Roberto, Um Senhor Sangiovese!

E mais,é brasileiro! Hoje tenho o prazer de compartilhar com os amigos uma experiência que me deixou entusiasmado em 2016, uma das gratas surpresas do ano, e quando fico entusiasmado não consigo me segurar e o texto sai fácil então aguentem! rs Vos apresento o Roberto Sangiovese da Villaggio Bassetti

Tudo começou no carnaval do ano passado quando tive a oportunidade e o privilégio de liderar um grupo de amantes do vinho numa viagem de desbravamento pelos vinhos e produtores da serra catarinense, os nossos verdadeiros Vinhos de Altitude. Uma enorme surpresa para a maioria.

Conheci a Villaggio Bassetti há cerca de três anos atrás numa edição da Expovinis tendo me encantado por alguns de seus vinhos, nascia ali uma admiração pelo trabalho que esta família vinha desenvolvendo em São Joaquim, a 1300 metros de altitude. De lá para cá venho acompanhando seu progresso que culminou este ano com um monte de prêmios e top por categoria elegido no guia de vinhos brasileiros da Revista Adega recém lançado no ano passado. Melhor Pinot, Melhor Rosé, Melhor Sauvignon Blanc, Melhor …. enfim os prêmios e altas pontuações vieram aos montes!

Na visita realizada em Fevereiro, tínhamos uma programação montada já com os rótulos que iríamos provar (sempre negocio isso previamente), porém na visita ás instalações descobri um pallet de vinho sem rótulo só com uma etiqueta Sangiovese. O José Eduardo foi duro na queda, mas acabou capitulando a meus insistentes pleitos e uma garrafa dessas acabou encontrando seu lugar em nossas taças. A turma pirou!! Queriam por que queriam comprar algumas garrafas, mas a todos o pedido foi negado. Não estava pronto, não tinha etiqueta, a busca da perfeição!

A Sangiovese é uma uva que varia muito em função do terroir em que foi cultivada dando origem a vinhos de estilos e personalidades diferentes. Alguns vinhos são mais leves e fáceis de beber como os vinhos de Chianti, outros mais encorpados como os de Scansano ou Brunello. A fruta abundante, notas herbáceas e um toque de especiarias costumam ser a expressão mais comumente encontrada na maioria. A conceituada Jancis Robinson, define os vinhos elaboradas com ela como; “comer amoras e framboesas na floresta”.

roberto-sangiovese-bPara mim, este Roberto está algo no meio, médio corpo para encorpado, e tanto no olfato quanto na boca, mostra bem as características da casta, possui um DNA toscano sem qualquer sombra de duvidas e, certamente, ás cegas passaria a perna na maioria dos provadores que conheço e olha que conheço muita gente boa e experiente por aí! Vinho de boa intensidade onde a fruta se sobrepõe, equilibrado, novo, ainda com muito a evoluir, ótimo volume de boca, rico, boa textura, taninos finos, de deixar muito vinho renomado italiano de quatro! Uma pena que a ganancia, pecado grave, me deixou tão somente com uma garrafa em minha adega particular, gostaria de ter ficado com mais para acompanhar a evolução, mas fazer o quê, a crise tá brava!! rs

Na safra de 2013, já esgotadas suas 300 garrafas, o vinho passou 25 meses em barricas francesas novas de 225 litros mais uns 4 meses em garrafa. A safra de 2014 foi engarrafada recentemente e passou os mesmos 25 meses em barrica francesa nova, só que desta vez em barricas de 400 litros para reduzir o impacto da madeira sobre o vinho, que já não achei assim tão preponderante no de 2013. Gamei no vinho, mas o José Eduardo me disse que a safra foi difícil, então só posso imaginar e esperar ansioso o que nos trará o 2014 (safra bem superior) que está por chegar daqui a alguns meses. Eu já reservei minha cota de garrafas!! rs Fiz uma curta entrevista com o José Eduardo Bassetti, o capo deste projeto, que compartilho aqui com os amigos:

JFC – Porquê da Sangiovese e quando foi plantada?

JEB – Em 2009 plantamos 5.000 mudas de Sangiovese, originárias da VCR produtora de mudas na Itália. Acreditamos que as características desta variedade, com média precocidade, boa produtividade e acidez típica dariam bons resultados na altitude da Serra Catarinense.

JFC – Qual o tipo de solo plantado.

JEB – Este vinhedo foi implantado em encostas do lado leste com alinhamento Norte com excelente exposição solar. Solo de origem basáltica, argiloso e com boa drenagem.

JFC – Ficha técnica e processo de vinificação

JEB – Solos argilosos com alta declividade, baixo pH, exposição solar Norte, invernos rigorosos e verões amenos e secos. Altitude do vinhedo: 1301 msnmm. Colheita seletiva, desengaçe, seleção de bagas manualmente, fermentação alcoólica e malolática em barricas de carvalho francês com permanência de 25 meses, estabilização natural e engarrafamento.

JFC – Qual o futuro desta casta na Villaggio Bassetti e na serra catarinense?

JEB – Pelos primeiros resultados ficamos com muita vontade de plantar mais umas 10.000 mudas mas, como com vinho cautela sempre é bom, vamos aguardar mais um pouco. Em minha opinião, acertando clone, porta-enxerto e sistema de condução pode vir a ser umas uvas de melhor expressão em nossa região.

JFC – Quem lhe dá consultoria enólogica?

JEB – Desde 2007 o Anderson de Césaro é nosso Enólogo com exclusividade e desde 2012 o Joelmir Grassi, também Enólogo, trabalha na condução dos vinhedos e na operação da Vinícola.

JFC – Que outras castas ainda são experimentais na vinícola?

JEB – A partir do próximo ano teremos também a variedade Syrah para elaborar nossos vinhos. Será a primeira e pequena safra desta uva. Temos para lançamento em breve nosso primeiro Sauvignon Blanc de fermentação natural, com cascas e estágio em barrica.

JFC – Qual a produção atual (geral) e capacidade futura instalada em número de garrafas.

JEB – Como temos ainda vinhedos bastante jovens, alguns ainda produzem muito pouco, o que nos permitirá produzir na próxima safra cerca de 30.000 garrafas entre todos nossos vinhos, mas a capacidade futura está prevista para 50.000 com a presente estrutura, porém de vinhedos (produção de uva) poderemos vir a duplicar isso num terceiro estágio.

Bem amigos, foi longo mas o vinho, a vinícola e o José Eduardo merecem esta atenção e os amigos que tiveram a oportunidade de tomar este vinho certamente poderão comentar se estou exagerando ou se é vero! Aliás Santa Catarina foi a região que mais surpresas de qualidade me presenteou este ano que passou. Muito jovem ainda, cerca de 16/17 anos tão somente, pequena produção, mas já nos trazendo vinhos de muita qualidade e onde, acredito e me cobrem daqui a alguns anos, está o futuro dos grandes vinhos brasileiros junto com a Campanha Gaúcha. Saúde, kanimambo pela visita e tenham todos um grande Ano de 2017!

 

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Os Vinhos de Santa Catarina

Logo Vinho-de-Altitude-600x423Semana passada foi tempo de descobrir o que de novo anda brotando das fontes de Baco originárias na Serra Catarinense. Há tempos que venho cultuando esta nova fronteira vitivinícola brasileira de pouco mais de quinze anos de vida e após esta última semana com mais de 600kms rodados de Floripa a Caçador (só vinho, porque até voltar por Curitiba passou dos 1.000) conhecendo e revendo vinhos de altitude com um perfil diferenciado do que mais se faz por terras brasilis devido a um terroir bem diferenciado. A confirmação de que os vinhos bons abundam por aqui e cada vinícola apresentou pelo menos um destaque que marcou, mas a seleção apresentada (foram cerca de 52 rótulos) mostrou ser de primeira com a qualidade mostrando ser uma característica que os une a todos. .

Ao longos das próximas semanas darei algumas dicas, comentarei alguns vinhos e mostrarei em vídeos um pouco do que vivemos em mais esta viagem de descobrimentos desbravando uma região ás vezes de difícil acesso, mas que ao chegar nos destinos nos deparamos com exuberantes paisagens, bons vinhos e atendimento impecável!

Por hoje, só uma curta lista do que eu considerei destaque em cada uma das vinícolas visitadas, sendo que em muitas delas a escolha foi feita na moedinha pois qualquer um dos rótulos provados poderia estar aqui. Não são necessariamente os melhores vinhos de cada produtor, mas sim aqueles que mais me marcaram, seja por; preço,uva, qualidade,inusitado, o conjunto da obra, …

Quinta da Neve – Cabernet Sauvignon (“cumplidor”, constante, ótima relação Qualidade x Preço)

Quinta Santa Maria – Passionado (inusitado)

Vila Francioni – Comendador (Surpresa do Tio Vilson – Casa do Vinho)

Monte Agudo – Rosé Brut (vibrante, sabor de festa)

Villaggio Basseti – Sangiovese (UAU! ainda por etiquetar e reduzidíssima produção)

Sto Emilio – Leopoldo (classico Cab. Sauvignon/Merlot da região que impõe respeito)

Hiragami (na Casa do Vinho) – Tori (surpreendente Cabernet Sauvignon do mais alto vinhedo brasileiro a 1427m)

Abreu Garcia – Sauvignon Blanc (marcante em sua sutileza)

Kranz – Sucos naturais (bons vinhos, mas os uaus na mesa vieram mesmo foi de outras plantações! rs).

Villaggio Grando – Marila (ainda por finalizar e rotular, um “Jurançon” doce de tirar o chapéu! Uvas Petit e Gros Manseng)

Bem, por hoje é só e em breve destrincharei as visitas, inclusive de outros mares como a cerveja da Bierbaum e os queijos da Queijo com Sotaque. Cansativa, mudanças já definidas para tornar uma próxima viagem menos exaustiva, porém de grandes descobertas e diversas constatações sendo que a principal delas é de que existe sim vida vitivinícola no Brasil além das fronteiras gaúchas e com muita qualidade!

Kanimambo especial hoje a todos os que me acompanharam nessa viagem, saúde e seguimos nos encontrando por aqui ou pelos mais diversos caminhos de nossa vinosfera.

Vem à Serra Catarinense Comigo?

Amigos, seguimos na busca por enófilos com sede de conhecimento e, porquê não, bons vinhos! Dia 28 de Outubro zarparemos com destino a Florianópolis onde nossa odisseia se inicia numa viagem de descobrimentos hedonística juntando paisagens deslumbrantes com boa comida, cultura e vinhos surpreendentes. Sabe que também temos nossos vinhos de altitude com vinícolas localizadas a mais de 1300 metros de altitude o que é acima dos vinhedos de Mendoza na Argentina?

Terroir diferente gera vinhos diferentes mesmo que com as mesmas uvas e isso fica claro nos vinhos de grande elegância produzidos nesta região. Quero compartilhar com você essa experiência numa viagem onde visitaremos seis vinícolas, conheceremos os vinhos de mais duas em jantares exclusivos e numa degustação especial seremos apresentados os vinhos de mais três! Acompanharei os amigos pessoalmente durante seis dias, cinco noites, 1000 kms rodados em micro ônibus exclusivo fretado com ar condicionado, banheiro e bar abordo. Veja aqui abaixo o roteiro e ligue logo para o Murilo da Mais Viagens que é meu novo parceiro nestas viagens e quem estará encarregado da venda e gestão de toda a parte operacional da viagem, porém se tiverem alguma dificuldade ou dúvida que precisem de mim é só gritar! rs Contatos do Murilo Cassador; Tel. (11) 3255-5681/(11) 97113-1188/(11) 9475-1334 ou por E-mail: contato@maisviagens.net.br. Voos podem ser ajustados e amigos vindos de qualquer lugar do Brasil e do mundo são bem vindos, o Murilo certamente cuidará de encontrar a melhor forma de o incluir nesta jornada.

mapa da rota

Saída dia 28 de Outubro cedo de Congonhas (SP) para Florianópolis onde passaremos uma lindo dia livre e algumas sugestões de passeios como no mercado municipal e na Lagoa da Conceição. À noite seremos recebidos pelo presidente da ACAVITIS (Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude) Sr. Acari Amorim na Vinho e Arte Amorim onde jantaremos e receberemos informações sobre os projetos da ACAVITIS e os Vinhos de Altitude de Santa Catarina. Na oportunidade teremos nosso primeiro contato com os vinhos da região pois o jantar será harmonizado com os vinhos da Quinta da Neve. Quem não puder ir cedo e preferir chegar lá no final da tarde para nos encontrar para o jantar ou estiver em outra cidade que não São Paulo, o Murilo poderá ajudar a solucionar isso, liguem para ele.

Dia 29 de Outubro – Check out ás 8:00 para que possamos nos dirigir a São Joaquim Estrada do Rio do rastroatravés da primeira emoção do dia, subir a Serra do Rio do Rastro onde o almoço será livre no restaurante Mensageiro da Montanha no mirante da Serra. Depois, um pequeno passeio pela paisagem da região e chegada a São Joaquim no final da tarde. Às 20 horas, saímos do hotel para o restaurante Cristal de Gelo onde jantaremos acompanhado do enólogo da Quinta de Santa Maria que nos falará de seus vinhos, novidades e harmonizará os pratos.

Dia 30 de Outubro – Saímos ás 9:30 com destino à Villa Francioni nossa primeira VF Casaparada do dia. A vinícola é ícone na região e eu sou especialmente fã do VF que surpreendeu a todos numa degustação ás cegas com vinhos de Bordeaux (link), mas há muito mais. Um dos pioneiros e ícone da região, é uma visita obrigatória para quem por lá passa. Seremos recebidos pelo enólogo da casa, conheceremos o projeto e provaremos alguns de seus bons vinhos.
Vinícola Monte Agudo – conheceremos a vinícola e Monte agudo rest 1degustaremos os vinhos enquanto almoçamos em seu lindo restaurante onde seremos recebidos como merecemos (rs)! Este produtor iremos explorar juntos pois não conheço seus vinhos, ainda, porém as criticas são muito boas e de gente que respeito.
villaggio-bassetti 1Após o almoço, visitaremos a Villaggio Bassetti que me surpreendeu muitíssimo na Expovinis de 2014, em especial seu Sauvignon Blanc. Seremos recebidos pelo proprietário ou o enólogo da casa, caso ele não esteja, que nos levará a conhecer os vinhedos e provaremos seus vinhos. Retornamos ao hotel no final o dia e jantar livre

Dia 31 de Outubro – Check out às 9:30 pois ás dez precisaremos estar na Casa do Casa-do-Vinho DegustaçãoVinho do Sr. Vilson onde faremos uma prova de alguns vinhos especiais que escolhemos em conjunto. Entre duas preciosidade esgotadas no mercado, faremos uma visita aos vinhos da Pericó, Santo Emilio e Hiragami. Especializado em vinhos da região, possui uma incrível infraestrutura para receber grupos do porte do nosso e ainda tem preços (para quem quiser se esbaldar) imbatíveis!

Abreu CasaSaída para Treze Tilías (Dreizehnlinden), uma vila Austríaca encrustada na serra, ás 11:30 porém teremos uma parada em Campo Belo do Sul para conhecer, almoçar e provar os vinhos da Vinícola Abreu Garcia que conhecerei junto com todos, porém amigos foram unânimes em recomendar, não perca! Não perderemos!

Chegada em Treze Tilías no inicio da noite com check in no hotel. Jantar no hotel (incluso) ou saída para jantar (livre) no restaurante da Cervejaria Bierbaum, uma parada estratégica no vinho! rs

Dia 1 de Novenbro visita à Vinícola Kranz às 10 horas, com degustação e algunsKranz acepipes. Numa feira de vinhos brasileiros na Fecomercio, conheci seus vinhos e me surpreendi com, especialmente, um rosé muito diferenciado e complexo, mas tem mais!
Passeio e almoço livres e à noite jantar no hotel com show Tirolês. Jantar e show inclusos no preço do tour exceto por bebidas.

VG LagoDia 2 de Novembro, saída ás 9:00 com destino a Caçador e à belíssima Villaggio Grando, um dos principais players dos vinhos de altitude. Um portfolio de vinhos com muita diversidade e muita pesquisa. Visita, provas e um bate-papo com tira gosto para nos prepararmos para a viagem a Navegantes de onde embarcaremos de volta a São Paulo. No caminho, parada para um lanche (livre).

HOTEIS: Intercity Premium Florianópolis / São Joaquim Park Hotel / Treze Tilías Park Hotel todos 4 ****.

Bem, têm pela frente um longo fim de semana para pensarem no assunto e adequarem vossas agendas! Quanto a preço, quando falar com o Murilo ele vos passará tudo. Bom feriado, kanimambo e espero poder tê-lo a bordo!

Ps. Clique nas imagens para ampliá-las.