Lagarde Primeras Vinas

Lagarde Primeras Vinas Malbec na ATE

Meus amigos, semana passada dei um toque para vocês sobre este incrível evento armado pela WofA (Wines of Argentina) no próximo dia 30 (Quarta), o Argentina Taste Experience onde afora alguns grandes vinhos em prova, os participantes poderão participar de diversas palestras de renomados enólogos entre eles o Alejandro Vigil que recentemente foi eleito epla revista Decanter como um dos 30 mais importantes enólogos do mês. Sei que alguns já garantiram suas entradas e estas não eram muitas, então se tiver a fins clique logo no link aqui do lado >>>>>.

Lagarde PV 2012Agora, provavelmente um dos vinhos que quem for terá a oportunidade de provar, será este, o Lagarde Primeras Vinas Malbec 2012 que mais uma vez veio dar uma passada por minha taça, gooosto quando ele me visita (rs) sempre um m prazer hedonístico! Um vinho complexo e sofisticado que também possui uma ótima versão em Cabernet Sauvignon, porém o Malbec ainda é o meu preferido entre os dois. Este ainda está bem jovem, porém desde cedo mostra todo o potencial advindo de uvas de vinhedos de 1906 e 1930, as primeiras vinhas do produtor. Um vinho que consegue unir com maestria a potência com complexidade e elegância num conjunto que literalmente empolga quem o toma e gosta de vinhos desta estirpe. Segue sendo um dos melhores Malbecs que tive o prazer de tomar, certamente entre meus top 10, e que sempre me deixa marcas de prazer bem profundas.

Escuro, violáceo lindo e brilhoso na taça, paleta olfativa intensa e sedutora (ameixa madura com nuances de chocolate ao final) que chama a taça à boca e é lá que ele dá olé! Me entusiasmei, sei, mas fazer o quê, não é esse o grande barato do vinho? Despertar emoções e nos trazer prazer? neste caso, missão cumprida com louvor pelos produtores e enólogos responsáveis! Voltemos ao vinho porque já me entusiasmei e comecei a devanear, porém quando me entusiasmo com algo os adjetivos rolam soltos e fáceis faltando objetividade, fazer o quê? Nessas horas a música é uma só; “deixa a vida me levar, vida leva eu, sou feliz e agradeço  por  tudo o que Deus me deu”! rs

Na boca o vinho é de uma riqueza e complexidade únicas, confirmando a fruta e um perfeito equilíbrio entre taninos, álcool e acidez mostrando que ainda há muita vida pela frente e guardar algumas garrafas deste vinho será certamente um investimento bem feito no prazer. Os taninos são muito finos, daqueles que se apresentam sedosos na ponta da boca, sem excessos, bom volume de boca, untuoso, para tomar só ou bem acompanhado, um vinho de primeiro nível na constelação de grandes vinhos da vinosfera mendocina.

Uma repassada neste belo vinho é certamente uma experiência muito agradável então conhecê-lo na ATE será certamente um bom investimento lembrando as sábias palavras do já falecido colunista, escritor e produtor Alexis Lichine; “No que se refere a vinho, sempre recomendo que se joguem fora tabelas de safras e manuais investindo num saca rolha. Vinho se conhece mesmo é bebendo!

Cheers, salud, kanimambo e uma ótima semana para todos.

Dia 2 em Mendoza – Finalizando o Dia em Grande Estilo

A Bodega Lagarde como é hoje, sob a batuta da família Pescarmona, existe desde 1969 porém sua origem data de 1897. A Bodega é capitaneada pelas irmãs Sofia e Lucila, terceira geração da família e produz alguns vinhos que me encantam e já comentei aqui mesmo no blog, como o Primeras Vinas Malbec e o Malbec Rosado que eles chamam de Blanc de Noir e que até agora não entendi do porquê! Rs A Bodega fica encostada no vinhedo mais antigo datado de 1906 mantém ainda sua estrutura externa como antes, bem antiga. É dentro que a modernidade e tecnologia tomam conta, misturando tradição e inovação num projeto produtivo com capacidade para 2 milhões de litros que se mantém, por razões de qualidade, restrita a 1.2 milhões. São quatro os vinhedos espalhados por diversas sub regiões de Lujan de Cuyo e Tupungato o que lhe dá uma diversidade de terroirs muito interessante para trabalhar. (clique nas imagens para ampliá-las)

Clipboard Lagarde

Para completar esta visita sensorial, uma experiência gastronômica nas mãos do Chef Lucas Bustos e sua equipe. Com atenção personalizada e um menu de quatro passos casados com uma seleção especial de vinhos, é uma excelente opção para aproveitar antes ou depois de uma visita à Bodega e seus vinhedos. O conceito do restaurante, localizado no casarão do século XIX, baseia-se na cozinha de fogos, na qual se combinam técnicas e ingredientes autóctones casados com os melhores vinhos de Lagarde. Todos os pratos são elaborados à vista dos visitantes, no pátio colonial da Bodega, com o objetivo de que a experiência Lagarde abrace aos cinco sentidos.

Lagarde entre fuegos Clipboard

A meu pedido, alguns rótulos adicionais seriam incluídos numa degustação á parte, porém com nosso atraso ficou tudo para o almoço o que bagunçou um pouco as harmonizações e o serviço. Mea culpa, porém creio que a excelência dos vinhos compensou e em vez dos quatro rótulos que estavam programados houve um up grade e três adições que nos levaram a “ter” que degustar sete rótulos! Rs

Lagarde vinhos bebidos
Lagarde Viognier – Uma uva pouco conhecida da maioria e que surpreendeu uma boa parte do grupo. Leve floral nos aromas com nuances citricos que se confirmam em boca. Ótima textura, corpo médio, ótima acidez, alguma coisa deLagarde almoço Paso 1 nectarina e um final com um toque mineral e de muito boa acidez. Acompanhou um creme de cenouras com cítricos e azeite. Numa harmonização bastante interessante.
Lagarde Blanc de Noir – veio como vinho adicional e não tinha o objetivo de harmonizar com nada a não ser alegria e prazer. Esse é um vinho que atrai muito e que cresce com comida. Já o comentei aqui  e nesse post o harmonizei com uma salsa cubana (a música), porém com comida tenho-o recomendado com camarão empanado, à grega, ou camarão na moranga, dá um samba legal e gosto muito!

Lagarde almoço Paso 2Lagarde Cabernet Franc 2011 – uma uva que começa a alçar voos solo, conforme já mencionei aqui no blog, ganhando cada vez mais espaço e importância na vinosfera mendocina com quase todas as principais bodegas produzindo o seu varietal afora os usarem nos excelentes blends. Este mostrou algumas notas terrosas e algo de violeta porém a fruta madura se sobrepõe ao final. Alguma especiaria, médio corpo e boa acidez, mas me pareceu ainda algo jovem necessitando de um pouco mais de tempo para integrar o conjunto, porém se moldou bem ao muito interessante Queijo de Cabra caramelizado (textura muito interessante) com Grão de Bico.

 

Lagarde Cabernet Sauvinon Primeras Viñas 2011 – elaborado com uvas Lagarde almoço Paso 3dos vinhedos mais antigos da bodega, 1906 e 1930, é um vinho potente e encorpado recém lançado no mercado argentino em sua primeira edição com uma produção limitada a 4.000 garrafas e que chega ao Brasil agora em Setembro! Como o Cabernet Franc, o achei muito novo, mas é um vinho que promete muito e com longa vida pela frente. Bastante fruta (cerejas maduras?), ervas e especiarias, na boca é encorpado porém de taninos finos, denso, muito boa textura, um belo vinho mas que na harmonização penou e passou por cima do porco braseado. É um garboso jovem que necessita de tempo!

Lagarde Malbec Primeras Viñas 2011 (extra) – menos potência e estrutura do que o Cabernet e absolutamente divino, porém tenho que reconhecer que sou suspeito para falar pois tenho uma queda por este vinho que confirmou tudo o que já falei aqui tendo sido melhor parceiro, a meu ver, com o prato servido.

Lagarde almoço Paso 4Henry Gran Guarda 1 2009 – um vinhaço na taça! Já o comentei aqui na degustação de Assemblages Argentinos então não vou cansá-los com mais detalhes que podem ser lidos clicando no link. Deste ano foram produzidas somente 12.900 garrafas e o interessante é que a cada ano o corte é diferente, pois o objetivo principal é obter o melhor vinho que eles consigam fazer nessa safra independente do corte! Este está muito frutado, rico, com ótima acidez e, apesar de ter estrutura para muitos anos, já está super gostoso de se tomar. Fiquei com uma vontade danada de contratar uma vertical deste vinho numa próxima visita! O medalhão de filé assado acabou sendo coadjuvante, porém se portou bem com o prato criando uma saborosa maridage.

Lagarde Extra Brut – um bom espumante elaborado pelo método champenoise, blend mezzo a mezzo de ChardonnayLagarde almoço Paso 5 sobremesa com Pinot com um mínimo de 18 meses sur lie antes do degorgement. Gostei bastante, curto espumantes como sabem, porém a sobremesa é tradicionalmente harmonizada com o Moscatel deles, então ficou meio estranho, mas ao mesmo tempo interessante porque a maçã quebrava um pouco a diçura da obremesa que estava divina. Os Argentinos vendem quase toda a sua produção de espumantes localmente e não têm preço para competir com os nossos, porém tenho provado alguns exemplares que dariam um belo Desafio de Espumantes ás cegas contra alguns dos nossos premiados exemplares, a começar por este!

 

DSC04406Os azeites acabei não prestando muita atenção, porém o de Arauco, a azeitona regional deles, me pareceu bem melhor que o blend. Não chegaram a me encantar, mas na próxima viagem quero ter um tempinho só para eles. Com isso, mais uma parte do roteiro estava completa e era hora de deixar a Lagarde para trás, o que é sempre difícil depois de tanta gentileza dos anfitriões.

Hoje foi um dia especial, mais um, com ótimos vinhos e dois grandes vinhaços (Henry e Meritage) um privilégio “inolvidable” . Não deu para jantar não, depois de um passeio pela Peatonal Samiento (lindo e limpo calçadão onde até degustação ao ar livre tinha) agora só umas tábuas de queijos e frios e mais alguns vinhos para arrematar o dia lá mesmo no bistrozinho do hotel, isso nós não perdoamos não, teve até El Grand Enemigo na taça! Salute e, tudo dando certo,  Sexta tem mais, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui!

Ps.  Fotos dos pratos são contribuição do amigo Paulão, fiscal da natureza! Saúde amigo.

Hoje é Dia Mundial da Malbec – Resultado do Desafio ás Cegas!

Malbe day       O dia é hoje, porém em função da véspera de feriado decidimos celebrar no último dia 10 com um Desafio de Grandes Malbecs ás Cegas. Graaaandes malbecs estão pela hora da morte, com preços entre os R$500 a 1200,00 então optamos por encontrar vinhos de grande qualidade porém com patamares de preço algo mais viáveis, entre R$150 a 200 com uma surpresa no meio. Deveriam ter sido seis vinhos mais um espumante, porém na hora apareceu um penetra e completamos o Desafio com sete contendores ao trono de Melhor da Noite!

No salão, 12 jurados (!) apreciadores de bons vinhos, amantes de Malbec de vários níveis de conhecimento (uma fotografia do mercado). No balcão, os desafiantes devidamente cobertos por papel alumínio e numerados enquanto preparamos as papilas gustativas com um muito bom espumante Alma Negra Rosado de Malbec Brut da Mistral. Descobri esse espumante o ano passado nas mesmas festividades e desde lá volta e meia está presente nas mesas dos eventos que promovo. Marcante, surpreende na taça e no palato, um rosé de malbec que encanta desde os aromas sedutores até sua performance em boca, um espumante com mais corpo, rico, fresco, com uma ótima perlage. Bom solo e eu arriscaria tomá-lo acompanhando uma costelinha ou uma boa linguiça toscana na braza ou melhor ainda, um chorizo uruguaio! Ótima forma de começarmos nossa celebração da Malbec!

Bem, agora falemos dos vinhos tranquilos presentes e o resultado deste embate de pesos meio pesados testados em taças Riedel Overture.

  • Catena Alta Malbec 2009 (Mendoza) – Uma referência no mercado e um vinho para lá de premiado. Um bom vinho, estrutura média, frutado com um final algo apimentado, boa entrada de boca, equilibrado, pouco marcante e algo curto na taça. Preço R$210,00
  • Colomé Autêntico 2012 (Salta) – Fiquei preocupado a principio pois o vinho era muito novo, dei uma passada rápida pelo magic decanter, mas não negou fogo mesmo que fosse algo mais duro de inicio. Muito aromático, marcante meio de boca e de grande evolução em taça. Vinhedos centenários com clones das primeiras vinhas da região com mais de 150 anos. Preço R$155,00
  • Viu Manent Single Vineyard San Carlos Malbec 2008 (Chile – Colchágua) – Um adversário chileno que veio para brigar par a par com os rótulos argentinos. Taninos mais presentes, um vinho mais robusto, muito bom volume de boca, notas de especiarias bem marcantes, frutos negros, final de muito boa persistência. Vinhedos centenários. Preço R$175,00
  • Lagarde Primeras Viñas 2009 (Mendoza) – Aromáticamente marcante como um “pote” de frutas exuberantes sob a mesa. Equilíbrio total entre taninos, álcool e acidez, muito bom de entrada, meio e final de boca. Taninos são muito finos, daqueles que se apresentam sedosos na ponta da boca, sem excessos, bom volume de boca, untuoso. Um estilo bem sofisticado e menos over. Vinhedos de 1906 e 1936, as primeiras vinhas do produtor. Preço R$178,00
  • J. Alberto 2009 (Patagônia) – Pura finesse e elegância desde a primeira ‘fungada”! rs Fruta fresca, algum floral com um toque de madeira de fundo muito bem colocada que “levanta” o conjunto. Vinho denso, muito rico, com um meio de boca delicioso e marcante, taninos aveludados e muito longo. Leva uns imperceptíveis 5% de merlot no corte. Vinhedos de 1955. Preço R$195,00
  • Casarena Jamilla’s Vineyard Pedriel 2010 (Mendoza) – Confirmou na taça tudo o que venho falando dele desde que o descobri na Wines of Argentina do ano passado. Pedriel costuma gerar vinhos algo mais duros, mas este exemplar quebrou esse paradigma. O vinho se apresentou muito fino com uma bela e convidativa paleta aromática, fresco, taninos aveludados, elegante, madeira muito bem integrada, um vinho muito bom num estilo, digamos, mais europeu de ser com taninos aveludados, cremoso na boca e incrivelmente sedutor! Preço R$147,00

Chegou o Penetra! Na França, de onde origina, a malbec era também conhecida como Auxerrois e Cot. O penetra chegou trazendo COT no rótulo, porém não era francês não, era chileno!

  • Perez Cruz Cot Limited Edition 2011 (Chile – Alto Maipo) – um belo vinho. Carecia da mesma estrutura e complexidade da maioria de seus oponentes, eram de outra categoria (este é meio-médio), mas cumpriu com brilhantismo seu papel fazendo seus oponentes suarem! rs Sedoso, fruta madura, especiarias, boa textura num corpo médio, final de boca fresco com um leve toque de mentol. O vinho mais barato do encontro, R$98,00 mas que fez bonito e leva um tempero de Petit Verdot e Carmenére .

AND THE WINNER IS

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           È gente, quando a degustação é às cegas e não se sabe o que está em sua taça nem o preço, as coisas mudam e este vinho realmente surpreendeu a maioria sendo o mais barato dos desafiantes originais, sem contar o penetra. A foto abaixo mostra a ordem (direita para esquerda) da classificação dos vinhos nessa noite e para esse grupo de pessoas. Todos vinhos de muita qualidade e uma noite realmente surpreendente para 12 privilegiados participantes de mais este Desafio de Vinhos às Cegas, uma já tradicional marca deste blog que desde 2008 iniciou esses embates e que agora voltei a realizar só que desta vez na Vino & Sapore.

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O meu resultado foi algo diferente com o Lagarde em primeiro sendo seguido por Casarena, J.Alberto e Colomé muito próximos, todos entre 92 a 94 pontos! Para quem gosta de Malbecs, uma bela seleção de vinhos. Aproveitem, hoje abram uma boa garrafa dessa uva ícone de nossos hermanos argentinos, mas não fechem suas mentes e taças a vinhos de outras origens, pois há muita coisa boa por aí a se provar.
A favor da diversidade e contra a mesmice, salute, kanimambo e Feliz Páscoa.

 

Dia Mundial do Malbec – Let´s Celebrate!

 

Malbe day       O dia do Malbec é dia 17 de Abril, véspera de feriado, então optei por antecipar as celebrações desse dia para dia 10, às 20:00h. Para quem ainda não sabe, a Malbec nasceu na França, especificamente em Cahors onde também é conhecida como Cot, mas foi na Argentina que ela desabrochou para o mundo. Em Cahors, clima frio e úmido, a uva sempre teve dificuldade em amadurecer por completo o que não ocorre na argentina, especialmente Mendoza e San Juan, onde chegou nos idos de 1852 e que devido ao clima quase desértico e solo seco amadurece bem tendo caído no gosto dos enófilos do mundo. Também no Chile vai crescendo a produção da Malbec que, nestas terras, apresenta características diferentes das de Cahors ou da Argentina.

Pessoalmente não sou muito fã das bombas alcoólicas e extração excessivas (apesar de muita gente gostar do estilo)  que fizeram a fama de muitos rótulos argentinos, porém venho provando bastante e descobrindo que nem tudo é assim tendo degustado uma série de grandes vinhos nesse processo, porém a maioria passando da casa dos 300/400 Reais chegando próximo dos 1.000 o que, convenhamos, deixa um certo gosto amargo no bolso e são para muito poucos. Há porém, grandes vinhos na casa dos R$150 a 200/220,00 que, mesmo não sendo baratos, já são mais palatáveis ao bolso o que, na minha avaliação, sempre dá uns dois ou três pontos a mais ao vinho.

Escolhi juntar neste verdadeiro Desafio de Malbecs ás cegas, cinco rótulos com variados estilos e de diversas regiões argentinas, Salta, Patagônia e Mendoza, para se enfrentarem às cegas nesta prova e encarar um chileno só por diversão! Teremos um total de seis vinhos presentes ao Desafio, porém antes iniciaremos os “trabalhos” com a abertura de um espumante especial elaborado com 100% Malbec, o saboroso Alma Negra Brut Rosado, (Mistral) para quem chegar no horário. Vejam quem são os desafiantes:

  • Lagarde Primeras Viñas 2009 – Advindo de uvas de vinhedos de 1906 e 1930, as primeiras vinhas Lagarde primeras Vinasdo produtor. Consegue unir com maestria a potência com complexidade e elegância Violáceo lindo e brilhoso na taça, paleta olfativa intensa e sedutora que chama a taça à boca Na boca o vinho é de uma riqueza e complexidade únicas, confirmando a fruta e um perfeito equilíbrio entre taninos, álcool e acidez mostrando que ainda há muita vida pela frente . Os taninos são muito finos, sedosos, sem excessos, bom volume de boca, untuoso e longo. Preço médio R$ 175,00 e Patrico Tapias (Guia Descorchados 2012) premiou o 2008 com 94 pontos e eleito por ele como o melhor vinho de Lujan de Cuyo. (Devinum)

 

  • Catena Alta 2009 – Os vinhedos que produzem as uvas para este vinho estão entre os melhores da família,catena-alta-malbec-2009-original-1 entre eles o Angelica (860metros), Nicasia (1170 metros) e o Adriana (1470 metros). Foi o primeiro varietal premium lançado pela família no mercado mundial em 1994 ganhando fama e reputação. Robert Parker lhe deu 92 pontos nessa safra e a vinícola o descreve assim; “Em boca é um vinho de boa estrutura e concentração, de textura suave e aveludada. No paladar médio se percebem intensos sabores a cassis e groselhas, com delicados toques a chocolate, baunilha e pimenta preta. O final oferece um atrativo sabor mineral, com taninos finamente integrados e uma acidez vivaz e refrescante.” A conferir e o vinho referência (sempre tem!) deste embate. Preço médio de R$210,00. (Mistral)

 

  • Casarena Jamilla’s Vineyard Pedriel 2010 – lançado no ano passado foi uma enorme surpresa pois ?????Pedriel costuma gerar vinhos algo mais duros. O vinho, no entanto, se apresentou muito fino com uma bela e convidativa paleta aromática, fresco, taninos aveludados, elegante, madeira muito bem integrada, um vinho muito bom num estilo, digamos, mais europeu de ser. Recém chegado ao mercado, me seduziu e espero que faça o mesmo com os presentes ao evento. 94 pontos por Tim Atkins, Troféu como Melhor Malbec acima de 20 Libras no Decanter Wine Show de 2013 e preço médio R$ 150.00. Quando 0 provei na Wines of Argentina me entusiasmei! (Magnum)

 

  • J. Alberto 2009 – Vindo de uma região mais fria e menos montanhosa, a Patagônia. Vinhedos de 1955,J_Alberto_09 geram um vinho diferenciado e de quantidade limitada a cerca de 15 mil garrafas ano. Provei numa degustação dos vinhos da Bodega Noemía e me encantei. Malbec 95% (vinhedo de 1955) com Merlot, é um vinho de excecional qualidade que passa por barricas francesas de 2º uso (30% do vinho), de 3º uso (30% do vinho) e o restante em tanques de cimento. O resultado é um vinho especial e exclusivo onde a fruta está presente com madeira inteligentemente usada de forma a “levantar” o conjunto dando-lhe complexidade e um final de boca sedoso. Vinho denso, muito rico, com um meio de boca delicioso e marcante, taninos aveludados e muito longo. Preço médio de R$190,00, Wine Spectator 92 pontos e a safra de 2012 levou 94 tanto do Guia Descorchados como de Tim Atkins no inicio deste ano. (Vinci)

 

  • Colomé Autentico Malbec 2011 – Tim Atkins 94 pontos. De um outro extremo do país, Salta, vinhedosColome Malbec  Autentico 2011 antigos lembrando que esta foi a primeira bodega argentina datada de 1831. Um vinho diferenciado pois pretende trazer toda a autenticidade da uva para nossas taças. Sem passagem por madeira, de videiras plantadas há mais de 150 anos a uma altitude de 2300 metros. Todo ele produzido baixo as normas da biodinâmica, mostra-se austero, ótima acidez, denso, grande complexidade, frutos negros, especiarias, jovem e irrequieto, uma experiência diferente . Entre os TOP 100 vinhos argentinos, de 3.000 provados, da revista El Conocedor de Fabricio Portelli. Preço médio, R$ 150,00. (Decanter)

 

  • Viu Manent Single Vineyard San Carlos Estate Malbec 2008 – Vinhedos de mais de 100 anos em Viu Viu Manent_Single Vineyard Malbec San Carlos Bottlepleno vale de Colchagua e o único vinho não argentino a ganhar, com a safra 2010, uma medalha de ouro no Malbecs del Mundo realizado anualmente na Argentina. De acordo com Alexandre Lalas do site Winereport, “Nariz com notas terrosas, alcatrão, tabaco, couro, cogumelo, e evolução para chocolate amargo e café. Na boca, médio corpo, taninos mais agressivos do que os dos malbecs argentinos, mas escorados por uma acidez correta, um bom volume e um final agradável”. Um vinho que conhecerei junto com vocês! Preço médio de R$ 175,00. (Hannover)

Esperamos ainda ter um rótulo surpresa a mais nesse dia. Para finalizar, serviremos um pequeno festival de empanadas argentinas da Caminito; Carne, Carne com uva Passa, Salteña e Mix de Cogumelos. Total do investimento, R$100 pagos no ato da reserva. Quantidade de vagas limitadas a 14 pessoas (8 já reservadas) e o erviço será efetuado em taças Riedel Overture.

Não demore, garanta logo sua vaga porque nossos eventos lotam rápido. Ah, ia-me esquecendo do local! Como o sócio é parceiro, rs, será na Vino & Sapore na Granja Viana. Contato para reservas; comercial@vinoesapore.com.br ou por telefone às Segundas das 15 às 19:00 e no restante da semana das 10:30 ás 19:00 (11) 4612-6343/1433.
Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos!

 

Ps. Fotos meramente ilutrativas

Os Vinhos do Argentina Winebar de 10 de Abril

        Como parte das festividades do Dia Mundial do Malbec em 17 de Abril, ocorreram uma série de eventos entre eles dois encontros do Winebar (clique para assistir). Como eu tinha uma degustação de Malbec comemorativa ao dia no próprio dia 17, tive a grata satisfação de participar na do dia 10 em que três vinhos foram degustados; O Andeluna Altitud Malbec 2010, Sottano Reserva da Familia 2008 e Lagarde Primeras Vinas 2009 que mostraram bem a diversidade dos estilos de vinhos elaborados no país da Malbec, mas não só! Afinal, tenho provado ótimos Cabernets de Mendoza, muito bons Tannats de Salta e belos Merlots e Pinots da Patagônia, então há muito por onde se escolher e ainda há um movimento de blends que tem dado o que falar e que poucos conhecem. Aliás, pensando nisso acho que vou armar uma degustação só com alguns belos blends que tenho provado!

      Bem, mas nosso papo de hoje tem a ver com os vinhos do Winebar, então deixa eu compartilhar com os amigos as minhas impressões sobre eles.

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Andeluna Altitud Malbec – quando estive em Mendoza em Novembro do ano passado, já tinha tido a oportunidade de conhecer esse vinho e esta amostra só veio confirmar minha primeira opinião. Se tudo, inclusive os vinhos, precisam de uma segunda chance, este a teve e comprovou uma falta de equilíbrio enorme (apesar da opinião contrária de alguns colegas) com seus excessivos 15.8% de teor alcoólico e enorme extração tânica com uma adstringência que toma conta da boca até a ponta do nariz . Não sou um técnico, a opinião é pessoal e calcada nos anos de janela e milhares de vinhos provados, porém este vinho é um claro exemplo de um estilo excessivo de vinhos produzidos na região e que não me agradam, porém tem lá seu séquito de seguidores mundo afora. Há poucos dias tive a oportunidade de provar um vinho do Douro, depois falo dele, com 16.5% de teor alcoólico que estava perfeitamente balanceado dando a percepção de 13,5 a 14% , então o excesso de álcool, pelo menos até a terceira taça (rs), não é um problema em si, mas seu equilíbrio sim. Sinceramente não me agradou, mas acredito que uma hora de aeração deverá trazer grandes benefícios ao vinho com uma maior integração de taninos e álcool.  Preço por volta dos R$70 a 80,00.

Sottano Reserva da Familia – o vinho de safra mais antiga (08) da prova, mas que, por sua estrutura, ainda vai longe devendo evoluir muito bem por mais uns dois anos (para quem conseguir esperar) quando deverá atingir seu ápice. Um vinho de toques algo florais e bem frutado (frutos negros) com nuances de especiarias e uma cor quase negra que tinge a taça. Na boca mostra grande estrutura , volumoso, equilibrado, firme e denso, taninos finos, um final bem especiado em que uma pimenta se manifesta de forma bastante intensa quando um pouco mais quente e menor quando algo refrescado. Vem da sub´região de Perdriel que tradicionalmente nos traz vinhos de grande concentração e estrutura, então demonstra bem a tipicidade do terroir. O teor alcoólico aqui é algo menor, 14,5%, e bem integrado no todo, mas mesmo assim uma meia hora de aeração certamente lhe fará bem. Para quem gosta de vinhos potentes, certamente uma grande pedida e um vinho que eu tomaria de bom grado na companhia de pratos igualmente substanciais com o um belo bife de chorizo ou paleta de cordeiro na brasa. Yummy!!! Preço ao redor de R$90 a 100,00.

Lagarde Primeras Vinas – um prazer hedonístico! Como mencionei na hora, o vinho que eu levaria para a cama!! rs Saltamos alguns degraus no sentido de complexidade e sofisticação num vinho. Este ainda está bem jovem, porém desde cedo mostra todo o potencial advindo de uvas de vinhedos de 1906 e 1930, as primeiras vinhas do produtor. O GRANDE vinho da noite! Aquele que consegue unir com maestria a potência com complexidade e elegância num vinho que literalmente empolga quem o toma e gosta de vinhos d essa estirpe. Um dos melhores Malbecs que já tomei, certamente entre meus top 10, e que me surpreendeu muito positivamente. Violáceo lindo e brilhoso na taça, paleta olfativa intensa e sedutora (ameixa madura com nuances de chocolate ao final) que chama a taça à boca e é lá que ele dá olé! Me entusiasmei, sei, mas fazer o quê, não é esse o grande barato do vinho? Despertar emoções e nos trazer prazer? neste caso, missão cumprida com louvor pelos produtores e enólogos responsáveis! Voltemos ao vinho porque já entrei em devaneios mil, mas quando me entusiasmo com algo os adjetivos rolam soltos e fáceis faltando objetividade, fazer o quê? Nessas horas a música é uma só; “deixa a vida me levar, vida leva eu, sou feliz e agradeço  por  tudo o que Deus me deu”! rs Na boca o vinho é de uma riqueza e complexidade únicas, confirmando a fruta e um perfeito equilíbrio entre taninos, álcool e acidez mostrando que ainda há muita vida pela frente e guardar algumas garrafas deste vinho será certamente um investimento bem feito no prazer. Os taninos são muito finos, daqueles que se apresentam sedosos na ponta da boca, sem excessos, bom volume de boca, untuoso, para tomar só ou bem acompanhado, um vinho de primeiro nível na constelação de grandes vinhos da vinosfera mendocina. O preço gira entre R$165 a 180,00 o que acho um pouco puxado. Fosse uns 135/140 Reais e seria um Best Buy entre seus pares!

        Uma bela experiência, bastante didática, que demonstrou bem o que se queria mostrar, a diversidade de estilos dentro de uma mesma região, neste caso Mendoza.  Eu curti muito e só pelo incrível Lagarde Primera Vinas (por sinal um belo rótulo também) já valeu muito a pena! Salute, kanimambo e amnhã tem mais.