Dicas da Semana

Uma semana com muitas dicas de compra recebidas de alguns amigos e parceiros, outros nem tanto, mas que em minha avaliação valem ser conferidas:

Enoteca Decanter – è hoje, é hoje, é hoje! Taste & Buy e algumas boas dicas do vasto portfólio desta importadora com destaque para rótulos Ibéricos.

Encontro Mistral 2010 – para muitos o mais importante evento de nossa vinosfera, mas sem duvida alguma está entre os principais programas para os aficionados pelo doce néctar.  Não em tamanho, mas certamente em qualidade é difícil bater este encontro que se realiza a cada dois anos. Como o número de ingressos é muito limitado, é essencial reservar com antecedência e dias 7, 8 e 9 de Junho estão aí, no dobrar da esquina. Não haverá venda de ingressos no local então ligue logo para (11) 3372.3400 e garanta já seu lugar. Mais informações no WWW.mistral.com.br/encontro.

 
 
Mais de 80 das maiores personalidades do mundo do vinho
  França – Champagne Ayala | Joseph Drouhin
Cos d’Estournel | Domaines Barons de Rothschild Château Tour de Mirambeau | Chapoutier / Daumas Gassac | Domaine Cazes / Château de Haute Serre | Dopff-au-Moulin | Delamain Château du Tariquet
  Itália – Masi | Cà del Bosco | Livio Felluga | Biondi Santi / Altesino | Costanti | Castello di Ama
Badia a Coltibuono | Poliziano | Avignonesi
Castello di Montepó | Castello del Terriccio
Le Macchiole | Tenuta di Trinoro
Tenuta di Capezzana | Luigi d’Alessandro
Paolo e Noemia D’Amico | Tasca d’Almerita
Tenuta delle Terre Nere | Passopisciaro | Nonino
  Portugal – Quinta do Carmo | Luis Pato | Campolargo
Quinta da Pellada | Quinta do Vale Meão | Symington Family Estates | Niepoort | Quinta do Pôpa | Quinta da Lagoalva | Blandy’s | Palácio do Buçaco
  Espanha – Pesquera | Martinez Bujanda | Bodegas Valdemar | Artadi | Marqués de Vargas | Paisajes y Viñedos | Julián Chivite | Artazu | Mas Doix | Clos Figueres | Jané Ventura | Tomàs Cusiné | Ànima Negra | El Sequé / Pazo de Señorans | Alión | Perez Páscuas | Finca Antigua
  Grécia – Gaía
  Alemanha – Dr. Bürklin-Wolf | Domdechant Werner
Robert Weil | Hans Wirsching
  Hungria – Tokaji Oremus
  Nova Zelândia – Felton Road
  Austrália – Penfolds | Coldstream Hills | Wynns
  África do Sul – Boekenhoutskloof | De Wetshof
  EUA – Paul Hobbs | Seghesio
  Argentina – Catena Zapata | Altos las Hormigas | Tikal
Bodegas Caro | Masi Tupungato
  Chile – Casa Lapostolle | Viña Carmen | Nativa Viñedos Orgánicos | Viña Montes | Viña Garcés Silva (Amayna)
  Uruguai – Pisano
  Brasil – Vallontano

 

Enoteca Fasano – ligue e fale com o Felipe Massa, não é o baixinho mas dá conta do recado. Gosto especialmente dos vinhos da Joffré e o Maycas Limari Chardonnay é especial.

Wine Dinner da Batassiolo no North Grill – bons vinhos na companhia da boa carne deste restaurante que prima por cortes divinos dignos de serem provados. Eu aprecio sobremaneira o Prime Rib deles, mas há outros. Sei que está meio em cima da hora, mas veja se ainda há vagas e aproveite este Wine Dinner para conhecer a casa e degustar esses bons vinhos.

Expand – grandes vinhos argentinos de alma européia! Rótulos de grande qualidade produzidos por europeus em terras hermanas. Eu sou gamado no Chacra 55 (ano bom esse!), mas o Barda cabe melhor no meu bolso, mesmo que só de forma esporádica. O GrandVin da Cuvelier los Andes, especialmente se for o 2006, é um dos meus vinhos argentinos preferidos. Enfim, podendo, é um prato cheio especialmente com as reduções de preços proporcionado pela importadora.

Kylix –  Last, but not least, como dizem os ingleses, o amigo Simon armando das suas e desta vez com alguns italianos maravilhosos e um jovem espanhol. Pessoalmente, me amarro muito no Il Brusciato!

 

          É isso meus amigos, havendo bolso há muita coisa legal nesta semana. Por aqui, tudo dando certo, ao longo da semana ainda terei o resultado do Desafio de Petit Verdot que pela primeira vez na história destes eventos teve um campeão por unanimidade,  comentarei os vinhos italianos trazidos pela Gam Affari – I Mori e Canneta – assim como falarei um pouco sobre algumas degustações de que tenho participado. Uma bela semana para todos, salute e kanimambo. Nos vemos por aqui.

Bodega Chacra – Pinots Surpreendentes!

                    Aos amigos amantes de bons Pinots fica uma pergunta, você conhece? Não, então não deixe de conhecer este que não é só o melhor Pinot Noir da Patagônia e sim, quiçá, da América do Sul. Vinhos de primeiro nível mundial com um estilo “borgonhês” de ser, deixando muitos deles enrubescidos, que tive o privilégio de tomar e que comento com vocês aqui abaixo. Em um encontro com almoço delicioso e muito bem harmonizado no Emiliano, a convite do novo importador e distribuidor da marca, Expand, provamos o Barda, o Chacra 55 e o Chacra 32. Antes de falar dos vinhos, no entanto, falemos de quem o produz. 

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       “Incisa della Rochetta” é um sobrenome de grande respeito em nossa vinosfera já que essa família é, nada mais nada menos, do que a “criadora” do ícone “Sassicaia”. Pois bem, é de Piero Incisa della Rochetta; um afortunado, criativo e apaixonado jovem que em 2004 decide comprar alguns vinhedos abandonados com vinhas datadas de 1932, a idéia de investir na “criação” de um vinho de terroir com manejo biodinâmico no longínquo Vale do Rio Negro na Patagônia. Os vinhos são elaborados artesanalmente, sem nenhum processo mecânico ou químico em seu processo de produção, com as uvas sendo colocadas inteiras, sem espremer, no barril de fermentação onde o próprio peso das uvas acaba fazendo esse trabalho. A fermentação é iniciada espontaneamente através de leveduras selvagens formando uma camada de dióxido de carbono que não é retirada nem empurrada para baixo. Uma vez que a fermentação alcoólica se completa, o vinho é transferido sem as cascas para pequenos barris de carvalho através de gravidade. Após a fermentação malolática em barril, em aproximadamente 6 meses, o vinho permanece intocável por um período de cerca de 12 meses, dependendo do vinho,  após o qual o vinho é engarrafado sem filtração. Resultado? Vinhos “single vineyard” de excepcional qualidade, extrema elegância, um verdadeiro retrato de um terroir muito especial e uma grande demonstração da globalização no mundo do vinho em que, um produtor italiano com um enólogo dinamarquês (Hans Vinding Diers) produzem vinho de cepa originariamente francesa na remota Patagônia Argentina.

 

Barda 07 – o “básico” da linha de somente três rótulos. Vinhedo chacras-barda1com 12.5 hectares de 15 anos de idade, produz hoje cerca de 20.000 garrafas. Um vinho sedutor que conquista já na cor, muito antes de chegar no nariz e boca. Cor rubi suave, translúcido com aquele jeitão de vinho da Borgonha, nariz delicado, frutado com suaves toques florais. A entrada de boca é cativante com fruta fresca, um frescor sutil, que mostrou ser característica de todos os vinhos, saboroso, taninos sedosos, redondo, média persistência, vibrante, suculento e extremamente agradável de tomar. Tinha 3 garrafas na adega que me foram oferecidas por um amigo argentino e esperava por uma maior guarda antes de abri-las. Depois desta degustação já só ficaram 2 e as outras não devem permanecer por mais tempo ali! O vinho está absolutamente pronto apesar de achar que pode melhorar com mais um tempo em garrafa.Só para efeitos de prova, “dever profissional” e para satisfazer minha curiosidade enófila, guardarei uma para tomar daqui a um ano. Preço na Expand, R$130,00.

Chacra Cincuenta y Cinco 07 – elaborado com uvas dos 5 hectareschacras-551 de vinhedos plantados em pé franco em 1955 (ano bom esse, rsrs) e uma produção total de apenas 9.255 garrafas. Talvez a melhor relação Qualidade x Preço x Satisfação dos três. Um degrau acima em todos os aspectos, tanto nariz como em boca, tendo se mostrado mais evoluído, pedindo tempo apesar de já estar muito apetecível. Aromas de fruta vermelha madura, talvez ameixa, com uma maior intensidade floral. Da taça para a boca, um mineral mais presente, bastante fresco e equilibrado, muito rico, de maior corpo sem negar seu estilo de elegância, boa textura com taninos aveludados, um final de boca bastante longo, fino e agradável que nos convida à próxima taça. Um belo vinho, com preço de R$180,00. 

 

chacras-32Chacra Treinta y Dos 07 – elaborado com aqueles primeiros vinhedos plantados em 1932 que eles veem recuperando aos poucos. São somente 2.2 hectares de vinhas e uma reduzida produção de apenas 7.445 garrafas por safra. Talvez o mais complexo de todos e, muito interessante, tivemos a oportunidade de provar de duas garrafas. A primeira aberta no almoço e a segunda aberta no final do dia anterior e guardada em garrafa somente com rolha sem vacu-vin. Pela ausência de produtos químicos, o vinho se mantém por muito mais tempo sem “ajudas” externas. São os mistérios, ou não, advindos de uma produção biodinâmica. Mostrou-se um vinho bem mais complexo de boa concentração aromática, muito harmônico, taninos finos de grande elegância, vinho de grande expressão que, caso fossem essas na minha adega, lá permaneceriam por mais uns dois anos antes de sorver de todo o seu esplendor. É um vinho de grande persistência e retrogosto algo especiado, ótima estrutura com bom volume de boca, mas sem perder a finesse, taninos firmes e sedosos mostrando que ainda terá alguns bons pares de anos pela frente. Acho o preço puxado, mesmo para um vinho desta qualidade, R$420,00

     

Nunca tinha provado Pinots desta categoria vindos da América do Sul e fiquei realmente impressionado, entendendo melhor o porquê dos preços, mesmo de um vinho produzido por estas bandas, ainda por cima por ser biodinâmico o que acarreta custos mais elevados de produção. Lição aprendida, “concentre-se no conteúdo não na origem ou no rótulo“! Difícil dizer qual o mais interessante; se o Treinta y Dos, de grande complexidade, mas de preço muito alto; se o Barda extremamente amistoso e sedutor ou se o Cincuenta y Cinco que me parece exatamente a otimização dos dois com um preço bastante interessante para o porte do vinho já que existem muito poucos Pinots no mercado, de qualidade similar, a esse preço. Qual comprar creio que seria uma opção baseado em um mix de; disponibilidade de caixa com ocasião e companhia adequada. Que Baco lhe ajude nesse processo que, acredite, não é fácil pois os vinhos são realmente estupendos, cada um a seu modo, e merecedores de sua escolha.

Salute e kanimambo.