Confidencial tinto

Nem Todos os Dias São De Grandes Vinhos

Salvo você seja um felizardo com bolso recheado e grandes vinhos na adega, fico feliz por você, a maioria de nós abre grandes garrafas apenas em alguns poucos momentos que assim o peçam. Seja numa reunião de amigos “doentes” pelos caldos de baco, aquele momento de celebração, necessidade de se tratar bem depois de uma semana difícil, ou outras coisas do gênero, são nesses momentos que vamos atrás daquela garrafa guardada a sete chaves esperando o momento certo.
Fora isso, a maioria de nós busca satisfação com menos gasto só que aí é que mora o perigo porque, ao baixarmos o nível, corremos o risco de tomar vinhos não muito agradáveis, então garimpar nesse segmento é ainda mais necessário! Considerando-se os preços do vinho no Brasil, onde mais 60% é imposto, mais uma razão para garimpar muiiiito!!
Como a maioria dos amigos, também vivo do fruto de meu trabalho. A coisa anda difícil e meu chefe não me dá moleza mesmo, então procurar prazer a baixo custo, algo que sempre fiz, se tornou prática cada vez mais corriqueira em meu dia a dia. Hoje quero compartilhar com vocês um momento que vivi recentemente e que faz este garimpo valer muito a pena, desta feita revisitando um vinho que há muito não frequentava minha taça e que recém voltei a comprar.
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Este vinho me foi apresentado numa Master Class  de vinhos Portugueses proferida pelo Master of Wine Dirceu Vianna (único Master of Wine Brasileiro), nomeado pela Viniportugal para escolher 50 vinhos portugueses para o Brasil há uns três ou quatro anos atrás. Confidencial Tinto, foi minha escolha para acompanhar um singelo Arroz de Bacalhau e Brócoli.
Harmonização por simplicidade, um prato simples não carece de grandes vinhos que podem até não dar liga, aqui deu e muito!! Um daqueles vinhos que encantam ao primeiro gole e o produtor faz questão de não divulgar o blend que, dizem, tem cerca de sete a oito diferentes uvas, advindo da região Lisboa. Um vinho redondo, harmônico, médio corpo, rico, frutas silvestres, taninos maduros e suculentos, gostoso e fácil de agradar tanto os amigos de maior litragem quanto os iniciantes desbravadores do mundo de Baco. Preço entre R$50 a 55,00 o que me parece uma ótima relação Preço x  Qualidade x Prazer o verdadeiro PQP!! rs Daquelas garrafas que acabam rápido e pedem bis o que nem é muito complicado pelo preço.
Gente, bom fim de semana para todos e meu chefe aumentou meu objetivo de vendas para este final de ano, então quem estiver a fins de dar uma força pode passar lá pela Vino & Sapore e fazer suas compras de Natal tanto para uso próprio quanto para presentear, eu agradeço. Quem sabe o pão duro não me dá um bônus!! rs Kanimambo amigos e seguimos nos encontrando por aqui conforme for dando tempo, o trampo está bravo!

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Vinhos Abaixo de Quarenta Que Satisfazem

Díficil a tarefa de encontrar bons vinhos que satisfaçam tanto o palato como o bolso, especialmente abaixo das 40 pratas, mas os há por aí. Tem gente que não acredita, que tem preconceito para com vinhos mais em conta, porém num país de preços exorbitantes de tudo, há que se garimpar esses rótulos. Pessoalmente e não é de hoje, adoro pesquisar esses rótulos até porque sempre tive que pagar por meus vinhos e nem sempre a grana abundou. Estou sempre aberto a receber vinhos para prova nessa faixa de preços, porém é incrível como vem pouca coisa e desses, o tanto que rechaço!

Os vinhos chilenos nessa faixa não têm me agradado muito e mesmo os argentinos que conseguem fazer uns vinhos mais palatáveis estão perdendo para os vinhos Lusos e olha que existe aqui uma diferença alta de taxação, 27%, isso sem falar de custos de transporte! Para mim, a linha que separa o mediano do medíocre, indepentente de origem, é a traçada pelo preço de R$25,00 porém até aí existem exceções (sempre as há) mesmo que bem mais raras.

Portugal FixeJá me referi há um tempinho atrás, de que nessa faixa de preço não tem para ninguém, existe uma série maior de melhores vinhos portugueses nessa faixa de preço do que de qualquer outra origem e para todos os gostos; fruta madura, madeira, sem madeira, alto teor alcoólico, baixo, tintos, brancos, rosés e por aí vai. Hoje listo aqui três vinhos de três regiões diferentes que surpreendem os mais incautos e os esnobes de plantão. Tomados ás cegas, tradicionalmente transmitem uma percepção de valor bem maior, como se fossem vinhos entre os R$50 a 60,00 e desafio você a fazer esse teste. Para mim, uma seleção de bons vinhos para o dia-a-dia com preço para lá de convidativo e, muito mais que medianos, são muito bons vinhos nessa faixa mostrando uma qualidade acima da média.

Costumo dizer que os vinhos conversam com a gente, alguns mais que os outros, e estes já têm um papo bastante agradável, têm o que dizer e o dizem bem! Agora, só toma Carmenére, Cabernet Sauvignon e Malbec, bem nesse caso creio que está perdendo muiiiiito por não ousar e diversificar, mas respeito pois nem todos gostam de blends e esses são todos fruto de uma composição de uvas e muitas autóctones de Portugal. Como diz o ditado, o que seria do amarelo se todos só gostassem do vermelho?! Bem, eis os vinhos e minha rápida e sintetizada opinião sobre eles:

Vinhos lusos abaixo de 40 pratas

VilaFlor tinto – Produzido no Douro Superior pela Casa de Arrochela, é um vinho com blend típico da região; Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta Barroca com educados 13% de teor alcoólico, acidez bem equilibrada, ótimo meio de boca (bom de papo), rico, fruta e especiarias bem presentes, taninos aveludados com um final de boca de boa intensidade. O branco é outro achado que ganhou como o melhor branco abaixo de R$50 na Expovinis deste ano e já mencionei aqui.

Confidencial Tinto – Este vem da região Lisboa e conhecemos numa apresentação que o Master of Wine Dirceu Viana Jr., brasileiro que mora em Londres e é o único Master of Wines da língua portuguesa, fez numa máster Class sobre vinhos portugueses e da escolha de seus TOP 50 vinhos lusos para terras tupiniquins. Elaborada pela Casa Santos Lima, é um vinho elaborado com cerca de seis a oito castas não divulgadas. Bem frutado, médio corpo, rico, frutas silvestres, taninos maduros e suculentos, taninos finos com frutos do bosque, notas de baunilha, algum moka de final de boca, um verdadeiro achado que agrada fácil demonstrando perfeito equilíbrio com seus 13% de álcool muito bem integrados e médio corpo.

Monte Perniz – Chegamos ao Alentejo onde a modernidade se une à tradição o que se confirma neste blend de 40% Aragonez, 30% Syrah, 20% Alicante Bouschet e 10% Cabernet Sauvignon sem passagem por madeira. Um vinho mais leve, porém não ligeiro. Taninos mais suaves, fruta mais presente, mas sem aquela sobremadurês com que muitas vezes nos deparamos nos vinhos da região. Todo ele é mais fresco, macio e fácil de agradar. Para acompanhar a pizza de fim de semana ou pratos mais leves, um vinho que não nega a raça!

O bom de todos estes vinhos é que são uma ótima opção para eventos, jantares, casamentos e festas de fim de ano pois são baratos (normalmente se compram caixas), são saborosos e agradam fácil os convivas tanto os mais dedicados aos vinhos como os iniciantes. Tá na duvida do que comprar neste final de ano então viaje um pouco, vá de vinhos portugueses! Aqui estão apenas algumas boas dicas, mas o mercado tem muita coisa boa a ser provada então aventure-se um pouco.

Salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou melhor, vem comigo para uma experiência única em Mendoza!