Briego Crianza, mais um Belo Ribera na Minha Taça

Recentemente abri este vinho na loja com alguns amigos para ver se entrava ou não no portfolio junto com seu irmão mais novo o Briego Roble sobre o qual já teci meus comentários aqui. Mais um vinho que agradou em cheio (a Rejane não me deixará mentir) e nos faz refletir sobre a quantidade de produtores pouco conhecidos por aí que fazem alguns caldos muito especiais. Por isso bato tanto na tecla da diversidade e da infidelidade no mundo do vinho. Seja fiel à sua família, à empresa, aos seus negócios e fornecedores, à sua loja ou lojas preferidas, porém não seja fiel ao vinho, deixe-se levar por novos produtores e descubra novas sensações, é muiiiito bom! Tudo bem, tenha seus portos seguros, mas não deixe de viajar pois o sabor da descoberta faz valer a pena.

Briego crianzaBem, mas voltemos ao vinho e ao produtor. Briego significa luta, pelo vinho e pelas terras de uma região na Ribera del Duero que prima por vizinhos de primeiríssimo nível como Veja Sicilia, Pingus, Mauro, Protos, Carraovejas, Pesquera, Alión entre outros famosos, uma região algo mais distante do rio Duero conhecida como “Milla de Oro”,a parte mais nobre da D.O.. Escondido entre tantas estrelas, se esconde este produtor que agora conhecemos, Bodegas Briego, um produtor a ficar de olho!

Um Crianza na região de Ribera del Duero (como em Rioja) necessita passar um mínimo de 12 meses em barricas de carvalho e 12 repousando em garrafas onde afina, antes que possa ser lançado no mercado, porém este Briego Crianza tem um pouco mais. O vinho passa 14 meses (8 em barricas americanas e 6 em francesas) e mais 14 em bodega para só depois chegar em nossas taças. Elaborado com 100% de Tempranillo.

Como no Roble, sua paleta olfativa surpreende por sua riqueza e intensidade chamando-nos a atenção já na abertura da garrafa e se superando na taça quando mostra todo o seu potencial de aromas que nos convida a levar a taça á boca! Surpreende porque os Ribera costumam ser mais exuberantes em boca do que no nariz, mas este exemplar consegue nos despertar sensações em ambos. Fruta madura explode no nariz com suaves nuances mentoladas e algum caramelo. Entrada de boca sedutora ganhando volume no meio de boca onde a parece a tradicional estrutura dos vinhos região. A fruta aqui está mais fresca, acidez média, harmônico com taninos aveludados mais presentes no final de boca deixando um retrogosto de boa persistência onde aparecem nuances de tabaco, tostado e algo de especiarias.

Complexo, é um vinho que agrada sobremaneira e custa na praça algo ao redor das 140 pratas, em linha com vinhos similares disponíveis no Brasil. Importado pela Almeria do amigo Juan, um cara que conhece bem os vinhos de Espanha! Salute amigos e kanimambo pela visita. Uma ótima semana a todos.

Degustação Tempranillo Com …………..?

tempranillo 2          Amigos, eis uma bela forma de se começar a semana! Dia 15/09  (próxima Segunda) na Vino & Sapore a partir das 20 horas Falar de Tempranillo é falar de Espanha e da região da Rioja onde a maioria dos vinhos tintos são elaborados com esta cepa tanto em forma varietal como em cortes tradicionais com Garnacha, Graciano, Mazuelo, Cabernet e outras cepas. A origem de seu nome vem da palavra espanhola temprano, que significa cedo, devido á precocidade de seu ciclo vegetativo em relação às outras variedades tintas da região. É uma uva de muitos nomes porém de um mesmo perfil independentemente de onde seja cultivada; Ull de Llebre (Catalunha); Cencibel (La Mancha); Tinto Fino ou Tinta del Pais (Ribera del Duero ), Tinta de Toro (Toro) todas na Espanha e ainda Tinta Roriz (Douro e Dão) e Aragonez (Alentejo) ambas em Portugal. Há, no entanto, outros países onde podemos encontrar a Tempranillo como a Argentina, Brasil e Austrália assim como pelo menos um vinhedo perdido na Toscana!
A uva, aparentemente, se dá muito bem na companhia de outras e a idéia desta degustação é exatamente descobrir alguns desses assemblages e provar esses sabores menos costumeiros comprovando, ou não, se essa premissa é verdadeira. Como fica a Tempranillo com outras uvas?! Serão sete vinhos em prova. Seis vinhos de Espanha e um penetra de outro país numa degustação às cegas para vermos onde a Tempranillo se deu melhor, em casa ou fora? Vai perder? Perde não! Somente 12 lugares e os vinhos espanhóis já selecionados  são:

  • Rejadorada – blend com Garnacha da Região de Toro
  • Gran Sello – blend com Syrah da região de Tierra de Castilla
  • Abadia Retuerta Rívola – blend com Cabernet Sauvignon da região de Sardon del Duero
  • Martué – blend com Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Syrah do Pago de La Guardia
  • Lan Reserva – blend com Mazuelo e Garnacha da região de Rioja
  • Intruso – ?????????

Para começar serviremos um Tempranillo 100%  de Ribera del Duero – Pago de Capellanes – só para vocês terem um comparativo e também poderem tirar uma outra conclusão, a cepa vai melhor só ou acompanhada?! ! Custo desta brincadeira que será acompanhada de frios e queijos espanhóis será de apenas R$80,00 por pessoa (valor a ser pago no ato da reserva) e as vagas estão limitadas a meras 12 cadeiras! Te aguardo?  Lancei ontem para alguns amigos e já temos quatro reservas então só faltam 8 lugares. Já sabe, se deixar para perto do dia a probabilidade é não existirem mais vagas, vai dar mole?

Salute, kanimambo e nos vemos com um um tempranillo na taça?

Falando de Tempranillo

 

Falar de Tempranillo é falar de Espanha e da região da Rioja onde a maioria dos vinhos tintos são elaborados Tempranillo 1com esta cepa tanto em forma varietal como em cortes tradicionais com Garnacha, Graciano e Mazuelo. A origem de seu nome vem palavra espanhola temprano, que significa cedo, devido á precocidade de seu ciclo vegetativo em relação às outras variedades tintas da região. É uma uva de muitos nomes porém de um mesmo perfil independentemente de onde seja cultivada; Ull de Llebre (Catalunha); Cencibel (La Mancha); Tinto Fino ou Tinta del Pais (Ribera del Duero ), Tinta de Toro (Toro) todas na Espanha e ainda Tinta Roriz (Douro e Dão) e Aragonez (Alentejo) ambas em Portugal. Em geral, os vinhos de Tempranillo são elegantes, estruturados, ganhando grande complexidade quando passam por madeira tornando-se bastante longevos com ótima resistência à oxidação. Seu estilo fica entre os tintos de Bourgogne e Bordeaux. Podem apresentar aromas de frutas vermelhas, caramelo e especiarias, mas é mais marcante em boca onde realmente mostra a que veio!

Jovens Tempranillos, tendem a ser de corpo leve para médio, macios e amistosos devendo assim como os Pinots, serem servidos levemente refrescados, por voltas dos 15 a 16º quando melhor demonstram toda a sua sedução, alcançando a plenitude dos sentidos. Os vinhos de Ribera Del Duero, Toro e Douro (Roriz) tendem a ser mais encorpados com uma carga tânica maior precisando de mais tempo para se abrir e mostrar toda a sua exuberância ao palato. Hoje encontramos ótimos exemplares destes vinhos vindos da Espanha a preços cada vez mais camaradas, mas há de tudo; de 30 a mais de 1.000 Reais! Em 2013, duas das principais revistas americanas, Wine Spectator e Wine Enthusiast, tiveram no topo de seus TOP 100 do ano, dois Riojas Gran Reservas, uma mostra que esta uva pode produzir grandes e inesquecíveis vinhos. A Argentina, Uruguai e Brasil também são opções para se encontrar vinhos para prova, mas hoje me atenho a recomendar somente vinhos espanhóis de três regiões e diferentes faixas de preços que cabem no bolso!

DSC03739Canforrales Tempranillo – La Mancha
La Mancha não é das regiões produtoras espanholas de maior destaque, apesar de ser a maior, porém é de lá que vêm alguns dos melhores custos benefícios do mercado nos dias de hoje. Muitos vinhos nesta faixa abaixo de R$50,00 tendem a ser algo esqueléticos, ligeiros e sem qualquer estrutura, porém este rótulo é uma prova viva de que se pode tomar bons vinhos sem deixar um rombo no bolso no processo. Leve passagem por madeira (3 meses), taninos sedosos, boa estrutura, fruta fresca abundante (cereja bem presente), acidez presente e bem balanceada um ótimo gama de entrada para esta uva. Para acompanhar carnes grelhadas, queijo manchego, chorizo fatiado, até uma morcilla! Preço médio – R$49,00

Finca Nueva Crianza – Rioja
DSC03740Roja é minha região preferida quando o tema é tempranillo/Espanha e este rótulo mostra bem como esta saborosa e versátil uva se adapta bem à madeira. Em sendo um Crianza, já temos uma exigência mínima de 12 meses de barrica e mais 12 de cave antes de sua comercialização. Num patamar de preço intermediário, é um dos melhores e mais saborosos rótulos do mercado. Nariz marcante de frutos escuros e cereja com notas de baunilha, um toque de mocha e algo terroso. Boa estrutura, corpo médio, taninos bem equacionados, um vinho apetitoso e sedutor com um final algo especiado e longo mostrando toda a personalidade da uva. Preço médio – R$79,00

DSC03741Viña Sastre Crianza – Ribera del Duero
Grande produtor desta região, no sentido qualitativo, este é seu vinho de gama média entre os seis rótulos que disponibiliza. Passa 14 meses em barricas novas de carvalho francês e americano sendo elaborado com uvas de vinhedos entre 20 e 60 anos de idade. No palato uma riqueza de sabores ímpar, ótima textura e volume de boca denso, fruta madura, terroso, taninos aveludados de grande qualidade ainda presentes dando-lhe estrutura, boa acidez e um final longo com toques minerais que pede bis. Um belo vinho, bastante complexo, que prima pela harmonia, mas se quiser extrapolar e tiver bolso para tanto, vá do potente Pago Santa Cruz, i-na-cre-di-tá-vel!
Preço médio deste Crianza – R$ 140,00

É isso, bom fim de semana. Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui. Ah, ia-me esquecendo! Ainda temos vagas para o Riedel Tasting – Degustação de Taças no dia 16, vem vai! Reservas para comercial@vinoesapore.com.br e pode ver mais clicando aqui > http://falandodevinhos.wordpress.com/2014/04/09/degustando-tacas-pode/

Destaques 2011 – Vinhos Ibéricos II – Espanha

         A Espanha não abundou na taça como em outros anos, mas o que apareceu foi bem interessante com alguns rótulos, mesmo não sendo novidades, comprovando a qualidade dos caldos e algo de novo na praça, provavelmente fruto das crises recentes, preços bem competitivos. Também, mostrando uma maior diversidade de uvas e sabores, mostrando que a vitivinicultura espanhola é bem diversa não vivendo só de Tempranillo, apesar desta seguir produzindo os melhores vinhos. Aliás, Pujanza Norte, Cune Imperial Grande Reserva 99,  Viña Sastre Pago de Santa Cruz e Veja Sicilia Único 99, quatro dos melhores vinhos que tomei neste ano que passou, e quatro grandes vinhos, só que não para serem comentados aqui sob o tema Destaques.

         Aproveitando para lembrar que os vinhos Crianza passam, obrigatoriamente, por doze meses de barrica e doze de adega entes de sairem ao mercado, então cuidado se acharem por aí um Crianza 2011!!   Enfim, um país a ser explorado, não só em vinhos como na rica gastronomia, mas vamos aos vinhos:

  • Erumir Crinza – da região de Penédes (próximo a Barcelona)  um vinho diferenciado num estilo mais moderno de ser, fruto do corte da emblemática Tempranillo com Merlot e Cabernet Sauvignon. Bom corpo, muita fruta e taninos macios, boa acidez e notas defumadas compõem um conjunto muito agradável que tem acompanhado bem paella. Pelo menos tenho recomendado e o pessoal volta para mais! Boa opção para agradar a gregos e troianos na faixa dos R$45,00.
  • Legado Munoz Garnacha – da região de La Mancha, pensei que não passava nada por madeira, pero no es verdad! São 3 meses de barrica que transformam este 100% Garnacha num vinho a conferir. Corpo médio, muita fruta, baunilha, acidez correta, final de boca especiado, um destaque na taça que impressiona nessa faixa de preço! Best Buy, um vinho que os críticos internacionais já pontuaram por diversas vezes entre 86 e 87 pontos que por cerca de R$30,00 é um vinho difícil de bater! Sugestão; acompanhe-o com uma carne de panela ou escondidinho de carne seca, deve ficar da hora!
  • Fruto Noble – uma das mais gratas surpresas do ano porque vem de uma região muito pouco conhecida por aqui, Alicante. Neste pedaço da Espanha, Jumilla/Alicante/Yecla, reina a Monastrel ou Mouvédre como a cepa é conhecida no sul da França. Este corte de Monastrel, Cabernet Franc e Syrah é absolutamente delicioso, equilibrado e sedutor num vinho de cerca de R$70,00 que vale cada centavo.
  • Finca San Martin Crianza – para quem gosta do estilo mais clássico de Rioja um prato, digo taça, cheia! Vem da região de Alavesa, mais moderna, porém as características tanto olfativas como palativas fazem mais o estilo tradicional com madeira muito bem colocada, frutos vermelhos, notas de salumeria, boa acidez que o deixa muito gastronômico. Por cerca de R$75,00 uma bela pedida.
  • Una Cepa  – uma parreira = uma garrafa de vinho. Com este tipo de coeficiente, difícil errar e o vinho realmente comprova isso. Boa tipicidade da região, Ribera del Duero, que tradicionalmente produz caldos mais robustos que os de Rioja. Não vou me estender muito sobre este rótulo porque já o comentei recentemente aqui, mas só confirmar que é um daqueles caldos que realmente me deram prazer de tomar este ano que passou e deixou saudades, corpo e estrutura com elegância. Custa ao redor dos R$135,00, um patamar de preços mais elevado que a maioria dos que aqui citei, mas nem por isso menos destaque !
  • Castaño Monastrel  – da região de Yecla, mais um vinho desta cepa que se destacou em minha taça neste ano. Um vinho que custa somente R$46,00 e recebeu de Robert Parker 90 pontos. Tá, só isso não quer dizer nada, mas na taça e na boca, o vinho comprova ser muito apetecível com seus taninos doces, fruta madura bem presente no nariz e boca, boa textura sendo um vinho muito gostoso de se tomar num alegre encontro descompromissado entre amigos. Queijos, embutidos (chorizo, Jamon), pizza de peperoni ou calabreza, parecem boas companhias.

    Hoje é feriado em Sampa, quer passear na Granja Viana? Ótimas referências gastronõmicas para os mais diversos gostos e, óbvio, a Vino & Sapore para você garimpar vinhos diferenciados e bater um papo comigo. Salute, kanimambo e seguimos nos encontarndo por aqui, amanhã tem mais Destaques de 2011.

Degustando a Espanha com Luiz Otavio

          Mais uma vez o amigo Luiz Otavio do Enopira e VAM 2011, compartilha conosco sua experiência com uma degustação e desta feita com vinhos espanhóis. Vamos conhecer os vinhos provados e sua opinião?

Degustação de vinhos Espanhóis

Enopira- 17/02/2011

Vinhos apresentados:

 

1-      El Perro Verde 2009- DO Rueda

  • Produtor- Angel Lorenzo Cachazo- Pozaldez- Valladolid- Espanha.
  • Castas- 100% Verdejo
  • Teor alcoólico- 13%
  • Preço- R$ 69,00
  • Serviço- Servido a 8º C
  • Cor amarelo palha claro com reflexos esverdeados.
  • Nariz intenso e fresco, com vegetal, salsinha, alho porró, maça verde, capim e leve aniz.
  • Na boca mostrou-se  agradável, bem fresco, com boa acidez e sensações de vegetal, herbáceos, maça e pêra verdes, leve aniz e leve wasabi. Pouco encorpado, equilibrado, evolução muito boa; retrogosto intenso e muito bom, com boa persistência. Nota 78/15,5

 2-      Finca Nueva Tempranillo 2008- DOCa Rioja

  • Produtor- Finca Nueva- Briones- La Rioja- Espanha
  • Castas- 100% Tempranillo
  • Teor alcoólico- 13%
  • Preço- R$ 54,00
  • Serviço- Aberto meia hora antes e servido a 16º C
  • Cor rubi claro.
  • Nariz médio, meio artificial, com frutas vermelhas, ameixa, leve herbáceo e leve pimenta.
  • Na boca mostrou-se frutado, simples, com frutas vermelhas, leve verdor vegetal e uma impressão de tostado. Corpo médio, levemente desequilibrado, evolução neutra; retrogosto bom, com média persistência. Nota 70/14

3-      Finca Nueva Crianza 2006- DOC Rioja

  • Produtor- Finca Nueva- Briones- La Rioja- Espanha
  • Castas- 100% Tempranillo
  • Teor alcoólico- 13%
  • Amadurecimento- 12 meses em barricas de carvalho Francês Allier.
  • Preço- R$ 72,00
  • Serviço- Aberto uma hora antes e servido a 18º C
  • Cor rubi.
  • Nariz intenso com cocada preta, frutas vermelhas e pretas, pimenta, palha seca (chapéu de palha novo), leve acetato e caramelo ao leite.
  • Na boca mostrou-se agradavel, frutado, madeira presente e sensação de framboesa, cereja e ameixa maduras, caramelo, tostado e cocada preta. Corpo médio, equilibrado, evolução muito boa, retrogosto intenso e muito bom, com boa persistência. Nota 77/15,5

 4-      Martin Sarmiento 2005- DO Bierzo

  • Produtor- Martin Códax- Cambadas- Pontevedra- Espanha
  • Castas- 100% Mencia
  • Teor alcoólico- 14%
  • Amadurecimento- 6 meses em barricas de carvalho Americano e Francês Allier.
  • Preço- R$ 106,00
  • Serviço- Aberto uma hora antes e servido a 18º C
  • Cor rubi.
  • Nariz fechado, abrindo em sous bois, frutas silvestres, carne e leve madeira.
  • Na boca mostrou-se agradavel, típico, estilo meio rústico, taninos presentes (agradáveis), madeira discreta e sensações de frutas pretas maduras, amora, leve madeira, leve cravinho, carne de coelho/lebre. Encorpado, equilibrado, evolução muito boa, retrogosto intenso e muito bom, com ótima persistência. Nota 79/16

 5-      L’Equilibrista 2007- DO Catalunya

  • Produtor- Can dez Mas- Barcelona- Espanha
  • Castas- 48% Syrah, 27% de Cariñena e 25% de Garnacha Negra
  • Teor alcoólico- 14%
  • Amadurecimento- 14 meses em barricas novas de carvalho Francês.
  • Preço- R$ 115,00
  • Serviço- Aberto uma hora antes  e servido a 18º C
  • Cor rubi escuro.
  • Nariz intenso com tostado, madeira, frutas vermelhas e pretas  maduras em compota, chocolate ao leite, leve frescor de menta/eucalypto canfora.
  • Na boca mostrou-se agradavel, intenso, com um ataque muito guloso e saboroso, pena que um pouco curto; frutado, viril, boa acidez e sensações de frutas vermelhas e pretas, tostado, tabaco, especiarias, tamarindo e chocolate. Encorpado, equilibrado, evolução muito boa, retrogosto intenso e muito bom, com media persistência. Nota 80/16.

 6-      Mestizaje 2009- VdT El Terrerazo (Vino de Pago a partir de 09/2010)

  • Produtor- Bodega Mustiguillo- El Terrerazo- Valência- Espanha
  • Castas- 55% Bobal, 15% Merlot, 15% Tempranillo, 10% Cabernet Sauvignon e 5% Syrah
  • Teor alcoólico- 14%
  • Amadurecimento- 10 meses em barricas de carvalho Francês.
  • Preço- R$ 91,00
  • Serviço- Aberto uma hora antes e servido a 16º C
  • Cor rubi claro.
  • Nariz intenso com floral (hortênsia, gerânio), folha de tabaco, cereja, tostado, ameixa seca e pimenta.
  • Na boca mostrou-se muito agradavel, viril, complexo, elegante, taninos e madeira presentes (muito agradáveis), com sensações de frutas silvestres em geléia, tostado, cominho, pimenta e leve cocada preta. Encorpado, muito equilibrado, evolução muito boa; retrogosto muito intenso e muito bom, com boa persistência. Nota 84/17

 7-      Finca Terrerazo 2007- VdT El Terrerazo (Vino de Pago a partir de 09/2010)

  • Produtor- Bodega Mustiguillo- El Terrerazo- Valência- Espanha
  • Castas- 85% Bobal e 15% Tempranillo
  • Teor alcoólico- 14,5%
  • Amadurecimento- 18 meses em barricas de carvalho Francês.
  • Preço- R$ 174,00
  • Serviço- Decantado por uma hora e servido a 16º C
  • Cor rubi escuro.
  • Nariz fechado, abrindo com violetas, leve nanquim,  frutas vermelhas e pretas, chocolate e tostado.
  • Na boca mostrou-se muito agradavel, potente, complexo, lembrando um pouco os bons Touriga Nacional; com sensações de frutas maduras, tostado e chocolate. Encorpado, muito equilibrado, evolução excepcional; retrogosto muito intenso e muito bom, com ótima persistência. Nota 86/17.

 8-      Quincha Corral 2007- VdT El Terrerazo (Vino de Pago a partir de 09/2010)

  • Produtor- Bodega Mustiguillo- El Terrerazo- Valência- Espanha
  • Castas- 100% Bobal
  • Teor alcoólico- 14,5%
  • Amadurecimento- 22 meses em barricas novas de carvalho Francês.
  • Preço- R$ 464,00
  • Serviço- Decantado por uma hora e servido a 16º C
  • Cor rubi escuro.
  • Nariz discreto com um leve floral, leve nanquim, frutas pretas, cedro, tostado e chocolate.
  • Na boca mostrou-se muito agradável, viril, harmônico, com sensações de frutas pretas maduras, chocolate, tostado e leve baunilha.
  • Encorpado, muito equilibrado, evolução excepcional; retrogosto muito intenso e muito bom, com ótima persistência. Nota 86/17.

 Saudações,

Luiz Otávio

Vinhos da Espanha na Cultvinho

                Que o mundo do vinho tupiniquim anda em polvorosa com uma tremenda dança de cadeiras, isso já não é mais noticia. Que estamos vendo um crescimento acentuado de novas pequenas importadoras com foco em nichos, também não. Mesmo não conhecendo algumas, temos a De La Croix, a Cave Jado e a Emporio Sorio (Córsega) todas com vinhos franceses, porém com nichos diferenciados, a Wine Lover’s com vinhos americanos, a Vinho Sul, Porto Mediterraneo e Brasart com vinhos chilenos e argentinos, a  Tradebanc com vinhos italianos, Vinhas do Douro  e por aí afora. Faltava alguém que focasse a Espanha, mas não falta mais.

CultvinhoChegou a Cultvinho, uma empresa movida pela paixão e razão, ou melhor, pela Sandra e Armando o casal que abraça esta causa. Já são 43 rótulos, 14 deles abaixo de R$100,00, com projetos de chegar a próximo do dobro dentro de um tempo. Inicialmente centrado em pequenas vinícolas familiares de pequena produção e grande qualidade o foco de região é a Rioja Alavesa, que possui uma característica de vinhos mais modernos, e algo de Ribera Del Duero, mas a idéia é expandir esses horizontes para outras regiões de Espanha já havendo alguns rótulos do Priorat, Málaga e Penedès.

         Junto com alguns outros colegas blogueiros, tive a grata satisfação de participar de uma degustação seguida de almoço lá no Café Journal, um local muito bonito, simpático, com uma decoração rústica chic e intimista que serve um Buffet primoroso. Gosto de degustações em locais que possuem Buffet porque permite-nos brincar num playground de sensações diversas harmonizando vinhos e comidas, fazendo exercícios loucos, enfim me esbaldo! O maior foco, no entanto, é nos vinhos e estes vieram confirmar a ótima escolha de bodegas feita pelo casal. Nessa parceria, o Armando aporta com toda a sua experiência industrial e empresarial de diretor de multinacional automobilística por vários anos tendo sido presidente da Mercedes Benz Espanha onde consolidou sua relação com o vinho, ele que é português. A Sandra, sua esposa brasileira da gema, já na apresentação da empresa e seus planos, mostrou claramente de onde vem a paixão nessa parceria. Uma dupla que, “despacio”, certamente vai encontrar seu espaço! Uma bela sacada que eu aplaudo, inclusive pela boa relação custo x  beneficio apresentada.

Cultvinho 003Tanto o Álvaro (Divino Guia) como o Beto (Papo de Vinho) quanto o Daniel (Vinhos de Corte), todos com links aqui do lado, já fizeram alguns comentários, porém não posso deixar de dar meus pitocos aqui e registrar minhas impressões dos vinhos provados e que teve, a meu ver, dois grandes destaques entre os diversos bons rótulos provados. Provamos um vinho branco e cinco tintos de muito boa qualidade.

Ostatu Tinto Jovem 2008, um 100% tempranillo muito frutado, produto da maceração carbônica por que passa, num estilo de vinificação a la Beaujolais Noveau. Muito gastronômico, aliás como foram a maioria dos vinhos provados, para ser servido fresco, ao redor de 14º acompanhando umas tapas. Bom, correto, mas é um estilo de vinho que não me encanta. Preço R$54,00.

Nobleza Dimidium 2007, aromas gostosos, muita fruta, madeira sutil. Na boca é de corpo médio, taninos aveludados, acidez moderada, final algo seco e especiado de média persistência. Vinho agradável, sem arestas e de preço justo, R$64,00.

Ostatu Crianza 2006 de nariz muito tímido, ganharia muito com uns 45 minutos de decanter, cresce na boca onde se mostra complexo, redondo mostrando boa estrutura e taninos finos, guloso e de boa persistência que só melhorará com mais alguns anos de garrafa apesar de já ser muito apecetível. Preço justo por um crianza desta qualidade, R$94,00.

Cultvinho 008Erial 2007, um senhor vinho já na paleta olfativa complexa e encantadora em que sobressai a fruta e um chocolate expressivo que convidam a levar a taça à boca. No palato é equilibrado, muito boa estrutura, denso e rico preenchendo a boca com sabores sedutores, taninos maduros e sedosos com um agradável final de boca. Provavelmente o melhor vinho desta degustação que é vendido a R$114,00 no site da Cultvinho, mas que ainda não foi o meu vinho.

Cultvinho 007Prios Maximus Roble 2007, apesar da muito boa coleção de vinhos apresentados, foi este que me seduziu por completo tendo, inclusive, achado que foi o que mais facilmente se harmonizou com os mais diversos pratos provados e apresentado a melhor relação custo x beneficio entre os vinhos tintos provados. Possui um nariz de boa intensidade, muito frutado e fresco, com algo difícil de encontrar num tinto, toques cítricos que o tornam muito interessante. Na boca é encantador com bom volume de boca, equilibrado, harmônico repetindo a fruta do nariz, macio, um vinho vibrante e muito gostoso que só cresceu com a comida em função da ótima acidez. Com um preço de R$78,00, um achado que recomendo aos amigos.

Cultvinho 004Ostatu Branco Joven 2008, faz parelha com o Prios no meu pódio do dia. Corte de Viura e Malvasia de vinhedos de mais de 60 anos, possui  delicados e sutis aromas cítricos, frutos brancos como pêra e melão, com nuances minerais que encantam à “primeira fungada”.  Com o tempo em taça aparecem alguns aromas mais doces, provavelmente em função da presença da malvasia.  Na boca, complementa aquilo que prometia no nariz mostrando-se muito fresco, cremoso, saboroso e fácil de encantar. Com uma salada, queijinho de cabra/endívias e tomatinhos cereja, frutos do mar ou acompanhando uma costelinha na brasa, certamente um grande prazer.  Um destaque ainda maior porque é uma das melhores opções disponíveis no mercado nesta faixa de preços, excelentes R$38,00 que faz com que ele seja o campeão na relação de Qualidade x Preço x Prazer. Maravilha!

            A linha de rótulos é vasta, cada um tem seu gosto e aprecia mais determinados estilos de vinho do que outros, então aventure-se pelo site e curta alguns desses bons caldos. Do que provei e o que pude conhecer da empresa e seus projetos, gostei e recomendo. Sigo achando que os vinhos espanhóis ainda estão longe de terem a participação de mercado que merecem e torço para que este novo empreendimento incentive mais importadores a alçarem vôo naquela direção. Aliás, até porque não posso deixar de puxar a sardinha para meu lado, os vinhos da Peninsula Ibérica são show!

Salute e kanimambo.

Noticias do Mundo do Vinho

Wine globe 3Por problemas de conexão à rede neste Domingo, não pude publicar este post semanal. Como sei que tem gente que curte e sem querer que estas noticias fiquem demasiado velhas, optei por publicá-las hoje. Amanhã falo sobre vinhos e garimpo de vinhos de Bordeaux.  Sim, lá também existem vinhos BGB (Bons, Gostosos e Baratos). 

Espanha “surpreende” e é segundo maior exportador mundial em volume. De acordo com dados da OIV (organização Internacional do Vinho) referente a 2008, a Itália exportou 17.2 milhões de hectolitros, Espanha 16.9 milhões e a França caiu para terceiro com 13.6 milhões. As exportações espanholas de acordo com dados da Agência Tributária Espanhola, cresceu 8,5% em volume e 8% em valor quando comparado ao ano anterior.  Fonte: Vinos de Espana.

 

Miolo, Fortaleza do Seival. Os vinhos deste projeto sob a batuta do amigo e competente enólogo Miguel de Almeida encaçapam mais uma. Desta feita foi o vinho Quinta do Seival Cabernet Sauvignon 2006 que recebeu medalha de prata no Concurso Seléctions Mondiales realizado em Quebec, no Canadá, de 26 a 31 de maio. O evento reuniu 1.836 amostras inscritas por 600 empresas de 32 países. Boa, Miguel e equipe!

 

Alandra tinto. Um vinho de mesa básico, sem safra, produzido pela portuguesa Herdade do Esporão que dispensa apresentações. Legal mesmo é que este vinho leve, fácil e frutado, disponível por aqui a preços abaixo de R$20,00, obteve 84 pontos da Dana Nigro (Wine Spectator) e já em 2008 levava 85 pontos pela avaliação às cegas da Wine Spectator. Só para mostrar que um vinho de mesa também pode ser bem feito, ser barato (mais ainda na origem) e ser bom. Duas outras boas dicas nesta mesma linha são o Charamba e o Quinta de Cabriz Colheita. Sem erro!

 

Trattoria do Pietro. Simpática cantina do Brooklin agora na região do Morumbi (Av. Dr. Guilherme D. Vilares 1210 – Tel. 2579-6749 – Shopping Open Center) , recebe Falando de Vinhos e sua trupe para uma mega degustação. Será o Desafio de Vinhos Merlots do Mundo em que 12 vinhos representando 10 países produtores competirão pelos títulos de Melhor Vinho, Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra. Clipboard

 

A vinícola espanhola Torres, produtora de grande vinhos em diversas partes do mundo, em colaboração com a “Grace Vineyards” vinícola chinesa, começa a produzir um vinho branco por essas terras asiáticas e destinado a consumo local chinês. É mais um dos grandes produtores europeus que se rende ao potencial chinês, tanto de produção como de consumo. O Vinho é o primeiro de uma linha chamada “Symphony Seiries”. Este branco é produzido com Muscat cultivada na província de Shanxi e tirá uma produção inicial de 12.000 garrafas, nada para o mercado. Só para que se tenham uma idéia do tamanho deste mercado, as previsões são de que em 2011 a China se torne o oitavo mercado consumidor do mundo com “irrisórios” 8.1 milhões de hectolitros! Fonte: Vinos de Espana.

 

Cai tudo na França; preço, volume de exportações e consumo interno. Dos cerca de 55 litros per capita em 2001, os números de 2007 já apontavam uma forte redução chegando a 47 litros. Pois 2008 mostrou uma queda ainda maior chegando a 43 litros per capita. Paralelamente, os números deste ano mostram uma queda de 8.4% em volume e 14.6% nos preços de exportação com a maior redução ocorrendo na região de Champagne com queda de 16% no volume exportado e 21% nos preços. Isto junto com um novo fortalecimento do Real perante o Euro, poderá significar que poderemos estar vendo uma boa redução de preços nos próximos meses aqui no Brasil, ainda mais se pensarmos que houve um aumento generalizado no inicio do ano. Será? Fonte: Decanter Magazine

 

ViniPortugal com direção nova. Não de rota, mas de seu corpo diretivo. Francisco Borba, presidente, Luís Pato e Jorge Paiva Raposo, vice-presidentes, foram eleitos em Assembleia Geral pelos representantes dos produtores e comerciantes de vinhos nacionais, e são agora os principais responsáveis pela promoção dos vinhos portugueses no mercado interno e externo.

Viniportugal

             A equipa coordenada por Francisco Borba sucede assim a Vasco Avillez, Paulo Amorim e Oliveira e Costa, que presidiam aos destinos da Viniportugal. A passagem do testemunho ocorrerá no início do mês de Julho. Francisco Borba ocupou vários cargos em instituições públicas e, a título de curiosidade, é um apaixonado da fotografia. O presidente cessante, Vasco Avillez, disse-nos que não tem ainda planos para o futuro e que irá, para já, tirar um período de férias. Fonte: Revista de Vinhos

 

Aumentam exportações de produtores sul-americanos. Aproveitando o downgrading de preço feito pela maioria dos consumidores dos principais mercados importadores, os produtores de nossa região abocanharam uma maior fatia de mercado, especialmente nos Estados Unidos, mesmo que com uma necessária redução de preços. O Chile, por exemplo, aumentou seu volume de vendas em Março por cerca de 21% e em Abril por um pouco mais de 15% e apresentou uma queda de cerca de 11% nos preços. As exportações Argentinas também aumentaram, inclusive na faixa mais baixa de preços. Crescem exportações de espumantes brasileiros e até de vinhos Peruanos e Bolivianos. Ou seja, no momento de crise os mercados saíram buscando fornecedores novos e preços mais em conta tentando não perder consumidores. Fonte: Decanter Magazine

 

Vallontano na Itália. O Zanini me enviou informação de que, entre os dias 06 e 10 de Maio último, a Vallontano Vinhos Nobres foi destaque durante a exibição do documentário VINHOS DE CHINELO, da diretora Paula Prandini, no Festival Internazionale di Cinema e Cibo de Bologna – Itália, promovido pelo movimento Slow Food.

          O filme retrata a busca pela identidade de um vinho brasileiro e as diferentes filosofias de produtores. Traz a história da Vallontano como típico representante de quem traduz o clima e o solo do Brasil na produção de seus vinhos, a despeito da tendência de se produzir vinhos de estilo internacional ou globalizado. Após a exibição do documentário, os presentes puderam degustar vinhos elaborados pela vinícola. Na oportunidade o enólogo Luís Henrique Zanini e Talise Valduga Zanini, proprietários da Vallontano, também foram convidados a participar do debate entitulado – “Un altro vino è possibile? Questioni su vino, giustizia e libertà” – Um outro vinho é possível? Questões sobre vinho, justiça e liberdade – na Università di Scienze Gastronomiche, em Pollenzo, juntamente com o cineasta Jonathan Nossiter, de Mondovino.

Salute e kanimambo

Chamada Urgente

                 Hoje na hora do almoço, dei uma passada no Pão de Açucar. Sou um forte crítico de seu setor de vinhos que acho extremamente caro, porém quando fazem promoções há preços incríveis! Pois bem, desta vez eles estão, pelo menos na loja aqui da Granja Viana, com uma promoção espetacular que eu não vou perder, e espero que você também não. Um dos melhores custos x beneficio de vinhos Espanhóis é o Clos de Torribas Crianza que eu já recomendei quando falei dos vinhos da Espanha. Da região de Penedés na Catalunha, é um Tempranillo com um pequeno corte de Cabernet Sauvignon, creio que 10%, com boa acidez, corpo médio,fruta madura, de muita harmonia e um bom final de boca. Isso foi o de 2003 e 2001, bem constante, agora a safra de 2004 foi ótima na região, então acredito que o vinho deva estar muito bom e já comprei uma garrafa que abrirei esta noite. Se estiver como eu penso, volto e compro uma caixa para tomar com calma pelo próximo ano. Ah, tem um erro de rotulagem, mas já conferi com o representante do produtor, e o Alex me confirmou que a safra é mesmo 2004, podem comprar tranquilos. Se, para mim, este vinho já é um verdadeiro achado por cerca de R$28 a 30,00 que se encontra por aí, inclusive no Pão de Açucar, imagina nesta promoção por R$19,90!!!! Chose de loque, é ou não é para abrir um espaço e divulgar para os amigos? Salute e Olé!