Salvaguardas

Poucas & Boas

          Hoje publico algumas dicas e algumas notícias de nossa vinosfera, na Segunda volto falando mais das coisa do vinho!

Salvaguardas, é não esquecemos não! Veja a noticia que deu em Mendoza, no El Sol Diario Online http://elsolonline.com/noticias/view/151283/perez-anuncio-una-inversion-brasilena-millonaria-en-mendoza . Um dos criadores e fiel escudeiro salvaguardista passando por dificuldades em função da vil e desleal concorrência dos importados, está em fase final de estudos de terroir para compra de terras em Mendoza e montagem de uma nova Bodega. Enfim, não vou tecer minha opinião, mas sugiro clicar e ler a noticia para depois tirar suas próprias conclusões sobre o tema. Aproveitando, seguem as informações de que as Salvaguardas foram rechaçadas pelo MDIC pela ausência de base técnica para tal o que já tínhamos demonstrado aqui há algum tempo! Como, no entanto, nesta terra de tanta falcatrua e interesses poderosos tudo muda muito rapidamente, quero ver isso publicado no site do MDIC e no Diário Oficial para, finalmente, conseguir festejar o enterro dessa excrecência, porque os autores, esses já estão enterrados por mim faz tempo, independentemente do resultado da partida.

Dia 31/10 tem Riedel Tasting na Vino & SaporeReserve a data, pois nesse dia teremos uma experiência sensorial diferenciada, vamos degustar taças! Sim, teremos 4 vinhos, todos com mais de 90 pontos na critica especializada, sendo degustados em taças desenvolvidas tecnicamente para varietais específicos – Chardonnay, Syrah, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir. No dia, teremos também a venda de taças e, especialmente do kit degustação, a preços para lá de especiais. Lugares limitados, então consulte e garanta seu lugar, serão 30 porém 20 já estão tomados, com investimento de R$35,00 por pessoa. Ligue para o telefone (11) 4612.6343 ou envie uma mensagem para comercial@vinoesapore.com.br .

Curitiba Here They Come! É gente, dia 27 chega a Curitiba a caravana do Encontro de Vinhos de nossos amigos Beto Duarte e Daniel Perches no hotel Bourbon a partir das 14 horas. Conheços-os bem e são muito capazes tendo conseguido fazer desses eventos momentos muito agradáveis em que o garimpo corre solto e, como sabem, não tem melhor forma de conhecer nossa vinosfera do que essas curtas viagens de descobrimento. Serão cerca de vinte expositores, entre eles as importadoras Au Vin (quebre preconceitos provando seus deliciosos vinhos Libaneses), MS Imports, Vinci, Calix, ChezFrance, Vinho Sul, Smart Buy, Cantu, Dominio Cassis, entre outros. Compre logo seu ingresso e garanta sua participação. Os Locais de venda estão listados aqui http://www.encontrodevinhos.com.br/pontos-de-venda-de-ingressos .Esse eu assino embaixo e recomendo, curta um belo passeio por estes caldos de Baco e aproveite para pesquisar e fazer um exercício comparativo de Qualidade x Preço de diversos rótulos e origens disponíveis no mercado.

Bordeaux- Século XXI no Enopira  com a palestra do connoisseur  Luis Otávio Peçanha lá mesmo em Piracicaba, interior de São Paulo. O evento se realizará no dia 6 de Dezembro a partir das 20 horas e terá presente alguns vinhos de muito renome e marcantes da região.

VINHOS APRESENTADOS:

1-      Château Saint Pierre 2009- 4 ème de St Julien

2-      Chãteau Pichon Baron 2008- 2ème de Pauillac

3-      Château Maslecot St-Exupéry 2006- 3ème de Margaux

4-      Château Leoville Barton 2005- 2ème de St Julien

5-      Château Montrose 2004- 2ème de St-Estèphe

6-      Chãteau Pape Clement 2003- GCC de Graves

7-      Château Cos D’Estournel 2002- 2ème de St-Estephe

8-      Château Pavie 2001- 1er GCC de Saint Emilion

9-      Chãteau Rauzan-Segla 2000- 2ème de Margaux

      Após a degustação Luis Otávio servirá um prato de Javali aos convivas presentes. São somente 15 vagas para 15 privilegiados enófilos ao preço de R$840,00 cada,  pagos em até três vezes. Quer mais informações ou fazer sua reserva, contate-o  pelos telefones  (019 ) 3424-1583-  Cel. ( 19 ) 82040406 ou por e-mail > luizotaviol@uol.com.br.

André “Déco” Rossi é o novo representante de Wines of Argentina no Brasil. Meu amigo e jovem enófilo que já mencionei aqui como sendo uma das estrelas em ascensão  em nossa vinosfera tupiniquim, emplacou mais uma. Melhor, quem emplacou mesmo foi a Wines of Argentina com esta escolha pois estavam precisando de uma lufada de ar fresco e mudança de foco sendo o Deco uma pessoa e profissional que certamente lhes beneficiará e muito! Deco será o encarregado de projetar e implementar planos de posicionamento do vinho argentino no mercado brasileiro; avaliar as oportunidades de relações públicas no Brasil; e planificar visitas e comunicações para a imprensa e o trade, entre outras ações de marketing e relações públicas. Considerando que em 2011 o mercado brasileiro comercializou 77 milhões de litros de vinhos importados, dos quais quase 20 milhões provieram da Argentina, o Brasil se apresenta como um grande potencial para o país hermano.

         Bagagem para isso o amigo Deco tem; começou sua carreira na Expand Group do Brasil sendo Responsável de Comunicação Visual e Promoção. Mais tarde, ingressou na Salles D´Arcy Publicidade e ainda foi parte das equipes de importantes agências como Leo Burnett, DPZ e Lew’Lara/TBWA. Também foi Diretor de Atendimento na W/McCann Publicidade (Ex W/Brasil). Atualmente é editor e criador do Blog EnoDeco, colunista do Portal de Conteúdo Bicofino. É o idealizador da Winet, consultoria especializada na área de vinhos e professor do “Curso de Negócios do Vinho” na Fundação Getúlio Vargas. Além disto participa como jurado e avaliador em concursos e feiras de vinhos em São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas e Ribeirão Preto. Deco, boa sorte meu amigo, pois competência, essa tens de sobra!

Happy Friday na Vino & Sapore. Hoje a partir das 18 horas com vinhos da Mercovino; um branco italiano e dois tintos, um do Douro e outro de Ribera del Duero. Ao pedir um combo, você ganha (até as 20 horas) e segunda taça de um vinho diferente do primeiro, totalmente na faixa. A idéia é fomentar o conhecimento e a diversidade a um preço camarada, somente 20 Reais, em um ambiente agradável, aconchegante e descontraído. Para ver mais acesse o site clicando no link do lado ou aqui. http://www.vinoesapore.com.br/happy_email.html

 Salute, kanimambo e um ótimo fim de semana para todos.

Salvaguardas – Frases Pinçadas

        Nesta enorme tempestade em que se tornou a discussão sobre o pedido de Salvaguardas por meia dúzia de “iluminados”, algumas frases em sites e comentários nos mais diversos blogs e mídias sociais me chamaram a atenção. Aliás, toda essa zorra teve uma coisa boa, mostrou à nossa vinosfera quem é quem neste mundinho e jogou luz sobre a falta de um plano “construtivo” e democrático para a nossa vitivinicultura. As entidades que pseudo representam os produtores deveriam ter seu papel revisto com a busca de um novo padrão de representatividade que equilibre os interesses e necessidades tão díspares entre pequenos e grandes. Para começar, pesos iguais nas decisões estratégias de Ibravins e Uvibras da vida e uma maior abrangência das regiões produtoras. Nesta batalha, só ouvimos Rio Grande do Sul, cadê o resto?!!

Vamos ás frases pinçadas aqui e acolá:

Alejandro Maglione jornalista argentino – .Nuestros vinos son lo que son porque en los ’90 la libertad de importación absoluta nos permitió saber lo que eran los grandes vinos… que no eran los nuestros. Hoy, Argentina que exportaba 5 millones de dólares por año, exporta un billón. Hace falta hablar más de las ventajas de permitir la libre importación?”

Didu Russo – “Eu acho que está na hora de TODAS as vinícolas que são contrárias às Salvaguardas se pronunciarem. Seria importante ter uma relação delas e divulgar isso. Afinal as entidades IBRAVIN, UVIBRA, FECOVINHO e SINDIVINHO estão representando quem?”

Henrique B. Larroudé  – “Essas “salvaguardas” me lembram a reserva de mercado para a informática da década de 80. O Brasil ficou atrasado 20 anos, o mundo ria da nossa burrice.”

Guilherme Lopes Mair em seu blog” por mais que não se queira assumir a paternidade desse “filho feio”, a verdade é que o pedido de salvaguarda pode, sim, resultar num incremento de impostos. Tal fato decorre da própria natureza do procedimento que foi instaurado a pedido dessas entidades. Dizer, agora, que não pediram aumento de impostos soa tão verdadeiro quanto dizer que aquele que acende um pavio de uma bomba não é responsável caso ela exploda, pois o que vai detonar a pólvora (e causar a explosão) é o pavio e não quem o acendeu”

Flavio Pizzato -” Cambio sobre-valorizado (ou Real Irreal inflado por juros altos que atraem coletores de juros – ou a pseudo-riqueza de uma nação movida a consumo sem lastro).”

Marco Daniele – “O consumidor deve ser conquistado com qualidade, e não com decretos.”

François Sportiello – “As medidas preconizadas para o setor, pela Ibravin, Uvibra e agregados, na petição de salvaguardas : aumento dos rendimentos, plantações novas de clones mais produtivos, mecanização etc … podem ser adequadas para produzir soja ou batatas, mais quando se trato de vinho, é a receita ideal para encalhar com mais alguns milhões de litros de bebidas intragáveis.”

Ulf Karlholm “Tudo que está escrito na apresentação de salvaguarda (Carta Circular da Secex) é em torno de vinho de volume e ganhos com escala para ser mais competitivo. Os vinhos que competem nesse segmento são especialmente provenientes da Argentina, Chile, Uruguai  e Itália (com Lambrusco). Esses são vinhos vendidos em um segmento que em outros paises é chamado ‘off trade’ supermercados, vinhos em volumes na luta de preços baixos. O que vai acontecer é que Argentina e Uruguai vão continuar sendo os grandes fornecedores (dentro do Mercosul e sem cotas) de vinhos baratos junto com as novas mega empresas nacionais. A salvaguarda não vai proteger o pequeno produtor contra isso.

Álvaro Escher“Falso igualmente, porque fere a própria essência do sistema capitalista –do qual eles são os pétreos defensores- ao inibir a entrada dos pequenos produtores europeus, símbolos da manutenção da tradição e da qualidade e mestres em sublimar as idiossincrasias. Submetendo o setor a uma perigosa comodidade e impondo-o a flertar com o mau gosto, situação que pode gerar um contexto ainda mais negativo com essa inibição forçada da concorrência salutar. Ou será que o regime econômico capitalista não é mais o que está em vigor, substituído pelo MMA (Melhor MesmoAniquilar)?”

Guilherme Rodrigues na Revista Gosto “Notem que as duas indústrias vinícolas mais prósperas e bem sucedidas dentre os países do Novo Mundo, que floresceram a partir dos anos 1970, são a dos Estados Unidos e da Austrália – onde sempre se comprou vinho importado mais barato do que na própria origem!”

Arthur Azevedo em comunicado da ABS-SP: “Toda a boa vontade com o produto brasileiro pode ser transformada em rejeição sumária do produto, como represália aos produtores brasileiros. E aí, os inocentes podem pagar pelo que não fizeram, pois como transparece nos comunicados recém divulgados, nem todos estão de acordo com o que, pelo menos aparentemente, seria uma reivindicação de todo o setor. O mercado ainda aguarda um posicionamento claro das principais vinícolas brasileiras sobre o assunto. Está faltando transparência ao processo.”

Jonathan Nossiter na revista GQ Sabor“A realidade é que os impostos são ultrajantes sobre vinhos importados e também sobre a produção nacional em que o produtor, inédito mundialmente, paga 53% de impostos sobre seus vinhos. Então, obviamente, a solução para estimular a produção e consumo nacional é cortar drasticamente os impostos sobre TODOS os vinhos”.

Ciro Lila “Incrível: cotas de importação para proteger ainda mais um setor, o de vinhos finos nacionais, que cresceu cerca de 7% em 2011 — ou seja, nada menos do que quase o triplo do crescimento do PIB brasileiro!

Miolo Wine Group – extraído do site da empresa: “líder no mercado nacional de vinhos finos entre as vinícolas brasileiras com cerca de 40% de market share, R$95 milhões de  faturamento em 2009 (32% acima de 2008) e R$120 milhões de investimento nos últimos dez anos” – “Todas as linhas têm mantido um crescimento constante. Nosso objetivo é fortalecer cada marca e aumentar a participação de mercado”, explica o diretor comercial Alexandre Miolo. A empresa projeta, para 2011, crescimento 30% nas vendas do produto no mercado interno.”

Raul Sudré Filho – “A Perini cresceu 23% (vinte e tres!) % em 2011 e planeja crescer 30% em 2012, com investimentos de R$ 10 milhões… Não é de dar pena ?!”

Cristiano Orlandi em seu blog  – “Só fico aqui pensando, com a seriedade que espero que o governo e a SECEX tenham, se não for pedir muito… Por que devemos ter uma Salvaguarda numa indústria que tem números tão modestos em termos de economia nacional? Correndo ainda o risco de retaliação sobre produtos que tem importância muito maior para a economia brasileira? “

Albert Caballe Marinon – Reação muito bem bolada e que pode ajudar se for massivamente usada pelo consumidor; ” Enviei e-mails a várias vinícolas através de seus sites colocando-me contrariamente iniciativa e pedindo que revejam suas posições, sob pena de boicote de minha parte aos produtos da referida vinícola”.

           Subscreva a petição contra as salvaguardas, envie seu e-mail de desagravo às vinícolas, basta entrar no site deles, que compactuam com essa excrecência chamada Salvaguarda e faça sua voz ser ouvida por quem de direito. O cenário me parece bastante claro; a Ibravin e Cia apostam no poderoso lobby que possuem e no seu/nosso esquecimento. NÃO ESQUEÇA, mantenha acesa a chama, a luta continua. Ainda esta semana, mais deste inesgotável tema que insiste em pairar sobre nossas cabeças como uma nuvem negra prometendo chuvas e trovoadas. Salute e kanimambo!

Salvaguardas – Com a Palavra os Produtores III e Resumo

         Nesta semana voltarei a falar um pouco de vinho e na Quarta o concurso de VinoPiadas (mande a sua!) retorna, porém não vou descansar não porque ainda tem muito a ser dito e avaliado naquela circular da Secex e, certamente, os autores da solicitação dessa excrecência chamada Salvaguardas ainda nos darão um monte de razões para seguir fazendo barulho! Aliás tem muita gente boa tentando colocar panos quentes, buscando o diálogo na busca do entendimento para este imbroglio, atitude louvável mas que me faz pensar muito num bordão eternizado por Kate Lyra, que os mais antigos lembrarão, ” brasileiro é tão bonzinho!” .

          Quem sempre procurou o embate, inclusive confessando que não procurou a Câmara Setorial para uma conversa prévia por questão de estratégia, foram os autores do pedido de salvaguardas! Após isso, tiveram inúmeras oportunidades de reformular posição, porém tudo o que fazem até agora é reiterar posição e querer explicar o inexplicável. Com esta estratégia adotada, como dialogar? Com a faca no gogó?! Não, não temos opção, temos que seguir botando a boca no trombone, tentar desestruturar tecnica e judicialmente o caso junto ao Secex e mostrar que o consumidor está alerta e não leva mais desaforo para casa, usando as armas que nos são de direito!

         Este é meu terceiro post abrindo espaço para os produtores darem sua opinião, a favor ou contra, mas lamentavelmente não obtive tanto apoio como esperava. Contatei mais de 20 vinícolas, porém poucas voltaram com seu posicionamento, boa parte por preocupação com eventuais represália, penso eu. De qualquer forma, algumas mais acabaram chegando então, vejam o que pensam alguns de nossos produtores sobre essa excrecência das salvaguardas que, ainda por cima, atingem o alvo errado! Sim, porque Argentina e muito provavelmente Chile, que dominam 60% das importações de vinho, quiçá 80% dos vinhos baratos (abaixo de R$20), e são o verdadeiro calcanhar de Aquiles do setor produtivo nacional, esses não serão atingidos. Por outro lado, isso também não interessa, na verdade o que queremos é que ninguém seja afetado e que se monte uma agenda positiva do Setor como um todo, um projeto a ser construído por todas as entidades na Câmara Setorial do Ministério, a mesma que a Ibravim, Uvibra e Cia. quiseram evitar.  Muitas destas opiniões você já deve ter visto na rede, mas não custa repetir.

1 – Dom Abel

Boa tarde caro João Filipe,

Como sócio-diretor da Vinícola Don Abel, minha posição é clara. A mim me interessa muito mais a redução de impostos ao consumidor do que qualquer outra medida, seja  ela selo ou salvaguarda.  Como por exemplo, o ICMS cobrado em muitos estados da federação onde a alíquota é de 25%, a ST (substituição tributária), o MVA (margem de valor agregado fora da realidade), apenas para citar alguns. A inclusão da indústria do vinho  no SUPERSIMPLES  ajudaria muito, em especial as pequenas e médias vinícolas brasileiras, o que aliás formam a maioria. Existe uma lei para reduzir impostos para as pequenas e médias empresas, onde somos excluídos juntos com outros segmentos como arma de fogo, cigarro, uísque. Classificar o vinho como bebida alcoólica é um erro e isso precisa ser corrigido urgentemente. Estamos lutando para ver acontecer.

Atenciosamente

Sergio de Bastiani – Vinicola Don Abel

2 – Courmayeur (esta respondido ao amigo Gustavo do Enoleigos)

Boa tarde Gustavo! Tudo bem com você?

Parabéns pela sua iniciativa! Nos sentimos muito felizes em saber que gostaria de ver nossa visão quanto à Salvaguarda. A Courmayeur sempre foi a favor do vinho brasileiro e de metas e incentivos ao mercado nacional, no entanto, não achamos que aumentar a carga tributária sobre os vinhos importados auxilie o mercado de vinhos Brasileiros.

Nosso Diretor, o Sr. Mário, ressalta que considera esta, uma ação que será “um tiro na cabeça” para a indústria vitivinícola. Não faz sentido aplicar esta salvaguarda, que terá efeito principalmente em vinhos Europeus, enquanto nosso maior problema é a importação de vinhos do Mercosul, e esta atitude pode (e irá) ocasionar o aumento do consumo de vinhos destes países.

O mais racional é diminuir a tributação sobre os vinhos nacionais, começando pelo Rio Grande do Sul. É uma discussão que valeria vários e-mails!

Agradecemos seu contato e ficamos à disposição!

Um grande abraço! Atenciosamente,

Natália Zandonai – Marketing

3 – Cave Geisse

“Prezados Amigos,

Somos absolutamente contrários a qualquer ferramenta que possa prejudicar o consumidor bem como a evolução do consumo de vinhos de qualidade no Brasil, que sem sombra de dúvida teve uma grande evolução nos últimos anos graças aos esforços realizados tanto pelos produtores brasileiros quanto pelos importadores que trabalham diariamente auxiliando na evolução dos consumidores de vinhos. Temos que agradecer que hoje no Brasil podemos encontrar uma diversidade enorme de estilos e regiões para apreciar e desenvolver nosso paladar, aprendendo a diferenciar o que cada região pode entregar de melhor com suas características e principalmente sua tipicidade.

Sempre nos posicionamos contrários a qualquer barreira protecionista, afinal, o vinho é um dos produtos mais globalizados que existe e o apreciador quer poder tomar a maior diversidade de rótulos possível e aos melhores preços possíveis, e essa deve ser a verdadeira luta de nós produtores brasileiros! Melhorar nossa posição, não procurando meios para dificultar a entrada ou de tornar os vinhos importados mais caros ao consumidor, e sim, através de uma justa redução na pesada carga tributária imposta aos produtores brasileiros, pois afinal estamos falando de alimento e cultura!

Somente conseguiremos aumentar o bolo do consumo de vinhos e espumantes de qualidade no Brasil através de um trabalho conjunto somando as forças dos importadores e dos produtores brasileiros de qualidade em prol do aumento do consumo de vinhos no Brasil. Esta evolução tanto do consumidor como dos produtores nos auxiliarão para um melhor direcionamento e amadurecimento do setor, através do investimento em produtos que tenham melhor aceitação, com características singulares que conquistem o consumidor pela sua inquestionável qualidade e estilo tanto no mercado brasileiro como mundial.

O vinho sempre foi sinônimo de união, acredito que é somente questão de tempo até todos se darem conta de que estamos absolutamente no mesmo lado, e unindo forças teremos um excelente caminho para o bom desenvolvimento da cultura do vinho no Brasil.”

Rodrigo Geisse

4 – Produtor Anônimo – Não gosto nem aprovo essa posição, porém tenho que entender que existem aqueles que preferem evitar a polêmica e eventuais represálias politicas e econômicas, respeitando sua posição.  Normalmente não reproduziria a mensagem recebida, mas conversei com o autor que me liberou a reprodução desde que mantido o anonimato, porém existem informações que acho valiosas e que merecem nossa meditação, até para poder compor um quadro mais claro de todo este imbróglio e das dificuldades porque passam os produtores menos afortunados.

“Olá João Filipe!

 Tudo bem? Espero que sim!!

Com relação a salvaguardas, este assunto é extremamente delicado e, infelizmente, acabou dividindo as opiniões dos produtores nacionais. Por isso, mesmo enquanto nos dispomos a compartilhar a nossa opinião com você, porém não gostaríamos de vê-la divulgada no blog. Apesar de não concordarmos com a salvaguardas, sabemos que tudo foi feito com ótima intenção e que, se houver um resultado positivo para a vitivinicultura nacional, também iremos nos beneficiar.

Acreditamos que este pedido da salvaguardas foi motivado pelo problema gerado com o selo fiscal. Nós, como a maioria das pequenas vinícolas brasileiras, sempre nos mantivemos contra a utilização do selo fiscal. Este selo gera uma burocracia tremenda, perda de tempo enorme, sem falar nos gastos desnecessários. Veja que, em xxxxxxxxxxxxxx, não há quem nos forneça selos. Tivemos que nomear um procurador específico para ir até xxxxxxxxxxxx retirar selos, gastar em tempo e transporte, etc. No entanto, na época fomos voto vencido. Na verdade, acreditamos que o tiro tenha saído pela culatra, porque os vinhos brasileiros ficaram com a obrigatoriedade de colocar selos, enquanto que os importados não precisam fazê-lo. Aí inventaram as salvaguardas. Também achamos que não resolve o problema porque não podemos restringir o livre arbítrio dos consumidores, bem como sabemos que esta não é uma solução definitiva. Pelo contrário, deve perdurar por algum tempo e depois cair. E, ao contrário do que alguns estão afirmando, este tempo não viabilizará os custos do vinho nacional (tenho ouvido dizer que seria o tempo necessário para a indústria vinícola nacional se estruturar…), exatamente porque estes custos dependem muito mais da atuação do governo do que do proprietário de vinícola.

Mas, com certeza há o que se fazer pelo vinho nacional. Li muitas reportagens de importadores, falando que o produto nacional deve procurar ser mais competitivo, melhorando os custos de produção, etc. O problema não reside aí. Acho que podemos afirmar que a indústria nacional do vinho já deixou de ser tupiniquim faz tempo. Hoje dispomos de tecnologia de ponta e programas de qualidade. Com certeza ainda há bastante por se fazer nesta área, mas não será isto que irá melhorar o nosso custo.

Nosso problema principal são os impostos, além do alto custo de frete, de alguns materiais de embalagem e do custo geral Brasil. Acredito que sobre os impostos, nem é preciso falar. Você já deve dispor da relação e alíquota de todos eles e também deve saber que nós pagamos os impostos muito antes de receber pelo pagamento relativo à venda do vinho. Com relação aos materiais de embalagem, veja, por exemplo, que a nossa garrafa é uma das mais caras do mundo. Uma vez que esta indústria está nas mãos de poucos, não há negociação. Se for vinícola pequena, então, muito pior, porque muitas vezes temos que pagar adiantado para poder retirar a garrafa. Com relação ao frete, as distâncias são longas e este custo fica altíssimo. Primeiro temos que levar todo o material de embalagem até a vinícola e depois voltar com ele para o centro consumidor. Não temos trens e o transporte rodoviário está cada dia mais caro. As transportadoras também estão nas mão de poucos e o pagamento do frete também é feito muito antes de recebermos o pagamento pelo vinho.

Continuando, os custos com funcionários, no que diz respeito às leis trabalhistas, é imenso. Além de ser uma mão-de-obra desqualificada porque o nosso governo não investe em educação, é cara devido aos altos encargos sociais. Para quem recebe é pouco, mas para quem paga, é muito, devido aos acréscimos. Além disso, ainda há as exigências relativas às áreas de saúde, segurança, social, etc, que, certamente, são necessárias, mas muitas vezes o fiscal não tem um mínimo de discernimento para exigir aquilo que realmente faz a diferença daquilo que é apenas maquiagem. E isto também custa caro! Só para ilustrar o que lhe coloquei, no jornal Valor Econômico de hoje (28/03) há um editorial de José Ricardo Rortz Coelho sob o título “Produzir no Brasil”. Ele coloca exatamente o que eu lhe falei sobre os nossos custos. Ele menciona, ainda, o alto custo de energia elétrica, que eu acabei esquecendo de citar. Portanto, não há salvaguarda que irá nos salvar se não tivermos uma reforma estrutural imediata, especialmente a tributária e trabalhista. E não é só o vinho brasileiro que necessita desta urgência!

Portanto, todas estas dificuldades elencadas acabam onerando o produto nacional. Como dependemos de toda uma cadeia, o que o governo teria que fazer é baixar os impostos do vinho nacional para contrabalançar todas as outras penalidades. Mas parece que ele não está disposto a isto! Então, acredito que, por causa disso, nosso setor e os nossos representantes (IBRAVIN, etc), que não têm representatividade para conseguir a redução dos impostos, acabaram pedindo a salvaguardas. A curto prazo talvez até dê algum resultado, mas não acreditamos que esta seja a solução para o nosso problema.

Bem, era isso. Espero tê-lo ajudado.

Abraço, xxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Resumo da Ópera: Contatei  diretamente vinte e duas empresas  e outros acompanhei pela rede e mídia impressa.

  • Aurora e Pizzato preferiram não se manifestar por enquanto
  • Salton, apoiou no inicio, mas voltou atrás em nota oficial à imprensa.
  • Miolo alega que o imbróglio é das entidades autoras da solicitação e do governo federal
  • Não obtive resposta, alguns podem não ter recebido meus mails, de – Valduga, Domno, Dom Guerino, Dom Giovanni, Perini, Lidio Carraro, Don Laurindo, Marco Luigi, Boscato, Acavitis, Garibaldi, Cave Marson e Dal Pizzol.
  • São manifestadamente contrários à adoção de Salvaguardas – Cave Geisse, Vallontano, Valmarino, Dom Abel, Antonio Dias, Angheben, Adolfo Lona*, Courmayeur*, Maximo Boschi, Villaggio Grando e Villa Francioni*. Os marcados com asteriscos vieram de outros blogs/sites (Lalas, Enoleigos) e se os amigos tiverem conhecimento de outros me avisem que adiciono à lista.

      Bem espero ter ajudado a esclarecer, um pouco, a posição de pelo menos alguns de nossos produtores nacionais. Com isso, penso que podemos concluir que o problema real de nossa vitivinicultura vai bem além do exposto pelas entidades em seu pleito por salvaguardas e passa sim pela necessidade de urgente reformulação tributária e um plano estratégico de inclusão dos pequenos produtores no cenário maior. Passa também pelo diálogo e por um ato de grandeza de quem se diz grande, a imediata solicitação da retirada do pleito de Salvaguardas por potencial agravamento do cenário que já não é nada positivo. Com o Maledetto Selo Fiscal fecharam mais de 100 pequenos produtores, com esta excrecência quantos mais?! Será esse o verdadeiro objetivo do oligopólio? Enfim, tire suas próprias conclusões e exerça seus direitos de consumidor não deixando de assinar a petição no link aqui do lado e quaisquer outras armas legais que a constituição lhe confere. Pessoalmente ignorarei a todos exceto os que se manifestaram terminantemente contrários, apoie você também estes produtores!

Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos lembrando que a luta continua!

Salvaguardas – Durmam com Essa!

      Tenho o maior respeito pelos vinhos brasileiros e não é de hoje que os comento aqui. Muita coisa boa que preconceitos enraizados em muitos enófilos não permitem que sejam devidamente reconhecidos. Há tempos que digo que já aprendemos a fazer bons vinhos, só não aprendemos a comercializá-lo e a turbulência que estamos vivendo é um claro exemplo disso! Some-se a isso o grave problema estrutural dos custos de produção e o circo está armado.

Agora, os peticionários das Salvaguardas alegarem, de acordo com a Circular da SECEX, que:

“2.2 Do Produto Similar ou Diretamente Concorrente

Segundo os peticionários, o vinho nacional é similar ao vinho importado. Trata -se de vinho fino ou de mesa de viníferas, destinado ao consumo humano.”

Para fabricação do vinho branco ocorre a prensagem da uva para a extraç ão do suco, em seguida, a limpeza do suco e a fermentação, qual seja, da transformação do suco em vinho. Este material é conservado até oengarrafamento (enchimento, colocação da rolha, da cápsula, dos rótulos e encaixotamento). Ainda antes do engarrafamento, ocorre nova filtração para acabamento. O vinho engarrafado fica, então, armazenado até odespacho da mercadoria.

Por sua vez, para fabricação do vinho tinto, antes da fermentação alcóolica ocorre o desengace (separação do cabinho da uva) e a maceração (extração da cor), após, os vinhos ficam em estado de conservação. Os vinhos de guarda passam à maturação em barricas ou ao envelhecimento em garrafas, já os vinhos jovens, após a conservação são filtrados e engarrafados. O vinho engarrafado fica armazenado até o despacho da mercadoria.

2.3 Da Similaridade

Com base nas informações apresentadas, constatou-se que o produto importado e o similar nacional são produzidos a partir de uvas vitis vinífera, possuem características semelhantes e destinam-se ao mesmo mercado, sendo inclusive comercializados em embalagens semelhantes. Assim, os vinhos produzidos no Brasil foram considerados similares ou diretamente concorrentes aos importados.

É demais né?! Na minha terra chama-se comparar alhos com bugalhos, vai dormir como essa, vai! Poderia falar horas sobre essa condição de “similaridade”, mas deixo essa para você. No entanto, não poderia deixar de publicar parte de um texto incrível e imperdível escrito pelo enólogo Álvaro Escher em seu artigo Cooptar, Desorganizar e Faturar publicado no blog Vinhos Brasucas, “Absurdamente falso, pois despreza o vinho enquanto substância e entidade para classifica-lo apenas como mercadoria. Como já dito exaustivamente, o vinho não é commodity, nem tampouco pode ser substituído um pelo outro como se fossem ‘iguais’ e o ‘mesmo’, ainda mais diante de consumidores que almejam transpor o patamar de influências e manipulações e atingir níveis de exigência crescentes em respeito aos seus próprios desejos e vontades, onde uma redução ‘artificial’ na ofertada ‘qualidade’ possa vir a ser entendida como um ultraje, quando não uma heresia.”

Salute, kanimambo e a luta continua!

Salvaguardas – Cada Ação Gera Uma Reação!

      Ainda tenho mais uma série de manifestações de produtores, alguns já disponíveis na mídia, para publicar porém como pretendo que esse seja meu último post com a visão deles, estou dando um time pra ver se os dez ou doze que ainda faltam responder minha consulta, efetivamente o farão ou vão ficar na moita esperando para ver. Segunda publico o que tiver e listarei quem não me respondeu. Por enquanto queria tocar num outro tema que é o das reações, começando por um tópico interessante que são as exportações de vinho brasileiro. Quando há alguns anos se iniciaram as exportações de vinhos, foi um alvoroço de porcentuais de crescimento. Para alguém com um mínimo de bom senso e experiência empresarial, duas coisas saltavam aos olhos:

1 – de que um monte de produtores pagavam a conta e somente uma meia dúzia, entre eles boa parte dos tubarões que hoje preparam seu ataque voraz, tiravam partido do projeto por possuírem estruturas e condições financeiras para tal. Bem que tentei, por mais de uma vez, obter esses porcentuais da Ibravin (quais os principais exportadores e seus porcentuais sobre o todo exportado)  porém isso sempre me foi negado por ser “segredo de Estado”! 

2 – que se a base é zero, ou próximo disso, qualquer venda efetuada apresentará um valor porcentual altíssimo de crescimento.

        Só por curiosidade, vejamos o que os tubarões e seus testas de ferro apresentaram de dados na petição ao Secex conforme a Circular Nº9 de 14 de março, 2012., com relação ao mercado externo ou seja, exportações:

“No que diz respeito às vendas da indústria doméstica ao mercado externo, constatou -se declínio contínuo ao longo da série, à exceção do crescimento registrado de 200 6 para 2007, 68,5%. De 2007 para 2008, houve queda de 12,5%; de 2008 para 2009, de 33,4%; e de 2009 para 2010, de 31,9%. Com isso, as exportações da indústria doméstica declinaram 33,1%, de 2006 para 2010. “

        Certamente dados que merecem uma análise mais detalhada dos porquês desta acentuada queda. Falta de qualidade, perda do fator novidade, falta de competitividade, projeto e estratégia equivocados, mercado internacional retraído, enfim quais os fatores que geraram estes resultados? Certamente deverá ser uma conjugação de fatores, mas mais importante que isso, no entanto, é ver que boa parte dos mercados trabalhados, são também mercados produtores e exportadores ao Brasil. Será que esses mercados vão ficar parados e não reagirão criando barreiras similares? A grande probabilidade é de que esse será mais um tiro no pé do oligopólio pois boa parte do bom trabalho que vinha sendo feito por alguns, certamente deverá se perder pelo caminho pois já existem movimentos no exterior falando em retaliação.

        Uma outra reação que começa a tomar conta do mercado através do envolvimento ativo dos consumidores (enófilos e apreciadores de vinho em geral, lojas, restaurantes, varejistas, profissionais do setor, etc.), é o famoso boicote ao vinho brasileiro. No sentido genérico da coisa sou contrário, pois este tipo de ação tende a ferir, tal qual bala perdida em tiroteio, quem não está envolvido no processo. Tem gente até fomentando boicote a produtos do RS, pessoal, menos, menos, nada a ver! Esses exageros têm que obrigatoriamente ser contidos pois não levam a lugar nenhum e não são nada proveitosos. Já, ao se definir autores, uma ação direcionada e objetiva ferindo esses personagens no mesmo lugar em que eles nos querem ferir, no bolso, isso me parece legítima defesa, ou não?!! 

       Bem, de qualquer forma, essas reações, tanto eventuais boicotes como a petição, são armas e direitos constitucionais do consumidor não devendo os peticionários se alarmarem com isso, pois são tão legítimos quanto as greves para os trabalhadores. Aliás, espantados deveriam ficar caso não houvesse qualquer reação á ação truculenta, mesmo que legal, que cometem contra o consumidor! A meu ver, me parece um claro caso de abuso do poder econômico e imoralidade cívil que merece ser repudiada.

      Agora, temos também a contra reação ou seja, fazemos tanto barulho e expomos de tal forma os Barões, que eles tendem e rever posição, como a Salton, e até a repensar modus operandum. Vejam o que a Talise comentou no face do Alexandre Lalas em resposta a um outro comentário sobre a Ibravin; “Angela, o problema é que as contribuições ao Ibravin são compulsórias e como instituto eles fazem o que bem entendem. Não discutem com ninguém ( de nós meros mortais) as medidas. Essas decisões são tomadas arbitrariamente a salas fechadas, como num coronelismo. O pior ainda são os Sindicatos. Esses sim deveriam colocar em votação a posição diante dessas questões, mas funcionam da mesma forma. A piada é que fomos CONVOCADOS a comparecer em Bento Gonçalves a uma reunião de esclarecimento sobre a salvaguarda. Aí pergunto novamente: POR QUE NÃO FOMOS CONVOCADOS ANTES DE A SALVAGUARDA SER SOLICITADA AO GOVERNO? Só rindo!!!” Afora o absurdo da situação que mostra que o mundo do vinho brasileiro está definitivamente com problemas gravissímos, que nada têm a ver com os importados, e que precisam ser solucionados a começar por essas entidades que não possuem qualquer representatividade! Talvez com isso a paz volte e possamos sim discutir uma forma construtiva para alavancar a produção nacional.

Por hoje é só, mas amanhã tem mais! Salute e kanimambo.

Salvaguardas – Com a Palavra os Produtores Brasileiros II

          Sei, estão ficando cansados de chegar aqui no blog e só ler sobre isto, certo? Pois bem, me perdoem mas pelo menos por mais toda esta semana o que vocês terão será mais informação e comentários sobre o tema e pedidos de assinatura da petição com link aqui do lado. A informação é essencial para balizar suas conclusões sobre o tema e concluir os efeitos que isto terá sobre seu bolso. Aliás, “eles” não param e na semana passada emplacaram mais uma que só ajuda a complicar nossas vidas criando problemas de atendimento e custos para os importadores conforme o ótimo artigo do Jorge Lucki publicado no Jornal Valor dia 22 do corrente. “O mais recente e irritante imprevisto, tornado conhecido nesta terça-feira enquanto estou escrevendo a presente coluna, e vigorando de imediato, estende a necessidade de L.I.  (já era para Argentina e Chile) para todos os países europeus, atingindo, assim, até contêineres prestes a seguir viagem. Isso implicará, às importadoras, quebra de estoques e impossibilidade de atender compromissos assumidos, assim como acarretará prejuízos diretos, diante da obrigatoriedade de arcar com os custos de armazenagem nos portos de saída” Já pagamos dos maiores preços do mundo, se não o maior em mercados “abertos”, pelos vinhos que tomamos (nacionais e importados) e eles querem mais!

    Enfim, voltemos ao tema deste post que é a palavra de mais um produtor, desta feita do Eduardo Angheben. A Angheben é um típico produtor de pequeno porte do Rio Grande do Sul, com vinhos finos de boa qualidade e diversidade. Eduardo Angheben, também enólogo da vinícola , tem dado provas de sua capacidade e de seu pai, o mentor por trás de tudo isso, com vinhos realmente muito interessantes de qualidade constante  entre eles o Barbera, Teroldego e Gewurztraminer que surpreendem os mais céticos e colocam a região de Encruzilhada do Sul no mapa. Eis as palavras de alguém que já sofreu com o Maledetto Selo Fiscal e sabe bem o que é ser sufocado pelo oligopólio de plantão. È longo, mas muito lúcido e esclarecedor mostrando as reais e efetivas ações necessárias para que haja uma solução construtiva e de longo prazo para o setor.

“Caro João, tudo bem?

 A Angheben não foi e não é a favor desta proposta. A Angheben não acredita que esse seja o caminho para dar melhores condições de competitividade ao vinho BRASILEIRO. Questionamos, sobretudo, se 03 anos seriam o suficiente para “recuperar” a indústria nacional. Em nosso ponto de vista o que precisamos de fato é:

 – ter o Simples Nacional para pequenas vinícolas. As entidades do setor vitivinícola do Brasil fizeram um enorme esforço pela aprovação do Selo Fiscal e agora não estamos vendo nenhum esforço pela aprovação do Simples Nacional para vinícolas, mesmo este tendo sido aprovado e votado a favor da sua implementação pelas entidades representativas do setor.

ter linhas de crédito realmente acessíveis e compatíveis com as necessidades. Juros aceitáveis para renovação, reconversão e implantação de novos vinhedos e melhoria das instalações enológicas. Veja que estamos sendo exigidos a pela IN 05 do MAPA a modernizar as instalações e não temos linhas de créditos para isso. Não temos linhas de crédito para custeio da produção. O que existe não é viável para pequenas vinícolas de vinhos finos, pois não representa nem 30% do custo real de mercado das uvas viníferas. Para os demais insumos (garrafas, rolhas, etc.) não existe nenhuma linha de crédito disponível. Estamos com um apoio do SEBRAE e IBRAVIN para capacitação para Boas Práticas e APPCC o que é muito pouco, pois a capacitação é o que menos custa.

fiscalização por parte do MAPA referente à rotulagem do vinho importado…as vinícolas brasileiras tem muito mais exigências como expressões “VINHO  TINTO DE MESA SECO FINO”  no rótulo em tamanhos mínimos de alturas das letras, enquanto vemos constantemente nos importados rótulos que sequer constam o grau alcoólico e o volume e na realidade são vinhos “MEIO SECO”. Tendo uma boa fiscalização referente a rotulagem questiono a necessidade do Selo Fiscal…

estimulo a entrada de fabricantes de insumos como garrafas…hoje o que existe é praticamente um monopólio de uma empresa fabricante que exige das pequenas vinícolas, pagamento antecipado, frete FOB, e ainda que o caminhão tenha carga completa, ou seja exige, uma enorme logística. Temos que nos associar a outras vinícolas para lotar as cargas nos caminhões, caso contrário mesmo tendo pago não podemos retirar as mercadorias.

esforço de bancos como o BNDES para que o cartão BNDES seja utilizado pelos fornecedores de insumos. Não temos nenhum fornecedor de insumos (garrafas, rolhas, caixas, rótulos, etc.) para indústria vinícolas que utilize esse recurso.

aprovar o vinho como alimento…temos exigências de fiscalização para o processo de elaboração como alimentos e na hora do pagamento dos impostos somos “bebida alcoólica”, isso é justo?

acabar com a guerra fiscal entre os Estados…vejam o que existe principalmente no Espírito Santo e em Santa Catarina com relação a tributação e me digam se é justo o que está acontecendo…se o clima do Espírito Santo fosse favorável a plantio de uvas viníferas a Angheben já estaria instalada lá.

criar uma política tributária coerente…vejam o dano que está causando as Substituições Tributárias entre os Estados…estamos deixando de vender para restaurantes e pequenos varejos, pois estes estão no Simples e não aceitam pagar a ST.

ter uma associação ou entidade representativa para as pequenas vinícolas e que seja legitimada pelo IBRAVIN e Câmara Setorial, pois hoje não existe nenhuma entidade para nos representar. Tenho proposto a várias vinícolas a associação na UVIBRA mas as pequenas vinícolas não querem por entender que os interesses da UVIBRA são contrários aos das pequenas…e assim ficamos sem poder de votar e participar das decisões.

ter acesso à mudas de videiras ou incentivo para produção de mudas de boa qualidade no Brasil…quem quer implantar um vinhedo novo tem que se virar com o material já existente no país, pois em caso de importação de mudas a inspeção e a “quarentena” do MAPA demora muito, praticamente inutilizado as mudas que diminuem muito o índice de pega.

desburocratizar o setor…para que tanto controle sobre o vinho nacional…temos vários procedimentos de controle que demandam tempo em vez de estarmos focados em produzir com qualidade em vender o nosso produto… Sisdeclara , Receita Federal, MAPA, FEPAM, IBAMA, tudo é controlado, enquanto o vinho de fora nem se sabe se é o que está escrito no rótulo. Quem garante que os vinhos “santas…da vida” com valores abaixo de R$ 15,00/gf são realmente das uvas mencionas nos rótulos e ainda mais com passagem por barricas realmente??? Sabemos de uvas extremamente produtivas produzidas nos países vizinhos e pergunto quanto vinhos de Crioja,  “fabricados”  entram no Brasil com o rótulo de Cabernet? Será que são isso realmente? Que papel esses produtos estão fazendo…é melhor ter um vinho de americanas no mínimo razoável e que gera empregos no país ou ter esse tipo de produto que chamam de vinho?

coibir realmente o descaminho…toda a exportação de vinho argentino que vai para o Paraguai é consumida lá???

criar uma política de melhoria efetiva do vinho de mesa no Brasil – enquanto continuar a existir sangrias, coquetéis e coolers no Brasil vai continuar a sobrar vinho de mesa e quem fiscaliza as quantidades mínimas de vinho de mesa que tais tipos de produto devem ter em sua composição.

proibir a utilização das mesmas embalagens de vinho de mesa e sangria, coquetéis e coolers, pois confundem o consumidor desse tipo de produto e o mesmo poderia valer para espumantes e filtrados doces…ou criar novos tipos de embalagens para o vinho de mesa e os espumantes e registrar como marca tridimensional exclusiva para estes produtos no INPI.

e a situação atual do Selo Fiscal? ou todo o vinho vendido no país utiliza ou nenhum…na atual situação as pequenas vinícolas nacionais são as mais prejudicadas.

implementar mudanças nas leis do vinho no Brasil…vocês sabiam que para pequenas vinícolas que terceirizam o engarrafamento, o vinho tem que já vir rotulado e selado? Ou seja, como podemos elaborar vinhos de guarda se no momento do engarrafamento esses produtos já tem que estar embalados e selados…é proibido no Brasil o transporte de vinho sem rótulo…mas é permitido o transporte de  vários tipos de produtos semi-acabados ou para processamento, como carne, leite, frutas (inclusive a uva). Isso não incoerente? E mais…quem engarrafa em terceiros é obrigado a recolher todo o IPI adiantado do lote engarrafado…isso prejudica o capital de giro das pequenas vinícolas que já pagam mais pelos insumos que as grandes. E estas vinícolas ainda se consideram prejudicadas se for aprovado o Simples…pergunto…quem escolheu ser grande? Nós pequenos produtores não temos escolha…pois não temos capital para sermos grandes…

Portanto, como é fácil perceber  as regras de produção de vinho no Brasil estão pondo em risco a existência das pequenas vinícolas no Brasil juntamente com a política econômica do Brasil. Então, some a isso uma campanha generalizada de boicote aos vinhos “nacionais”…mais uma vez os pequenos serão os mais prejudicados sem que tenhamos participação nesse tipo de ação.

Um grande abraço e espero ter ajudado e estamos a disposição para mais informações.

 Atenciosamente,

 Eduardo Angheben

Angheben Adega de Vinhos Finos

     Termino o post de hoje perguntando, a quem interessa o prejuizo desses pequenos produtores? Sabemos que os tubarões se alimentam de peixes menores, seria esse o caminho de nossa vitivinicultura tupiniquim? Ficar cada vez mais nas mãos dos grandes tubarões que se agigantam absorvendo os produtore menores e “comoditizando” a produção, perdendo o caráter, diversidade e cultura tão importantes a nossa vinosfera? Espero que não e a adoção de salvaguardas só vai é complicar a vida destes verdadeiros baluartes de nossa cultura e diversidade viníca que lutam para manter acesa a chama! Sejamos justos; pau em quem merece mas há gente boa que precisa ser preservada e enaltecida, pois anda existe vida inteligente por lá!

       Na luta por uma solução mais racional e menos “animal”, elaboração de uma agenda positva e construtiva nos moldes expostos pelo Eduardo, maior consenso e união em prol da cultura do vinho, salute, kanimambo e amanhã tem mais! Não aderiu à petição ainda, tá esperando o quê? Ja passamos de 6.000 e o número segue crescendo, divulgue o link, agite a galera vamos virar esse jogo! Pressionemos os grandes produtores pois se eles não quiserem essa aberração não sai do papel!!

Salvaguardas – Com a Palavra os Produtores Brasileiros I

         A Circular Nº9 do SECEX datada de 14 de Março do corrente, diz o que segue:

 Segundo os peticionários, o setor de vinhos é composto por um grande número de produtores, com forte concentração em pequenas e médias vinícolas, o que impossibilitou a apresentação de dados individualizados de todas as empresas do setor.

Isto não obstante, foram tomados os dados da Cooperativa Vinícola Aurora Ltda., Vinhos Salton S/A, Vinícola Miolo Ltda., Cooperativa Viti Vinícola Aliança Ltda., ABEGE – Participações Ind. e Com. de Bebidas Ltda. e Lovara Vinhos Finos Ltda., que, segundo consta da petição, representam, em conjunto, mais de 50% da produção do Estado do Rio Grande do Sul, (pensei que falávamos de Brasil?) proporção considerada substancial (de produção não de produtores) para fins de análise da existência de prejuízo grave ou de ameaça de prejuízo grave.”

       Ou seja, baseado em dados apresentados por um claro oligopólio dominate e sem qualquer tipo de discussão prévia com a Camara Setorial, a Secex inicia processo de salvaguardas sem consultar a maioria dos produtores nacionais que certamente têm parecer diferente à petição apresentada  por pseudo representantes deles. Isso já ocorreu com o Maledetto Selo Fiscal que prejudicou gravemente os pequenos produtores e, pelos vistos, seguem insistindo no erro por pura conveniência politica ou razões outras que desconhecemos. Cadê a verdadeira democracia?!

      De qualquer forma, se eles não ouvem pelo menos você terá a oportunidade de ouvir e fazer seu próprio juizo de valor pois consegui obter o posicionamento de alguns deles – contra e a favor já que este é um veículo democrático e sem amarras com ninguém a não ser o consumidor, já outros não se dignaram em responder e os listarei mais à frente nessa série de posts.

1 – Aqui segue o que Guilherme Grando da vinícola catarinense Villagio Grando tem a nos dizer:

Boa tarde João

Que bom! Realmente precisamos falar disso, creio que seja uma medida imediatista que futuramente causará transtornos no mundo enogastronomico. Não é deixando o produto estrangeiro caro que aumentaremos a venda e sim deixando o consumidor crescer culturalmente e isso só se faz com acesso à produtos de qualidade com preço acessível. A cultura cresce proporcionalmente a experimentação de produtos de qualidade, se queremos estar nesta lista temos que ter duas coisas: 1. qualidade – coisa que já temos! 2. Impostos baixos, querem que sejamos competitivos? Então baixemos nossos impostos e não aumentemos os deles!

Forte abraço,

Guilherme Sulsbach Grando

2 – Também obtive resposta de um dos maiores grupos produtores nacionais, a Miolo Wine Group. Vejam a mensagem recebida.

Bom dia Sr. João Filipe

 Obrigada por nos contatar. Nós não iremos entrar nessa discussão por tratar-se  de um assunto do setor com o Governo Federal, onde quem está envolvido são todas as entidades representativas do setor, Como Ibravin, Uvibra, Sindicatos de Produtores, etc. O Ibravin fará um comunicado oficial nesta semana, e na próxima semana estarão representantes do Ibravin em SP e RJ para esclarecerem isso com a imprensa.

 Atenciosamente;

 Gabriela Zenatto Jornada

Marketing Institucional|Miolo Wine Group”

3 – ADOLFO LONA VINHOS E ESPUMANTES, ANGHEBEN VINHOS FINOS, CAVE GEISSE e VALLONTANO VINHOS NOBRESDelaração conjunta e os negritos são de minha autoria:  “vêm a público se manifestar a respeito da polêmica da salvaguarda solicitada por algumas entidades do setor vinícola. Causou-nos estranheza a solicitação dessa medida já que no nosso entendimento os benefícios serão mais uma vez destinados às grandes indústrias, penalizando a diversidade da oferta e o consumidor. Por outro lado o pequeno produtor, que enfrenta hoje diversas dificuldades, não pára de se questionar:

  • Por que estas entidades não buscam o SIMPLES para o pequeno produtor?
  • Por que não pedem o fim das normativas (IN05 etc..) que limitam e dificultam as atividades de pequenas vinícolas?
  •  Por que essas mesmas entidades impediram que entrasse em vigor a dispensa da aplicação do SELO FISCAL para quem produzisse até 20.000 litros de vinho (IN RFB N – 1.188/2011 DOU 1 DE 31/08/2011)?
  •  Por que não concentram seus esforços para baixar os tributos do vinho brasileiro ao invés de aumentar a taxa do importado?
  • Por que para produzir vinho temos que seguir normas de produção de alimentos, mas na hora de pagarmos impostos somos produtores de bebida alcoólica?

Porém, o que parece responder a estas perguntas é a intenção de simplesmente burocratizar o setor e defender os interesses das grandes corporações. Estamos caminhando para a era da industrialização em massa, estamos dando aval ao vinho commodity em detrimento da diversidade brasileira. Isso é degradante. Não podemos compactuar com quaisquer iniciativas que não sejam discutidas de forma ampla e democrática, com todo o setor. Precisamos sim de uma salvaguarda para a sobrevivência da diversidade do vinho brasileiro. As empresas que representam a minoria poderosa já começam a sofrer retaliações por parte de jornalistas, formadores de opinião, proprietários de restaurantes, supermercadistas, sommeliers e consumidores. Algumas inclusive já estão mudando de opinião!! Esperamos que ao contrário do acontecido com o selo fiscal, desta vez nossa voz seja ouvida. Uma frase de Ettore Scola pode sintetizar este momento: “Ho sempre preferito la finestra allo specchio”- “Sempre preferi a janela ao espelho.”. Não está na hora de começarmos a mirar pela janela ao invés de nos centrarmos nos nossos umbigos? O mundo é vasto, vivemos um momento de encurtamento de distâncias, quedas de fronteiras e ao mesmo tempo de valorização das identidades locais e não será uma salvaguarda limitada e preconceituosa que resolverá as mazelas do vinho brasileiro”

4 – Vinhos Antonio Dias (Alto Uruguai – RS)

“Tudo bem João? Tenho acompanhado esta confusão pelas redes sociais e blogs.  O que tenho observado é uma confusão baseado em conclusões apressadas e radicalismos absurdos de ambas as partes. Eu não concordo com a idéia de que devem ser aumentados os impostos dos importados, eu concordo sim em que se reduza os impostos dos produtos brasileiros.

 

Um grande abraço

 

 Vilnei Mendes”

 

        Vale também as colocações muito lúcidas e bem ancoradas em dados e experiência que nos foram dadas pelo conceituado produtor Adolfo Lona em seu blog. Lá, ele deixa claro que o grande “inimigo” da indústria nacional não será atingido e toda essa tempestade de nada adiantará pois o essencial, a verdadeira solução – NÃO É AUMENTAR A CARGA TRIBUTÁRIA DOS VINHOS IMPORTADOS E SIM DIMINUIR A DOS VINHOS NACIONAIS.”  Veja a matéria completa clicando aqui.

      Por hoje é só e amanhã veremos o que o amigo Eduardo Angheben tem a dizer sobre tudo isto. Sua resposta esmiuçou este tema de forma muito didática e vale a pena ler o que ele tem a dizer indepentemente do que ele e o Lona já colocam nessa nota conjunta. Mais alguns dos que a Secex não teve tempo para consultar, mas ainda tem tempo para o fazer. Que tal chamá-los para um bate-papo?

     De qualquer forma, leia atentamente a resposta de cada um e ao final tire suas próprias conclusões e faça seu juizo de valor. Creio que elas deixam bem claro a posição de cada um com respeito a esta petição absurda por salvaguardas assim como o que pensam do consumidor! Salute, kanimambo e sigo botando a boca no trombone por aqui. E você, já assinou a petição? Vai ficar quieto sem fazer nada a respeito?

Salvaguardas – Repercursão

       Meus amigos, todo o barulho que os profissionais, criticos e consumidores estão fazendo na mídia começa a ter sua repercussão tanto aqui como no exterior.

       1 – O Tyales, leitor morador na Espanha nos manda noticias de lá publicada pelo jornal El Mundo sob o titulo “Brasil, proteccionismo exacerbado”.el Gobierno brasileño ha anunciado que si no te gusta el caldo, taza y media. Se están preparando unas llamadas ‘medidas de salvaguarda’ que, de entrar en vigor, acabarán con el vino que no sea de Mercosur.  En un gesto típicamente populista de un Gobierno ‘progresista’ iberoamericano, el Ejecutivo de Rousseff anunciaba el 15 de marzo que había que proteger el sector del vino autóctono y propone estas posibles medidas”. O texto na integra pode ser lido acessando o link.

        2 –  Outra informação recebida hoje e publicada inicialmente pelo site da Revista Menu, diz que a Salton voltou atrás na decisão de apoiar a Salvaguarda conforme nota enviada à imprensa; A Vinícola Salton esclarece que são as entidades representativas do setor, Ibravin, Uvibra, Fecovinho e Sindivinho que estão à frente do movimento para salvaguardas dos vinhos nacionais. A Salton, compreendendo que estas medidas podem restringir o livre arbítrio de seus consumidores, encaminhou ao Ibravin um documento informando que não apoiará a causa. Reforçamos ainda que a Salton, uma empresa centenária e brasileira, se preocupa muito com seus clientes e consumidores e que busca constantemente o melhoramento de seus processos e produtos, por meio de investimentos em novas tecnologias e programas de qualidade, para concorrer, de forma justa, com produtos nacionais e importados.” Neste caso gostaria de tecer dois comentários sobre as duas frases que marquei acima:

  • No primeiro caso, em negrito, eles tiram o corpo fora deixando o pepino no colo do das entidades peticionárias – os testas de ferro, como se estas tivessem tomado a ação de livre e espontânea vontade. Me engana que eu gosto!!
  • No segundo caso, sublinhado, melhor seria que eles enviassem junto com sua nota à imprensa uma cópia do documento que enviaram á Ibravin, não acham? Só para que o jogo seja bem claro e aberto.

     Não deixa de ser uma boa noticia e mostra que a empresa, pelo menos aparentemente, está revendo posição sendo uma indicação de que as ações da sociedade e mídia engajadas nesta luta contra essa excrecência que é a petição de salvaguardas está tendo seus efeitos positivos, porém conhecendo os tramites nada ortodoxos que seguem essas coisas em nosso Brasil baronil, não é para tirar o pé do acelerador não! Muito pelo contrário, não podemos parar até que o oligopólio instrua seus testas de ferro a retirar a petição e cancelem seu contrato com o escritório lobista contratado! Por sinal estou curioso para saber quem são as peças?!! Alguém sabe?

     3 –  A famosa e conceituada chef chef Roberta Sudbrack toma decisão corajosa em seu restaurante no Rio de Janeiro e constante do Facebook dela: ” Sobre as vinícolas que apoiam a salvaguarda por enquanto sabemos dessas: Miolo, Salton, Aurora, Aliança, Don Giovanni, Valduga, Dal Pizzol. Da carta de vinhos do RS foram retirados os da Casa Valduga e Dal Pizzol… Mantidos os vinhos da Vallontano, Angheben e Cave Geisse. Minha torcida para que o bom senso impere e possamos um dia voltar a trabalhar com todas as vinícolas brasileiras que fazem um bom trabalho e tratam o consumidor com respeito”.  Tenho informação de que outros pretendem seguir seu exemplo!

     4 – Toda a nossa Vinosfera sabe da importância e seriedade de Jancis Robinson, (critica, colunista, autora) sua forma ponderada e séria de análisar o mundo vitivinícola tendo inclusive desviado seu olhar para os vinhos brasileiros de forma mais constante divulgando bastante os vinhos nacionais que obtiveram boas avaliações, como os espumantes da Cave Geisse, para o mundo. Pois bem, o Albert comentou aqui e eu fui atrás de sua matéria sobre este malfadado tema que sugiro aos amigos que lêm inglês que o acessem. Quem sabe os outros possam usar o Google translator ou coisa parecida, vale a pena e eis o link > http://www.jancisrobinson.com/articles/a201203232.html . Ela mostra, como aliás a grande maioria de nós na mídia, que as análises da circular são meramente tecnicistas, comparando alhos com bugalhos, sem qualquer respaldo mercadológico e conhecimento das peculiaridades do produto assim como o retrocesso e falta de vontade politica de reduzir a já incrivelmente alta carga tributária local. Aliás, sugiro aqui que os amigos também acessem o blog do amigo Guilherme Lopes Mair que com toda sua cultura e sabedoria juridica e experiência jornalistica, consegue ser bem mais ponderado que eu nesta análise algo calorosa que faço aqui. Eis o link > http://www.umpaposobrevinhos.com.br/2012/03/polemica-das-salvaguardas-ao-vinho.html

     5 No site do Enoeventos do Oscar Daudt (RJ) surge um comentário muito interessante um jornalista argentino, Alejandro Maglione .Nuestros vinos son lo que son porque en los ’90 la libertad de importación absoluta nos permitió saber lo que eran los grandes vinos… que no eran los nuestros. Hoy, Argentina que exportaba 5 millones de dólares por año, exporta un billón. Hace falta hablar más de las ventajas de permitir la libre importación?”

       Salute, kanimambo e segue o link da petição publica contra as salvaguardas que peço acessem e adiram, é seu bolso e liberdade de escolha que estão em jogo > http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoListaSignatarios.aspx?pi=P2012N22143 . Já foram recolhidas mais de 4300 assinaturas até as 9 horas de hoje, então manda bala, não estamos sozinhos nessa! Neste Sábado passaremos das 5.000!!!!!

Salvaguardas – Verdades ou Mentiras

        Os tubarões, já de boca aberta preparando o bote, alegam, através de seus testas de ferro que entraram com a petição de salvaguardas, que tiveram um declínio de preços de 20%. Vide texto abaixo retirado da circular SECEX Nº9 datada de 14 de Março do corrente ano:

“Em moeda nacional corrigida, o preço médio da indústria doméstica declinou 9,6%, de 2006 para 2007; 9,3%, de 2007 para 2008; e 6,1%, de 2008 para 2009. De 2009 para 2010, todavia, esse preço aumentou 3,6%. Com isso, ao longo da série sob análise, qual seja, de 2006 para 2010, houve queda acumulada de 20,3%.”

Em contrapartida

“O custo total, necessário para fabricar e comercializar vinho, declinou 4,5%, de 2006 para 2007; aumentou 6,4%, de 2007 para 2008; voltou a declinar 15,1%, de 2008 para 2009; e a aumentar 1%, de 2009 para 2010. Assim, de 2006 para 2010, o custo total declinou 12,9%.”

       Eu tenho tabela de preços de pelo menos dois produtores, de vinhos finos deixemos bem claro, em que os aumentos nos últimos quatro anos, incluindo 2011, vão de 3 a mais de 30%! Não conheço um caso sequer em que os preços estejam em em um determinado ano, abaixo do anterior!! Afinal, verdade o que eles falam ou o que praticam? Por outro lado façamos o seguinte exercício; se o custo realmente caiu 12,9%, sabe-se lá o que é verdade ou mentira nos dados fornecidos, e os preços aumentaram o que aumentaram (pelos dados reais em mãos), imagine-se a festa e tamanho da mordida sem a concorrência externa! E eles querem mais!!! O pior é que eles acham que, ter crecido mais de duas vezes o PIB nas vendas do ano passado é pouco, tadinhos! Vejam só estes dados tirados do informativo de Dezembro de 2011 da Miolo Wine Group, “líder no mercado nacional de vinhos finos entre as vinícolas brasileiras com cerca de 40% de market share, R$95 milhões de  faturamento em 2009 (32% acima de 2008) e R$120 milhões de investimento nos últimos dez anos” (dados do site deles) – “Todas as linhas têm mantido um crescimento constante. Nosso objetivo é fortalecer cada marca e aumentar a participação de mercado”, explica o diretor comercial Alexandre Miolo. A empresa projeta, para 2011, crescimento 30% nas vendas do produto no mercado interno.” Agora  tire suas próprias conclusões. Estão mesmo tão precisados assim? E os pequenos sem o mesmo poder de manobra dos grandes? Esses veremos o que pensam na semana que vem e valerá a pena!

      Esses grandes grupos membros do oligópolio peticionário precisam mesmo de proteção?!! Alguém põe esses dados em cima da mesa de quem quer que seja que esta analisando isso lá nos ministérios, Secex e congresso?! Agradeço caso o façam porque eu não chego lá!

      Muito que pensar no fim de semana não? Que vinhos tomarás; Salton, Miolo, Garibaldi, Perini, Aurora? Acho que não né! Angheben, Dom Abel, Cave Geisse, Adolfo Lona ou Villagio Grando, esses eu recomendo e na semana que vem publico manifestação deles à minha pergunta sobre se apoiavam ou não essa petição por salvaguardas. Aliás, se todos os contatados responderem, todas as respostas serão publicadas tento faz se a favor ou contra, teremos uma fotografia real do presente status quo de nossos vitivinicultores. Salute e kanimambo, orando diariamente que se faça a luz entre os que tratam deste tema lá em Brasilia, até porque tem emprego demais em risco e o mar não está para peixe!

Os Tubarões estão à Solta, Mas Quem são Eles?

      Até agora não consegui obter confirmações concretas, só tenho indicios subjetivos porque ainda não vieram a publico defendendo seus pontos de vista, que me possibilitassem desmascará-los aqui para que ações mais objetivas possam ser tomadas contra eles e onde lhes dói, no bolso! Por sinal, quem tiver informações fidedignas  sobre quem são, por favor me avisem. Enquanto isso e mostrando os verdadeiros números do setor, eis a carta aberta de Ciro Lilla que todos devem ler para saber o tamanho do golpe que estão armando contra nós! Os grifos são de minha autoria.

“Caro amigo,

O mundo do vinho no Brasil vive momentos decisivos. Agora é mais do que necessário fazer um alerta a nossos clientes sobre algumas notícias muito preocupantes para os amantes de vinho.

Por incrível que pareça, surgem outra vez notícias a respeito da pressão dos grandes produtores gaúchos sobre o governo para que haja um novo aumento de impostos sobre o vinho importado, como se a gigantesca carga tributária atual não representasse proteção suficiente para o vinho nacional. Fala-se agora em “salvaguardas”, como se a indústria nacional estivesse em perigo, em risco de falência, quando na verdade as notícias enviadas à imprensa reportam um grande crescimento de vendas. Afinal, é preciso definir qual discurso é o verdadeiro: o vinho nacional vai muito bem ou vai muito mal? Os comunicados e números oficiais dizem que vai muito bem, o que invalida o argumento a favor das “salvaguardas”. Além do que, os impostos atuais já são altíssimos, e representam o verdadeiro grande inimigo do consumo de vinhos no Brasil.

Além do aumento de impostos  — pediu-se um aumento de 27% para 55% no imposto de importação, o primeiro da longa cadeia de impostos pagos pelo vinho importado — desejam também limitar a importação pelo estabelecimento de cotas para a importação de cada país. Ficariam livre das cotas apenas os vinhos argentinos e uruguaios. Incrível: cotas de importação para proteger ainda mais um setor, o de vinhos finos nacionais, que cresceu cerca de 7% em 2011 — ou seja, nada menos do que quase o tripo do crescimento do PIB brasileiro! Se forem adotadas salvaguardas para um setor que cresceu o tripo do PIB em 2011,  que medidas de proteção se poderia esperar então para o restante da economia? Repito porque parece incrível, mas é verdade: pedem salvaguardas para um setor que cresceu cerca de 7% em 2011! É preciso dizer mais alguma coisa?!

Além de mais impostos e das cotas, os mesmos grandes produtores pedem também ainda mais burocracia, como se a gigantesca burocracia que já envolve a importação de vinhos no Brasil também não fosse proteção suficiente para o vinho nacional. Nem bem foi implantado o malfadado selo fiscal e já se pede agora que o rótulo principal do vinho, o rótulo frontal, contenha algumas das informações que hoje já constam dos contra-rótulos obrigatórios. Essa nova medida, se for adotada, vai afetar — como sempre acontece com a burocracia no caso dos vinhos — apenas os vinhos de alta qualidade e pequenos volumes, já que os grandes produtores mundiais não terão nenhuma dificuldade em imprimir rótulos especiais apenas para o mercado brasileiro. Isso, por outro lado, obviamente não será possível para aqueles produtores que embarcam menos de 50 ou 100 garrafas de cada vinho para o nosso país.

Quem, afinal, seria responsável pelo aumento no interesse pelo vinho no Brasil? Certamente são esses pequenos produtores, de tanto charme e história, cuja vinda se tenta dificultar aumentando a burocracia, em uma medida sobretudo pouco inteligente. A importação desses vinhos deveria ser incentivada por todos, inclusive pelos grandes produtores nacionais, porque são eles os grandes veículos de propagação da cultura do vinho no mundo inteiro.

Para completar esse quadro preocupante, agora também são os vinhos orgânicos de pequenos produtores que têm sua posição ameaçada em nosso país. A partir de Janeiro deste ano, os vinhos orgânicos ou biodinâmicos — mesmo os certificados como tal em seus países de origem ou por órgãos certificadores internacionais — não poderão mais ser identificados como tal no mercado brasileiro, a menos que sejam certificados por organismo certificador brasileiro. Expressões como “orgânico”, “ biodinâmico”,  “bio”,  etc, são proibidas agora nos rótulos, privando o consumidor dessa informação esencial — com exceção dos vinhos certificados por organismo certificador brasileiro. Acontece que o processo de certificação brasileiro é caro e demorado, sendo na prática inacessível aos pequenos produtores do mundo todo. Acreditamos que apenas os grandes produtores mundiais conseguirão se registrar aqui como orgânicos ou biodinâmicos, privando assim o mercado do conhecimento de um número já muito grande e sempre crescente de produtores orgânicos. O vinho é um produto muito particular e específico, em que a maior parte da produção mundial de qualidade está nas mãos de produtores muito pequenos, que não terão recursos para obter a certificação brasileira. Sem dúvida acreditamos que é o caso de adiar a aplicação dessa medida para os vinhos, pelo menos até que sejam assinados acordos de reciprocidade, que permitam o reconhecimento mútuo dos processos de certificação no Brasil e no exterior. Afinal, a quem interessa dificultar a propagação dos vinhos orgânicos a não ser a quem não tenha a intenção de produzir vinhos dessa forma?

Diante desse panorama triste, a pergunta que se impõe é a seguinte: qual o limite para a proteção necessária aos grandes produtores nacionais para que possam competir no mercado? Ou tudo isso seria apenas uma busca por maiores lucros? Algumas das medidas adotadas recentemente, como o malfadado selo fiscal, atingem fortemente os pequenos produtores nacionais também. Vale repetir que os pequenos produtores brasileiros deveriam ter um papel importante no panorama vinícola nacional, uma vez que não existe país com alguma relevância no mundo do vinho onde o mercado seja dominado por apenas alguns grandes produtores. Afinal, todos nos lembramos do período anterior ao início dos anos noventa, quando o mercado pertencia a um pequeno grupo de gigantes da indústria nacional, a maioria multinacionais, e a alguns gigantes da indústria vinícola internacional — situação que obrigava o consumidor brasileiro a consumir vinhos caros e medíocres, quando no país nem sequer se sabia o que significava a palavra sommelier.

Estaríamos na iminência de uma volta a esse passado triste para o vinho em nosso país? Será que serão perdidos todos os ganhos dos últimos anos, quando, à custa de tantos esforços, aumentou enormemente a cultura do vinho no Brasil, com o surgimento de muitos milhares de profissionais ligados ao vinho, de inúmeras publicações sobre essa bebida maravilhosa, de tantos novos empregos e de tantas novas possibilidades de crescimento profissional? Seriam os muitos milhares de brasileiros que trabalham nesse novo mercado criado pelo vinho importado, em particular o verdadeiro exército de sommeliers, menos brasileiros do que aqueles que trabalham nas grandes empresas produtoras de vinho nacional? E vale lembrar que de cada 5 garrafas de vinho consumidas no Brasil, entre vinhos finos, espumantes e vinhos comuns (produzidos com uvas de mesa), nada menos do que quase 4 (77.4%) já são de vinhos brasileiros! Os números de vendas e de crescimento do vinho nacional são gritantes, etornam absurdo se buscar ainda maior proteção!

O consumidor precisa se manifestar, precisa dizer não a esses verdadeiros abusos! É preciso ter uma agenda positiva para o vinho no Brasil, com todos lutando juntos para um aumento do consumo, para que o vinho obtenha o tratamento tributário de um complemento alimentar — como em diversos países da Europa — e não um tratamento punitivo com ocorre aqui, onde o ICMS pago pelo vinho é o mesmo pago por uma arma de fogo! É preciso também lutar para diminuir a burocracia, que tanto atrapalha os pequenos produtores de vinhos de baixo volume e alta qualidade — aqueles que criam mercado para o “produto vinho”.

É importante que se compreenda o quanto antes que o vinho não é uma commodity, onde o único fator a influenciar a compra é o preço. Vinho é cultura, é diversidade, é terroir, é arte. É como o mercado de livros: o brasileiro lê pouco, assim como bebe pouco vinho. E dificultar a venda de livros de autores estrangeiros não apenas não serviria para aumentar a venda de livros de autores brasileiros, como certamente inibiria ainda mais o hábito da leitura. O mesmo ocorre com os vinhos. É uma ilusão achar que encarecendo o vinho importado o consumidor vai substituí-lo automaticamente pelo vinho nacional. Na verdade o mais provável é que substitua por outro vinho importado mais barato, ou pela cerveja gourmet, ou pelo whisky, por exemplo. O que é preciso é popularizar o consumo do vinho pela diminuição dos preços e da burocracia, tanto para os vinhos nacionais como para os importados. Na verdade eles são aliados, e não inimigos como acreditam aqueles que defendem um protecionismo ainda maior para o vinho brasileiro.

O amante do vinho precisa reagir contra essa situação. Ou teremos todos que aceitar uma volta à situação de 20 anos atrás, com a perda de todo o esforço, todo o trabalho e toda a evolução obtida nesse período.

Cordialmente,

Ciro de Campos Lilla

Presidente das importadoras Mistral e Vinci”

     Não defendo nem alego que os importadores são santos. Em todos os setores há os bons e os maus, os honestos e sérios e os que se desviam do caminho, os gananciosos e os conscenciosos, etc.. Defendo sim, o consumidor e a livre escolha, a ausência de protecionismos de qualquer espécie tendo ao longo da vida deste blog deixado claro os graves erros de estratégia dos produtores locais. Não obstante, os vinhos do Brasil são a segunda ou terceira origem produtora mais comentada aqui, então creio que esteja sendo coerente com meu histórico. Os dados citados pelo Ciro Lilla acima e outros que estarei postando ao longo dos proximos dias, darão bem a noção do presente status quo do mercado e o tamanho da aberração desta petição que não tem explicação ou qualquer lógica técnica, como não tinha o Maledetto Selo Fiscal que passou meramente na força politica de um oligopólio em detrimento da grande maioria dos produtores nacionais menores e de pouca expressividade politica.

      Bem, e agora? O que você vai fazer? Ficar parado e fazer de conta que não é com você? Reaja, caso chegue ás mesmas conclusões que eu, pelo menos assine a petição criado pelo respeitado jornalista atuante no Rio, o Alexandre Lalas colunista do Jornal do Brasil, clicando aqui. Nos próximos dias estarei postando diversas matérias sobre o assunto, inclusive algumas das respostas que recebi de produtores nacionais que contatei, acompanhe o que alguns deles têm a dizer sobre tudo isto e as mentiras que foram expostas na petição apresentada ao Secex. Salute, kanimambo e acompanhe diariamente as noticias sobre este tema aqui mesmo neste blog.