Grande Desafio de Espumantes – os Champagnes

               Dentro os quarenta e dois rótulos apenas cinco de Champagne, mas deu para tirar as eventuais dúvidas existentes. A primeira delas, como aliás comentado pelo amigo Álvaro (Divino Guia) na degustação, é de que a Pinot Meunier faz diferença no assemblage (todos com a participação das três cepas tradicionais – Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier) e a segunda de que realmente são excelentes espumantes que não é á toa que possuem a fama que têm. Estão num patamar algo acima dos demais e se, alguns pontuais concorrentes existem, esses são poucos num universo de tanta coisa boa disponível naquele pedacinho de céu chamado Champagne.

               O que falar sobre os cinco champagnes provados que já não tenha sido dito por outros? Gente muito mais capacitada já comentou e destrinchou esses vinhos de uma forma que, provávelmente, eu já jamais conseguirei, então fica aquele negócio de chover no molhado. Já provei muitos, entre eles um que me deixou apaixonado e inebriado sendo um dos melhores vinhos que já tomei, mas confesso que tomei poucos porque, lamentavelmente, o bolso não alcança, então são objetos de desejo que, efetivamente, são consumidos em momentos muito especiais de celebração.

            De qualquer forma não há como fugir da raia e, como já dizia o saudoso e “complexo”  Vicente Mateus, “quem sai na chuva é para se queimar”, então vamos lá, por ordem de classificação entre os cinco champagnes presente a este Grande Desafio, ressaltando que todos eles estão entre os TOP 10 da prova. Como não podia deixar de ser, a perlage em todos eles mostrou-se constante, muito fina e persistente, dentro do que se espera de um bom champagne. Apesar de não divulgar as notas hoje, deixo como curiosidade o fato de que entre o primeiro e o último champagne, meros 1,5 pontos ou seja, nada!

1º – Zoémie De Sousa Cuvée Marveille Brut  – importado pela Decanter e, na minha opinião um dos melhores do desafio, se não o melhor, que se mostrou algo mais evoluido e sedutor que os outros concorrentes da região.  De uma finesse impar tanto no olfato como no palato, foi o que mais entusiasmou a maioria dos degustadores.  Nariz muito complexo onde afloram aromas de coco queimado, baunilha, brioche, leveduras, uma verdadeira boulangerie (rs) com alguma nuance cítrica. Na boca é denso, cítrico, incrivelmente harmônico , mousse clássico lhe dando leveza , frescor na medida certa formando um conjunto que chega a empolgar e por isso se colocou melhor que seus pares. Entre todos os Champagnes, o meu preferido deste embate.

2º – Taittinger Brut Reserve – pêssego, damasco, algum floral numa paleta olfativa de não tanta intensidade, mas muito elegante e sedutora que nos atrai a levar a taça á boca onde essa elegância persiste com muita classe. Macio, cremoso, equilibrado e muito delicado terminando bastante longo, fresco e agradável com uma perlage muito fina e abundante que acaricia o céu de boca. Sedutor. É trazido com exclusividade pela Expand, mas encontrado em diversas outras boas lojas do ramo.

3º – Tsarine Cuvée Premium –  como característica, uma perlage extremamente fina, persistente mas não muito abundante. Muito rico, denso, cremoso e gentil ao palato, é um espumante algo diferente produzido por casa de grande tradição, Chanoine. Uma paleta olfativa complexa com intensa presença  de notas lácteas, torta de morango e fermento com algo de caramelo e cevada no final de boca em que também aparecem nuances cítricas. Bastante complexo e interessante. Quem o traz é a KB-Vinrose do Rio de janeiro, mas este apareceu na prova devido á gentileza da BR Bebidas  (São Paulo) que nos disponibilizou  a garrafa.

4º – Drappier Carte d’Or Brut – Borbulhas muito finas presentes  em  grande número e de boa persistência formando um bonito colar na taça. Bem mineral, pêra, brioche, frutas secas, lembra panetone, presentes no nariz. No palato mostra-se cítrico, fresco e saboroso com um final com amêndoas tostadas sob laranja confeitada. Muito gostoso e disponível na Zahil (seu importador e distribuidor exclusivo) e diversas lojas especializadas.

5º – Piper-Heidsieck Brut – Talvez o mais fresco e vibrante de todos eles e, arriscaria dizer, mais jovial e franco. Fermento e aromas de frutas cítricas (grapefruit?), nectarina presentes no nariz e que se repetem na boca de forma delicada e bastante suave em comparação com os outros champagnes presentes. Vibrante, bem balanceado, elegante e fino, suculento, um champagne cativante e apetecível a qualquer dia e hora. Importado pela Interfood e disponível na maioria das boas lojas especializadas.

              Pela fórmula matemática que usamos nos Desafios, a Melhor Relação Custo x Beneficio ficou com o Tsarine Cuvée Premium Brut. Muito bons produtos e fico imaginando se o vencedor do Grande Desafio de Espumantes será um deles? Provavelmente sim, porém nunca se sabe pois acidentes e surpresas acontecem. De qualquer forma, este é o momento do ano em que pipocam promoções com espumantes e champagnes (veja algumas nos posts Dicas da Semana nesta útima Sexta e Sábado) para tudo o que é lado e nada melhor, podendo, do que comprar um destes bons rótulos, garanto que sairá satisfeito com a experiência. Para saber mais dados, inclusive preços, de cada um, clique aqui. Outros poderiam estar aqui, porém ou não tive acesso ou não houve interesse das importadoras convidadas. Quem sabe no próximo ano?!

            Salute, kanimambo e siga acompanhando nossa viagem de descobertas  pelo mundo dos espumantes neste mês de Novembro passado. Quem será que faturou? Vai arriscar?!

Champagne Tsarine na BR Bebidas

Jacques-Louis ChanoineA convite do amigo Fredo da BR Bebidas, passei para conhecer esta nova champagne que chega ao Brasil pelas mãos do Vincent Kieffer, um dos baluartes dos vinhos de Provence em nossa terra brasilis através de sua KB-Vinrose. Conheci o Vincent na Expovinis quando trocamos umas idéias enquanto provava alguns bons rosés trazido por ele. Francês boa praça, casou com uma brasileira e acabou ficando por aqui onde encontrou seu habitat na bonita cidade do Rio de Janeiro, mais por paixão dele por nós do que por vontade dela.  Agora o reencontro com mais uma descoberta dele, no mercado faz cerca de dez meses, os Champagnes Tsarine, legal esse garimpo que ele faz e nós aproveitamos. Mais presente no Rio, na carta dos melhores hotéis boutique do Estado do Rio ( La Suite, Santa Teresa,-Rio-Insólito  Búzios, Casa Turquesa-Paraty-) e nas lojas especializadas (Enoteca Fasano,Garcia & Rodrigues, Intervinos, Safra Wine) do que aqui em Sampa, devagar vai ganhando espaço entre as boas lojas do ramos, entre elas a BR com quem mantêm uma parceria.

BR Bebidas 010          Para começar, a garrafa do Tsarine é de chamar atenção, mesmo com uma foto bem ruinzinha como a minha, com um design diferenciado concebido como se fosse um perfume e lembra os telhados das igrejas de São Petersburgo! É um espumante produzido em homenagem aos Czares da Rússia  pela casa Chanoine Fréres (irmãos Chanoine), a segunda mais antiga de Champagne, produzindo desde 1730 em Ebernay. É um champagne muito conceituado, o Cuvée Premium possui 90 pontos na Wine Spectator, sendo presença infalível  na cerimônia dos Cesars (os Oscars do cinema francês). Para quem estiver por Paris, ele é, entre outros lugares, servido no Fouquet’s no Champs Elysées aonde o Presidente Sarkozy foi comemorar sua vitória na eleição presidencial.

          No entanto, não tomamos pontuação nem é de nosso interesse, pelo menos meu, tomá-lo com o Sr. Sarkozy , a não ser que ele me convide o que não poderia recusar (rsrs), então importante mesmo é saber como ele é na boca, que é o que interessa. Nesse dia, cheguei tarde e pouco pude provar do Cuvée Premium , mas me esbaldei com o Rosé. Um champagne marcante, mesmo eu não sendo um grande aficionado deste estilo, que me seduziu. Elaborado com um terço cada de Pinot Noir, Chardonnay e Petit Meneure, é de uma perlage muito fina e abundante com uma paleta olfativa bem frutada e algo floral. Na boca a fruta é exuberante e delicada ao mesmo tempo, balanceada com enorme frescor,  alguma levedura, bom corpo, cremoso e de muita finesse, um rosé diferenciado e muito saboroso. O branco, Cuvée Premium, não deu para provar direito, então não o comentarei hoje, mas já está escalado para uma prova que farei agora em Novembro e que compartilharei com os amigos assim que esteja tudo acertado. Os comentários, no entanto são todos muito positivos e já me deixaram com a curiosidade aguçada.

          Bom para cair fora das tradicionais marcas, presente que deve encantar e surpreender, um preço bem mais acessível que a maioria, certamente uma boa opção para quem busca um espumante mais sofisticado e diferenciado com um custo módico em comparação com o que está hoje disponível no mercado.

Salute e kanimambo.

Ps. quer ver foto bonita? Então clique no link da Tsarine, show de bola.