Symington Family Estates na Vino & Sapore

A Família Symington está á gerações no Douro, onde é mais conhecida pelos vinhos Graham´s, Quinta de Roriz, DOWS e Quinta do Vesúvio produzindo algumas verdadeiras obras de arte engarrafadas, vinhos de reflexão (fortificados ou tranquilos) com enorme qualidade tendo, só como exemplo mais recente, seu Porto Vintage DOW’s 2007 sido agraciado com 100 pontos pelos críticos da Wine Spectator, e seu Chryseia se tornou um ícone da vinicultura portuguesa. Nesta degustação que teremos o privilégio de puder desfrutar na Vino & Sapore, provaremos uma sequência de vinhos tintos de vários níveis, porém todos premiados pela critica mundial especializada, vejamos:

  • Dry White Graham´s – um Vinho do Porto branco seco, que pode ser tomado tanto como aperitivo bem geladinho ou em forma de Port Tonica, sendo que você poderá escolher qual dos dois provar como abertura de nosso encontro enquanto o Nelson nos fala um pouco sobre este importante produtor português.
  • Altano tinto – um vinho tinto que há anos desfruta de muito prestigio como um Best Buy já que traz uma boa pontuação, variando entre 84 a 88 pontos na Wine advocate de Robert Parker, o mesmo ocorrendo na Wine Spectator, mostrando bastante consistência ano após ano para um vinho que não custa nem R$50,00.
  • Altano Biológico – a versão orgânica do Altano que cresce muito quando acompanhado de comida como pôde ser percebido em um jantar harmonizado que realizamos no Emilia Romagna quando se apresentou muito bem com bacalhau grelhado e batatas ao murro. a estudiosa de vinhos e autora do ótimo site Vinho & Gastronomia provou-o e comentou; “100% orgânico, tem um aroma maravilhoso, uma estrutura tânica firme e é pura seda na boca. Muito equilibrado, de excelente relação prazer preço”.
  • Pombal do Vesúvio – o segundo vinho da Quinta do Vesúvio que produz excelentes Portos Vintage e agora nos traz dois rótulos de tintos marcantes. Este 2007 obteve 87 e 88 pontos respectivamente da Wine Spectator e de Robert Parker assim como 16,5/20 da principal mídia portuguesa, a Revista de Vinhos que teceu o seguinte comentário sobre ele:  “austero, ligado aos frutos pretos que aqui nos surge em grande forma. Tudo sugere concentração, vigor mas também generosidade. Isso revela-se bem na boca porque, ao lado de algumas notas que até fazem lembrar o Porto vintage, encontramos um tinto afável, volumoso mas sem magoar, com taninos domesticados.” . Um vinho que reproduz toda a personalidade e tipicidade dos vinhos desta região.
  • Post Scriptum – o segundo vinho do Chryseia e quem dera todos os segundos vinhos do mundo fossem desse calibre! Este é fruto da parceria dos Symington com Bruno Prats, produtor bordalês (Clos d’Estournel) que lhe dá um perfil diferenciado. Robert Parker e Wine Spectator ficam entre 89 e 90 pontos e a Revista de vinhos mais uma vez emplaca 16,5 pontos. Um vinho marcado por taninos firmes porém sedosos, harmônico e longo, vinho que um amigo blogueiro caracteriza como “sedutor e classudo’
  • Porto LBV Graham´s – para finalizar, este que é dos melhores LBV’s disponíveis no mercado com uma relação qualidade x preço x prazer muito boa. Um LBV, é um porto ruby “Late Bottled Vintage” que é uma ótima opção aos caros, e inebriantes, Vintages podendo ser tomado bem mais jovem não tendo, normalmente, a mesma capacidade de guarda deste último. Para acompanhar, serviremos este Porto com biscoitos Cantuccini de chocolate.

 São só 13 vagas disponíveis das quais três já foram reservadas, então só há espaço para mais 10 privilegiados! Então, vai ser um deles? Se estiver interessado contate a Vino & Sapore através do telefone (11) 4612.6343/1433 ou então por e-mail enviando sua mensagem para comercial@vinoesapore.com.br .

Encontro Mistral – Direto do Front

Primeiro dia deste importante evento realizado a cada dois anos e tempo não só de rever alguns quantos vinhos e pessoas, como navegar por mares nunca dantes navegados atrás de novidades e aquele rótulo especial perdido atrás de outros mais reluzentes. Foi um dia cansativo, até porque uma evento desses precisaria de pelo menos mais umas quatro a cinco horas, mas devo voltar na Quarta, então certamente registrarei outras descobertas. Falemos do dia de hoje!

               Não estava nos meus melhores dias, até a câmera esqueci, mas deu para sentir o clima, rever amigos e já fuçar alguns interessantes rótulos que merecem destaque. Não fui com o objetivo de provar os grandes vinhos, mas sim de buscar vinhos de qualidade com preços camaradas. No entanto, difícil não colocar na taça algumas preciosidades, ao fim e ao cabo estamos no Enontro Mistral!

Cá del Bosco – que Champagne que nada! Depois de provar este Franciacorta Cuvée Prestige Branco, blend de 75% Chardonnay, 15% Pinot Noir e 10% Pinot Bianco, cortado com lotes reserva de safras anteriores e 28 meses sur lie, me pergunto do porquê comprar os Chandon, Veuve Cliquot e outros champagnes básicos disponíveis no mercado? Mais caros e não chegam aos pés deste estupendo espumante que anda, pela taxa cambial vigente, algo em torno de R$170,00. De tirar o fôlego, mousse e perlage de encantar os olhos e na boca só estrelas, imperdível. Mais uma, não deixe de provar o tinto Curtefranca 2005; um blend bordalês em  75% cortado por 25% de Nebbiolo e Barbera!  O preço não é dos mais competitivos, por volta dos R$130, mas é um vinho que desperta nossos sentidos e mexe com nossas emoções, muito bom. Grazzie Bruno!

Mas de Daumas Gassac (Languedoc) e sua bonita e simpática diretora Victorine Babé que fala um português bem legal. Uma linha básica bastante interessante, especialmente o Moulin de Gassac Syrah 2008 e Guilhem Rouge 2008, ambos vinhos de boa qualidade para o dia a dia, saborosos e frescos, leves, taninos macios, fáceis de se gostar tanto na taça quanto no bolso já que custam ao redor de R$40/42. Agora, seu Daumas de Gassac Rouge 2008 é um grande vinho e, do jeito que gosto, complexo fruto de um assemblage de 80% Cabernet e o restante um “pout pourri” de 20 cepas entre elas Tannat, Malbec, Tempranillo, Pinot Noir, um verdadeiro vinho de influência globalizada. O preço segue a complexidade do vinho, algo em torno de R$200.

Castello di Montepó/Jacopo Biondi Santi, sem grandes comentários, todos seus vinhos são de muita qualidade, inclusive seu mais básico, o Braccale Rosso Maremma 2005 que custa algo em torno de R$78,00. Excelente  o Morellino di Scansano Riserva 2000, um baita vinho porém foi com o Sassoaloro 2005 que me entendi melhor . Vinho de muito boa estrutura, rico, taninos aveludados mas firmes ainda mostrando garra para encarar um bom par de anos. Preço ao redor de R$135,00.

Paolo e Noemia D’Amico, tendo como anfitriã a simpática Noemia D’Amico que, para nossa surpresa, é brasileira! Com produção numa região pouco conhecida, a de Lazio, o forte são seus brancos, entre eles os charconnays e, em especial, o Calanchi di Vaiano 2006 (cerca de R$85) que passa tão somente um mês em barrica para mero afinamento e que está delicioso e muito bem balanceado. Surpreendeu o fato de que o Falesia 2006 que passa 12 meses em barrica tinha básicamente a mesma cor do Calanchi! Muito bons e vale a pena encostar por aqui um tempinho.

Quinta da Lagoalva, nos traz a nova safra (2009) do Castelão/Touriga Nacional que é um vinho sedutor e que se mostrou em ótima forma, boa relação Qualidade x Preço x Prazer com seus cerca de R$45, melhor ainda quando o dólar vai para os R$1,75! Já o projeto de seu Late Harvest que comentei aqui, chega finalmente ao Brasil com apenar, repito, apenas oitenta e poucar garrafas. Está estupendo, rico e muito bem equilibrado é uma delicia na boca, sedutor e conquistador, mas o preço acompanha a limitada disponibilidade, cerca de R$153. Se disponível, não deixe de provar.

Vallontano, nasce um dos grandes goleiros do Brasil, apesar da idade, o Luis Henrique Zanini! Brincadeiras á parte, foi no ano passado que pela primeira vez na mídia, eu publicava foto de seu mais recente lançamento, o espumante rosé. Desta feita ele lança sua obra prima, um espumante muito especial que será interessante colocar às cegas contra outros graúdos no mercado. É o LH Zanini Extra Brut 2008, um senhor espumante com jeito de champagne. Só 2500 garrafas produzidas, 24 meses de autólise e sem uso de licor de expedição. Não deixe de provar!

Masi Tupungato, o projeto da Italiana Masi em terras mendocinas onde tem plantados os únicos vinhedos de Corvina neste canto do mundo, 140 hectares para ser exato.  Usando a Corvina pelo método ripasso (com a secagem das uvas) eles fazem uma segunda fermentação quando é adicionada a Malbec, nascendo assim o Paso Doble 2007, vinho saboroso, macio e fácil de se gostar e hoje em torno de R$38,00 o que é uma das melhores opções nesta gama de preços. Gostei bastante também do Paso Blanco 2009 um Torrontés que leva um corte de Pinot Grigio tornando o vinho muito balanceado e fresco, próprio para frutos do mar grelhados ou aperitivo e custa só R$35,00 ou próximo disso.

Para finalizar os que mais me marcaram ontem, não poderia deixar de mencionar a visita à Família Symington sempre muito bem representada pelo João Machete Pereira e Dominique Symington. Graham´s, Altano, Quinta de Roriz, Malvedos, DoW’s, Quinta do Vesuvio, Blandy’s Madeira e outros mais, este grupo produz qualidade e os prêmios internacionais só comprovam isso. Os Portos Vintage 2007, boa parte dos quais tive a oportunidade de provar e alguns estão neste Encontro, tiveram pontuação de 100 pontos, 99, 97, 94, ou seja um ano que mais do que de Vintage Clássico, mostrou ser um Ano Symington, não teve para ninguém! Minha paixão por seus vinhos é declarada e conhecida, então que tal conferirem se eu tenho razão para isso? Do mais básico Altano Douro, passando pelo delicioso e fino Altano Biológico, Prazo de Roriz e Quinta de Roriz Reserva com sua riqueza e mineralidade ímpares e sedutoras, aos novos vinhos tintos da Quinta do Vesuvio e o estupendo Post Scriptum o melhor “2º vinho” que já provei, é só alegria. Depois, antes de ir embora, não deixe de finalizar com seus deliciosos Portos Tawny envelhecidos e Vintages 2007 disponíveis. Só isso já basta! Tem mais no entanto, tem um posicionamento de preços muito interessante com seu Altano básico custando por volta dos R$42,00, um Prazo de Roriz e Altano Biológico por volta dos R$65,00 e o Post Scriptum e Pombal do Vesuvio por volta dos R$104,00. Imaginem então se a taxa voltar para comedidos R$1,75 a 1,78!

Salute e na Quarta retorno com câmera para colher imagens e mais sabores neste incrível Encontro Mistral. Amanhã tem mais. Fotos colhidas com o celular na Quarta-feira já que, pasmem, a peça aqui esqueceu de checar a bateria da camera e não levou a reserva (o que faço sempre) e murphy, obviamente, deu as caras!

kanimambo

Sou um Privilegiado! Provei os Porto Vintage 2007.

              Eu e mais umas 25 a 30 pessoas que se reuniram a convite do IVDP (Instituto do Vinho do Douro e Porto – link aqui do lado) para provar alguns dos Vinhos do Porto Vintage 2007. Quem me acompanha há um tempo, sabe que uma de minhas taras são os Vinhos do Porto  e o Vintage é quintessência dos vinhos ruby, necessário explicar porque os tawnies envelhecidos são também preciosidades abençoadas pelos deuses, especialmente quando, pelo menos a meu ver, são tomados com algumas décadas de tempo de guarda. Um Vintage de qualidade de um grande produtor com vinte ou trinta anos, é um verdadeiro elixir dos deuses, e algo que me traz imenso prazer tomar e compartilhar com amigos.

            Tenho uma pequena coleção em casa, pois a cada casamento de um de meus filhos abro uma garrafa com sua idade, tendo a última sido um Quarles Harris 1977. Depois, cada filho tem mais uma garrafa que deverá ser aberta somente quando completarem 50 anos, nesse momento nenhuma das garrafas terá menos de 30 anos, com a obrigatoriedade de a compartilhar com os irmãos. Aí tem uma garrafa para aniversários de casamento, outra para quando completar sessenta anos, outra para setenta, e por aí vai, desculpas/razões é que não faltam para celebrar.

           Pois bem, apesar de diversas casas produtoras declararem vintage num determinado ano, porque sua produção especifica alcançou os padrões mínimos de qualidade exigido pelo IVDP, o ano somente será declarado clássico quando a grande maioria das casas atinge esse patamar e o Instituto assim o declare. Costumam existir de dois a três anos clássicos por década e nesta já tivemos em 2000, 2003 e agora 2007. O Ano Vintage de 2007 tem algumas  peculiaridades que o tornam especial e potencialmente o melhor da década até agora, provavelmente semelhante em qualidade ao fantástico ano de 1994. A principio, este é o ano da elegância, de taninos mais prontos e aveludados, riqueza de sabores e equilíbrio com enorme frescor. Foi isso que fomos comprovar nesta excelente prova de 29 Vinhos do Porto Vintage 2007. A primeira degustação deste porte a ser realizada fora de Portugal para este Vintage, uma honra estar presente nessa degustação.

           É, essa taça aí em cima é de um dos meus preferidos da degustação, o Fonseca Vintage 2007. Mas não foi só ele que possuía essa cor retinta, púrpura que literalmente tingia a taça. Por sua tenra idade e ausência de decantação não foram vinhos de grande intensidade aromática, exceção a uns dois ou três, sendo na boca que mostraram seu enorme potencial. Provamos; Burmester, Churchill, Cockburn’s, Companhia Velha, Dalva, Dow’s, Duorum, Ferreira, Fonseca, Graham’s, Kopke, Messias, Niepoort, Poças, Quevedo, Quinta da Pedra Alta, Quinta da Romaneira, Quinta das Tecedeiras, Quinta do Crasto, Quinta do Noval, Quinta de Noval Silval, Quinta do Portal, Quinta do Vale D. Maria, Quinta do Vesúvio, Quinta Nova de Nossa Sra. do Carmo, Rozés, Taylor’s, Vallegre e Warre’s.

          De todos estes bons Portos Vintage e ao meu palato, dez se sobressairam, me encantaram e mexeram com minhas emoções dando-me grande satisfação e prazer e, na minha humilde opinião, aqueles rótulos que os amigos colecionadores e apreciadores destas preciosidades devam colocar em seu “wish list”, todos grandes vinhos com enorme capacidade de guarda. São eles, por ordem de preferência; Quinta do Vesúvio,  Fonseca, Graham’s, Quinta do Noval, Warre’s, Cockburn, Taylor’s, Churchill, Dow’s e Quinta da Romaneira. Todos maravilhosos, mas os primeiros três, no entanto, me arrebataram e seduziram, deixando-me com uma vontade danada de fazer algumas adições a minha coleção, somente precisando de encontrar alguma desculpa, o que não é difícil já que agora começo a chegar no estágio dos netos! Três vinhos excepcionais, todos absolutamente retintos na cor, sobre os quais tentarei tecer alguns comentários, apesar da dificuldade que é tentar colocar emoções no papel.

  • Graham’s, daqueles vinhos que ficarão na história e os que tiverem o privilégio de abrir uma garrafa dessas daqui a quinze, vinte ou trinta anos certamente o tomarão de joelhos. Púrpura, denso e carnoso, equilibrado, muito frutado, taninos redondos e finos, complexo e muito rico em boca com um final interminável.  Nariz frutado, especiarias com nuances florais sutis mostrando a presença de um bom volume de Touriga Nacional no blend. Delicioso, ótima acidez e textura um vinho que espero rever dentro de 18 anos. Porquê dezoito? Porque precisarei comemorar os 18 anos de meu neto, ué!
  • Fonseca, talvez o vinho que mais me tenha surpreendido nessa prova. Tradicionalmente, pelo menos os que já provei e confesso que não sou nenhum Cabral, os vinhos do porto da Fonseca tendem a ser extremamente encorpados, robustos e duros, especialmente na sua juventude. Pois não foi nada disso que encontrei, muito pelo contrário, um vinho de grande estrutura sim, porém delicado, sedoso e cremoso, fruta em compota, algo de capuccino e menta num conjunto muito complexo no palato. No olfato fruta escura, fechado, pedindo tempo. Arrebatador e certamente será com ele que comemorarei os 18 de meu segundo neto que sequer foi concebido ainda!
  • Quinta do Vesúvio, o mais pronto deles todos e o que melhor transmite todas as carcteristicas da safra. Não sei se terá a mesma longevidade dos outros dois acima ou até de vinhos como Dow’s, Quinta do Noval e Warre’s por exemplo, mas está excepcional no momento e foi o que mais me seduziu. Fruta negra madura em abundância, licor de ginjas com nuances florais de violeta compõem uma intrigante paleta olfativa que nos chama á taça. Na boca sente-se bem a presença de taninos doces, ótima acidez que lhe dá um frescor muito especial, equilíbrio, harmonia, concentrado, taninos finos, macios e sedosos num corpo de boa estrutura, enorme riqueza de sabores com um final longo e algo terroso. Um gentleman, um lorde de fraque e cartola para ser apreciado desde já, mas que deverá estar ainda melhor quando o abrir daqui a dezessete anos nas minhas, inshala, bodas de ouro!

           Bem, como viram, razões para celebrar não faltam e sua criatividade certamente encontrará diversas outras e pessoais razões para o levar a comprar uma destas garrafas que, por lá, valem entre 45 a 55 Euros o que, convenhamos, não é nenhuma fortuna para o produto. Grato ao Carlos Soares do IVDP, à Fernanda Fonseca a organizadora do evento, ao pessoal da Aicep, do consulado, realmente um momento único em minha curta, porém intensa, vida de enófilo comentarista das delicias que tornam esta vinosfera um lugar muito especial para se habitar.

Salute e kanimambo.