Salvaguardas – Verdades ou Mentiras

        Os tubarões, já de boca aberta preparando o bote, alegam, através de seus testas de ferro que entraram com a petição de salvaguardas, que tiveram um declínio de preços de 20%. Vide texto abaixo retirado da circular SECEX Nº9 datada de 14 de Março do corrente ano:

“Em moeda nacional corrigida, o preço médio da indústria doméstica declinou 9,6%, de 2006 para 2007; 9,3%, de 2007 para 2008; e 6,1%, de 2008 para 2009. De 2009 para 2010, todavia, esse preço aumentou 3,6%. Com isso, ao longo da série sob análise, qual seja, de 2006 para 2010, houve queda acumulada de 20,3%.”

Em contrapartida

“O custo total, necessário para fabricar e comercializar vinho, declinou 4,5%, de 2006 para 2007; aumentou 6,4%, de 2007 para 2008; voltou a declinar 15,1%, de 2008 para 2009; e a aumentar 1%, de 2009 para 2010. Assim, de 2006 para 2010, o custo total declinou 12,9%.”

       Eu tenho tabela de preços de pelo menos dois produtores, de vinhos finos deixemos bem claro, em que os aumentos nos últimos quatro anos, incluindo 2011, vão de 3 a mais de 30%! Não conheço um caso sequer em que os preços estejam em em um determinado ano, abaixo do anterior!! Afinal, verdade o que eles falam ou o que praticam? Por outro lado façamos o seguinte exercício; se o custo realmente caiu 12,9%, sabe-se lá o que é verdade ou mentira nos dados fornecidos, e os preços aumentaram o que aumentaram (pelos dados reais em mãos), imagine-se a festa e tamanho da mordida sem a concorrência externa! E eles querem mais!!! O pior é que eles acham que, ter crecido mais de duas vezes o PIB nas vendas do ano passado é pouco, tadinhos! Vejam só estes dados tirados do informativo de Dezembro de 2011 da Miolo Wine Group, “líder no mercado nacional de vinhos finos entre as vinícolas brasileiras com cerca de 40% de market share, R$95 milhões de  faturamento em 2009 (32% acima de 2008) e R$120 milhões de investimento nos últimos dez anos” (dados do site deles) – “Todas as linhas têm mantido um crescimento constante. Nosso objetivo é fortalecer cada marca e aumentar a participação de mercado”, explica o diretor comercial Alexandre Miolo. A empresa projeta, para 2011, crescimento 30% nas vendas do produto no mercado interno.” Agora  tire suas próprias conclusões. Estão mesmo tão precisados assim? E os pequenos sem o mesmo poder de manobra dos grandes? Esses veremos o que pensam na semana que vem e valerá a pena!

      Esses grandes grupos membros do oligópolio peticionário precisam mesmo de proteção?!! Alguém põe esses dados em cima da mesa de quem quer que seja que esta analisando isso lá nos ministérios, Secex e congresso?! Agradeço caso o façam porque eu não chego lá!

      Muito que pensar no fim de semana não? Que vinhos tomarás; Salton, Miolo, Garibaldi, Perini, Aurora? Acho que não né! Angheben, Dom Abel, Cave Geisse, Adolfo Lona ou Villagio Grando, esses eu recomendo e na semana que vem publico manifestação deles à minha pergunta sobre se apoiavam ou não essa petição por salvaguardas. Aliás, se todos os contatados responderem, todas as respostas serão publicadas tento faz se a favor ou contra, teremos uma fotografia real do presente status quo de nossos vitivinicultores. Salute e kanimambo, orando diariamente que se faça a luz entre os que tratam deste tema lá em Brasilia, até porque tem emprego demais em risco e o mar não está para peixe!