Quinta Mendes Pereira

Derrotados na Bola, Vencedores no Vinho + Um Kit Caixa Cheia!

               É, estes e mais alguns bons de bola já saíram da copa e, dentro de uma sociedade cada vez mais competitiva somente o que importa é o caneco! Acho sacanagem e exagero, até porque chegar á copa do mundo já é uma batalha e tanto com cada um dos participantes devendo ser considerados vencedores, mas enfim, nos dobremos á maioria. Agora, no vinho, aí não existem duvidas sobre como estes dois países se destacam como produtores de qualidade, verdadeiros campeões de nossa vinosfera, Portugal e Austrália.

          Dois estilos diferentes, cada um com sua história, um do Velho Mundo com repentes de Novo Mundo enquanto o outro é puro Novo Mundo. Um prima pelos vinhos elaborados com uvas autóctones e blends, o outro é o campeão do varietal e, especialmente, dos vinho com Syrah, cepa originária do Rhône, mas que fez a fama do país, porém inova com o cultivo de uma quantidade enorme de cepas internacionais. Para conhecer essa diversidade e descobrir essas diferenças, bolei esta segunda promoção Caixa Cheia (1 garrafa de cada = 6 gfs) disponível somente na Vino & Sapore. Três vinhos australianos de qualidade reconhecida e três portugueses de prima, por um preço para lá de especial que não mais será visto no mercado. É agora ou nunca e para somente, repito, somente DEZ KITS.

Para representar a Austrália, a escolha recaiu sobre um único produtor com três diferentes rótulos, hoje quase inexistentes no mercado brasileiro sendo estas algumas das poucas garrafas ainda disponíveis. É a Kangarilla Road localizada em McLaren Valley,  no Sul da Austrália, fundada em 1997 por Kevin e Helen O´Brien. Kevin é enólogo, com uma experiência de mais de 20 anos na indústria do vinho, sendo 12 deles como gerente geral de vinícolas e 2 anos como gerente internacional do Conselho de Exportação do Vinho Australiano. Helen é artista plástica, e responsável pela criação dos rótulos dos vinhos. De suas experiências, Kevin e Helen adquiriram em 1997 uma propriedade com vinhedos antigos de shiraz e cabernet sauvignon no McLaren Valley. Os vinhos feitos por eles refletem suas preferências pessoais: bem feitos, distintos, interessantes, e com uma elegância e intensidade raros. Segundo os O’Brien, “McLaren Vale é a melhor região da Austrália para conseguir o estilo de vinho que querem produzir. Estes vinhedos, que foram originalmente plantados em 1975, oferecem 30 acres de videiras maduras, que contribuem para o caráter tão típico do McLaren Valley”.

São três tintos que estão sempre em destaque: Kangarilla Road Shiraz, Kangarilla Road Zinfandel e Kangarilla Road Shiraz-Viognier. Robert Parker é um entusiasta da vinícola, e na safra 2003, a menor nota conferida a seus vinhos foi 90 pontos. Segundo ele, é uma de suas Vinícolas preferidas!

Kangarilla Road Zinfandel 2004 – O Zinfandel 2004 é o resultado da administração extensiva dada ao vinhedo. Técnicas empregadas no aparamento das folhas e a poda dos cachos, durante a estação do crescimento, permitiram aprimorar melhor o fruto. As uvas foram colhidas em Abril e fermentadas em tradicionais barricas abertas. O vinho foi amadurecido por 14 meses em barricas de carvalho francês. A Austrália não é conhecida pela Zinfandel, mas os vinhedos antigos da Kangarilla Road produzem um vinho de extrema elegância e caráter. Aromas de frutas pretas e pimenta branca. Vinho intenso, rico com notas de frutos maduros e secos, com final longo, especiado e equilibrado. Como harmonização o produtor sugere acompanhar o vinho com pato assado, carnes ao molho curry e pratos condimentados em geral. De taninos sedosos e macios, um vinho que prima pelo equilíbrio e está no ponto para ser apreciado. Principais notas da imprensa especializada; 89 Pontos Robert Parker e 87 Pontos Wine Spectator (03). Na loja, R$100,00.

Kangarilla Road Shiraz 2005. O objetivo primordial da Kangarilla Road é produzir vinhos que mostrem todo o caráter do terroir de McLaren Vale, isto é, vinhos com aromas de especiarias, ameixas e frutas pretas. O carvalho é utilizado de maneira a integrar todas essas características, e nunca para sobrepujar as deliciosas notas que vem dos vinhedos. Este vinho combina uvas de vinhedos próprios com baixíssimo rendimento e também uvas dos vizinhos imediatos. Após a fermentação, o vinho foi maturado por 14 meses em barricas francesas e americanas, sendo 25% novas e 75% usadas. É um vinho que está pronto para beber já, mas vai envelhecer muito bem até 2025. O produtor sugere harmonizar com  carnes vermelhas, sendo que carré de Cordeiro e caças em geral ficam excelentes. Robert Parker sugere um ossobuco ou um Rib-Eye suculento. Paulo Queiroz, autor do excelente blog Nossos Vinhos provou e teceu os seguintes comentários;  “Esse Shiraz ou Syrah é um vinho muito rico, um tanto com aromas de especiarias e carvalho tostado. Na boca traz cereja, baunilha, chocolate e café, O que mais impressiona é que o vinho é picante, com taninos bastante potentes”.  A imprensa especializada Le deu as seguintes notas; 90 Pontos Robert Parker / 89 Pontos Wine Spectator /  Avaliação de “Ótima Compra” pelo Guia de Vinhos Gula Edição 2007 e 92 Pontos pela Revista Adega. Na loja, se chegar lá, estará por R$110,00

Kangarilla Road Shiraz/Viognier 2005. O famoso blend da região de Côte-Rotie no Rhône francês, também dá suas caras por aqui e este rótulo em especial, obteve 90 Pontos Wine Spectator e 91 de Robert Parker. Mostram frutas intensas e excelentes balanço de acidez. Como todos os anos ímpares, a safra de 2005 será lembrada como uma das grandes. As uvas Shiraz e Viognier foram fermentadas em barris aberto. O vinho foi pressionado delicadamente e envelhecido por 14 meses em barricas francesas novas. O Shiraz deste vinhedo mostra especiarias aromáticas, amoras vermelhas, com intenso retrogosto e uma presença abundante de taninos aveludados num corpo bastante estruturado. O Viognier do vinhedo de McLaren Flat, que compõe 8% do blend, produz compostos aromáticos com notas cítricas. No olfato,  notas cítricas de laranjas seguidas por uma mistura picante e frutas negrass. O paladar é intenso com uma maravilhosa explosão de especiarias, integrado com carvalho, tudo combinando maravilhosamente com os taninos suaves. Por sua estrutura, aceita muito bem carnes condimentadas, como carré de Cordeiro e caças em geral. Preço na loja, R$125,00

Para representar Portugal, uma seleção escalada por mim com vinhos de muita qualidade que realmente me seduziram, cada um ao seu modo, mostrando bem as diversas nuances regionais em vinhos muito diferentes entre si.

Herdade Paço do Conde Reserva 2005, um alentejano de fibra que mostra que a idade faz diferença nestes vinhos. Participou de um dos meus mais saborosos Desafios de Vinho, tendo mostrado uma paleta olfativa complexa e de boa intensidade em que se destaca a fruta madura, nota lácteas e algo adocicado. Na boca encanta ao primeiro gole, mostrando bom volume, taninos aveludados, redondo, pleno de sabor com frutas e especiarias inebriando o palato num conjunto muito equilibrado e muito apetitoso com um final algo mineral de boa persistência. Veio com um belo “palmarés” e confirmou que era um sério candidato a levar o premio individual de melhor Vinho da Noite. Destaque especial para o design de garrafa e rótulo que dignificam o vinho. Obteve a média de 87,75 pontos nesse embate de vinhos Alentejo x Douro. Um vinho que está no mercado por volta dos R$120,00.

Quinta Mendes Pereira  Reserva Touriga Nacional 2006, a uva ícone de Portugal, que no Dão mostra toda a sua pujança e complexidade, produzida pela brasileira Raquel Mendes Pereira. A Revista de Vinhos portuguesa, uma das principais do país, comenta; “Alguma austeridade com leve nota química e fruto sóbrio silvestre. Bem na prova de boca, corpo cheio, muito bom equilíbrio geral, taninos firmes e bem doseados e um final fresco e apimentado. Um tinto com boa aptidão”  tendo-lhe dado 16 pontos sobre 20. Para o meu gosto, o vinho está pronto a beber, mas pode melhorar ainda mais com algum tempo em garrafa ou uma passagem pelo decanter. Um belo vinho que agrada sobremaneira e dignifica os monocastas (varietais) elaboradas com esta marcante cepa. Preço na loja estará por R$98,00.

Quinta do Valle Longo Reserva 2004, um vinho pouco conhecido por aqui, mas um Douro que farei questão de ter na prateleira. Blend tradicional duriense com Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz, esta quinta pertence ao grupo Vallegre, famoso por seus bons Portos. Como diz meu amigo Pingus do blog Pingas no Copo lá de Alcochete em Portugal; “Um tinto do Douro em que a fruta madura aparentemente não reina. Não dita as regras. A aposta foi feita em aromas silvestres, balsâmicos e minerais. Fetos, musgo, esteva e um rasgo a frutos secos completam e terminam a demonstração. Senti uma ponta de rusticidade que fazia lembrar pedra, lagar de granito, lasca. Conferiu-lhe personalidade. Na boca, elegante, com um nível de acidez muito correcto, proporcionando saudável frescura. Essencialmente um vinho equilibrado, cordato no trato e sem necessitar de grandes técnicas, cuidados na prova. É um bom exemplo de mais um vinho do Douro que fugiu da força, do exagero”. De produção limitada a pouco mais de 9.000 garrafas no ano, é mais um achado que merece um destaque especial. Preço de prateleira, R$100,00.

                 Em condições normais, uma caixa com uma garrafa cada desses vinhos, considerando-se os preços de prateleira já mencionados, sairia por R$653,00. É, repito, SAIRIA porque nesta promoção de Caixa Cheia, dei-lhe uma tesourada e tanto ficando o preço em R$477,00, ou seja 27% de desconto sobre o preço cheio, nada mau, né? Nem Felipe Melo conseguiria tanto, rsrs, é para não se perder esta limitadíssima oferta que certamente acabará rapidamente. Lembrando que a oferta é limitada ressalto que, desculpem amigos mas ainda não tenho um esquema de logística adequado montado, as entregas faço pessoalmente então a área de entrega fica restrita aos amigos da região Oeste de São Paulo, Embu, Alphaville, Taboão da Serra, Granja Viana e Cotia, mas não custa me contatar pois já fiz entregas no Ipiranga. Se tiver interesse entre logo em contato com comercial@vinoesapore.com.br para maiores informações, garanta a sua Caixa Cheia e ajude o Joãozinho a comprar o leite e fraldas do netinho! Eheh

Salute e kanimambo.

PS. Falei que eram poucos e quem se interessasse tinha que correr, pois bem, já garanti o leite e fraldas do netinho por algum tempo, rs,  ESGOTOU!! Que beleza, obrigado aos amigos que tão rapidamente levaram os KITS, sobraram só algumas garrafas dos australianos, espero que seja de vosso agrado e espero receber um feedback aqui no blog. Em breve disponiblizarei um KIT diferente para quem tenha ficado na vontade. Kanimambo! (09/07/2010)

Novidades da Quinta Mendes Pereira

Aproveitando minha ida à SISAB 2010, fora as visitas, garimpos e descobertas  na feira, ainda tive o enorme prazer de sair para jantar com os amigos Raquel e Carlos da Quinta Mendes Pereira vinícola que vem se destacando no Dão, tendo já sido alvo de diversos comentários meus e muito recentemente foi destaque na Revista de Vinhos onde foi agraciada com o titulo de Melhores de 2009 da região. Vale a pena acompanhar esta outra matéria feita pela revista mostrando em detalhes esta vinícola que desponta na região e que tem sangue brasileiro tocando a obra.

É uma produtora que produz vinhos num estilo de que gosto; complexos, médio-corpo para encorpados, elegantes, ricos, de taninos aveludados e muito saborosos dando-nos enorme prazer de tomar. Tive a oportunidade de provar dois novos vinhos e rever um outro. Revi o Rosé de Touriga Nacional, que é realmente um vinho muito fresco e saboroso que convida à próxima taça, um ótimo aperitivo ou pode acompanhar lulas ou polvo à provençal ou até uma paella. O Escolha da Produtora 2006, tem tudo a ver com o nome escolhido,  mostrando-se um vinho muito fino de taninos macios e sedosos, absolutamente pronto mas que pode, e deve, evoluir mais ainda com mais uns dois anos de garrafa, um vinho feminino no seu jeito delicado e sutil de ser. Já o Reserva 2007, uma amostra  do que ainda será engarrafado e preparem-se, porque vem aí mais um estupendo vinho. Apesar de a Raquel me ter dito que este só será engarrafado e colocado no mercado a partir do ano que vem, é um caldo que já mostra grandes predicados e que, por mim, podia vir para o mercado já.

Não tomei notas nem fotografei deixando-me tomar pelo prazer de rever amigos e desfrutar de uma boa refeição tomando bons vinhos, mas cada vez que provo os caldos desta produtora, mais me enamoro por seus vinhos. Kanimambo amigos por um ótimo jantar e minhas desculpas por não ter podido retribuir nesta semana passada em função da forte gripe que me pegou e derrubou! Fico devendo e pago na próxima vinda de vocês a Sampa (rs).

Salute e kanimambo

Finalizando a Cobertura da SISAB 2010

Cheguei ao fim de mais uma viagem exploratória, desta feita em terras lusas, tendo navegado por três dias na  SISAB 2010 e por uma Lisboa que poucos conhecem. Uma Lisboa mais moderna nascida de uma grande área degradada, mostrando que onde há vontade há soluções, mesmo que tenha sido necessária a Expo 1998 para que isso tivesse ocorrido. Quem sabe, sempre há esperanças apesar dos sinais contrários, Rio 2016 não poderá ter o mesmo resultado?!

           Falemos, no entanto, dos últimos momentos deste importante e bem sucedido evento eno/agro-alimentar de promoção dos produtos portugueses da área. Certamente muita coisa interessante que deveria merecer mais importância e forte presença do empresariado brasileiro do setor já que somos berço para a maior colonia de imigrantes portugueses e seus descendentes . Por outro lado, fica o alerta aos órgãos promocionais portugueses e ao secretário de estado encarregado deste importante setor da economia portuguesa, para que se empenhem na derrubada das barreiras sanitárias impostas pelo governo brasileiro e que funcionam, na verdade, como artimanhas tarifárias para coibir as importações. Reclamações foram generalizadas tanto dos exportadores portugueses quanto dos importadores contatados aqui.  Tivessem as autoridades brasileiras “tamanho zelo” pelo doméstico, talvez não víssemos e vivenciássemos as aberrações que por cá  acontecem, mas enfim, isso é papo para um escalão bem mais alto e num outro espaço.

          ENOPORT  é um grupo que cresce em área produtiva, distribuição  e comercialização de vinhos pelo mundo e em Portugal onde, por exemplo, distribuem os excelentes Vinhos da Madeira Henrique & Henrique’s. O grupo nasce da união de diversas vinícolas como a Adega Camillo Alves, Caves Don Teodósio, Caves velhas, Caves Moura Bastos, Cavipor e Caves Acácio. Uma empresa jovem (2005),  porém com uma enorme experiência advinda de seus associados e marcas com história, algumas delas bem conhecidas entre nós como os vinhos verdes Moura Bastos, Cabeça de Toiro, Casaleiro, Cardeal e Vinhos do Porto Borges, todos um pouco mais populares na linha de entrada de gama. Agora chega, informação fresca, pelas mãos da Domno (do grupo Valduga e produtor em Garibaldi dos bons espumantes Ponto Nero) com uma série de novos rótulos inclusive os; Romeira, Devessa, Alma Grande e Magna Carta entre outros. Ainda procura um importador para sua linha topo de gama, Quintas. Para buscar uma melhor presença no mercado, estarão deslocando o Pedro Dias para residir por aqui e ajudar em seu processo de crescimento. Seja bem-vindo Pedro.

            Junto com seu enólogo chefe, Osvaldo Amado que fala com paixão sobre seus vinhos e seu trabalho, provei alguns vinhos à base da casta branca Arinto, tendo verificado as artes deste enólogo com esta cepa. Do básico, gostei bastante do Serradayres um vinho simples, mas bem feito, fácil de gostar e uma boa opção como aperitivo sem grandes compromissos. Já o Bucelas Arinto mostra-se bem mais evoluído com aromas de erva cidreira, lima que se comprova na boca com muito boa acidez, final saboroso e sedutor. O Quinta do Boição Arinto Old Vineyard 2008 engarrafado em 2009, elaborado com cepas de vinhedos com mais de 40 anos e uma produção de apenas 1.5 toneladas por hectare, é um capitulo à parte e um grande vinho branco de muita complexidade, frutas tropicais, lima, um vinho muito harmônico que respira elegância. Um bom espumante, o Bucelas Bruto Reserva de boa perlage, bem cítrico com uma delicada e saborosa entrada de boca.

         Para finalizar esta experiência com vinhos de Arinto, um estupendo Quinta do Boição Cuvée Extra Bruto 2006, um blend com cepas de parcelas diferentes com parte do lote passando por um curto período de barrica de meia tosta resultando num espumante complexo, fino, boa acidez cítrica com notas de fermento, padaria tudo bastante sutil num caldo de bom volume de boca que impressiona pela qualidade e fineza. Acho que é páreo para os mais afamados espumantes portugueses do momento. Como disse o Osvaldo, “busco fazer o mais “champagne” dos espumantes portugueses” e acho que encontrou o caminho. Muito saboroso também o vinho Quinta do Boição Licoroso elaborado com esta cepa, mostrando toda a sua verstilidade e riqueza. Um vinho que passa no minímo 3 anos em barricas de carvalho, nogueira e cerejeira com um teor de açucar residual na casa das 150 grs e uma boa acidez para lhe dar o necessáro equilibrio. Boca doce, sem exageros, em que aparece doce de laranja confitada e frutos secos numa composição bastante agradável. Uma aula prática sobre a Arinto!

              Bem, os melhores momentos estão todos nestes posts “SISAB 2010”,  tendo sido um privilégio ter podido participar deste evento agradecendo à direção pelo convite e apoio. Bobeei ao não ter dedicado um tempo para conhecer melhor as coisas dos Açores, seus vinhos e seus queijos, mas isso eu pretendo corrigir numa próxima oportunidade.  Achei legal uma releitura do famoso e tradicional Licor Beirão que era servido antes dos saborosos almoços servidos no local, elaborado com gelo, um pouco de limão maçerado, e uma dose do licor. Refrescante e gostoso! Fiquem com o slide show do evento, salute e kanimambo.

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Dicas da Semana

         Devagarinho e ainda meia boca, mas seguem algumas dicas que, por enquanto, mesclo com noticias que acho de interesse geral da nação enófila. Fevereiro já é devagar, carnaval então…….!!

Grande Prova de Vinhos Rosé – Viram a prova que o Marcelo Copello fez com 93 rótulos? Não? Então aqui vai um aperitivo dos primeiros dez:

Parece que estou começando a entender deste negócio! Os primeiros dois foram alvo de destaque em duas matérias aqui no blog. O Sciaccarellu, na verdade essa é a uva e o rótulo é Terranostra, do Emporio Sorio (Tilintar é o representante no Rio) que conheci e me seduziu durante a Expovinis do ano passado, época em que o destaquei como um dos Best in Show, aliá o Terrazas  é mais um dos vinhos destacados que valem a pena ser provados, eu gostei demais. Já o Protos comentei em Março no meu painel de Brancos e Rosés. Para ver o resultado geral acesse o site do Marcelo, Mar de Vinho.

Quinta Mendes Pereira – por falar em, “eu não disse” eis mais uma que me honra ter anunciado aos ventos em Fevereiro de 2009 quando ainda estavam na Lusitana de Vinhos e Azeites, mas sendo hoje representada pela Malbec do Brasil. Vinhos que certamente farão parte do portfólio da Vino & Sapore e que me seduziram no apagar das luzes do ano de 2008, apesar de já ter recomendado o Garrafeira antes disso. A Raquel merece todos os louvores pelo excelente trabalho que vem fazendo em sua Quinta no Dão e seu pai, olhando lá de cima, deve estar muito orgulhoso! Desta feita, um reconhecimento oficial de uma das mais importantes e representativas revistas de vinho de Portugal. Depois disso, dizer o quê?  Só tomando!

Promoções na Kylix – As importadoras estão detonando nas promoções de inicio de ano para ajuste de portfólio e limpeza de estoques velhos ou de pouco giro. Na Kylix, no entanto, o ritmo é o de sempre e afora esta promoção especial de vinhos italianos, há também chilenos com a linha dos vinhos da Los Vascos e um monte de bons rótulos (sem riscos) em promoção de Bota-fora. Vale conferir porque as ofertas do amigo Simon são sempre muito boas.

 

Vinhos do Mundo – está com algumas novidades em brancos refrescantes como mostra a imagem abaixo. Me assopraram no ouvido que existem diversos parceiros da importadora com promoção em cima destes rótulos, entre eles a Kylix. Dê uma ligada e confira!

Petit Chateaus – o Ricardo Bohn Gonçalves da Wine School promove mais um saboroso Wine Dinner, desta feita todo francês. A região de Bordeaux, na França, é conhecida pelos seus famosos vinhos e renomados Chateaux. Mas também, existem os Petit Chateaux, muitas vezes desconhecidos, que produzem ótimos vinhos em condições muito mais acessíveis. No tradicinal bistrô francês La Casserole um jantar com seis desses Chateaux. Abaixo o Menu dos pratos e vinhos servidos.

 Menu

Entrada

  • Terrine de coelho e saladinha verde acompanhada dos seguintes vinhos: Chateau de Mauves Graves 2006 / Chateau Les Tuilerries 2007 / Chateau Bel Air 2206.

 Prato Principal

  • Fraldinha grelhada, manteiga de ervas e rösti de mandioquinha acompanhada dos vinhos: Chateau Grand Moueys 2005 / Chateau de Lugagnac 2006 / Légende “R” 2006 Barons de Rothschild

 Sobremesa

  • Profiterolles de doce de leite caramelizado com amêndoas

Será dia 24 de fevereiro (4ªfeira) próximo às 20:30 e custará módicos R$140,00 por cabeça (preço incluindo jantar, vinhos, água, café e serviço. Para reservas e informações adicionais: tel: (011) 36.76.17.81 / 81.62.61.17 com Silvia.

Emporio Sorio – aquele que importa os deliciosos vinhos da Córsega, entre eles os rosés em destaque e alguns brancos divinos (gosto especialmente dos doces), está com uma promoção em cima dos seus já bons preços. Confira.

Salute e kanimambo

Desafio de Uvas Ícones – Quem Faturou?

           Talvez uma das mais enriquecedoras degustações que já realizamos. Um Desafio diferente que fez com que tomássemos consciências de nossas limitações e o quanto ainda temos para aprender. Aos amigos que compuseram a banca de degustadores que julgariam esta prova, lancei um desafio extra, descobrir qual a cepa de cada um desses vinhos servidos às cegas. Fácil? Então, você que pensa que já sabe tudo, experimente fazer um exercício semelhante e depois falamos. Passamos por dois processos, provar e analisar os vinhos e puxar por nossas memórias para tentar achar as tipicidades de aromas e sabores que compunham cada cepa na taça. Muito bom, mas por outro lado, também nos mostra o quanto isso é menos importante no vinho quando comparado ao todo, se tornando um “mero” detalhe do conjunto!

            Nosso principal objetivo, no entanto, é apurar os ganhadores da noite e, como sempre nestes desafios, algumas surpresas;  atletas de primeiro nível que não estão numa boa noite, outros menos cotados que se superam, momentos em que o vinho se assemelha à vida. Não existem verdades absolutas em nossa vinosfera e duas garrafas do mesmo vinho e safra, guardadas de forma igual e no mesmo local, podem evoluir de forma diferente então cada um destes Desafios vem carregado de indagações de como os vinhos se comportarão. Mais uma vez, um belo painel que tenho o privilégio de organizar com o apoio de um monte de gente que já destaquei em posts anteriores. Agora quero compartilhar a experiência., comentando um pouco sobre os vinhos conforme a ordem em que foram servidos, lembrando que notas e comentários são a média e coletânea do que colhi nas planinhas de degustação. Ao final listo o vinho preferido de cada degustador e a nota dada por ele.

Uvas Ícones 006Barbera Le Orme 2006 de Michele Chiarlo (Zahil) representando a Itália, com 88 pontos da Wine Spectator, é um vinho da região de Asti mostrando bem sua tipicidade com uma cor rubi, brilhante com bastante fruta vermelha ao nariz. Na boca é macio, sedoso e equilibrado, rico com um final muito fresco pedindo comida. Um vinho gastronômico, mas versátil que também se toma muito bem sozinho ou acompanhado de um bom prato de queijos e frios, sendo fácil de agradar desde os mais neófitos dos enófilos até aos mais tarimbados. Muita elegância num vinho que costumo denominar como amistoso e confirmou minha opinião anterior. Obteve a média de 85,73 pontos e custa R$79,00.

 

Uvas ìcones 001Touriga-Nacional Reserva 2005 da Quinta Mendes Pereira (Malbec do Brasil) representando Portugal, recebeu 16,5/20 pontos da Revista de Vinhos portuguesa, tendo-se mostrado á altura das expectativas. De nariz intenso, fruta confeitada e algo balsâmico com sutis nuances florais . Na boca apresentou-se com taninos firmes porém finos, harmônico, saboroso, complexo, acidez no ponto mostrando-se também bastante gastronômico (arroz de pato?) com um final de boa persistência. Um belo vinho que alcançou a pontuação média de 86,36 e custará, assim que chegar, por volta de R$90,00.

 

Uvas Ícones 010Zinfandel Pezzy King 2005 (Wine Lover’s) o competidor mais difícil de conseguir já que quem tinha não quis participar e quem queria não tinha o rótulo disponível. Ao falar com a Giselda, por indicação do amigo Álvaro, no entanto, a coisa mudou de figura. Não são muito os rótulos disponíveis no Brasil e, consequentemente, não são sabores a que estejamos acostumados. Este possuía uma paleta olfativa muito intensa e convidativa onde se destacavam toques de licor de cereja, fruta em compota e amoras. Na boca segue intenso, de bom volume de boca, taninos maduros e sedosos, harmônico com um final algo adocicado com coco e chocolate perfeitamente balanceado por uma acidez correta que deixa um retrogosto de quero mais. Belo Vinho que obteve a média de 88,91 e custa R$110,00. Tem uma história de que cliente VIP tem 20% de desconto, então vale conferir no site deles.

 

Uvas Ícones 005Tempranillo Sierra Cantabria Crianza 2004 (Peninsula) foi o desafiante espanhol que veio com um senhor retrospecto, o de ter obtido 90 pontos da Wine Spectator e ficando entre os top 100 de 2008 dessa conceituada revista. Acho que os 40 minutos de decantação foram pouco para este renomado vinho que se apresentou fechado, nariz tímido em que aparecem aromas de fruta vermelha fresca (ameixa) e algum tostado. Na boca segue fechado, algo austero, taninos ainda jovens e firmes ‘pegando” um pouco, acidez muito boa que convida a comer e pede um prato com “sustança”. Final de boca mostra um certo desiquilibrio, coisa que um tempo mais em garrafa, ou o dobro do tempo em decanter, devem harmonizar mostrando todo o potencial do caldo. Obteve uma média de 83,41 pontos e custa ao redor de R$109,00. Um vinho que necessita de uma segunda visita!

 

Uvas Ícones 007Carmenére Ochotierras Gran Reserva 2005 (Brasart), o representante Chileno desta cepa que possue amantes e ferrenhos opositores. Eu não sou fã, mas gosto de alguns rótulos, entre eles este. Vinho pronto não devendo melhorar mais do que já está. Nariz balsâmico com nuances vegetais e alguma especiaria. No palato apresenta-se redondo, macio, equilibrado com taninos sedosos, boa acidez e estrutura mostrando-se muito elegante e saboroso. Obteve a média de 84,68 pontos e custa em torno de R$90,00.

 

Uvas Ícones 012Pinotage Morkell PK 2004 (D’Olivino), o desafiante sul africano desta cepa que também é pouco conhecida por aqui com muita coisa bastante rústica e barata (existem exceções) e caldos como este, com muita qualidade, um vinho que enobrece a casta. Classificado por alguns membros da banca como, misterioso e intrigante, mostra no olfato aromas complexos em que aparecem com maior destaque cacau e frutas secas, com boa evolução em taça. Na boca é harmônico, boa estrutura, denso e rico de sabores com um final muito agradável com toques de especiarias. Vinho para tomar com calma e mais uma boa participação dos vinhos desta importadora. Obteve a média de 87,73 pontod e custa ao redor de R$120,00.

 

Uvas Ícones 015Pomar Reserva 2006, o nosso vinho surpresa da noite, e que surpresa! Da Venezuela, Bodegas Pomar, região de Lara a 480mts de altitude vem este saboroso corte de 60% Petit Verdot, 23% Syrah e o restante de Tempranillo, um assemblage diferente e criativo que surpreendeu a todos tendo sido escolhido por um dos membros da banca, como o melhor vinho da noite. Como vinho surpresa, posso introduzir qualquer coisa no painel, então a escolha por um vinho que não fosse varietal, mas que trazia consigo uma enorme dose de exotismo. Por ser um corte foi fácilmente identificado pela maioria, porém a sua origem deixou a todos perplexos. Fruta madura, ervas e alguma especiaria compõem uma paleta olfativa muito agradável que convida levar a taça à boca onde se mostra muito equilibrado, elegante, complexo com boa evolução em taça, taninos aveludados e muito gostoso. Um conjunto sem arestas que obteve o reconhecimento de quase todos, houve uma única nota mais baixa, que resultou numa média de 86,45 pontos e não está disponível para venda.

 

Uvas Ícones 018Pinot Noir J. Cacheux Bourgogne Les Champs D’Argent 2006 (Decanter), nosso desafiante  francês e talvez o vinho mais fácil de identificar pois já no exame visual se mostrava com toda a sua tipicidade com uma cor rubi clara, brilhante, quase clarete. Nos aromas muita sutileza com a presença de frutos do bosque como morangos e framboesas assim como leves nuances florais. Na boca, taninos finos e sedosos ainda bem presentes, rico e complexo mostrando nuances de salumeria, um vinho sedutor como são a maioria dos bons Pinots, em especial os da Bourgogne. Obteve a média de 86,45 pontos e custa ao redor de R$119,00.

 

Uvas Ícones 008Shiraz Bridgewater Mill de Adelaide Hills 2005 (Wine Society), o representante da Austrália onde essa cepa virou rainha. De boa tipicidade, nariz discreto mostrando alguma fruta vermelha e especiarias. Na boca aparece uma madeira mais presente, porém sem subjugar o caldo, e álcool um pouco saliente sem ofuscar um conjunto muito agradável, de bom corpo, taninos presentes, aveludado e macio, acidez moderada, elegante com um final bem saboroso que satisfaz e nos faz pedir mais. Obteve 86,91 pontos e custa ao redor de R$87,00.

 

Uvas Ícones 017Malbec Rutini 2006 (Zahil), o nobre desafiante desta cepa que já virou sinônimo de Argentina, mesmo sendo francesa (como a maioria), mas que vem crescendo também no Chile e até aqui no Brasil já começam a aparecer alguns exemplares. Rubi violáceo, bem típico da casta, apresenta um perfil aromático composto de frutas escuras, algo vegetal e nuances florais que despistaram muitos da banca. De boa estrutura, no palato é suave, com taninos finos e sedosos, elegante, equilibrado com um final muito agradável e levemente frutado mostrando boa persistência. Um Malbec algo diferenciado que obteve 85,59 pontos e custa R$119,00.

 

Uvas Ícones 009Merlot Valduga Storia 2005 (Portal dos Vinhos), uma cepa que já se tornou símbolo da Serra Gaúcha. Eu que adoro este vinho, não o dentifiquei em função de uma intensidade aromática muito além do que tinha experimentado em vezes anteriores. A forte presença de café tostado, moka, que impacta a primeira “fungada” mostra a forte presença de madeira e a necessidade de um período maior de decantação para que o vinho encontre seu melhor equilíbrio olfativo quando aparece um pouco mais os aromas frutados com nuances florais. Na boca, alguma fruta negra, leve toque químico, untuoso, rico e complexo com um final algo tânico com retrogosto que nos lembra caramelo e muito boa persistência. Obteve uma média de 88,14 pontos e custa algo ao redor de R$110, porém devido à raridade, já se houve falar de R$130 e mais!

 

Uvas Ícones 014Tannat Abraxas 2002 (Dominio Cassis), rótulo premium do produtor, do qual somente 600 garrafas foram produzidas numa região diferente das tradionais áreas produtivas no Uruguai, em Rocha. Mais um dos vinhos que mostraram bem o que são, muita tipicidade num tannat de prima que ainda se apresenta fechado com taninos ainda bem presentes e firmes, porém sem qualquer agressividade, mostrando que ainda tem muito anos de vida e avolução pela frente. Nos aromas, algo herbáceo com nuances frutadas ainda tímidas que evoluem na taça. Na taça é uma explosão de sabores, rico e complexo com alguma madeira ainda por integrar, mas sutil, dando suporte a um conjunto gordo e harmonioso que enche a boca de prazer e ainda promete mais para daqui a alguns anos. As garrafas rareiam por aí, eu ainda tenho uma, e acredito que em 2012 estaremos perante um verdadeiro néctar. Obteve 86,77 pontos e custa por volta de R$105,00.

 

              Apurados os resultados, o grande campeão da noite, o Melhor Vinho foi o Pezzy King Zinfandel (atropelando por fora). Pelos pontos obtidos e bom preço, a Melhor Relação Custo x Beneficio ficou com o Barbera D’Asti Le Orme e o vinho considerado como a Melhor Compra, o Bridgewater Mill Shiraz. Na segunda colocação no rol dos Melhores Vinhos da noite, o nosso Valduga Storia Merlot, seguido do Morkell PK Pinotage, do Bridgewater Mill Shiraz e completando o podio, o Abraxas Tannat 2002. O nosso vinho surpresa vindo da Venezuela direto para este Desafio de Vinhos na Zahil, obteve um honroso oitavo lugar entre vinhos e países produtores já consagrados mundialmente. Mas quais foram os vinhos preferidos de cada membro da banca de degustadores? Pois bem, para matar a curiosidade dos amigos, aqui está:

  • Emilio Santoro – Pezzy King Zinfandel – 89 pontos
  • Marcel Proença – Pezzy King Zinfandel – 93 pontos
  • José Luiz Pagliari – Morkell PK Pinotage – 91 pontos
  • Francisco Stredel – Pezzy King Zinfandel – 93 pontos
  • Evandro Silva – Bridgewater Mill Shiraz – 90 pontos
  • Ralph Shaffa – Storia Merlot – 91 pontos
  • Ricardo Tomasi – Storia Merlot – 91 pontos
  • Cristiano Orlandi – Rutini Malbec – 93 pontos
  • Fabio Gimenes – Pomar Reserva – 92 pontos
  • José Roberto Pedreira – Pezzy Kink Zinfandel – 92 pontos
  • Simon Knittel – Storia Merlot – 88,5 pontos
  • João Filipe Clemente – Pezzy King Zinfandel – 89 pontos

       È isso gente, mais um Desafio de Vinhos terminado e mais um monte de lições a serem devidamente registradas. Por falar nisso, já ia-me esquecendo, quem acertou mais rótulos/cepas? O amigo Marcel da Assemblage Vinhos, com nove cepas identificadas tendo sido premiado pelos amigos da Zahil com uma garrafa do saboroso e recém chegado Barbera d’Asti I Cipressi Della Court de Michele Chiarlo. Vosso humilde servo aqui ficou nas cinco! Como disse, muito que aprender, um “pequeno gafanhoto’ em nossa vinosfera, na busca de conhecimento.

UFA, terminei! Salute e kanimambo, curtam o slide show abaixo e seguimos nos encontrando por aqui.

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Desvendando o Desafio de Uvas Ícones

Zahil - Loja 300  Em Setembro, o Desafio de Vinhos teve como temas as Uvas Ícones de cada país. Difícil determinar qual a uva ícone italiana ou francesa, mas optei pela Pinot Noir por ser a principal casta vinificada em varietal, e na Itália optei pela Barbera por uma questão de disponibilidade, mas poderia ter sido Sangiovese, Nebbiolo, etc.. De qualquer forma, reuni nesta prova de vinhos ás cegas, um total de onze vinhos representando onze países e uma surpresa, um rótulo para dar nó na cabeça de todos os participantes da banca de degustação. Como sempre, já tradição neste tipo de prova, interessantes surpresas no evento realizado com o apoio da Zahil, onde a degustação ocorreu, e das demais importadoras e produtores que enviaram seus representantes para mais este embate. Sem este apoio todo seria impossível realizar estes Desafios, razão pela qual inicio meus posts sobre os resultados com este agradecimento. É o mínimo que posso fazer pelo apoio e confiança depositados neste trabalho de garimpo, de mostrar através destes eventos que há vida, e muito boa vida, abaixo de R$100,00 e quem nem sempre o melhor vinho é o mais caro. Insisto na tese de que nome, origem e camisa não ganham título, mas sim performance o que, no nosso caso, significa o caldo na taça e na boca, o resto é marketing.

            Colaboraram, enviando seus Desafiantes, os já costumeiros parceiros como Decanter, Zahil, D’Olivino, Peninsula e Wine Society, os amigos da Brasart, Dominio Cassis e Portal dos Vinhos com o Emilio nos cedendo o que já se tornou uma raridade, o Valduga Storia 2005, assim como o produtor, Quinta Mendes Pereira e, “last but not least”, um novato nestas degustações, a Wine Lover´s, uma importadora nova especializada em rótulos americanos que, no apagar das luzes, nos cedeu um Zinfandel. Como já comentei, a degustação foi realizada às cegas e os vinhos foram todos decantados por cerca de 40 minutos e retornados às garrafas e adega climatizada de onde saíram para serviço devidamente envolvidas em papel alumínio e numeradas de forma aleatória.

             Para escolher o Melhor Vinho, melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, uma banca composta de 14 pessoas: Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) / Zé Roberto Pedreira e  Fábio Gimenes (Confraria de Embu) / Simon Knittel (Kylix) / Ralph Schaffa (Restauranteur) / nosso convidado especial José Luiz Pagliari (Colunista e pesquisador) / Dr. Luis Fernando Leite de Barros (Enófilo) / Ricardo Tomasi (Sommelier/Specialitá) / Marcel Proença (Assemblage Vinhos) / Bernardo Silveira (Sommelier da Zahil) / Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos) / Francisco Stredel e Evandro Silva (Confraria 2 Panas) e eu. Dos 13, desconsideramos o Bernardo por uma questão ética, mesmo considerando-se que a prova foi às cegas, com notas em ficha de avaliação padrão ABS sendo a mais alta e a mais baixa eliminadas e o restante somado e dividido por 11 dando-nos o resultado de pontuação e ganhador, o Melhor Vinho do Desafio. Você arrisca chutar quem foi o ganhador?

Uvas Ícones 002

             O Melhor Custo x Beneficio que sempre foi eleito pelos degustadores presentes, desta feita virou uma equação matemática sendo apurado através da divisão pura e simples da nota obtida pelo preço. Para a Melhor Compra, foi mantida a regra, sendo apontada por voto direto. Quem serão os ganhadores? Isto veremos amanhã, porém já antecipo o vinho surpresa que, tivesse sido servido com rótulo aberto, certamente teria notas bem menores que as recebidas e muito provavelmente teria comentários pejorativos só por sua origem o que me leva a reforçar a necessidade de arquivar todos os eventuais preconceitos que possamos ter ao levar uma taça à boca. O vinho, que acabou surpreendendo a todos e obtido boas notas como veremos amanhã, foi nada mais nada menos que um Pomar Reserva 2006 da região de Lara na, na, na… ……. Venezuela! Veja mais sobre este vinho trazido pelo confrade Francisco, que é venezuelano e um amante do vinho, gracias viejo, amanhã.

           Mas estes desafios não servem somente para provar os vinhos do Desafio, garimpar novos rótulos e mostrar que existe vida em nossa vinosfera sem ter que gastar muito, nestes casos limitados a R$120,00 preferencialmente em torno de R$100. Serve também para provarmos novos espumantes disponíveis no mercado que são tomados na Desafio Uvas Ícones - Zahil 006recepção dos degustadores com o objetico de prepararmos as papilas gustativas para o que vem a seguir. Temos, com isso, tido o privilégio de tomar diversos espumantes de boa qualidade e muito saborosos. Desta feita, o amigo Bernardo (Zahil) nos apresentou um espumante argentino elaborado pelo método tradicional com um corte de Chardonnay e Pinot Noir, que foi muito bem comentado pelos membros da banca, o El Portillo Brut das Bodegas Salentein, importação e distribuição exclusiva desta simpática importadora que possui um excelente portfólio com preços bastante convidativos. Bastante aromático com forte presença de frutos tropicais convidando a beber, na boca apresenta bom volume, bom frescor, com uma acidez não muito comum aos espumantes argentinos, balanceado com um final algo cítrico e um sutil toque de leveduras muito sedutor. Perlage bastante abundante, fina e de boa persistência. Uma grata e agradável surpresa que merece ser conferida pelos amigos leitores e que espero faça bonito em uma degustação às cegas de espumantes que estou tentando orquestrar para o mês de Novembro.

Salute, kanimambo e amanhã veja os resultados e comentários apurados.

Desafio de Vinhos – Uvas Ícones

        O Desafio de Vinhos deste mês é no mínimo “sui generis”. Cada país baseia sua imagem mercadológica em cima de alguns parâmetros, entre eles a escolha de uma uva especifica que simbolize os vinhos dessa terra. Foi atrás dessas uvas que saí neste novo Desafio. Do ponto de vista técnico é inviável comparar bananas com maçãs e abacaxis, todavia acredito que qualquer um de nós tem a capacidade de analisar dentre elas, quais as que gosta mais, no sentido de percepção sensitiva, e o que lhe dá maior prazer. Logicamente que uma maçã tem que ter gosto de maçã assim como o abacaxi terá que apresentar suas próprias características, isso é essencial, mas a partir daí vem outra etapa que é a subjetividade sensorial de cada um. O principal objetivo deste Desafio será avaliar se o vinho de determinada uva apresenta as características básicas dessa cepa assim como a qualidade do vinho e sua capacidade de nos encantar com seus aromas e sabores. Qual será o vinho que mais encantará a banca de degustadores nessa noite?

          Acredito que será mais um interessante exercício que, posteriormente, compartilharei com os amigos tanto aqui como na coluna mensal do Jornal Planeta Morumbi e Planeta Oceano de Niterói. Por enquanto, fiquemos com a lista dos Desafiantes da noite aos títulos de; Melhor Vinho, Melhor Relação Custo x Beneficio e Melhor Compra em evento a ser realizado nas bonitas e aconchegantes instalações da loja da Importadora Zahil.

Clipboard Zahil

         Eis a lista dessas Uvas Ícones dos 11 países escolhidos, cepas que claramente indicam o país de origem, não necessariamente as que originam seus melhores vinhos, com rótulos em torno de R$100, tendo como limite máximo o valor de R$120,00.

  • Malbec – Argentina – Rutini Malbec 2006 – Importado pela Zahil com preço ao redor de R$119,00, é um vinho muito bem avaliado pela Wine Spectator que, entra ano/sai ano, lhe confere notas entre 89 e 91 pontos. Nesta linha de produtos da Bodega, é seu principal rótulo e um dos mais vendidos. Nunca tive a oportunidade de provar este vinho, conheço diversos outros rótulos deles que me seduziram, então estou bastante ansioso para o conhecer.
  • Tannat – Uruguai – Abraxas 2002 – Importado pela  Dominio Cassis com preço ao redor de R$105,00. A Dominio Cassis produz este vinho no “departamento de Rocha”, ao norte de Punta Del Este e a 10kms do Atlântico, uma região produtora menos conhecida e quando provei este rótulo pela primeira vez, há cerca de uns 18 meses, me encantei pelo vinho e por seu potencial de evolução que iremos conferir agora. Do pouco que se produziu, poucas garrafas restaram, mas acho que estaremos frente a frente com um grande vinho. Publiquei post sobre esta vínicola e os vinhos degustados, em Fevereiro de 2008, se quiser rever, clique aqui.
  • Carmenére – Chile – Ochotierras Gran Reserva 2005 – Importado pela Brasart com preço ao redor de R$90,00. Não sou fã desta cepa, mas ocasionalmente me deparo com alguns bons rótulos. Destes, o Ochotierras foi um dos que mais me seduziu e fiz questão que o amigo Fernando participasse com este rótulo que é de sua importação exclusiva.
  • Pinot Noir – França – J. Cacheux Bourgogne Les Champs D’Argent 2006 – Importado pela Decanter com preço ao redor de R$117,00. Produtor com apenas 5 hectares em Vosne Romanée, Echézaux e Nuits-saint-George , produz vinhos com um estilo rico, macio e elegante sendo umas das estrelas em ascensão na região. Este é seu vinho de entrada, impossível obter Pinots outros nesta faixa de preços, que esperamos possa mostrar toda a tipicidade desta grande cepa e região.
  • Zinfandel – EUA – Pezzi King Sonoma County 2005 – Importado pela Wine Lover’s, uma nova importadora especializada em vinhos americanos, com preço ao redor de R$110,00. De acordo com os importadores, um vinho de lamber os beiços mostrando bem a tipicidade dos bons Zinfandel da região de Sonoma County famosa por produzir alguns dos melhores exemplares desta cepa nos Estados Unidos. Ansioso por provar!
  • Pinotage – África do Sul – Morkell PK 2004 – importadora D’Olivino – preço ao redor de R$120,00 e uma cepa difícil de ser trabalhada com poucos rótulos que possam ser considerados grandes. Os grandes vinhos sul africanos vêm sendo os Syrah, tanto em varietal como em corte, mas existem vinhos Pinotage de categoria sim, e este da Bellevue Estates, um dos pioneiros a trabalhar com esta cepa em varietal, foi sugestão de um dos membros de nossa banca degustadora, o Emilio Santoro. De acordo com ele, um vinho para mudar a percepção de quem não aprecia vinhos elaborados com esta cepa.
  • Touriga Nacional – Portugal – Quinta Mendes Pereira Reserva 2005 – Importador Malbec do Brasil – Preço ao redor de R$90,00 e um velho conhecido meu sobre o qual falei faz poucos dias, tendo finalizado o nosso Desafio de Vinhos Portugueses com fidalguia. Foi a própria produtora (Raquel Mendes Pereira) conjuntamente com seus familiares aqui em São Paulo que fizeram questão de atender a meu pedido, entregando-me esta garrafa para mais um Desafio. No de Portugal participaram com o Garrafeira. Este Touriga Nacional obteve 16,5/20 pontos da Revista de Vinhos em Portugal.
  • Shiraz – Austrália – Bridge Water Mill Shiraz 2005 (Adelaide Hills) – Importador Wine Society – Preço de R$87,00 e um rótulo muito elogiado pela imprensa australiana tendo a safra de 2005 sido considerada a melhor já produzida. Vejamos como se comporta neste embate.
  • Barbera – Itália – Barbera d’Asti  “Le Orme” 2006 – Importadora Zahil – Preço de R$79,00, um Best Value da Wine Spectator  com 88 pontos, um dos representantes indicados pelo Bernardo para esta contenda. Já tomei o ano passado, e foi um vinho que me agradou muitíssimo, porém estava acompanhado de comida. Vamos ver como se comporta solo e numa degustação às cegas.
  • Merlot – Brasil – Storia Valduga 2005 – Preço, quando se acha, ao redor de R$110,00, um vinho que virou ícone da vinícola e reconhecidamente um dos grandes vinhos da atualidade no Brasil. Aqui mesmo neste blog, já faturou o Desafio de Merlot contra uma série de desafiantes de peso, obteve também a vitória numa degustação da Freetime com Merlots brasileiros tendo se tornado objeto de desejo de muitos. É hoje uma raridade no mercado e quem o tem está cobrando uma bela grana por garrafa, não fosse a contribuição do Emilio Santoro da Portal dos Vinhos e certamente não estaria aqui.
  • Tempranillo – Espanha – Sierra Cantabria Crianza 2004 – importador Peninsula – preço ao redor de R$109,00 e um vinho muito confiável que obteve 90 pontos da Wine Spectator tendo ficado entre os top 100 da lista da revista no ano passado. Boa concentração, porém mantendo as características riojanas que fizeram fama da região mundo afora. Certamente um digno representante desta importante casta espanhola.

Como décimo-segundo vinho, uma rótulo surpresa e muito pouco habitual. Um verdadeiro enigma a ser desvendado por uma seleta banca de degustadores que desta feita será ainda mais abrilhantada pela presença de Bernardo Silveira, sommelier da Zahil, e do respeitado pesquisador enófilo e colunista José Luiz Pagliari, pessoa que aprendi a respeitar muito neste pouco de tempo de estrada e que, como o Saul, é um verdadeiro gentleman e profundo conhecedor. Os outros componentes da banca são os experientes enófilos e profissionais do ramo, já costumeiramente presentes a estes Desafios; Ralph Schaffa (restauranteur); Simon Knittel (Kylix); Emilio Santoro (Portal dos Vinhos); Marcel Proença (Assemblage Vinhos); Ricardo Tomasi (sommelier/Specialità); Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos); Francisco Stredel e Evandro Silva (Confraria “Dos Panas”); Fábio Gimenes e José Roberto Pedreira (Confraria de Embu); Dr. Luis Fernando Leite de Barros (enófilo) e eu.

             Como sempre, a degustação será realizada ás cegas e sem ordem de serviço, passando todos os vinhos por um período de decantação antes de voltarem à adega para que voltem à temperatura adequada de serviço. Como é usual nos casos em que o Desafio é realizado nas dependências de uma loja ou importadora, o anfitrião tem o direito de nomear dois desafiantes, o que a Zahil fez. Desta feita estou mais ansioso que o normal, quem será o ganhador?

Salute e kanimambo

Loureiro e Touriga Nacional, um Grande Final!

               Falei do Desafio de Vinhos Portugueses e publiquei os resultados, com aquele espetacular desempenho da Herdade do Pinheiro Reserva 2003, mas não falei do jantar de confraternização que tradicionalmente realizo com os amigos presentes à degustação. Dois belos vinhos, um dos quais estará participando deste próximo Desafio de Vinhos de Uvas Ícones a ser realizado ainda este mês, e pratos bem gostosos.

murosantigos-2007Iniciamos o jantar, após a maratona de 14 vinhos, nos deliciando com o Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter), uma das melhores relações custo x beneficio de vinhos brancos hoje disponíveis no mercado. É elaborado pelo mago Anselmo Mendes que entende como poucos os mistérios dos vinhos verdes, mas não só. A uva Loureiro tem como característica, gerar vinhos muito frescos, por sua ótima acidez, e aromáticos. São ótima companhia para pratos de frutos do mar e gosto muito de harmonizá-lo com caldeirada de lulas. Desta feita, este delicioso Muros Antigos, de aromas sutis com nuances de flor de laranjeira, muito cítrico, balanceado, fino, saboroso que nos seduz facilmente enquanto nos acaricia o palato com um toque mineral de boa persistência,bolinho-bacalhau acompanhou uma entrada de bolinhos de bacalhau e azeite. Uma nota especial aos bolinhos de bacalhau, uma especialidade dos amigos Paulo e Filomena Martins, show de bola!

Como prato principal, um delicioso risoto de pato, uma especialidade da cozinha do amigo Simon da Kylix, que estava muito delicado e gostoso. O vinho, um Touriga Nacional Reserva 2005 da Quinta Mendes Pereira que decantou por uma hora e estava estupendo, apesar de não ter se adequado muito bem ao prato por ser um vinho de um corpo bem superior ao quinta-mendes-pereirarisoto. Nada que, a esta altura do campeonato, afetasse nossa percepção de satisfação, até porque a ótima acidez gerando um certo frescor, fruta vibrante, volume de boca e riqueza de sabores, grande equilíbrio e taninos aveludados do vinho, compensavam qualquer coisa.  Estou muito curioso para ver este vinho no embate de Uvas Ícones, pois já o havia provado antes e senti que ele evoluiu muito bem nestes últimos oito para dez meses. Um belo vinho que agradou sobremaneira a todos, uma ótima forma de finalizar este encontro. Por outro lado, a harmonização maior já estava criada; bons vinhos, bons pratos e bons amigos, o resto, bem, o resto vira perfumaria.

           Os papos de anjo e o cafezinho, aliás, vários, fizeram o complemento de uma noite muito agradável repleta de gostosos sabores e, mais que tudo, gente amiga. Mais uma vez meus agradecimentos especiais à Kylix. O Simon e sua equipe nos receberam muito bem e, o ambiente, simpatia e diversidade de produtos nesta bonita loja, são realmente um colírio para os olhos.

         Salute, kanimambo e aguardem o Desafio de Uvas Ícones que desta feita será realizado nas agradáveis e simpáticas instalações da Zahil nosso anfitrião deste mês de Setembro. As fotos, afanei do blog do amigo Alexandre (Diario de Baco) membro titular da banca de degustação destes Desafios, as minhas estavam muito ruins!

Desafio de Vinhos Portugueses: e o vencedor é?

           Ufa, finalmente chegamos ao resultado deste Desafio de Vinhos que apresentou uma diversidade de vinhos e regiões bastante interessante. Foi um exagero de rótulos o que torna a degustação mais complexa, porém é interessante verificar que os últimos não foram prejudicados nas notas, ou seja, mesmo com tanto vinho o pessoal conseguiu segurar esse rojão.

         Como sempre, começo os comentários dos vinhos com suas respectivas notas conforme a ordem de serviço, uma coletânea de todas as fichas preenchidas pelos degustadores que compuseram a banca deste desafio  e finalizarei com os resultados apurados. São 14 vinhos então, tenha paciência, este seu amigo prolixo tentará ser um pouco mais conciso desta vez.

Desafio Portugal 032Callabriga Douro 2004 (Zahil), produzido pelo gigante Sogrape com interesses também na Argentina e Nova Zelândia entre outros locais. De cor rubi, translúcido, parecia um Pinot na cor, sem grande concentração. Aromas sutis em que aprecem frutos negros frescos, algo herbáceo com toques florais. Na boca é sedutor, delicado, corpo médio, taninos finos, equilibrado e fácil de tomar e gostar mostrando boa persistência. Obteve 87 pontos da Wine Spectator (WS) por sinal semelhante à nota que lhe dei, mas a média obtida nesta prova foi de 85,67 pontos, custa R$93,00.

Desafio Portugal 017Quinta da Chocapalha 2005 (Vinci), da CVR Lisboa (ex-Estremadura) vinho de qualidade, internacionalmente reconhecida tendo obtido WS89 e RP88 com sua safra de 2004, mas que nesta noite não se houve bem. Fechado, apresenta uma paleta olfativa complexa com fruta madura, chocolate e madeira bem equacionada. Na boca mostrou-se robusto e algo duro, taninos ainda firmes, boa acidez e algum desequilíbrio harmônico com um leve amargor de final de boca. Novo, precisa de mais tempo em garrafa, ou de decanter, para mostrar todo o seu potencial. Obteve uma nota média de 82,28 pontos e custa por volta de R$90,00.

Desafio Portugal 031Altano Reserva 2006 (Mistral),  um vinho do Douro que dispensa apresentações produzido pela família Symington, um grupo que reúne diversas vinícolas na região.  Algo terroso, hortelã e fruta vermelha com toques florais mostrando uma paleta olfativa de boa complexidade. No palato, taninos doces, finos ainda relativamente firmes, fruta compotada, boa acidez e estrutura, equilibrado, com um final lembrando café e caramelo de boa persistência. WS88, porém neste embate obteve a média de 85,72 pontos, custa por volta de R$93,00.

Desafio Portugal 022Esporão Reserva 2006 (Qualimpor), mais um vinho que dispensa apresentações, produzido pela Herdade do Esporão no Alentejo (CVR Alentejo). O da safra de 2005 obteve 89 pontos da Wine Spectator. Muito frutado e especiado, uma paleta olfativa intrigante e de boa intensidade que convida a levar a taça à boca. Na boca é rico, sedoso e macio, frutado, boa estrutura, equilibrado, médio corpo. Um belo e saboroso vinho que pede comida e possui muito boa persistência. Obteve a média de 88,06 pontos, custa em torno dos R$89,00.

Desafio Portugal 018Quinta de Cabriz Reserva 2005 (Winebrands), produzido pela Dão Sul, é um vinho muito agradável e sedutor que teve 89 pontos na Wine Spectator. No Nariz, presença de couro, especiarias e algo de baunilha advindo da madeira ainda por se integrar totalmente e bem balanceada. Na boca é muito harmônico, taninos aveludados ainda presentes, rico, com um final de boca longo que invoca chocolate. Obteve a média de 85.11 pontos e possui uma ótima relação Qualidade x Preço x Satisfação devido a seu bom preço, em torno de R$65,00.

Desafio Portugal 034Reguengos Garrafeira dos Sócios 2002, (Vinho Seleto 011.3815-5577 ) um vinho alentejano (CVR Alentejo) diferenciado feito á moda antiga com menos álcool, menos fruta intensa, menos taninos, menos novos tempos e novo mundo. Talvez por tudo isso, não tenha se dado tão bem neste embate, mesmo reconhecendo que esta safra está bem inferior à de 2001. O nariz é doce, lembrando frutas doces (assadas) e algo herbáceo com toques de baunilha tudo bem sutil. Cresce bastante em boca onde o vinho ganha corpo, taninos aveludados bem integrados, denso sem perder a elegância , mas faltou-lhe a riqueza de sabores, equilibrio e pujança que lhe são peculiares. A safra não ajudou, mas fica a pergunta, será que a garrafa não tinha algum problema? Não me pareceu . Será que foi somente mal compreendido? Muito diferente do que conheço e nota média de 82,83 pontos e o preço está ao redor de R$80,00.

Herdade ReservaHerdade do Pinheiro Reserva 2003, (Beirão da Serra) um vinho pouco conhecido em terras brasílis, exceção feita ao Rio de Janeiro. É um pequeno produtor alentejano (CVR Alentejo) que possui um belo portfólio em que se destaca este Reserva. Cor granada com halo atijolado já mostrando sua idade, uma paleta olfativa de boa intensidade e atraente com frutas maduras aparentes, mineral, leve amadeirado que lhe confere uma certa complexidade. Na boca é vibrante de ponta a ponta, complexo, muito rico, saboroso, uma acidez muito boa que nos deixa a boca salivando e pedindo comida. Taninos finos, elegantes e macios perfeitamente integrados num corpo médio de ótima textura, harmônico com um final muito longo, gostoso e um retrogosto que sugere uva passa. O Vinho que incendiou a prova e provocou suspiros na grande maioria que lhe deram adjetivos como; fantástico, excelente, encantador entre outros de menor expressão. Um vinho sem arestas que obteve nota média de 92,11 pontos e custa em torno de R$75,00.

Desafio Portugal 033Falcoaria DOC 2004, (D’Olivino) o representante da CVR Tejo (ex-Ribatejo), um vinho robusto de cor rubi intenso, quase retinto, mostrando-se ainda bem fechado. Nariz não muito aromático, fruta sutil com maior ênfase em aromas animais (couro)e algo terroso. Cresce em boca, porém sem despertar grandes encantamentos, mostrando-se um pouco rústico de taninos firmes, mas bastante rico em sabores que demonstram uma certa complexidade. Um vinho interessante e diferente que acredito cresceria muito se acompanhado de um bom cabrito assado da região. Obteve a média de 83,94 pontos e custa em torno de R$74,00.

Terras do PóTerras do Pó Reserva 2004, (Lusitana de Vinhos & Azeites) o único varietal presente à prova elaborado com 100% de castelão uma cepa difícil de ser trabalhada solo, dando-se, tradicionalmente, melhor em cortes. Elaborado pela casa Ermelinda Freitas, um dos bons produtores da região de Terras do Sado (CVR Setúbal), famosa por trabalhar muito bem esta cepa. Aromas animais, na boca é potente mostrando alguma sobra de álcool, macio denso com uma característica diferente de evolução na taça quando, após um tempo, começa a apresentar aromas de mostarda. Nota média obtida 82,94 pontos e custa ao redor de R$72,00.

Desafio Portugal 035Aveleda Follies 2004, (Interfood) um Bairrada diferente que não possui baga em sua composição, mas sim Touriga nacional e Cabernet Sauvignon que obteve 85 pontos da Wine Spectator. É um vinho de aromas vivos de fruta vermelha (ameixa), cativante, com boa e saborosa entrada de boca. Redondo, fácil de se gostar, corpo médio com bom voluma de boca, expressivo, talvez um pouco mais updated do que os demais num estilo mais novo mundo mostrando´se equilibrado com teores de álcool civilizados. Um vinho bastante apreciado que obteve uma média de 85,67 pontos e custa ao redor de R$72,00.

CeirósCeirós Reserva 1998, (BR Bebidas/Vinhos do Douro), o vinho mais antigo da prova sendo elaborado no Douro pela Quinta do Bucheiro, ainda surpreendentemente vivo, pleno de frescor e complexidade mostrando-se em prefeito equilíbrio apesar da idade. Do nariz à boca, mostrou uma personalidade muito própria, boa persistência, corpo médio, algo resinoso e especiado. Muito apetecível, corpo médio, boa acidez que o faz um vinho muito gastronômico e diferenciado. Para mostrar que longevidade não vem de álcool nas alturas, temos aqui civilizados 12.5%! Média de 86, 28 pontos e um preço ao redor de R$88,00.

Desafio Portugal 038Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2004, (Malbec do Brasil) da região do Dão, um vinho do qual gosto muito tendo sido agraciado com 17 (de 20) pontos, pela Revista de Vinhos portuguesa. Elaborado por pisa a pé, prima por ser um vinho que faz jus à tradição do Dão por vinhos mais encorpados, algo rústicos, porém de grande elegância e complexidade obtidos com tempo em garrafa. Ainda muito fechado após uma hora de decanter, mostra-se robusto, notas de madeira e frutos vermelhos, taninos firmes porém sem agressividade, boa textura e equilibrado, complexo, saboroso, final aveludado e de muito boa persistência com nuances florais e uma acidez que pede comida. Vinho para mais meia dúzia de anos e, pelo que eu conheço do vinho, nesta noite esteve muito aquém de seu potencial. Obteve uma média de 82,89 pontos e custa ao redor de R$95,00.

Desafio Portugal 037Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005, um corte de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz produzido pela Miolo na região de Campanha, próximo da fronteira com o Uruguai. Surpreendente e prova inequívoca da melhora de qualidade dos vinhos brasileiros num projeto muito interessante que conta com a participação do amigo e enólogo português Miguel de Almeida. Frutos negros maduros com algo resinoso no nariz, madeira, fruta passa, bem estruturado com taninos finos, equilibrado, saboroso com um final de boca agradável e de boa persistência em que se manifestam nuances herbáceas. Nota média de 84,89 pontos e custa ao redor de R$50,00.

Desafio Portugal 021Caldas Reserva 2005, (Decanter) do renomado produtor Domingos Alves de Souza tendo obtido 15,5/20 pontos na Revista de Vinhos portuguesa. Fruta doce e especiarias aparecem de forma tímida ao olfato. Cresce na boca, mostrando boa riqueza e complexidade de sabores, taninos finos de presença marcante, médio corpo para encorpado, madeira bem integrada. Obteve média de 84,61 pontos e o preço é de R$100,00.

            Nesta noite, a banca degustadora avaliou e definiu como grande ganhador, o Melhor Vinho deste Desafio, por mais de um corpo de vantagem, o Herdade do Pinheiro Reserva 2003. Em segundo, outro alentejano, o Esporão Reserva 2006 e em terceiro o surpreendente Ceirós Reserva 1998. Completando o nosso pódio com os primeiros cinco vinhos da noite, temos o Altano 2006 em quarto e o Callabriga 2004 em quinto. Na eleição do Melhor Custo x Benefício e Melhor Compra, novamente o Herdade do Pinheiro Reserva 2003 o primeiro dos vinhos a participar destes Desafios que levou os três prêmios máximos, a tríplice coroa ou, como se diria nos velhos tempos, fez; cabelo, barba e bigode. De ressaltar a boa posição do Castas Portuguesas da Miolo que obteve a oitava colocação e dois votos como melhor compra, votos estes também alocados ao Quinta de Cabriz 2005.

            Normalmente relaciono as notas dadas aos vinhos preferidos de cada jurado, mas como o Herdade do Pinheiro foi o escolhido de doze dos treze degustadores, creio que isso não seja necessário. Ah, o Ralph quebrou a unanimidade escolhendo o Esporão Reserva por meio ponto o que foi bom, porque como já dizia Nelson Rodrigues, guardadas as devidas exceções, “toda a unanimidade é burra”! Finalizamos o Desafio com um jantar regado a Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter) e Quinta Mendes Pereira Dão Touriga-Nacional Reserva 2005, mas esse é papo para outro dia e outro post, só adianto que foi muito bom e os vinhos ótimos.

            Sobraram rótulos não apresentados na prova, então em Outubro faremos um Desafio de Vinhos diferente, um Alentejo x Douro em que o Herdade do Pinheiro, como vencedor desta noite, terá lugar cativo. Será que faturará de novo?! Já em Setembro, nosso Desafio de Vinhos viajará pelo mundo na busca de representantes das cepas ícones de cada país produtor. Alguns vinhos mais conhecidos, outros menos já que estes Desafios também visam garimpar novos vinhos e sabores, mas sempre com rótulos em torno de R$100,00.

Desafio Portugal 006

Salute e kanimambo.

(PS. Houve um equivoco nos cálculos médios das notas que acabei de revisar no texto acima (11:00). Peço desculpas pelo inconveniente, mas pouco alterou o resultado. O efeito maior fo efetivamente nas notas em si.)

Desvendando o Desafio de Vinhos Portugueses

Kylix 003Mais um Desafio de Vinhos ocorreu e desta feita com vinhos portugueses degustados às cegas. Como sempre, já tradição neste tipo de prova, interessantes surpresas no evento realizado com o apoio da Kylix, onde a degustação ocorreu, e  das importadoras e produtores que enviaram seus representantes para mais este embate. Sem este apoio todo seria impossível realizar estes Desafios, razão pela qual inicio meus posts sobre os resultados com este agradecimento. É o mínimo que posso fazer pelo apoio e confiança depositados neste trabalho de garimpo, de mostrar através destes eventos que há vida, e muito boa vida, abaixo de R$100,00 e quem nem sempre o melhor vinho é o mais caro.

             Colaboraram os já costumeiros parceiros como Decanter, Interfood, Zahil, Mistral, Vinci, D’Olivino, Lusitana de Vinhos & Azeites,  BR Bebidas, Vinho Seleto (011.3815-5577), Qualimpor e a recém chegada Winebrands, assim como os produtores Herdade do Pinheiro, Quinta Mendes Pereira e Miolo. Sim, a Miolo escalou o Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005 da Campanha Gaúcha quase fronteira com o Uruguai, que foi o nosso vinho surpresa da noite e, mais uma vez, um vinho brasileiro que mostrou ótima performance num embate com vinhos bem mais conceituados internacionalmente. Como já comentei, a degustação foi realizada às cegas e os vinhos foram todos decantados por uma hora e retornados às garrafas e adega climatizada de onde saíram para serviço devidamente envolvidas em papel alumínio e numeradas de forma aleatória. Após esta maratona de vinhos, 14 ao total, foi servido um jantar tendo como entrada bolinhos de bacalhau caseiros acompanhado de um saboroso e fresco Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter), branco português de ótimo custo x beneficio, um dos que prequentemente visita minha mesa, e um risoto de pato muito bem ancorado por um muito bom Quinta Mendes Pereira Touriga Nacional Reserva 2005, também previamente decantado, finalizando com papos deDesafio Portugal 003B anjo e um cafezinho, bão demais sô!

             Para escolher o Melhor Vinho, melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, uma banca composta de 13 pessoas: Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) / Zé Roberto Pedreira e  Fábio Gimenes da Confraria de Embu / Leandro Chicarelli (Winery) / Simon Knittel (Kylix) / Ralph Schaffa (Restauranteur) / Silvia C. Franco (Vinho & Gatronomia) / Dr. Luis Fernando Leite de Barros (Enófilo) / Ricardo Tomasi (Sommelier) / Alex Martins (Pinord do Brasil) / Alexandre Frias (Diario de Baco e Enoblogs) / Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos) e eu. Das 13 notas em ficha de avaliação padrão ABS, a mais alta e a mais baixa foram eliminadas e o restante somado e dividido por 11 dando-nos o resultado de pontuação e ganhador, o Melhor Vinho do Desafio.  O Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, são apontados por voto direto e tudo isto você verá no post de amanhã quando desvendaremos os ganhadores e comentaremos os vinhos participantes.

               Como de costume, iniciamos a degustação provando um espumante de forma a preparar o palato para o desafio por vir e, desta vez, tivemos a colaboração da bodega espanhola Pinord, Desafio Portugal 042através de seu gerente no Brasil o Alex Martins que também participou da banca de degustadores como convidado. Veio com seu Cava topo de gama o ótimo Marrugat Brut Nature Gran Reserva 2004, que estará chegando em breve ao Brasil num projeto tocado a quatro mãos entre o produtor e a Winery Distribuidora, que passa 36 meses em garrafa. Cor amarelo dourado, límpida e brilhante, na boca é cheia, cremosa, seca, porém sem nunca perder o frescor aportado por uma ótima acidez, com um final saboroso e longo. Boa estrutura, perlage muito fina, abundante, de enorme persistência (aproximadamente uns 30 minutos) mostrando todo o seu potencial. Aromas sutis de leveduras e frutas cítricas, uma cava de primeiro nível, muito bem elaborada, de delicado final de boca mostrando muita finesse e elegância. Enorme surpresa que certamente tomará o mercado de roldão quando chegar no final de setembro com um preço final consumidor ao redor de R$60,00, um verdadeiro achado que você não vai querer perder. Seus cavas básicos também são muito bons e deverão chegar por volta dos R$35,00, uma outra grande pedida.

Desafio Portugal 016

Nos vemos amanhã por aqui. Salute e kanimambo.