Bassetti Sauvignon Blanc

Um Senhor Vinho, Bassetti Sauvignon Blanc

O Brasil é mais conhecido por seus espumantes e nos vinhos brancos tranquilos a chardonnay reina, já na serra catarinense e seus vinhos de altitude, a Sauvignon Blanc dá suas caras com maior assiduidade e diversidade com diversos estilos.

Pessoalmente, sou fã dos Sauvignon Blanc da Villaggio Bassetti que possuem características muito próprias. Seja pelo terroir como pela mão do produtor, a verdade é que os três Sauvignon Blanc deles são de tirar o chapéu. Tem o de “entrada” que abri hoje, tem o Donna Enny que é fermentado em madeira, uma verdadeira ousadia que deu muito certo, e o último a entrar para esse rol que é o Selvaggio D’Manny que é macerado com suas cascas e usa leveduras naturais, mas não é um laranja, um tremendo trio que faz com que a vinícola se destaque como um dos melhores produtores nacionais desta uva, se não o melhor, em minha humilde opinião logicamente. rs Controvérsias certamente haverão e isso faz parte, mas deixa eu falar deste vinho que tomei.

A safra 2020 já está disponível, mas hoje abri uma garrafa que estava em minha adega, safra 2017, quatro anos de vida. O vinho que, já por característica, não possui aquela acidez marcante e corpo leve, é um vinho que preza pelo equilíbrio, por um melhor volume de boca e maior complexidade que apenas aquela pegada unicamente cítrica com toques herbáceos de menor ou maior intendidade. Muito diferente do 2020, que possui esses predicados todos, este 2017 apresentou uma cor mais amarela mostrando sinais de sua idade, maior volume de boca, uma cremosidade incrível e notas de frutos amarelos como damasco e pêssego, notas de maracujá, acidez presente e equilibrada, complexo, algumas notas de evolução que não afetaram o todo, difícil de descrever mas um enorme prazer de o tomar e ainda tenho um na loja que acho que vou “roubar”. rs

Um Sauvignon Blanc que evoluiu muito bem, mas que virou um outro vinho e eu gostei dos dois. Pensando bem, legal seria abrir o 2020 junto com o 2017 e comparar, acho que vou colocar é numa confraria. Duas dicas, se tiverem oportunidade comprem de duas safras diferente, preferencialmente com dois ou três anos entre elas, para fazer essa comparação e avaliação e a outra dica é de harmonização sobre a qual não vou falar! rs Afinal a foto fala por si só!

É isso, kanimambo e cá vou postando, saúde!

Sauvignon Blanc de Classe

A primeira vez que me deparei com este vinho foi nos idos de 2014 numa Expovinis. Fuçava rótulos na época abaixo dos 50 Reais para uma degustação às cegas que elegeria os melhores brancos e tintos nessa faixa. Escolhi dois rótulos, um deles este, o Villaggio Bassetti Sauvignon Blanc 2016!

Sim é de Santa Catarina, São Joaquim para ser mais preciso e segue sendo um vinho que me encanta pelo simples fato de pouco parecer os Sauvignon Blanc a que estamos acostumados; menos intensidade de notas herbáceas, acidez mais balanceada e mais cremoso na boca. Este exemplar de 2016 que encerrou um encontro de amigos após dois tintos, veio mostrar aos amigos que as surpresas vínicas seguem ocorrendo mesmo para gente com avançada litragem. Até na cor ele é diferente, algo mais amarelo menos palha, estávamos diante de um dilema que comprova a máxima de que o enólogo frente ao vinho toma decisões e o enófilo frente a decisões toma o vinho, nós tomamos e nos deliciamos, teve até “alguém” que não é chegado na casta que teve que rever sua posição e tomou bem! rs

Este Sauvignon Blanc mostra-se mais untuoso e estruturado na boca, cremoso com acidez muito bem balanceada, frutos tropicais maduros se misturam a algumas notas cítricas, final de boca algo mineral que desponta mais quando a temperatura é menor (8º C), formando um conjunto de bastante complexidade em função de seu tempo sur lie. Um Sauvignon Blanc fora da curva que me seduz a cada vez que o tomo e na casa dos 85/90 Reais é uma opção para lá de honesta. O Guia Adega o apontou como o melhor desta casta no Brasil em 2018 assim como melhor branco nacional com 92 pontos e Jorge Lucki o apontou como o melhor branco nacional que provou em 2017 o que, comigo, já faz três referências de respeito! rs Brincadeiras á parte, um belo vinho para quem gosta de navegar por mares diferentes e que me deu um enorme prazer tomar.

Mais um branco, sei, mas fazer o quê? Ainda são os vinhos que mais me têm dado prazer de provar e beber, então sigo compartilhando com os amigos essas experiências. Tomar acompanhando o quê? Bem, os óbvios frutos do mar em geral mas desta feita eu adicionaria carnes brancas como peito de peru à Califórnia por exemplo. É isso, kanimambo pela visita, saúde e nos vemos por aí, quem sabe no Encontro Mistral semana que vem?