Alvarinho Pouco Comum

Encontro com o Alvarinho Pouco Comum e …..

CAM02030Domingo a dois, o que não é muito comum, e o cozinheiro de Domingo lá se meteu a mestre cuca. Como já disse por diversas vezes, me esforço mas sou limitado me falta conhecimento e o talento, no entanto algumas coisa invento e desta vez precisava bolar algo, para variar, porém fácil e dentro de minha limitada capacidade. Trouxe um Alvarinho Pouco Comum, gosto deste vinho e de seu custo, e apesar de poder harmonizar com um monte de pratos, de costelinha na brasa a feijoada, fui mesmo foi no tradicional!

Trouxe da loja um novo produto da Marithimus, peixe e frutos do mar de Santa Catarina, um bacalhau no azeite com azeitona pois já pensei na entrada e deu muito certo, simples bruschettas de bacalhau. Eis a receita para os amigos, fácil e rápido!Marithimus Bacalhoada
Pão italiano, põe no forno para dar uma tostada, tira e esfrega nele (bem delicado para não ficar forte) um dente de alho. Tomate fresco descascado e cortados em pequenos pedaços, um frasquinho de 100grs de Bacalhau Marithimus. Depois da esfregadinha do alho, jogar sobre as fatias de pão, um pouco do azeite do bacalhau e volta para o forno para dar mais uma tostadinha. Retira, coloca o tomate e o bacalhau voltando para o forno para terminar. Não deu 15 minutos para fazer tudo isso e eu fiz tudo no forno elétrico.

CAM02033Enquanto isso, tinha um filé de corvina me aguardando marinando por cerca de uma hora com um pouco de sal, pimenta do reino, um pouquinho de limão e um leve toque de vinho branco. Preparei um refogado de cebola (1/2), alho (1/2 dente grande), dois tomates frescos sem casca cortadinho (parte usei na bruschetta) e azeitona preta portuguesa picada, gosto da Maçarico que é mais saborosa, mas qualquer uma dá. Coloque um fio de azeite na frigideira e dê uma selada no peixe, reserve numa forma. Enquanto isso ligue o forno prepare o refogado. Refogado pronto, coloque em cima do peixe e leve ao forno por cerca de 15 minutos e tá pronto. Sirva com arroz branco, adoro minha panela japonesa que faz tudo solo!

Bruschettas de bacalhau, peixinho no forno, minha loira (rs) e uma garrafa de Alvarinho, nada mau para um Domingo preguiçoso sem computador! Ah, o Alvarinho Pouco Comum, é o nome mesmo, é um dos bons Alvarinhos disponíveis no mercado com preço mais em conta, em torno dos 70/75 reais, e vale muito a pena. O nome Pouco Comum não sei de onde veio não, mas a meu ver ele possui uma acidez mais moderada e maior corpo que a maioria, com bom volume de boca sem perder a tipicidade da casa, então pode ser daí. O produtor é a Quinta da Lixa o que já é, por si só, uma boa indicação de qualidade e eu gosto, não é um Soalheiro, mas é justo e cumpridor! rs

Tá aí gente, dá para qualquer um se divertir e até fazer bonito com quem interessa, basta boa vontade porque o resto é facim, facim! Ah, bagunçou tem que limpar né, essa é a parte mais chata da cozinha, ou não? Kanimambo e no próximo post falarei um pouco da surpreendente Decero e a incrível O. Fournier em Mendoza, um grande Domingo passado lá em Mendoza com os amigos que me acompanharam na viagem de Abril.

Três Brancos na minha Taça

O calorzão mais forte já se foi, mas os brancos seguem fazendo bonito na minha taça. Aliás, temos que parar com esse dogma de só tomarmos brancos no verão, nada a ver! Enfim, andei provando e tomando alguns brancos tanto nas confrarias que administro como nas degustações que promovo e ainda para escolher alguns novos rótulos para colocar na Vino & Sapore. Três desses bons vinhos provados compartilho agora com vocês, mas há outros ainda sobre os quais falarei mais tarde.
CAM01535Territorio Torrontés – de Salta, de onde vêm os melhores, exceção feita ao Benmarco de Susana Balbo, e de um produtor que consegue, como poucos, unir qualidade a bom preço. É da bodega Amalaya (Hess group) e não nega a raça, gostoso com bom preço. Nariz sutil, há controvérsias (rs), sem aquela intensidade típica de outros exemplares elaborados com esta uva, em que aparece um leve floral e frutos cítricos em especial a grape fruit. Na boca o frescor é vibrante, lima, um vinho muito saboroso que deve andar, os preços estão mudando, na casa dos R$45 a 48,00. Bom vinho na faixa de preço indicada, mas algo ligeiro na boca, para tomar a garrafa e eu o faria com comida japonesa.CAM01539

Ferreri Catarrato Terre Siciliane – a maioria nem sabe que esse é nome da uva, mas é. De origem siciliana, esta uva produz vinhos bastante interessantes e gostei bastante deste exemplar. Nariz sedutor, frutos tropicais, porém me veio algo de nectarina que me chamou a atenção. Na boca é fresco, seco, textura gostosa que pede a próxima taça e cativa, uma grande companhia para frutos do mar. Na casa do R$58,00, me parece bastante honesto para o prazer que produz, mas sempre podia ser algo mais barato se os governos ajudassem só um pouquinho, né?!

CAM01569Alvarinho Pouco Comum – eu falar de Alvarinho é algo um pouco, digamos, suspeito pois todos sabem o quanto eu gosto dela especialmente os de Portugal e do Minho, mas não só! O produtor é renomado, Quinta da Lixa, e o vinho mostra um meio de boca diferenciado mostrando uma personalidade própria. O nariz mostra boa tipicidade com notas limonadas, porém sua textura, volume de meio de boca, teor alcoólico algo mais alto (12,5%) e uma acidez mais equilibrada fazem a diferença e mostram porquê, talvez, tenham lhe dado esse nome. Não sou dos que recomendam Vinho Verde com bacalhau, mas com este eu iria numa boa especialmente de fosse um Bacalhau á Brás ou à Gomes de Sá, mas desta feita se deu muito bem com uma gorda tainha recheada com pirão! Na casa dos R$70,00 mais ou menos cinco, eis aqui um belo exemplar de Alvarinho a provar, eu gostei e acho que tem uma leve passagem por madeira, mas não consegui dados para corroborar essa afirmação.

Bem, por hoje é só. Cheers, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou, quem sabem, numa de minhas viagens com a W.F.T.E (Wine & Food Travel Experience). Em Abril tem mais uma, feriado de Tiradentes, aguarde semana que vem maiores informações.