Schloss Volrads

Destaques de 2011 – Rosés e Brancos

              Antes de começar listando minhas seleções de Achados de 2011 por faixa de preços, decidi nesta semana postar alguns destaques por temas, independentemente de preços. Pretendo compartilhar alguns bons vinhos que foram destaque por “n” número de razões, inclusive a relação custo x beneficio, mas não só pois isso sozinho não categoriza o rótulo a estar aqui, acima de tudo ele tem que surpreender nossas emoções e sensibilidade deixando marcas. Compartilharei com vocês algumas seleções de seis vinhos; Velho Mundo a Preço de Argentina e Chile, Varietais da América do Sul incluindo Brasil, Vinhos do Chile, Argentina, França, Portugal e Espanha, Rosé e Brancos. Para começar, hoje comento os destaques em Rosés e Brancos, vinhos de verão.

Não sendo um grande apreciador de rosés, me curvei perante três rótulos muito interessantes.

Van Zeller´s Rosé – um vinho de muito frescor e a tipicidade dos rosés mais leves porém mais frutados e fáceis de beber com um precinho que vale a pena, ao redor dos R$35,00. Um português do Douro que vale cada centavo numa tarde de sol e petiscos abrindo caminho para o almoço.

Clos la  Neuve Cuvée Desiré o primeiro vinho da famosa Provence (França) que efetivamente me seduziu. Cor linda, fresco como tem que ser, mas seco com um residual de açúcar bastante baixo e um perfeito equilíbrio. Fino e elegante com nuances de pêssego e damasco se sobrepondo aos tradicionais morango e cereja mais costumeiros e que aqui aparecem de forma mais sutil numa segunda camada tanto aromática como palativa. Sedutor em seus R$69!

Costaripa Rosamara Chiaretto del Garda, uma grata surpresa italiana que tem como principal atração sua aptidão gastronômica. Delicioso, vinhoso, elaborado num estilo diferente e algo mais austero, intenso e vibrante com um certo toque de oxidação muito sutil, é uma ótima companhia para atum selado ou pratos similares, até paella. O mais caro deles, porém o mais marcante valendo bem os cerca de R$80 que ele custa.

       Bem, agora falemos de alguns brancos marcantes de diversas origens, estilos e preços. Separei seis rótulos a partir de 44 Reais até 100, porém tenho que dar um prémio especial de “Honra ao Mérito” para o Thomas Mitchel Chardonnay, um australiano delicioso, em falta na importadora, por apenas R$42,00 uma grande compra caso o encontrem por aí!

Tormentoso Chenin Blanc (África do Sul) – esta cepa que tem o Loire (França) como origem, també tem história na África do Sul onde gera vinhos muito interessantes. Este rótulo da Man Vintners é muito saboroso e marcante elaborado somente com vinhas velhas com mais de 30 anos,e uma leve passagem por madeira lhe aporta uma complexidade surpreendente. Muito pêssego, nariz sedutor que te convida a levar a taça à boca, muito boa acidez e um balanço impecável por apenas R$49.

Esmero Branco (Portugal) – um vinho português do Douro que só vem confirmar a grande fase que Portugal passa com seus incríveis vinhos brancos. Produziram somente 3300 garrafas de vinhas velhas de cerca de 30 anos, mas nem por isso o preço está na casa do chapéu, falamos de um vinho de cerca de R$80,00 e vale! Muito balanceado, álcool educado (13%) e muito bem integrado, complexo, boa estrutura de boca, final longo e muito agradável com nuances de frutos brancos, um belo vinho que me seduziu. Deverá ser boa companhia a um prato de bacalhau à portuguesa, cozido com batatas.

 Paco & Lola Albariño (Espanha) – esta cepa produz vinhos muito frescos e elegantes em ambos os lados da fronteira do norte de Portugal com a Espanha. Muito refrescante, sutil e sensual tanto no olfato quanto no palato, rico com uma forte personalidade cítrica, bem balanceado apesar da acidez marcante, boa persistência com um final de boca muito saboroso. Perfeito companheiro para frutos do mar e o verão. Preço na casa dos R$98,00.

Schloss Vollrads Riesling Kabinet Trocken (Alemanha) – uma delicia! Seco, mineral acentuado,muito bem equilibrado, pois o mineral aparece firme mas sutil e elegantemente  acompanhado de notas cítricas compondo uma paleta olfativa muito agradável. Na boca suas incríveis 11 gramas de açúcar residual são imperceptíveis equilibrados por uma acidez muito boa e essa mineralidade presente. Corpo um pouco acima da média dos vinhos deste estilo, 12% de álcool, frutado e harmonioso. Também na casa do R$98, é um belo vinho que casa á perfeição com joelho de porco assado.

Rayun Chardonnay Reserva (Chile) – um belo Chardonnay sem madeira que passa 8 meses sur lie deixando-o muito saboroso. Por não passar por madeira mantém um frescor não muito comum aos vinhos desta cepa chilenos que tendem a ganhar muito corpo e ser demasiado amadeirados. Por cerca de R$45,00 é um verdadeiro achado e um verdadeiro Best-Buy.

Alain Brumont Gros Manseng/Sauvignon Blanc (França) – De La Gascogne, próximo a Mandiran, um corte inusitado com uma uva local que poucos conhecem. Muito boa acidez com uma certa complexidade que lhe aporta a Gros Manseng, um vinho difícil de não gostar e que, pelos cerca de R$50,00 que custa, gera um prazer infimamente superior ao custo. Casa perfeitamente com salmão!

         Como curti muito todos eles, acabaram se encorporando ao portfolio da Vino & Sapore, porém busque-os na loja de sua confiança pois todos são vinhos especiais e foi dificil filtrar para chegar a somente esses. Por hoje é só e espero postar a maioria dos destaques ainda esta semana, então espero sua visita. Por agora, salute e kanimambo.

Brancos de Dar Água na Boca

           Semana passada estive em uma degustação bastante interessante em que comecei a cuspir já a partir das 9:30 de la matina! Por sinal, tem formas de fazer isso e o da imagem não é um deles!! rs Foram vinte e quatro vinhos na prova mais uma série de outros no almoço e jantar, dia longo porém muito proveitoso com a confirmação de alguns rótulos e algumas ótimas surpresas, especialmente nos vinhos brancos.  Com a apresentação do conceituado critico Jorge Lucki e da enóloga galega Suzana Esteban presentemente residindo em Portugal onde já atuou em algumas vinícolas de ponta como Quinta do Crasto e Côtto no Douro e agora na Solar dos Lobos/Alentejo, a importadora Mercovino apresentou seus vinhos a uma dúzia de privilegiados convidados. Muito didática e com alguns tópicos bastante interessantes, foi uma degustação em que provei vinhos de muita qualidade e na qual, como sempre, aprendi um pouco mais. Eis alguns dos destaques dos vinhos brancos, de diversas origens e estilos, que me marcaram e agora compartilho com vocês , numa outra oportunidade falarei dos tintos do novo e velho mundo.

Dios Ares Branco – Rioja/Espanha – 100% Viura > Da região de Alavesa de onde vêm os vinhos mais modernos desta importante e histórica denominação espanhola, é um vinho de boa tipicidade olfativa com algum floral que nos incentiva a levar a taça à boca onde se mostra muito equilibrado com acidez bem evidente, boa persistência, muito saboroso e apetecível. Preço por volta dos R$50.

Garcia Viadero – Ribera del Duero/Espanha – 100% Albilio >pelo fato desta uva não ser reconhecida pela DOC, o vinho não pode levar essa denominação no rótulo, mas isso não tem nada a ver porque o vinho é sedutor e muito agradável. A cepa é pouco conhecida e só me lembro de ter visto dois rótulos elaborados com 100%, tendo este me seduzido por sua complexidade. Se não soubesse que só passa por inox, juraria que tinha madeira pois aquele abacaxi e baunilha típicos estão bem presentes no nariz. Na boca é sedutor, mostra uma certa complexidade e versatilidade podendo acompanhar bem desde saladas, frutos de mar e, penso, até um bacalhau mais leve. Preço por volta dos R$50.

Solar dos Lobos branco – Alentejo/Portugal – corte de Chardonnay, Sauvignon Blanc, Arinto e antão Vaz > Sem passagem por madeira porém um vinho de muito bom corpo e textura, teor alcóolico algo alto (14% como no Dios Ares) porém bem balanceado requerendo um pouco mais de atenção com a temperatura. As uvas são vinificadas em separado e o blend é efetuado ao final do processo. Boa acidez, gastronômico, frutado,  um vinho que já enfrenta pratos mais estruturados e faz bonito. Preço ao redor dos R$65.

Esmero Branco – Douro/Portugal – corte de Gouveio/Fernão Pires e Viosinho uvas típicas da região > um dos meus preferidos que só vem confirmar que Portugal vem fazendo ótimos vinhos brancos. Produziram somente 3300 garrafas de vinhas velhas de cerca de 30 anos, mas nem por isso o preço está na casa do chapéu, falamos de um vinho de cerca de R$80,00 e vale! Muito balanceado, álcool educado (13%) e muito bem integrado, complexo, boa estrutura de boca, final longo e muito agradável com nuances de frutos brancos, um belo vinho que me seduziu.

Schloss Volrads Kabinett Trocken – Rheingau/Alemanha – 100% Riesling > uma delicia! Seco, mineral acentuado, típico da casta, muito bem equilibrado porque hà vinhos que extrapolam e enjoam! Este está no ponto, se é que se pode dizer isso de um vinho, pois o mineral aparece firme mas sutil e elegantemente  acompanhado de notas cítricas compondo uma paleta olfativa muito agradável. Na boca suas incríveis 11 gramas de açúcar residual são imperceptíveis equilibrados por uma acidez muito boa e essa mineralidade presente. Corpo um pouco acima da média dos vinhos deste estilo, 12% de álcool, frutado e harmonioso como sugerido pela importadora, foi mais um vinho que me entusiasmou e, pudesse, teria tomado a garrafa todinha, que cuspir que nada! Preço ao redor do R$100.

           Por hoje é isso e assim que der falo dos tintos provados. Algumas boas surpresas, a maioria do velho mundo, mas um chileno de bom preço me chamou a atenção, Lauca Reserva Cabernet Sauvignon de R$49, uma surpresa muito agradável que revi depois de alguns anos.

Salute, kanimambo e insisto, vem comigo a Portugal em Fevereiro?