grande diversidade. Em cada um dos flights tomados às cegas, eu elegi um destaque, exceto num em que houve dois. Eis meus TOP 6 entre os muito bons vinhos apresentados e uma menção honrosa para o Colomé Torrontés que é um dos meus preferidos e foi uma abertura à altura dos vinhos que viriam em seguida. Melhor ainda, tem um preço muito bacana e acessível!

Parte 1 – 15 Vinhos

 

Argentina Premium Tasting 1
Lagarde Primeras Vinas Malbec 2011 – Este reconheci porque sou um fã deste vinho e o tinha tomado fazia pouco. Violáceo lindo e brilhoso na taça, paleta olfativa intensa, taninos aveludados, fruto fresco, untuoso, bom volume, especiarias, excelente vinho que ainda vai crescer muito nos próximos três a quatro anos, mas que já dá muito prazer tomar. Como já falei dele uma vez; “deixa a vida me levar, vida leva eu, sou feliz e agradeço  por  tudo o que Deus me deu”!

Gran Enemigo Single Vineyard Agrelo 2010 Cabernet Franc – um grande vinho que ainda não tinha tido a oportunidade de provar e que me seduziu por completo, tanto que acabei o elegendo para compor um dos tronos de meus Deuses do Olimpo. Nariz sedutor que pede para levar a taça à boca onde apresenta grande equilíbrio, taninos sedosos e finos, elegante, meio de boca muito rica, para vir à mesa de fraque e cartola. Leva uns 10% de Malbec.

Finca Decero Amano Remolinos Vineyard 2011 blend – uma das grandes surpresas do evento. Frutos negros, madeira bem integrada, complexo, meio de boca denso e gordo, prima pelo equilíbrio sem excessos ou arestas. Um vinho de muita classe com um corte inusitado e muito bem elaborado de Malbec, Cabernet Sauvignon, Tannat e Petit Verdot. Há tempos que falo dos ótimos blends argentinos e este só veio confirmar minha tese, gostei demais!

Parte 2 – 14 vinhos

Argentina Premium Tasting 2
Riccitelli Vineyard Selection Malbec 2012 – Um vinho mais franco e direto, taninos secantes mostrando-se ainda bem jovem, fruta abundante, ótima estrutura, boa dinâmica de boca com ótima persistência mostrando bom equilíbrio.

Passionate Wines Demente 2012 – Cabernet Franc com Malbec com uma paleta olfativa intensa, um verdadeiro bosque de frutos silvestres com nuances florais. Entrada de boca marcante, ótima textura, acidez gostosa se fazendo presente e pedindo um teco de bife de chorizo (rs), taninos finos, final longo algo mineral e muito apetitoso.

Dominio del Plata Nosotros Malbec 2010 – falar deste vinho começa a ser igual chover no molhado de tanto que já o comentei aqui no blog então não vou me alongar, só dizer que é um dos Malbecs mais marcantes e elegantes que tive o prazer de tomar nesta minha vida de comentarista das coisas de nossa vinosfera. Quer ler mais sobre ele, basta ir em pesquisa (canto direito superior ) e escrever Nosotros. Haverão diversos posts a ler e também tem lugar entre meus Deuses do Olimpo de 2014.

Catena Zapata Adrianna Malbec 2010 – Não conhecia e há muito andava curioso. Intrigante seria minha primeira impressão. Austero, toque mineral, algo salgado, firme, denso, incrivelmente rico e complexo meio de boca, cassis, especiarias, madeira muito bem aplicado ao conjunto, um tremendo de um Malbec que gostaria de provar daqui a uma meia dúzia de anos. Estilo diferente do Nosotros, mas igualmente cativante.

Certamente uns terão outras opiniões e escolheriam outros vinhos, mas dentro rótulos de tamanha qualidade isso seria de se esperar. O interessante é que eu nem sou tão chegado assim em Malbec, porém foram estes que mais me chamaram a atenção nesta seleção de belos vinhos! Por isso adoro viajar por esta vinosfera sem verdades absolutas onde não há espaço para preconceitos, bom demais.

É isso, um ótimo fim de semana e sugiro dar uma passada na Vino & Sapore no Sábado (das 10 ás 19h) para aproveitar a promoção e almoçar em algum dos bons restaurantes da região da Granja Viana e arredores. Cheers, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou por aí em algum lugar de nossa vinosfera!

Patagônia, Chegamos!

Entramos no terceiro dia de nosso “recorrido” pelos terroirs, vinhos e vinícolas argentinos e que grande dia foi! Voo para Neuquen que fica na Patagônia, mas longe dos glaciares! Estamos a mais de 2.000 kms da ponta sul da Argentina, que se diferencia das outras regiões produtoras pois aqui, pasmem, os rios têm água!! Os rios de degelo, Neuquen e Limay se juntam para formar o Rio Negro e através de um sistema de grandes diques a água é gerenciada tornando a região num polo frutífero onde a Pera e a Maçã possuem um destaque especial afora o petróleo e gás que são as principais atividades econômicas.

Uma outra característica que o difere de outras regiões é que por aqui não temos montanhas, é uma planície (entre 300 a 500metros de altitude) ou vales entre rios, então os vinhos de altitude não aparecem por aqui, no entanto o clima possui uma influência grande sobre o resultado dos vinhos, é uma região mais fria de fortes ventos e grande amplitude térmica o que gera vinhos de menor teor alcoólico e maior acidez, vinhos mais elegantes.

Uma outra diferença grande é o pequeno numero de produtores, não consegui obter o numero exato, porém a informação que recebi de uma delas é de quem devem ser umas 26 no total. Essa quantidade de vinícolas tem numa rua de Lujan de Cuyo/Mendoza! rs Bem, brincadeiras á parte, é uma região sem grandes atrativos paisagísticos porém há por aqui grandes vinhos e produtores. Os vinhos brancos mais a Pinot Noir e Merlot, que são mais chegadas num frio, adoram o pedaço e tenho que reconhecer que foram os vinhos que mais me entusiasmaram nesse trecho da viagem. Não que não haja outros belos vinhos e bons malbecs, num estilo diferenciado, mas o destaque para mim são essas uvas.

No avião viemos com o Guillermo Barzi , diretor da Humberto Canale, nossa primeira parada, e um cara muito gente fina a quem demos carona até á bodega pois estávamos indo direto para lá. Confesso, me apaixonei, pela bodega vamos deixar claro! Tudo a ver comigo; lugar histórico com sua cultura preservada, vinhos incríveis, simpatia, um almoço de fogo de chão de lamber os beiços, melhor chegada impossível, que forma de começar essa visita a Patagônia, inesquecível.

A Humberto Canale existe desde 1909 e é não só pioneira na região, já passou daquela fase mais difícil que são os primeiros 100 anos (rs), mas é também uma das mais antigas vinícolas argentinas preservando muito bem sua história, se modernizando porém sem perder o contato com suas raízes. Há tempos que tinha curiosidade de conhecer seus vinhos e me encantei com o que provei e olha que foram bastantes!

Sem querer vos chatear com muitos detalhes, vou destacar alguns desses vinhos, os que mais me marcaram, porém todos os provados mostraram um nível de qualidade muito alto e para nos acompanhar nessa empreitada de dez vinhos o enólogo da casa, Horacio Bibiloni.

Intimo Sauvignon Blanc/Semillon – da gama de entrada, fermenta em separado para posterior blend em que a Sauvignon Blanc é majoritária (cerca de 60%) e parte passa levemente (3 meses) por madeira. De boa estrutura, foi um vinho que me surpreendeu por seu frescor, equilíbrio e complexidade coisas não muito comuns em vinhos de entrada.

Riesling Old Vineyard – uma enorme surpresa esse vinho que é elaborado com uvas de vinhedos muito antigos (1937) . Macio, fresco (particularidade dos vinhos desta zona), uma leve agulha, longo e muito elegante com notas sutis minerais e algo de limonada e maçã verde. Pena que por estas bandas custa o mesmo, quando não mais alto, do que alguns vinhos da Alsácia e Alemanha porque senão certamente apareceria de forma amiúde em minha taça. Gostei muito e não só do vinho, vejam se descobrem porquê?

Canale Riesling Old Vineyard

Os dois Pinots provados foram bem interessantes. O Canale Estate Pinot Noir mostrou boa tipicidade com um leve toque de barrica de segundo uso, boa fruta e muito equilibrado com alguma especiaria de final de boca. Já o Canale Gran Reserva é um belo Pinot com muita expressividade e deixou marcas.

Seus Gran Reservas Cabernet Franc e o Merlot são grandes vinhos que precisam ser conhecidos. Os dois são muito bons, mas o Merlot ganha um destaque especial, pois é muito marcante e fino, o melhor que eu já provei na Argentina. Certamente o Miles, do filme Sideways, não conhecia este vinho quando detonou a Merlot!!

Para não dizer que não falei de malbecs, a minha surpresa ficou com o Canale Estate Malbec (linha intermediária), que possui aromas pouco comuns á cepa, muita fruta fresca e especiarias, elegante com uma passagem de somente 20% em barricas que lhe dá suporte sem marcar o vinho. Muito bom, fino e mais uma bela surpresa.

Bem terminada a prova dos vinhos, lunch time! Parte dos vinhos provados vieram para a mesa, o papo corria solto e a comida de-li-ci-o-sa! Saladas e legumes irretocáveis, morcilla (adoro) muito boa, mas o cordeiro patagônico, meus amigos!!!! Tudo ótimo, gooood wines, e aí o Guillermo nos presenteia com uma das últimas 100 garrafas magnum comemorativas aos 100 anos da bodega, o Centenium. Um tremendo privilégio, um grande vinho digno do momento e uma nova paixão na minha vida, a Humberto Canale. Que bom que sou um homem de coração grande onde cabem muitas paixões!!

Só isso já era um dia cheio, mas lá vamos nós na van de novo, uma soneca de meia hora e chegamos em mais uma grande surpresa da viagem e ainda estamos no terceiro dia!! Del Rio Elorza, guarde esse nome e em especial, busque os vinhos de depois de 2012, porque neles há a mão de um jovem enólogo chamado Agustín Lombroni que possui uma filosofia diferenciada baseado na menor interferência possível, deixando os vinhos contarem suas histórias tal qual são., nem parece que tem 29 aninhos!

Nascida há dez anos, a bodega é boutique com uma produção variando entre 65.000 a 90.000 garrafas ano. Gostei bastante do Cabernet Franc ainda em barrica, bons malbec e Sauvignon Blanc com sur lie de 8 meses, mas caí de quatro mesmo, como a maioria dos presentes, por seu Verum Pinot Noir! O 2013 está divino, complexo, num estilo puro mais puxado para borgonha com menos extração e fruta mais fresca, mas o 2014 que provamos de tanque com uma leve maceração carbônica, foi uma experiência única a conferir depois que engarrafar. Busque no mercado a marca Verum (de verdadeiro) estampada em seus rótulos, vale a pena conhecer.

Ok, back to the van, e lá vamos nós a caminho de Neuquen e do hotel. Acha que acabou, acabou não!! Ainda tinha jantar com a Fin del Mundo. Isso, no entanto eu falo no próximo post quando compartilharei minhas impressões sobre essa vinícola e a NQN. Por enquanto, cliquem na imagem abaixo (para ver o slide show) e viajem comigo, mesmo que virtualmente, por mais essa etapa concluída.

Salute, kanimambo e sigo vos encontrando por aqui.

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Hola Amigos, Retorné Pero Aun No A La Normalidad!

É amigos, depois de dez dias rodando pelas estradas (3.580kms) e vinícolas argentinas da Patagônia a La Rioja, faz alguns dias que retornei, porém está difícil voltar à normalidade. Tanta coisa a fazer e tão pouco tempo!! Sem contar o choque da volta!!!

Estas viagens de garimpo são sempre extremamente proveitosas e o ganho de conhecimento é enorme. Eu, que sempre fui avesso aos bombados e doces vinhos argentinos com super extração, fico imensamente feliz de acompanhar uma mudança, não só da boca para fora, nos conceitos e estratégias produtoras de boa parte dos vinhos dos Hermanos.

Quando levei um grupo lá em Agosto (veja mais em Wine & Food Travel Experience), focamos muito os vinhos de assemblage (blend/corte) e voltei extremamente feliz com o que provei. Não estão baratos e rivalizam em preço com bons rótulos europeus que pagam bem mais imposto, mas não posso negar que certamente dariam a estes últimos muito trabalho numa prova ás cegas. Fica aqui a idéia para a Wines of Argentina!

Desta feita, a viagem buscou trabalhar a diversidade em diversos aspectos; nas uvas, no tamanho dos produtores, nas regiões, nos estilos e nos conceitos. Provamos mais de 270 vinhos (eu um pouquinho menos) e vimos de tudo! Do pequeno produtor orgânico á grande cooperativa, do produtor com mais de 100 anos de história ao mais recente com pouco mais de 4 anos de vida, vinhos caros e vinhos baratos, tendo sido uma viagem de descobertas extremamente interessantes e um aprendizado incrível. Desconfie de quem acha que sabe tudo!!

A partir da semana que começarei a publicar um diário da viagem com slide shows, contando um pouco do que vimos e provamos, porém como não faço só isso e não posso só ficar falando de Argentina, vamos ter algumas semanas pela frente juntos. Afora uma série de gostosas surpresas, tanto na taça quanto de conceitos e destaques, talvez o que mais tenha me impressionado é esse enorme contraste de aridez com oásis ainda mais presente quando nos dirigimos ao norte do país. Nasci em África e lá me criei até os 18 anos, a natureza faz parte do meu ser e me encanta, chamando a minha atenção, mas não só. Hoje quero compartilhar com os amigos essa parte menos prática da viagem, um outro enfoque que acredito ser de igual valia já que nem só do vinho vive o homem! Salute, kanimambo por me seguir nesta viagem pelos mistérios de nossa vinosfera e continuamos nos encontrando por aqui esperando que curtam este primeiro slide show (clique na imagem abaixo) que montei. A partir da semana que vem os posts falando de vinhos retornarão, inté!

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Garimpando e Aprendendo num “Recorrido” Pela Argentina

Estou há quatro dias desbravando regiões produtoras argentinas que não conhecia fazendo jus ao prêmio que ganhei ao ser um dos três escolhidos pelo juri da WofA (Wines of Argentina) no concurso Harmonizando Vinho & Música. Alguns vinhos já tinham frequentado minha taça, outros não, e depois de alguns dias e mais de 70 vinhos adicionais ao currículo, tenho algumas descobertas que comentarei com os amigos no meu retorno. Aliás, aguardem para breve a data de mais uma degustação das pepitas que vou achando no caminho e que levarei para compartilhar com 12 amigos na volta.

Enquanto isso, podem me acompanhar no facebook (João Clemente) ou no Instagram joao.clemente.fv , porém como neste Domingo consegui um tempinho eis algo para vos manter entretidos.

10557272_932568523421519_1302182506060255175_nSão cerca de 26 produtores na região da Patagônia, Neuquen e Rio Negro, com seus vinhos apresentando um teor alcoólico algo mais baixo do que os de Mendoza e Salta e mostrando uma fruta mais fresca. As safras, como as do resto da Argentina não variam muito, o que lhes dá a condição de apresentar ano após ano vinhos de qualidade constante. Chove pouco, 120ml ano, porém os vales são férteis e formam verdadeiros oásis em função de da água abundante trazida pelos rios Neuquén, e Limay que se juntam para formar o Rio Negro. Alguns ótimos vinhos entre eles os de base Pinot Noir, Merlot, Cabernet Franc e até um surpreendente Riesling de vinhedos antigos (1937) eu provei.

A Patagônia ficou para trás e escolhi um produto diferenciado para a degustação da volta, um delicioso e muito bem elaborado Espumante Nature Rosé de Pinot Noir. Processo champenoise com 36 meses sur lie, algo único, não disponível no Brasil e que você que estiver nessa degustação vai ter o privilégio de o conhecer. Agora Mendoza (gosto muito), San Juan e La Rioja, vamo que vamo!

Em breve Falamos de Vinho e assim que der posto algo. Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui ou nas outras mídias sociais. Uma ótima semana para os amigos.

Harmonizando Vinho & Música

 

wine-and-music-pRecentemente a WofA (Wines of Argentina), promoveu um concurso lúdico bastante interessante que fez com que alguns bloguers, eu incluso, viajássemos  por águas pouco exploradas. Premiação, uma viagem á Argentina com roteiro de visitas a vinícolas.

Em 16 de Dezembro passado, alguns dos principais blogueiros de nossa vinosfera tupiniquim e também de outras atividades, receberam duas garrafas de vinho cada e uma lista com 150 músicas selecionadas. Objetivo > explorar sensações e tentar interpretá-las musicalmente. O comitê organizador teria a responsabilidade de apurar as três melhores harmonizações e os autores destas seriam premiados com uma viagem á Argentina com roteiro de visitas a vinícolas.

Afinal, vinho harmoniza com música? A resposta cabe a cada um, porém a meu ver; musica casa com momentos, humor e emoções tal qual vinho e quando este gera esses mesmos sentimentos dá-se essa harmonização; uma conjugação de estilos e uma interpretação particular de cada um!DSC03250

Eu recebi dois rosados, em 2013 fui perseguido por eles (!), um vinho tranquilo e um espumante. O tranquilo foi o Lagarde Blanc de Noir, um rosé de malbec que comentei aqui e que harmonizei com uma salsa cubana. O espumante, Navarro Correas Brut, harmonizei com heavy rock e, acreditem, foi uma das três harmonizações premiadas! Veja mais do evento aqui >http://www.winebar.com.br/2013/12/vinho-e-musica-com-wines-of-argentina/ e role até ao final onde está o arquivo com o anuncio dos premiados.

Bem, como disse no inicio, eram três as harmonizações a serem escolhidas e eu terei como companheiros de viagem o amigo Didu que ganhou com o post, Harmonizando Vinhos da Argentina e o Marcelo Costa (que ainda não tive o prazer de conhecer) com o post, Desafio: Harmonizando Vinho &.Música. Minha sugestão para os amigos é, façam também essa experiência lúdica e se estiverem a fins, encontrem os vinhos, abram as garrafas e façam vocês mesmos essa harmonização usando este link com as músicas pré-selecionadas fazendo seu próprio juízo de valor. No mínimo será uma viagem bem divertida! Salute e kanimambo, ótimo fim de semana e lhe vejo na Vino & Sapore para aproveitar o que restou da Mega Wine Sale promovida?

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