Espumantes Docinhos Sem Preconceito

É gente, tem momento para tudo e tem boca para os mais diversos sabores! Dependendo do evento, porquê não? Por outro lado, tem gente que gosta e pronto, afinal o sucesso dos Proseccos extra-dry (que de secos não têm é nada) estão aí para confirmar! Eu gosto e dependendo da situação tomo, por isso compartilho com os amigos três opções interessantes para este final de ano.

1 – Vinícola Santa Augusta Moscatel – não é de hoje que “trabalho” estes espumantes a que poucos prestam atenção e olham de soslaio, afinal já em 2009 promovia Desafios com estes 1 - VSA MoscatelEspumantes.  O segredo para um bom espumante Moscatel é a acidez para cortar a doçura e promover o equilíbrio do vinho, coisa que este vinho faz muito bem! Entre os espumantes Moscatel nacionais, tenho uns três ou quatro que acho bons e o Santa Augusta é hoje o melhor e não só na minha opinião, pois o guia da Revista Adega lhe deu 91 pontos assim como Guia Descorchados que lhe deu a mesma pontuação e o premio de melhor Moscatel Brasileiro.

Elaborado com 100% da uva Moscato Giallo, prima pelo equilíbrio promovido por uma acidez vibrante que se opõe à doçura da uva o que permite que se tome diversas taças sem que se torne enjoativo. Fresco, notas florais sutis, frutos citricos,é tudo de bom! Acho um grande companheiro para o nosso panetone com frutos secos, sobremesas citricas como torta de kiwi, Futon de Frutos do Bosque flambado ou salada de frutas (experimente trocar a laranja pelo próprio espumante!) com sorvete de creme, tudo a ver com nosso calor, a época e férias!

2 – Hermann Bossa 2 Demi-sec – Os demi-sec possuem um teor de açucar residual que 1 - Bossa 2vai de 33 a 50grs e o problema é que nenhum especifica quanto! Mais uma vez a acidez é essencial e quanto menos açucar residual melhor. Tomei diversos ao longo desta minha vida de enófilo e muito poucos fizeram a minha cabeça, Há muito tempo atrás me lembro de Miolo Terranova, mas mais recentemente o espumante que mais demonstrou essas qualidades foi o Bossa 2. Não tive acesso a sua ficha técnica, mas acredito que seu residual de açucar esteja mais próximo do nível mais baixo da faixa e acidez é preponderante. Perfil cítrico bem acentuado, leve floral, fresco, com final de boca levemente doce mas que não atrapalha o palato dos amigos do Brut enquanto satisfaz aqueles a quem a “secura” atrapalha um pouco.

É o que minha filha mais gosta e por isso está sempre presente em casa, tendo sido por isso que o escolhi para vos recomendar, até porque só compartilho o que gosto, o que eu compraria e, neste caso, compro! Quer um demi-sec, este é uma ótima opção.

3 – Hermann Bossa 6 – Tipo Bellini e, na minha opinião melhor já que o italiano é 1 - Belliniexcessivamente doce e enjoativo. O Bellini foi criado no Harry’s Bar, em Veneza, na Itália há cerca de 70 anos e mais recentemente engarrafado e exportado pelo mundo afora. Na verdade não é um espumante, sejamos honestos e a Hermann deixa isso claro no rótulo, mas sim um drink com espumante. Na Itália é feito com suco de pessego e prosecco, muito doce com doce para meu gosto. A Hermann usa como base o espumante de Chardonnay produzido pelo método Charmat ao qual é adicionado uma dose de suco integral de pêssego e alcança meros 5% de teor alcoólico!

Menos doce, mais frescor, um drink de verão bem gostoso e uma garrafa é sempre pouco porque costuma desaparecer rapidamente! Descompromissado, vibrante, um drink para lá de agradável que acompanha muito bem gente amiga, festa, piscina tudo sem frescuras nem preconceitos a um terço do preço do “vero”!

Até o final de ano tem mais! Kanimambo pela visita e um ótimo Natal para todos. Saúde e alegria, cheers!

 

 

* Estes e outros ótimos espumantes nacionais e importados estão disponíveis na Vino & Sapore, meu estoque particular! rs

 

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Bellini, Um Drink De Sucesso

Há algumas semanas tive a oportunidade de conhecer um drink que está fazendo sucesso no Brasil, o tal do Bellini. Eu conhecia o craque, o capitão que levantou a primeira taça do mundo para o Brasil em 58, mas agora a convite do Winebar e da Expand, provei o drink que tem origem em Veneza, mais Belliniprecisamente no famoso Harry´s Bar, tendo a vinícola Canella (sobrenome do fundador, nada a ver com a especiaria) o conseguido engarrafar em 1988 após diversos estudos e tentativas.

Tenho um profundo respeito pelo Otavio Piva (Expand) que tem história em nossa vinosfera tupiniquim sempre sacando um coelho da cartola quando menos se espera ou dando aquele drible de deixar o adversário sentado no chão num momento crucial do jogo e marcando o gol. Mais uma vez ele comprova essa aptidão, esse feeling que poucos têm e que faz a diferença, com as vendas demonstrando isso. Parece que trazer o Bellini foi mais uma certeira tacada dele já que e o mercado Brasileiro rapidamente se tornou o quarto maior mercado do mundo para o produtor.

Afinal, o que é um Bellini? Não, não é vinho, é um drink à base de Prosecco, o contra rótulo indica ser um frisante, com adição de suco de um pêssego branco especial da região e umas gotas de framboesa para lhe dar cor e com apenas 5% de conteúdo alcoólico. Cá entre nós, não fez a minha cabeça, mas o Champagne Ice também não faz o menor sentido para mim, então isso não quer dizer grande coisa porque o consumidor está comprando bem ambos! Colocar gelo num Champagne é que nem colocar guaraná num whisky 12 anos, acho que há opções mais baratas que darão o mesmo efeito, mas cada um escolhe e gasta como quer então há que respeitar o poder do marketing e o gosto do consumidor.

Achei doce demais e gelar a dois graus como recomendado me parece um paliativo meio sem propósito já que a essa temperatura nada perdura nem sabores nem aromas, porém tenho que confessar que ficou mais apetitoso quando adicionei duas pedras de gelo e também quando adicionei um pouco de espumante brut que tinha aberto. Harmonizá-lo com comida me parece uma aberração, porém umas frutas cítricas poderão até dar certo, mas eu o tomaria como simples aperitivo, descompromissadamente, gelado a uns 5 ou 6 graus sem acompanhamentos a não ser um bom papo ou piscina e, no meu caso, com gelo ou uma adição de uns 20% de um espumante brut bem cítrico e fresco.

Como o consumidor brasileiro tem uma certa queda pelos docinhos, me parece que o sucesso está garantido mesmo a cerca de 85 pratas a garrafa. O drink da moda e da high society que já gera algumas novidades com versões outras como o Rossini com polpa de morango.

Salue, kanimambo e até Segunda quando volto a falar de minha última viagem à Argentina, ainda na Patagônia. Enquanto isso, dê uma espiada no roteiro da Wine & Food Travel Experience para Mendoza dia 21 de Janeiro, IM-PER-DÍ-VEL!! Bom fim de semana