Painel de Espumantes Econômicos

Carnaval é Festa e Festa Tem que Ter Espumante!

Don Bonifacio - Taça

Tá bom, é bem mais fácil pegar sua fantasia ou abadá e sair de latinha na mão, mas nada igual a curtir um espumante e se tiver que ser no gargalo, que seja! Afinal, no carnaval vale tudo, ou assim dizem. Há inúmeros bons rótulos no mercado, sugiro os brasileiros, para todos os preços, ocasiões e gostos e, hoje, véspera de Don Bonifacio Brutcarnaval, minha dica de espumante é especial pois costuma ser presença habitual em casa na minha taça e, creio, ainda não escrevi sobre ele, Quinta Don Bonifácio Brut.

Abaixo de R$40,00 eu o elegi como meu preferido. Festivo, muito bem elaborado com perlage de boa qualidade, método charmat, blend de uvas chardonnay e merlot, é seco como deveria, mas sem perder a leveza, cítrico com notas de maça verde, algumas notas de levedura bem sutis, vibrante e fácil de agradar. Não faz feio com quem já é do ramo e satisfará aqueles foliões menos ligados nos caldos de Baco. Vem de Caxias do Sul e eu o reputo como uma ótima relação Qualidade x Preço x Prazer.

Se preferirem algo mais doce, recomendo seu Moscatel que também é muito bem feito privilegiando o equilíbrio entre acidez e doçura o que o faz menos maçante, algo que ocorre tradicionalmente com os moscatéis mais doces. Vai pular, vai casar, vai festejar, estes são ótimas opções a considerar. Os preços podem variar de região para região, porém creio que o amigo deverá encontrá-los variando entre os R$36 a 40,00, vale bem o que se paga!

Ah, mas não quero esse! Bem, para não dizer que só fiquei nessa dica, sugiro dois italianos que também curto muito. De Prosecco eu optaria pelo Cecilia Beretta Extra Dry e há um rosé dry que me encanta, pois a acidez vibrante faz um delicioso contrapeso ao leve residual de acucar, é o Contessa Borghel.  Bom carnaval, mas juizo que Baco não perdoa excessos, nem o bafômetro!

Cheers, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui, na Vino & Sapore ou em qualquer canto dessa gostosa vinosfera.

Espumantes de Preços Módicos – Parte II

            Eis o restante dos espumantes provados neste painel que iniciou no post do último dia 24 . Ficou provado que preço não é documento nestes casos, mesmo reconhecendo o fato de que, normalmente, conforme ele cresce aumenta também a complexidade dos caldos. Fica no entanto uma pergunta; na praia ou em grandes festas e eventos precisa dessa complexidade toda? O que é que buscamos nessas horas? Essas perguntas deixo para você responder.  

         Uma outra conclusão é que, com algumas exceções, entre os importados nesta faixa, os mais baratos, melhor ficar com os nacionais. O Brasil está produzindo espumantes muitos bons com preço bem competitivos, coisa estranha já que nos tintos os preços são razoavelmente altos alegadamente devido a impostos que também existem aqui. De qualquer forma, a não ser que busque complexidade e espumantes especiais para momentos especiais, pode-se esbaldar por aqui no dia-a-dia!

Marco Luigi Brut, um Blanc de Blanc com 100% chardonnay e método clássico que lhe dá uma delicadeza e perlage fina cativantes já mostrando uma certa complexidade com aomas cítricos e algo de brioche sutil. Boa acidez lhe aporta um frescor gostoso com boa presença das características da chardonnay. Mais uma grata surpresa que entrega muito pelo preço.

Garibaldi Premium Brut – Bem seco, maior presença de leveduras, pouco frescor, cítrico muito sutil mostrando alguma rusticidade na boca com um amargor final e pouco equilíbrio que o torna um conjunto não muito apetecível, porém de preço bem camarada. 

Veuve Alban – Francês, franco, simples, balanceado, leve toque de fermento com nuances cítricas, perlage abundante e verdadeiramente efeverscente na boca. Não chega a empolgar, mas para quem quer um importado tem aqui uma opção.

Valduga Arte Brut – um achado nesta faixa de preço. Belo espumante elaborado pelo método clássico com um tradicional blend de chardonnay com pinot. Harmônico, balanceado, fresco, elegante com perlage bem fina e persistente, aromas de panificação, vale mais do que custa, ainda bem!

Ponto Nero Brut – espumante que ganhou recentemente uma prova de vinhos elaborados pelo método charmat. Muito fresco, cítrico perlage abundante, balanceado e vibrante, bem saboroso agradando fácil a gregos e troianos. Boa opção para festas e eventos.

Tributo Prosecco – uma grande pedida de um prosecco brasileiro, muito fresco, equilibrado, sem amargor final típico da cepa, mais um vinho que já tinha provado no lançamento o ano passado e agora confirma minhas primeiras impressões. Fresco, saboroso, algo amendoado, a revista adega lhe conferiu 86 pontos e também o cercou de elogios. Parabéns ao produtor, produto surpreendente.

Cava Marrugat – um exemplar de Cava complexo, ótima perlage, bom corpo, ótimo acompanhante para umas tapas, sendo companheiro fiel de umas tapas à base de presunto cru. Para brindar e para curtir, um espumante diferenciado, de bom preço tendo-o incluído mesmo estando R$2 acima do limite que impus ao painel.

Prosecco Moinet IGT – Na faixa de até R$30,00 é um dos campeões. Da região do Veneto, na Itália, é fresco, sem amargor final de boca, balanceado, saboroso, fácil de agradar e para ser tomado desde na praia até eventos. Gostei!

       É isso pessoal, por falta de opções é que vocês não ficarão sem espumante neste final de ano. Minha dica, não pare nas festas, tenha sempre algumas garrafas em casa, especialmente neste verão. Você verá que a abertura de uma garrafa num final de tarde vai recompensar as agruras do dia e alegrar o ambiente.

Salute e kanimambo.

Espumantes de Preços Módicos

Entendo espumantes de preço módico aqueles que possuem um preço aqui em Sampa, de até R$35 em média podendo, certamente serão, ser bem mais baratos no Sul, Rio e Minas. Já fazia um tempo que trabalhava no projeto deste painel, tanto que alguns rótulos, como o da Miolo, até mudaram. Outros aumentaram e saíram um pouco fora, mas como os leitores estão espalhados pelos quatro cantos do país, optei por mantê-los na lista dos vinhos provados.

             Lamentavelmente vou ficar devendo fotos mais completas, pois minha assistente do lar se irritou com minha demora em fotografar as ditas cujas e tratou de limpar a área, ou seja lixo! Bem, de qualquer forma as notas e avaliações estavam comigo então aqui vão meus comentários sobre sete entre os dezesseis provados ficando o restante para a semana que vem ou quem sabe ainda nesta Sexta. Deste primeiro lote, um deles acabou sendo o que mais me impressionou entre todos os provados, mas deixo essa identificação para depois, por agora conheça o; Gran Legado Brut Champenoise, Alto Valle Prosecco, Dedicato Prosecco Extra-dry, Stravaganza, Cava Marqués de Monistrol , Miolo Cuvée, e Fausto Brut. No próximo falaremos de Valduga Arte Brut, Ponto Nero Brut, Marco Luigi Brut Champenoise, Tributo Prosecco , Pol Clement Brut, Prosecco Moinet, Veuve Alban e Garibaldi Premium Brut. O que tiver de fotos publico, mas vamos ao que interessa, falemos dos vinhos!

Cava Marques de Monistrol – um espumante que sempre me agradou dentro desta faixa de preço, porém este estava prejudicado mostrando-se oxidado. Mesmo nessa situação deu para ver a existência de uma perlage bastante fina e persistente e quando ok, mostra-se bastante fresco. Uma pena! (sem nota)

Dedicato Prosecco Extra-dry – este foi uma curiosidade que há muito tinha já que era uma enormidade a quantidade de comentários recebidos dos amigos leitores indagando sobre ele. Só é vendido no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte tendo esta garrafa sido trazida pelo amigo Claudio do Le Vi nau Blog. Simples sem grandes atrativos a não ser pelo rótulo mais caprichado, possui uma espuma rala, perlage fina, centralizada e escassa. Na boca é delicado com algumas notas de panificação muito sutis e algum amargor final que não chega a incomodar, mas que também não entusiasma nem incita a volta à taça. 

Fausto Brut da Pizzatto – o primeiro espumante brasileiro provado e a confirmação de que estamos muito bem servidos no quesito espumantes. Borbulhas de tamanho médio, abundantes e persistentes. Acidez bem presente tornando-o muito fresco e agradável de tomar. Citrico e vibrante, é uma boa pedida para eventos pois agrada fácil aos mais diversos paladares.

Miolo Brut, agora de cara nova com o nome de Cuvée Tradition – Muito fino, leve brioche no nariz, bolhas finas abundantes e persistentes mostrando claramente seu berço já que foi elaborado pelo método clássico. Bom corpo, alguma complexidade de sabores no palato, final balanceado e cítrico um espumante muito bom que entusiasma e pede bis. 

Gran Legado Brut Champenoise – boa perlage, amarelo com laivos dourados me parecendo já um pouco evoluído. Boa acidez, cremoso, algum floral no nariz com toques de levedura. Um amargor final me incomodou e prejudicou o conjunto. Esperava mais e, apesar de alguns poderem gostar, acho que num evento pode dificultar pela diversidade de palatos. Não encantou.

Stravaganza Brut – surpreendente! Foi o quinto vinho na minha prova e um pulo de qualidade enorme. Ás cegas acho que vai balançar muito degustador experiente e, em minha opinião, bem mais interessante que seu irmão mais velho, o Don Giovanni. Paleta olfativa complexa em que sobressai um brioche com algum cítrico, boa mousse, perlage finíssima e abundante de boa persistência. Bom volume de boca, muito equilibrado e sedutor mostrando a mesma complexidade do nariz no palato, um espumante mais sério e marcante com uma personalidade muito própria e bem cremoso. Não sei se seria um espumante que eu colocaria numa festa, mas certamente seria um que eu compraria para compartilhar com os amigos, é surpreendente e mexe com os sentidos. Belo espumante que vou querer rever mais vezes, o melhor deste painel!

Alto Valle Prosecco – Palha claro, muito suave, algo ralo com um residual de açúcar mais alto que a maioria dos espumantes deste tipo. Deixa um retrogosto doce e algo enjoativo faltando-lhe acidez, todavia pode fazer a cabeça daqueles menos chegados que gostam dos vinhos mais “docinhos” e possui um preço bem competitivo que pode ser preponderante na escolha.

Salute e kanimambo.