Portugueses e Argentinos Juntos Numa Casa Brasileira

                A Familia Valduga tem uma visão diferenciada do mercado e sabe que a soma é sempre muito mais saudável ao mundo do business do que a divisão. Em vez de lutar contra os importados decidiu integrá-los a seu portfolio através de uma empresa do grupo mais conhecida por seus bons espumantes, a Domno que produz e comercializa com sucesso a marca Ponto Nero. Na lista de produtores, o grupo Enoport (português) e Vistalba (argentino) assim como Yalis (chileno). Este último ainda não tive oportunidade de conhecer, porém os argentinos e portugueses andaram por minha taça então compartilho com os amigos minha opinião e os destaques que me mais me chamaram a atenção.

Bodega Vistalba – é um produtor familiar tendo Carlos Pulenta como seu comandante   produzindo vinhos de muita qualidade em Lujan de Cuyo, especialmente seus cortes A, B e C assim como seu Tomero Reserva Petit Verdot. Duas linhas, a Tomero e a Vistalba. Neste degustação provamos os Tomeros Malbec  e Cabernet Sauvignon, Reservas Pinot e Petit Verdot assim como os três cortes.

  • Na linha dos Tomero “básicos” varietais, os vinhos se mostram bastante honestos vis-a-vis os preços cobrados, em torno de R$48,00, ficando o destaque, na minha opinião, para o Cabernet Sauvignon, um vinho mais equilibrado do que o Malbec que é assim, digamos, mais padrão da cepa sem traços marcantes. O Cabernet não,  este já é mais marcante e sedutor capaz de mudar o curso de uma refeição com seus taninos sedosos e corpo médio mostrando-se  mais gastronômico.
  • Na linha dos Tomero Reservas que estão no mercado paulista por volta dos R$120,00, o Pinot Noir me surpreendeu bastante para esta casta nesta região mostrando um teor alcoólico bem equacionado e equilibrado, de taninos macios e muito saboroso. Já o Petit Verdot é para mim o melhor e mais marcante vinho desta família Tomero. Fruta madura de boa intensidade com sutis nuances de baunilha, mostrando-se com ótimo volume de boca e boa textura. Os taninos estão sedosos, muito boa acidez, rico, com um final muito saboroso e mineral onde aparece também um toque cítrico muito interessante e cativante. Muito consistente com minhas experiências anteriores, um belo vinho que mostra bem as caracteristicas desta nobre cepa que segue sendo uma grande desconhecida para a maioria!

 

 

A linha Vistalba é composta de três cortes (blends) em diversas faixas de preço e talvez seja a mais premiada e conhecida desta bodega. São três os cortes, todos com uma maior presença da Malbec, cepa ícone da região, com tempos diversos de estágio em barricas. Já os tomei em diversas oportunidades e a melhor relação PQP (não é o que estão pensando!!) – Preço x Qualidade x Prazer segue sendo o Corte B, porém fui surpreendido pelo C e A, sendo que este último confirma que as safras de 2006 e 2007 foram realmente safras superiores em Lujan de Cuyo. De destacar que tanto o B quanto o A são vinhos de longa guarda.

  • Corte C 2008 – 80% Malbec e 20% de merlot. Vinte porcento do lote passa por barricas de carvalho por um período de 12 meses e afinam em adega por seis meses após engarrafamento. N a minha opinião está no seu auge, um vinho muito apetecível por um preço idem, em torno dos R$58,00, com boa paleta olfativa onde se destacam as frutas vermelhas como ameixa. Na boca está cativante, taninos macios, boa acidez, redondo com um final de boca muito agradável e de boa persistência. Bom vinho que não tinha me encantado antes, mas que nesta safra se mostrou mais equilibrado tendo chamado minha atenção.
  • Corte B 2005 – Presença majoritária de duas cepas que são as grandes bandeiras deste país, Malbec e Bonarda. São exatos 60% Malbec, 30% Bonarda e o restante de Cabernet Sauvignon que juntos nos trazem um grande vinho. Com 100% de passagem por barricas de carvalho francês por um período de 12 meses mais 10 de afinamento após engarrafamento, estamos diante de um vinho de alto teor alcoólico (14.5%) e poderoso que consegue enorme equilíbrio e mescla muito bem a força com um final de boca bastante elegante. Uma conjunção de características que tende a me seduzir. Aqui  a cassis, especiarias e nuances de café compõem uma paleta olfativa bastante complexa que se confirma na boca. Taninos sedosos ainda bem presentes, de muita qualidade, pedem algum tempo de aeração que facilmente encontram seu equilíbrio com 30 a 45 minutos de decanter. Um vinho que vale muito a pena por R$115 a 120,00.
  • Corte A 2007 – O top da linha, pelo menos dos que temos por aqui, é este viril corte de 87% Malbec, o que tecnicamente lhe dá as condições legais de ser denominado um varietal da cepa, com 8% de Bonarda e 5% de Cabernet Sauvignon. Cem porcento envelhecido por 18 meses em barricas francesas e mais 12 de afinamento em garrafa. Tenho que confessar que sempre foi para mim o que menos me entusiasmou pois o álcool de praticamente 15% sempre me incomodou achando que ele não se integrava de forma harmoniosa ao todo pulando ao nariz e incomodando no palato. Desta feita tenho que dar o braço a torcer, este 2007 está soberbo e pela primeira vez reconheço nele o grande vinho que outros aclamavam. Chega a ser mais equilibrado e balanceado que o Corte B, muito rico, denso, untuoso e complexo, é um vinho viril porém muito elegante com taninos muito finos num final longo e sedutor que merece uma harmonização com carnes de sabores fortes e bem temperada, uma bela costela de ripa? Um baita vinho, o melhor que já provei desta bodega! Está na linha dos super vinhos argentinos na faixa dos R$200 (mais ou menos 10%) o que não é para qualquer  um e cabe a você fazer a prova e fazer juízo de valor!

        Bem, este já se estendeu demais, então os vinhos portugueses ficarão para outra ocasião, porém fica claro que não há que brigar com os importados.  Sabendo trabalhar, a união com os importados só vem otimizar os projetos nacionais.  Um brinde à Domno e Valduga pela visão inteligente de mercado que espero outros possam seguir. Ah, ia-me esquecendo! Para quem gosta de pontuações: Corte A 2007 – 95 pontos da Wine Enthusiast /Corte B 2005 – 92 pontos da Wine Spectator / Corte C (2004) – 88 pontos na Wine Spectator

Kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou na Vino & Sapore.

Desafio de Petit Verdot, Desvendando os Ganhadores

              Adoro estes meus Desafios de Vinhos quando coloco às cegas uma série de rótulos sob um mesmo tema. Falar e provar desta cepa ainda pouco divulgada no mercado foi em si, já um grande desafio e uma experiência riquíssima para mim e, tenho a certeza, também para boa parte da banca degustadora. Aliás, quase deu casa cheia!

     Venho ao longo dos tempos verificando os benefícios que um pouco desta cepa bordalesa nos cortes de diversos vinhos consegue fazer por eles. Sempre em pequenos porcentuais, a Petit Verdot aporta cor, sabor e corpo aos vinhos dando-lhes uma riqueza e complexidade que muito me satisfazem. É uma cepa difícil em sua terra natal, de amadurecimento muito tardio o que muitas vezes faz com que boa parte da colheita se perca tornando seu uso escasso e caro devido à quebra de produtividade. Nos países mais quentes no entanto, esse tempo de amadurecimento se dá de forma mais administrada devido ás condições climáticas. Um exemplo no Velho Mundo são os vinhos espanhóis, região de verões mais quentes e longos, elaborados com ela.

               Já no Novo Mundo, de condições climáticas mais adequadas, a cepa vem sendo vinificada como varietal com a ocorrência de um fato que já verificamos na vinificação de vinhos Tannat, que é a “amansada” nos vinhos, produzindo rótulos mais harmônicos, menos tânicos enquanto preserva suas características de estrutura  e riqueza de sabores. Foi para ver como estes vinhos se comportam que, desta feita, reuni dez exemplares para este Desafio na busca do Melhor Vinho, melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra.

                  Nos reunimos no bonito e bom restaurante Ávila, que por sinal possui uma bela adega climatizada construida pela Joshuá Adegas, onde o Tavares e sua equipe nos atenderam muito bem.  Nove rótulos de que todos tinham conhecimento mais um surpresa, foram servidos ás cegas e em ordem aleatória após alguns saborosos e refrescantes goles de dois espumantes sobre os quais falarei em outra altura. Certamente o que os amigos querem mesmo saber, é o resultado desse gostoso embate, então falemos um pouco de cada um desses vinhos participantes julgados por uma competente banca de degustadores conforme já listado em meu post anterior com a lista dos participantes .

              Como o aereador que iríamos testar não chegou a tempo, os vinhos foram decantados por cerca de uma hora cada um. Eis os vinhos com suas notas conforme ordem de serviço.

Enrique Mendoza Petit Verdot 2005 representante espanhol de Alicante, trazido pela Peninsula e que possui um preço de mercado ao redor de R$120,00. No nariz uma presença  herbácea e algum foral que fazia lembrar violetas. A fruta apareceu mais no palato, de taninos redondos e macios, complexo, um pouco fechado abrindo-se com o tempo em taça, final algo defumado e quente sem prejudicar o conjunto que agradou bastante e posteriormente acompanhou bem a fraldinha. Média de 86,7 pontos.

Pisano RPF Petit Verdot 2007 representando os bons vinhos uruguaios. Importação da Mistral, custa USD31,50 ou seja, algo próximo a R$57 nas taxas atuais. Uma paleta olfativa muito rica, o que não é tão tradicional á cepa, em que o café com aniz estava bem presente, toffee, baunilha, realmente muito interessante e convidativa. Na boca a boa estrutura da cepa, taninos aveludados e de boa qualidade, algo balsâmico com um final suave onde apreceram alguns toques de especiarias. Obteve a média de 86,20 pontos

Morkell Petit Verdot 2004, sul-africano trazido pela d’Olivino, preço ao redor de R$130,00, o mais evoluído de todos os rótulos participantes. Halo de evolução presentes na taça mostrando sua idade, trazendo ao olfato suaves notas tostadas e fruta vermelha. Na boca é um vinho resolvido, de boa textura e volume de boca adequado, algo de couro com nuances terrosas, maduro, muito rico, complexo, de taninos finos, macios e elegantes, final de boca sutil e saboroso mostrando toques minerais. Um vinho literalmente encantador, sem a pujança que se poderia esperar da cepa, porém mostrando uma personalidade muito própria e impressionando muito positivamente a totalidade da banca degustadora. Um belo Petit Verdot, um grande vinho que merece ser conferido, aliás como a maioria dos outros rótulos presentes, tendo faltado garrafa para tanta demanda. Delicioso e a nota só confirma isso, média de 90,70 pontos.

Perez Cruz Limited Edition PV 2008, o primeiro chileno da noite e ainda não disponível no Brasil. O importador dos bons vinhos deste produtor, a Wine Company, deverá estar por trazê-lo dentro em breve, mas este viajou somente para este encontro. Baseado no preço do Syrah, acredito que deverá chegar por volta dos R$130,00. Nariz complexo, herbáceo, algo de farmácia e um tico a mais de álcool do que necessário, porém sem ser algo marcante que incomode. Na boca, presença de mentol, alguma casca de laranja confeitada, taninos de qualidade ainda um pouco adstringentes, mostrando-se muito novo, grande estrutura, vinho que precisa de mais tempo em garrafa quando deverá mostrar todo o seu potencial. Vinho para guardar por mais uns dois ou três anos. Média de 87,10 pontos.

Trumpeter Reserva Petit Verdot 2008, o primeiro argentino a se apresentar, novo, com nariz tímido, frutado com algumas nuances florais bem sutis. Na boca sobra um pouco de álcool, taninos um pouco rústicos e doces, final de especiarias com algo de noz moscada, conforme lembraram alguns dos degustadores. Não chega a encantar, mas acredito que precisa de mais tempo em garrafa já que ainda não encontrou seu equilíbrio. Trazido pela Zahil e custando cerca de R$64,00, obteve a média de 84,95 pontos

Landelia Petit Verdot 2005, importado pela Ana Imports e gentilmente cedido pelo colega e membro da banca, o Jeriel da Costa, com preço de mercado ao redor de R$60,00, foi um vinho ansiosamente esperado diversos dos amigos presentes. Foi também o vinho que mais criou polêmica com um pedaço da mesa achando que estava prejudicado e aoutra metade enchendo-o de elogios. No nariz mostrou notas de torrefação e algo químico que foi se dissipando com o tempo. Na boca, fruta compotada, taninos potentes e algo rústicos, alcaçuz, acidez alta e final de boca macio. A nota média não foi das melhores, 83,90, mas por tudo o que falaram deste vinho, certamente é um rótulo que merece uma segunda chance.

Tomero Petit Verdot 2006, mais um argentino presente, desta feita trazido pelas mãos da Domno do Brasil produtor dos saborosos espumantes Ponto Nero, em especial do extra-brut de que tanto gosto. Um vinho que já se encontrou, tendo mostrado sua maturidade tanto nos aromas como no sabor. Fruta madura de boa intensidade com sutis nuances de baunilha, mostrando-se com ótimo volume de boca e boa textura. Os taninos estão sedosos, muito boa acidez, rico, com um final muito saboroso e mineral onde aparece também um toque cítrico muito interessante e cativante. Muito consistente com minhas experiências anteriores, um vinho que obteve a boa média de 88,10 pontos.

Casa Silva Gran Reserva Petit Verdot 2007, de importação exclusiva da Vinhos do Mundo com um preço de mercado ao redor dos R$89,00, foi um vinho que insisti que estivesse presente já que o tinha conhecido, e adorado, numa degustação da Casa Silva em que estive presente no ano passado. Chileno, demonstrou notas herbáceas, couro e nuances balsâmicas no olfato, formando uma paleta algo peculiar e não muito convidativa. Na boca mostrou-se melhor, redondo, taninos aveludados, bom corpo e um final especiado bastante acentuado de média persistência que não chega a encantar.  Achei que o 2006 (recomendo) que provei estava bem superior a este, talvez mais pronto? Média de 84,45 pontos.

Pomar Petit Verdot 2008, o nosso vinho surpresa e sim, Cristiano, é Venezuelano sem importador no Brasil. Da mesma bodega que nos surpreendeu a todos no Desafio de Cepas Ícones, desta feita ficou aquém do que se esperava e mais um dos rótulos em que as notas variaram demais. Tipo ame-o ou deixe-o!  Nariz intenso, frutado, mas algo monocromático, sem grande complexidade que não chega a empolgar. Entrada de boca algo dispersa que necessita de tempo para se encontrar. Acidez instável, algum álcool em excesso, taninos macios e um final algo doce. Um adolescente irrequieto e imprevisível que melhorou com um tempo em taça e, mesmo com todas essas variáveis, obteve a surpreendente média de 85,11 pontos. Preferi o Reserva, um blend mais equilibrado.

Ruca Malen Reserva Petit Verdot 2007, o último representante de uma noite muito gostosa e intrigante repleta de bons vinhos. Argentino, importado pela Hannover Vinhos, foi para mim a mais agradável surpresa de todas, especialmente em função do preço, somente R$54,00. Possui uma paleta olfativa com forte presença de frutas negras compotadas com um leve toque de farmácia, mostrando-se bastante convidativa. Na boca possui boa estrutura, volume de boca adequado, taninos finos ainda presentes, mas sem qualquer agressividade, equilibrado com uma acidez interessante e gastronômica, final saboroso ainda que a madeira tenha aparecido um pouco.  Nota média de 86,25 pontos.

 Sempre listo a preferência de cada um dos membros da banca degustadora, mas hoje não “carece”! Pela primeira vez em mais de um ano destes Desafios, tivemos uma unanimidade em torno do Melhor Vinho Petit Verdot da noite, o Morkell. Realmente um grande vinho e Nelson Rodrigues que me perdoe, neste caso a unanimidade foi sábia! Para compor o pódio, em segundo lugar o ótimo Tomero, seguido pelo Perez Cruz, Enrique Mendoza e Ruca Malen. Pelo voto direto, a Melhor Compra foi o Pisano RPF e pelo cálculo matemático inventado pelo amigo e confrade (médico fisiologista do glorioso alvinegro praiano, salve/salve, campeão paulista 2010) Dr. Luis Fernando, tivemos como Melhor Custo x Beneficio o Ruca Malen.

             Uma grande noite em que ficou constatado que há muito mais vida além dos cabernets e malbecs que andam por aí. Temos que nos abrir para as novidades, para novas experiências, para as cepas menos comuns, porém extremamente ricas. Kanimambo à banca degustadora pela agradável presença, lembrando que os comentários, assim como as notas, são o resultado da média do pensamento de todos e que, certamente, cada um tem sua própria avaliação/opinião que deverá aparecer nos blogs do Alexandre, Jeriel, Álvaro e Evandro que são sempre ótimas fontes de informação. Por sinal, meus parabéns ao Evandro, seu blog da Confraria 2 Panas está detonando, legal!

              Salute, e agora preciso pensar no próximo desafio, o de Junho. Que tema, que vinhos, que lugar? Nos vemos por aqui.

Grande Desafio de Espumantes

Esta é a terceira prova do grande painel que estou avaliando este mês. Já tivemos uma dúzia de espumantes moscatel, uma dúzia de espumantes rosés e agora quarenta e dois rótulos entre Champagnes, grandes Cavas, cremants de Bourgogne, de Alsace, Prosecco  e espumantes de qualidade da Austrália, Chile, Argentina, Portugal e, obviamente, a maioria dos tops brasileiros sejam eles elaborados pelo método charmat ou tradicional/clássico. Ao final deste mês, teremos provados 66 espumantes que só vêm agregar aos muitos já comentados, sugeridos e recomendados ao longo destes primeiros dois anos de vida de Falando de Vinhos.

               Trabalho insano, nem sempre entendido e se arrependimento matasse, eu estaria ….. vivo! Não está sendo fácil não, ainda mais depois de um acidente (todos bem) que me deixou sem um carro durante todo o mês, mas não me arrependo não pois estou coletando dados e ganhando muita experiência que tento, na medida de minhas limitações, partilhar com os amigos que me visitam  quase que diariamente o que, por sinal, é uma baita responsabilidade que levo muito a sério. A organização de tudo isto é complicada e juntar a banca de degustadores tantos dias um outro quebra-cabeças nem sempre bem sucedido até pelos afazeres profissionais de cada um e convites mais interessantes que o meu.  

           Para compor a banca de degustadores desta prova que é dividida em dois dias de degustação os amigos; Álvaro Galvão (Divino Guia), Breno Raigorodsky (cronista e juiz FISAR), Simon Knittel (Kylix), Emilio Santoro (Portal dos Vinhos), Alexandre Frias (Diario de Baco/Enoblogs), Daniel Perches (Vinhos de Corte), Dr. Luís Fernando Leite de Barros (enófilo), Evandro Silva e Francisco Stredel (confraria 2 panas), Ralph Schaffa (restauranteur) e eu que nos reuniremos nas aconchegantes instalações da casa dos amigos Armando e Denise, o Emporio da Villa. Afora degustarmos esses deliciosos e refrescantes caldos, nada como algumas deliciosas pizzas da casa. Tem diversas ótimas e criativas opções, mas quatro em especial eu recomendo; a de abobrinha temperada com queijo brie, a de alcachofra e as de salmão e al mare que sugiro acompanhar com um Sauvignon Blanc bem fresco, yummy!

             Mas vejamos o que nos espera nesses dois dias. Certamente muito outros rótulos e produtores poderiam estar aqui, alguns foram convidados e não se manifestaram e outros, bem a quantidade de rótulos é enorme! De qualquer forma, creio que com os rótulos aqui listados temos um grupo de desafiantes bastante heterogêneo e  uma mostra razoável do que de bom existe no mercado.

DIA 1

DIA 2 

Champagne De Sousa Zoémie Cuvée Merveille Brut – Decanter – R$256,00 Champagne Piper Heidsieck – Interfood – R$180,00
Champagne Taittinger Brut – Expand – R$200,00 Champagne Drappier Brut Carte d’Or– Zahil – R$185,00
Champagne Tsarine Brut – KB-Vinrose/BR Bebidas – R$170,00 Cremant Bourgogne Picamelot Cuvée Jeaune Thomas Brut 2004 – D’Olivino – R$147,00
Cava Juve y Camps Brut Nature 2004 – Peninsula – R$168,00 Marrugat Cava Gran Reserva Nature 2004 – Winery – R$75,00
Cave Geisse Nature – Cave Geisse/Vinhos do Mundo – R$45,00 Don Giovanni Nature – R$50,00
Chandon Excellence – BR Bebidas – R$85,00 Miolo Millesime – R$75,00
Moinet Millesimato Prosecco Brut 2007 – Winery – R$ 65,00 Incontri Prosecco VSAQ – Vinea – R$97,00
Cremand Cuvée Sylvain (Loire) – Cave Jado – R$59,00 Marc Brédif Vouvray Brut – Mistral – R$86,00
Marco Luigi Reserva da Familia Brut 2006 – R$30,00 Pizzato Brut – R$45,00
Valduga Extra Brut Gran Reserva 2004 – R$90,00 . Nero Extra Brut – Domno do Brasil – R$45,00
Cava Freixenet Cordon Negro – R$49,00 Cava L’Hereu Reserva Brut  de Raventós i Blanc – Decanter – R$87,00
Don Giovanni Ouro 30 – R$75,00 Valduga 130 – R$65,00
Salton Evidence – R$70,00 Anna de Codorniu – Interfood – R$75,00
Barton & Guestier Cuvée Reservée Chardonnay Brut (Loire) – Interfood – R$65,00 Cremand Cuvée Plaisir Perlant (Alsace) – Cave Jado – R$86,00
Marson Brut método tradicional – Eivin – R$59,00 V. G. Brut – Villaggio Grando – R$40,00
Spumante Incontri Muller Thurgau – Vinea – R$73,00 Bridgewater Mill Sparkling (Austrália) – Wine Society – R$78,00
Santa Julia Brut – Ravin – R$43,00 Trapiche Extra Brut – Interfood – R$35,00
El Portillo Reserva Brut – Zahil – R$58,00 Casillero Sparkling  – VCT Brasil – R$75,00
Raposeira (Portugal) – Vinhas do Douro/BR Bebidas – R$85,00 Irresistibile Reserva Brut (Portugal) – Sem importador
Do Lugar Charmat – Dal Pizzol -R$32,00 Dal Pizzol Brut tradicional – R$45,00
Espumante surpresa Veuve Paul Brut Brut – Zahil – R$49,00
   

            O porquê deste melange?  Primeiro porque gosto de desafiar o establishment, segundo porque a única forma plausível, pelo menos a meu ver, de comparar qualidade e sabores de vinhos é numa comparação direta ás cegas e terceiro porque quero conferir algumas “verdades” de nossa vinosfera. Por outro lado, é um tremendo exercício sensorial para quem participa da banca. Se os tomasse a todos em casa, tranquilo, avaliando todos os aspectos com calma e curtindo o caldo, certamente seria mais prazeroso, mas longe de ser tão didático. Afora isso, importante que um painel deste porte não ficasse apenas restrito a uma pessoa e sim a dez o que lhe dá outro valor.

           Bem amigos, isto foi só para vos deixar com água na boca no aguardo dos resultados que publicarei na próxima segunda dia 30 e mais detalhadamente em outros posts ao longo do mês de Dezembro assim como na coluna dos jornais Planeta Morumbi e Planeta Oceano.  Por enquanto é só, salute e kanimambo por visitar.

Domno Traz Vistalba

                Domno, o novo projeto da Famiglia Valduga tem como objetivo produzir bons espumantes em sua sede em Garibaldi, no Vale dos Vinhedos, e importar e distribuir vinhos em geral. Uma de suas primeiras aquisições como importador foi a Vistalba, como já informado, e fui convidado a conhecer a linha de produtos trazidas por eles degustando alguns dos rótulos já disponíveis no mercado. Duas linhas principais de duas regiões diferentes, a Tomero e a Vistalba com os cortes A, B e C.

Foto  Tomero Petit VerdotA Linha Tomero é bastante ampla com oito varietais elaboradas com uvas do Valle do Uco advindas de 400 hectares de vinhedos plantados a cerca 1.100 metros de altitude. Destes oito, provamos o Sauvignon Blanc, Semmillon,  Malbec, Malbec Gran Reserva, Pinot e Petit Verdot Reserva. Todos bons vinhos; o Sauvignon Blanc por sua sutileza, frescor e equilíbrio resultando num vinho muito agradável de tomar. O Malbec Gran Reserva é um vinho de grande potência, robusto, firme e, em se tratando de um 2006, ainda muito novo para se apreciar todo o seu potencial. Pinot agradável, de maior potência e volume de boca do que estamos acostumados mostrando uma cara bem “novo mundista”, mas foi o Petit Verdot que me encantou. Já tinha provado alguns varietais desta cepa, comumente usada em cortes, e não me tinham agradado por sua rusticidade e agressividade. Este mostra força, mas sob controle, nariz de boa intensidade, boa concentração, taninos finos e aveludados com um final algo quente, mas de boa persistência e muito saboroso, um vinho que surpreende e é isso que mais me agradou.

         A gama de vinhos Vistalba é diferente a começar pelo conceito, já que são todos cortes. Vêm de Vistalba, LujanVistalba Corte B 2004 de Cuyo, de um vinhedo de 53 hectares plantado a cerca de 980 metros de altitude onde se plantam Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot e Bonarda. A linha é composta de de três cortes. O Corte “C” que é um blend  majoritário de Malbec com Merlot, o Corte “B” um pouco mais complexo em que se juntam quatro cepas; Malbec, Cabernet Sauvignon, Bonarda e Merlot e, finalmente, o topo da linha o Corte “A” em que se usa a Malbec e Cabernet Sauvignon em partes iguais e complementa-se com 20% de Bonarda. Já tinha provado anteriormente e mais uma vez confirmei a minha impressão, os Cortes B e C me parecem mais equilibrados e harmônicos do que o A que, ainda por cima é bem mais caro e com algo de excesso de álcool que já se sente no nariz e confirma na boca. Já os outros dois me agradam muito, em especial o Corte B que se apresenta muito bem equilibrado, rico e denso na boca com boa concentração, mas sem excessos mostrando taninos sedosos e uma acidez equilibrada num final de boca aveludado e longo, um belo vinho.

         O único senão desta equação é o preço já que estes rótulos estão chegando mais caros do que na importadora anterior que já não tinha fama de econômica. Talvez fosse interessante rever a estratégia, mas essa não é seara minha e sim de quem está envolvido com o negócio. De minha parte ficam aqui duas ótimas dicas de vinhos muito bons que valem a pena ter na adega, o Tomero Petit Verdot Reserva e o Vistalba Corte B. Esses eu teria na minha.

Salute e kanimambo.

Noticias do Mundo do Vinho

malamado-malbecDa Zuccardi, noticias de mais um prêmio desta feita com seu MALAMADO Malbec 2004 que, de mal amado não tem é nada e nem teve seu nome derivado de uma potencial dor de cotovelo! O nome advém de “MALbec A MAneira DO porto” e é isso que o vinho é. Um vinho tinto, doce, fortificado seguindo-se o processo de elaboração dos Vinhos do Porto, em que a fermentação é interrompida através da adição de álcool viníco dando-lhe características únicas.

O prêmio, Medalla de Ouro no V Concurso Mundial de Vinos Malbec al Mundo, que tevo lugar em Mendoza entre os dias 10 e 14 de Novembro ultimo. Foi também o único vinho fortificado a receber uma premiação neste certame, entre mais de 230 amostras apresentadas. Conheço o vinho e é realmente muito saboroso, podendo ser apreciado solo, mas acompanha muito bem sobremesas à base de chocolate. Têm um branco também, mas esse não tive o prazer de provar ainda. Para quem se interessar, a importação e distribuição é da Expand.

 

Casa Valduga possui um interessante projeto internacional de produção de vinhos elaborados com cepas emblemáticas de diversos países, elaborados em seus países de mundus-csorigem, é a linha MUNDVS. De acordo com Juciane Casagrande, diretora comercial da empresa, a proposta não é importar vinhos e sim reunir o melhor terroir de outros países com a competência de uma das principais vinícolas nacionais. “Trata-se de uma linha internacional, mas com assinatura e estilo brasileiro”. Esse estilo brasileiro é estampado nos vinhos através do enólogo Eduardo Valduga e equipe, que são responsávis pela elaboração dos vinhos, para garantir a qualidade e as características dos produtos Valduga, sendo feito um acompanhamento cuidadoso desde a seleção do vinhedo até a colheita, vinificação e engarrafamento do rótulo. Já começaram com Argentina, de onde trazem três vinhos, e em breve chega o primeiro dos vinhos elaborados no Chile, havendo, ainda, planos de novos rótulos elaborados na África do Sul, Portugal, Itália e Austrália.

         Eis os rótulos já disponíveis no mercado: Mundvs Argentina Malbec Gran Reserva 2005, Mundvs Argentina Malbec 2006 e Mundvs Argentina Cabernet Sauvignon Gran Reserva 2005.

 

Domno do Brasil, nasce um novo produto,r e um novo projeto da Família Valduga, aproveitando a vocação brasileira para espumantes de primeiro nível. É, com uma linha de espumantes, a .Nero, que a empresa faz seu debu no mercado nacional lançando suas versões Moscatel (estou com uma garrafa aqui para prova que depois comentarei) e Brut.  Na taça, o Brut chama atenção pelo paladar fresco e persistência de seu sabor, num delicioso corte de Chardonnay 60%, Pinot Noir 30% e Riesling 10%. Já a Moscatel, traz aquela delicada doçura da uva moscato perfeita para adoçar a boca no final da noite. Para acompanhar os doces natalinos não tem combinação melhor.

    nero_brut        O objetivo da empresa é criar espumantes com um conceito despojado e moderno, para consumo em momentos de descontração, pensando no brinde do dia-a-dia. Com o lançamento da .Nero na prática garrafa de 187 ml, quantidade ideal para duas doses, a marca conquistará ainda mais rápido o seu espaço nas baladas, festas a beira da piscina, almoços de verão e em momentos de informalidade. Essa garrafinha agrada cada vez mais por ser a ideal para quebrar a formalidade do consumo dos espumantes, ainda considerada, por muitos brasileiros, bebida para ser tomada em ocasiões especiais. O desejo da Domno é que a .Nero torne todos os momentos especiais. As garrafas de .Nero podem ser encontradas em boas lojas de bebidas em torno de R$ 13 as de 187ml e R$ 25 as de 750ml

A nova empresa, Domno do Brasil, criada em Agosto de 08, vai produzir ainda, novas linhas de espumantes além da comercializar a atual linha Alto Vale, adquirida da Famiglia Valduga. Mantendo o padrão de qualidade do grupo, os espumantes Alto Vale passam, agora, a ser produzidos nas instalações da Domno, pelo processo charmat longo, imprimindo ao produto mais leveza e frescor. A linha Alto Vale apresenta os espumantes Brut e Demi-sec feitas de 50% chardonnay, 20% pinot Noir e 30% riesling Itálico, ambos com a mesma composição, com diferente graduação de açúcar residual no vinho. O espumante Demi-sec é mais suave. Pata contato, http://www.domno.com.br e telefone (54) – 3462 3965   

 

RJ Viñedos, ou Joffré para os íntimos. rsrs Não que o seja, mas tive a oportunidade de conhecer o fundador e presidente da empresa, o Sr. Raul Joffré em uma degustação já faz algum tempo. Me encantou sua paixão por seu projeto, seus vinhos e, especialmente, por suas filhas, de onde sai a inspiração para estes vinhos Pasión 4. É com prazer que divulgo mais esta conquista deles em terreno internacional e recomendo seus vinhos, especificamente estes rótulos, que tive a oportunidade de provar e me causaram muito boa impressão e o preço, se me recordo bem, era justo. O importador é a Fasano.

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