Wines of Chile

Vinhos do Chile Segundo Tempo!

É, semana passada postei a primeira parte das impressões da Raquel sobre a participação dela na Wines of Chile deste ano e agora segue a segunda. A Raquel Santos afora ser uma amiga, é uma sommelier formada na escola da Alexandra Corvo e uma entusiasta das coisas de Baco, me ajuda muito e sabe do que fala, então, Fala aí Raquel!

Viña Casa Silva

Produtores consagrados no Vale de Colchagua desde o início da historia da vitivinicultura chilena. A qualidade da sua produção foi reconhecida várias vezes em concursos nacionais e internacionais. Representado pelo seu enólogo Mario Geisse que apresentou o Microterroir de los Lingues Carmenére 2011. Quando se pensa num vinho chileno da uva Carmenére, já vem à cabeça um estereótipo do que foi um dia o padrão para eles: Encorpado, potente, frutado com notas vegetais etc… e o que encontramos aqui é algo bem diferente!   Um vinho extremamente elegante, equilibrado e complexo.

 Veramonte

Vinícola familiar do Vale de Casablanca onde se destacou com seu Sauvignon Blanc. Hoje possui propriedades em outras regiões como Apalta no Vale de Colchagua. A marca Neyen vem desta região e o vinho apresentado foi o Neyen 2011, um corte de Carmenére e Cabernet Sauvignon. Esse chamou-me atenção não por novidades e sim pela característica clássica dos vinhos chilenos: Cor intensa na taça, aromas frutados, tostados, tabaco e um frescor que prometia  leveza em contrapartida à potencia inicial. Em boca, era exatamente o que  descrevi acima (do que se espera ao provar um vinho típico chileno!). Encorpado, com muita fruta, notas vegetais (ervas frescas), acidez que pede comida, com taninos macios, etc. Um vinho clássico, equilibrado e elegante.

Viña el Principal

Na região mais alta do Vale do Maipo, comuna de Pirque, bem perto da capital Santiago, estão situados os vinhedos onde a Cabernet Sauvignon se junta com outras castas, como a Cabernet Franc, Petit Verdot, Carmenére e Syrah. Blends ao estilo de Bordeaux, mas com característica mediterrânea e influencia da Cordilheira dos Andes. Provamos o El Principal 2013 que é elaborado com 87% Cabernet Sauvignon, 9% Petit Verdot e 4% Cabernet Franc. Foi um ano de temperatura mais baixa que o usual onde a maturação das uvas foi mais lenta, resultando em um vinho de ótima acidez, bom corpo e taninos maduros. Não filtrado, o que lhe confere complexidade para evoluir por muito tempo. Muito interessante o final de boca remetendo à figos em compota.

Quando se depara com um panorama tão vasto quanto esse que nos foi apresentado, instintivamente nossa atenção se volta para tudo que for diferente, ou seja, os elementos que se destacam do todo que nos passam a impressão de que conseguiram dar um passo além, porém nunca devemos desprezar a origem que deu o sustento para o primeiro passo. Tenho observado um fenômeno recorrente na produção de vinhos em todo mundo: As novas gerações, que são herdeiras das terras produtoras de seus pais e de seus avós, quando resolveram dar sequencia ao negocio de família adquiriram um modelo antigo se pensarmos nas referências do mundo de hoje.

O efeito “globalização” e o acesso à informação fez com que consumidores e produtores trocassem conhecimento, ou seja, chilenos, italiano, americanos , etc, não consomem/produzem apenas o vinho em seu pais de origem.  A produção em larga escala, visando a distribuição mundial, o apelo mercadológico do produto em questão, feito em grandes quantidades sem perder a qualidade, o fomento tecnológico proporcionaram uma nova relação na produção do vinho. Isso é muito visível nos países da América do Sul, que investiram muito em tecnologia para desenvolver um produto de qualidade e que agora buscam se destacar de alguma forma uns dos outro. Quando um produtor investe em um novo terroir, ou trabalha no resgate de uma casta esquecida, um método de vinificação ancestral, na produção artesanal, em blends inusitados, ou na tecnologia de ponta para criar o “seu vinho”, ele está criando uma identidade.

E nessa busca pelo reconhecimento todos ganham. Se você é apreciador de bons vinhos ou deseja um dia ser, pode esperar que se ainda não encontrou o vinho pra chamar de “seu” , ele mesmo te encontrará!”

Bem depois disso, “in Bacco & Raquel Veritás” diria eu que não pude estar por lá. Certamente Bacco falou com ela e feliz de poder compartilhar essa experiência dela com os amigos, grato Raquel. Abraço, saúde e kanimambo pela visita lembrando que em Novembro tem viagem de exploração à Patagônia, vem comigo?? Uma ótima semana para todos

Vinhos do Chile em Dois Tempos – I

Recentemente se realizou em São Paulo a sétima edição da Wines of Chile. Estive presente na maioria, mas desta feita por outros compromissos já assumidos não pude comparecer, porém não queria deixar os fiéis leitores sem uma retrospectiva do que por lá aconteceu, em especial na Master Class onde se costuma ter um insight melhor sobre o que por lá anda acontecendo já que é uma apresentação feita pelos enólogos das bodegas para um publico mais especializado no tema. Ah, mas como fazer isso já que por aqui só escrevo sobre o que vivi?? Pois bem, para isso existem os amigos e minha fiel escudeira e amiga Raquel Santos (experiente enófila e sommelier) que se prestou a esse “sacrifício” esteve presente me representando! rs Eis o que a amiga teve a dizer sobre essa experiência e que, em função da extensão, optei por dividir em dois posts, Fala Raquel!

” Representado por 37 rótulos de grande relevância tendo 10 deles sido apresentados por seus criadores na Master Class, tentarei relatar aqui o que mais me chamou atenção dentre tantas novidades nesta edição da Wines of Chile.

Wines of Chile 2017 - Taças

Concha Y Toro

A vinícola Concha Y Toro, maior da américa latina e quinta no mundo em volume comercializado, se destacou com um Pinot Noir – Marques de Casa Concha Edição Limitada 2016, da região de Biobio, ao sul. Seu criador, o enólogo Marcelo Papa descreveu a rica potencialidade do terroir chileno e como suas diversas características de solo e clima, influenciam em tanta diversidade entre os vinhos. Este Pinot Noir de Biobio, reflete as características do solo argiloso com muita drenagem. A região localiza-se entre o rio Biobio e a cordilheira e neste ano apresentou uma temperatura mais baixa que o usual. Muito fresco, equilibrado, ressaltando frutas e madeira bem colocados, complexidade ao estilo do velho mundo chegando bem perto de um Bourgogne. Interessante a comparação desse vinho com outro Pinot Noir da região do vale do Limari, ao norte. Também com ótimo frescor, muito frutado (cerejas compotadas, framboesas), e equilíbrio perfeito entre corpo, acidez e álcool. Elegante e potente, esse mais ao estilo do novo mundo.

 Casa Donoso

Apresentou seus vinhos da linha “Sucesor”. Apostando em um projeto inovador onde cada enólogo teve plenaWines of Chile 2017 - Donoso Sucesor Red liberdade para propor um blend inusitado. O resultado foi muito audacioso. O Limited Release Sucesor Romano 2015 foi elaborado com a casta Cesar Noir (85%), nativa da AOC Irancy na borgonha e Carigñan (15%), nativa da Espanha, mas que tem grande destaque e vem ganhando bastante espaço atualmente no Chile. O resultado disso é um vinho muito diferente que vai se mostrando aos poucos, ou seja para ser apreciado sem pressa. No nariz começa bem discreto com nuances de frutas silvestres de bosque, e dando pistas do seu DNA da Pinot Noir. Na boca, sensação de secura, dos taninos presentes e dóceis, onde dá para sentir a presença nada discreta da Carigñan. Depois de um tempo na taça ele cresce muito, tanto no nariz como em boca. Podemos perceber um corpo exuberante e complexo que suporta todo um leque de aromas e sabores muito bem equilibrados e agradáveis. O final de boca é longo e surpreendente, deixa um gosto de doce de leite de lembrança!

Posteriormente provei outro corte muito ousado. O Sucesor Red 2013 que foi elaborado com Carmenére (80%) e  Malbec (20%). Duas castas tão personificadas em países onde elas brilham sem coadjuvante (Chile e Argentina) e com um casamento perfeito. Quando um não se sobrepõe ao outro, mas serve de trampolim para que qualidades se apresentem, hora um, hora o outro, pode-se chamar de casamento perfeito, né? Por fazer pouco tempo que o João e eu tínhamos conversado sobre a inexistência (de nosso conhecimento) de um corte destas duas uvas emblemáticas de nossos hermanos, foi uma surpresa muito agradável ver e provar este vinho.

Garcés Silva

A família produz no Vale de Leyda há pouco mais de 10 anos. Mais conhecidos pela linha dos vinhos Amayna, começaram com um projeto de renovação no estilo de interpretar  seu próprio terroir. Nasceu então a nova marca Boya, que evoca mais elegância e sutileza. Os vinhedos foram plantados em pequenos lotes, com vista para o mar, como descreveu uma das enólogas que veio apresentar seu BOYA Syrah, elaborado com 100% desta casta. Pode-se perceber todo o frescor das brisas marítimas, tanto no nariz como em boca. Notas  mentoladas e frutas maduras incorporadas com muita harmonia, num corpo macio e elegante onde o equilíbrio entre a acidez, taninos e álcool é muito expressivo. Final de boca mineral com destaque salino. Nesta mesma linha, produzem um Chardonnay com ótimo corpo, sem madeira e mineralidade discreta. Dois destaques da nova expressão do terroir chileno.”

Bem, por hoje ficamos por aqui e ainda esta semana postarei o restante dos comentários da Raquel. Uma ótima semana a todos, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí em algum lugar de nossa vasta vinosfera.

Chile Annual Wine Awards – Estes Eu Provei!

CAM01256Estes eu provei e gostei! Como disse ontem, enquanto o pessoal discursava e divulgava os ganhadores, nós comíamos e sorvíamos alguns dos medalhistas deste concurso. Alguns desses rótulos chegaram a ser indicados entre os três classificados para a final dos troféus, só belezuras! rs As fotos ficaram horríveis, mas…… Eis um curto resumo dos que mais se destacaram na minha taça.

Coyan – sempre um porto seguro. Muito rico e equilibrado, guloso e ainda por cima ôrganico o que é um plus.

Tralca – da Bisquertt é um corte de Cabernet Sauvignon, Carmenére e Syrah, tendo estado entre os três finalistas na categoria Premium Red. Um vinho marcante com ótima entrada de boca, boa estrutura e volume de boca. Um belo vinho para tomar agora e guardar por mais uns anos.

Cousino Macul Finis Terrae tinto – é a segunda vez que o provo e a segunda vez que me delicio com ele. Entre os finalistas na categoria Blends Tintos, é um vinho muito elegante e fino, um corte de Cabernet Sauvignon e Merlot de dar água na boca. Desta feita também conheci o branco, um corte de Chardonnay, Riesling e Vignier muito bem balanceado e apetitoso que recomendo. Essas garrafas eu teria em minha adega fácil, dependendo do preço obviamente!

Millaman Reserve Zinfandel – uma grata surpresa com uma uva pouco comum fora dos Estados Unidos e Austrália. Muito agradável, com um toque mais chileno e final menos doce, uma garrafa para curtir e surpreender os amigos.

Odfjell Winemaker’s Travesy – gosto deste produtor e este blend foi desenvolvido com duas uvas que, em minha opinião, geram dois de seus melhores varietais; a Malbec e a Carignan que aqui ainda levou uma parte de Syrah. Concentrado, intenso e untuoso, belo vinho!

Casa Lapostolle Borobo – bem, para mim a grande surpresa. Tenho algum preconceito, confesso, para com este produtor pois sempre achei seus vinhos algo exagerados. Super extração, alto teor alcoólico, nunca fizeram minha cabeça com excecão do Cuvée Alexandre Merlot que reputo com um dos melhores do Chile junto com o Marques de Casa Concha. O Borobo é o oposto do conceito que eu tinha e tudo a ver com os vinhos que mais curto, daqueles que você não sabe se funga ou se bebe e, na dúvida, faz os dois com enorme prazer. Absolutamente sedutor, uma obra prima que me encantou e do qual sorvi vários goles recomendando a todos. Complexo blend de Cabernet Sauvignon, Carmenére, Syrah, Pinot Noir e Merlot extremamente elegante e fino sem perder a estrutura, meio de boca cativante, taninos aveludados, final longo, guloso, um vinho para curtir com calma como numa boa relação amorosa, nada de pressa! Gamei, ainda bem que é só vinho!!! Como não chegou na final de Premium Reds não sei, mas eu o indicaria com toda a certeza!

WC Clipboard gold medalists tasted

Bem gente, por hoje chega de “charla”. Ótima experiência essa promovida pela Wines of Chile e um privilégio ter podido estar presente nesse evento. Agora preciso arrumar tempo para finalizar minha reportagem sobre minha viagem à argentina em Outubro!! Aproveitando, não vai vir comigo no Tour Loucos por Vinho, olha que vai perder “big time”, heim?!  Salute, kanimambo e um ótimo fim de semana para todos!

Surpresas com Espumantes Chilenos

Sempre tive um pé atrás com relação aos espumantes do Chile que a meu ver sempre estiveram bem atrás nos nossos, até porque acredito que tanto em quantidade como em qualidade e também preço, estamos na frente dos Hermanos tanto chilenos como argentinos! Há bons espumantes em ambos os países, reconheço, porém sem o volume de rótulos de qualidade e muito menos de preço, mas os rótulos que tenho provado têm me surpreendido, inclusive no preço onde os  brasileiros nadam de braçada. Aliás, eis aí um mistério que nunca consegui desvendar, porquê os produtores nacionais conseguem produzir tão bons espumantes de forma competitiva e empacam tanto nos vinhos tranquilos?! Pelo menos até agora ninguém me deu uma resposta minimamente plausível, quem sabe alguém se aventura?

Enfim, voltemos ao tema do post! Dos espumantes chilenos, tive a oportunidade de provar dois recentemente, um trazido pelos amigos Marcia e Marc e outro agora, advindo da degustação do WineBar promovida pela Wines of Chile, ambos curiosamente rosés. O primeiro foi tomado na companhia dos amigos, foi o Undurraga Rosé, elaborado com 100% Pinot Noir, um espumante que nos surpreendeu por sua cor intensa, estrutura e ótimo DSC02966equilíbrio, boca seca e frutada com uma perlage muito boa. Um bom espumante que tomado na companhia dos amigos ficou melhor ainda.

Agora me chega este Santa Digma Estelado Rosé da Miguel Torres Chilena que tomei em dois estágios. O primeiro enquanto preparava o almoço de domingo (um sloppy sunday), adoro cozinhar com vinho (rs), um gostoso risoto de lula e o segundo acompanhando o prato. Este já surpreende na cor, um rosado claro, brilhante e sedutor, mas a maior surpresa vem quando você olha o rótulo e vê que ele foi elaborado com a uva País. Já vi alguns produtores trabalhando com esta uva secular  que chegou ao Chile pela mão dos colonizadores espanhóis no século XVI, porém ainda são raros os vinhos de qualidade no mercado. Até pouco, era somente usada para a produção de vinhos mais rústicos e sem expressividade, baixo teor alcoólico e alta acidez. Aos poucos, os grandes produtores começam a trabalhar e a descobrir as riquezas desta uva, sendo que este espumante já por dois anos seguidos foi considerado o melhor do Chile.

DSC02968Posso dizer que sobrou nada para contar a história! Tomei quase que solo e desceu muito bem. Tanto como aperitivo refrescante enquanto preparava o rango, como acompanhando o risoto que leva um pouco de pimenta e biquinho e um leve toque de tempero de paella o que contrastou muito bem com o frescor do Estelato.  Bem seco, nariz sutil e delicado, acidez acentuada, perlage muito fina e abundante, creio que se dará bem também com crustáceos, camarões grelhados, manjubinha (lembram!) e queijos de cabra como aperitivo ou solo! Um belo e surpreendente espumante que está no mercado por volta dos R$75 mais ou menos dez. preço justo, porém já vi por R$65 e aí eu acho uma barbada.

A foto com o prato não ficou aquelas coisas, a garrafa já estava pela metade (rs), mas dá para ter uma ideia! Ainda preciso ter umas aulas com a amiga Nádia Jung, quem sabe aprendo algo sobre fotografia. De qualquer forma, creio que minhas aptidões são outras! Salute, kanimambo e um brinde rosado a uma deliciosa semana para todos.

Viña Maquis, você conhece?

Eu não conhecia e sigo conhecendo pouco, porém esse pouco me despertou a curiosidade esperando que num futuro não muito longínquo eu, e você, possamos ter a oportunidade de conhecer melhor seus vinhos. Conheci dois rótulos deles no recente encontro da Wines of Chile durante a Master Class (virou moda) apresentada pelo Jorge Lucki e posteriormente no salão de degustações por onde passei rapidamente.

Na Master Class provamos alguns ótimos vinhos chilenos que demonstraram bem as características de cada uma das novas denominações (Costa/Entre Cordilleras e Andes) entre eles destaco; o marcante Sauvignon Blanc Cool Coast da Casa Silva, o sempre confiável Cousino Macul com seu Finis Terrae um mui equilibrado e muito bom blend de Cabernet, Syrah e Merlot, o agradável Santa Carolina Reserva da Familia Cabernet Sauvignon, o complexo e bem estruturado Intriga da Montgras que mesmo sendo 100% Cabernet Sauvignon não apresenta as goiabas e pimentões muito presentes nestes vinhos e que, sinceramente, não me agradam, porém o maior destaque de todos foi o Maquis Lien.

Lien em Mapuche, quer dizer metal prateado que eles simbolizaram no rótulo com um lagarto prateado. Aliás, todos os Maquis lizardrótulos deste produtor possuem uma marca diferenciada e muito interessante. A Viña Maquis existe desde 1927, porém somente a partir de 2002 a família começou a engarrafar seus próprios vinhos e ainda não está presente entre nós. Pelos comentários e cochichos de bastidores, creio que logo, logo estarão por aqui, então fique de olho ou, se for passear por terras chilenas, eis um produtor a visitar. Estão localizados na região Entre Cordilleras do Valle de Colchagua estrategicamente posicionados entre dois rios o que lhe confere condições de solo diferenciadas. O Maquis Lien 2009, elaborado pelo enólogo bordalês Jacques Boissenot, é daqueles vinhos que exalam personalidade desde as primeiras fungadas e nos levam a rapidamente querer levar a taça à boca onde ele se mostra potente porém muito elegante (ótima combinação essa!) de taninos bem presentes mas finos e aveludados, equilibrado, frutos negros bem presentes (cassis), ótima estrutura, denso e muito jovem, um adolescente com promissor futuro mas já muito guloso e sedutor, de final apetecível, longo e algo especiado.  Mais uma vez um blend que seduz, comprovando que este estilo de vinhos realmente se mostra bem mais complexo que a grande maioria dos varietais, ainda mais quando no corte se coloca um pouco Maquis Rosede Petit Verdot (sempre ela!). A composição do vinho é um corte de Cabernet Franc (42%) Syrah (32%) Carmenére (23%) e aquele toque mágico, 3% de Petit Verdot!

Enfim, fique de olho no mercado pois esse vinho não deve tardar a chegar por aqui e merece toda a nossa atenção, só espero que venha a preços que caibam no bolso. No salão ainda provei seu Rosé de Malbec que é um vinho delicioso e refrescante que certamente fará sucesso em nosso verão por chegar.

Salute, kanimambo e um ótimo final de semana para todos.

 

Tinto & Branco Chilenos na Taça

Não tive a oportunidade de participar do Winebar da Wines of Chile que antecedeu a Wines of Chile Tasting e lançamento oficial das novas denominações (áreas) Costa, Entre Cordilleras e Andes, então vou colocando aqui minhas impressões sobre os vinhos provados conforme os for degustando.

Comecei por uma dupla de tinto e branco de Casablanca, área da Costa na nova denominação. Mesmo a foto não sendo das melhores, nas taças estavam o Ventisquero Reserva Pinot Noir e o Terrunyo Sauvignon Blanc da Concha y Toro. Cada um do seu jeito e no seu patamar de qualidade e preço, foram bem na minha taça, sendo que o Terrunyo extrapolou por sua exuberância. Falemos dos vinhos e do que senti deles:

A Ventisquero produz bons vinhos em diversas gamas de qualidade e eu gosto bastante dos vinhos da família Queulat em especial o Merlot. Este Pinot Noir se mostrou muito agradável mostrando fruta abundante no nariz e uma cor rubi demonstrando uma extração maior o que é típico dos pinots chilenos. Na boca está bem redondo, saboroso e frutado fácil de gostar, boa acidez, taninos delicados como manda o figurino e um final com uma certa mineralidade. Cumpre bem seu papel considerando-se que é vinho na casa dos R$45 a 55,00 nos dias de hoje.

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Terrunyo Sauvignon Blanc da Concha y Toro, vinho de pontuação média, pelos grandes critico mundiais, ao redor de 90 pontos com alguns picos. Mudamos de patamar, não subimos um degrau, pulamos alguns! Nunca tinha tomado este vinho e tenho que confessar que me surpreendi pois é dos melhores Sauvignon Blanc que já tomei , não só do Chile mas das Américas. Paleta olfativa gostosa em que notas cítricas, maçã verde e notas de orvalho matinal nos fazem viajar um pouco. Na boca é pura sedução, repete as sensações da fruta fresca com uma mineral bem presente, um vinho em perfeita harmonia, elegante e marcante que faz lembrar muito os vinhos do Loire que me encantam. Um belíssimo exemplar de Sauvignon Blanc que não é para qualquer bolso, mas falamos de um vinho top de gama, então o preço acompanha, entre R$100 a 120 pelo que pude ver na internet.

Tenho mais uns três para provar, mas de saída me dei bem. Realmente os terroirs do Chile e uma enormidade de bons produtores são farto material para pesquisa (prova) como pude mais uma vez comprovar, inclusive na Wines of Chile Tasting! Em breve mais do Chile mas quem quiser uma experiência a mais, dia 28 de Agosto na Vino & Sapore farei uma apresentação sobre os vales, suas uvas e vinhos, com ênfase na introdução das novas áreas e, obviamente, provaremos alguns bons vinhos e serviremos um prato. Será a partir das 20 horas então caso tenha interesse, me enviem um comentário que entro em contato.

Wines of Chile na Taça

O Chile me surpreendeu este ano com uma série de novidades muito interessantes e consagração de velhos conhecidos, como já publiquei em post anterior. No entanto, todo o enófilo que se preze quer mesmo é conhecer o inusitado, o diferente, o novo, então achei que poderia compartilhar com os amigos que não tiveram a oportunidade de visitar a Wines of Chile, alguns desses destaques.  Mas de que forma? Como são muitos vinhos, preparei uma degustação super especial, veja abaixo, então não deixe passar esta oportunidade de conhecer diversos novos rótulos, a forma mais barata e descontraida de descobrir novas paixões!

No Próximo dia 12 de Setembro às 20 horas, vamos degustar na aconchegante Vino & Sapore (veja link aqui do lado) parte dos vinhos que foram destaque na Wines of Chile deste ano, serão sete rótulos. Os vinhos não necessariamente estarão á venda, aliás quem for poderá até dar seus pitacos nesse sentido, porém certamente será uma experiência única para apenas 13 pessoas que investirão apenas R$40,00 (pagos antecipamente na reserva) para participar desta degustação e, na faixa, poderão provar mais seis/sete vinhos no dia 20! Nesta primeira parte do programa iremos degustar:

  • Falernia, produtor do Vale do Elqui, nova região produtora no extremo norte do Chile, nos trará dois rótulos, um delicioso branco á base de Viognier e um Carmenére diferenciado que passa por um processo passito, como do Amarone, em 60% do vinho.
  • William Févre, famoso produtor de Chablis na Borgonha, possui um projeto muito interessante no Chile e escolhemos dois vinhos que me chamaram a atenção. O Espino Grand Cuvée Chardonnay  e o Chacai, um vinho elaborado com Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, que foi destaque para mim e vários colegas da imprensa e blogs suplantando o top da bodega. Já chegaram algumas poucas garrafas.
  • Volcanoes de Chile, um novo projeto do grupo San Pedro, um dos gigantes do setor, que só produz vinhos em regiões de solo vulcânico. Me atraíram dois vinhos em especial, na verdade três mas um só virá em 2012, que espero tenham o mesmo impacto sobre vocês que tiveram sobre mim – o Summit 2010, delicioso Sauvignon Blanc, e um dos três vinhos que mais me chamaram a atenção nessa feira, o Perinacota, divino corte de Syrah com Carignam.
  • Haras Character Syrah, um vinho que é uma taça cheia para quem gosta desta cepa. Potência com elegãncia, caracteristica dos bons vinhos. Este já chegou!

Neste dia 12 provaremos três vinhos brancos e quatro tintos.  Já no dia 20, os rótulos que estarão presentes na degustação serão: Rayun Chardonnay Reserva e Chono, De Martino Old Busch Carmenére/Malbec, Chocalán Blend  e Gewurztraminer e duas surpresas a conferir no dia! Tá esperando o quê para ligar ou enviar e-mail com sua reserva? Vino & Sapore – comercial@vinoesapore.com.br ou (11) 4612.6343/1433

Salute e kanimambo, aguardamos seu contato na Vino.