Quem Garimpa Acha!

     Só não sabemos o quê e isso é o barato, a adrenalina do garimpo! Refosco al Peduncolo Rosso, como diz o Gerosa do Blog do Vinho, “Provar vinhos de uvas nativas e pouco divulgadas é como garimpar um livro em edição original em um sebo. Tem aquele apelo da descoberta de algo que existia há muito tempo, mas você desconhecia. De descobrir o novo, que na realidade é antigo, mas estava escondido. Melhor ainda quando o conteúdo surpreende.”, sim porque isso nem sempre acontece! Neste caso, este vinho do produtor Livon trazido pela Mercovino, surpreende e muito positivamente.

       A DOC é situado no nordeste da Itália quase encostado na Slovenia a leste, é a Colli Orientali dei Friulli com um formato que mais parece um camarão num país que tem a bota como referência. A região do Friulli como um todo não é muito conhecida entre nós e muito menos suas uvas. Mesmo com uma participação interessante de cepas estrangeiras, gosto dos Merlots e Cabernets da região que provei, é possuidora de uma leva de uvas autóctones desconhecidas da maioria, inclusive por mim, como as; Refosco, Schiopettino, Ribolla, Pignolo, Friulano, etc.

       A cepa de que falo hoje de nome estranho (sempre penso num furuncolo no pé! rs) Refosco al Peduncolo Rosso poderia ser traduzido como Refosco de racimo vermelho, já que existe o verde mais presente na Slovenia e Croácia, e é o mais “conhecido” da família dos Refoscos. Tive que pesquisar um pouco porque pela primeira vez me deparei com um destes vinhos na taça e desconhecia a cepa. De amadurecimento tardio é uma uva que prima pela boa acidez e taninos firmes produzindo vinhos bem estruturados.

       Falemos deste vinho que tem a conceituada Livon como produtor, é o Livon Colli Orientalli dei Friulli Refosco al Pedunculo Rosso, ufa! Possui uma bonita cor rubi, aromático com frutos negros (ameixa) bem presentes com algum tostado de fundo. A entrada de boca é franca com uma fruta fresca bem aparente, crescendo no meio de boca quando aparecem seus taninos bastante finos e sedosos, corpo médio, terminando algo especiado com boa persistência. O que mais chama a atenção afora a fruta, é a ótima acidez o que comprova o que li sobre a característica da cepa, muito gastronômico, me vi tomando-o algo mais fresco, próximo aos 15 a 16ºC, acompanhado de diversos estilos de charcutaria e, quem sabe, até  um frango grelhado na brasa ou aquela tipica fried chicken americana ou, arriscando um pouco, uma feijoada light?! Enfim, sem devaneios mil, um vinho bastante harmonioso e vibrante que me agradou e me fez lembrar do fato que vivemos aprendendo e por isso o garimpo é tão importante porque se não o que nos resta será viver na mesmice e isso é uma tremenda chatice! ). O preço gira ao redor dos R$95,00.

       Fui, salute, kanimambo pela visita e sigam singrando por mares nunca navegados, a viajem vale a pena!

Tintos Marcantes

           Nesta segunda parte de comentários sobre os vinhos da Mercovino que provei recentemente, falarei sobre os tintos já que dos brancos já postei recentemente. Provamos alguns vinhos muito bons, especialmente os do Velho Mundo que apresentaram, inclusive, uma relação custo x beneficio melhor do que os do Novo Mundo, pelo menos em minha opinião. Não é de hoje que comento de que acho os vinhos top argentinos e chilenos, que entram no país cheios das benesses tributárias que os europeus não possuem, caros demais para o que apresentam salvo algumas poucas exceções. Para mim, estão valorizados além da conta, mas se seguem esse caminho certamente é porque há mercado, então…….

           Dos vinhos do Novo Mundo, um vinho que fazia muito tempo não provava, foi o destaque pelas características do caldo e por se situar numa faixa de preço que, bem garimpado, trás muito boas relações Qualidade x Preço x Prazer. Neste caso, meu destaque vai para o Lauca Reserva Cabernet Sauvignon Reserva 2008 da região do Vale do Maule, que passa 8 meses por barricas francesas. A primeira grande surpresa é a ausência total dos tradicionais aromas de goiaba e pimentão, com a paleta olfativa mostrando muito mais seu agradável e sedutor caráter frutado. Na boca, taninos muito bons, equilibrado, bom corpo, rico, álcool bem integrado formando um conjunto muito prazeroso e, como dizem meus conterrâneos, apetecível com um final saboroso de boa persistência que nos chama à próxima taça. Como o preço se encontra numa faixa de R$48 a 50,00, temos aqui um best buy!

          Dos vinhos do Velho Mundo, algumas preciosidades sendo que um deles, o Solar dos Lobos Colheita Selecionada,  já comentei aqui e teve a proeza de me emudecer! Houveram outros, no entanto, que também se destacaram como o Pujanza Norte 2006, um baita vinho da Rioja Alavesa altamente pontuado e de grande sucesso na mídia especializada, vinho para horas de curtição, o muito bom Solar dos Lobos Reserva 2007  escuro, denso e fechado, o ótimo Saint-Joseph Clos de Cuminaile 2008 um 100% Syrah da região do Rhône  que encanta e só peca por um rótulo, na minha opinião, algo feioso mas, como já diz o ditado, quem vê cara não vê coração, então esqueça o rótulo e mergulhe de cabeça. Meu grande destaque, no entanto, vai para um vinho da Ribera del Duero por apresentar alguns atrativos a mais, entre eles o preço que deve rondar os R$135,00, é o Una Cepa 2007, boa relação face o que ele entrega. Belissimo vinho em que uma bela e intensa paleta olfativa te convida a levar a taça à boca onde ele explode em complexidade. Ainda está muito jovem, algo fechado pedindo tempo mas nada que um decanter e um pouco de paciência não curem rapidamente. Denso, muito saboroso, untuoso, ótima textura, especiarias, frutos negros, musculoso porém com um toque de elegância no final de boca, fazendo jus aos vinhos da região que tradicionalmente se mostram bem mais encorpados do que os de Rioja. Apenas 1500kgs de produção por hectare, 14 meses de barricas de diversas origens este vinho é especial também pelo fato de que cada videira produz somente uma garrafa e daí o nome.

           Nos próximos posts falarei de mais algumas pepitas recém garimpadas como um incrível e rico Merlot sul africano que leva 9% de Petit Verdot na sua composição e custa apenas R$35,00 e o delicioso cava Palau Brut, achados!

Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui. Vai viajar comigo?

Brancos de Dar Água na Boca

           Semana passada estive em uma degustação bastante interessante em que comecei a cuspir já a partir das 9:30 de la matina! Por sinal, tem formas de fazer isso e o da imagem não é um deles!! rs Foram vinte e quatro vinhos na prova mais uma série de outros no almoço e jantar, dia longo porém muito proveitoso com a confirmação de alguns rótulos e algumas ótimas surpresas, especialmente nos vinhos brancos.  Com a apresentação do conceituado critico Jorge Lucki e da enóloga galega Suzana Esteban presentemente residindo em Portugal onde já atuou em algumas vinícolas de ponta como Quinta do Crasto e Côtto no Douro e agora na Solar dos Lobos/Alentejo, a importadora Mercovino apresentou seus vinhos a uma dúzia de privilegiados convidados. Muito didática e com alguns tópicos bastante interessantes, foi uma degustação em que provei vinhos de muita qualidade e na qual, como sempre, aprendi um pouco mais. Eis alguns dos destaques dos vinhos brancos, de diversas origens e estilos, que me marcaram e agora compartilho com vocês , numa outra oportunidade falarei dos tintos do novo e velho mundo.

Dios Ares Branco – Rioja/Espanha – 100% Viura > Da região de Alavesa de onde vêm os vinhos mais modernos desta importante e histórica denominação espanhola, é um vinho de boa tipicidade olfativa com algum floral que nos incentiva a levar a taça à boca onde se mostra muito equilibrado com acidez bem evidente, boa persistência, muito saboroso e apetecível. Preço por volta dos R$50.

Garcia Viadero – Ribera del Duero/Espanha – 100% Albilio >pelo fato desta uva não ser reconhecida pela DOC, o vinho não pode levar essa denominação no rótulo, mas isso não tem nada a ver porque o vinho é sedutor e muito agradável. A cepa é pouco conhecida e só me lembro de ter visto dois rótulos elaborados com 100%, tendo este me seduzido por sua complexidade. Se não soubesse que só passa por inox, juraria que tinha madeira pois aquele abacaxi e baunilha típicos estão bem presentes no nariz. Na boca é sedutor, mostra uma certa complexidade e versatilidade podendo acompanhar bem desde saladas, frutos de mar e, penso, até um bacalhau mais leve. Preço por volta dos R$50.

Solar dos Lobos branco – Alentejo/Portugal – corte de Chardonnay, Sauvignon Blanc, Arinto e antão Vaz > Sem passagem por madeira porém um vinho de muito bom corpo e textura, teor alcóolico algo alto (14% como no Dios Ares) porém bem balanceado requerendo um pouco mais de atenção com a temperatura. As uvas são vinificadas em separado e o blend é efetuado ao final do processo. Boa acidez, gastronômico, frutado,  um vinho que já enfrenta pratos mais estruturados e faz bonito. Preço ao redor dos R$65.

Esmero Branco – Douro/Portugal – corte de Gouveio/Fernão Pires e Viosinho uvas típicas da região > um dos meus preferidos que só vem confirmar que Portugal vem fazendo ótimos vinhos brancos. Produziram somente 3300 garrafas de vinhas velhas de cerca de 30 anos, mas nem por isso o preço está na casa do chapéu, falamos de um vinho de cerca de R$80,00 e vale! Muito balanceado, álcool educado (13%) e muito bem integrado, complexo, boa estrutura de boca, final longo e muito agradável com nuances de frutos brancos, um belo vinho que me seduziu.

Schloss Volrads Kabinett Trocken – Rheingau/Alemanha – 100% Riesling > uma delicia! Seco, mineral acentuado, típico da casta, muito bem equilibrado porque hà vinhos que extrapolam e enjoam! Este está no ponto, se é que se pode dizer isso de um vinho, pois o mineral aparece firme mas sutil e elegantemente  acompanhado de notas cítricas compondo uma paleta olfativa muito agradável. Na boca suas incríveis 11 gramas de açúcar residual são imperceptíveis equilibrados por uma acidez muito boa e essa mineralidade presente. Corpo um pouco acima da média dos vinhos deste estilo, 12% de álcool, frutado e harmonioso como sugerido pela importadora, foi mais um vinho que me entusiasmou e, pudesse, teria tomado a garrafa todinha, que cuspir que nada! Preço ao redor do R$100.

           Por hoje é isso e assim que der falo dos tintos provados. Algumas boas surpresas, a maioria do velho mundo, mas um chileno de bom preço me chamou a atenção, Lauca Reserva Cabernet Sauvignon de R$49, uma surpresa muito agradável que revi depois de alguns anos.

Salute, kanimambo e insisto, vem comigo a Portugal em Fevereiro?

Sem Palavras

        Difícil um vinho me deixar sem palavras! O normal quando me entusiasmo com um vinho é me deixar levar pela emoção e soltar meu vasto repertório de adjetivos tentando, de alguma forma, transmitir aos amigos leitores o deleite que foi me deixar levar por uma experiência hedonista excepcional ao sorver um ou outro néctar dos deuses.

        Desta feita o impacto foi tamanho que literalmente fiquei sem palavras ao sorver este verdadeiro elixir de Baco, um marcante vinho de reflexão a ser acompanhado por longos momentos de contemplação na taça sorvendo todas suas nuances e sutilezas dentro de um corpo musculoso porém profundamente elegante e complexo que parece, como já dizia o Raul, “uma metamorfose ambulante” pois vai-se transformando continuamente na taça de uma forma impressionante. Um senhor vinho produzido por uma senhora enóloga (Suzana Esteban) galega que faz sucesso por terras lusas. Espero que ela possa seguir nos surpreendendo e emocionando com este e outros caldos, mas se nada mais fizesse já teria deixado sua marca em nossa vinosfera.

        Este vinho que tanto me encantou é o Solar dos Lobos Grande Escolha 2008, trazido na mala pela enóloga e por Filipa Lobo em sua breve passagem por terras brasilis, um corte de Alicante Bouschet e Touriga Nacional. Estupefato fiquei, ao ponto de sequer ter tirado uma foto (esta imagem peguei na rede) dessa preciosidade que ainda está por chegar ao Brasil trazida pela Mercovino e, consequentemente, ainda sem preço definido. Por enquanto, temos que nos contentar com o Colheita Selecionada  e o Reserva que já são dois belos exemplares deste produtor e da capacidade criativa da enóloga. Como disse, fiquei sem palavras então deixo os outros falarem por mim desta vez, deixando aqui meu recado, não deixe de provar este vinho, mas dê-lhe tempo. No decanter, na taça, na adega pois, se já está ótimo hoje, com mais uns quatro a cinco anos acredito que deverá se tornar verdadeiramente exuberante! Eu darei um jeito de me apoderar de umas duas ou três garrafas para me deliciar em momentos especiais durante os próximos anos e, quem sabe, abrir uma com os amigos na Vino & Sapore.

Dizem os colegas blogueiros Lusos:

 Pedro Barata – http://osvinhos.blogspot.com/2011/09/1924-solar-dos-lobos-grande-escolha.html

Paulo Mendes – http://ovinhoemfolha.blogspot.com/2010/11/solar-dos-lobos-grande-escolha-2008.html

Miguel Pereira – http://pingamor.blogspot.com/2011/03/alentejo-solar-dos-lobos-grande-escolha.html

Dizem as revistas especializadas:

Wine – http://www.essenciadovinho.com/revistawine/php/prova.php

Revista de Vinhos – http://www.revistadevinhos.iol.pt/provas/solar_dos_lobos__grande_escolha__7026

Reconhecimento:

Selecionado pelo Jornalista Tom Cannavan como um dos 50 melhores vinhos portugueses no Reino Unido.

“Produtor revelação do Ano em 2010”, pela Revista de Vinhos;

“Talha de Ouro como melhor vinho tinto da colheita 2008” – “Confraria dos enófilos do Alentejo”

“Prémio de Excelência 2011” da Revista de Vinhos referente a vinhos provados em 2010- http://www.revistadevinhos.iol.pt/noticias/os_melhores_vinhos_de_portugal_em_2010_6771

Falar mais o quê? A pontuação média deste vinho nessas avaliações creio que anda na casa dos 17.5/20 pontos mas eu , não sei se influenciado também pelo momento e local, desta feita daria um pouco mais e passaria dos 18/20! Salute, kanimambo e nos vemos por aqui ou na Vino & Sapore a qualquer hora. Tá fazendo o quê no Sábado?

Mais um Tuga na Taça

Fazia um tempinho que não falava de vinhos portugueses e, de repente, eis que dois aparecem na minha taça e os dois Alentejanos. Um já postei, o Tapada do Fidalgo Reserva, e este é o Solar dos Lobos Colheita Selecionada , um vinho de muito boa estrutura não negando suas origens, mostrando bem a tipicidade dos vinhos da região que tanto agradam os gostos brasileiros. Aroma de boa intensidade, onde se nota a fruta madura (ameixa) algo compotada. Toque herbáceo, taninos firmes mas finos e aveludados, bom corpo, denso com uma acidez bem balanceada e um final de boca muito rico e longo mostrando-se bastante complexo. Um vinho que consegue como poucos, unir elegância e potência formando um conjunto profundamente marcante. Picanha na brasa e Bife de Chorizo devem-lhe servir de boa escolta. Corte muito bem elaborado com uvas tradicionais, Trincadeira/Aragonês/Touriga Nacional e a Cabernet Sauvignon que agrada muitíssimo e vale a pena conhecer. Com um preço ao redor dos R$65,00 é uma bela relação custo x beneficio  e meu I.S.P para este vinho na minha taça é: $ . Importação Mercovino.

Salute e kanimambo. Bom feriado para todos e nos vemos por aqui!

Alvarinho Disfarçado de Riesling

      Me parece que há uma certa concordância de que a Alvarinho tem um “je ne se quois” (acordei cheio das frescuras hoje, rs) de Riesling e o Minho é o Mosel de Portugal ou, quem sabe, o Mosel é o Minho deles! Enfim, para os efeitos deste post isso não vem ao caso, pois corremos o risco do papo virar meio nacionalista, porém tenho que confessar que nunca pus na boca um Alvarinho tão Riesling apesar do corpo! Aliás, pelo corpo talvez mais Alsacia que Mosel, mas acho que já entenderam, certo?

Gloria, um vinho com a característica de acidez rasgante que faz o sucesso dos vinhos da região do Vinho Verde no Minho, norte de Portugal, porém com uma mineralidade muito presente que assume papel protagonista neste vinho. Aqueles aromas típicos dos vinhos bem minerais em que sobressaem o petróleo, e pedra de isqueiro surpreendendo á primeira fungada quem porventura esperasse aquela complexidade de aromas de frutas tropicais e cítricos da maioria destes vinhos. Sim, o mineral também é característica dos vinhos da sub-região de Monção, mas neste caso extrapola.

Já na boca essa mineralidade retoma um caminho mais equilibrado com a fruta cítrica aparecendo mais do meio de boca para o final com boa persistência e corpo, tendo também sentido agradáveis e sutis nuances de damascos frescos no retrogosto. No todo, um vinho bastante agradável que chega ao mercado numa faixa de preços em torno de R$60,00, bem razoável para um Alvarinho de boa qualidade que tem tudo a ver com nosso verão.   $

Aproveitando o ensejo, eis o que o site da Adega Alentejana nos diz sobre esta casta típica de Portugal que também produz belos vinhos na vizinha Rías Baixas, com o nome de Albariño, já do outro lado da fronteira na Galicia, Espanha:

          A casta Alvarinho é considerada uma das mais nobres castas brancas existentes em Portugal. Num país em que a grande maioria dos vinhos é de lote (vinhos elaborados com várias castas), os vinhos Alvarinhos foram os primeiros monocastas a se diferenciarem. O cacho de uvas Alvarinho é pequeno, pouco compacto e com uma forma peculiar, a “asa”. O bago é de tamanho médio, redondo, de cor amarela chegando a tons rosados quando bem maduro.

         A uva Alvarinho é cultivada sobretudo nos municípios de Melgaço e Monção, uma pequena subregião ao norte dos Vinhos Verdes. Nos últimos anos começou a ser plantada também em outras regiões mais ao sul. As videiras de Alvarinho produzem poucos cachos. O rendimento das uvas também é pequeno, sendo necessários 1,6 Kg de uva para fazer uma garrafa de 0,75 litro. Nas outras castas o normal é 1,0 Kg de uva para uma garrafa. Estas são as razões que justificam o preço mais alto deste vinho.

         Os vinhos Alvarinhos atingem facilmente a graduação alcoólica de 13%, os aromas são intensos a frutos citrinos (laranja e limão) e tropicais (manga e maracujá). São vinhos encorpados e com uma bela frescura ácida. Estas qualidades permitem que o Alvarinho possa ser consumido com até cinco anos de vida, o que não é comum nos outros Vinhos Verdes.

Salute, kanimambo e uma bela semana para todos

Duas Degustações de Prima!

              Na Vino & Sapore na Granja Viana em Cotia, a pouco mais de 20 minutos de Sáo Paulo (zona oeste) duas belas degustações para um número reduzido de participantes. Na primeira 14 pessoas, metade já confirmada, e na segunda apenas 12 vagas para as quais cinco já se encontram pré-reservadas. Ou seja, se tiver interesse  entre em contato “a la brevedad” como dizem os hermanos!

Dia 7 de Dezembro –  A Mercovino é uma empresa de Ribeirão Preto que vem investindo num portfólio diverso e muito interessante. São parceiros  e trazem á degustação algumas delicias difíceis de serem recusadas! São vinhos que certamente deixarão marcas e que, espero (rs), vos levem a querer conhecer outros rótulos de seu portfólio. Neste dia, degustaremos os seguintes vinhos:

  • Champagne Canard-Duchêne, para abrir o encontro em  grande estilo.  
  • Caligiore Bonarda, produtos de vinhos ôrganicos.  Esta cepa vem em franco crescimento de qualidade na Argentina então creio que  é uma boa introdução ao produtor.  
  • Jaffelin Macon, um vinho da borgonha vibrante e  fresco já que a gamay recebe um blend de 20% de Pinot. Ótima opção de tinto  para o verão e carnes mais leves inclusive o nosso tradicional Peru á  Califórnia.  
  • Dios Ares Crianza 2006, um Rioja de gama de entrada do  conceituado produtor Pujanza.  
  • Bellamarsilia 2007, um toscano da região de Maremma  produzido com uma variação de Sangiovese, a Morellino de Scansano. Um vinho  que surpreende, especialmente se acompanhando uma perna de cabrito que,  lamentavelmente, não estará disponível para acompanhar! rs
  • Barolo Ter Ciabot 2003, precisamos conhecer o  produtor, porque o vinho dispensa apresentações.  
  • El Aziz, achava que ra um passito, mas é sim um Late harvest de Chardonnay, vinho doce de sobremesa da  região da Sicilia, que será acompanhado por panettonne italiano da linha  Clássico da Loison.

Custo do investimento por esta viagem de sabores, somente R$50,00 dos quais R$20 são crédito na compra de qualquer um dos vinhos degustados. Pré-reservas somente serão confirmadas mediante pagamento  em conta a ser informada posteriormente. Acompanha pão, água e café ao término do encontro.

 Degustação de Vinhos TOP do Velho Mundo dia 20 de Dezembro – para ninguém botar defeito! Não é sempre que podemos tomar grandes vinhos e muitas vezes nos perguntamos, valem?! Um vinho de R$350,00 tem mesmo tanta diferença assim de um de 100,00? Canso de ouvir estas indagações e, a pedidos, decidi criar um encontro muito especial para provarmos, conferirmos e derimir quaisquer dúvidas a esse respeito. Sobre a mesa e na taça, alguns vinhos respeitados e bem avaliados, uns mais conhecidos que outros, que reproduzem um pouco desse universo um pouco mais distante de nosso dia-a-dia, mas sem dúvida de grande qualidade. O investimento para esta viagem deverá ficar por volta dos R$200,00 (R$380,00 para casais) e neste caso teremos alguns petiscos para acompanhar os vinhos, porém ainda estou trabalhando nisso. Como sempre, nosso objetivo é diversão e exploração dos sentidos sem frescuras porém sem perder de vista a qualidade do que estamos degustando, então agora está na sua mão, será que vamos conseguir realizar esse encontro?

 

  •  Mademoiselle T 2008, um Puilly-fumée com uma  perfil aromático divino e delicioso na boca. Depois de tomar este Sauvignon  Blanc do Loire, os Sauvignon Blanc jamais serão os mesmos (R$106,00).
  • Jaffelin Savigny-les-Beaunes 1er Cru  Les  Laviéres 2006 – de acordo com o Didu, respeitado critico nacional e também  granjeiro, um vinho “ muito fino mesmo, com nariz complexo, evoluído, parece vinho mais vivido do que o rótulo diz, com morangos maduros, musgo, muito mineral, um gosto de moringa (parecia saido de uma moringa), delicioso e fresco com um levíssimo e delicado defumado. Espetáculo.”  (R$180,00)     
  • Marques de Cáceres Gran Reserva, um clássico de  Rioja e ainda por cima de uma safra histórica na região, a de  2001 (R$165,00).  
  • Jean-Luc-Colombo La Divine 2006 – um Cote Rotie  (Syrah/Viognier) que não podia ter um nome mais apropriado, divino! Um vinho  muito especial, estruturado e complexo, como diz um amigo, “de gala!”.  (R$370,00).  
  • Tignanello 2007 – Dispensa apresentações e dizem  que nesta safra o vinho se superou! Para conferir (R$360).  
  • Amarone Clássico Cinque Stelle 2004 – Um  delicioso exemplo de amarone produzido por um dos mais conceituados produtores  da região, Michele Castellani ou, para os mais intímos, I Castei.  (R$270,00)  
  • Graham´s Tawny 20 anos, para finalizar com estilo!  Para mim, melhor que o 30 e o 40 anos, estupendo! (R$230,00)

O encontro,  que espero seja uma interessante experiência enogastronomica, será finalizada com os cafés gourmet do Ateliê do Café.

          Tem duvida de como chegar, Rua José Felix de Oliveira 866, Estação do Sino, Granja Viana, Cotia à altura do Km 24 da Rodovia Raposo Tavares, após o Pão de Açucar e Mac Donald. Para quem tem GPS, de acordo com meu amigo Emilio, as coordenadas são; 23º.35′.10″ Sul e 46º.50′.21″ Oeste ou então clique aqui para ver o mapa de localização no site ainda em fase de construção. Para contatos e maiores detalhes; comercial@vinoesapore.com.br ou pelo tel. (11) 4612.6343.

Salute e kanimambo

Um Branco Vibrante e Um Tinto de Tirar o Fôlego

             Pelo menos foram essas as principais sensações percebidas ao tomar esses dois vinhos neste último fim de semana. O primeiro, o branco de Chablis, quando me dei conta tinha acabado e faltou garrafa! Já o tinto, bem, esse dosei com parcimônia e veio confirmar a boa fase pela qual passa este produtor uruguaio de região pouco conhecida.

            Um Petit Chablis como os chardonnays têem que ser, pelo menos a meu ver. Sou um apaixonado pelos vinhos da região de Chablis assim como pelos brancos do Loire. Me encanta essa ausência total, ou quase, do uso de madeira nos vinhos junto com a acidez e mineralidade preponderantes do terroir que nos fornece enorme prazer e frescor. Um Petit Chablis é a base da pirâmide dos vinhos da região e não é incomun encontrar produtos bastante ralos e ligeiros que, em minha opinião, não valem o que pedem por eles. Provar um bom Grand Cru e Premier Cru é uma experiência que deixa marcas e até hoje me lembro de um que comprei em Londres, um delicioso Chablis 1er Cru Beauregard do Domaine Jean-Claude Martin, safra 2000 que tomei há uns cinco anos atrás. É, é isso mesmo, cinco anos e quando penso nele ainda me dá água na boca. Vinho bom é assim mesmo, de longa persistência…….na memória! Bem, já estou devaneando então voltemos ao meu J. Moreau & Fils Petit Chablis 2008.

             Longe de querer esperar a complexidade e profundidade de um Primer Cru, porém este está alguns degraus acima de outros Petit Chablis já tomados e me deu enorme prazer de tomar. Tudo de forma mais leve e suave, porém está tudo lá. A maçã verde, aquela mineralidade acentuada, o frescor, frutado com toques de limonada suíça (viajei legal agora, eheh), vibrante e balanceado, daqueles vinhos que nos fazem querer mais e mais e mais, e ……..enfim, um vinho divertido que alegra o palato e o espírito. Falta-lhe corpo, profundidade e persistência, mas se tivesse tudo isso seria um Chablis, talvez um Primer Cru! Os Chablis, mesmo os Petit, são tradicionalmente caros, este é um pouco menos, por volta dos R$90,00. Um bom cartão de entrada para esse maravilhoso mundo de Chablis, pequena comuna localizada no topo da região de de borgonha, tome-o acompanhando frutos do mar grelhados, salmão, lulas á doré e divirta-se!

           O segundo vinho foi um tinto encorpado, complexo, ainda muito jovem. Um vinho mais sério e compenetrado, um caldo mais contemplativo. Um Tannat Premium de uma região pouco explorada e de um produtor menos mediático. Já comentei aqui o 2002 que gostei muito, agora tomei a versão 2007, mas esse comentarei daqui a uns dias.

Salute e  kanimambo.

Falando um Pouco mais de Espanha

Como havia dito, é incrível a quantidade de bons vinhos chegando ao mercado e de todos os preços e estilos. Ainda tenho de falar do encontro que tive com os vinhos da Viña Sastre (Peninsula), isso faço na semana que vem, mas agora aqui vão algumas dicas de vinhos que se mostraram muito bem dentro de suas respectivas faixas de preço.

Erumir Crianza 2004 –  um dos bons custos x beneficio encontrados recentemente nesta viajem pelos vinhos de Espanha. Este é da região de Penédes, ali próximo a Barcelona, sendo um blend de Cabernet Sauvignon, Merlot e Tempranillo. Vinho muito agradável, bem frutado, leve para médio corpo, maduro, pronto a tomar, taninos suaves e macios que formam um conjunto amistoso e fácil de gostar. Preço ao redor de R$45 a 50,00 e a importação é da Mercovino.

Vega Sauco Piedras Crianza 2005 – mais um que agrada sobremaneira tanto na boca quanto no bolso. Este vem da região de Toro e é um rótulo elaborado tão somente para o Brasil com a Tinta de Toro, que nada mais é do que a famosa Tempranillo cultivada na região. Tem a nossa cara, é vinho vibrante e de médio corpo , produzido com cepas de vinhedos entre 18 a 30 anos. Possui boa estrutura e interessante volume de boca, taninos amistosos e finos presentes e bem integrados, equilibrado, final com toques de torrefação e algo mineral com boa persistência. Surpreende pelo preço de R$49,00 e é de importação da Ravin.

Vega Sauco Reserva Adoremus 2001 – Ainda em Toro e com o mesmo produtor,  só que damos um salto de qualidade bastante grande num vinho também elaborado com 100% Tinta Del Toro, “pero” de vinhedos de mais de 30 anos e de uma safra genial e muito especial para toda a Espanha. Vinte e quatro meses de barrica muito bem integrada ao vinho que se mostrou complexo, rico, taninos maduros e sedosos, licoroso, fruta confitada com nuances de couro, um vinho espetacular, daqueles que a gente precisa de tempo para apreciar e refletir após cada gole até que não sobre uma só gota o que, neste caso, seria algo muito fácil de acontecer! Importação Ravin e preço R$169,00.

Juan Gil 12 meses 2006 – um vinho 100% monastrel, verdadeiramente encantador. Esta cepa, pouco divulgada por aqui, é comum nesta região de Espanha e produz vinhos muito amistosos e agradáveis de diversos níveis de complexidade. Este, como diz o nome, passa por 12 meses de barricas francesas e mostra-se muito equilibrado, paleta olfativa frutada de boa intensidade com nuances florais que convidam a levar a taça à boca onde comprova seu apelo olfativo. Fino na boca, taninos sedosos, corpo médio, bom volume de boca, fruta madura e um final muito saboroso e mineral com toques de baunilha e torrefação. Ótima relação preço x qualidade, por volta dos R$90,00 (importação Mercovino) e um desvio por outros sabores de Espanha afora a já famosa Tempranillo.

               Como podemos ver, entre este post e o anterior quando falei da Señorio de Sarría, vinhos de regiões menos conhecidas e uvas como Graciano e Monastrel para provar que a Espanha também possui diversidade bastante interessante devendo ser melhor explorada, tanto por consumidores como pelos importadores. Bem, por hoje é só e aproveitem o fim de semana para se aventurarem por novos caminhos e novos sabores, esse é o grande barato do mundo do vinho.

Salue e kanimambo.