Vinho em Latinha, Modismo ou Veio Para Ficar?

Um monte de colegas e amigos cronistas do mundo do vinho levantaram essa bola recentemente e aí me lembrei de que já comentei isso em 2008 (clique no link para ler). Sempre achei que poderia ser algo interessante, um projeto que pudesse atrair um público mais jovem para momentos mais descompromissados. Mais para vinhos brancos e rosés frescos, espumantes e, eventualmente, algum tinto leve. Pesquisando vi que já tem um monte de produtos no mercado e até alguns grandes players do mercado estão entrando nessa e aí me lembrei que em 2009 dei uma notícia sobre o tema que achei interessante e tratava de qualidade, algo que sempre me preocupou, “Vinho em lata, eis que me chega a notícia de que no Berlin Wine trophy 2009, com mais de 3400 vinhos de mais de 40 países, o Baroke Cabernet/Shiraz/Merlot fez história ao ganhar a primeira medalha de ouro num concurso internacional de respeito. É gente, podemos olhar de esguelha para essas latinhas, mas acho que temos que olhar com mais cuidado o seu conteúdo”. Sempre quis conferir e sem preconceitos porque acho que em cada faixa de preços se pode encontrar qualidade e vinhos palatáveis, vinhos descompromissados de preço idem, porém, como sabemos, quanto menor for a faixa mais complicado será o garimpo, mas há!

Como nos Bag-In-Box que acabaram ficando, na sua grande maioria, restrita a vinhos de baixíssima qualidade, esta talvez seja a maior dificuldade de todas, colocar nessas latinhas um vinho minimamente de qualidade com um preço que seja tão descompromissado como o projeto pretende ser. Vender uma latinha desse vinho por 16,50 a 35 Reais a latinha (3 latas = 1 gfa 750ml) como tenho visto por aí, não me parece que seja algo que vá pegar, pode virar moda numa elite em balada chique, mas será que atrairá mais seguidores à causa? Duvido, o preço não é condizente e não vai atrair um público cativo, talvez uma ou outra para prova. Sou aberto a todas as vertentes, exploro, gosto disso e está no meu DNA luso, sempre busquei falar mais de vinhos “terrenos”, buscar os vinhos que entregam uma percepção de valor superior ao preço pago e tem momento para tudo, afinal, como já dizia o poeta, tudo vale a pena quando a alma não é pequena, mas … Por uma questão de quantidade, meia garrafa ou até um quarto são boas opções e se encontram produtos de qualidade no mercado a preço convidativo.

Foto da coluna da Suzana Barelli no caderno Paladar do Estadão em 21/02/20

Há uns dois anos provei os vinhos da Baroke, finalmente, e sinceramente não me entusiasmei a falar deles não. Verifiquei inclusive que havia problemas de envelhecimento precoce e espero que as latinhas venham com data de validade, pois diferentemente das garrafas seu tempo de maturação é outro e parece que possuem um shelf time bem menor. Para quem importa volumes maiores e o produto não escoe como previsto, certamente um possível problema a encarar a não ser que se jogue no colo do consumidor!

Certamente não seria algo que eu compraria, mas cada um é cada um, preferiria uma prática garrafa de rosca, um vinho (tranquilo ou espumante) de 60 pratas e um copo de plástico, coisa que já fiz e voltaria a fazer numa boa dependendo da circunstância, talvez até uma boa cerveja artesanal nessa faixa de preço a um vinho fraquinho. Sem preconceito algum a questão é outra, critério de qualidade independentemente do invólucro. Se tomaria? Lógico que sim e dependendo da situação, porém não gastaria meu suado dinheiro nisso, como disse, teria outras alternativas.

Tiro o chapéu para os empreendedores e inovadores de tudo o que é setor da economia, torço para que dê certo, mas não sou tão otimista assim, o tempo dirá como o consumidor brasileiro aceitará essa inovação a esses preços. Isso sou eu, pois, como já disse anteriormente, cada um é cada um e que seja feliz como melhor lhe prouver, sem frescuras! Saúde e Kanimambo pela visita.

A Soberba é uma …

Sintam-se à vontade para completar a frase com o que vos vier à cabeça! rs Há dias, lendo uma matéria no blog do sempre pé no chão Adolfo Lona, enólogo e produtor que dispensa apresentações para a grande a maioria dos leitores, me dei conta de como tem gente que poderia ser pedante e não o é e outros que por outro lado …

Isso vale para todos os segmentos e ambientes tanto profissionais como pessoais, faz lamentavelmente parte da vida e certamente cada um de nós terá sua experiência. Nossa vinosfera não é diferente e tem um bom número de personagens desse calibre. Conhece aquele cara que há dez anos te vê nos eventos, você tenta falar boa tarde e quando você se toca o cara olhou para outro lado ou passou reto e nos deixa falando com as paredes? Não, não quero papo não, só o educado bom dia, boa tarde, boa noite já estava de bom tamanho, sacou? O interessante é o séquito de aduladores que os seguem para cá e para lá e que, por se acharem iluminados pelo profeta, agem igual! Uma pândega como dizem lá por terras lusas, mas o bom é que tem bastante gente por aí que compensa esse grupinho de “iluminados” azedos, peguei bode dessa gente! rs

Alguns até lhes dou o respeito profissional visto sua vasta bagagem, outros nem tanto, mas a todos peço que ao menos sejam educados, cumprimentem quem os cumprimenta, só isso e não aceito timidez como desculpa! Seja a pessoa o Zé Mané da esquina ou o grande produtor que você queira impressionar, educação é essencial. Ressentido, você pode perguntar, não!! Não mesmo, mas indignado e chateado com essa falta de respeito sim, coisas de minha formação, mas essa atitude vai mais além porque essa soberba no relacionamento com as pessoas se reflete no que escrevem, na forma como opinam o que me faz sentir uma saudade danada de meu mentor, o saudoso Saul Galvão que um dia disse; “Nada mais chato que um esnobe do vinho, que fala pomposamente, como se ele fosse o único ungido a entender termos herméticos.”.

Há pouco mais de dois anos escrevi um texto aqui sobre a Soberba, ao qual adicionei um vídeo muito interessante que sugiro aos profissionais do vinho verem, atitude que acho um desserviço ao mundo do vinho pois dessa forma se mantém o vinho como um produto elitizado e assim contribuindo (não é a única razão) para que o consumo siga extremamente baixo. Muito papo sobre desmistificar e descomplicar o mundo do vinho, porém muito pouca ação nesse sentido, uma pena! Desculpem o desabafo, mas precisava botar para fora.  Uma boa semana para todos e kanimambo pela visita e ainda esta semana volto a falar de vinhos, saúde!

Vinhos TOP do Ano.

Tema eventualmente polêmico este e sei que certamente vou cutucar alguns, mas a ideia principal aqui é de colocar um desafio especialmente às mídias impressas de nossa vinosfera tupiniquim e, concomitantemente, provocar um momento de reflexão. Não pretendo que seja, e não é, uma crítica a qualquer um porque cada um sabe de si e de seu negócio.

Todos os anos a grande maioria das mídias mundiais que trabalham o vinho publicam seus vinhos TOP do ano. Vale para a Wine Spectator, James Suckling, Wine Enthusiast, Gambero Rosso, Revista de Vinhos (Portugal) e outros tantos espalhado pelo mundo afora. Aqui no Brasil temos os TOP da Revista Adega e da Revista Prazeres da Mesa, comprei as duas este ano, porém não sei se existem outras que ainda publiquem essas listas anuais.

O que sinto falta é de algo que eu fazia até 2014 e a Revista Gula fez pela última vez creio eu em Janeiro de 2010 (ano em que contribui com a lista) com os TOP de 2009, dividir e garimpar preciosidades ao longo do ano por faixa de preço. Acho que a última, pelo menos que eu vi, foi da Gosto em 2015. Hoje ao se ter acesso a essas listas só se vê, salvo pouquíssimas exceções, vinhos de 600, 1.500, 3.000 a 8.000 Reais a garrafa! Para alguns membros da elite econômica do país quem sabe seja útil, porém para a grande maioria isso não diz absolutamente nada e, aqui, expresso apenas minha opinião pessoal compartilhada junto a diversos enófilos de plantão e consumidores em geral com que me relaciono. Algo a se pensar ou não, sei lá, pode ser só rabugice aqui do velho tuga! rs

Falamos muito de descomplicar o vinho, de desconstruir o pedestal em que foi colocado para torná-lo mais acessível, aumentar o consumo per capita, etc.. é tema corrente, mas o que realmente é feito pela mídia e diversos formadores de opinião acerca do assunto? Num mercado de consumo per capita de vinhos finos estagnado há anos em função, essencialmente, de preços altos, ficar aqui falando maravilhas sobre um Mouton 1980 e dando-lhe o status de melhor vinho do ano, por mero exemplo, não agrega absolutamente nada a meu ver. Falamos muito da falta de marketing dos produtores, dos orgãos representativos, dos importadores, mas o que é que quem escreve sobre vinhos está fazendo para trazer o vinho de volta à terra? Lógico que há exceções, porém vejo muito blá, blá, blá e pouca ação efetiva nesse sentido.

Elitizar o vinho como algumas mídias insistem em fazê-lo, respeito porque cada um publica e compra o que quer e aparentemente vão muito bem obrigado, não me traz nada de novo e creio que publicar essas listas dentro de faixas de preço mais acessíveis ao consumidor seria muito mais construtivo. Exemplos: vinhos até 60 Reais, de 60 a 120, de 120 a 180, de 180 a 300, de 300 a 600 e acima disso.

Eu não consigo mais fazer isso porque desde 2015 estou amarrado na loja e pouco saio para degustações que é quando a gente faz a maioria dessas descobertas e também pouca ou nenhuma influência tenho no setor, porém sinto falta de algo mais pé no chão, menos elitizado, algo mais próximo da realidade consumo geral, algo baixo clero! rs

Fica aqui um desafio às revistas especializadas que trabalhem e divulguem mais este segmento pouco ou nada exploradas por elas. Que tal adicionar listas com esta “pegada” ao final deste ano? Uma coluna mensal com achados PQP (Preço x Qualidade x Prazer) e preço mais acessível? Vinhos que a gente, trabalhadores sem cartão corporativo ilimitado, possa bancar mesmo que só algumas poucas vezes, porque cá entre nós um vinho de 6 mil nem rolha né??

Eu chutaria, não tenho dados concretos, que 85% por cento do consumo de vinhos finos no Brasil, provavelmente mais, deve estar numa faixa de preço entre 35 a 150 Reais e o preço médio está na casa dos 45 Reais, então fica aí o recado, algo para refletir e, quem sabe, mudar para este ano? Eu acho que o grande público consumidor e de menor litragem está orfão buscando quem o adote! Pode ser que eu esteja errado e se tiver por favor me indiquem onde encontrar, gostaria de ter acesso.

É isso, fica a sugestão que, se fosse boa, se vendia né?? rs Kanimambo pela visita, saúde

 

Menos, vai? Vinho é Prazer, Curta a Viagem Sem Medos Nem Preconceitos!

Ontem fui dar uma primeira aula sobre vinhos para um grupo de estudiosos sobre os mistérios da vida que, neste semestre, optou por se debruçar sobre o mundo do vinho. Muita matéria para pouco tempo, mas creio que a maior mensagem, que espero poder ter começado a passar, é a da wine Snob_LI“desconstrução” do pedestal em que o vinho foi colocado.

Hoje pela manhã o Face, por coincidência, me lembrou deste post que publiquei há três anos que me fez querer voltar ao tema repostando o que disse antes e reitero agora, DESCOMPLICA, baixa a guarda, vinho tem que dar prazer e ponto!

“Uma das coisas que me irritam em nossa vinosfera ainda é a mania de alguns em colocar o vinho num pedestal onde, em minha opinião, ele não deveria estar! Acho que o vinho é algo social, culturalmente uma bebida que nasceu para acompanhar comida, jantares, amigos em volta de uma mesa, coisa simples como o pão e o azeite. Não deveria ser algo complicado e cheio de mistérios, frescuras e salamaleques.

Está certo, existem segredos e misticismos que envolvem o vinho e o fazem especial entre o mundo das bebidas, por isso vale estudá-lo, porém devemos tratá-lo de uma forma mais simples e tentar não complicar. Deu prazer, ponto, objetivo alcançado! Um de meus melhores momentos com vinho foi numa tasca do interior de Portugal com um primo que há anos não via; direto da barrica num copo de requeijão acompanhando pataniscas de bacalhau feitas na hora! Um outro momento desses foi um Pinot fresquinho tomado num dia de sol numa praia em Floripa com algumas das pessoas que mais amo na vida, da garrafa para um copinho de plástico!! Tudo simples, tudo ótimo, e como Fernando Pessoa já dizia; “Tudo vale a pena Se a alma não é pequena.”

Tudo isso só para passar uma mensagem, solte-se! Tem gente que coloca gelo em vinho, outros coca-cola, ginger-ale ou seven up, tudo bem. Eu posso até não gostar ou discordar, mas dependendo do contexto e dos vinhos envolvidos, why not?! Viaje, experimente, faça coisas diferentes, quebre o establishment, seja infiel, curta a diversidade, se divirta. Nossa vinosfera não é tão séria e “amarrada” como alguns podem tentar lhe vender, então relaxe e curta a viagem sem preconceitos! O bom de nossa vinosfera é que não existem regras nem dogmas a serem seguidos então explore o infinito com vontade, aqui você pode e, numa dessas, você pode se dar bem, como eu!”

Kanimambo pela visita e, aos poucos, voltamos a nos encontrar por aqui até que chegue minha próxima neta daqui a alguns dias! rs Cheers.

Falácias do Mundo do Vinho

São diversas e não são poucas, nossa vinosfera é pródiga em produzi-las! rs Hoje cito aqui algumas que acredito sejam as mais comuns e em que a maior parte dos iniciantes nesta incrível viajem por terras de Baco tende a acreditar por falta de informação.Pinocchio por Enrico Mazzanti

Quanto mais velho o vinho melhor – essa talvez seja a maior delas e com isso muitos vinhos são tomados já em fase de decrepitude e outros viram vinagre. Há vinhos para serem tomados jovens (até uns quatro anos), de média guarda (4 a 8 anos), “longa” Guarda (8 a 12 anos) e os grandes vinhos que são quase que intermináveis obtendo seu ápice com mais de 15/20 anos são vinhos para poucos bolsos. Sabe aquela garrafa velha que você está guardando há sete anos ou achou num armário do tio e quer saber se ainda está bom? Vai no Google e digita o nome do vinho, dependendo do preço que apareça por lá você já terá uma boa ideia lembrando que não tem vinho de guarda de 50 pratas, não se iluda, esse tem que tomar jovem preferencialmente no segundo ano de vida, quiçá até uns quatro, no más! Agora, só se sabe se está bom abrindo, algumas surpresas podem ocorrer. Quanto maior estrutura tem o vinho para uma guarda longa mais caro ele vai ser, não tem como não ser. Quer ver mais, clica AQUI.

Vinho bom é o que você gosta – fruto de uma campanha de marketing bem sucedida de um importador. O correto seria, vinho que você gosta é o que é bom para você. O fato de você gostar não transforma vinho ruim em vinho bom, só é o que você gosta e tudo bem que assim seja, afinal tomar o que não gosta só pelo o que os outros dizem não tem nada a ver né? A cerne da questão é que qualidade e gosto são duas coisas diferentes que podem, ou não, caminhar juntos.

Melhor Vinho do Mundo – mais um fruto do marketing e na minha opinião uma tremenda sacanagem e mentira promovida por alguns produtores e importadores. O melhor vinho de um concurso, de um evento só é o melhor daquele concurso ou evento tendo mais ou menos importância dependendo do nível e respeitabilidade dos mesmos. Melhor Vinho do Mundo é só papo para boi dormir, para enganar os menos incautos , cai nessa não! Aliás, Melhor do Mundo é sempre muito relativo para qualquer coisa ou qualquer um a não ser que possa ser, de alguma forma, mensurado e comparado, caso contrário é mera opinião menos ou melhor fundamentada.

Vinho toma-se a temperatura ambiente – na Europa e mesmo assim depende de onde e em que estação do ano! rs Tomar um vinho tinto a 36 graus numa tarde no Rio é insano e certamente um desastre! Eis uma sugestão de temperaturas médias adequadas ao serviço do vinho para melhor usufruir desses caldos de Baco, cai nesse papo de temperatura ambiente não!

Espumantes e brancos doces e leves 6 a 8° C. / Champagnes e brancos frescos de 7 a 10° Centígrados /  Brancos secos e evoluídos ou um Jerez fino de 10 a 12° Centígrados / Rosés, mais leves entre 8 a 10º e, os mais evoluídos, no máximo até uns 12º Centígrados. / Tintos de taninos leves, de 12 a 15° Centígrados / Brancos encorpados e Madeira ou Porto (Tawnies our Ruby básico), de 10 a 14° Centígrados / Tintos de médio corpo e Vinhos do Porto Ruby Reserva, de 15 a 17° Centígrados. / Tintos encorpados e Vinhos do Porto LBV e Vintage, de 17 a 20° Centígrados.

Vinho de Mulher – antes de ser machista é uma aberração. Teoricamente se diz que as melhores gostam de brancos, rosés docinhos e tintos leves. Há homens que seguem o mesmo gosto, não tem nada a ver com o gênero de cada um. Conheço um montão de mulheres amantes do vinho que não abrem mão de vinhos encorpados, questão de gosto, ponto!

Vinho com Tampa de Rosca é Ruim – normalmente usado em vinhos jovens onde a rolha de cortiça tem menos ou nenhuma utilidade prática já que se busca manter o frescor do vinho e não sua evolução. Da Austrália, pioneiros no uso de “screw cap”, já provei vinhos com mais de dez anos que envelheceram maravilhosamente bem. Um pode até não gostar do visual, achar que perde o charme, etc., porém a qualidade e tampa de rosca podem sim coexistir! Para o que ainda tiverem dúvida, vale ler o artigo que o Miguel Angelo de Almeida (enólogo da Miolo) escreveu e permitiu que eu compartilhasse aqui.

Vinho Barato é Ruim – outra balela, mas obviamente depende do quão barato ele é! rs Provavelmente não será tão bom quanto um vinho de maior valor, porém já vi, por diversas vezes, vinho de preço mais módico levar vantagem sobre vinhos de maior valor em provas ás cegas. Óbvio que quanto mais caro o vinho maiores serão as possibilidades de estarmos frente a vinhos melhores, mas não necessariamente. Já provei grandes vinhos que me decepcionaram e já fui surpreendido por vinhos baratos bem legais, então deixemos os preconceitos de lado e exploremos o mundo de Baco como ele deve ser explorado, escolhendo seu vinho de acordo com o momento, com quem compartilhar e com seu bolso. Costumo dizer que “Todo o grande vinho é caro, mas nem todo o vinho caro é grande!” então cuidado e repetindo, qualidade e gosto são coisas diferentes. Uma dica se você for um iniciante nessa viagem, mesmo que com grana para torrar, deixe os vinhos caros para quando tiver mais litragem, vai por mim.

Se alguém tiver algumas mais a agregar, “be my guest” já que os comentários estão aí para isso. Tenham todos uma ótima semana e seguimos nos vendo por aqui ou por aí numa das curvas de nossa imens! vinosfera. Kanimambo pela visita, saúde!

Cheers Smile

Ilustração – Pinóquio de Enrico Mazzanti datada de 1883

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Vinhos Brasileiros x Importados

Interessante este tema que segue atual há anos! rs A polêmica é sempre a mesma e normalmente gera debates bem acalorados. No fim de semana quando quando indaguei no Face sobre qual o Melhor Chardonnay Brasileiro, os comentários foram os mais diversos, desde criticas ao produto brasileiro, elogios e o sempre quente tema dos preços como impeditivo de crescimento do consumo e reconhecimento. Daí ter surgido a necessidade, para mim obviamente, de mais uma vez voltar a escrever sobre o tema.

A indagação colocada, visava buscar um rótulo nacional para enfrentar algumas feras de outros países representados por excelentes vinhos de Napa, Borgonha, Sicília, Argentina, Chile e Austrália. Lógico que cá tenho a minha opinião e até já tenho um em mente caso o consiga encontrar, porém quis ter um feedback dos amigos ligados ao mundo do vinho e vieram sugestões bastante interessantes, tanto de reconhecidos grandes vinhos como de vinhos bons, saborosos mas que dificilmente teriam porte para encarar as feras, mas esse é papo para outro momento pois me deu uma ideia que espero poder vir a colocar em prática brevemente.

Creio que o que tem que ficar claro, é que a grande maioria de nós não mais nega a qualidade dos vinhos nacionais, especialmente os espumantes, mas também de uma série de brancos e tintos. O grande problema, em minha modesta opinião, segue sendo política comercial e marketing, que atinge também diversos importadores com suas crises de personalidade, de precificação e obviamente cultural por parte do consumidor que segue achando que por ser nacional deve ser mais barato. Viver no Brasil é caro, produzir no Brasil é caro e ponto final! O mercado de vinhos finos brasileiro não cresce essencialmente por isso e quem toma vinhos finos é a classe média que perdeu poder de compra de forma implacável e devastadora nos últimos anos, então …

Voltando ao cerne da questão, há que se comparar alhos com alhos, não com bugalhos, e o preço no Brasil é a referência a ser levada em consideração em qualquer análise comparativa séria e isenta que obrigatoriamente deverá ser executada às cegas. Vou dar dois exemplos disso que aconteceram em minha vida de enófilo ao longo deste últimos 10 anos em que compartilho idéias e experiências aqui com os amigos.

1 – publiquei durante anos meus Melhores Vinhos do Ano por faixa de preços, pois meu foco como consumidor sempre foi esse, Melhores Vinhos com a Melhor Relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer)! Num determinado ano me vi deixando de lado um vinho que tinha ganho todos os uaus de degustadores e meus porque eu o achava fora da faixa de preço, “era caro para um nacional”! Mas espera aí, ele não bateu todos seus concorrentes, entre eles diversos estrangeiros, com preços até mais altos? Então que tipo de descriminação idiota eu estava fazendo? Óbvio que, no final, entrou né? Não como um vinho brasileiro, não faço esse tipo de distinção entre meus vinhos, mas por ser bom e se encaixar no preço de seus pares.

2 – mais recentemente o mercado todo e críticos renomados decidiram eleger mais um campeão de pontuação que acabei comprando para conferir. Demorei um tempão para o fazer, estava bastante cético. Esperei o momento certo, uma degustação ás cegas daquela determinada uva. Juntei seis rótulos de muita qualidade e em duas confrarias coloquei esse vinho ás cegas e ele ganhou ambas! É um vinho de valor alto, sim, mas ganhou de gente mais cara!! Ficaram meio soberbos, opinião minha, porém a qualidade é indiscutível e dentro do contexto, preços aqui com toda a carga tributária que assola o setor assim como custo Brasil que é altíssimo, sendo sim páreo para qualquer vinho de alta gama no mundo.

Desde a época da tentativa da indústria nacional do vinho ter tentado emplacar as malfadadas SALVAGUARDAS, (quem não lembra ou não viveu o momento siga o link, para entender) peguei a reputação de ser contra o vinho brasileiro, tremenda asneira! Quem quiser saber minha opinião basta ler um pouco do que escrevi sobre os vinhos brasileiros que provei, basta clicar aqui do lado em Categorias, Brasil e fuçar, depois faça seu juízo de direito. Fui e sou contra qualquer ação que afete o consumidor enófilo tupiniquim (como eu), só isso, e sou critico da filosofia comercial e de marketing da maioria, mas há muiiito tempo que não mais discuto qualidade. Há coisas ruins por aqui, há coisas boas e até algumas muito boas beirando a excelência, apesar de mais raros, como o é em muita parte do mundo produtor.

Ao fazer comparações entre importados e nacionais no mercado brasileiro há que fazê-lo com todos o custo Brasil e impostos embutidos. Não dá para comparar preço aqui versus um em qualquer outro país produtor, aí é covardia! rs Em minhas confrarias e desafios o preço é seleção essencial, mas que pagarmos caro o vinho não há dúvidas, porém fica aqui uma indagação; o que é que no Brasil não é caro?

Nos meus Desafios de Vinho, volta e meia colocava um vinho brasileiro como um intruso na prova que sempre era ás cegas e dentro de uma faixa de preço pré-determinada, em muitos levou e em outros foi a surpresa do evento Minha recomendação é só uma, sem preconceitos nem com xiitismos nacionalistas, mente aberta!

Finalizando, apesar do tema não ter fim e a diversidade de opiniões ser enorme, cada um sabe de si, de seu bolso e de seu gosto.  Compare, não caia nos contos dos Melhores do Mundo (tem até site de produtor com essa aberração!), use seu discernimento para seguir viajando por nossa imensa vinosfera colocando qualidade como quesito número um adequando-o a seu bolso, não importa se é brasileiro ou importado. Como já dizia o saudoso Saul Galvão, “o vinho existe para te dar prazer, se o fez cumpriu com seu papel!”, que assim seja.

Entre importados ou nacionais não tome partido, opte por você. Compre seu vinho pensando no momento, na companhia, no seu prazer, sendo bom e cabendo no seu bolso, pode ser de qualquer lugar, who cares!  Saúde, kanimambo pela visita e nos vemos aqui em breve ou por aí numa das esquinas dos caminhos de Baco. Boa semana

 

 

 

Infidelidade é Tudo!

Agora que já chamei sua atenção, deixemos claro que me refiro ao consumo de vinho, obviamente, não levemos isso ao pé da letra em nossas relações sociais! rs Não é de hoje que bato nessa tecla, de suruba vínica (rs), e há um tempinho me deparei com um artigo que gostaria de ter escrito e que deixa claro que a infidelidade no vinho é essencial e como já dizia Tim Maia, Vale Tudo! Sair da mesmice, diversificar, descobrir novos sabores e histórias, isso é o que seduz nesse mundo colorido do vinho. O título é sugestivo, “Sejam Infiéis aos Vinhos de Costume (menos apelativo que o meu! rs) e foi escrito pelo jornalista Edgardo Pacheco no jornal português Correio da Manhã em  Dezembro de 2015.

Esqueçam  a menção aos portugueses, um pouco provinciana a meu ver pois a diversidade está presente em todas as regiões produtoras, inclusive na Argentina, e vinhos padronizados os há também em todos os lugares, inclusive em Portugal! O Tema, no entanto, tem tudo a ver com todos os que se auto proclamam enófilos, pois não existe vinosfera enófila sem navegantes e viajar por mares nunca dantes navegados é essencial! Agora, importante se ater ás colocações dele sobre a diversidade dos vinhos portugueses, uma mar em si!

Destaco aqui alguns trechos de seu texto, que adoraria ter escrito, mas o todo só poderá ser lido clicando no link que passei acima.

“Um dos inimigos do vinho é a fidelidade esquisita que muitos consumidores devotam prolongadamente a determinadas marcas. Todos os dias nascem novos brancos, tintos, rosés, espumantes ou colheitas tardias (por vezes em excesso, verdade se diga), pelo que se compreende mal a falta de interesse dos portugueses pela experimentação de novos aromas ou sabores e, acima de tudo, de novas regiões.”

“Nesse sentido, as pequenas garrafeiras de bairro fazem diferença porque é aqui que encontramos vinhos resultantes de pequenas produções do Dão, da Península de Setúbal ou de Trás-os-Montes. E se o dono da garrafeira for competente, seguramente contará histórias sobre esses vinhos que, depois, replicaremos à mesa.” 
Uma das frases do Edgardo que entra para meu rol das clássicas sobre o vinho é; “Não há nada mais chato do que levar um vinho sem história para a casa de um amigo”   achei precisa! Leiam o texto completo no link lá no inicio deste post.
Tudo bem ter seu porto seguro, eu também os tenho pois nem sempre queremos experimentar coisas novas, mas daí a deixar de embarcar nessa viagem de descobertas acho uma pena! Boa semana a todos e lembrem-se de, nessa viagem, fazerem uma parada na Vino & Sapore na Caviste Online (rs) para reabastecimento e levar um pouco mais de história e novidades à taça e à mesa. Kanimambo pela visita aqui e espero vê-los por aqui ou por aí nas estradas de nossa vinosfera, cheers!

Cinco Pontos a Ter em Mente na Hora da Compra de Vinhos

cincoSempre bom lembrar, mesmo para os que já iniciaram seu caminho pelas estradas de Baco, e esse texto publiquei mês passado na revista Cotiana da Aetec. As duvidas podem ser muitas e as armadilhas idem (tipo o melhor vinho do mundo), mas não se sinta só, pois duvidas é que não faltarão nessa fantástica viagem  por nossa vinosfera e nunca cessarão, mas espero que estas dicas possam lhe ajudar em suas próximas compras.

1 – A uva no vinho. Não dê demasiada importância neste quesito, explore! Será que aquele Cabernet ou  Malbec que você tanto gosta realmente é elaborado com 100% dessa uva que é o que dizem ser um varietal? Você sabe o que está bebendo? Pessoalmente tenho uma queda pelos blends, prefiro sempre o conjunto da obra, porém o que poucos sabem é que muito desses varietais realmente são blends, uma composição de diversas uvas. A legislação na maioria dos países produtores, determina que se um vinho tiver no mínimo 85% de uma uva, este pode ser rotulado como tal sem que haja qualquer informação quanto aos 15% de conteúdo restantes! Não se prenda a uma única uva ou uma única origem, explore pois o melhor desse mundo prazeroso de Baco é o garimpo, a viagem por novos sabores.

2 – Comprando Pontos? Pontuações nos vinhos são indicações ou tendências de qualidade e não devem servir de única base para sua escolha, tão pouco serem tomadas como conceitos de absoluta qualidade. Esse é mais um equívoco que muitos praticamos com maior ou menor parcimônia e há que se desmistificar essa prática até porque alta pontuação num vinho não quer dizer que ele agradará seu palato da forma como o fez a quem pontuou. MUITO cuidado com as chamadas dos marqueteiros de plantão para os ditos “melhores do mundo”, isso é uma tremenda enganação que não existe, uma verdadeira armadilha para pegar os mais desavisados! Há um monte de rótulos de muita qualidade sem qualquer pontuação e outros altamente pontuados que nem sempre performam como esperado em nossas taças, então não dê demasiada importância a esse tema, parcimônia é nome do jogo aqui.

3 – Idade, quanto mais velho melhor? – Ledo engano, verdadeira história para boi dormir e uma das maiores falácias de nossa vinosfera que provoca muitos erros na hora da compra. Existem vinhos feitos para serem tomados jovens, a grande maioria, e outros para guardar ou deixar para serem tomados com mais idade e mesmo estes com capacidade de guarda é importante saber onde e em que condições foram guardados. Muitos descontos grandes são dados em vinhos “mortos”, olho vivo. Não compre vinhos antigos (mais de cinco/seis anos) sem saber de seu histórico de vida e se forem vinhos brancos então, mais cuidado ainda!

4 – Só vinhos caros são bons. Mais uma falácia que o mercado e os maus vendedores tentam repassar para o apreciador do vinho. Vinhos bons são caros sim, mas o inverso não é verdadeiro existem vinhos bons em todas as faixas de preço. Se você está na fase dos Reservados, não adianta sair queimando uma nota num “Brunelão” que provavelmente você não irá apreciar, mas há coisas bem melhores por preços similares. Vá “crescendo” gradativamente dando chance ao seu palato para apreciar alguns grandes néctares, tudo a seu devido tempo, não dá para tirar a carta num dia e no seguinte entrar numa Ferrari a 200 por hora, a probabilidade de se dar mal será imensa!

5 – Avalie o local onde está comprando vinho. Vinhos ao sol e ambientes quentes e abafados, são grandes inimigos do vinho. Ambientes e vinhos bem tratados mostram cuidado e respeito para com estes caldos de Baco então, conheça seu fornecedor e a origem de seus vinhos!

Para terminar este papo de hoje a melhor dica, que tem a ver com a primeira, SEJA INFIEL! Fidelidade é um valor importante social e comercialmente, mas furado na relação com o vinho. O maior barato do mundo do vinho é exatamente essa diversidade de uvas (mais de 3.000), origens, sabores e prazeres que eles despertam em nós então, para quê ficar Cinco lembretessempre tomando as mesmas coisas? Tudo bem, tenha seus “portos seguros”, mas como já dizia o poeta, navegar é preciso e um bom timoneiro (comerciante/sommelier) de confiança é importante nessas horas.  Um último toque; vinho é prazer, não status, então aproveite a viagem, explore muiiito e deixe o vinho cumprir seu papel, o de lhe dar prazer, sem preconceitos. Na próxima vez que for comprar vinhos, lembre-se dessas 5 dicas e libere-se, seja feliz!! rs Saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui ou em qualquer outro ponto de nossa vinosfera.

Vinho na Taça, Não no Tubo!

“Todo o grande vinho é caro, mas nem todo o vinho caro é grande!”, digo isso há mais de dez anos e por isso mesmo gosto de aplicar degustações ás cegas quando as pessoas provam um vinho sem saber seu preço, sua origem ou produtor. Sim, porque não é só preço que influencia sua capacidade de avaliação! O que faz um vinho ser caro ou barato é papo para um monte de outros posts, as variáveis são enormes entre elas a própria lei da oferta e demanda, porém é claro que a tendência é acharmos que quanto mais caro o vinho melhor ele seja o que não está errado pois na maioria das vezes o é e isso vale para qualquer produto.

Hora, se falo isso por uma década, para que este post e porquê desse título? Calma, é que está circulando por aí no Face um artigo publicado pelo jornal virtual Nexo repicando um teste científico alemão realizado pela universidade de Bonn em que pesquisadores usaram de ressonância magnética para avaliar a reação das pessoas ao tomar o mesmo vinho porém lhes sendo mostrado etiquetas de preços diferentes. Acho um desperdício de tempo e grana o teste e o resultado é mais do que óbvio, porém há quem tenha necessidade de comprovar o óbvio então respeitemos. Ao ler o artigo, no entanto, fiquei estarrecido vejam só a fórmula usada para a realização do “experimento” e meus comentários em azul:

 

Os pesquisadores avaliaram 30 participantes, dos quais 15 homens e 15 mulheres, com idade média em torno dos 30 anos. (já acho que a faixa etária deveria ser mais alta e/ou existir um mix de idades) Eles ficaram deitados (argh) em um aparelho de ressonância magnética para que sua atividade cerebral fosse gravada em tempo real enquanto tomavam doses de vinho. A bebida foi servida por meio de um tubo que ia para a boca do participante (mon Dieu!!). Antes de cada nova dose, a pessoa deveria lavar a boca com enxaguante bucal (PQP!!).” É para acabar com qualquer palato e, aparentemente, nenhum dos doutores pesquisadores tem qualquer liga com gastronomia ou o mundo do vinho, coisa de louco! Vinho por tubo e enxague bucal, ca-ce-ta-da!!! rs O texto completo e resultados você poderá ter aceso clicando no link a seguir > https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/08/14/Por-que-vinho-mais-caro-tem-gosto-melhor-segundo-a-ci%C3%AAncia

 

Não vou colocar em xeque o experimento dos nobres doutores alemães, quem sou eu, mas convenhamos que as premissas… Enfim, não tinha como deixar de comentar aqui, mas deixemos claro que nem todo o vinho barato é ruim, apesar das probabilidades e da falácia de que vinho bom é o que você gosta, e nem todo o vinho caro é bom apesar das probabilidades também. Já provei grandes vinhos que me decepcionaram e já fui surpreendido por vinhos baratos bem legais, então deixemos os preconceitos de lado e exploremos o mundo de Baco como ele deve ser explorado, com vinho na taça, jamais em tubo!!! rs

Kanimamabo, saúde e acho que vou ter pesadelos pensando nesse tubo e no enxague!!! rs Gente, apesar disso, uma boa semana para todos.

 

O Que Você Quer Ler Numa Descrição de Vinho?

Hoje o post é simples e curto, muito mais uma pesquisa do que qualquer outra coisa. Quando você acompanha um blog, lê uma revista, o que você gostaria de ler numa resenha sobre um vinho. Dos frutos do bosque nos aromas, do tipo de madeira usada, da região produtora, uvas usadas, corpo do vinho, se tânico, ácido, floral, do tipo de Question-mark-clip-art-question-mark-image-image-2barricas, o quanto estas informações são importantes para vocês e lhe dizem alguma coisa?

O que você gostaria de ver mencionado nessas resenhas e que hoje não está presente? Afinal, quais são os dados sobre o vinho que você gostaria que um escriba do vinho colocasse na tela ou no papel para lhe ajudar a entender esse vinho e facilitar sua compra? Até que ponto uma nota é ou pode ser importante?

Sinto que por muitas vezes escrevemos sem norte e talvez esse seja um dos temas que vêm me incomodando, me deixando algo frustrado quanto ao “trabalho” que venho desenvolvendo por aqui há quase dez anos! Gostaria de aprimorar isso e vossa ajuda com esta interatividade que tanto prezo, me seria muito útil então agradeço desde já a todos que possam despender uns minutinhos num comentário sobre o tema, creio que todos podemos ganhar com isso, eu certamente sim.

Fica aqui a abertura e tenham um ótimo fim de semana. Se tiverem um tempinho, passe na Vino & Sapore neste Sábado, vos espero lá para uma tacinha de vinho e dois dedos de prosa. Kanimambo pela visita e nos vemos, fui!

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