Decanter Wine Show – o nome já diz tudo.

       A Decanter cresce ano a ano e não só em quantidade, pois o Adolar com a assessoria do Guilherme, vem adicionando produtores de primeiríssimo nível ao portfolio da empresa.  Este evento, agora anual, nos trouxe vinhos somente do Velho Mundo onde chamaram atenção alguns países menos conhecido entre nós como Eslovenia, Croácia, Hungria (tintos) e Grécia mas “secondo me” como fala meu amigo Didu, os campeões foram vinhos mais tradicionais, mesmo que não tão conhecidos do enófilo.

       As preciosidades presentes foram muitas; Chateau de La Gardine Chateauneuf Cuvée des Generations, Bel Air Perponcher Bordeaux Girolate, Chateau Lagrézete le Pigeonnier Cahors Malbec, Chateau de la Tour Clos-Vougeot Grand Cru, Jean-Luc Colombo Cornas Les Ruchets, Pio Cesare Barolo Ornato e Luis Canas Hiru 3 entre outros, grandes vinhos de preços idem já que nenhum deles custa menos do que R$500,00 a garrafa. Não são vinhos para qualquer um nem qualquer momento, porém não fui lá para provar grandes vinhos e me esbaldar nos caldos de Baco. Talvez se fosse meramente por interesse hedonístico pessoal isso fosse válido, mas não foi o caso pois tenho um compromisso com meus leitores. Hoje, cada vez mais, meu foco é garimpar e encontrar bons vinhos, melhor ainda se forem ótimos, que se encaixem no bolso da maioria então tento estabelecer algumas metas nessas incríveis degustações; provar vinhos de até no máximo uns R$150 e eventualmente alguns poucos rótulos até R$300 para momentos especiais. Hoje, também uma preocupação, descobrir coisas novas e exóticas! Eis aqui o resumo daquilo que mais me chamou a atenção:

Attila Gere Hungria – fiquei muito curioso já que existe uma uva por lá que não conhecia e que, apesar do nome, nada tem a ver com Portugal. É a Portugieser Villany , muito aromática e frutada um vinho simples e fácil de gostar por R$65,00 mata a curiosidade de forma agradável sem romper bolso de ninguém.  Afora esse, mas num patamar de preços bem mais acima, gostei muito do Kékfrankos Prestige, do Cabernet Franc Selection e do ótimo Kopar, todos bem mais caros.

SIMCIC Eslovênia – marcantemente especialista em vinhos brancos, gostei bastante do Sivit Pinot (Pinot Grigio) que por R$90 se encaixa no orçamento da maioria, mas achei demais mesmo o Rebula (uva autóctone) Opoka com longa passagem por madeira, o vinho! Pena que o preço também está nas alturas, mas coisa rara é assim mesmo.

Korta Katarina Croácia – Muito bom o Posip, uva autóctone, vinho branco diferente e sedutor. Preço é um complicômetro.

Alemanha: Um caso á parte de belos vinhos brancos e a Decanter tem uma das melhores “coleções” de vinhos desta região.

  • Horst Sauer  da região de Franken (das garrafas diferentes Bocksbeutel de formato arredondado) gostei demais do Eschemdorfer Silvaner Kabinett Trocken por R$132 e do Eschemdorfer Furstenberg Muller-Thurgau Kabinett Trocken por R4106,00. Parei por aqui, mas a escada sobe e se estes já são muito bons os vinhos mais top prometem!
  • Reichsrat Von Buhl da região de Pfalz me surpreendeu com seu delicioso espumante (Sekt) Rosé elaborado com 100% Pinot, o Spätburgender Sekt Rosé Brut por R$130,00.
  • Grans-Fassian do Mosel possui dois rótulos de brancos doces que encantam. O Riesling Spatlese Piesporter Goldtropchen por R$170,00 e o Riesling Auslese Trittenheimer Apotheke por R$240,00.

Chateau Lagrézette Cahors, França é o berço do Malbec, mas um Malbec diferente do que estamos habituados a tomar por aqui! O top Le Pigeonnier é fantástico, mas curti mesmo foi o mais simples deles, o Purple. O nome tem tudo a ver com a cor e não tem nada a ver com os Malbecs argentinos. Boa pedida por cera de R$65,00.

Altas Quintas Alentejo, Portugal. Seus vinhos tintos são clássicos na região, curto muito o Trincadeira que está em falta e o sempre confiável Altas Quintas Colheita, mas o que mais me tem chamado a atenção em seu portfolio é o ótimo branco Altas Quintas Colheita um blend de Verdelho com Arinto. Os vinhos brancos portugueses ficam cada vez melhores e essa é uma dica para você, navegue por eles, pois estão demais! Pena que os preços vêm aumentando com a fama e este está por R$127,00.

Domaine du Salvard Loire, França, mais um clássico que possui um muito bom e acessível (R$80) blend de Chardonnay com Sauvignon Blanc o Cheverny Le Vieux Clos, mas que tem no seu top branco, com o mesmo corte de uvas, o L’Heritiére um grande vinho com passagem de 15 meses em barrica, que certamente surpreenderá a maioria. De uma incrível cremosidade.

Elena Walch do Alto Adige Itália próximo á fronteira da Áustria é uma produtora de vinhos surpreendentes. Para quem gosta de vinhos diferenciados é uma taça cheia!  O Muller Thurgau só no inox, é puro frescor e boa fruta por R$91,00. O Lagrein, uva autóctone da região que me agrada bastante, vem em duas roupagens, o bom Lagrein Alto Adige por R$104,00 e o estupendo Lagrein Riserva Castel Ringberg Alto Adige um senhor e sedutor vinho por R$266,00.

Frans Haas, também do Alto Adige. Possui um muito bom Nanna Vigneto dele Dolomiti que é um complexo corte de Riesling, Chardonnay, Gewurztraminer e Sauvignon blanc, porém me seduziu mesmo o Pinot Grigio Kris dele Venezie por R$64,00.

Pio Cesare, Piemonte Itália. Seus vinhos já se tornaram clássicos da região. Seu Barbaresco e seus Barolos são reconhecidamente grandes vinhos, mas desde há muito que tenho uma queda especial por seu encantador Barbera d’Alba Fides que já comentei aqui no blog por diversas vezes. Preço, R$220,00.

      Para finalizar, meus dois TOP do evento que, não por acaso creio eu, são lusos! Fazer o quê, o sangue fala mais alto, rs, mas acho que consigo bem separar as coisas.

Cossart Gordon. Vinhos madeira de primeiro nível, R$265,00, mas seu Bual 15 anos (adoro os madeiras elaborados com esta uva) é excepcional um vinho de exceção, uma ótima pedida para finalizar uma refeição numa clara e estrelada noite de verão ao ar livre olhando o céu ou no inverno sentado ao lado da lareira acesa. Vinho, entre outros predicados, romântico!

Quinta dos Roques do sempre simpático e competente Luis Lourenço. Seu Dão Encruzado (uva branca autóctone da região) entra ano sai ano é sempre um destaque que merece ser conhecido e custa R$105,00. Seu Quinta dos Roques Dão é um achado por R$81,00, seu Quinta dos Roques Touriga é divino e cresce muito com pelo menos meia dúzia de anos nas costas, recomendo até um pouco mais, mas seu Quinta dos Roques Dão Garrafeira 2003 (só produzido em 2000, 2003 e agora 2008 – em fase de amadurecimento na adega) com uma produção que varia nas grandes safras, entre 2000 a 3000 garrafas é de cair o queixo! Pura elegância e complexidade, rico e encantador, sofisticado e fino como poucos. Daqueles vinhos, como costumo dizer, que deveriam vir á mesa de fraque e cartola! Uma maravilha engarrafada por R$250,00 e vale!!!

Coisas que Perdi e me Deixaram Tristes, sniff/sniff

         Nestes eventos sempre tem coisa que queremos ver mas que no calor do evento passamos batido e só nos tocamos depois. Aliás, vai aqui uma sugestão para os organizadores do evento, que tal enviar os catálogos para os compradores de convites e membros da imprensa, com pelo menos uma semana de antecedência? Facilitaria muito a vida de todos pois possibilitaria uma melhor programação da visita. Eu, por exemplo, já tenho no meu site os vinhos que serão degustados dia 14 de Julho (Sábado) em meu 1º Granja Viana Wine Fest que realizarei na Vino & Sapore. Enfim, estes me deixaram tristes, não deveria ter perdido!

  • Paul Mas (França) Arrogant Frog Tutti-frutti tinto e branco.
  • Quinta da Neve (Brasil) Cabernet/Sangiovese/Merlot
  • Vinícola Hermann (Brasil) Matiz Alvarinho
  • Munoz-Artero (Espanha) Finca Munoz Reserva de La Familia e Cepas Viejas de Castilla
  • Hiedler (Áustria) os Gruner Veltliner
  • Chateau de Tracy (França)  os Pouilly-fumée

      É isso meus amigos, mais um grande evento e algumas descobertas que quis compartilhar com vocês. Um ótimo fim de semana que ficará melhor ainda se você garantir desde já a presença no meu 1º Granja Viana Wine Fest, e nos vemos por aqui ou na Vino & Sapore onde sempre haverá uma garrafa aberta para tomarmos uma taça juntos. Salute, com o Quinta dos Roques Garrafeira, e kanimambo!