Grande Desafio de Espumantes – E os Vencedores São?

              Muito bem, já sabemos quem foi o Melhor Espumante Brasileiro, Chandon Excellence, e a Melhor Relação Custo x Benefício Brasileira, o Ponto Nero Extra Brut. Sabemos que o champagne escolhido como o Melhor Champagne foi o Zoémie De Sousa Marveille Brut e vimos alguns outros rótulos de grande valor entre os TOP 10, sem champagnes, publicados ontem. Afinal, como esses rótulos se comportaram no todo, entre os quarenta e dois espumantes provados? Eis, finalmente, os primeiros dez classificados no desafio.

Class. Rótulo Pontuação Preço Médio Prod/Imp.
1 BRÉDIF VOUVRAY BRUT

MELHOR ESPUMANTE do DESAFIO 

91,67 86,00 Vinci
2 Champagne Zoémie de Sousa Brut Marveille 90,00 256,00 Decanter
3 Cremant Bourgogne Louis Picamelot Cuvée Jeaune Thomas Brut 2004 89,58 147,00 D’Olivino
4 Champagne Taittinger Brut Reserva 89,08 200,00 Expand
5 Champagne Tsarine Premium Brut 89,00 170,00 KB-Vinrose
6 Champagne Drappier Brut 88,92 185,00 Zahil
7 Champagne Piper Heidsieck 88,50 180,00 Interfood
8 Excellence Cuvée Prestige 87,33 90,00 Chandon Br.
9 Barton & Guestier Chardonnay Brut 87,08 65,00 Interfood
10 El Portillo Brut 86,25 58,00 Zahil

          Afora a grande surpresa de um espumante do Loire e com esse preço ter sido o grande vencedor do Desafio, tivemos também a confirmação dos muito bons champagnes e desse soberbo Cremant  de Bourgogne que assumiu uma classificação de destaque, técnicamente empatado com o ótimo Zoémie de Sousa. A confirmação do Excellence como um dos grandes espumantes brasileiros, se não o melhor,  a chegada do El Portillo que mostra que também nos espumantes os hermanos argentinos começam a dizer ao que vieram e esse saborosissímo blanc de blanc da Barton & Guestier com um preço muito camarada, uma surpresa muito agradável. Vejamos a seguinte sequência de destaques:

Class. Rótulo Pontuação Preço Médio Prod/Imp.
11 Cava L’Hereu de Raventós i Blanc Brut 86,17 87,00 Decanter
12 Sta. Julia Brut 86,08 43,00 Ravin
13 Marson Brut Tradicional 85,92 59,00 Cave Marson
14 Miolo Millesime 85,67 75,00 Miolo
15 Salton Evidence 85,50 65,00 Salton
16 Veuve Paul Bur 85,00 49,00 Zahil
17 Anna de Codorniu 84,92 70,00 Interfood
18 Raposeira Reserva Brut 84,83 85,00 Vinhas do Douro
19 . Nero Extra Brut 84,75 45,00 Domno
20 Cave Geisse Nature 84,58 45,00 Cave Geisse

                Do décimo-primeiro ao vigéssimo, a consagração de alguns dos bons rótulos brasileiros e, mais uma vez, a presença de um espumante argentino com um ótimo preço comparativamente aos seus adversários neste embate. Afora isso, a confirmação de que existem muito bons espumantes com preços muito bons que a maioria dos amigos certamente terá acesso sem maiores danos ao bolso. Por falar nisso, a Melhor Compra, voto direto dos membros da banca degustadora, foi, obviamente, para o Brédif Vouvray Brut devido a sua incrível performance neste encontro e o preço, uma barbada pelo que entrega de prazer e satisfação. Por outro lado, através de uma fórmula que desenvolvemos no grupo de degustadores, também apuramos a Melhor Relação Custo x Beneficio, só que desta vez escolhemos os TOP 10 deste quesito:

TOP 10 Relação Custo x Beneficio
Rótulo Pontuação Preço Médio Imp/Prod.
SANTA JULIA BRUT   MELHOR  RELAÇÂO CUSTO x BENEFICIO 86,08 43,00 Ravin
Trapiche Extra Brut 84,50 35,00 Interfood
El Portillo 86,25 58,00 Zahil
Barton & Guestier Chardonnay Brut 87,08 65,00 Interfood
. Nero Extra Brut 84,75 45,00 Domno
Veuve Paul Bur 85,00 49,00 Zahil
Cave Geisse Nature 84,58 45,00 Cave Geisse
Marson Brut Tradicional 85,92 59,00 Cave Marson
Brédif Brut Vouvray 91,67 86,00 Vinci
Marco Luigi Reserva da Familia 2008 82,50 30,00 Marco Luigi

             Para mim, a maior surpresa deste quesito foi ver as primeiras três posições tomadas por espumantes argentinos e não brasileiros, assim como por dois franceses de primeira linha. O que me parece preocupante é que, conforme os rótulos nacionais vão ganhando destaque, os preços vão subindo abrindo brechas no mercado para a aparição destes bons rótulos com preços bastante convidativos.

             Enfim, ainda nesta semana publicarei o restante da lista com a classificação geral dos espumantes. Lembro, somente para efeito de uma melhor avaliação e interpretação dos resultados por parte de cada um, que a pontuação dada é uma média obtida da ficha de cada degustador presente em prova ás cegas, anulando-se as notas mais alta e baixa para evitar eventuais distorções. Mas o que significa 89 pontos, 78, ou 91? Temos a tendência, influência de Parker e Cia., a achar que menos de 80 pontos um vinho é ruim, o que está totalmente fora da realidade. Tenhamos em mente o significado da pontuação (mera indicação de qualidade que precisa ser conferida) que, em meu caso, uso exclusivamente para os Desafios de Vinho realizados:

  • Abaixo de 70 pontos – Vinho fraco, ralo, sem qualidades aparentes. Vinho a esquecer.
  • 70 a 74 pontos: Vinho médio, que se não encanta também não desencanta e, ao preço certo para uma ocasião especifica, até dá conta do recado.
  • 75-79 pontos : Bom vinho que já desperta sensações diferentes e que, ao preço certo, nos levará a comprá-lo novamente.
  •  80-84 pontos: Muito bom vinho de boa tipicidade que desperta a atenção e nos traz prazer. Dependendo do preço fica melhor ainda (rs).
  •  85-89 pontos:  Ótimo vinho,  daqueles que despertam sua curiosidade e comentários na mesa, trazendo grande satisfação ao tomar.
  •  90-94 pontos: Excelente vinho de primeira linha que já lhe oferece sensações diferenciadas, que marcam o palato e olfato de forma marcante.
  •  95-100 pontos: Vinhos excepcionais, estupendos, grandes e todos os superlativos juntos! Vinhos de exceção e reflexão que marcam a memória e a alma, além do olfato e palato.  Vinhos, normalmente, para poucas bocas e bolsos.

         Meu muito obrigado ao Armando e Denise do Emporio da Villa, um local que recomendo para o encontro dos amigos enófilos e amantes das boas pizzas, especialmente nesta época do ano repleto de confraternizações. Não fosse o apoio deles e dificilmente poderia ter conseguido montar este Grande Desafio de Espumantes. No entanto, uma andorinha só não faz  verão, e foi essencial a participação de meu novo parceiro e patrocinador a ARC International com as taças da Arcoroc que usamos nas provas assim como a participação de todos os produtores, lojas (BR Bebidas e Portal dos Vinhos) e importadores aqui mencionados com seus devidos links para facilitar o seu  acesso.  “Last but not least”, muito pelo contrário, aos amigos que tão gentilmente participam como convidados da banca degustadora de todos os Desafios lhe aportando credibilidade e qualidade.

Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Zuccardi na Ravin

           Creio que, quase em primeira mão em Junho deste ano, tinha divulgado aqui que a Zuccardi tinha mudado de mala e cuia para a Ravin. Agora tive a felicidade de poder rever o Jose Alberto Zuccardi num agradável almoço no Varanda Grill acompanhado do Rogério D’avila e equipe, com quem trocamos diversas idéias. A Ravin está com um projeto bastante interessante, montando um portfólio bastante diversificado em vários níveis de preços e de origens variadas que deverá alcançar cerca de 200 rótulos que é o que acreditam poder comercializar de forma qualitativa.

Sta Julia 001           Este almoço, no entanto, serviu para conhecermos os projetos da Zuccardi, provar novos rótulos e botar o papo em dia. A família Zuccardi terá três fontes de negócios com a Bodega Sta. Julia, a Série A e a Zuccardi. Provamos rótulos de duas das três bodegas a começar pelo mui agradável Santa Julia Brut um espumante muito bem elaborado e surpreendente, que já comentei aqui no blog pois foi abertura para o nosso último Desafio de Vinhos; o derby Alentejo x Douro, sendo este um projeto especifico do Sebastian, filho de José Alberto.  Para acompanhar a salada e um pedaço de picanha suína servidos como entrada, o Santa Julia Chardonnay Reserva que passa somente seis meses em barricas novas e de segundo uso.  Vinho fácil de se gostar, madeira sutil, saboroso ficando um pouco aquém da carne que provei com o resto do espumante na taça e aí sim, foi uma explosão de sabores. Uma harmonização perfeita que vale você experimentar. Por sinal, este Santa Julia Brut entrará no meu próximo painel especial de espumantes, aguarde. Um vinho que acabou não vindo, mas que certamente também seria uma boa companhia ao lombo, foi o delicioso Serie A Chardonnay/Viognier que tive a oportunidade de provar na Wines of Argentina e gostei muito.

            Um rótulo que não vinha para o Brasil, mas nesta nova fase começa a chegar é o Q Cabernet Sauvignon. Varanda - Bife anchoTomamos o 2006 que ainda se mostra poderoso, nuances tostadas e fruta negra abundante no nariz. Com apenas 5.000kgs por hectare de vinhedos em La Consulta e Tupungato, apresenta bastante extração, taninos ainda firmes, fruta madura, apresentando um frescor bastante interessante que chama a próxima taça. Para acompanhar o vinho, um incrível bife ancho  suculento de textura e ponto impares, digno de acompanhar um vinho deste quilate e mais ainda do que estava por vir, nada mais, nada menos que o Zuccardi Zeta um dos grandes vinhos argentinos na minha opinião. Um vinho que consegue aliar potência com elegância, enorme complexidade e riqueza de sabores que pede tempo para se mostrar em toda sua exuberância. Esta garrafa que  tomamos era da safra de 2005 e, certamente, uma hora a hora e meia de decantação não lhe farão mal algum, vinho de guarda que deve evoluir muito ainda nos próximos quatro a cinco anos. Um corte de Malbec com Tempranillo que, dentro do bom portfolio desta bodega, o que mais me seduz. Talvez esse Serie A Chard/Viognier rivalize, preciso tomá-lo com mais vagar e em condições mais propícias, em minha preferência mas esse Zeta é  efetivamente um vinho muito especial que me encanta e não é de hoje. Quem puder, compre de caixa e vá tomando um por ano só para curtir e descobrir os detalhes de sua evolução.

Malamado 001 Para finalizar, um delicoso Malamado ,que escoltava um saboroso Spumone de Chocolate, e que também nos foi gentilmente presenteado pelos anfitriões, vinho que ainda comentarei em separado, mas que é um vinho de sobremesa muito agradável, elaborado á moda dos Vinhos do Porto.  Nesta linha do Malamado a Zuccardi inovou um pouco mais e desenvolveu o branco extra dry um blend de uvas supermaduras brancas e um Viognier de colheita tardia que me deixaram muito curioso. Afora a chuva torrencial da hora de almoço que atrapalhou um pouco o programa, certamente um almoço bem agradável regado a bons vinhos, boa companhia e bom papo, uma harmonização difícil de bater!

Salute e kanimambo

Ps. Não é á toa que o Varanda Grill foi eleito o melhor restaurante de carne de São Paulo, imperdível esse Bife Ancho.

Desafio Torrontés

        Para o primeiro Desafio de Vinhos, que aconteceu na semana passada na Portal dos Vinhos contando com a presença de 8 amigos, escolhi os vinhos brancos elaborados com a uva Torrontés que está para os brancos como a Malbec para os tintos em terras argentinas. A banca de degustação foi composta de; dois outros blogueiros amigos o Alexandre do Diário de Baco e o Cristiano do Vivendo Vinhos, o Emilio proprietário da casa e profundo conhecedor, 4 enófilos leitores amigos do blog (Evandro Silva, José Roberto Pedreira, Fabio Gimenes e Dr. Luiz Fernando Leite de Barros) e euzinho aqui. Participaram do evento 9 rótulos de 7 diferentes importadoras, todos argentinos à exceção de um que era uruguaio. Enormes surpresas, algumas decepções e incrível como uma degustação às cegas pode contribuir para resultados inesperados.

Em um encontro descontraído, provamos os seguintes vinhos; Lorca Fantasia 06 de Mauricio Lorca (Ana Import), Crios 08 (Cantu/Br Bebidas), Alta Vista Premium 07 (Épice/Casa Palla), Santa Julia 07 (Expand), Alamos 07 (Mistral), La Linda 07 (Decanter) Don David 07 (Bruck/Portal dos Vinhos), Pisano Cisplatino 07 (Mistral) o único do Uruguai e o Colomé 06 (Decanter). Todos deram notas de degustação seguindo planilha básica e costumeira para este efeito, analisando-se os quatro parâmetros padrão; Visual, Olfativo, Gustativo e Final em que se determina o nível de equilíbrio e persistência em boca assim como o “conjunto da obra”. A soma de pontos dados por cada um foi somada e dividida pelo numero de membros da banca, apurando-se assim a média aritmética das notas, razão pela qual chegamos em notas fracionadas. Para efeitos comparativos, acho interessante, e sempre que disponíveis, relaciono n.os resultados as notas obtidas por estes vinhos na midia especializada tanto nacional como internacional.

Agora falemos dos vinhos, na ordem em que foram provados, que é o que interessa e razão pela qual você entrou neste post. Os comentários são uma composição das observações encontradas nas fichas de degustação tendo as garrafas sido cobertas por papel alumínio, numeradas e colocadas em baldes de gelo sendo servidas em torno de 7 para 9º.

 

desafio-torrontes-006

 

 

 

 

 

 

Alamos Torrontés 2007, produzido por Catena Zapata na região de Mendoza, importado pela Mistral com 87 pontos na Wine Spectator. Sem nenhuma passagem por barrica com boa tipicidade da cepa, mostrando um floral muito presente no nariz com algumas nuances de frutas tropicais. Na boca é suave fresco, equilibrado em seus parcos 13% de teor alcoólico, não muito comuns neste vinhos, com agradável final de boca com leve amargor que não chega a incomodar. Preço por volta de R$38,00 e nota média final obtida 80.43 pontos.

Colomé 2007, produzido em vinhedos biodinâmicos de cerca de 90 anos de idade, na região de Salta pela Bodega Colomé entre 1700 a 2300 metros de altitude, importado pela Decanter. Obteve 88 pontos da Wine Spectator. Uma paleta olfativa muito interessante e de boa intensidade lembrando maça verde e algo de chiclete, tipo tutti-fruti. Na boca mostrou um certo desequilíbrio alcoólico (teor de 13.6%), seco, com um final de boca amargo faltando-lhe frescor. Preço ao redor de R$42,00 e nota média final 73.86 pontos.

Don David 2007, produzido pelo grupo El Esteco, mais conhecido por aqui como Michel Torino, na região de Cafayate/Salta a 1700 metros de altitude. Importadora Bruck, tendo o vinho sido gentilmente cedido pela Portal dos Vinhos. O diferente deste vinho é que 10% do lote fica por três meses em barricas “sur lie”, um dos poucos torrontés no mercado que possui alguma passagem por madeira, tendo Robert Parker lhe dado 90 pontos e a Wine Spectator 81. Possui um nariz mais tímido, porém sedutor em que desponta o floral típico e algo de frutas brancas com toques de baunilha . Entrada de boca impactante, seco de bom frescor com algumas notas cítricas e um final de boca algo doce. Preço ao redor de R$37,00 e nota média final 77.43 pontos.

Cisplatino 2008, produzido no Uruguai pela Pisano, um dos melhores produtores daquela terras, com teor de álcool de 13.5% e trazido pela Mistral. Obteve 17 pontos/20 de Jancis Robinson. Nariz de grande complexidade, intenso e algo mineral que vai se abrindo na taça quando aprecem nuances de abacaxi, casca de laranja. Untuoso na boca, ótima acidez, leve, fresco, um torrontés diferente com uma personalidade muito própria, o que mais mexeu com as sensações dos presentes gerando calorosos comentários. Daqueles vinhos que precisa de um tempo em taça para se mostrar e o faz bastante bem mostrando um final de boca agradável e de média persistência. Preço ao redor de R$34,00 e a nota média final foi de 81.57 pontos.

Santa Julia 2007, linha de entrada da Família Zuccardi região de Mendonça na Argentina, importado pela Expand e com 83 pontos da Wine Spectator. O vinho apresentou-se com um nariz de uma certa tipicidade com um floral bastante intenso e só. Na boca é muito leve, magro, bastante desiquilibrado, final curto, algo verde com amargor forte. Pelo que conheço dos vinhos deste produtor, apesar da garrafa não aparentar quaisquer problemas, ainda acredito que tivemos azar com esta garrafa. Um dos membros da banca (Cristiano) tinha tomado um havia pouco tempo e estranhou a própria nota dada não se conformando até hoje! rsrs Acho que este vinho merece uma outra chance, até porque os R$23 permitem facilmente uma nova prova, porém desta feita a nota média final foi de 65.43 pontos.

Lorca Fantasia 2006, o único com um pouco mais de idade, é trazido pela Ana Import (www.anaimport.com.br) sendo produzido na região de Mendoza pela Bodega Mauricio Lorca de vinhedos de elevada densidade, apresentando um teor alcoólico de 14%. O Nariz e de boa tipicidade abrindo-se na taça quando aparecem aromas que lembram pêssego e damasco. Na boca é seco, untuoso, macio, algo desiquilibrado faltando-lhe frescor, final um pouco curto  com um amargor bastante presente. Em fevereiro de 2008 em uma degustação na ABS-SP, recebeu 86 pontos. Acho que a idade deve estar pesando. Preço em torno de R$36,00 e nota média final 71.29 pontos.

Crios 2008, um produto produzido nas Bodegas Domínio Del Plata na maestrina Suzana Balbo na região de Cafayate/Salta a 1760 metros de altitude, com 13.8% de teor alcoólico e importado pela Cantu. Paleta olfativa intensa e muito sedutora em que aparece maçã verde com nuances de algo químico. Balanceado, bastante cítrico, ótima acidez o que o deixa muito fresco e apeticível na boca que faz com que acabe rapidamente na taça. Final saboroso, vibrante e de muito boa persistência lembrando casca de laranja. O da safra de 2006 recebeu 84 pontos da Wine Spectator e ganhou medalha de ouro no último Argentina Wine Awards. O preço no mercado anda à volta de R$45,00, tendo recebido uma nota média final de 84.57 pontos.

Alta Vista Premium 07, mais um vinho da região de Cafayate/Salta trazido pela Épice e gentilmente cedido pela Casa Palla (Tel. (11) 4612-9402  e-mail casapalla@casapalla.com.br) para esta degustação. Possui 87 pontos na Wine Enthusiast e um teor de álcool de 14.5%. Bem claro, de aromas florais com algo de lichia e um jasmim desabrochando depois de um tempo em taça, na boca é macio e bem equilibrado, apesar do alto teor de álcool, agradável , bastante rico em sabores, fresco e vivo, final de boca de boa persistência e algo cítrica. Com preço em torno de R$50 teve uma nota média final de 81 pontos.

La Linda 2007, produzido pela Luigi Bosca na região de Cafayate/Salta é importado pela Decanter, possui 14.7% de teor alcoólico e passa 3 meses sur lie antes de engarrafar. Tem uma paleta olfativa muito intensa, mas delicada com algo que lembra flores do campo como lavanda, algo de rosas. Na boca fruta confeitada, seco, forte amargor, o álcool se mostra bem presente, mesmo variando a temperatura, o que desequilibra o conjunto. Na boca não cumpre as promessas do nariz, termina com uma persistência média e algo doce.  Preço em torno de R$35 e nota média final 70,56 pontos.

O podium fica então composto de: Crios 08, que ganhou este desafio, seguido do Alta Vista Premium, Cisplatino, Alamos e Don David.  Grato aos que participaram deste primeiro encontro, que serviu de aprendizado e preparação para os próximos a serem realizados, assim como a todos que cederam os vinhos para degustação devidamente sinalizados abaixo com o link para seu site. Lembrando, ser o ganhador do Desafio não necessariamente quer dizer que esse vinho seja melhor que todos os outros e sim a confirmação de que, nessa noite especifica; esse vinho, dessa garrafa caiu mais no agrado dos participantes de Desafio. Como um experiente atleta pode perder um jogo ou uma competição num dia e ganhar em outro, estar bem num dia e mal no outro, assim são os vinhos e nossa vinosfera.

Existem muitos outras dezenas de rótulos no mercado, impossível conhecer a todos, mas estes foram os rótulos que mais me tinham chamado a atenção. Uma avaliação importante resultante desta prova, e de alguns outros Torrontés tomados ao longo dos tempos, é que quanto mais jovens forem tomados melhor. Pela pesquisa que fiz e pelos vinhos que tenho provado, aparentemente esta cepa não envelhece bem, sendo recomendado seu consumo em até dois anos, até por uma margem de segurança. Então, compre e consuma com esta dica em mente

Salute e kanimambo