Nem Todo o Vinho Argentino é Igual!

         Para quem adora sistematizar e generalizar as coisas do vinho, eis aqui mais uma oportunidade de descobrir o porquê dessa prática não ser viável em nossa vinosfera. Rutini,  um produtor com uma grande diversidade de rótulos com uma vasta gama de produtos para todos os níveis e bolsos e um dos principais produtores argentinos, trazida ao Brasil pela Zahil. A linha dos Trumpeter talvez seja a mais conhecida, gosto muito do Syrah/Malbec e do Reserva, e daí subimos uma longa escada. Dessa vasta linha de produtos, a Zahil nos convidou a provar sete exemplares com maior ênfase nos Cabernets e me surpreendi.

         Começamos pelo Chardonnay que é um vinho que sempre me agrada pois, dentro do estilo mais amadeirado, é um vinho equilibrado, sem exageros e sempre traz um frescor de final de boca muito saboroso, não negou o que já conhecia dele e que já me acostumei a recomendar como um dos vinhos desta cepa elaborados na Argentina.

Todos vinhos muito bem feitos, me surpreendi com o grande equilibrio do saboroso Cabernet/Merlot que, em minha opinião se mostrou melhor que o já tradicional e amplamente conhecido Cabernet/Malbec, porém dois rótulos me chamaram a atenção e foram o destaque entre os que nos apresentaram:

      Rutini Cabernet – num estilo diferenciado mais para velho mundo do que novo mundo, puxando para a delicadeza e elegância, rico mas sem excessos com tudo no lugar. Bem aromático, nos convida a levar a taça à boca onde ele nos seduz. Rico, complexo, boa estrutura, taninos finos, com um final longo fazia tempo que não provava um cabernet deste naipe vindo da terra dos Hermanos. Muito bom e custa ao redor dos 135 Reais.

     Antologia – fazia muito tempo que queria provar este vinho, mas nunca tive a oportunidade que finalmente se fez presente. Valeu a pena esperar, um grande vinho na taça e pena que era só uma prova, pois a vontade era me apoderar da garrafa! Que beleza meus amigos, um senhor vinho que consegue unir potência, sem exageros, com elegância. Um vinho repleto de finesse, dos aromas complexos e bem integrados a uma sensação de prazer na boca que me entusiasmou. Um prova que derruba preconceitos de que argentino só faz vinhos potentes e excessivos em tudo, inclusive no álcool. Há de tudo por lá como em qualquer outro importante país produtor e este  vinho deixa isso muito claro. Este deveria vir á mesa de fraque e cartola!

Bons vinhos que valem ser conferidos pelos amigos. Salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui.