Vinho de Santa Catarina

Abreu Garcia Chardonnay e Fondue de Queijo

O inverno está aí e começou cedo, então a temporada de Fondue se alonga este ano! Eu gosto de curtir o friozinho me saciando com um gostoso fondue de queijo, um saboroso vinho e, para quem pode, o calor de uma lareira acesa e a companhia certa, poucas coisas são tão gostosas e tão fondue1românticas, é uma ótima pedida para os próximos dias. Fondue, originário da Suiça e outrora muito elitista em nossas terras tupiniquins, sempre foi algo muito corriqueiro em países europeus de inverno mais rigoroso e, aqui, começa a ganhar um status diferenciado até porque não exige grande conhecimento para elaborá-lo e tão pouco é caro. Com os pacotes prontos para uso e de custo bastante baixo, basta comprar um kit para fondue e começar a curtir sem grandes gastos e, ainda por cima, tem aquele tempero especial quando “harmonizado” a dois. Um pacotinho desses de fondue de queijo, os puristas vão se revoltar mas é bem mais prático e bom, serve duas pessoas numa boa e, se quiser algo mais, complete com um de chocolate e frutas, bom demais! Eu tenho sempre umas caixinha dessas na despensa, nunca se sabe quando dá vontade, então …..

Na hora do fondue sempre fica uma pergunta, que vinho tomar? No de carne é fácil; vai-se de tintos, macios, taninos sedosos e “amistosos” ausentes de adstringência mais acentuada (salvo se molhos muito fortes forem usados) e, na minha opinião, não tem conversa!fondue2 Quanto ao de queijo, há seguidores tanto do branco como do tinto e a “regra” diz que vinhos brancos são os melhores acompanhamentos para queijos, mas  como disse há dias, não esquente siga seu gosto. Eu aprecio os dois, depende do dia, do que está à mão e da vontade, desta feita achei por bem abrir um branco apesar de que muitas vezes abro um tinto. Como gosto de variar e estava querendo testar essa harmonização, como dizia o Jânio, fi-lo porque qui-lo! rs Minha sugestão quando harmonizando Fondue de Queijo com brancos, é evitar aqueles muito cítricos e florais que, tradicionalmente, são mais companheiros para frituras, preferindo aqueles um pouco mais untuosos e de maior estrutura devendo ser tomados frescos, mas não gelados.

Desta feita fui de um vinho nacional, de Santa Catarina obviamente (rs), que gostei muito e me empolguei tanto que acabei não tirando foto do conjunto da obra, mas ficou bão demais! Vem do Planalto Serrano Catarinense a cerca de 1000 metros de altitude em Campo Belo do Sul, próximo a Lages. Foi um Abreu Garcia Chardonnay 2015 sem passagem por madeira que não fez nenhuma falta por aqui. O vinho mostra complexidade, boa tipicidade e é untuoso o bastante para enfrentar o Fondue sem passar por cima, notas lácteas, fruta balanceada, acidez boa e bem integrada ao conjunto fazendo um contraponto harmonioso, tendo se ajustado bem ao Fondue (usei Tigre) gerando uma harmonização muito equilibrada. Na próxima mato a cobra e mostro o pau, prometo, e aí substituo a foto. A madeira pode matar tudo desbalanceando o conjunto, para meu gosto deixemos claro, então cuidado caso opte por um vinho com passagem por barrica, pois deve ser bem sutil. Enfim, me dei bem e minha loira aprovou, o que também é importante, se não o mais importante!!

Abreu Garcia Chardonnay

Como costumo frisar, não precisamos gastar rios de dinheiro para curtir momentos destes apesar de que, se alguém quiser fazer bonito e tiver bala na agulha, existem inúmeras opções muito saborosas com preços mais altos. Lareira, Vinho, Fondue, Pão, não deu 120 pratas, certamente repetirei em breve!! Saúde, kanimambo pela visita e apesar dos Dia dos namorados ter sido em Junho, agora é que está bom para namorar, então se esquentem!!

Nebbiolo Catarinense, Uma Enorme Surpresa!

Há outros elaborando vinho com Nebbiolo no Brasil, mas dos que provei nenhum que chegue aos pés deste que vem da região produtora brasileira que mais me seduz. Tanto que dentro de dias saio com um grupo para navegar por esses Vinhos de Altitude na serra Catarinense e descobrir algo mais de sua gastronomia e cultura.

Tem gente que não lê, obviamente,que só vê título de posts e por isso ainda acha que tenho algo contra o vinho brasileiro, longe disso! Minhas criticas são contra algumas empresas que tentaram uma tentativa de golpe contra o consumidor ao tentar passar no governo salvaguardas que aumentavam drasticamente os impostos sobre vinhos fora do Mercosul (não esqueço não!), contra as estratégicas de marketing, políticas comerciais e precificação da maioria, especialmente quando fazem um vinho de gama mais alta que se sobressaia um pouco. Vinhos bons há e cada vez mais, nunca falei que não e para os incautos, basta acessar a Categoria países aqui do lado e ler os posts sobre vinhos brasileiros que só perdem em quantidade para os portugueses e argentinos.

barone na taça

Enfim, essa é outra história, vamos é falar desse gostoso e charmoso Barone Nebbiolo da Vinícola San Michele. Produção limitada a 2.000 gfas, colheita 2014 com estágio de 8 meses em barricas de primeiro uso, carvalho francês da Segan Moreau e alguns poucos meses em garrafa. Vinhedos de sete a oito anos na Serra Catarinense é apenas a segunda safra deste produtor o que enseja um futuro ainda mais promissor. Ao abrir já me deparei com um Barbaresco no olfato! Gosto de Barbaresco, fica pronto mais rápido e é bem mais barato que os Barolos e seus aromas são inconfundíveis. Não soubesse eu que este vinho era originário do Planalto Catarinense (Rodeio) com uvas da Serra, certamente o daria como um vinho do Piemonte. A cor na taça, sedutora e linda, brilhante, love at first sight! rs Dá uma olhada nessa foto aí de cima e vê se não dá vontade de mergulhar de cabeça??

Aromas intensos, sedutores de frutos negros, especiarias, notas florais,Barone Nebbiolo madeira muito bem colocada, daqueles vinhos que a gente não sabe se bebe ou se funga! Implora para ser levada à boca, mas sugiro dar-lhe um tempo, uma meia hora, antes de o servir, mas já coloque um tico na taça enquanto funga!! rs Num primeiro momento a entrada de boca e final se igualam, mas o meio parece algo ligeiro. Num segundo momento após um tempinho na taça ele se integra e fica mais uniforme em boca onde as especiarias e fruta se mostram uníssonos, taninos finos, integrados, complexo, boa persistência, uma enorme surpresa para mim e quem o provou comigo naquele final de tarde de Sexta-feira. Um vinho que me fez sorrir de prazer, como isso é bom! Depois repeti a dose em casa num almoço e alegria igual, desta feita com comida, bacalhau (para variar, rs).

Abra com amigos “entendidos” no metié sem informar origem ou mostrar o contra rótulo e confira as avaliações, depois descortine a origem! O produtor, Vinícola San Michele (Rodeio/SC), jovens formados na Escola de Enologia do mesmo nome em Trento na Itália. Agora preciso provar o Teroldego deles que dizem também ser muito bom.

O vinho fez parte de minha seleção de Novembro da Confraria Frutos do Garimpo (link acima) e acabei colocando algo tanto na Vino & Sapore como em minha adega pessoal tanto para beber agora como para guardar e avaliar sua evolução dentro de uns anos. Belo vinho, recomendo e quem o provou que comente!

Por hoje é só, vou deixar algo já programado para Sexta e a semana que vem é Carnaval, direto do front devo publicar algo do meu tour pelos Vinhos de Altitude de Santa Catarina, se der tempo! Kanimambo e grato pela visita, sempre bom tê-lo por aqui.

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