Aquitania Reserva Syrah

Um Belo Syrah Argentino

Para mostrar, por mais uma vez, que nem só de Malbec vive a Argentina e quem for hoje na ATE, vai sacar isso ao vivo e na taça. Os melhores syrahs argentinos costumam vir de San Juan, porém de Mendoza encontramos algumas preciosidades também, como este Arriero Syrah Reserva 2007, Hacienda del Plata, apenas 4600 garrafas produzidas e o vinhedo não mais existe então, quem 2015 - Set - Arriero Syrah reservetomou, tomou quem não tomou não tomará mais a não ser que tenha guardado! rs Este fez parte de minha primeira seleção na Confraria Frutos do Garimpo, conheça um pouco mais dessa pepita garimpada.

A vinha data de 1993 e a colheita foi manual, a seleção das uvas já começa nesta etapa onde são verificadas a saúde e maturidade de cada fruto. Após a fermentação alcoólica realizada em tanques de aço inox por 21 dias, o vinho é colocado em barricas de carvalho francês e americano por 9 meses onde permanece em temperatura controlada entre 9º e 14º C. O vinho é então engarrafado e envelhecido por mais 8 meses antes de ser comercializado.

Já o conhecia de outros carnavais, e voltou a me seduzir. Apresentou um nariz de boa tipicidade, fruta algo caramelada, bom corpo, entrada de boca firme que arredonda no meio de boca e termina aveludado, madeira bem colocada, especiado, com final de média para boa persistência. Mostrou estar bem balanceado, apesar de seu alto teor de álcool em torno de 14.5º que refletiu num final de boca um pouco quente que não chega a incomodar e um tempo de Decanter faz o ajuste final. Um vinho muito saboroso, mostrando que a Argentina também possui bons exemplares de Syrah, que deve fazer um belo contraponto a pratos de boa estrutura como ragu de rabada sobre cama de polenta, boeuf bourguignon, um bife de chorizo com uma boa dose de gordura, quem sabe um steak a poivre?

Um vinho ainda muito vivo, porém já mais comportado e integrado que deve ainda evoluir por mais um par de anos, mas no ponto desde já! Por hoje é isso, amanhã detalhes e preços de minha viagem à Serra Catarinense e seus Vinhos de Altitude, ficou da hora essa viagem de dia 28 de Outubro a 2 de Novembro. Kanimambo, salud e nos vemos por aí, nos caminhos de nossa vinosfera.

Garimpando Vinhos Sul Americanos na Zahil

           Recentemente estive num evento em que a Zahil apresentou seu portfolio de vinhos Sul Americanos. Entre seus principais produtores, gente renomada como os chilenos Casa Marin, Clos Quebrada de Macul e Vina Aquitania assim como os argentinos Rutini e Salentein porém havia coisa nova e outros produtores menos conhecidos. Fui para buscar aqueles rótulos que conseguissem reunir as melhores relações entre Qualidade x Preço x Prazer assim como revisitar alguns já clássicos e degustar alguns rótulos altamente midiáticos mas que, no entanto, ainda não tinham passado por minha taça. Dentro o que consegui provar, alguns se destacaram acima dos outros e são estes que gostaria de compartilhar com vocês. Para aumentar o mapa clique nele ou acesse direto a Wine Folly que tem coisas geniais afora este mapa!

Wine Folly South America Wine Map

Callia (Argentina)- pertencentente ao grupo Salentein, este produtor chegou à Zahil faz pouco tempo depois de alguns anos nas mãos de outra importadora. Prima pela ótima relação custo x beneficio e gosto de destacar o Syrah/Bonarda que na faixa dos R$30/32 é quase que imbatível. Apresentou também um espumante Brut elaborado com Chardonnay/Pinot Grigio meio a meio que mesmo lhe faltando um pouco de acidez, será páreo para os espumantes nacionais na faixa das 45 pratas.

Don Abel – brasileiro também recém chegado ao portfolio da importadora tinha alguns de seus rótulos disponíveis, entre eles o ícone Rota 324 de 2005, mas o que brilhou, para mim, foi seu muito bom Gran Reserva 2005 sem passagem por madeira e engarrafado em 2007, um belo vinho corte de Merlot com Cabernet Sauvignon que recomendo conhecer e, com todas as minhas criticas à precificação dos vinhos nacionais, vale bem os pouco mais de R$50 cobrados.

Bodegas Salentein (Argentina) – um produtor que tem como marca vinhos de grande estrutura e alto teor alcoólico, traz uma nova linha de produtos, Kilka, que busca um pouco mais de fruta . Melhores, na minha opinião, a gama intermediária dos Salentein Reserva Pinot Noir e o Chardonnay, muito bons e com um preço bem condizente com a qualidade entregue, na casa dos R$78. Já na linha topo de gama; o Numina Gran Corte é um senhor vinho, complexo, denso e estruturado mas muito rico e elegante que vale, dentro de nossa realidade tupiniquin, os R$130 que pedem por ele.Uma pena que não trazem mais o espumante Portillo, era muito bom!

Flecha de Los Andes (Argentina) – Seu Gran Malbec e Gran Corte são dois potentes  e complexos vinhos que precisam de tempo para se mostrar, mas o Punta de Flechas Malbec é um gama de entrada na faixa dos cinquenta e oito Reais que tem poucos desafiantes que lhe façam frente no mercado.

Vina Aquitania (Chile)– Fazia tempo que queria conhecer os  vinhos deste produtor, especialmente o famoso e super conceituado Sol de Sol Chardonnay, um vinho cultuado como um dos melhores brancos do Chile,( preço acompanha já que custa por volta dos R$150) mas nunca tinha tido a oportunidade. Realmente é um senhor Chardonnay, muito fresco e equilibrado com a madeira muito bem colocada dando apoio sem nunca se sobrepor á fruta, realmente muito especial. O Sol de Sol Pinot também é muito bom, assim como o Lazuli Cabernet Sauvignon especialmente o 2005, mas o grande destaque para mim foi seu Aquitania Reserva Syrah com muita tipicidade e um preço bacana para o que entrega, em torno de R$60.

Bodegas  Carrau (Uruguai) – sempre consistente os Reservas Pinot e o Tannat na casa dos R$45,00 valem bem a pena para quem não conhece os vinhos desse país sedutor.

Volcanoes of Chile – o grupo busca vinhedos com solos vulcânicos, o que não é lá muito raro num país com mais de 2000 vulcões, em todo o país para produzir seus vinhos. Aprecio muito seu Tectonia Pinot Noir e o Parinacota, um corte de carignan e syrah, dois belos vinhos que variam entre os R$100 a 130,00. O Parinacota é bem marcante em função do criativo corte de uvas, tendo a oportunidade, não deixem passar.

        Enfim, esses foram os que consegui provar e mais me chamaram a atenção sem mencionar as estrelas como o Antologia XXVIII 2009 (Rutini),  Miramar Syrah 2010 e Lo Abarca Pinot afora o  Laurel Sauvignon Blanc ( todos Casa Marin) que pertencem a outra liga!

       Salute, kanimambo e no próximo post falarei dos incríveis vinhos apresentados no TOP 50 dos vinhos portugueses para o Brasil que, como já disse, foi show de bola!