Vinhos bons e baratos

Portugal – Enorme Riqueza e Diversidade Vínica com Precinho!

Castelo almourol Dizem que grandes perfumes vêm em pequenos frascos e, certamente, a enogastronomia deste pequeno país com pouco mais de 92 mil quilômetros quadrados, menor que Santa Catarina, faz jus ao ditado popular e surpreende a maioria que por lá perambula pela primeira vez. Sua gastronomia rica em frutos do mar e carnes diversas, o famoso bacalhau e doces deliciosos, com cada região produzindo uma culinária típica do pedaço, é um prato cheio para os amantes do vinho se esbaldarem em harmonizações das mais diversas, alimentando o corpo e, porquê não, a alma! Visitar Portugal, ô saudade (!),  é também uma tremenda imersão na história com uma vasta opção de locais a visitar e estórias a ouvir numa simples tasca, copo cheio de vinho e umas boas pataniscas de bacalhau!

Falar de vinhos neste país que não possui a maior extensão de vinhedos, não é o maior produtor de vinhos e tão pouco tem o maior consumo per capita, é falar de diversidade, de sabores únicos advindos de uma enorme quantidade de uvas autóctones (cerca de 250) que nos fazem sair da mesmice dos Cabernets, Merlots e Chardonnays de nossa vinosfera. É uma viagem por sabores e emoções diferenciadas que vêm fazendo a alegria dos apreciadores do vinho pelo mundo afora desde muito tempo. Pode-se pensar que a projeção do vinho português no mundo seja algo recente, mas muito pelo contrário! Desde o inicio do século XVII os ingleses já importavam vinhos que, mais tarde, se tornariam os Vinhos do Porto que conhecemos hoje. A primeira região produtora de vinhos demarcada no mundo, é exatamente a do Douro em 1756 ou seja, há muita história por trás dos vinhos portugueses.

Panorama do Douro

Com características únicas, a grande maioria são fruto de blends (mais de um tipo de uva) elaborados com uma série de uvas autóctones pouco conhecidas fora do país como Trincadeira, Castelão, Alfrocheiro, Touriga Nacional, Baga, Jaen, Tinto Cão, Tinta Barroca, Touriga Franca nos tintos e Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Trajadura, Loureiro, Bical, Encruzado, Roupeiro, Rabigato, Gouveio e Fernão Pires entre os brancos. As uvas mais tradicionais como Cabernet Sauvignon, a Tempranillo que é uma casta típica da península Ibérica e que aqui se conhece como Aragonês (no Sul) ou Tinta Roriz (no Norte), a Syrah e Alicante Boushet muito presentes no Alentejo vêm também sendo usadas com sucesso especialmente nas regiões produtivas mais novas como Tejo e Lisboa onde houve uma maior flexibilização das comissões reguladoras regionais. Incrível como num país tão pequeno possa existir tamanha diversidade de regiões produtoras e com tantas diferenças entre si! Das mais importantes como Alentejo e Douro, de onde sai a produção mais emblemática do país, passando pelo tradicional Dão, a Bairrada da cepa Baga, Terras do Sado com seus bons tintos e emblemáticos vinhos Moscatel, Lisboa e Tejo com sua modernidade e o Minho dos vinhos verdes, entre outras.

Já lá se vai o tempo de vinhos rústicos, pesados sem qualquer finesse! Estamos diante de um Portugal vínico revigorado que merece ser revisitado e conhecido sem preconceitos desde os vinhos mais baratos e jovens para consumo imediato até os vinhos de média e longa guarda de maior complexidade e de preço idem. Nas minhas mais recentes viagens de garimpo por feiras e eventos vínicos, tive o prazer de garimpar alguns rótulos muito interessantes que valem ser conhecidos em função de sua excelente relação Preço x Qualidade x Prazer que deixa claro que hoje os vinho de Portugal são fortes concorrentes dos argentinos e chilenos em vinhos de todas as faixas de preço, mas especialmente nas mais baixas, aventure-se e saia da mesmice, quebre paradigmas e se surpreenda. Eis algumas dicas para você descobrir com preços abaixo de 60 reais:

  • Vilaflor Branco – um vinho branco do Douro que rentemente, na última Expovinis, ganhou o troféu de melhor branco abaixo de R$50 promovido pelos Wine Hunters, um grupo de blogueiros especializados convocados para a missão. Um vinho branco barato porém com conteúdo que satisfaz a maioria e encanta quando se vê o preço. Seu tinto, na mesma faixa de preço que o branco (R$35) não tem a mesma “vibe”, mas é igualmente saboroso.
  • Casa do Lago Tinto – um tinto da região Lisboa que mistura castas autóctones com internacionais, um saboroso blend de Touriga Nacional com Cabernet Sauvignon de corpo médio, ar modernoso, fruta madura, bom volume de boca, um vinho para conhecer e se surpreender pois o blend ficou muito bom. Entre R$45 a 50,00 uma bela compra e gostei do branco também!
  • Casa da Passarela Dão Colheita – Uma região que andava meio esquecida e mal tratada, mas que de alguns anos para cá vem produzindo algumas preciosidades. Este gama de entrada é delicioso e já quebrou a resistência de alguns por vinhos lusos! Vinícola premiada, vinho com boa intensidade de frutos do bosque vermelhos, boa acidez, elaborado com as 4 principais castas regionais (Alfrocheiro, Tinta Roriz, Touriga Nacional e Jaen), que não é cepacol (os mais velhos entenderão!) mas é bom de boca! Também entre R$45 a 50,00.
  • Grandes Quintas Colheita – Mais um saboroso blend do Douro só que desta vez tinto e de uvas exclusivamente autóctones. Corpo médio e muita fruta, final macio, meio de boca muito rico, taninos aveludados e já uma certa complexidade, uma enorme surpresa na faixa de preços. Entre R$50 a 55,00.
  • Confidencial Tinto – também da região Lisboa é mais um daqueles vinhos que encantam ao primeiro gole e o produtor faz questão de não divulgar o blend que, dizem, tem cerca de sete diferentes uvas. Um vinho redondo, harmônico, gostoso e fácil de agradar tanto os de mais litragem quanto os iniciantes desbravadores do mundo de Baco. Na casa dos R$35 a 40,00.

Tem mais ainda, vinhos como os; Gaião do Alentejo; Casa de Cambres Reserva, Castello d’Alba e Casa do Brasão do Douro (abaixo dos R$30!); o Forja do Ferreiro de Beira Interior, o Terras do Pó Branco e Tinto da região Setúbal, enfim uma enormidade de rótulos estão disponíveis, converse com seu fornecedor de confiança e mergulhe nessa aventura que garanto será surpreendente e ainda um plus, nessa faixa duvido que consiga mais prazer com los Hermanos!

Portugal Fixe

Por outro lado, os vinhos topo de gama que se destacavam não só por sua qualidade, mas também pelo preço, agora começam a perder esse atrativo de preço e ficaram no mesmo patamar dos vinhos de seus vizinhos italianos, franceses e espanhóis sendo cada vez mais comum encontrar rótulos na casa dos 400, 500 e 600 Reais no mercado e não falo dos astros Pera Manca e Barca Velha! na faixa de R$200 a 300 são inúmeros os rótulos, porém na igualdade de preços, o atrativo da “marca” e aqui vale a nacionalidade, ainda faz diferença num mercado ainda pouco evoluído e muito levado por estereótipos formados ao longo do tempo. Como, no entanto, achados há em todas as faixas de preço, seguem aqui três dicas de belos vinhos com preços idem face o que entregam. Não vou falar muito sobre eles, por enquanto, mas se der de cara com estes rótulos pode mergulhar sem medo. Eu não garanto (rs), mas se você é leitor assíduo e se dá bem com minhas dicas, posso dizer que não vai se arrepender pois os três entregam mais do que cobram.

  • Grandes Quintas Reserva – premiado rótulos deste produtor do Douro na casa dos 100 reais, de final especiado, longo e prazeroso que acompanhou maravilhosamente uma rabada desfiada sobre uma cama de polenta!
  • DFJ Francos – um vinho da região Lisboa que só é produzido em safras especiais e nesta década só em dois anos foi engarrafado. Causa impacto ao primeiro gole, um vinho de personalidade forte, denso e rico de sabores, na casa dos R$140/150.
  • Monte da Peceguina Tinto – um belo vinho da Herdade da Malhadinha que entrega bem mais que um monte de seus primos alentejanos mais famosos. Um vinho de ótimo volume e estrutura de boca, harmônico, sedutora e vibrante paleta olfativa, mais uma ótima opção nesta faixa um pouco mais alta de preços, na casa dos R$100,00.

Salute, kanimambo e vamos curtir os vinhos de Portugal? Eu tou nessa e faz tempo!!

Melhores Vinhos de 2013 – Os Vinhos que Eu Compraria, Parte I

 

JFC Best of 2013Tradicionalmente, desde 2008, listo os melhores vinhos provados e/ou tomados no ano anterior, devidamente classificados por faixas de preços até 200 a 250,00 Reais. Porquê dessa classificação? Porque acredito piamente que o fator preço é importantíssimo em qualquer análise/avaliação hedonística como é esta e há vinhos que se destacam em cada uma dessas faixas que escolhi e sim, apesar de existir crítico famoso dizendo por aí que não existem vinhos dignos de destaque abaixo dos 60 Reais, existe vida abaixo dessa faixa. Aliás, acho que um dos grandes males da falta de crescimento do mercado de vinhos no Brasil é exatamente este fator, a de super valorizar preço, por isso tento sempre buscar compartilhar com os amigos minha experiência na busca por boas relações Qualidade x Preço x Prazer em TODAS as faixas de preço!

Mantenho sempre o mesmo conceito, o de trazer somente aquilo que a meu ver “vale” a pena nessa relação independente de quantidade. Desta forma, não tenho meus Top 100 nem TOP 50, simplesmente vou listando o que me veio à cabeça, porque esses deixaram marcas, na hora sem rever notas, comentários ou históricos de arquivos. São vinhos que eu selecionei como se estivesse montando minha própria adega tendo chego a cerca de 140 que publicarei em etapas, sendo que hoje listo 46 deles nas primeiras faixas de preço, até R$40 e de 41 a 60,00. Obviamente que esta é uma opinião pessoal então certamente haverão divergências e sugestões de outros rótulos, mas espero que provem e gostem da maioria, são vinhos que certamente estariam em minha adega cada um com uma proposta diferente e os classifiquei por estilo e depois por ordem alfabética. Como sempre, impera a diversidade!

Rótulo

Tipo

Região/País

Vinhos até R$40,00 (15)

Campos de Cima Viognier

Branco Varietal

R.S. / Brasil

Bardocco Sidra pelo método Charmat

Espumante

S.C. / Brasil 

Marson Charmat Brut Blanc de Blanc

Espumante

R.S. / Brasil

Casa do Brasão

Tinto Blend

Douro/Portugal

Confidencial

Tinto Blend

Lisboa/Portugal

Domaine Les Ondines La Buissonnade

Tinto Blend

Rhône/França

Temático Syrah/Malbec

Tinto Blend

Mendoza/Argentina

Baladero Cabernet Sauvignon

Tinto Varietal

Mendoza/Argentina

Baladero Malbec

Tinto Varietal

Mendoza/Argentina

Baladero Merlot

Tinto Varietal

Mendoza/Argentina

Baladero Syrah

Tinto Varietal

Mendoza/Argentina

Bella Qta.Cab. Sauvignon Darcy Penteado

Tinto Varietal

R.S. / Brasil

Condado de la Vega Tempranilho

Tinto Varietal

Rioja/Espanha

Molinero Cabernet Sauvignon

Tinto Varietal

Chile

Raza Malbec

Tinto Varietal

la Rioja/Argentina

Vinhos de R$41 a 60,00 (31)

Amalaya Branco Torrontés/Riesling

Branco Blend

Salta/Argentina

La Vieille Ferne Branco

Branco Blend

Rhône/França

Lagarde Rosé de Malbec

Rosé Varietal

Mendoza/Argentina

Quinta da Paterna Trajadura/Alvarinho

Branco Blend

Minho/Portugal

Bodegas Hidalgo Manzanilla La Gitana

Branco Varietal

Jerez/Espanha

Colomé Torrontés

Branco Varietal

Salta/Argentina

Down Under Chardonnay

Branco Varietal

Austrália

Udwe Semillon

Branco Varietal

Patagônia/Argentina

Viña Mar Sauvignon Blanc Reserva

Branco Varietal

Casablanca/Chile

Campos de Cima Extra-brut

Espumante

R.S. / Brasil 

Contessa Borghel Rosé Dry

Espumante

Friulli/Itália

Villaggio Grando  Brut

Espumante

S.C. / Brasil 

Villaggio Grando  Brut Rosé

Espumante

S.C. / Brasil 

Ballabio Vintage Rosé Pinot Nero

Rosé Varietal

Friulli/Itália

Vinserus Late Harvest de Malbec

Sobremesa

Mendoza/Argentina

Angaray Crianza

Tinto Blend

Navarra/Espanha

Aracuri Cabernet Sauvignon/Merlot

Tinto Blend

R.S. / Brasil

Cada de Cambres Res. Tinto

Tinto Blend

Douro/Portugal

Casa da Passarela Colheita

Tinto Blend

Dão/Portugal

Domaine de Petite Cassagne

Tinto Blend

Languedoc/França

In Situ Big Red Blend

Tinto Blend

Chile

La Vieile Ferme Tinto

Tinto Blend

Rhône/França

Aquitania Reserva Syrah

Tinto Varietal

Chile

Don Abel Gran Reserva 2005

Tinto Varietal

R.S. / Brasil

Géa Bonarda

Tinto Varietal

Mendoza/Argentina

Jerarquia Malbec Reserva

Tinto Varietal

Mendoza/Argentina

Lindemann´s Bin 50 Shiraz

Tinto Varietal

Austrália

Paul Mas Grenache Noir

Tinto Varietal

Languedoc/França

Quintay Clava Pinot Noir

Tinto Varietal

Chile

Richland Shiraz

Tinto Varietal

Austrália

Surani Primitivo di Manduria

Tinto Varietal

Puglia/Itália

 Por hoje é “só”, mas acho que aí já tem muita coisa para vocês pesquisarem e se divertirem. Que 2014 seja um ano repleto de boas viagens enogastronomicas e ótimas descobertas. Saúde , kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui. FELIZ 2014!

Doze Razões Porque Você Deve Enterrar seus Preconceitos

      Agora também envolvido no comércio do vinho, vejo que dois preconceitos ainda estão bem enraizados no consumidor brasileiro que recebo na loja:

  • De que vinho europeu quando barato é ruim
  • De que preço por preço os argentinos e chilenos possuem uma melhor relação Qualidade x Custo x Prazer.

      A relação de valores mudou; os hermanos subiram demais seus preços FOB e os europeus baixaram, então mesmo com impostos diferenciados os valores ficaram mais parelhos. Independente de origem, insisto sempre para que as pessoas saiam, mesmo que parcialmente, de sua zona de conforto e se deem a oportunidade de navegar por outros mares provando coisas diferenciadas. Para incentivar os amigos a iniciar essa viagem por vinhos do velho mundo sem gastar rios de dinheiro, listo aqui 12 razões (rótulos) que valem bem a pena a viagem! Não são todos (há alguns) vinhos abaixo das 50 pratas, como amigo Didu gosta de comentar, mas com a inflação (alguém aí acredita em 5% a.a.!!) isso está cada vez mais difícil de encontrar! São, todavia, vinhos abaixo das 60 pratas e em linha com seus pares vindos dos países hermanos argentinos e chilenos.

Poggio del Sasso Vermentino – Toscana/Itália – Um branco surpreendente com uma uva pouco conhecido entre nós, a Vermentino.

Villa Chiopris Friulano – Friuli/Itália – Mais uma uva autóctone italiana que mostra grande frescor, vindo das regiões mais frias do país.

Los Navalles Verdejo – Rueda/Espanha – esta região e uva normalmente nos trazem vinhos de ótimo frescor e boa estrutura de boca. Este exemplar não foge à regra

Domain de la Petite Cassagne – Costiére de Nimes/França – no sul do Rhône, mais um vinho sedutor tanto no nariz quanto na boca. Grenache, Syrah, Carignan e Mouvédre, um blend típico da região, corpo médio, frutos negros e 90 pontos do colega (rs) Parker!

Paul Mas Grenache Noir – Languedoc/França – Para quem gosta de varietais, a frutada  Grenache com uma madeira muito bem colocada resultam num vinho de corpo médio muito balanceado que garantem satisfação ao primeiro gole.

Surani Primitivo di Manduria – Puglia/Itália – aromático, muito agradável, tipicidade da casta com grande equilíbrio e um final muito agradável. Para provar que os Primitivos de Manduria não precisam ser caros para serem gostosos.

Leonardo Red Blend – Toscana/Itália – blend de Sangiovese com Cabernet, Syrah e Merlot que recentemente foi Top of Sales no Saturday Night Tasting da Vino & Sapore. Puro prazer e ótima companhia para um prato de pasta.

D’Alessandro Nero d’Avola – Sicilia/Itália – sedoso, equilibrado e muito gostoso, muita fruta, boa textura, mais uma grata surpresa.

Argaray Crianza – Navarra/Espanha – Tempranillo, Merlot e Cabernet, especiarias, fruta, corpo médio, boa estrutura e volume de boca um prazer para os sentidos.

Hereditas Tinto –Altentejo/Portugal – Aragonez 50%, Alicante Bouschet 25%, Cabernet Sauvignon 15% e Syrah 10%, um mix de castas internacionais e da região que compõem com muita riqueza de sabores este vinho que passa por seis meses de afinamento em barricas.

Casa da Passarela Tinto – Dão/Portugal – maciez, taninos finos, saboroso, vinho apetecível e fácil de agradar para tomar descompromissadamente ou acompanhando pratos mais leves.

Legado Munhoz Garnacha – Espanha – um vinho que sempre surpreende possuindo uma relação custo x beneficio quase que imbatível. Muita fruta, leve toque amadeirado, muito saboroso.

        Faça você mesmo essa Viagem e depois comente se não valeu a pena! Da mesma forma que há belas surpresa em terras sul-americanas, estas também existem em outras praias e nada como a experimentação para descobrir isso e enterrar preconceitos. Aqui estão doze, mas há bem mais, então não pare não!  Prove os portugueses; Encostas de Xisto Alvarinho, o Caza da Lua Tinto e o Quinta do Encontro Merlot/Baga  ou os espanhóis Villavid branco e o Bobal  (sim é uma cepa), todos abaixo das 40 pratas! Enfim, são inúmeros os rótulos disponíveis no mercado então junto com seu Malbec, Cabernet ou Merlot, de vez em quando permita-se um desvio por outros mares abençoados por Baco e enterre seu preconceit.

Salute, kanimambo e bon voyage!

Verão – Bebendo Bem Sem Gastar Muito

662519-9834-it      È gente, chegamos, ou quase! Mais alguns dias e entramos no verão, apesar de que o calor teima em não nos deixar desde o verão anterior, mas enfim dia 21 está aí marcando uma nova estação! Como sempre, a mudança de estação marca também a mudança de hábitos e neste final de ano férias, praia, pratos mais leves e a volta dos brancos e rosés.  È também época de festas e muito espumantes, mas desses falarei mais adiante na semana com as dicas de Sexta. Hoje quero compartilhar com os amigos alguns gostosos e frescos vinhos “low budget” de verão.

Amalaya branco – Vinho á base da cepa Torrontés que produz alguns bons vinhos na Argentina. Com um toque de Riesling para equilibrar a acidez, mostra aquele floral típico da cepa, porém de forma menos intensa com algo cítrico no nariz e na boca um frescor muito bom advindo da presença da Riesling que aporta um equilíbrio importante porque muitos torrontés por aí tendem a ficar algo enjoativos. Este é suave, balanceado e fácil de se gostar com um único inconveniente, a garrafa tem a tendência a acabar rápido demais!

Mann Vintners Chenin Blanc – originária da região do Loire na França, esta cepa se deu muito bem na África do Sul onde encontramos alguns vinhos muito bons. Este vinho é de gama de entrada para ser tomado bem geladinho, ao redor dos 6 para 7ºC, é super refrescante para acompanhar petiscos variados inclusive frutos do mar e queijos de cabra. Para quem gosta dos Sauvignons Blanc, vale enveredar por vinhos desta cepa pois apresentam características de frescor muito similares. Um degrau acima, o Tormentoso Chenin da mesma casa produtora é da hora!Vinhos de verão 2012

Terras do Pó Branco – de volta ao mercado depois de um tempinho ausente e……..mais barato! Não é sempre, mas volta e meia ocorre e o consumidor agradece. Um blend de Fernão Pires e Arinto da região de Setúbal em Portugal, um vinho muito saboroso, fresco de boa paleta olfativa onde aparecem notas de frutos tropicais que nos convidam a levar a taça à boca onde os aromas se confirmam, final seco, bom para bebericar e já dá conta de um prato não muito pesado como lulas á doré ou até um tradicional peixe com molho de camarão.

Canforrales Rosado – um rosé espanhol da região de La Mancha á base de Garnacha, de ótimo custo x beneficio que vale muito a pena como um vinho de entrada, pois possui muito das característica dos brancos mais vibrantes. Notas de framboesa, acidez bem equilibrada que elimina eventuais sensações doces, uma mineralidade presente que me surpreendeu, boa textura com interessante volume de boca, certamente acompanhará bem um arroz de mariscos e um papo informal.

VillaVid Blanco – mais um espanhol de ótima relação qualidade x preço x prazer, coisa que tem se tornado costumeiro encontrar em boa parte dos vinhos espanhóis encontrados nas prateleiras dos pontos de venda de vinho espalhados no mercado. A uva Verdejo prima pelo frescor e aqui se junta à Macabeo para produzir um vinho muito saboroso de frutas tropicais,  fresco, algo cítrico na boca mas com um tempero a mais!

Falernia Pedro Ximenez – mais um que sai da mesmice, tanto no quesito região, uma nova zona quase desértica no norte do Chile – Vale do Elqui, quanto na uva em si que, na Espanha, é tradicionalmente usado na elaboração de vinhos doces na região de Jerez. Este é vinificado de forma diferente gerando um vinho fresco de aromas intensos lembrando frutas cítricas e tropicais e um leve toque mineral. Na boca, é fácil de gostar, tem uma acidez gostosa, bom volume de boca, é delicado e com um final, equilibrado e seco. Por sinal, o Viognier deles também é bem legal e vale a pena.

       Existem muitos mais rótulos interessantes que valem a pena ser provados, mas o bom destes é que a média de preços anda ao redor dos 40 Reais o que é uma prova de que para se beber bem não há necessidade de grandes gastos. Explore, aventure-se por novos sabores e curta estes vinhos mais refrescantes pois a estação pede por isso.

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

Vinhos de Primavera Bons e Baratos

          Buscar rótulos de boa relação Qualidade x Preço x Prazer em qualquer das faixas de preço vigentes no mercado, é e sempre será um dos muitos objetivos deste blog. Estou com uma listinha desses rótulos a publicar, porém hoje me atenho aos mais baratos e aos vinhos que têm tudo a ver com a estação que recém entramos. Mês de primavera com calor de verão, que aliás parece que nunca foi embora este ano, o que nos faz buscar vinhos mais refrescantes como os brancos, rosés e espumantes.

Amalaya Branco – Vinho á base da cepa Torrontés que produz alguns bons caldos na Argentina. Com um toque de Riesling qe aporta uma maior acidez ao blend, mostra aquele floral típico da cepa, porém de forma menos intensa com algo cítrico no nariz e na boca um frescor muito bom, pois a Riesling faz muito bem esse papel dando-lhe um equilíbrio importante porque muitos torrontés por aí tendem a ficar algo enjoativos. Este é suave, balanceado e fácil de se gostar com um único inconveniente, a garrafa tem a tendência a acabar rápido demais!

Man Vintners Chenin Blanc – originária da região do Loire na França, esta cepa se deu muito bem na África do Sul onde encontramos alguns vinhos muito bons. Este vinho é de gama de entrada para ser tomado bem geladinho, ao redor dos 6ºC, é super refrescante para acompanhar petiscos variados inclusive frutos do mar e queijos de cabra. Para quem gosta dos Sauvignons Blanc, vale enveredar por vinhos desta cepa pois apresentam características de frescor muito similares.

Arco de la Vega Rosado – um rosé espanhol á base de tempranillo, de ótimo custo x beneficio que vale muito a pena como um vinho de entrada, pois possui muito das característica dos brancos mais leves e vibrantes. Notas de cereja, boa acidez que elimina eventuais sensações doces, uma mineralidade presente que me surpreendeu, certamente acompanhará bem um arroz de mariscos e um papo informal.

VillaVid Blanco – mais um espanhol de ótima relação qualidade x preço x prazer, coisa que tem se tornado costumeiro encontrar em boa parte dos vinhos espanhóis encontrados nas prateleiras dos pontos de venda de vinho espalhados no mercado. A uva Verdejo prima pelo frescor e aqui se junta à Macabeo para produzir um vinho muito saboroso de frutas tropicais,  fresco, algo cítrico na boca mas com um tempero a mais!

Falernia Pedro Ximenez – mais um que sai da mesmice, tanto no quesito região, uma nova zona quase desértica no norte do Chile – Vale do Elqui, quanto na uva em si que, na Espanha, é tradicionalmente usado na elaboração de vinhos doces na região de Jerez, os famosos PX. Este é vinificado de forma diferente gerando um vinho fresco de aromas intensos lembrando frutas cítricas e tropicais e um leve toque mineral. Na boca, é fácil de gostar, tem uma acidez gostosa, bom volume de boca, é delicado e com um final, equilibrado e seco.

       Existem muitos mais rótulos interessantes que valem a pena ser provados, aos poucos falarei um pouco deles, mas o bom destes é que a média de preços anda ao redor dos 40 Reais (mais ou menos 10%) o que é uma prova de que para se beber bem não há necessidade de grandes gastos. Explore, aventure-se por novos sabores e curta estes vinhos mais refrescantes pois a estação pede por isso.

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

Melhores 2011 por Faixa – Até R$35

     Olá, esta é minha quarta edição de Melhores Vinhos do Ano por faixa de preços o que, por si só, deve gerar uma interessante análise de preços que, quer queiramos quer não, tem extrema importância no que tomamos pois cada um de nós tem um tamanho diferente de bolso e seus próprios limites. Foi relendo meu primeiro post sobre o assunto em Janeiro de 2009, que me veio a idéia de extrair de lá o preâmbulo deste texto de hoje que antecede a primeira lista de várias que publicarei nesta semana. “Elaborar uma lista destas é tarefa salomônica pois significa escolher poucos entre muito bons e ótimos néctares garimpados dentro de cada faixa de preço, o que é um dos principais objetivos deste blog. A idéia não é só listar os melhores vinhos tomados, lista que na maioria das vezes está fora do alcance da grande maioria de nós consumidores. É o preço, no entanto, o divisor das águas que faz muitos vinhos ficarem de fora destas listas, pois deixaram de ser “achados”, especialmente nesta faixa! Preço é um pouco como as opiniões e notas de Robert Parker e/ou Wine Spectator, muitos falam mal e fazem pouco caso, mas na hora H não deixa de levar em consideração, especialmente os que têm que pagar por seus vinhos e não possuem cartão corporativo ilimitado. Coisas da hipocrisia de nossa vinosfera.”

          Não possuo meus TOP 100 ou Top 200 ou seja lá que numero for. Listo aquilo que de alguma forma me deu prazer e acho que vale, é uma lista pessoal e, consequentemente, cheia de subjetividades e passíveis de discordância de muitos, mas são elaboradas baseadas em minha experiência, nas emoções e impressões de vinhos tomados e degustados ao longo do ano que passou. Vou selecionando e ao final vejo o número que deu. Nesta faixa de preços os riscos são grandes, porém o tombo é pequeno. São os vinhos do dia a dia e cada vez se torna mais difícil encontrar produtos de qualidade nesta faixa, porém garimpando se acha. Precaução, no entanto, tem que ser o lema de quem busca vinhos nesta faixa já que, se escondendo por trás da fama de alguns países e regiões, existe uma enormidade de  zurrapa por aí.

          Quando vou em feiras e eventos, afora tomar alguns grandes néctares, meu foco é sempre provar vinhos de entrada com preços mais acessíveis até porque é isso, em minha opinião, que qualifica o produtor. Se ele consegue produzir um bom vinho de entrada a preço acessível á maioria, isso demonstra claramente seu comprometimento e nos convida a buscar coisas melhores dentro da mesma vinícola. Produzir vinhos ícones, caros e de “tiragem” limitada não me parece coisa de outro mundo e não qualifica produtor. Mas chega de papo, vamos aos vinhos!  

TINTO      

Rótulo

País

Imp./Prod

R$

Callia Shiraz/Bonarda Argentina Decanter

24,00

Patio Sur Tannat/Merlot Uruguai Decanter

24,00

Qta. De Cabriz Colheita Selecionada Portugal/Dão Winebrands

28,00

Terranoble Carmenére Chile Decanter

28,00

Confini Sangiovese Itália/Toscana Vinho Sul

29,00

Ilka Merlot Argentina Vinho Sul

29,00

Vale da Mina Portugal/Alentejo Vinho Sul

29,00

Legado Munoz Garnacha Espanha/ Decanter

31,00

Argento Reserva Malbec Argentina Costazurra

32,00

Dos Fincas Cab. Sauv./Malbec Argentina WW Wine

32,00

Dos Fincas Cab. Sauv./Merlot Argentina WW Wine

32,00

Man Vintners Merlot África do Sul Vinho Sul

32,00

Paiara Negroamaro Cab. Sauv. Itália/Puglia Winebrands

32,00

Don Giovanni Merlot Res. Brasil Don Giovanni

33,00

Lauquita Merlot Chile Mercovino

33,00

Artero Tempranillo Espanha/ Decanter

34,00

Cardeto Rupestro Itália/Umbria Decanter

34,00

Confini Chianti Itália/Toscana Vinho Sul

34,00

BRANCOS/ROSÉS e ESPUMANTES      

Rótulo

País

Imp./Prod

R$

Hermann Bossa 2 – Demi-sec Brasil Decanter

28,00

Qta. de Cabriz Branco Colh. Selecionada Portugal/Dão Winebrands

28,00

Casa Punti Chardonnay Argentina Wine Society

29,00

Ilka Torrontés Argentina Vinho Sul

29,00

Lauquita Chardonnay Chile Mercovino

30,00

Don Giovanni Espumante Moscatel Brasil Don Giovanni

32,00

Dos Fincas Sauv. Blanc Argentina WW Wine

32,00

Man Vintners Chenin Blanc África do Sul Vinho Sul

33,00

Moinet Prosecco DOC Itália/Veneto Vino Y Vino

33,00

Sucre Sauv. Blanc Chile Wine Company

33,00

Casa Valduga Arte Brut Brasil Valduga

35,00

Van Zeller Rosé Portugal/Douro Vinho Sul

35,00

Varanda do Conde Alvarinho/Trajadura Portugal/Minho Casa Flora

35,00

      Alguns rótulos, poucos, poderão ser encontrados em listas anteriores e são fruto de uma revisita. Boa parte deles, no entanto, são novos e todos têm minha recomendação dentro de seu contexto, pois obviamente que não possuirão a complexidade de vinhos mais caro apesar de existirem aqueles que até altas pontuações possuem como o Quinta de Cabriz Colheita Selecionada tinto, que na safra de 2008 apareceu na quadragésima posição nos TOP 100 da Wine Spectator, ou os Dos Fincas tintos que pegaram 90 e 91 pontos na Wine Enthusiast. Nessa faixa, no entanto, são vinhos muito agradáveis, saborosos, bem feitos e apetecíveis, lembrando que os preços são os do ano em que foram provados, neste caso 2011.

    Amanhã tem mais. Listarei os vinhos entre R$35 a 70,00, mudei um pouco as faixas, aqueles que na minha forma de ver são os vinhos de fim de semana. Na sequência os vinhos do mês, de celebração, de …………. Salute kanimambo e nos vemos por aqui.

Destaques 2011 – Vinhos do Velho Mundo a Preço de Argentinos e Chilenos

        Muitos ainda se atém aos vinhos dos hermanos mais famosos por uma mera questão de preço e por acreditar naquela falácia de que vinho europeu barato é ruim e o bom é caro! Isto, comparativamente, não é verdadeiro e estes destaques do ano de vinhos do Velho Mundo a Preços de Argentinos e Chilenos, é um claro exemplo disso.  Um destaque internacional, só para corroborar minha constatação, foi a publicação dos TOP100 da Wine Spectator em que o português do Dão, Quinta de Cabriz Colheita Selecionada tinto 2008 alcançou a 40º posição e obteve 90 pontos, isto para um vinho de preço entre os R$27 a 30,00! Há, no entanto, quem prefira os varietais e os blends dos hermanos por uma questão de gosto e aí não há o que discutir, porém se o que o leva a praticamente só tomar vinhos chilenos e argentinos é o preço, então esta é uma bela lista de vinhos de baixo custo que vale conferir e descobrir novos sabores. Vinhos europeus, todos abaixo de R$50,00, na foto os destaques principais, mas não posso deixar de mencionar três vinhos que deram o que falar ao longo do ano passado; um da Espanha, um da Itália e outro de Portugal, respectivamente o Legado Munoz Garnacha, Confini Sangiovese  e o Caza da Lua do Douro, todos na casa dos R$30,00 e todos em falta nas importadoras neste inicio de 2012.

            Na caixa, mais seis rótulos para fazer você mudar seus (pre)conceitos sobre os vinhos do Velho Mundo. São verdadeiros best buys, os famosos BB, Bons e Baratos.

Ribereño – Espanha/Ribera del Duero –  diferentemente da maioria dos vinhos desta região que costumam ser de maior corpo, este foi feito para agradar e cumpre seu papel. Saboroso, frutado, taninos macios e bom companheiro para paella e pratos de bacalhau mais leves. O produto é do grupo Valduero que elabora alguns vinhos diferenciados e muito saborosos como o Una Cepa, outro vinho que srá destaque aqui porém sob outro tema, a dos vinhos espanhóis. Está nas lojas por volta de R$40 a 43,00.

Vasari – Itália/Montepulciano Abruzzo  –  Uma enorme surpresa para um vinho desta região e uva, já que a maioria costuma ser algo rala especialmente os desta faixa de preço. Quando bem feito, no entanto, é um vinho muito agradável de se tomar. Este tem Due Bicchieri do guia italiano Gambero Rosso e 86 pontos de Robert Parker o que indica que estamos frente a frente com um vinho de qualidade. Não tem passagem por madeira e apresenta taninos sedosos, muita fruta negra no nariz e algo terroso , redondo, gostoso de tomar.  Deve se dar bem com polenta com ragu de ossobuco, carnes assadas e amigos! Preço varia de R$40 a 45,00.

Quinta da Estação – Portugal/Douro – Um vinho macio, redondo, fácil de beber e gostar. Acompanha pratos mais leves, pizzas, pasta, lanches, um coringa na adega que agrada a maioria. Preço por volta dos R$40 a 45,00.

Paul Mas Syrah – França/Languedoc – Paul Mas é um enólogo e empresário do vinho ligado no mundo e como tal gera vinhos mais comerciais visando o mercado internacional. Este Syrah é muito saboroso, equilibrado de taninos sedosos e um final levemente especiado de média persistência.  Acompanha bem queijos de média consistência como Ementhal, Gouda e St. Paulin.  Boa opção de Syrah nesta faixa de preço, em torno de R$42 a 46,00.

Vale da Mina Reserva – Portugal/Alentejo – Mais um português, existem um monte de boas opções lusas nesta faixa, e desta feita um vinho de maior corpo, taninos presentes, balanceado, rico, madeira bem colocada, aromas algo florais com nuances de frutos do bosque mais um bom produto elaborado pelas mãos de Cristiano Van Zeller, um dos Douro Boys, neste seu projeto alentejano. Este já encara um churrasco e um bacalhau no forno! Meu subconsciente insiste em chamá-lo “mapa da mina”, porquê será?! Preço varia de R$42 a 47.

Paiara – Itália/Puglia – companheiro de pizzas de peperoni, massas com molho bolonhês, polpettone, quem sabe até uma polenta com calabresa, este inusitado corte da autóctone  Negroamaro e a internacional Cabernet Sauvignon gera um vinho bastante agradável de tomar com aromas e sabores diversos e um corpinho até que bem desenvolvido (rs) para um vinho desta faixa de preço. Quer arriscar, acompanhe um hambúrguer de picanha ou sanduiche de pernil, pode dar certo! Precinho, por volta dos R$3o/32,00.

          Em meus Achados de 2011 por faixa de preços, estes  e outros rótulos estarão presentes, mas só a partir da semana que vem deverei iniciar a publicação das 6 listas que estou montando:

  • Vinhos para o Dia a Dia – até R$35,00
  • Vinhos para o Fim de Semana – de R$35 a 60,00
  • Vinhos do Mês – de 60 a R$100,00
  • Vinhos de Celebração – de R$100 a 200,00
  • Vinhos para Chutar o Balde! – de R$200 a 400,00
  • Vinhos sem Noção – acima de R$400,00

     Por enquanto é só, porém ainda tenho para publicar uma série destes destaques. Até lá, kanimambo e espero seguir recebendo sua visita aqui e, porquê não, na Vino & Sapore onde a maioria desses rótulos se encontra aninhada.

Salute!

Melhores Vinhos de 2010 – Até R$50,00

Voltando a colocar os pés no chão, rs, começo hoje a publicar minha lista de vinhos de 2010. São todos vinhos que, de uma forma ou de outra, me marcaram muito positivamente e se destacaram entre os muitos outros rótulos provados ao longo deste ano que passou. Afora os meus Deuses do Olimpo (12) já postados, são mais 95 (meus TOP 107!) dos quais:

  • 25 até R$50,00
  • 20 de R$50 a 80,00
  • 28 de R$80 a 120
  • 14 de R$120 a 200,00
  • 8 acima de R$200
  • 13 países diferente
  • 35 diferentes produtores e importadores
  • 13 vinhos brancos
  • 5 brancos doces
  • 1 tinto doce
  • 10 espumantes
  • 1 fortificado
  • 2 rosés
  • 62 tintos

             Outros rótulos poderiam estar por aqui? Certamente que sim, até porque existem mais de 25.000 rótulos disponíveis no Brasil e esta lista é pessoal só me baseando no que efetivamente provei, degustei ou tomei.  Como sempre, busquei diversidade, saindo da mesmice, conseguindo garimpar alguns ótimos vinhos em cada uma das faixas de preço com que trabalho desde o inicio do blog. Espero que se divirtam com esses vinhos lembrando que mais de 95% estão aqui comentados bastando você digitar o nome do vinho no canto direito alto desta página e clicar em procurar para obter mais detalhes.

             Nos próximos dias seguirão os outros rótulos listados por sua faixa de preços, base São Paulo onde os vinhos são dos mais caros no Brasil. Espero que possam provar alguns destes rótulos e que os curtam tanto quanto eu. Por enquanto fiquem com estes:

Rótulo

Tipo  Prod./Imp. País

Preço  R$

Ponto Nero Moscatel Espumante Domno Brasil 28,00
Quinta de Cabriz Branco 2008 Branco Winebrands Portugal/Dão 28,00
Caza da Lua Douro 2007 Tinto Winebrands Portugal/Douro 29,00
Ocaso Syrah/Malbec 2009 (A) Tinto Malbec do Brasil Argentina/Mendoza 29,50
Legado Munoz Garnacha 2008 (A) Tinto Decanter Espanha/ 31,00
Terra Malbec (A) Tinto Vinea Argentina/Mendoza 32,00
Marco Luigi Reserva Brut Blanc de Blanc (A) Espumante Marco Luigi Brasil 32,00
Terras de Fialho 2008 Tinto Vinho Sul Portugal/Alentejo 35,00
Van Zeller’s Rosé (A) Rosé Vinho Sul Portugal/Douro 35,00
Stravaganza Espumante Don Giovanni Brasil 35,00
Filosur Torrontés 2009 Branco Berenguer Imports Argentina/Mendoza 38,00
Punto Final Sauvignon Blanc 2009 Branco Vinhos do Mundo Chile 39,50
Caligiore Bornarda (Orgânico) Tinto Mercovino Argentina/Mendoza 42,00
Guilhem (A) Tinto Mistral Framça/Languedoc 43,00
Moulin de Gassac Syrah 2008 Tinto Mistral França/Languedoc 45,00
Erumir Crianza 2004 (A) Tinto Mercovino Espanha/Penédes 45,00
Alain Brumont Merlot/Tannat 2008 (A) Tinto Decanter França/Madiran 48,00
Anakena Pinot Noir Leyda Valley 2009 (A) Tinto Costazurra Chile 48,00
Veja Sauco Crianza 2005 (A) Tinto Ravin Espanha/Toro 49,00
Preece Chardonnay 2008 Branco Wine Society Austrália 49,00
Fairview Sauvignon Blanc 2009 (A) Branco Ravin África do Sul 49,00
Ninfea Montepulciano d’Abruzzo 2007 (biodinâmico) Tinto Mercovino Itália/Abruzzo 49,00
Señorio de Sarría 2009 Rosé Import Gourmet Espanha/Navarra 49,50
Sucre Reserva Syrah 2008 (A) Tinto Wine Company Chile 50,00
Sucre Reserva Carmenére 2008 (A) Tinto Wine Company Chile 50,00

Salute e kamimambo

Minha Adega até R$50,00 – Resultado do Painel de Outubro

Adega 2f         Meu genro me perguntou quais os vinhos recomendados no painel de até R$50,00, que publiquei este mês em diversos posts, eu selecionaria para minha adega climatizada de 35 garrafas. Dar uma de Salomão é sempre exercício difícil, mas me meti a rever minhas anotações do que provei para este painel e vi que alguns eu não deixaria faltar na adega não. Daí, trabalhei em cima desses, acrescentei um que não provei agora, mas que não sai da adega nunca (Varanda do Conde), e introduzi três rótulos (marcados com asterisco) de que ainda vou falar, pois dois deles provei ontem e um outro faz somente três dias, mas que não poderiam faltar aqui. Como ele, alguns dos amigos provavelmente tenham tido a mesma curiosidade, então vamos a minha lista de vinhos BGB (Bons, Gostosos e Baratos) que eu colocaria na minha adega e foram destaque neste grande painel em que mais de 100 rótulos foram provados.

Rótulo Produtor/Importador Preço Aprox.
Trivento Pinot Noir 08 Expand R$23,00
Abadias Vega Tempranillo 06 Expand R$24,00
Aurora Espumante Brut Pinot Noir Aurora R$25,00
Marco Luigi Reserva Malbec 07 Marco Luigi R$25,00
Marco Luigi Merlot 05 Marco Luigi R$25,00
Terranoble Carmenére 08 Decanter R$27,00
Alamos Malbec 07 Mistral R$27,00
Loios Tinto 08 Casa Flora R$27,00
Don Pascual Tannat 07 Expand R$28,00
*Herdade das Albernoas 08  Lusitana R$28,00
Mapu Cab/Carmenére 07 Vinho Sul R$28,00
San Esteban Cabernet Sauvignon VSE Classic 07 Vinea R$28,00
Sucre Cabernet Sauvignon 07 Wine Company R$29,00
Gran Theatre Bordeaux 06 Ravin R$30,00
Varanda do Conde 07 (Vinho Verde) Casa Flora R$30,00
Quinta do Encontro Merlot/Baga Winebrands R$34,00
Ostatu Branco Jovem 08 Cultvinho R$38,00
Lindemannn´s Cawarra Chard/Semillon 07 (brco) Expand R$38,00
*Finca Altorfer Malbec 08 Wine Lover´s R$39,00
*Finca Altorfer Blend Malb/Cab. 07 Wine Lover´s R$39,00
Quinta da Lagoalva Castelão/Touriga 04 Mistral R$40,00
Marquês de Borba Tinto 07 Casa Flora R$41,00
Sutil Reserva Malbec 07 Winery R$41,00
Estação Douro 06 Decanter R$41,00
Castillo de Molina Sauvignon Blanc 08  La Pastina R$41,00
Quinta do Ameal Loureiro 07 (branco) Vinho Seleto R$42,00
La Gatte Tradition Bordeaux 05 Mistral R$45,00
Trumpeter Malbec 07 Zahil R$45,00
Quinta do Casal Branco 06 D’Olivino R$46,00
Alaia 04 Peninsula R$47,00
Alain Brumont la Gascogne Tannat/Merlot 05 Decanter R$48,00
Filipa Pato Ensaios Branco 08 Casa Flora R$49,00
La Celia Reserva Cabernet Franc 04 Interfood R$50,00
Prova Régia Arinto (branco) Interfood R$50,00
Chateau Giraud-Cheval-Blanc Bordeaux 2006 Winery R$50,00

          A maioria é relativamente fácil de encontrar, porém se houver dificuldades minha sugestão é contatar o importador/produtor através  dos dados disponíveis aqui em “Onde Comprar” e pedir-lhes uma indicação de ponto de venda mais próximo de você. Amanhã, Dicas da Semana e na Segunda publico post com o delicioso jantar no Franciacorta (recomendo o restaurante) regado com bons vinhos portugueses, um grande encerramento para o saboroso derby português realizado na semana passada.

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

Painel de Vinhos até R$50,00 – Última parte (de R$30 a 50,00)

               Chegamos ao final de mais esta viagem e, enquanto retomo o fôlego para partir em mais um garimpo por vinhos de qualidade que caibam no bolso, fiquem aqui com meus comentários e impressões sobre a última lista dos vinhos que, a meu ver, são altamente recomendados dentro desta faixa de preços. No todo, uma prova de que existe vida, e boa, nos vinhos mais econômicos. Nem todos podemos gastar os tubos em grandes rótulos, somente de forma mais parcimoniosa, e a busca destes rótulos é essencial para quem gosta e tem o costume de tomar vinho diariamente sem correr o risco de criar um enorme rombo no orçamento ou, ainda, para quem se inicia nas prazerosas trilhas do universo de Baco. Espero que esta coleção de rótulos provados possam lhe ajudar em seu próprio garimpo, são vinhos que Tomei, Gostei e Recomendo.

Prova RegiaProva Régia 2008 (Interfood-Portugal) 100% da cepa Arinto de aromas tropicais, na boca é refrescante, sedutor, rico e elegante mostrando-se algo crocante. Uma grande companhia para frutos do mar e um vinho delicioso que deixa na boca um gostinho de quero mais.

Bordeaux La GatteLa Gatte Tradition Bordeaux 2005 (Mistral-França) um vinho jovem que não passa por madeira e está com um preço ao redor de R$45. Pleno de sabor, leve, suave, fácil de beber e harmonizar com os pratos de nosso dia-a-dia, mineral e harmônico, um grande achado e uma ótima introdução a Bordeaux num preço bem acessível, ainda mais com o Real se valorizando como está.

Alaia 2004 (Peninsula-Espanha) Apresenta bastante complexidade de sabores e aromas para um vinho Alaianesta faixa de preço e uma experiência única já que é um corte muito bem elaborado com uma uva autóctone pouco conhecida por aqui, a Prieto Picudo, que é a cepa protagonista, tendo a Tempranillo e Merlot como coadjuvantes e um leve aporte de madeira. Aromático, muita fruta negra no nariz, já mostrando sua face mineral. Na boca está tudo lá, a fruta fresca, algo de chocolate, num corpo médio e equilibrado, redondo mostrando boa textura e taninos finos, mas acima de tudo o que mais me encanta neste vinho é sua identidade e personalidade diferenciada. Encontrei-me ontem à noite com o amigo Juan (Peninsula) e ele me confirmou, é seu rótulo mais vendido. Não é à toa!

Hacienda la Laguna Cabernet/Merlot (Zahil-Chile), este provei recentemente numa degustação da Zahil e achei que cabe bem aqui nesta pequena seleção de rótulos. Corte mais tradicional, correto, bem feito, redondo, sem arestas pode não chegar a empolgar, mas é um vinho difícil de alguém não gostar. Uma ótima opção para um evento de qualidade que certamente agradará a todos, apreciadores ou não.

Bordeaux Chateau Giraud ChevalChateau Giraud-Cheval-Blanc Bordeaux 2006 (Winery-França) ainda um pouco fechado, mas mostrando complexidade, boa estrutura, taninos finos, elegantes e amistosos, bem equilibrado, final aveludado e saboroso um bom vinho para acompanhar comida, mais do que para tomar solo e um preço muito camarada.

Quinta da lagoalvaQuinta da Lagoalva 2004 (Mistral-Portugal), vinho correto, bem feito e equilibrado do qual poderia tomar garrafas. Com 50% passando em madeira, é um vinho que está absolutamente sedutor, leve para médio corpo, muito rico em sabores que encantam o palato, macio, equilibrado com boa acidez o que lhe dá um certo frescor, mostra taninos redondos, sedosos e amistosos que alongam o final de boca deixando um gostinho de quero mais.

Diversos 074Castillo de Molina Sauvignon Blanc 2008 (Casa Palla), um vinho de primeira linha muito fresco e mineral que encanta ao olfato e satisfaz o palato deixando-nos com água na boca a pedir mais, já que a garrafa desaparece rapidamente. Ótima companhia para frutos do mar e certamente deverá acompanhar bem umas costelinhas na brasa. Mais um belo vinho branco encontrado nesta faixa de preços.

CeirósCeirós Douro 2006 (BR Bebidas/Vinhas do Douro), direto da garrafa para a taça, o vinho é impactante, vinhoso de aromas não muito sedutores.  Deixe-o respirar e desfrute de um vinho untuoso, fruta madura (ameixa), bom volume de boca, rico, taninos presentes, mas bem equacionados num final de boca longo, macio e algo apimentado. Um vinho essencialmente gastronômico para quem não tem pressa. Decante por cerca de 45 minutos, o vinho se transforma!

Diversos 075Monte da Cal 2006 (Winebrands-Portugal), um vinho algo rústico, mais tradicional, encorpado que necessita de um prato condizente para mostrar todos os seus atributos, Se pensar nele como um vinho para bebericar com os amigos, esqueça e escolha outro, mas se quiser um bom vinho numa noite fria de inverno para acompanhar um puchero ou algo similar, os alentejanos o acompanham com uma bela carne de porco com feijão branco, não se esqueça deste rótulo que certamente fará bonito. Rico, boa textura, denso, um vinho muito bem feito para quem aprecia vinhos de boa estrutura e não que gastar muito.

Trumpeter Malbec 07 (Zahil-Argentina), esta casa, Rutini, trabalha muito bem com esta cepa produzindo vinhos Varios 024bastante elegantes e esta família Trumpeter, é um dos grandes campeões custo x beneficio no mercado. O Malbec 2007 está especialmente saboroso e macio, bem frutado, bom volume de boca, taninos sedosos, corpo médio com um final especiado e muito agradável. Um bom malbec, sem exageros e sem arestas que o faz extremamente prazeroso de ser tomado tanto solo como acompanhando uma boa carne.

Varios 029Filipa Pato Ensaios Branco 2008 (Casa Flora-Portugal) corte de Bical e Arinto que passa um mês fermentando com leveduras indígenas, pare em tanques de inox e parte em madeira. Aromas delicados, de boa intensidade, muito fresco, saboroso, cítrico e mineral, tem um final de boa persistência que convida á próxima taça. Uma ótima opção como aperitivo e boa companhia, certamente, para umas pataniscas de bacalhau ou sardinhas na brasa.

Diversos 095Estação Douro 2006 (Decanter-Portugal), os amigos que me perdoem, mas o tugas estão deitando e rolando. Mais um bom rótulo que vem do Douro com preço bem acessível para a qualidade. Algo frutado e floral no olfato, na boca é franco e direto dizendo logo ao que veio, te agradar. Não complica, é redondo, taninos finos e  sedosos corpo médio e amistoso ao palato com um final muito saboroso que pede a próxima taça, fácil de harmonizar e mais fácil ainda de gostar.

                É isso meus amigos, mais uma jornada terminada e outra já em andamento, que compartilharei com vocês lá para o final de Novembro, pois navegar é preciso! Caso queira localizar uma loja próximo a você onde possa comprar um ou mais dos rótulos abaixo, contate o importador ou produtor acessando Onde Comprar

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.