Fabian Reserva 2005, Dignos da Mítica Safra Brasileira

Para quem não sabe, 2005 foi A safra no Brasil. Naquele ano a grande maioria dos produtores foram capazes de produzir grandes vinhos e agora após 13 anos vemos que não só a qualidade foi fora da curva como a longevidade. Até pouco tempo atrás ainda se encontravam alguns exemplares do excelente Tannat da Cordilheira de Sant’ana por aí, quem sabe fuçando ainda se ache algum perdido, o Storia 2005 que jamais foi igualado e por aí afora. Meus amigos do blog 2Panas fizeram uma degustação às cegas com 17 vinhos em 2015 e se mostraram surpresos com o resultado, pois este corte da Fabian foi para mim uma grande surpresa também. Aliás, não só o corte mas também o varietal de 100% Cabernet Sauvignon que também tive o prazer de tomar e está no mesmo patamar, dignos exemplos dessa grande e mítica safra.

O Tannat da Cordilheira 2007 também está muito bom e vivo, o Torii Cabernet Sauvignon 2008 do vinhedo mais alto do Brasil a 1427m de altitude está vendendo saúde, então me parece que temos que reconhecer que a longevidade nos vinhos brasileiros é uma realidade a ser explorada. Este corte de partes iguais de Cabernet Sauvignon e Merlot vem da região de Nova Pádua (próximo a Flores da Cunha) no Rio Grande do Sul onde a vinícola está localizada com vinhedos plantados entre colinas a 780 metros de altitude. Maturação das uvas perfeita, sem excessos de fruta madura ou notas herbáceas, doze meses de maturação em barricas francesas e americanas perfeitamente integrados no vinho após 13 anos. Nariz frutado com algumas notas de evolução, boca de boa textura, médio corpo, equilibrado, rico, acidez ainda presente o que me leva a crer que ainda há ao menos mais uns dois anos de vida nessa garrafa, se não mais, mas para quê arriscar se já está tão bom! rs Um vinho muito prazeroso de tomar, que vale o quanto cobram por aí, algo ao redor de R$75,00.

Minha garrafa abri comendo, sempre (rs) e harmonizou muito bem com a picanha na brasa durante o jogo Brasil x Suíça.

É isso por hoje, uma grande semana para os amigos e kanimambo pela visita. Saúde!

Encontro de Juarez e Nero no Chá da Tarde.

Depois de 10 dias fora do ar por motivos técnicos venho compartilhar este Chá da Tarde (rs), que é um encontro de amigos sem data marcada que volta e meia acontece para compartilhar alguns bons caldos de Baco e botar o papo em dia. Desta feita três vinhos bem diversos, dois brasucas e um italiano, cada um com seu estilo e personalidade. Eis o que achei deles:

Iniciamos com um alvarinho da Miolo, Quinta do Seival Alvarinho 2013, na minha opinião um vinho a rever numa versão mais nova, safra mais recente, este 2013 não estava ruim, porém ficou claro que já teve melhores dias, que já tinha passado o cabo da boa esperança. Faltou acidez, vivacidade e fruta cítrica características da casta, cremoso na boca, fruta madura que depois que esquentou um pouco na taça mostrou um certo dulçor que não estava lá antes. Preciso abrir uma outra garrafa mais jovem, esta não valeu!

Nero di Troia é uma uva pouco comum por aqui e dos poucos vinhos que provei deste vinho com a marca da Puglia, na bota da Itália, gostei de todos. Desta feita abri este Pignataro Nero di Troia 2016, de rótulo classudo e vinho cheio de vibe! rs Notas de chocolate, bombom de cereja com licor, frutos negros, médio corpo, leve apimentado de final de boca, taninos finos e macios, acidez balanceada e um meio de boca delicioso onde aparece um toque algo tostado bem sutil. Daqueles vinhos que pedem bis e que provocam burburinho entre a turma, uma uva e vinho a serem descobertos.

Juarez Machado 2007 é elaborado pela Vila Francioni e é o mesmo vinho que o VF, na minha opinião o melhor dos rótulos tintos que esta vinícola produz em suas belas instalações de São Joaquim na serra Catarinense. Um belo corte bordalês de Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Malbec com 15 meses de barricas novas francesas. Este da safra 2007, pouco mais de 10 anos nas costas, vendia saúde! Na cor ninguém saberia dizer que teria esta idade e tanto nos aromas quanto na boca mostrou uma evolução incrível , não soubesse e dificilmente diria que é um vinho brasileiro. Me lembrei quando o coloquei há uns sete anos atrás como intruso numa degustação às cegas de Bordeaux, Desafio de Bordeauxs até 100 Reais, e ele terminou em segundo como o intruso numa seleção de 12 rótulos franceses. Hoje mostrou que evolui muito bem também e eu vi aqui pelo menos mais uns dois ou três anos de muita vida pela frente. Denso sem ser alcoólico ou pesado, taninos muito finos, rico meio de boca, complexo, notas terrosas, um belo vinho que encontrei na rede por algo em torno de R$180,00. Vale buscar por aí, uma grata surpresa na evolução. Ainda recentemente fiz uma degustação numa confraria com vinhos nacionais com mais de 10 anos, foi muito bom!

Adoro estes encontros, sempre bons momentos independentes dos caldos, mas que harmonizam muito bem quando nos deparamos com vinhos da estirpe destes dois tintos que mexem com a gente. Uma ótima semana para todos e ótimo estar de volta. Kanimambo pela visita e nos vemos por aí nas estradas de Baco ou por aqui. Saúde!

Merlot, a Uva Brasileira!

Não é de hoje que digo que a Merlot é a uva que melhor vinhos produz no Brasil, mas finalmente parece que a ficha anda caindo! O número de bons vinhos varietais é grande e a qualidade de média para cima não vendo nos hermanos o mesmo potencial da casta. Existem alguns bons exemplares de nossos vizinhos Uruguai, Argentina e Chile, porém são em número reduzido, pelo menos que eu tenha provado, mas gosto de Desafios por isso estou armando para 28 de Junho (guarde a data) um embate entre nossos três principais vinhos e um cada dos hermanos, quero ver no que vai dar!! rs

Bem, mas ainda neste tema da Merlot, fiquei feliz ao receber da assessoria de imprensa da Miolo a notícia de que seu Merlot Terroir foi premiado em Bordeaux. Este será um dos desafiantes nesse novo Desafio ás Cegas que realizarei, então receber esta premiação é sempre um motivo de Miolo Terroir Merlotorgulho não só para a Miolo como para quem gosta de bons vinhos. Nunca neguei a qualidade dos vinhos brasileiros, mesmo que com poucos vinhos de cair o queixo, pois existem muitos bons rótulos por aqui e minha critica é “meramente” comercial, então ver um vinho nacional sendo premiado na terra do Petrus (para quem não sabe é essencialmente Merlot, quando não 100%) é sempre notícia alvissareira. Eis a nota recebida da assessoria de imprensa:

Miolo Merlot Terroir 2015 foi o único tinto brasileiro a conquistar uma Medalha de Ouro no Challenge International du Vin 2018, influente concurso de vinhos realizado em Bordeaux. Elaborado com uvas Merlot cultivadas em vinhedos próprios da Miolo no Vale dos Vinhedos, o rótulo traz o selo de Denominação de Origem Vale dos Vinhedos (D.O.V.V.), primeira Denominação de Origem de vinhos no Brasil.

“Considerando que Bordeaux é a origem e a referência mundial da Merlot, a conquista de uma Medalha de Ouro com o nosso Merlot Terroir no Challenge International du Vin atesta a altíssima qualidade deste vinho, resultado de uma cuidadosa seleção das melhores parcelas dos nossos vinhedos de Merlot no Vale dos Vinhedos”, comemora Adriano Miolo, superintendente do grupo.

Está aí, a premiação valida a vocação do terroir do Vale dos Vinhedos para o cultivo da Merlot e legal, desta feita não tem aquela chamada furada de melhor do mundo! rs Bem amigos, por hoje é só e espero que tenham um ótimo fim de semana de bons vinhos, alegria e gente amiga. Kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui, na Vino & Sapore ou qualquer outro caminho de nossa vinosfera, cheers!

Cheers Smile

Grata Surpresa na Taça, Hermann Lirica Brut.

Adolar Hermann se reinventou aos 57 anos após uma carreira bem sucedida numa indústria têxtil em Santa Catarina onde começou de baixo e galgou posições até assumir a diretoria da empresa. Em função da crise que afetou o setor na década de 90, foi necessário buscar novos desafios e aí o hobby virou negócio tendo ele importado 200 caixas de Luigi Bosca. Estava formado o embrião do que hoje conhecemos como a importadora Decanter.

Com o sucesso da nova empreitada veio o desejo de não só importar e vender vinho, mas produzi-lo e em 2009 a famí­lia comprou um vinhedo em Pinheiro Machado, Serra do Sudeste no Rio Grande do Sul onde começaram a ousar, a trilhar um caminho fora do padrão regional ao trazerem para ali videiras de um dos principais produtores de mudas em Portugal. Com elas, trouxeram também a criatividade e conhecimento de um dos principais enólogos portugueses, Anselmo Mendes, para a Lirica brutgestão enológica do projeto. Alvarinho, Gouveio, Aragonês, Caladoc e Touriga Nacional coabitam os pouco mais de 21 hectares com outras uvas mais conhecidas do local como a Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e outras cepas ainda em fase de teste.

 

Todo esse preâmbulo para compartilhar com os amigos a grande surpresa que foi abrir esta garrafa de Hermann Lí­rica Brut* no último Sábado depois de um bom tempo em que primeiro o degustei, um espumante que mudou muito e para melhor! De um espumante bem feito, mas dentro dos padrões esperados, desta feita o espumante se mostrou num patamar acima. A vinificação é feita na Cave Geisse, o que por si só já diz muito sobre o que esperar, pelo método clássico (champenoise) mostrando ótima perlage e uma espuma cremosa que deixa na taça um bonito colar. Na boca, afora o tradicional cítrico, senti presença de notas de panificação fruto de um período de 12 meses sur lie. Corte de Chardonnay, Pinot Noir e Gouveio com 8,5% de açúcar residual (Brut entre 6 a 12), ganhou corpo, complexidade e um final mais seco com muito boa persistência e gostinho de quero mais. A gouveio, creio, fez a diferença aqui, mas pode ser só meu sangue luso falando mais alto! rs Por sinal, a quem tiver curiosidade de conhecer um pouco mais da Gouveio que aparece muito em blends brancos do Douro, sugiro provar o Vértice Gouveio das Caves Transmontanas, verdadeiro representante luso a qual o RP deu 93 pontos na safra de 2011.

 

Com um preço entre os R$75 a 80,00, é certamente um vinho de excelente relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer) que os amantes de espumantes não podem deixar de conhecer e se surpreender. A percepção de valor é certamente bem acima do preço de mercado hoje e assim espero que permaneça. O vídeo abaixo fiz na hora em que abri e circulei no Facebook, vejam a perlage e espuma! Já tinha gostado, mesmo que não tivesse me entusiasmado há época, mas agora virei fã.

 

 

Mais uma vez falando de espumantes, gosto e muito! Kanimambo pela visita e espero possamos ainda ter muitos momentos para celebrar e abrir um bom espumante. Saúde, tchin-tchin e Sexta tem mais!

Cheers Smile

 

 

 

* Produtor Vinícola Hermann, à venda na Vino & Sapore e outras boas casas do ramo.

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Os Melhores Espumantes do Brasil!

São muitos os bons espumantes do Brasil, alguns até verdadeiras jóias a preços de tal, mas merecidos pela excelência que tem lá seu preço. Ao longo de minha vida de postagens de quase 10 anos aqui em Falando de Vinhos, foram muitos os espumantes provados em painéis específicos, Desafios de Vinho ou simples provas. É um estilo de vinho que me agrada e que tomo regularmente.

Num momento do ano em que a maioria corre para fazer seu estoque de espumantes para o final de ano e férias, achei que cairia bem compartilhar com os amigos a lista dos Melhores Espumantes do Brasil de acordo com o principal guia de vinhos da América Latina, o Guia Descorchados 2016. Fiquei feliz ao ver que alguns dos principais espumantes Brasileiros da atualidade estão presentes nas prateleiras da Vino & Sapore e tomo a liberdade de dar um destaque a esses  na cor Azul e em negrito. A lista de 2017 não encontrei, porém com algumas pequenas eventuais mudanças de posição e safra, a indicação continua valendo.

Óbvio que cada um pode ter lá seus favoritos, alguns dos quais não fazem parte desta lista e daí? Aproveite o que lhe dá prazer, mas se quiser alçar outros vôos ou estiver em dúvida do que comprar, a lista sempre poderá lhe dar uma ajudinha nesse processo de escolha,

Melhores Espumantes Nacionais

Eis a lista extraída de um dos principais blogs nacionais o Vinhos e Mais Vinhos de Luiz Cola.

Os Melhores Espumantes do Ano 

93 PIZZATO VERTIGO NATURE 2013 VALE DOS VINHEDOS $$$$$

92 GEISSE CAVE GEISSE TERROIR NATURE 2011 PINTO BANDEIRA $$$$$

92 GEISSE CAVE GEISSE TERROIR ROSÉ 2010 PINTO BANDEIRA $$$$$

92 HERMANN LÍRICA CRUA PINHEIRO MACHADO $$$

91 PIAGENTINI .YOO BRUT NATURE EDIÇÃO ESPECIAL 2012 SERRA GAÚCHA $$$

91 CAMPOS DE CIMA EXTRA BRUT 2012 CAMPANHA GAÚCHA $$$

91 CASA VALDUGA GRAN RESERVA NATURE 60 MESES 2010 VALE DOS VINHEDOS $$$$$

91 GEISSE CAVE GEISSE BRUT 2002 PINTO BANDEIRA $$$$$

91 GEISSE CAVE GEISSE NATURE 2013 PINTO BANDEIRA $$$

91 ESTRELAS DO BRASIL BRUT ROSÉ FARIA LEMOS $$$

91 GUATAMBU ANGUS EXTRA BRUT 2014 CAMPANHA GAÚCHA $$$

91 GUATAMBU NATURE 2014 CAMPANHA GAÚCHA $$$

91 SALTON LUCIA CANEI SALTON BRUT ROSÉ SERRA GAÚCHA $$$$$

91 MIOLO WINE GROUP MIOLO MILLÉSIME BRUT 2011 VALE DOS VINHEDOS $$$$

91 PIZZATO BRUT 2014 VALE DOS VINHEDOS $$$

91 DOMNO DO BRASIL PONTO NERO CONCEPTUAL EDITION ROSÉ DE NOIR VALE DOS VINHEDOS $$$$$

91 SANTA AUGUSTA SANTA AUGUSTA MOSCATEL ESPUMANTE VIDEIRA $

91 VALMARINO VALMARINO & CHURCHILL PRESTIGE NATURE 2012 PINTO BANDEIRA $$$$

91 VIAPIANA 387 DIAS BRUT ROSÉ CHAMPENOISE FLORES DA CUNHA $$$

Os Melhores Espumantes do Método Tradicional

93 PIZZATO VERTIGO NATURE 2013 VALE DOS VINHEDOS $$$$$

92 GEISSE CAVE GEISSE TERROIR NATURE 2011 PINTO BANDEIRA $$$$$

92 GEISSE CAVE GEISSE TERROIR ROSÉ 2010 PINTO BANDEIRA $$$$$

92 HERMANN LÍRICA CRUA PINHEIRO MACHADO $$$

91 PIAGENTINI .YOO BRUT NATURE EDIÇÃO ESPECIAL 2012 SERRA GAÚCHA $$$

91 CAMPOS DE CIMA EXTRA BRUT 2012 CAMPANHA GAÚCHA $$$

91 CASA VALDUGA GRAN RESERVA NATURE 60 MESES 2010 VALE DOS VINHEDOS $$$$$

91 GEISSE CAVE GEISSE BRUT 2002 2002 PINTO BANDEIRA $$$$$

91 GEISSE CAVE GEISSE NATURE 2013 PINTO BANDEIRA $$$

91 ESTRELAS DO BRASIL BRUT ROSÉ FARIA LEMOS $$$

91 GUATAMBU ANGUS EXTRA BRUT 2014 CAMPANHA GAÚCHA $$$

91 GUATAMBU NATURE 2014 CAMPANHA GAÚCHA $$$

91 SALTON LUCIA CANEI SALTON BRUT ROSÉ SERRA GAÚCHA $$$$$

91 MIOLO WINE GROUP MIOLO MILLÉSIME BRUT 2011 VALE DOS VINHEDOS $$$$

91 PIZZATO BRUT 2014 VALE DOS VINHEDOS $$$

91 VALMARINO VALMARINO & CHURCHILL PRESTIGE NATURE 2012 PINTO BANDEIRA $$$$

91 VIAPIANA 387 DIAS BRUT ROSÉ CHAMPENOISE FLORES DA CUNHA $$$

 

Os Melhores Espumantes do Método Charmat

91 DOMNO DO BRASIL PONTO NERO CONCEPTUAL EDITION ROSÉ DE NOIR VALE DOS VINHEDOS $$$$$

90 PIAGENTINI CORDON D`OR BRUT ROSÉ SERRA GAÚCHA $

90 LARENTIS LARENTIS ESPUMANTE BRUT VALE DOS VINHEDOS $$

90 BODEGA CZARNOBAY PEDREGAIS BRUT ENCRUZILHADA DO SUL $$

90 DOMNO DO BRASIL PONTO NERO BRUT ROSÉ VALE DOS VINHEDOS $$

89 DOMNO DO BRASIL PONTO NERO BRUT VALE DOS VINHEDOS $$

88 PERINI CASA PERINI BRUT 18 MESES FARROUPILHA (VALE TRENTINO) $$$$

88 SANTA AUGUSTA SANTA AUGUSTA NATURE ROSÉ VIDEIRA $$$

Os Melhores Espumantes Brut do Ano

92 GEISSE CAVE GEISSE TERROIR ROSÉ 2010 PINTO BANDEIRA $$$$$

91 GEISSE CAVE GEISSE BRUT 2002 2002 PINTO BANDEIRA $$$$$

91 ESTRELAS DO BRASIL BRUT ROSÉ FARIA LEMOS $$$

91 SALTON LUCIA CANEI SALTON BRUT ROSÉ SERRA GAÚCHA $$$$$

91 MIOLO WINE GROUP MIOLO MILLÉSIME BRUT 2011 VALE DOS VINHEDOS $$$$

91 PIZZATO BRUT 2014 VALE DOS VINHEDOS $$$

91 DOMNO DO BRASIL PONTO NERO CONCEPTUAL EDITION ROSÉ DE NOIR VALE DOS VINHEDOS $$$$$

91 VIAPIANA 387 DIAS BRUT ROSÉ CHAMPENOISE FLORES DA CUNHA $$$

Os Melhores Espumantes Extra Brut do Ano

91 CAMPOS DE CIMA EXTRA BRUT 2012 CAMPANHA GAÚCHA $$$

90 GUATAMBU ANGUS EXTRA BRUT 2014 CAMPANHA GAÚCHA $$$

90 VALLONTANO LH ZANINI EXTRA BRUT 2011 VALE DOS VINHEDOS $$$$

90 MAXIMO BOSCHI MAXIMO BOSCHI EXTRA BRUT SPECIALE 2009 2009 SERRA GAÚCHA $$$$

89 VALMARINO VALMARINO & CHURCHILL EXTRA BRUT 2013 PINTO BANDEIRA $$$

87 CASA VALDUGA GRAN RESERVA EXTRA BRUT 60 MESES 2010 VALE DOS VINHEDOS $$$$$

87 GUATAMBU EXTRA BRUT 2014 CAMPANHA GAÚCHA $$$

Os Melhores Espumantes Nature do Ano

93 PIZZATO VERTIGO NATURE 2013 VALE DOS VINHEDOS $$$$$

92 GEISSE CAVE GEISSE TERROIR NATURE 2011 PINTO BANDEIRA $$$$$

92 HERMANN LÍRICA CRUA PINHEIRO MACHADO $$$

91 GUATAMBU NATURE 2014 CAMPANHA GAÚCHA $$$

91 GEISSE CAVE GEISSE NATURE 2013 PINTO BANDEIRA $$$

91 VALMARINO VALMARINO & CHURCHILL PRESTIGE NATURE 2012 PINTO BANDEIRA $$$$

91 PIAGENTINI .YOO BRUT NATURE EDIÇÃO ESPECIAL 2012 SERRA GAÚCHA $$$

91 CASA VALDUGA GRAN RESERVA NATURE 60 MESES 2010 VALE DOS VINHEDOS $$$$$

90 PERICÓ CAVE PERICÓ CHAMPENOISE NATURE 30 MESES 2012 SÃO JOAQUIM $$$

90 SALTON SALTON GERAÇÕES JOSÉ BEPI SALTON NATURE TRADICIONAL SERRA GAÚCHA $$$$$

Os Melhores Moscatéis do Ano

91 SANTA AUGUSTA SANTA AUGUSTA MOSCATEL ESPUMANTE VIDEIRA $

90 PERINI CASA PERINI MOSCATEL FARROUPILHA (VALE TRENTINO) $$

88 PIAGENTINI .YOO MOSCATEL ESPUMANTE SERRA GAÚCHA $$

88 SALTON SALTON MOSCATEL ESPUMANTE SERRA GAÚCHA $

87 MAXIMO BOSCHI BOSCHI MOSCATEL ESPUMANTE SERRA GAÚCHA $$

86 SANTA AUGUSTA ESSENZA MOSCATEL ESPUMANTE VIDEIRA $$

85 PERICÓ CAVE PERICÓ MOSCATEL ESPUMANTE 2015 SÃO JOAQUIM $$

84 PIAGENTINI CORDON D`OR MOSCATEL ESPUMANTE SERRA GAÚCHA $

83 PIAGENTINI X DECIMA MOSCATEL ESPUMANTE 2015 SERRA GAÚCHA $$

 Saúde, kanimambo pela visita e espero que tenham tido um feliz e alegre Natal pleno de paz e harmonia. Agora é hora de festejar, mais um ano passado, renovação de ânimos e expectativas, novos objetivos a conquistar, tempo de celebração, nem que seja pelo simples fato de termos sobrevivido!

 

 

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Espumantes Docinhos Sem Preconceito

É gente, tem momento para tudo e tem boca para os mais diversos sabores! Dependendo do evento, porquê não? Por outro lado, tem gente que gosta e pronto, afinal o sucesso dos Proseccos extra-dry (que de secos não têm é nada) estão aí para confirmar! Eu gosto e dependendo da situação tomo, por isso compartilho com os amigos três opções interessantes para este final de ano.

1 – Vinícola Santa Augusta Moscatel – não é de hoje que “trabalho” estes espumantes a que poucos prestam atenção e olham de soslaio, afinal já em 2009 promovia Desafios com estes 1 - VSA MoscatelEspumantes.  O segredo para um bom espumante Moscatel é a acidez para cortar a doçura e promover o equilíbrio do vinho, coisa que este vinho faz muito bem! Entre os espumantes Moscatel nacionais, tenho uns três ou quatro que acho bons e o Santa Augusta é hoje o melhor e não só na minha opinião, pois o guia da Revista Adega lhe deu 91 pontos assim como Guia Descorchados que lhe deu a mesma pontuação e o premio de melhor Moscatel Brasileiro.

Elaborado com 100% da uva Moscato Giallo, prima pelo equilíbrio promovido por uma acidez vibrante que se opõe à doçura da uva o que permite que se tome diversas taças sem que se torne enjoativo. Fresco, notas florais sutis, frutos citricos,é tudo de bom! Acho um grande companheiro para o nosso panetone com frutos secos, sobremesas citricas como torta de kiwi, Futon de Frutos do Bosque flambado ou salada de frutas (experimente trocar a laranja pelo próprio espumante!) com sorvete de creme, tudo a ver com nosso calor, a época e férias!

2 – Hermann Bossa 2 Demi-sec – Os demi-sec possuem um teor de açucar residual que 1 - Bossa 2vai de 33 a 50grs e o problema é que nenhum especifica quanto! Mais uma vez a acidez é essencial e quanto menos açucar residual melhor. Tomei diversos ao longo desta minha vida de enófilo e muito poucos fizeram a minha cabeça, Há muito tempo atrás me lembro de Miolo Terranova, mas mais recentemente o espumante que mais demonstrou essas qualidades foi o Bossa 2. Não tive acesso a sua ficha técnica, mas acredito que seu residual de açucar esteja mais próximo do nível mais baixo da faixa e acidez é preponderante. Perfil cítrico bem acentuado, leve floral, fresco, com final de boca levemente doce mas que não atrapalha o palato dos amigos do Brut enquanto satisfaz aqueles a quem a “secura” atrapalha um pouco.

É o que minha filha mais gosta e por isso está sempre presente em casa, tendo sido por isso que o escolhi para vos recomendar, até porque só compartilho o que gosto, o que eu compraria e, neste caso, compro! Quer um demi-sec, este é uma ótima opção.

3 – Hermann Bossa 6 – Tipo Bellini e, na minha opinião melhor já que o italiano é 1 - Belliniexcessivamente doce e enjoativo. O Bellini foi criado no Harry’s Bar, em Veneza, na Itália há cerca de 70 anos e mais recentemente engarrafado e exportado pelo mundo afora. Na verdade não é um espumante, sejamos honestos e a Hermann deixa isso claro no rótulo, mas sim um drink com espumante. Na Itália é feito com suco de pessego e prosecco, muito doce com doce para meu gosto. A Hermann usa como base o espumante de Chardonnay produzido pelo método Charmat ao qual é adicionado uma dose de suco integral de pêssego e alcança meros 5% de teor alcoólico!

Menos doce, mais frescor, um drink de verão bem gostoso e uma garrafa é sempre pouco porque costuma desaparecer rapidamente! Descompromissado, vibrante, um drink para lá de agradável que acompanha muito bem gente amiga, festa, piscina tudo sem frescuras nem preconceitos a um terço do preço do “vero”!

Até o final de ano tem mais! Kanimambo pela visita e um ótimo Natal para todos. Saúde e alegria, cheers!

 

 

* Estes e outros ótimos espumantes nacionais e importados estão disponíveis na Vino & Sapore, meu estoque particular! rs

 

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Natural, Ôrganico ou Bio?

Tenho que confessar, entendo é patavina disso! rs Em minha vida, no entanto, tenho por filosofia estar aberto a novas experiências, conhecimentos, então não me nego a conhecer mais a respeito destes conceitos que fazem a felicidade de muitos, sejam eles consumidores ou produtores. Me parece óbvio que se algo for bom, bem feito e me agrade, melhor se ele for o mais natural possível, até porque certamente entregará um sabor mais autêntico refletindo seu terroir de forma mais verdadeira. Por outro lado, não acredito em xiitas (de qualquer origem ou viés), nem tanto ao céu nem tanto à terra, não basta ser natural para ser bom e já provei algumas coisas intragáveis ( para meu gosto) de ícones biodinâmicos! Há produtos naturais que matam, então “só” isso não basta e precisa também ser palatável e fazer sentido econômico para mim, caber no bolso também é importante, ainda mais num país onde o vinho já custa os olhos da cara normalmente. Aí talvez o maior senão para estes produtos e o maior desafio para os produtores, ter uma precificação que permita com que seus produtos e conceitos se popularizem e não se restrinjam a uma elite consumidora de alto poder aquisitivo.

Óbvio que este assunto é deveras polêmico, nada simplista, e traz no seu bojo uma boa dose de controvérsia. Apesar do aparente crescimento de demanda que faz com que alguns poucos focados no setor tenham conseguido sucesso, verdade seja dita que em meus 6 anos de comércio (Vino & Sapore), pouquíssimas foram as vezes que alguém entrou buscando vinhos orgânicos e na maioria das vezes por mera curiosidade. Nos últmos seis meses, talvez umas duas ou três pessoas ! De qualquer forma, um sintoma de que algo começa a mudar no comportamento das pessoas e alguns players se especializaram nisso por crença e/ou comércio, não importa, fazendo nascer aí um nicho de mercado interessante que, parece, começa a crescer. Nunca coloquei um vinho no portfolio porque ele era orgânico ou qualquer outra versão do conceito, como também nunca escolhi um vinho por sua pontuação, escolho porque é bom e seu preço faz sentido para mim e meus clientes! Tendo dito isso, sim descobri que tenho alguns rótulos orgânicos na loja (rs) e a eles darei mais atenção doravante.

Pelo pouco que me debrucei sobre estes vinhos, sinto que os orgânicos (vinhos biológicos na Europa) são os que você menos sente diferença tanto nos aromas como no sabor, o que muda bastante quando os vinhos são os ditos naturais (não é um nomenclatura oficial, pelo que eu conheça) e biodinâmicos. Por outro lado, a lógica me faz crer que as safras são, mais que nunca, um fator importante a considerar no ato da compra pois existe pouco ou nenhum espaço para correção. O amigo Didu, conhecido de muitos em nossa Vinosfera e um grande incentivador do uso das leveduras selvagens no vinho, recentemente me presenteou com uma garrafa de Riesling Itálico, um vinho da Dominío Vicari de produção natural e biodinâmica, ele que é um entusiasta, grande incentivador e promotor destes conceitos mais naturais na alimentação. Óbvio que fiquei deveras curioso, até porque curto muito os vinhos do Matías Michelini (Argentina) que é um verdadeiro druida, explorador, produtor e promotor do biodinamismo como forma de vida, então não demorei muito para abrir não!

Pisa a pé, maceração em tanques de polipropileno, uso de leveduras selvagens, semvicari riesling itálico clarificar, sem filtrar e sem quaisquer aditivos outros. O primeiro impacto tanto visual como aromático deixa bem claro que estamos frente a algo diferente na taça. Como não foi filtrado nem clarificado, mostra-se turvo na taça porém mantém um certo brilho e vivacidade que mostra que é um produto em pleno gozo de sua saúde. Nariz bem frutado com toques sutis de flor de laranjeira e algo mais que não pude precisar! rs Na boca mostrou boa presença de fruta que me levou a pensar em algo de carambola, tem um toque de ervas frescas, talvez casca de limão e, como a Raquel, que também estava presente, lembrou – Kombuchá (não me perguntem como é, isso foi coisa dela! rs) Algo denso meio de boca, demora para se acostumar, curioso no paladar sem muita semelhança a nada, tem que buscar bem lá no fundo da memória e aí sai essa miscelânea de coisas que mencionei! rs Talvez o que mais me tenha chamado a atenção foi sua ótima acidez e equilíbrio final, porém não me parece um vinho que seja de fácil “digestão” pelos menos iniciados no mundo do vinho, não é um vinho fácil de se gostar, requer ter que “pensar” e a maioria não está muito a fins disso quando bebe, ele busca prazer! rs Para quem está no ramo, no entanto, algo a se prestar atenção pois o mercado está em ascenção.

Em Sampa vi que a Lis o comercializa na Saint Vin Saint que tem a enogastronomia “natureba” como seu foco. Creio que anda na casa das 120 pratas, caso alguém esteja interessado em provar um vinho diferente com uma marca de terroir própria e única. Valeu pelo presente Didu, sempre bom buscar novos horizontes e ver novos conceitos tendo me incentivado a estudar um pouco mais sobre o assunto e explorar um pouco mais essa fronteira. Quem sabe me verás na próxima feira da Lis?

Ah, não falei nada sobre o que é a produção Natural, Bio e Orgânica né? Bem, falei do vinho que tomei e minha opinião sobre o tema, já é algo (rs) quanto aos conceitos, pesquisei e não vou repetir aqui o que muitos já falaram. O que me pareceu mais didático e com fundo mais técnico foi este texto do Roberto Rabachino publicado no site As Boas Coisas da Vida, boa leitura para quem quer conhecer um pouco mais. Saúde e kanimambo pela visita, um ótimo fim de semana para todos.

 

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Roberto, Um Senhor Sangiovese!

E mais,é brasileiro! Hoje tenho o prazer de compartilhar com os amigos uma experiência que me deixou entusiasmado em 2016, uma das gratas surpresas do ano, e quando fico entusiasmado não consigo me segurar e o texto sai fácil então aguentem! rs Vos apresento o Roberto Sangiovese da Villaggio Bassetti

Tudo começou no carnaval do ano passado quando tive a oportunidade e o privilégio de liderar um grupo de amantes do vinho numa viagem de desbravamento pelos vinhos e produtores da serra catarinense, os nossos verdadeiros Vinhos de Altitude. Uma enorme surpresa para a maioria.

Conheci a Villaggio Bassetti há cerca de três anos atrás numa edição da Expovinis tendo me encantado por alguns de seus vinhos, nascia ali uma admiração pelo trabalho que esta família vinha desenvolvendo em São Joaquim, a 1300 metros de altitude. De lá para cá venho acompanhando seu progresso que culminou este ano com um monte de prêmios e top por categoria elegido no guia de vinhos brasileiros da Revista Adega recém lançado no ano passado. Melhor Pinot, Melhor Rosé, Melhor Sauvignon Blanc, Melhor …. enfim os prêmios e altas pontuações vieram aos montes!

Na visita realizada em Fevereiro, tínhamos uma programação montada já com os rótulos que iríamos provar (sempre negocio isso previamente), porém na visita ás instalações descobri um pallet de vinho sem rótulo só com uma etiqueta Sangiovese. O José Eduardo foi duro na queda, mas acabou capitulando a meus insistentes pleitos e uma garrafa dessas acabou encontrando seu lugar em nossas taças. A turma pirou!! Queriam por que queriam comprar algumas garrafas, mas a todos o pedido foi negado. Não estava pronto, não tinha etiqueta, a busca da perfeição!

A Sangiovese é uma uva que varia muito em função do terroir em que foi cultivada dando origem a vinhos de estilos e personalidades diferentes. Alguns vinhos são mais leves e fáceis de beber como os vinhos de Chianti, outros mais encorpados como os de Scansano ou Brunello. A fruta abundante, notas herbáceas e um toque de especiarias costumam ser a expressão mais comumente encontrada na maioria. A conceituada Jancis Robinson, define os vinhos elaboradas com ela como; “comer amoras e framboesas na floresta”.

roberto-sangiovese-bPara mim, este Roberto está algo no meio, médio corpo para encorpado, e tanto no olfato quanto na boca, mostra bem as características da casta, possui um DNA toscano sem qualquer sombra de duvidas e, certamente, ás cegas passaria a perna na maioria dos provadores que conheço e olha que conheço muita gente boa e experiente por aí! Vinho de boa intensidade onde a fruta se sobrepõe, equilibrado, novo, ainda com muito a evoluir, ótimo volume de boca, rico, boa textura, taninos finos, de deixar muito vinho renomado italiano de quatro! Uma pena que a ganancia, pecado grave, me deixou tão somente com uma garrafa em minha adega particular, gostaria de ter ficado com mais para acompanhar a evolução, mas fazer o quê, a crise tá brava!! rs

Na safra de 2013, já esgotadas suas 300 garrafas, o vinho passou 25 meses em barricas francesas novas de 225 litros mais uns 4 meses em garrafa. A safra de 2014 foi engarrafada recentemente e passou os mesmos 25 meses em barrica francesa nova, só que desta vez em barricas de 400 litros para reduzir o impacto da madeira sobre o vinho, que já não achei assim tão preponderante no de 2013. Gamei no vinho, mas o José Eduardo me disse que a safra foi difícil, então só posso imaginar e esperar ansioso o que nos trará o 2014 (safra bem superior) que está por chegar daqui a alguns meses. Eu já reservei minha cota de garrafas!! rs Fiz uma curta entrevista com o José Eduardo Bassetti, o capo deste projeto, que compartilho aqui com os amigos:

JFC – Porquê da Sangiovese e quando foi plantada?

JEB – Em 2009 plantamos 5.000 mudas de Sangiovese, originárias da VCR produtora de mudas na Itália. Acreditamos que as características desta variedade, com média precocidade, boa produtividade e acidez típica dariam bons resultados na altitude da Serra Catarinense.

JFC – Qual o tipo de solo plantado.

JEB – Este vinhedo foi implantado em encostas do lado leste com alinhamento Norte com excelente exposição solar. Solo de origem basáltica, argiloso e com boa drenagem.

JFC – Ficha técnica e processo de vinificação

JEB – Solos argilosos com alta declividade, baixo pH, exposição solar Norte, invernos rigorosos e verões amenos e secos. Altitude do vinhedo: 1301 msnmm. Colheita seletiva, desengaçe, seleção de bagas manualmente, fermentação alcoólica e malolática em barricas de carvalho francês com permanência de 25 meses, estabilização natural e engarrafamento.

JFC – Qual o futuro desta casta na Villaggio Bassetti e na serra catarinense?

JEB – Pelos primeiros resultados ficamos com muita vontade de plantar mais umas 10.000 mudas mas, como com vinho cautela sempre é bom, vamos aguardar mais um pouco. Em minha opinião, acertando clone, porta-enxerto e sistema de condução pode vir a ser umas uvas de melhor expressão em nossa região.

JFC – Quem lhe dá consultoria enólogica?

JEB – Desde 2007 o Anderson de Césaro é nosso Enólogo com exclusividade e desde 2012 o Joelmir Grassi, também Enólogo, trabalha na condução dos vinhedos e na operação da Vinícola.

JFC – Que outras castas ainda são experimentais na vinícola?

JEB – A partir do próximo ano teremos também a variedade Syrah para elaborar nossos vinhos. Será a primeira e pequena safra desta uva. Temos para lançamento em breve nosso primeiro Sauvignon Blanc de fermentação natural, com cascas e estágio em barrica.

JFC – Qual a produção atual (geral) e capacidade futura instalada em número de garrafas.

JEB – Como temos ainda vinhedos bastante jovens, alguns ainda produzem muito pouco, o que nos permitirá produzir na próxima safra cerca de 30.000 garrafas entre todos nossos vinhos, mas a capacidade futura está prevista para 50.000 com a presente estrutura, porém de vinhedos (produção de uva) poderemos vir a duplicar isso num terceiro estágio.

Bem amigos, foi longo mas o vinho, a vinícola e o José Eduardo merecem esta atenção e os amigos que tiveram a oportunidade de tomar este vinho certamente poderão comentar se estou exagerando ou se é vero! Aliás Santa Catarina foi a região que mais surpresas de qualidade me presenteou este ano que passou. Muito jovem ainda, cerca de 16/17 anos tão somente, pequena produção, mas já nos trazendo vinhos de muita qualidade e onde, acredito e me cobrem daqui a alguns anos, está o futuro dos grandes vinhos brasileiros junto com a Campanha Gaúcha. Saúde, kanimambo pela visita e tenham todos um grande Ano de 2017!

 

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Abreu Garcia Chardonnay e O Almoço de Domingo!

Neste Domingo, a sós com minha loira, decidi preparar um prato que qualquer cozinheiro meia boca, tipo euzinho aqui, pode fazer e se dar bem! Para acompanhar já tinha img_20161106_144348376separado minha última garrafa de Abreu Garcia Chardonnay que, lamentavelmente, terei que esperar um bom tempo até ter outra para tomar e vender, porque a safra não deu este ano devido a pésssimas condições climáticas e a de 2015 esgotou. Sou fã deste vinho sem madeira nenhuma, melhor que o amadeirado deles que acho excessivo, e de bom preço (R$60) que me dá especial prazer por seu equilíbrio sem perder a tipicidade do que se espera de um bom chardonnay. Já falei dele aqui quando o harmonizei com Fondue de Queijo, mas desta feita optei por acompanhá-lo com filé de Pintado coberto por um refogado (super simples de executar) de cebola, alho, tomate cereja, azeitona preta portuguesa e um punhado de alcaparras, acompanhado de purê de batata, ficou da hora!

Desta feita vou dar o passo a passo desta gostosa receita para quem estiver a fins, não requer grande habilidade, afinal, se eu que sou um zé mané na cozinha consigo,qualquer um consegue e é bastante rápido. Para duas ou três pessoas, separe dois ou três filés de pintado, uma cebola média fatiada fina,um dente de alho picado fino, umas oito azeitonas picadas, dez a doze tomatinhos cereja cortados em pedaços pequenos, 3 colheres de chá de alcaparra. Tempere os filés a gosto, eu uso um pouco de sal, pimenta branca moída na hora, um pouco de suco de limão, um fiozinho de vinho branco e uma pitada de tomilho. Deixe marinar uma meia hora. Enquanto isso prepare os outros ingredientes.

Primeiro dê uma selada dos filés usando uma frigideira com um fiozinho de azeite e meia colher de manteiga enquanto esquenta o forno. Depois de selados os filés (tipo 2 minutos de cada lado), separe e guarde numa forma que posteriormente irá ao forno. na mesma frigideira coloque mais um pouco de azeite e uma colher de manteiga, sobre o qual jogue toda a cebola e quando ela começar a ganhar cor, jogue o alho, em seguida o tomate e as azeitonas, refogue bem e no final termine com as alcaparras.

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Jogue esse refogado sobre o peixe de sua escolha (eu gosto muito do Pintado – peixe de rio) e leve ao forno já quente, 180º, por no máximo dez minutos. Retire sirva com purê ou arroz, tem gente que gosta dos dois, você escolhe. Isso tudo não dura mais do que meia hora, enquanto isso vá acompanhando com umas taças de vinho e um queijinho ou patê com torradas, porque cozinhar sem vinho não tem graça! rs O problema é que, como já comentou no face meu amigo Rui Miguel, quando sentamos à mesa já sobrou pouco espaço para acomodar mais comida, “but what the hell”, Domingo é mesmo para esses abusos gastronômicos! Prato sem frescura, mas o sabor!!! Estava bom demais da conta.

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Não precisa dizer que o vinho harmonizou perfeitamente e que o condimento principal, a presença de minha loira, fez a diferença. Essa última, a companhia, cabe a você achar a sua ou seu, mas garanto que faz a diferença porque sózinho não tem a mesma graça! Gente, uma ótima semana para todos e na Quarta tem mais, kanimambo e saúde, fui!!

Ps. Ia me esquecendo, vai fazer bonito, garanto!! rs

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Quebrando Paradigmas Com Vinhos Brasileiros

Apesar de ter ficado para alguns uma falsa percepção de que tenho algo contra os vinhos brasileiros, há anos que sou um entusiasta. Esse “ranço”, na verdade ficou em função de meu forte posicionamento contra a tentativa de golpe contra o consumidor com a adoção das famigeradas salvaguardas (quem chegou mais recentemente à nossa vinosfera não conheceu e os mais velhos se esqueceram rapidamente) e de quem bancou essa irracionalidade que, graças a essa firme oposição de diversas pessoas, acabou não passando tendo prevalecido o bom senso. Há muito que falo que já fazemos bons vinhos, meu problema com grande parte dos produtores está mais na área comercial onde não compartilho de suas estratégias, então espero que isso fique claro de vez e vamos em frente porque chega dessas baboseiras.

Na semana passada tive a oportunidade de preparar para a Confraria das Enoladies uma degustação só de vinhos que reputo como de boa e muito boa qualidade que surpreendeu a todos. Compartilho com os amigos um pouco de minhas impressões sobre o que chegou na minha taça.

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Villa Francioni Rosé (Serra Catarinense)- não tenho conhecimento de um vinho rosé fruto de um blend de 8 uvas – Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Sangiovese, Merlot, Petit Verdot, Malbec, Syrah e Pinot Noir. Apesar de caro, passa dos R$120 o que rivaliza com bons Provence, prima pelo frescor e equilíbrio sem contar que a garrafa é linda.

Villaggio Grando Innominabile lote V (Meio-Oeste Catarinense) – Um clássico muito fino, delicioso corte de sete uvas e seis safras! A cada safra, 20% do vinho é guardado para se fazer o corte de safras do ano seguinte. Neste lote V, são seis safras, de 2004 a 2009. As uvas, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot Noir, Marselan, Malbec, Merlot e Petit Verdot. Um vinho que já comentei aqui por diversas vezes. São vinhos que sempre se apresentam prontos a beber, porém evoluem muito bem com o tempo. taninos sedosos, fruta abundante, corpo leve para médio, òtima textura, boa persistência de boca, um vinho que agrada fácil a gregos e troianos, a entendidos e outros nem tanto. melhor, preço bacana, na casa dos R$80,00.

Bueno Paralelo 31 2103 (Campanha Gaúcha) – Bom exemplar dos tintos da Campanha, região de onde ainda vamos ver muita coisa boa sendo criada. Este já tem a mão do respeitado enólogo italiano Roberto Cipresso na finalização do vinho, porém na próxima safra já se espera que ele acompanhe o processo na íntegra. Mudou o estilo, mais escuro e denso, um corte saboroso de Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot com maior volume de boca. Frutos negros, madeira um pouco mais aparente porém bastante equilibrado que se integra melhor com um tempo em taça ou num decanter para aerar por uma meia hora a quarenta e cinco minutos, pois o vinho ganha muito com isso. Preço hoje beira os 100 Reais, mas acho que está em linha com o que apresenta.

San Michele Tridentum Teroldego (Vale de Itajaí) – situada em Rodeio fortemente colonizada por italianos do norte da itália, especificamente do Alto-Ádige, região de Trento, de onde a uva é originária. Ver essa uva por aqui foi uma alegria, pois gosto muito tendo nos vinhos da Angheben, que também é originário da região italiana, minha referência local. Esta uva sempre produz vinhos retintos, escuros de boa “pegada” e esse não foge à regra, muito bom, um vinho que foge aos aromas e sabores mais comuns a que estamos acostumados, um vinho de personalidade própria e marcante. Notas mais terrosas, algo de defumado, boa acidez, médio corpo, denso, um vinho complexo que me agradou sobremaneira e a minhas confreiras idem. Com preço na casa dos R$80,00 vale muito a pena.

Miolo Lote 43 – 2011 (Vale dos Vinhedos) – Um clássico com a mão do Adriano Miolo e de meu amigo Miguel de Almeida, enólogos que cuidam da criança. rs Um lorde, a finesse em pessoa e um vinho que tomaria a dois de bom grado, pois uma tacinha é pouco! Falar deste vinho e chover no molhado, mas este 2011 está especialmente bom apesar de não ter degustado muitos. O provei pela primeira vez há três anos atrás num Challenge de Vinhos Brasil x América Latina (Wine In promovido há época pelo amigo Breno Raigorodski) e já me impressionou, tendo ganho na classe acima dos R$50,00. De lá para cá só cresceu e mostrou ainda muita estrutura para nos seguir presenteando com alegria por muitos e muitos anos. O preço está ficando algo salgado, por volta dos R$170 a 200 dependendo de região, mas é um vinho marcante que por R$150,00 seria uma ótima compra.

VF Villa Francioni Tinto 2009 (Serra Catarinense) – de volta a esta região com este delicioso corte bordalês de Cabernet Sauvignon, Merlot,Cabernet Franc e Malbec. Em 2009  coloquei o 2005 como intruso num Desafio de Bordeauxs, até R$100,00 e desbancou meio mundo. Desde aquela época o reputo como o melhor vinho tinto produzido por esta vinícola e recentemente tive a oportunidade de confirmar isso ao provar toda a linha deles.Com sete anos de vida, o vinho está tinindo! rs Boa e complexa paleta olfativa com frutos negros abundantes, tabaco, café, estrutura  com elegância e taninos finos, rico meio de boca, longo, um belo vinho em que os aromas seguem nos encantando mesmo depois de terminado a taça. O preço, bem os vinhos desta casa sempre estiveram na parte mais alta da pirâmide, então prepare-se para pagar algo ao redor dos R$200 aqui em Sampa. Como no Lote 43, se achar por R$150 a 160,00 será uma ótima compra em linha com produtos similares importados.

Enfim, esta foi uma bela seleção de vinhos para quebrar preconceitos de qualquer um quanto à qualidade de nossos vinhos e tem um monte de outros rótulos que poderiam estar por aqui.Uma ótima e prazerosa noite passada junto à minha primeira e mais antiga confraria, as Enoladies que em Novembro estará completando SEIS anos de vida! Fiz as contas, neste período foram 65 reuniões e mais de 400 vinhos provados entre tintos, brancos, rosés, espumantes de todas as regiões e países do mundo, mas seguimos encontrando rótulos novos e experiências refrescantes para não deixar a paixão morrer, eta coisa boa esta nossa vinosfera!

Saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui, na Vino & Sapore, ou em qualquer esquina deste maravilhoso mundo do vinho.