Confraria Frutos do Garimpo

Rosé com Good Vibrations

Casa do Lago Rosé é o nome deste exemplar de rosé português que tem tudo a ver com nosso verão. Realmente um vinho delicioso, muito fresco, frutado, cerejas frescas, leve mas não ligeiro! Cem porcento Touriga Nacional da região Lisboa, só passagem por inox, um mês em garrafa e já sai para o mercado, pronto a beber e a seduzir. Vinho para ser tomado jovem em seus primeiros três anos de vida, mas quanto mais jovem melhor. Vinho de verão, para acompanhar frutos do mar, comida japa, para bebericar com os amigos sem compromisso, mas com qualidade que é uma marca da DFJ que o produz. Cheio das medalhas, rs, foi apontado como o melhor rosé de 2016 pela revista portuguesa Grandes Escolhas. Para mim um vinho alto astral, vibrante que não me cansa e me faz feliz, sem frescuras, sem complexidades, que deixa a emoção tomar conta da razão, vinho para curtir sem parcimônia.

Se fosse uma música seria Good Vibrations dos Beach Boys e daí a chamada! rs Abra a garrafa, clique no link abaixo e depois me diga se estou errado! Preço de mercado em torno de R$80 uma boa pedida para este verão e férias de final de ano, eu curto e recomendo. Kanimambo e aos poucos retomarei o ritmo por aqui, tem coisa demais represada, saúde!

Crianzas na Confraria

Com Z mesmo porque falo de vinhos espanhóis que compuseram o kit do mês de Outubro da Confraria Frutos do Garimpo. Na Espanha para um vinho ser Crianza (conceito que vem de criar, de maturação e não de jovem) ele tem que passar um período mínimo de maturação de 24 meses antes de ser colocado no mercado sendo que com um mínimo de 6 meses em barricas, sendo que em Rioja, como em Ribera del Duero e algumas outras regiões, o Concelho Regulador determina nada menos do que 12 meses e o restante em garrafas.

Com o apoio dos amigos Juan e Alexandre da SYS (importadora dos vinhos), escolhi dois rótulos de vinhos Crianza para a confraria, bem diferentes um do outro, mas dois vinhos que certamente têm seu espaço na minha taça dependendo do momento e da proposta gastrônomica.

Marqués de la Carrasca Crianza 2014 é um corte de Tempranillo com Cabernet Sauvignon e Syrah que é algo incomum, mas dentro das normas da DO La Mancha, a maior região produtora de Espanha. Afora o equilíbrio, o que mais me chamou a atenção neste vinho foi sua acidez marcante. Sua “crianza” em barricas é de 8 meses, sendo 25% francesa e 75% americana, certamente usadas. No nariz, possui uma intensa presença de fruta muito bem integrados às sutis notas de carvalho. Na boca, mostra boa textura, corpo médio, com um final de boca de persistência média e fresca, deixando na boca aquele gostinho de quero mais. Fácil de agradar, pronto, a garrafa tende a durar pouco! rs Preço médio em São Paulo entre R$90 a 95,00.

Montes de Leza Crianza 2015, que belo Rioja com muito anos pela frente de garrafa. Possui, para quem ache importante, 90 pontos de James Suckling, medalha de prata no concurso de Bruxelas, vem de Alavesa a parte mais ao norte da DOC Rioja e é 100% Tempranillo com passagem de 12 meses por barrica nova que lhe dá aquele toque amadeirado típico dos vinhos desta região. Apesar de jovem já se mostra bastante integrado e equilibrado com a madeira presente, porém sem ser agressiva. Frutos intensos com destaque para ameixa escura fresca, a acidez é outro ponto que me chamou a atenção, bom volume de meio de boca, rico e complexo, encorpado mas não pesado e com grande persistência. Um vinho de outro patamar de qualidade, para outros momentos mais gastronômicos. No mercado (SP) por volta dos 170 Reais.

Dois bons vinhos Crianza, cada um com seu estilo e propostas próprias porém um só objetivo, nos dar prazer e isso eles fazem bem. Como sempre, você é o juiz, prove e tire suas próprias conclusões, certamente os confrades que levaram os kits do mês o farão.

Kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui sempre que der. Saúde!

Cha-Cha-Cha e Intacto.

Mensalmente me dedico a fuçar bons vinhos e preços idem para compartilhar com meus confrades e confreiras da Frutos do Garimpo. Em Agosto, escolhi dois vinhos argentinos da Cara Sucia, que já comentei aqui, porém tinham ficado mais dois por comentar que agora compartilho com os amigos aqui de Falando de Vinhos.

Cha-Cha-Cha, um corte de GarnaCHA Blanca, de MurCHAnte com CHArdonnay. Um vinho de verão, porém com uma pegada de boca mais presente, mais corpo uma característica aportada pela Garnacha blanca, e a chardonnay lhe traz uma paleta olfativa mais complexa, notas cítricas e frutos brancos, muito bom com um arroz de frutos do mar e azafrão, Bifum de Camarão ao Curry, a diversidade é grande. Um vinho vibrante com ótima acidez e final de boca longo para ser tomado ao redor de 8º C que é quando melhor se expressa. Marcante, é um vinho bastante gastronômico e sedutor, que tende a nos surpreender desde a primeira fungada. No nariz algumas notas mais doces que não se confirmam em boca, muito bom e o preço idem, abaixo dos 90 Reais.

Intacto Gran Reserva Petit Verdot, do Vale do Rapel no Chile, um varietal com passagem de 10 meses por barrica francesas de 500 litros usada de terceiro uso. Tipicamente de boa estrutura, porém de taninos surpreendentemente sedosos, frutos negros, notas de especiarias e algo floral, rico meio de boca, final algo mineral de boa persistência. Apenas 700 garrafas produzidas, uma barrica, por uma minúscula bodega chamada “3 Mosqueteros” que nem no mapa aparece! rs A Petit Verdot 100% costuma ser algo mais potente e também vem com uma etiqueta de preços algo mais alto, este consegue se mostrar diferente sem perder a tipicidade. Para um vinho com esta uva e com a pequena produção, o preço na casa dos 110 Reais surpreende muito favoravelmente.

Kanimambo, saúde e uma ótima semana ficando a dica:

Tenha seus portos seguros, mas volta e meia solte suas amarras e navegue por outros mares porque existe coisa demais em nossa vinosfera por descobrir!

Nebbiolo D’Alba no Frutos do Garimpo!

Pensamos em Nebbiolo e primeira coisa que nos vem à cabeça são os famosos e caros Barolos! Falamos do Piemonte, norte da Itália, onde foi identificada no século XIII. Seu nome advém de nebbia (neblina) que é muito presente na região. Uva de longa maturação que possui uma forte identificação com seu terroir piemontês não se dando muito bem fora de sua região. Um ou outro exemplar aparece em outros países, inclusive Brasil, mas não é comum. Mesmo na itália não se encontra fácil e certamente sem o mesmo destaque que no Piemonte, porém na região da Lombardia (Valtellina) se encontram alguns ótimos vinhos e por lá a uva é conhecida por outro nome, Chiavennasca.

Afora os Barolos, a nebbiolo também é a alma dos Barbarescos outro ícone regional da uva, porém podemos encontrar muito bons nebbiolos em toda a região, especialmente em Gheme, Gattinara, Langhe e Alba de onde vem este bom exemplar e, tradicionalmente, com preços cerca de 50% abaixo das duas principais regiões produtoras.

Cascina Boschetti Gomba Nebbiolo d’Alba “Albié” 2015 é uma versão mais pronta do que os Barbarescos e Barolos, mas não por isso menos prazerosa de apreciar. Das colinas de Cuneo, passa 12 meses em barrica e posteriormente por um período em tanque de inox antes de ser engarrafado e onde permanecerá por seis meses descansando em cave antes de sair ao mercado. O solo arenoso com calcáreo lhe aporta uma acidez e frescor que se sente especialmente no final de boca.

Frutos do bosque bem presentes no nariz, nuances florais, um vinho de corpo médio, madeira bem integrada, com frutas frescas, notas de especiarias, riqueza de meio de boca mostrando uma certa complexidade típica da uva, taninos presentes e bem integrados e acidez agradável, bem balanceada e notas terrosas. Uma bela companhia para uma polenta mole com ragu de carne ou calabresa! Aguei!!

Esse foi mais uma das pepitas que caíram em minha peneira da Confraria Frutos do Garimpo e espero que apreciem tanto quanto eu. Kanimambo pela visita, sáude e uma ótima semana.

Um Borgonha 1er Cru, Porque Eu Merecia!

É, de vez em quando porque o bolso anda curto, mas eu também mereço um carinho na taça! Quando me dei conta vi que não tinha tirado a foto com a taça, mas esses momentos têm dessas coisa, nos tiram o foco, rs. Bem, Borgonha 1er Cru é vinho para mais de 600 pratas, mais próximo aos 1000, porém há opções outras quando a gente garimpa um pouco e este fica abaixo das 400 pratas se conseguirem achar por aí. Segue sendo uma bela grana, porém já dá para uma eventual extravagância volta e meia, nem que seja numa confraria!

Les Clous Monthelie 1er Cru Pinot Noir 2008 – um Borgonha de muito bom nível com um preço bem camarada dentro desse mundo mais exclusivo. A AOC Monthelie possui algo ao redor de 120 hectares (nada!) de menor notoriedade que seus vizinhos Meursault, Pommard e Volnay, por isso mais em conta. Deste, apenas 36 hectares são denominados como 1er cru distribuídos em 15 climats* e este vem de Les Clous, elaborado por Domaine Reyane & Pascal Boulley, quinta geração, pequeno produtor com apenas 10 hectares distribuídos entre Monthelie, Beaune, Volnay (sede) e Pommard. Colheita manual com fermentação em cubas abertas (moda antiga), com maturação em barricas francesas por 18 meses, das quais somente 25% novas. Um vinho pronto a tomar, mas que vale até guardar por mais um par de anos porque certamente irá evoluir muito bem.

Boa intensidade aromática com bastante frutos do bosque (cerejas, mirtillos) ainda bem vivos, sous-bois (terra molhada) e um sutil toque floral, na boca taninos ainda bem presentes e finos, muito rico meio de boca, taninos elegantes e delicados mas bem presentes, aveludado, alguma especiaria, notas de bosque final bem prolongado, mineral e balanceado. Difícil encontrar este patamar de qualidade da Borgonha nesta faixa de preço e eu gostei muito. Quem conseguir segurar a garrafa por um tempo certamente se dará ainda melhor

*Climat – de acordo com a revista Adega, “Enquanto o terroir pode ser definido como o conjunto de tipo de solo, de clima, características da região e da interferência do homem, o climat pode ser considerado um aprofundamento desse conceito em cada parcela de vinhedo.” Para simplificar consideremos um climat como uma forma de um zoom, de filtro mais micro de uma região

Este foi um de meus vinhos selecionados para o Frutos do Garimpo do mês. Por hoje fico por aqui, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou em qualquer curva desta nossa vinosfera.

Saúde

Uau, Que Surpresa, Que Chardonnay!

Todo mês garimpo oportunidades para a Confraria Frutos do Garimpo, mas nem sempre o resultado é bom o bastante para que esses rótulos possam fazer parte da seleção do mês. Alguns meses até deixo passar, porque para mim a qualidade é fator número 1!

Este mês experimentei muito e aprovei pouco, mas a pepita que sobrou na minha peneira é exatamente isso, uma pepita! Em vez de dois rótulos com duas garrafas cada ou quatro com uma de cada, desta feita decidi apenas e tão somente manter um único rótulo e o kit mínimo de duas garrafas a máximo quatro por confrade, achei que o vinho merece esta vênia! rs Há muito tempo não provava, na verdade tomava porque não me contive de ficar só na prova, um Chardonnay de tanta qualidade, uma surpresa muito agradável vinda de Casablanca no Chile. A surpresa foi tanta e o entusiasmo tamanho que até esqueci de fotografar! rs Assim que tome outra, porque essa não escapa, tiro e publico aqui.

Cantagua Gran Reserva Chardonnay 2016, um vinho de alta gama, um belo chardonnay com apenas seis meses de barrica que se mostra  muito delicada e bem integrada, com grande capacidade de guarda em minha opinião. A paleta olfativa é marcante com notas lácteas e num segundo plano frutos tropicais num conjunto que pede uma taça própria, e não me fiz de rogado. Na boca é cremoso, a fruta dá um passo à frente e mostra todos os seus predicados com muito frescor, notas cítricas, final de boca mostra uma certa mineralidade, seco com boa persistência e acidez bem balanceada. Vem da região de Casablanca, uma das melhores do Chile para vinhos brancos e só vem confirmar essa aptidão. Por sinal, quem tiver uma taça de Chardonnay, Riedel ou similar, use o resultado é outro, uma bela turbinada num vinho já muito bom.

Viajei neste vinho e não foi para o Chile não, me lembrou alguns bons borgonhas já tomados tanto pela riqueza, pela mineralidade sutil como pela finesse. O último gole da última taça servida foi difícil de engolir só de pensar que estava terminando, deixei rolar na boca um tempão deixando escorregar bem devagar! rs Gente, sem medo de dizer que fazia tempo que um Chardonnay não mexia comigo como este o fez e sim, me entusiasmou. Talvez até possa ter exagerado um pouco nestes meus comentários, mas quando um vinho mexe comigo deste jeito minha paixão fala mais alto, fazer o quê? rs Os Confrades que optaram pela seleção do mês vão poder avaliar (comentem aqui depois) se exagerei ou não, mas de qualquer forma quis compartilhar este achado com os amigos leitores em geral. Quem gosta de um bom Chardonnay certamente deve provar este vinho, quem sabe você não sente o que eu senti, só não vai mais ser surpresa! rs

No dia que provei, convidei uns amigos apreciadores para o avaliar junto comigo e pedi para que me dessem a percepção de valor de cada um ou seja, quanto eles achavam que podia valer esse vinho, quanto eles pagariam por vinho similar. Resultado, R$160,00 ou por aí, então o preço de mercado pesquisado de R$143,00 me parece condizente com a percepção gerada, legal isso. Agora resta você conferir, eu vou é beber mais porque tenho algumas chegando.

Mas João, um branco neste frio?? Uai, e a gente pára de tomar cerveja ou comer um sorvete só por causa disso? Vinho tem ocasião, não estação, desencana!! rs Por hoje é só, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou em qualquer outro ponto de nossa vinosfera. Sáude!!

Cheers Smile

 

 

 

 

 

 

 

PS. Importadora Optimum. Disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo.

 

 

 

 

Uma Dupla Luso Italiana na Confraria Frutos do Garimpo

Um de origem portuguesa, região Lisboa, e o outro italiano da região do Piemonte. Dois blends, duas propostas diferentes, duas personalidades diferentes, vinhos de gama média/alta que este mês caíram em minha peneira e com isto rompo o silêncio que há dez dias imperava por aqui! rs

Começo por um xodó meu que ainda há poucos dias apresentei numa aula sobre vinhos e regiões Pinto collectionprodutoras portuguesas, com a colaboração do importador ALMERIA. O Quinta do Pinto Estate Collection 2012, um corte de Touriga Nacional (35%), Aragonez (25%), Syrah (25%) e Merlot (15%) de Alenquer , região Lisboa, onde fica localizada a Quinta. Passa 12 meses em barricas francesas de 2º uso o que lhe confere complexidade sem abafar a fruta abundante. Cor rubi ainda bem escura com halo violeta, aromas de boa intensidade onde despontam os frutos escuros, na boca notas especiadas, fruta abundante, meio de boca de ótima textura, denso, rico com taninos ainda firmes e aveludados. Final de boca muito elegante apesar de ainda algo austero, e de boa persistência, um vinho muito especial e um destaque da região. Para beber já, mas certamente ainda tem um par de anos pela frente para evoluir com muita qualidade e diversão à mesa, porque o nome ajuda! rs Um senhor vinho com preço de mercado condizente com a qualidade, entre R$200 a 250,00.

O Segundo vinho vem do Piemonte, Itália, especificamente de Monferrato, um blend sempre majoritariamente de Dolcetto e que em 2013 teve como coadjuvantes, 10% de cada, as uvas RuchéRosso Scarpa (rara uva regional), Barbera e Freisa perfazendo um conjunto muito atrativo. É o Monferrato Rosso Scarpa DOC que é um lançamento recém chegado à importadora BODEGAS que me procurou para colocar este rótulo nesta confraria de oportunidades com um preço especial. A primeira visão na taça é de um vinho ainda jovem com halo bastante vivo, no nariz é um pouco tímido porém nota-se frutas vermelhas e sub liminarmente algo de eucalipto/mentol mais sutil. A entrada de boca é marcante, firme, frutado, meio de boca com taninos bem presentes tomando conta do palato mostrando boa estrutura, notas terrosas com um final de boca aveludado em que a acidez aparece mais, pedindo comida. Risoto de funghi, Brasato, Polenta mole com ragu, estamos diante de um típico vinho italiano gastronômico e que, a meu ver, perde se tomado solo.  Um vinho sem passagem por barricas, apenas Inox por 10 meses seguido de 3 de afinamento na garrafa antes de sair ao mercado e, mais uma vez, um vinho que ainda evoluirá para mais um par de anos. Preço de mercado deverá ficar entre R$130 a 140,00.

Por hoje é só, durante a semana tem mais. Kanimambo pela visita, saúde e uma ótima semana!

Frutos do Garimpo Deste Mês Focou a Páscoa!

Na Confraria Virtual Frutos do Garimpo, este mês foquei na Páscoa e decidi compartilhar as dicas com os amigos porque ainda dá tempo de procurar no mercado estas quatro dicas de bons vinhos e desfrutar das harmonizações sugeridas.

Como tema queria vinhos que tivessem a ver com a Páscoa, que pudessem harmonizar com os pratos mais tradicionais desta época seja para a Sexta Santa como, Bacalhau (pescados) ou Domingo como Cordeiro (carnes). Optei por uma garrafa de cada vinho e com isso gerando mais diversidade de escolha para harmonizar, dois lusos e dois espanhóis!

Os dois Portugueses são da DFJ renomado produtor que foi indicado em 2017 pela Wine Enthusiast como um dos top 5 produtores europeus. O que aprecio neles é que seus vinhos apresentam ótima relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer) desde seus vinhos de entrada até os mais premiados. Em parceria com a Lusitano Import escolhi dois exemplares.

Casa do Lago Branco – Alenquer, Região Lisboa – um corte de Fernão Pires (Maria Gomes), com Arinto e Chardonnay que produz um vinho muito harmonioso e fresco sem passagem por barrica. A Fernão Pires aporta corpo, aromas e teor alcoólico, a Arinto a acidez e a Chardonnay traz um pouco mais de untuosidade e complexidade compondo um conjunto muito agradável, aromático, de médio corpo e fresco prometendo compor bem com diversos pratos de bacalhau um pouco mais leves, inclusive as entradas como bolinhos ou pataniscas. Preço de mercado entre R$65 a 70,00.

Paxis Bulldog – Alenquer, Região Lisboa – um corte tradicional português com as castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. Também sem passagem por barricas, estamos diante de um vinho de boa extração de cor e corpo médio, bom volume de meio de boca, bem frutado, porém com os taninos bem integrados terminando aveludado. Um bom vinho para acompanhar pratos de bacalhau mais estruturados como um Lagareiro e até o cordeiro para quem preferir um vinho com menos “pegada” mas que marca presença. Preço de mercado entre R$75 a 80,00 e foi eleito pela Wine Enthusiast entre os TOP5 Best Buys do ano.

Para os tipos de pratos de que falamos na Páscoa, acho que os vinhos ibéricos também se adequam muito bem, então com a ajuda da Almeria Importadora, escolhemos dois tintos espanhóis que creio podem se dar bem com pratos de bacalhau algo mais pesados (ao forno com tomate, pimentão, etc.) e também ao cordeiro especialmente se for paleta na brasa ou ao forno. Vamos a eles:

Paco Vintage – Navarra – um corte meio a meio de Tempranillo e Garnacha, a uva principal desta região, com uma leve passagem de 2 meses por barricas de carvalho francês de terceiro uso. Fruta abundante, notas de fruta madura, algo balsâmico com taninos macios bem integrados e algo floral no nariz e um final de boca algo especiado. Redondo, equilibrado, boa acidez, um vinho que pode até “maridar” bem com paella marinara para quem preferir trocar o bacalhau de Sexta por este delicioso prato espanhol. Preço no mercado entre R$125 a 135 Reais.

Viña Magna 6 Meses – Ribera del Duero – 95% Tempranillo (Tinta Fina como é conhecida na região) com um toque de Cabernet Sauvignon da região norte e mais alta da Ribera que le aporta uma acidez mais marcante e algumas notas minerais em função do solo calcário da região. Ameixa, notas de baunilha dos seis meses de barrica mas bem sutis sem afetar o conjunto de médio corpo para encorpado, muito rico meio de boca, complexo, taninos finos presente, uma bela combinação para o cordeiro de Domingo e, cada um harmoniza como quer, um bom bacalhau! No mercado entre R$150 a 155,00

Para finalizar uma pepita extra, um Porto Ruby muito especial desenvolvido pela DOW’S, em parceria com os especialistas em harmonização da The Flanders Foundation na Bélgica, para harmonizar com chocolates meia amargos e amargos, é o Nirvana que vem em garrafas de 500ml e já experimentei com diversos chocolates. Gostei especialmente dos com alguma fruta cítrica como laranja e cramberry, mas vai até com chocolates ao leite, mesmo que não com o mesmo brilho e está no mercado entre os 140 a 180,00 reais. Quer se divertir, abra um desses com uma torta de chocolate meio amargo e nozes ou amêndoas!!

Amigos, ainda dá tempo para quem não comprou seus vinhos para este final de semana que promete! Ovinho sem O Vinho, não tem graça e refeição sem vinho é café da manhã, então vamos logo, só faltam dois dias!! rs

Kanimambo pela visita e não posso deixar de lembrar que a Vino & Sapore estará aberta hoje e amanhã das 14 às 20h e Sábado das 10 às 19h para não deixar você passar vontade. Fui, cheers, saúde, salud, prosit …!

Topos de Gama Lusos na Frutos do Garimpo.

Numa saborosa viagem por quatro regiões produtoras, Alentejo, Lisboa, Beiras e Douro numa parceria com o Palácio de Vinhos. Esta foi a seleção do mês de Janeiro da Confraria Frutos do Garimpo, pepitas que apareceram na minha peneira até porque como já mencionei por diversas vezes, há momentos para tudo e em todos os níveis.

Quatro tintos topo de gama (Kit com uma garrafa de cada) da Companhia das Quintas (grupo produtor) todos da safra 2009/10, de produção limitada, todos em ponto de bala, o que garanto porque provei-os todos recentemente, mesmo que alguns ainda aguentem bem e darão prazer por mais um par de anos.

Herdade da Farizoa Reserva 2010 (RP90)* – do Alentejo, com passagem de 18 meses em barrica francesa (50% novas), blend de Touriga Nacional, Alfrocheiro, Syrah e Trincadeira, com somente umas 12.500 garrafas produzidas. Paleta aromática frutada com alguma especiaria, na boca mostra-se bem integrado, macio, boa textura, taninos finos e boa persistência. Sumiu rápido da taça e da garrafa, acho que estava com algum vazamento! rs Preço em Sampa ao redor dos R$150 a 160,00.

Quinta do Cardo Touriga Nacional Reserva (WE92)* – da Beiras Interior com passagem por 20 meses em barricas francesas (50% novas) tendo o 2008 sido apontado como um dos destaques TN 100% de Portugal pela Jancis Robinson. Nos aromas notas florais tí­picas da casta e fruta abundante, já na boca despontam frutos silvestres em harmonia com taninos finos, macios, boa acidez e um final algo apimentado. São cerca de 10.000 garrafas produzidas. Preço de mercado em Sampa ao redor de R$170,00 a 180,00.

Frutos do Garimpo seleção Janeiro 2018 - Palacio dos vinhos

Quinta da Fronteira Reserva (WE92)* – do Douro, um clássico corte duriense de Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz com passagem de 18 meses por barricas francesas (20% novas). Nariz intensamente frutado, notas mentoladas e sutil toque amadeirado. Na boca chega volumoso, rico, complexo, algumas notas vegetais, taninos aveludados e muito persistente com uma boa pegada gastronômica, digno dos melhores topo de gama da região. Acompanhou bem um belo filé de javali ao molho de vinho com puré de cará no final de ano. Cerca de 20 mil garrafas produzidas e preço médio em Sampa entre R$230 a 240,00.

Quinta de Pancas Reserva Touriga Nacional (WE92)* – mais um belíssimo Touriga Nacional neste kit, com 18 meses de passagem por barricas francesas (50% novas) e produção limitada a 5.300 garrafas. Mais uma vez as notas florais ganham destaque aqui, mas é na boca que mostra bem ao que veio. Robusto, cremoso, especiarias, notas balsâmicas, ótima concentração em perfeito equilí­brio, um vinho fino, guloso por natureza, complexo com uma persistência das boas, daquelas que fica na memória. Um dos meus destaques entre todos estes vinhos de primeira grandeza lusos. Preço ao redor de R$170 a 180,00 em Sampa.

É isso gente, por hoje é só! rs Aproveitem o fim de semana, saúde e kanimambo pela visita. Segunda tem mais, mas nos encontramos por aí numa das muitas esquinas de nossa vinosfera, quem sabe na Vino & Sapore! rs tchin-tchin

Cheers Smile

 

 

 

 

 

 

 

* Importador Palácio dos Vinhos – safras basicamente esgotadas no mercado, mas ainda disponíveis na Vino & Sapore e eventuais outras boas lojas do ramo.

Dois Bons Espumantes Para as Festas de Final de Ano.

Cá entre nós, para mim final de ano é toda a semana, porque eu celebro com espumantes ao menos 52 vezes ao ano! rs Espumantes são vinhos de celebração sem necessidade de motivo, abriu uma garrafa, pronto celebração, simples assim. Por outro lado, se existe uma época do ano para celebrar, é o final de ano com o Natal e especialmente o Reveillon. Mesmo em casa, a dois, sem festa, uma garrafa de espumante já faz a diferença. Seja para celebrar conquistas ou o simples fato de ter sobrevivido, desculpas certamente não faltarão.

Hoje quero compartilhar com você dois espumantes Brut, portanto seco, que me agradam bastante e, inclusive entraram na Confraria Frutos do Garimpo deste mês. Um Branco o outro rosé Rosé, um nacional outro italiano, os dois igualmente prazerosos com estilos bem diferentes.

O Santa Augusta Brut descobri em 2015, bem antes dos guias que agora o pontuam com 88 pontos (muito bom), e desde então nunca mais faltou em minha adega. Tem muito espumante por aí com marca que não chega aos pés nesta faixa de preços e até acima, é muito bom mesmo, realmente um achado! Gosto de colocar santa-brut-na-taca-1meus vinhos às cegas para terceiros e perguntar qual a percepção de valor apurada. Neste caso a percepção é sempre de um espumante de valor bem maior ao preço pago e isso é o que sempre busco, mais valia nos vinhos. Do Oeste Catarinense, especificamente de Videira, nos chega este espumante branco fruto  de um equilibrado blend de Cabernet Sauvignon (majoritariamente), Chardonnay e Merlot elaborado pelo método charmat longo (borbulha mais finas e consistentes) com seis meses sobre leveduras o que lhe confere mais complexidade e elegância de perlage (borbulhas). Boa intensidade aromática, mas é na boca que ele demonstra ao que veio com uma perlage intensa, fina, abundante, persistente que explode na boca com notas citricas, bom volume de boca, sutil toque de “padaria/brioche” e muito boa acidez num final de média persistência seco e muito agradável. Adicionado a tudo isso temos um fato deveras importante, especialmente nos dias de hoje, é barato. No site do produtor está por R$55,00 e em Sampa vi entre 50 e 56,00, uma ótima relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer)! Distribuidor em Sampa, Almeria Importadora de meu amigo Juan, pode ligar lá que ele avisa onde mais próximo de você este espumante está disponível.

 

Randi Burson Rosato Brut – Espumante italiano que já começa a surpreender pela uva usada em sua elaboração, a LONGANESI! Este descobri em 2016 e, como no Santa Augusta, volta e meia está na minha taça! A Itália está repleta destas surpresas regionais para quem topa se aventurar além da Toscana e Piemonte, regiões de burson-rosatoexcelência sem dúvida alguma, porém há muito mais a ser descoberto por lá.

Burson (apelido de Antonio Longanesi) é o nome dado pelos produtores ao vinho elaborado com a uva Longanesi na Emilia Romagna (mais conhecida entre nós pela produção de lambruscos), tendo como epicentro a cidade de Bagnacavallo. A uva possui uma história relativamente recente tendo sido “descoberta” por Antonio Longanesi ao comprar uma propriedade na região onde encontrou essa vinha que subia num grande carvalho, lá nos idos de 1920. Encantado com a uva, após quase 30 anos nos anos 50, começou um processo de reproduzir esse clone desenvolvendo uma produção especifica para elaboração de vinho.

De perlage fina (seis meses de Charmat), boa espuma, cor coral acobreada bonita, vivaz e paleta olfativa de boa intensidade. Na boca surpreende com um meio de boca bastante rico e complexo, bom volume, seco, boa acidez, final fresco com leve toque de especiarias, compondo um conjunto bastante harmonioso e diferente do que estamos acostumados. Preço médio em Sampa entre 85 a 90 pratas, que é preço justo pelo que ele entrega. Este é da Lusitano Import, que não fica só em vinhos lusos não!

Nos próximos dias postarei mais dois textos sobre o tema de espumantes para este final de ano. Um com dois espumantes/frisantes mais doces, porém nada enjoativos e outro com três pepitas nacionais, quem sabe um a mais, se houver tempo, só com uma seleção de dois ou três importados que também valem muito a pena. Uma boa diversidade de produtos, preços e estilos, por hoje fico por aqui, saúde e kanimambo pela visita.

 

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