Saul Galvão

Meus Mantras no Mundo do Vinho

Desde que comecei a divulgar e comentar este mundo dos vinhos regido por Baco, tentando compartilhar experiências e promover aquilo que encontro de bom em nossa vinosfera, tenho tentado fazê-lo de forma a desconstruir a imagem snobista e elitista que alguns construíram, pois nossa vinosfera precisa efetivamente de um trabalho forte de desmistificação e desconstrução! Quando dou cursos ou promovo alguma degustação temática, tomo por base esse conceito e uso como exemplo estes três pensamentos ou, talvez melhor, ensinamentos passados adiante por gente de respeito neste meio.  São meus mantras (rs) que hoje gostaria de compartilhar com os amigos leitores pensando sempre numa vinosfera mais real, com menos firulas, mais simplista porém não menos poética quando tem que ser na expressão das sensações que nos despertam.
Me fez lembrar quando com cerca de 14 para 15 anos desafiei meu professor de literatura inglesa ao ele me dar uma nota baixa quando da interpretação de um poema. Afinal, uma obra de arte não possui a capacidade de alcançar sua mente e coração de forma diferente gerando emoções diferenciadas em cada um? Por quê a minha percepção estava equivocada e não a dele? Ele esteve com o poeta ou este deixou algum escrito dizendo o que ele queria que cada um sentisse ao ler suas palavras? Lembro que tinha 14 anos, porém deixando de lado o aspecto mais ingênuo das colocações que fez com que minha nota fosse reduzida um pouco mais (rs), acho que isso se aplica muito à nossa vinosfera porque muito destes vinhos são poesias engarrafadas que falam (sim, quer os esnobes queiram ou não, eles falam) conosco de forma diferente, nos tocam e geram emoções diferentes em cada um de nós, deixando claro, a meu ver, que por estas bandas não existem verdades absolutas. Bem, já falei de mais, como de costume, então vamos aos mantras que regem minhas atividades no setor:
AlejandroDe Alejandro Vigil – Enólogo argentino, considerado um dos 30 mais importantes da vinosfera mundial, responsável por alguns dos melhores vinhos argentinos da atualidade
Porque tenemos la tendencia de lo absoluto ? Porque alguien tiene que decir su verdad como única ?  Los vinos para cada persona significan algo distinto, siente algo distinto , ven cosas distintas … Cada quien sentirá la mineralidad , verticalidad , frutas rojas o negras, para otros simplemente le gustara o no . Pero nadie puede decirte a vos que sentís o que piensas . El vino por definición es plural y diverso, nadie tiene la última palabra es tus gustos y sensaciones solo vos “.

De Saul Galvão – Saudoso e insubstituível mestre da crônica enogastronômica de nossa vinosferasaul 11 tupiniquim que com todo seu conhecimento não só pregava a humildade  no trato do vinho como a praticava em seus escritos, palestras e até nos eventuais encontros com seus seguidores como eu que tive a rara oportunidade de o encontrar uma vez tomando sua taça no shopping Iguatemi e trocado com ele dois dedos de prosa.Uma pessoas extremamente afável, faz falta!

“Quando se fala em vinhos, nunca há uma palavra final, mas sim opiniões, que podem ou não ser bem sustentadas. No final, só uma opinião importa, a sua. O vinho só existe para dar prazer, se ele deu prazer, cumpriu sua função, independentemente de regras cânones e opiniões alheias. Costumo dizer que o vinho precisa descer do pedestal no qual foi colocado por alguns esnobes e pretensos entendedores e ser colocado em seu lugar, que é o copo. Nada mais chato que um esnobe do vinho, que fala pomposamente, como se ele fosse o único ungido a entender termos herméticos”

Aubert-de-Villaine-1-docAubert de Villaine – é co-proprietário e co-diretor do Domaine de la Romanee-Conti na Borgonha, responsável de alguns dos vinhos mais caros do mundo, sendo proprietário de uma vinícola em Bouzeron na mesma Borgonha e outra ainda, na Nappa Valley tendo sido um dos juízes no famoso Julgamento de Paris em 1976.  

“Não fico surpreso que as pessoas não identificam estes aromas todos nos vinhos que compram, eu mesmo não sou capaz de reconhecê-los. Aliás, acho isso muito aborrecido, não estou interessado nisso e sim na personalidade do vinho.

Creio que fica claro, não por minhas palavras mas nas deles, que não há porquê se assustar ou se sentir frustrado se você não achar nos aromas ou nos sabores o que o produtor imprimiu no contra rótulo ou o que determinado crítico tenha escrito sobre o vinho. No final, tudo isso são meras indicações e serem sorvidas com a devida parcimônia. Curta os vinhos que achar que valem a pena, da forma que mais lhe convier lembrando que, se lhe deu prazer o resto é acessório! Pode até agregar, mas o importante mesmo é que o você sentiu. Fui, fico por aqui hoje, uma ótima semana para os amigos que hoje me deram o privilégio de sua visita, Kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí nas estradas de nossa vinosfera tupiniquim!

Salvar

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Vinho, Curtindo a Viagem Sem Frescuras!

Existem mitos criados sob o mundo do vinho que atrapalham mais do que ajudam os aficionados de nossa vinosfera, especialmente quando estes começam a trilhar um caminho de maior dedicação a Baco. Venho pensando em escrever sobre isto já faz um wine Snobtempinho, o assunto é polêmico e podes ser mal interpretado, “but what the hell”! Chega de esnobismo no mundo vinho, de o complicar, vamos curtir!

Acredito que muitas vezes por imposição de críticos e colunistas pelo mundo afora, até produtores, que ficam rebuscando suas descrições de determinados vinhos o consumidor tende a ficar inibido e até constrangido quando lê e, especialmente, quando escuta o detalhamento de aromas e sabores mil! Sentimos que jamais chegaremos nesse nível, que somos ignorantes no entendimento do vinho e não tem estudo que consiga nos fazer chegar lá, dá uma certa frustração, não dá? Daí eu me pergunto, importa??

Canso de ler da necessidade de democratizar o vinho, de desmistificar, de quebrar paradigmas, mas não é bem isso que vejo não! Acho salutar querer conhecer mais, sentir mais, entender mais para aproveitar mais! Agora, não deixemos que isso vire uma obsessão porque isso não é essencial, é somente um plus em nossas vidas de enófilo que requer sim, na minha opinião, outro tipo de conhecimento. O de conhecer as uvas, os países e regiões, até os enólogos para melhor poder comprar o que é de nosso gosto. Por necessidade da profissão, provo de tudo e gosto de conhecer tudo, mas o consumidor médio que não faz disso sua profissão precisa mesmo de saber tudo isso? Você compra um vinho porque tem sabor de fruta vermelha fresca ou de fruta madura? Porque possui aromas de flores brancas molhadas pelo orvalho da manhã? Será que se compra vinho pelo nariz ou pelo tipo de diálogo que ele tem consigo na boca? Como ele combina, eventualmente, com o que você vai servir de prato?

Sei que é um tema algo polêmico, porém sou um seguidor de um conceito exposto Aubert-de-Villaine-1-docpor Aubert de Villaine mesmo sem nunca ter tomado um de seus vinhos, exceção feita a um Aligoté há muitos anos atrás. Para quem não sabe, esse senhor é sócio diretor “apenas” de uma vinícola que produz alguns dos melhores e mais caros vinhos do mundo, o Domaine de Romanée Conti em Borgonha na França. Disse ele aqui no Brasil em uma entrevista à revista Veja alguns anos atrás: “Não fico surpreso que as pessoas não identifiquem estes aromas todos nos vinhos que compram. Eu mesmo não sou capaz de reconhecê-los. Aliás, acho muito aborrecido. Não estou interessado nisso, e sim na personalidade do vinho.” Tendo dito isso, não deixo de achar válido que uma pessoa queira explorar esse sentido e para tanto se dedique na busca do conhecimento para tal, só acho que não devemos extrapolar o valor que isso tem para se desfrutar de um vinho.

A meu ver, e tento ser um guia nesse sentido, devemos sim é entender o que são; taninos, amargor, doçura e acidez. O que é um vinho dito gastrônomico, o que são; intensidade, estrutura, peso, persistência, pois de nada adianta, por mais que haja a necessidade de também possuir aromas convidativos, o vinho “cheirar” bem porém negar na boca enquanto o inverso é perfeitamente aceitável. Existem vinhos, por outro lado, que um não sabe se bebe ou se funga e já me peguei com uma taça vazia na mão curtindo os aromas de um vinho por horas após o mesmo ter terminado, normalmente vinhos divinos, de reflexão. Não tentei decifrar seus aromas, mas simplesmente curti as sensações que despertavam em mim, creio que falta um pouco disso na vida de muito enófilos, simplesmente curtir o momento, a taça, sem frescura sem nos tornarmos obcecados em dissecar o vinho! Afinal, como já disse o poeta, “Navegar é Preciso”.

Aliás, essa obsessão pode também se tornar um martírio (rs) e uma tremenda frustração quando um não consegue sentir os aromas e sabores (outro paradigma a se repensar) descritos pelo produtor, apresentador, colunista ou especialista que descreve tão vividamente o vinho. Gente, o vinho é algo pessoal, tratamos aqui de gosto! Como profissional podemos e muitas vezes temos que analisar um vinho e avaliá-lo tecnicamente, porém a degustação geral dos enófilos parte essencialmente de seu gosto pessoal. Eu tenho que, pelo menos tento, ser o mais imparcial possível em minhas análise e avaliações pois o oficio assim o requer, agora o enófilo tem é que curtir o que gosta e explorar sabores e aromas que ele curta, ponto! Nesse sentido, razão que motivou este post, me deliciei com um postAlejandro recentemente publicado pelo conceituado enólogo argentino (um dos top 30 do mundo) Alejandro Vigil; “Los vinos para cada persona significan algo distinto (diferente), siente algo distinto, ven cosas distinta. Cada quien (qual) sentirá la mineralidad , verticalidad , frutas rojas o negras, para otros simplemente le gustara o no. Pero nadie (ninguém) puede decirte a vos que sentís o que piensas. El vino por definición es plural y diverso, nadie tiene la última palabra es tus gustos y sensaciones, solo vos !” Tudo a ver, disse tudo o que há anos não canso de falar, mas quando os mestres falam são mais ouvidos, então…

Minha mensagem nesta fria manhã de inverno aqui em São Paulo, é de compartilhar com os amigos a necessidade de curtir a viagem! Estude, conheça, busque, mas sem obsessões que atrapalhem essa viagem. Afinal, como já dizia o saudoso Saul Galvão saul 11(adoro esta citação dele), um dos meus mentores que faz uma falta danada nesta pequena vinosfera tupiniquim repleta de grandes entendedores andando de salto XV, “Quando se fala em vinhos, NUNCA há uma palavra final, mas sim opiniões, que podem ou não ser bem sustentadas. Só uma opinião importa, a sua. O vinho só existe para dar prazer. Se ele deu prazer, cumpriu sua função, independentemente de regras cânones e opiniões alheias. Costumo dizer que o vinho precisa descer do pedestal no qual foi colocado por alguns esnobes e pretensos entendedores e ser colocado em seu lugar, que é o copo. Nada mais chato que um esnobe do vinho, que fala pomposamente, como se ele fosse o único ungido a entender termos herméticos.” Agora, muitos deles têm mesmo é que valorizar seus cachés então o complicar tem lá sua razões, mas creio que nos finalmente acabam prestando mesmo é um desserviço ao enófilo, ao simpatizante da causa, ao consumidor. No vinho, como em muitas outras coisas e situações, acabo seguindo o preceito de menos é mais!

Pessoalmente, acredito que a democratização do vinho vem com a quebra de um monte de paradigmas, a eliminação da frescura e derrubada do esnobismo, assim como melhores preços, que se fazem necessários para que possamos facilitar seu entendimento e tirá-lo do pedestal onde alguns insistem em colocá-lo. Como repito à exaustão, o mundo regido por Baco não é binário, não pretende ser uma ciência exata já que é pleno de subjetividades e nele não existem verdades absolutas, há que se desmistificar nossa vinosfera e viver o momento, curtir a viagem. Não se sinta por fora, afinal compartilhar idéias com gente do porte de Saul Galvão, Aubert de Villaine e Alejandro Vigil não é para qualquer um! Uma ótima semana de belas “viagens”, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui, na Vino & Sapore ou qualquer outro lugar de nossa vinosfera.

Opiniões Sobre o Vinho

 

Complexo, sofisticado, complicado, fácil, agradável, frescura, as opiniões são as mais diversas e pesquisando a rede atrás de informações sobre um tema que pretendo escrever, dei de cara com um post do amigo e produtor de belos espumantes em Garibaldi, Adolfo Lona, que me deu a idéia para este post de hoje. Lamentavelmente tem gente demais andando de salto 15, ditando regras e falando complicado em suas avaliações com o intuito de aumentar cachê, um enorme pecado para quem deveria ter a mente aberta e a responsabilidade de ampliar horizontes para a maioria de leitores de menor conhecimento. Falta-lhes humildade, porém há o contra ponto com gente que realmente importa! Eis a opinião de alguns desses que se importam e trazem o vinho para seu real patamar:

Adolfo Lona (link para post completo dele > http://adolfolona.blogspot.com.br/2012/05/melhor-vinho-e-balela.html
“A melhor forma de se guardar um vinho é na memória. O melhor vinho é aquele que lhe dá prazer. Nada mais verdadeiro. O vinho é momento, o entorno, subjetividade, o vinho é sentimento. Um vinho cinco estrelas degustado numa reunião formal vai para a gaveta das experiências, um vinho simples bebido num momento especial, vai para a das lembranças. Já bebi alguns vinhos e espumantes na minha vida e posso assegurar que muitos deles não deixaram marcas. Outros ficaram gravados porque estão associados a momentos especiais. Gosto de beber bons vinhos e espumantes? Sim, em especial na boa companhia de pessoas, locais, música, por do sol, família, amigos, esposa/o, noiva/o, filhos, penumbra, solidão, etc, etc, etc…. ”

Saul Galvão – do saudoso mestre um pensamento que guardo e compartilho com todos sempre que possível. Foi publicado em seu blog no artigo Prazeres do Vinho de dia 13 de Abril de 2008, se não estiver equivocado! Diz ele; “Aliás, quando se fala em vinhos, NUNCA há uma palavra final, mas sim opiniões, que podem ou não ser bem sustentadas. Só uma opinião importa, a sua. O vinho só existe para dar prazer. Se ele deu prazer, cumpriu sua função, independentemente de regras cânones e opiniões alheias. Costumo dizer que o vinho precisa descer do pedestal no qual foi colocado por alguns esnobes e pretensos entendedores e ser colocado em seu lugar, que é o copo. Nada mais chato que um esnobe do vinho, que fala pomposamente, como se ele fosse o único ungido a entender termos herméticos.”

Albert de Villaine (Sócio diretor da Domaine de Romanée Conti) em entrevista á revista veja há alguns anos atrás: “Não fico surpreso que as pessoas não identifiquem estes aromas todos nos vinhos que compram. Eu mesmo não sou capaz de reconhecê-los. Aliás, acho muito aborrecido. Não estou interessado nisso, e sim na personalidade do vinho.”

Pessoalmente, acredito que a democratização do mercado do vinho com a quebra de um monte de paradigmas se faz necessário para que possamos facilitar seu entendimento e tirá-lo do seu pedestal onde alguns insistem em colocá-lo. O mundo regido por Baco não é binário, não pretende ser uma ciência exata já que é pleno de subjetividades e nele não existem verdades absolutas, isso eu já aprendi! Há que se desmistificar nossa vinosfera e viver o momento, é esse o pensamento que compartilho com os autores acima e lembro de duas experiências que exemplificam isso:

  • Algumas pessoas me dizem que o vinho não viaja bem. Ao indagar do porquê terem chegado nessa conclusão, elas alegam que, por exemplo, aquele vinho da Provence que tomou lá, estava muito melhor do que o mesmo vinho comprado e tomado aqui. O que se tende a esquecer é que; o momento, as pessoas, o local, tudo isso influencia a percepção de valor e o vinho é só uma (boa) parte disso! De férias em Provence com alguém amado, até a água tem outro sabor!!!
  • Eu mesmo sempre recomendo tomar bons vinhos em boas taças, porém um dos melhores momentos que ficaram gravados na minha lembrança foi um vinho de mesa regional, tomado numa tasca, tirado de uma barrica e servido num copo simples acompanhado de pataniscas de bacalhau no interior de Portugal, compartilhado com um primo que não via há anos!! Não é o melhor vinho que tomei, porém é dos que me deu mais prazer tomar assim como um tapada de Chaves 86 tomado na companhia dos amigos Rui Miguel e João Pedro.

Enfim, algumas opiniões e pensamentos para que reflitamos sobre o que realmente devemos valorizar em nossa vinosfera. Ás vezes levamos isto tudo muito a sério, há que relaxar e aproveitar, o vinho tem uma alma algo lúdica que devemos liberar de forma mais amiúde. Uma ótima semana para todos, salute e kanimambo pela visita

 

Saul Galvão, Saudades do Mestre!

Hatts OffCostumam dizer que português não tem memória e sim uma vaga lembrança (rs), mas com relação a este Tuga aqui essa premissa não poderia estar mais errada! Posso até deixar de lado, mas situações e pessoas importantes da minha vida são guardadas a sete chaves na mente e, por muitas vezes, também no coração de onde volta e meia deixo que saiam. Hoje, não sei bem porque cargas d’água, é dia de lembrar um de meus principais mentores que é, indiretamente, um dos responsável por eu ter-me embrenhado por este mundo regido por Baco, o saudoso Saul Galvão. Depois dele o Paladar ficou mais pobre, mesmo com gente muito boa por lá, e nossa vinosfera perdeu um de seus principais incentivadores.

            Aprendi com ele a falar sobre vinhos que podemos pagar, de que a verdadeira razão da existência do vinho é nos dar prazer, de que vinho caro não é necessariamente bom e nem o barato ruim, que em todas as faixas de preços existem os bons e os mau vinhos enfim, aprendi  que ter os pés no chão, mesmo apreciando grandes vinhos e bons pratos, é essencial para desmistificar os caldos de Baco. Saudades mestre e para homenageá-lo, hoje reproduzo uma coluna dele (16/11/2006) na imagem abaixo, porém sem deixar de colocar aqui duas frases sob as quais alguns ditos críticos de hoje em dia, repletos de verdades e dogmas, deveriam levar em conta pois anda faltando humildade a muitos nessa nossa vinosfera.

“O vinho precisa descer do pedestal no qual foi colocado por alguns esnobes e pretensos entendedores e ser colocado em seu lugar, que é o copo. Nada mais chato que um esnobe do vinho, que fala pomposamente, como se ele fosse o único ungido a entender termos herméticos.”

“Aliás, quando se fala em vinhos, nunca há uma palavra final, mas sim opiniões, que podem ou não ser bem sustentadas.”


“O vinho precisa descer do pedestal no qual foi colocado por alguns esnobes e pretensos entendedores e ser colocado em seu lugar, que é o copo. Nada mais chato que um esnobe do vinho, que fala pomposamente, como se ele fosse o único ungido a entender termos herméticos.”

“Aliás, quando se fala em vinhos, nunca há uma palavra final, mas sim opiniões, que podem ou não ser bem sustentadas.”

Saul - Paladar - Cabernets companheiros de carne - Nov 2006

Já se passaram 4 anos desde que ele nos deixou, mas ficou seu conhecimento e seu exemplo. Valeu mestre, kanimambo!

Semana do Saul

            Apreciador de vinho em função de minha vida como trader visitando o mundo e desfrutando de bons momentos enogastronomicos com clientes nos mais diversos países, me tornei enófilo quando um amigo me presenteou com o livro Tintos & Brancos de Saul Galvão. Foi paixão á primeira página e minha sede pelo saber do vinho se iniciou nesse momento. Depois desse muitos outros vieram, mas sou especialmente grato aos dois, ao James, o meu amigo, e ao mestre Saul Galvão que me iniciou nesta nossa intrigante vinosfera repleta de diversidade onde não existem verdades absolutas e as incertezas e variáveis fazem parte de nosso dia a dia. Acima de tudo, me ensinou que o nosso mundinho do vinho não deve ter frescuras nem este deve ser colocado em inatingíveis patamares. Quando comecei a escrever, tanto as colunas quanto este blog, uma frase dele me marcou e virou meu mantra. Quero aqui, neste dia especial em que ele nos deixou fisicamente, compartilhar com os amigos leitores essa frase que está em minha página “sobre” aqui acima.

“O vinho só existe para dar prazer. Se ele deu prazer, cumpriu sua função, independentemente de regras cânones e opiniões alheias. Costumo dizer que o vinho precisa descer do pedestal no qual foi colocado por alguns esnobes e pretensos entendedores e ser colocado em seu lugar, que é o copo. Nada mais chato que um esnobe do vinho, que fala pomposamente, como se ele fosse o único ungido a entender termos herméticos.”

        Salute mestre, saudades, meu brinde hoje é para você para quem tiro meu chapéu. Kanimambo e que teus ensinamentos sigam iluminando o caminho dos seguidores de Baco nesta eterna viagem de descobrimentos pelo saboroso mundo dos sabores. Bom fim de semana a todos.

Kanimanbo Saul.

                 È, já lá se vão dois anos de saudade do mestre e mentor! Num país de memória curta, quis homenagear aquele que incentivou tantos sem jamais se achar professor, mas foi. Deixou um montão de seguidores órfãos, eu um deles, que muito lhe devem. Dia 9 fará dois anos que fomos privados de seus comentários semanais no jornal e suas famosas tiradas cheias de sabedoria fruto de sua enorme experiência. Um craque do metiê que nunca perdeu a simplicidade e humildade estando sempre disposto a compartilhar seu conhecimento com todos nós. Comecemos a Semana do Saul relembrando algumas de suas célebres frase!

“O vinho foi feito para dar prazer. Os esnobes é que complicam o assunto.”

“Vinho bom é o vinho que acaba primeiro.”

“Não há vinho caro. Nós é que ganhamos pouco”

“O que eu queria mesmo era ser nobre, sabe? Beber, comer e fazer tudo que faço, mas sem ter que escrever depois.”

“O espumante nacional é motivo de orgulho, mas não precisa tomar cantando o hino.”

“o cardápio é o contrato do cliente”.

“Aliás, quando se fala em vinhos, nunca há uma palavra final, mas sim opiniões, que podem ou não ser bem sustentadas. Só uma opinião importa, a sua.”

Salute e uma ótima semana a todos. Kanimambo Saul.

Au Revoir Saul.

              O Mestre se foi, mas deixa um enorme legado para a maioria de nós pobres mortais. Aprendi e sigo aprendendo muito com ele e seus livros. Foi “Tintos & Brancos” que me abriu a cabeça para o mundo dos vinhos. Com ele aprendi a apreciar vinhos e a me deixar levar pelas sensações despertadas ao olfato e ao palato. Foi muito mais que um crítico, foi um professor e, acima de tudo, um homem humilde, generoso e respeitoso com as pessoas apesar de seu enorme conhecimento e litragem o colocarem num degrau acima de todos nós. Me lembro de uma vez que o vi sentado no wine bar da Expand no shopping Iguatemi aqui em São Paulo, mas hesitei em chegar pois não queria importunar. Lhe disse isso num comentário em seu blog e a sua resposta foi “na próxima não deixe de chegar”. Pois bem, houve uma próxima e cheguei, tendo o prazer de ter tomado uma taça com ele, algo que guardarei na lembrança para sempre.

              De seus ensinamentos tirei uma frase, que desde o dia que iniciei este blog deixei registrado na página “Sobre”, aqui acima, tirada de um texto dele publicado no dia 13 de Dezembro de 2007, se é que a memória não me falha. Dizia ele ” Aliás, quando se fala em vinhos, NUNCA há uma palavra final, mas sim opiniões, que podem ou não ser bem sustentadas. Só uma opinião importa, a sua.  O vinho só existe para dar prazer. Se ele deu prazer, cumpriu sua função, independentemente de regras cânones e opiniões alheias. Costumo dizer que o vinho precisa descer do pedestal no qual foi colocado por alguns esnobes e pretensos entendedores e ser colocado em seu lugar, que é o copo. Nada mais chato que um esnobe do vinho, que fala pomposamente, como se ele fosse o único ungido a entender termos herméticos.”

           Saul, uma boa viagem para onde quer que estejas indo neste momento. Que chegues em paz e que Baco te receba de braços abertos com uma garrafa na mão e uma taça na mesa. Esta é a singela homenagem de um eterno aprendiz que um dia leu que “não adianta ser luz se não for para iluminar o caminho de alguém”. Meu caro, fique certo que foste luz  e que iluminaste o caminho de muita gente. Meus pêsames áqueles que mais perto dele estavam e a sua família, a perda é muito maior e muito mais sofrida. Bebel e Sebastian, um beijo meus amigos. Salute mestre, um brinde especial em sua homenagem e vamos em frente porque, como você sempre disse

 “O negócio é passar bem”.

Saul Galvao

Esta imagem está no blog da Bebel e Sebastian ‘Espaço Gourmet” e adorei, tem tudo a ver com o Saul.