fevereiro 2009

Brancos & Rosés – Vinhos que Tomei e Recomendo até R$30,00

Cá estamos em pleno verão e este calor, intercalado por chuvas incessantes, (ou seria o inverso?) clama por comidas mais leves e vinhos mais suaves e frescos. Invariavelmente, vem-nos à mente o delicioso vinho branco com suas sedutoras e sutis nuances aromáticas assim como os, agora na moda, vinhos rosé. Para que se tenha uma idéia, no Reino Unido, um dos principais centros de consumo do mundo, as vendas de vinho rosé aumentaram 17% em 2008 e, muito, em função de sua versatilidade. No verão passado fiz matéria quase que só sobre vinhos brancos, porém neste ano optei por fazer um painel de vinhos brancos e rosés tomados e provados no ultimo trimestre de 2008, junto com uma série de novos rótulos neste ultimo mês de Janeiro. Desse volume razoável de rótulos, cerca de sessenta, algumas muito boas relações Qualidade x Preço x Prazer, as quais começarei e listar hoje neste post de Tomei e Recomendo até R$30,00.

 

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A maioria dos vinhos obtidos para montar este painel, foram de brancos, mas recebi alguns bons rosés e tentamos manter os preços o mais convidativos possível. Por outro lado, no caso dos rosés mencionarei alguns vinhos tomados no ano passado, mas que creio importante incluir para ter um universo de prova maior.  No palato, os rosés mais claros (de pouco contato com as peles) e suaves acabam tendo a mesma “funcionalidade” dos brancos, inclusive no quesito harmonização, mostrando muita delicadeza e frescor como a grande maioria dos vinhos franceses da região de Provence. Já os mais escuros (maior contato do mosto com as peles) costumam ser mais robustos, possuem sabores mais concentrados e ricos podendo chegar a ser, até, levemente tânicos. Em ambos os casos, no entanto, a origem tinta é muito evidente com uma forte presença de aromas e sabores de frutas silvestres como amoras, morangos e até groselha. Para quem quiser mais detalhes, publiquei um post há dois dias mostrando como se elaboram os rosés.

Dos rosés provados, alguns se destacaram por sua delicadeza de sabores, por seu equilíbrio ou, ainda, por sua intensidade aromática, sabor ou cor. Na grande maioria são vinhos muito agradáveis e fáceis de tomar já encantando pela cor. Já nos brancos, evitei falar daqueles já listados anteriormente no blog, exceção feita àqueles que revisitaram minha taça. Tanto nos brancos como rosés, tenho uma preferência por vinhos frescos e vibrantes de baixo teor alcoólico então muitos destes vinhos certamente revelarão essa influência, apesar de ter gostado de vinhos que não necessariamente atendam a esse quesito. Podem-me retrucar que teor de álcool não tem nada a ver se bem equilibrado, mas ai eu lembro do teste da terceira taça que neste tipo de vinho é essencial.  Uma pena que os aumentos de preço, tema que já comentei por diversas vezes, nos tenha limitado um pouco a disponibilidade de vinhos nesta faixa de preços, especialmente rosés, porém creio que ainda nos restaram uma porção de bons rótulos a serem apreciados. Bem, chega de lero e vamos logo as finalmente, aos vinhos que Provei e Recomendo lembrando que os meus preferidos eu marco com um asterisco, estes são aqueles com algo mais, que me seduziram.

Até R$30,00 – Não canso de repetir que a qualidade do vinho não está no preço da garrafa e sim em seu conteúdo e aqui, mais uma vez comprovo isso. Todos mais leves, frescos e fáceis de beber com teor de álcool comedido e muito agradáveis, alguns com preços campeões, especialmente aproveitando esta época de promoções e todos, dentro de seu contexto, de muita qualidade. São vinhos descompromissados, porém muito saborosos que valem muito o preço cobrado.

 

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Rosés – É o caso do sul africano Obikwa 07* (Interfood) elaborado com Pinotage, um vinho que me surpreendeu por seu imenso frescor, e riqueza de aromas e sabor, bem com a cara do verão; os argentinos Santa Julia 07* (Expand) rosé de Syrah, cor clarete, melhor na boca que no nariz, leve, refrescante e fácil de agradar e o Finca La Linda 07 (Decanter) rosé de Malbec, algo seco e sem o frescor esperado com final de boca quente em função do álcool, quando reduzida a temperatura para cerca de 6º, ficou mais amistoso; do espanhol Artero 07* (Decanter) rosé de Tempranillo com aromas de frutos silvestres tipo amora e morango, na boca é um pouco mais encorpado que os outros nesta faixa de preço, boa acidez, um estilo mais gastronômico, mas que também vai bem como aperitivo; os portugueses Quinta de Cabriz 07 (Expand) um corte meio a meio de Touriga Nacional com Alfrocheiro uvas típicas do Dão, é bem aromático tipo tutti-frutti, na boca é bem agradável, leve e fresco com uma certa dose de mineralidade e um leve residual de açúcar que deixa o final de boca meio adocicado, interessante opção para uma beira de piscina com petiscos variados e o Terra d’Uva 07* (Lusitana) elaborado com Aragonês possui linda cor cereja e os aromas repetem o visual, boa fruta, média concentração e textura muito agradável com ótimo frescor e álcool comportado, persistência boa, muito saboroso, um bom aperitivo que deve acompanhar bem pratos leves. Para finalizar, o brasileiro Fausto 07 (Pizzato) elaborado com Merlot é um vinho leve, bem frutado e fácil de tomar, delicado, saboroso, acidez balanceada que o deixa bem refrescante devendo ser tomado, idealmente, bem refrescado próximo dos 6º.

 

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Brancos – Dos vinhos brancos, que teimamos em só dar valor nesta época do ano, tomei alguns sensacionais. De diversos estilos e cepas e para todos os bolsos. A partir de R$20 já se encontram vinhos extremamente agradáveis, frescos e ótima companhia para aquele camarãozinho grelhado, bolinho de bacalhau ou lulas à dorê no final de tarde vendo o sol se pôr no horizonte. Sol, praia/piscina, frutos do mar, a combinação perfeita à qual só falta adicionar o vinho e companhia certos para atingir o nirvana. Vinhos da uva riesling, verdejo, verdichio e sauvignon blanc com sua boa acidez e frescor, são dos que melhor combinam com esse programa de final de tarde, especialmente se tiverem um baixo teor alcoólico e um preço condizente, que caiba facilmente no bolso. Mas não esqueça dos chardonnays, dos cortes, vinhos verdes, loureiro, semillon, etc… São inúmeros os rótulos e cepas a serem conhecidas e aproveitadas em todo o seu esplendor! Nesta faixa de até R$30,00 encontramos muitos destes vinhos. Rótulos como os nossos Salton Volpi Sauvignon Blanc 08* que me surpreendeu por sua tipicidade, equilíbrio e frescor e ainda por cima é um dos que tem melhor preço, uma bela opção e o Valduga Gewurtzraminer 08* um dos melhores produzidos no Brasil, com bastante tipicidade e bem refrescante, um companheiro fiel de meus pratos de curry; os chilenos Sucre 08* (Wine Company) produção própria num projeto super interessante buscando qualidade com preço baixo, com objetivo totalmente bem sucedido neste Sauvignon Blanc muito saboroso e suave e o Misioneros Del Rengo 07* (Épice) um Sauvignon Blanc que volta e meia está na minha taça e é um grande achado com boa intensidade aromática, balanceado, muito fresco, leve e fácil de agradar; todos estes S. Blanc são muito frescos e fáceis de encantar, ótima pedida para um aperitivo e até acompanhamento de pratos leves e menos condimentados como um peixe grelhado ou um fettucine com salmão. Mas tem mais; o italiano Verdichio dei Casteli di Jeisi de Umani Ronchi 07* (Expand) uma delicia de vinho, bem cítrico, mineral e muito refrescante, um verdadeiro achado nesta faixa de preços que acompanha maravilhosamente bem frutos do mar grelhados; o chileno Cono Sur Riesling 07* (Wine Premium) outro companheiro inseparável de meus pratos com curry, mas também ótimo para somente bebericar com os amigos, o uruguaio Filgueira Sauvignon Gris 07 (Decanter) um vinho elaborado com uma uva não muito comum e, a meu ver, um vinho muito saboroso com um pouco mais de corpo que serve como aperitivo, mas cresce quando acompanhando um prato. Tem mais; da Argentina o Trapiche Torrontés 07 (Interfood) um pouco tímido no nariz, seco e faltando-lhe um pouco de acidez dando conta do recado, mas não encantando, bom para bebericar descompromissadamente com os amigos e bem geladinho e o Septima Chardonnay/Semillon 06 (Interfood) um bom vinho, mais sério e seco, bem equilibrado, corpo leve para médio, que pede comida, devendo ser um ótimo acompanhamento para fondue de queijo, pizza mussarela ou, quem sabe, até um bacalhau cozido à portuguesa. Por falar em coisas portuguesas não poderia faltar o vinho verde neste caso um campeão na relação Qualidade x Preço x Satisfação o ótimo, Quinta da Aveleda 07* (Interfood) corte de Loureiro/Alvarinho/Trajadura de muito frescor, equilíbrio e sabor, ótima companhia para grelhados e frituras como um bolinho de bacalhau. Portugal, no entanto, não é só vinho verde e o Dão Quinta de Cabriz Branco 07 (Expand) corte de Encruzado, Cerceal, Bical e Malvasia-fina é um vinho muito correto, saboroso e fácil de beber tanto como aperitivo quanto acompanhando algum prato leve tanto á base de peixe e frutos do mar quanto de uma carne branca. A meu ver, uma seleção de vinhos que valem o preço cobrado e que podem fazer a festa neste verão sem grandes rombos no seu bolso.

Gostou das sugestões, quer provar? Aproveite algumas das promoções ainda disponíveis no mercado e faça seu estoque. Contate os importadores, os lojistas parceiros ou pesquise junto a seu fornecedor predileto, mas não deixe de aproveitar estas delicias. Na segunda-feira tem mais quando apresentarei vinhos um pouco mais elaborados e mais complexos, outros nem tanto, porém todos muito agradáveis de tomar só ou acompanhados, são os vinhos entre R$30 a 50,00. Tanto brancos como roses, algumas preciosidades imperdíveis. Talvez não para comprar de caixa, como alguns destes aqui acima, mas certamente ótimas opções para sua adega.

Salute e kanimambo.

Vinhos do Dão – Quinta Mendes Pereira, um Achado.

panorama-mendes-pereira3Há cerca de 50 anos, o Comendador José Mendes Pereira aporta no Brasil onde se estabeleceu profissionalmente e onde teve seus filhos. No contra-fluxo, Raquel, sua filha, volta a Portugal com Carlos, seu marido e parceiro, com desejos de revitalizar uma velha e histórica quinta da família. Nascida em Campinas, ela deu inicio a esse processo de renovação a começar com a mudança do nome da quinta de “Quinta da Sobreira” para “Quinta Mendes Pereira” em homenagem ao nome de seus ancestrais.

Apaixonada pela Quinta, onde já se plantavam vinhas desde o século XVII, sua dedicação e ambição de produzir vinhos de qualidade na região do Dão já dá grandes resultados apesar dos seus parcos cinco anos, já tendo sido premiada quatro vezes pela Comissão de Vinhos do Dão. Em 2006, e sob a insígnia “A Arte do Vinho”, dois dos seus vinhos tintos de 2003 – o Garrafeira e o Colheita DOC – foram incluídos na lista dos 160 melhores vinhos de Portugal. Em 2007 o Garrafeira 2003 foi reconhecido pela Revista de Vinhos como o melhor tinto do Dão desse ano de produção, num alargado painel dedicado a esta região demarcada. Não é pouca coisa, para quem há pouco aportou nestas coisas de fazer vinho. Pois bem, no limiar do ano de 2008, tive o enorme prazer e privilégio de bater um papo informal com ela e conhecer seus vinhos.

O que mais me surpreendeu, foi a opção por produzir vinhos sem madeira e por um vinho de quinta, artesanal, susceptível a precipitação e depósito natural na garrafa, vinhos como antigamente num lagar de pedra granítica com pisa a pé, de quatro a cinco dias. A propriedade possui 25 hectares dos quais 15 com vinhas em que as videiras foram parcialmente renovadas de forma a garantir a homogeneidade da produção e de acordo com as castas tintas selecionadas Touriga Nacional, Tinta Roriz (Aragonês) e Alfrocheiro, bem como as castas brancas Encruzado, Cerceal e Bical. Um lago com um hectare de extensão,assegura continuamente a riqueza de água do solo de profundidade, evitando a necessidade da rega e eliminando as doenças de podridão das plantas. Mantendo a tradição da região, a fermentação processa-se em cubas metálicas revestidas, sendo o estágio assegurado em cubas tradicionais de cerâmica. O vinho estabiliza com uma graduação alcoólica próxima a 13,5º, não estando previsto o estágio prolongado em madeiras de carvalho, por não ser julgado aconselhável para este tipo de vinho. O descanso mínimo dos vinhos é de 24 meses, o Garrafeira descansa por 36, sono este perturbado apenas pela recolha de amostras para análise e controle.

Muito simpática, Raquel, nos recebeu de forma simples e aconchegante, bom papo, bons vinhos e …. um azeite muito interessante que a Raquel trouxe da propriedade. Agora falemos dos vinhos.

Quinta Mendes Pereira Branco 2005, um vinho que já não é novo, mas segue com uma acidez muito boa, bem balanceado e muito saboroso. Tenho verificado que os vinhos à base de Encruzado tem uma capacidade de envelhecer muito bem preservando seu frescor. Uma boa introdução aos bons vinhos desta vinícola e aos brancos do Dão. Um saboroso corte de 50% Encruzado e o restante uma composição de Bical e Cerceal, que está com um preço em torno de R$ 52,00.

Quinta Mendes Pereira Rosé 07. Uma enorme e grata surpresa mendes-pereira-rose1porque foram apenas algumas garrafas que a Raquel trouxe consigo. Nem sei se a Lusitana já tem esse vinho em seu portfolio, mas este rosé de Touriga Nacional tem tudo a ver. Muito aromático, um delicioso vinho, com alguma estrutura e ótima acidez que lhe permite fazer frente a diversos pratos afora ser um agradável aperitivo. Deste primeiro lote engarrafaram somente 3.000 garrafas então. Um vinho cativante, de teor alcoólico comedido e muito frescor, como um rosé deve ser, porém acho que não virá ao Brasil em função da baixa produção.

Quinta Mendes Pereira Tinto Colheita 04, elaborado com um blend de uvas regionais como Touriga Nacional, Jaen, Tinta Roriz e Alfrocheiro, permaneceu descansando por dois anos antes de ser engarrafado em Fevereiro de 2007. Um belo vinho algo herbáceo no nariz em que também aparece fruta madura em abundância e de boa intensidade, que se confirmam na boca com bastante elegância e equilibrio. Mostra boa estrutura com final de média persistência e taninos aveludados já equacionados. Bom preço pela qualidade, algo em torno de R$52,00.

mendes-pereira-garrafeiraQuinta Mendes Pereira Garrafeira 2003, engarrafado em 2006, foi, a meu ver, o melhor vinho provado neste agradável encontro e, certamente, um achado pelo preço, melhor relação Qualidade x Preço x Prazer, tanto que constou de minha lista de Melhores de 2008 em sua faixa de preços. Um vinho complexo, muito rico e denso, de ótima estrutura, untuoso e pronto a beber apesar de ainda poder evoluir algo com mais um par de anos em garrafa. Para mim, no entanto, eu traço agora em 2009, eheheh. Bom demais, um vinho vibrante, de boa paleta olfativa em que se destacam frutos vermelhos maduros com nuances florais, na boca é muito saboroso, boa acidez, grande harmonia, corpo médio, bom volume de boca, taninos finos, saboroso e looongo final de boca que deixa aquele gostinho de quero mais. A protagonista aqui é a Touriga Nacional com 80% do corte e o restante uma composição de Alfrocheiro e Tinta Roriz, talvez por isso o vinho tenha me encantado tanto. Para quem queira conhecer os vinhos do Dão, este é imperdível e por cerca de R$84,00 (espero que não tenha mudado) é uma excelente compra.

Duas observações finais. A primeira quanto à renovação da marca e rótulos que deram uma outra cara mais simpática, moderna e convidativa aos vinhos. A segunda, que fiquei com água na boca para provar os Touriga Nacional de vinificação em extreme (varietais). Produtor para ficar de olho, e na taça preferencialmente, com mais assiduidade, pois prometem muito. Para quem os quiser conhecer melhor clique aqui, ou melhor ainda, coloque um vinho deles na taça e sorva seus recados, imagens e sabores. A importação e distribuição no Brasil é de exclusividade da Malbec do Brasil.

Salute e kanimambo.

Brancos & Rosés, um Mundo de Cores

Antes de começar a postar alguns dos vinhos que Tomei e Recomendo dentro os vinhos provados neste painel de Brancos & Rosés, com tudo a ver com o nosso quente e chuvoso verão, creio interessante explicar como se faz um vinho rosé. Como sempre, muitos já saberão como, porém também existe muita gente por aí que desconhece os métodos usados e está curiosa, porém tímida de perguntar. Como um dos objetivos deste blog é também compartilhar conhecimento, vamos lá, vejamos as formas de elaborar um vinho rosé. Existem basicamente três formas de vinificação de rosados; mistura de tintos e brancos, prensagem e sangria.

 

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Mistura de tintos e brancos. Afora Champagne, onde a mistura de vinhos brancos e tintos é permitida na elaboração do Champagne Rosé, esta forma não é aceita pelo mercado e proibida na maior parte dos países produtores. Gera produtos be baixo nível de qualidade e pode, eventualmente, ser encontrado em vinhos de mesa elaborados de uvas americanas.

Prensagem direta como nos vinhos brancos. O vinho rosado de prensa é feito de uvas tintas esmagadas e a seguir prensadas em temperatura bem elevada com uma parcela dos pigmentos sendo dissolvida no mosto. Neste caso, a intensidade da cor dependerá da intensidade da prensagem utilizada. O mosto rosado é então fermentado sob as mesmas condições do mosto de uvas brancas a baixas temperaturas e bem protegido de oxidação.

Maceração rápida ou curta, método em que se obtém vinhos de melhor qualidade sendo o mais comum hoje em dia. Neste caso, a maceração (contato do mosto com as cascas das uvas) é restrita a um curto período de tempo, de cerca de 10 a 12 horas podendo chegar até 24 horas, até atingir a extração de cor e sabores que o enólogo deseja. Após esse tempo, o tonel é “sangrado” para remover de um terço a um quarto de seu conteúdo para elaboração do rosé, e o restante segue para a produção de vinho tinto.

         Abaixo segue uma figura, extraida do site Vins de Loire, que mostra claramente, mesmo que com legendas em francês, a diferença entre estes dois últimos métodos de vinificação de vinhos rosados.

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Os vinhos rosés podem ser elaborados com uma infinidade uvas, tanto como varietais como em cortes, depende da criatividade de cada enólogo e região produtora. Lá se vão os tempos de vinhos fracos, desiquilibrados e mal feitos. Hoje os vinhos rosados estão na moda em função do grande aumento de qualidade havendo diversos ótimos vinhos no mercado seja para um aperitivo descompromissado com os amigos num happy hour, ou vinhos mais elaborados e requintados que acompanham muito bem uma refeição e são bastante gastronômicos. Harmonizam bem com saladas, frutos do mar, paella, carnes brancas (frango e peru), comida chinesa (especialmente com molhos agridoces), salmão grelhado, lanches, etc.. Opte por buscar vinhos de menor teor alcoólico e boa acidez, tomando-os jovens (entre um a dois anos de garrafa), e bem refrescados entre 6 a 10º muito como você faria com um branco.

Ao longo dos próximos trinta dias postarei diversas matérias sobre deliciosos vinhos brancos e rosés pesquisados e provados ao longo dos últimos 60 dias. Foram cerca de 60 rótulos dos mais diversos estilos e preços, uns leves para bebericar outros mais evoluídos e gastronômicos no todo um painel que me agradou muito e deixará saudades. No final postarei a lista dos vinhos que mais me encantaram e comporiam a minha adega. De todos os vinhos, tentei evitar aqueles sobre os quais já falei em matéria especifica sobre brancos que publiquei aqui  e aqui , no ano passado. Alguns revisitei neste painel, mas poucos dentro do universo provado.

Salute e kanimambo

Noticias do Mundo do Vinho

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ViniPortugal, As vendas de vinhos de mesa portugueses cresceram em todos os mercados no ano passado, indicam os números da Viniportugal. “O ano de 2008 correu bem para os vinhos de mesa portugueses. Agora, em 2009, temos de trabalhar o dobro”, referiu ao Expresso Vasco d´Avillez, presidente da associação interprofissional que agrupa federações, associações e organizações profissionais ligadas à produção e comércio de vinho.

De acordo com os dados já disponíveis, o mercado inglês foi o que registou um crescimento mais moderado, limitado a 1%, mas nos Estados Unidos, por exemplo, os vinhos de mesa das diferentes regiões demarcadas nacionais cresceram 20% em quantidade e 30% em valor. O desempenho deste segmento contrasta com o registrado no vinho do Porto, que teve o pior resultado da década, com as exportações a caírem mais de 7%.

 

Enoblogs de bolso, ótima noticia que o Alexandre, a mente por trás do site, nos trás e uma grande sacada para quem gosta de viver antenado com as coisas do vinho. Diz ele; “Muita gente, assim como eu, passa um bom tempo fora do escritório e nosso único meio de conexão é o celular. Pensando nisso, desenvolvemos uma versão compacta do Enoblogs para celular. O minisite mostra os últimos 10 posts na telinha e, assim como na web, basta clicar no título do post para abrir o post inteiro direto no blog correspondente. Muito simples. Basta abrir o nevegador de seu celular e digitar o endereço: www.enoblogs.com.br/m. Já testei em iPhone e Blackberry e funcionou bem, mas como ainda está em fase de testes, devemos implementar novas funções em breve. Espero que gostem tanto quanto eu, de acompanhar o Enoblogs onde quer que estejam.”  E aí, conecte-se!

 

E eles conseguiram!!! A aberração do selo fiscal para vinhos nacionais e importados foi aprovada nesta Sexta-feira por voto favorável de 13 das 15 entidades ligadas à cadeia produtiva que participaram da reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Viticultura, Vinhos e Derivados, em Bento Gonçalves. O segmento apresentou três requisitos para que a implantação do selo vá adiante: 1º) o setor é favorável desde que a manipulação dos importados seja feita na origem (sem comentários!); 2º) que a iniciativa seja avaliada por dois anos e, caso não alcance os resultados esperados, retorne a condição anterior (piada?); e 3º) redução do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) para os produtos genuínos (vinhos) e aumento de tributo para os derivados da uva e do vinho (coquetéis e sangrias). Um atraso de vida, um ato insensato e, só para variar, nós acabaremos pagando essa conta! Se alguém tiver o nome dos iluminados que votaram a favor, terei prazer em divulgá-los aqui no blog. Ah, ia-me esquecendo, quem cala consente. Fonte: Globo Rural

 

 

Wine Expo/NY tem presença de brasileiro e não é produtor não, ou será que tem algum? Quem tiver a oportunidade de visitar o Centro de Convenções Jacob K. Javits, em Nova York, do dia 27 de Fevereiro a 1 de Março, vai conhecer 600 dos melhores vinhos de vários países e encontrar 170 produtores da bebida. Além da degustação de diferentes sabores, a Wine Expo/NY traz as maiores novidades em relação a acessórios, como adegas, taças e racks especiais.

        Entre os destaques desse setor está o designer de móveis Artur Moreira. O brasileiro se inspira em grandes mestres, como Niemeyer, Dali, Picasso e Gaudi, para desafiar a gravidade com as curvas desenhadas em madeiras nobres. As “esculturas funcionais” de Artur Moreira – assim os móveis dele são conhecidos nos Estados Unidos – conquistaram o mercado internacional. Em 2008, ele foi incluído na lista de “Artistas a serem observados”, da revista Art Business News.

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Há 10 anos morando no exterior, o designer chamou a atenção com os racks expostos em uma feira de vinhos da qual participou em Aspen, no Colorado, no ano passado. Foi isso que o fez ser convidado para participar da Wine Expo/NY pela primeira vez. “Uma boa garrafa de vinho precisa ser tratada com carinho, afeto e glamour. Eu acredito que um vinho de qualidade, quando é bem cuidado, proporciona ainda mais prazer à quem vai degustá-lo”, diz Artur, que é um apaixonado por vinhos.

Outras informações sobre o designer de móveis podem ser encontradas no site www.arturmoreira.com

 

Vintage Wine Fund. Esta deu na ultima edição da boa e gostosa revista Freetime. Parece curioso e é, dá para investir em vinhos sem ser um seguidor de Baco e tão pouco possuir adega para guardar suas preciosidades. Tem é que ter muita grana, porque o investimento mínimo neste Wine Fund é a ninharia de 250 mil euros. O que é este Wine Fund? É um fundo de investimentos administrado pela OWC Asset Management Ltd. na Inglaterra. Lançado em 2003, investe seus recursos em grandes vinhos e produziu ganhos reais de cerca de 85% no período de 2003 a 2007. Nada mau, não? Problema é que 2008 trouxe consigo uma queda em torno de 20%, demonstrando que mesmo os setores mais endinheirados vêm se retraindo nesta época de “marolinhas” e “pequenas gripes passageiras” em que “o pior já passou”. Não sabe o que fazer com aqueles dólares/euros debaixo do colchão? Agora já sabe e, para facilitar, eis o site deles – www.vintagewinefund.com. Sinal dos tempos, vinho virou ativo financeiro!!

 

 

A PIZZATO já está a pleno com sua programação especial do “Dia da Colheita” sendo realizado todos os Sábados pela manhã durante o mês de Fevereiro, com um almoço harmonizado para recuperar de uma árdua manhã nos vinhedos e na cantina.

          Ano de 2009, ano novo, novas perspectivas, e uma nova safra de qualidade já está presente nas videiras garantindo a bela paisagem do Vale dos Vinhedos. As uvas estão sadias e os cachos brilham ao sol. De chapéu e avental, na companhia do Sr. Plínio Pizzato, proprietário, que irá mostrar todo o processo, desde o plantio das videiras, o crescimento, desenvolvimento das uvas até seu amadurecimento. Depois, junto com os enólogos, será acompanhada a vinificação passo a passo, com direito a um retorno à tradição de “pisa das uvas” para os que quiserem viver a experiência. E o principal: com a taça na mão e a prova do vinho, resumindo todo o caminho do plantio da videira à elaboração.

          Para repor a energia e a disposição depois destes momentos entre as videiras e a vinificação, a PIZZATO Vinhas e Vinhos e a restauranteur Giovana encerram o “Dia da Colheita” com um almoço harmonizado com vinhos e espumantes da casa. Quer saber mais, dê uma ligada para lá,- (54) 3459.1155 e (51) 8186.7386 ou envie um e-mail direto para a Giovana no giovana@pizzato.net  ou entre no site www.pizzato.net.

 

 

Albariño na Austrália? Eu que pensava que só existia na Galicia (Espanha), Minho (Portugal) e na vinícola Bouza no Urugai, descubro mais essa na revista Decanter, mas será mesmo?! O ampelógrafo francês Jean-Michel Boursiquot suspeitava que o que os australianos chamavam de Albariño era, na verdade, algum clone de Traminer branco ou de Savignin. Estudos de DNA posteriormente realizados na França corroboram com isso. Os produtores australianos, no entanto, insistem em sua versão que o que está plantado no sul da Austrália, é realmente Albariño conforme comparações efetuadas com as cepas originárias da Galicia.

         Nesta ultima semana, Ângela Martin especialista em Albariño esteve na região onde visitou um dos 56 vinhedos de Albariño existentes e confirmou que o que ela viu se assemelha muito ao que ela planta em seus vinhedos na Galicia. Polêmica reinstaurada, o Australian Wine and Brandy Corporation informa que os produtores locais deverão seguir rotulando seus vinhos como Albariño enquanto seguem estudos para determinar a veracidade dos fatos o que deverá levar mais ns dois ou três meses.

 

Restaurant Week, inspirado no de Nova York, o evento de São Paulo se junta a cidades como Washington, Boston, Londres, Amsterdã e outras 100 grandes cidades do planeta nessa Maratona Gourmet. Serão mais de 100 restaurantes que aceitaram o desafio de preparar cardápios diferenciados com entrada, prato e sobremesa a um preço fixo, igual em todas as casas participantes do evento: almoço por R$ 25,00 + 1 e jantar por R$39,00 + 1 (couvert não incluído), valores com os quais não seria possível apreciar as iguarias das casas que participam. Este 1 real acrescido na conta é para doação a Fundação Ação Criança por sua reputação incontestável de seriedade em seu trabalho de dar alimentos aos menos favorecidos. A doação dos comensais é espontânea e opcional.

O sucesso do último evento, agosto de 2008, estimulou vários sp-restaurant-weeknovos restaurantes a se unirem a esse movimento, agitando o turismo gastronômico da cidade. Um comitê formado por importantes nomes de SP avalia os restaurantes inscritos para ter certeza de que só casas com qualidade façam parte desse evento. Integram o comitê: Vitor James Urner, presidente da Fundação Ação Criança; Edon di Fonzo do La Marie; Alessandro Segato do La Risotteria; Hugo Delgado do Obá; Mukesh Rebolo do Govinda; Andréa Kaufman do AK Delicatessen; Adriana Leal do Capim Santo e Bernard Roca do Thai Garden. O projeto do Restaurant Week começou em SP em agosto de 2007 com uma arrecadação discreta par a Fundação Ação Criança de R$ 6.000,00. No segundo ano, em duas edições de eventos, a arrecadação foi em torno de R$ 62.100.00.

Iniciativa legal em que ganham todos os participantes. Está esperando o quê? Já vá fuçando no site www.restaurantweek.com.br e montando seu programa de degustações de diversos restaurantes. Neste primeiro Rstaurant Week do ano, o evento está restrito a São Paulo e Rio de Janeiro. No segundo semestre serão Sampa, novamente, Recife e Brasília. Já sei, os meus leitores de outros locais como BH, Porto Alegre e Curitiba vão estrilar, mas não tenho nada com isso não!

 

 

Ibravin informa que crescem as exportações brasileiras de vinhos finos. As exportações de vinhos e espumantes brasileiros das 34 empresas que integram o Projeto Wines From Brazil (WFB) somaram US$ 4,68 milhões em 2008, das quais cerca de 60% da Miolo. O valor é 99,4% superior às vendas de 2007, que renderam R$ 2,34 milhões. Os dados foram totalizados pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) nesta quarta-feira (28/01). “Antecipamos em um ano a meta prevista para 2009”, comemora a gerente de promoção comercial do Ibravin, Andreia Gentilini Milan. “A fatia dos vinhos finos já é de 7,5% [3,74 milhões de litros] da produção nacional de 50 milhões de litros”, destaca. O destino das exportações de vinhos e espumantes brasileiros subiu de 25 em 2007 para 27 países em 2008. Os maiores volumes são exportados para; Holanda (14%) com US$ 838 mil, seguido por Estados Unidos (10%) com US$ 552 mil e Alemanha (6%) com US$ 326 mil. Suíça, Reino Unido, Austrália, Japão, República Tcheca e Canadá aparecem como os novos países compradores de vinhos e espumantes brasileiros, fechando o ranking dos 10 principais mercados importadores.

Imagem do Dia.

Tá sufrido, buscando solução para todos os seus probrema? Eis aqui a sua chance, quem sabe ele arresorve tudinho?! Se já abri um sorriso em seu rosto, então missão cumprida no dia de hoje. Tenham um bom fim de semana.

 

 tu-sofre-sanidade-insana

 

 Arrumá marido num sei se ele consegue não! Neses causo só simpatia para Santu Antonio, viste? Encontrei esta “preciosidade” no http://sanidadeinsana.blogspot.com, mas está espaiado por tudo que é blog.

Salute

Paradoxo Francês.

Apesar de ser, aparentemente, noticia mais que batida, muitos ainda me perguntam o que é isso e como foi levantado. Publicado no British Medical Journal em 1991, o estudo desenvolvido pelos Drs. Serge Renaud e Lorgeril, da Universidade de Bordeaux, com um universo de 34.000 homens, constatou que mesmo com uma dieta repleta de gorduras, o povo francês sofria de menos problemas coronários e se mostravam comparativamente menos gordos do que seus vizinhos e, especialmente, os americanos. A conclusão do estudo atribuía o fenômeno ao fato dos franceses terem o hábito de tomar vinho diariamente com suas refeições.

Que o vinho faz bem à saúde, nenhuma grande surpresa, o porquê é que não se sabia e virou fonte de pesquisa. Desde 400 A.C. que as qualidades terapêuticas do vinho são conhecidas e exploradas a começar por Hipócrates, passando por Louis Pasteur, até aos dias de hoje. Na verdade, já em 1819 um médico irlandês, Dr. Samuel Black, tinha observado fenômeno semelhante. Em 1979 a revista The Lancet, publicou o “Estudo dos 18 países”, elaborado pelo Dr Selwyn St Leger e alguns colaboradores. A grande diferença é que o estudo de Renaud e Lorgeril teve uma abrangência maior e, mais importante que isso, veio num momento propicio o da massificação da comunicação e da televisão. Foi pelas mãos do programa “60 minutes” da rede CBS em 17 de Novembro de 1991, que o agora denominado “Paradoxo Francês” correu mundo e fez a festa dos produtores que viram suas vendas de vinho tinto crescerem em quase 45%. Quem quiser assistir o original desse programa, clique aqui.

 

paradoxo

 

Existem indícios de que o numero de patologias cardíacas levantadas à época na França, estavam muito abaixo do real e que outros fatores, afora o consumo regular de vinho, tem grande participação tanto no índice de infartos como no de obesidade. Com relação ao americanos, com quem foi feita a comparação, os franceses comem menos, comem menos vezes, comem gorduras vegetais no lugar de animal, comem mais peixe, etc.. É, no entanto, aceitável pela comunidade cientifica mundial, que o vinho possui sim, propriedades benéficas à saúde desde que seja consumido moderadamente. Em 1995, cientistas dinamarqueses da Copenhaguen Heart Study, destacaram os efeitos do vinho em relação a outras bebidas alcoólicas através de pesquisa realizada com 13 mil pessoas durante 12 anos. A pesquisa traz evidências de que as taxas de mortalidade diminuem mais entre pessoas que bebem vinho do que naquelas que tomam cerveja ou destilados.

No site da Uvibra tem uma página sobre este assunto de onde destaquei o que segue; “Entre os mais de 200 componentes do vinho, existem substâncias químicas conhecidas como flavenóides, encontrados em vegetais como a cebola e a maçã, comprovadamente com propriedades antioxidantes, ou seja, que protegem as células do organismo da ação dos radicais livres, causadores de doenças do envelhecimento. Nas uvas, esses Flavenóides podem ser encontrados nos pigmentos que dão cor à casca. Os Flavenóides, como Luteonina e Quercitina, presentes no vinho tinto, tem poder antioxidante até maior que a Vitamina E, e por isso, protegem o coração dos efeitos das gorduras”.” Por outro lado, o Resveratrol presente no vinho tinto e conhecido por suas propriedades antiinflamatórias e anticancerígenas, controla as atividades de uma proteína, que é capaz de ativar ou desativar certos genes no interior de um núcleo celular, frisa uma das principais autoras do estudo, a doutora Minnie Holmes-McNary, da Universidade de Carolina do Norte em Chapel Hill”.

Os estudos seguem em diversas partes do mundo e já se fala em remédios á base de flavenóides dentro de um curto espaço de tempo. As benesses são enormes e, como iremos ver ao longo de outros posts que estarei divulgando com o tempo, vão desde a diminuição de risco de adquirir Alzheimer na mulher à impotência no homem. Alguns desses pseudo estudos podem ser exagerados e só servir de estimulo para induzi-lo ao consumo? Pode até ser, mas a comunidade cientifica está aí com estudos e pesquisas sérios, não é balela nem campanha de marketing. Por outro lado, também não é garantia de isenção de possíveis problemas e nem deve ser razão para se começar a beber. Agora, não exagere, como em tudo na vida, as coisas só são boas mesmo quando usadas com inteligência e moderação. O “quanto” é o moderado é que é a grande questão e existem diversas versões vindas de tudo o que é fonte.

 A que me parece mais lógica, especifica três taças para o homem e duas para as mulheres diariamente, preferencialmente acompanhando as refeições e com bastante água. No entanto, a UVIBRA publica este quadro em seu site, que recomendo visitar para mais informações sobre o tema. Estes são alguns dos beneficios extras, porque tomo vinho mesmo é porque gosto, me dá prazer e me desperta curiosidade para um mundo complexo e repleto de diversidade, cultura e história. Salute

 

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TOP 50 Vinhos Portugueses por Jamie Goode

Como prometido no domingo, eis aqui a lista que Jamie Goode (Wineanorak) publicou como os top 50 vinhos portugueses provados no ano de 2008. Está dividido por região e, sempre que possível, com uma referência de preços na Inglaterra. A lista de bons vinhos portugueses parece interminável, do Algarve ao Minho encontramos sempre uma novidade e um novo destaque. Mais uma listinha para os amantes do bom vinho carregarem quando de viagem por Portugal. Certamente não será por falta de opções que você voltará de mãos abanando, a diversidade de rótulos, terroirs, cepas, sabores e preços é imensa como venho divulgando por aqui já faz um tempinho.

 

VINHO VERDE / MINHO (7) 

 

Giro Sol 2007, DOC Vinho Verde (W) £10

Varieties: Loureiro

Production: 5.500 bottles

Producer: Quinta de Soalheiro / Dirk Niepoort

 

Soalheiro Primeiras Vinhas Colheita 2007, DOC Vinho Verde (W)

Varieties: Alvarinho

Production: 3.500 bottles

Producer: Quinta de Soalheiro

 

Alvarinho Anselmo Mendes 2007, DOC Vinho Verde (W)

Varieties: Alvarinho

Production: 5.000 bottles

Producer: Anselmo Mendes Vinhos Ltda.

Reguengo de Melgaço 2006, DOC Vinho Verde Alvarinho (W) £11

Varieties: Alvarinho

Production: 50.000 bottles

Producer: Reguengo de Melgaço

Quinta do Ameal Escolha 2007, Vinho Regional Minho (W) £ TBA

Varieties: Loureiro

Production: 4.200 bottles

Producer: Quinta do Ameal

COVELA Escolha 2005, Vinho Regional Minho (R) £11.20 (Ex-Vat)

Varieties: Touriga Nacional, Cabernet Franc, Merlot

Production: 10.000 bottles

Producer: Quinta de Covela

Afros 2007, DOC Vinho Verde (R)

Varieties: 100% Vinhão

Production: 3.860 bottles

Producer: Afros Wines

 

TRÁS-OS-MONTES (1)

 

Valle Pradinhos Reserva 2005

Vinho Regional Trás-os-Montes (R) £10

Varieties: Cabernet Sauvignon

Production: 2.635 bottles

Producer: Maria Antónia Pinto de Azevedo Mascarenhas

 

DOURO (16)

 

CONCEITO Bastardo 2007, Vinho Regional Duriense (R)

Varieties: 100% Bastardo

Production: 5.000 bottles

Producer: Conceito

Quinta do Vallado Touriga Nacional 2006, DOC Douro (R) £17

Varieties: 100% Touriga Nacional

Production: 18.000 bottles

Producer: Quinta do Vallado

Quinta do Vale D. Maria 2006, DOC Douro (R) £18

Varieties: Blend of 41 varieties

Production: 19.816 bottles of 75cl and 425 Magnums

Producer: Quinta do Vale D. Maria

Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa 2006, DOC Douro (R) £34

Varieties: 100% Old Vines

Production: 6.128 – 750 ml bottles; 120 – 1500 ml bottles; 30 – 3000 ml bottles

Producer: Quinta do Crasto

Quinta do Vale Meão 2005, DOC Douro (R)

Varieties: Cabernet Sauvignon

Production: 2.635 bottles

Producer: Quinta do Vale Meão

Poeira 2005, DOC Douro (R) £ 24.60

Varieties: Vinhas Velhas

Production: 14.000 bottles

Producer: Jorge Moreira

Quinta da Romaneira 2005, DOC Douro (R) £ 27

Varieties: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Roriz

Producer: Sociedade Agrícola da Romaneira

Quinta de S. José 2005, DOC Douro (R) £18.95

Varieties: 45% Touriga Nacional, 15% Tinta Roriz & 40% Vinhas Velhas

Production: 6.000 bottles

Producer: João Brito e Cunha

Quinta de la Rosa Vale do Inferno 2005, DOC Douro (R) £23/£25

Varieties: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca

Production: 1.000 bottles

Producer: Quinta de la Rosa

Gouvyas Vinhas Velhas 2005, DOC Douro (R)

Varieties: Field blend with more than 15 different grapes (blend de + de 15 cepas)

Production: 2.500 bottles

Producer: Bago de Touriga

Quinta do Noval 2005, DOC Douro (R) £34

Varieties: Touriga Nacional, Touriga Franca & Tinto Cão

Production: 10.000 bottles

Producer: Quinta do Noval

Pintas 2005, DOC Douro (R) £40

Varieties: Old vines, fields blend of 30 different indigenous grape varieties (blend de 30 cepas)

Production: 5.000 bottles 75 CL;

Quinta da Gaivosa Vinha de Lordelo 2005, DOC Douro (R) £45

Varieties: Sousão, Tinta Amarela, Touriga Nacional & Others

Production: 5.000 bottles

Producer: Domingos Alves de Sousa

Duas Quintas Reserva Colheita 2005, DOC Douro (R) £29

Varieties: Touriga Nacional (80%); Tinta Barroca (5%); Touriga Franca (15%)

Production: 21.848 bottles

Producer: A. Ramos Pinto

Niepoort ROBUSTUS 2004, DOC Douro (R) £ 65

Varieties: Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Amerela & Others

Production: 2.734 bottles

Producer: Niepoort Vinhos

Casa Ferreirinha BARCA VELHA 2000, DOC Douro (R)

Varieties: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz & Tinto Cão

Production: 26.000 & 1.500 Magnum

Producer: Sogrape

BAIRRADA / DÃO / BEIRA INTERIOR / BEIRAS (13)

 

Quinta da Pellada 2005, DOC Dão (R)

Varieties: 65% Touriga Nacional ; 20% Tinta Roriz and 15% Old Vines

Production: 7.525 bottles

Producer: Álvaro de Castro

PAPE 2005, DOC Dão (R)

Varieties: 50% Touriga Nacional, 50% Baga

Production: 5.220 bottles

Producer: Álvaro de Castro

Quinta do Perdigão Touriga Nacional 2005, DOC Dão (R)

Varieties: 100% Touriga Nacional

Production: 3.820 bottles

Producer: Quinta do Perdigão

Quinta da Vegia Reserva 2005, DOC Dão (R)

Varieties: Touriga Nacional & Tinta Roriz

Production: 3.500 bottles

Producer: Casa de Cello

Flor das Maias 2005, DOC Dão (R) £30

Varieties: 75% Touriga Nacional, 15% Jaen & 10% Alfrocheiro

Production: 2.000 bottles

Producer: Quinta das Maias

Cabriz Escolha 2004, DOC Dão £25

Varieties: Tinta Roriz, Touriga Nacional & Alfrocheiro

Production: 2.500 bottles

Producer: Dão Sul

Vinha do Contador 2005, DOC Dão (R) £40

Varieties: Tinta Roriz, Touriga Nacional & Alfrocheiro

Production: 1.200 bottles

Producer: Dão Sul

Quinta do Ribeirinho Pé Franco 2005, Vinho Regional Beiras (R)

Varieties: 100% Baga

Production: 1.400 – 0,75l; 100 – 1,5l; 50 – 3l

Producer: Luís Pato

Quinta das Bágeiras Garrafeira 2005, DOC Bairrada (R)

Varieties: 80% Baga, 20% Touriga Nacional

Production: 6.766 bottles

Producer: Quinta das Bágeiras

Lokal Sílex 2006, Vinho Regional Beiras (R)

Varieties: 85% Touriga Nacional, 15% Alfrocheiro Preto

Producer: Filipa Pato

Quinta de Foz de Arouce £45

Vinhas Velhas de Santa Maria 2005, Vinho Regional das Beiras (R)

Varieties: Baga

Production: 8.000 bottles

Quinta do Cardo, Selecção do Enólogo 2004

DOC Beira Interior (R)

Varieties: Touriga Nacional

Production: 10.000

Producer: Companhia das Quintas

Quinta dos Currais Reserva 2002, DOC Beira Interior (R) £12

Varieties: 50% Touriga Nacional; 25% Aragonês; 25% Castelão

Production: 13.000 bottles

Producer: Quinta dos Currais

 

ESTREMADURA (2)

 

Quinta de Sant’Ana Reserva 2005

Vinho Regional Estremadura (R) £19.95

Varieties: Aragonês

Production: 2.300 bottles

Producer: Quinta de Sant’Ana

Quinta do Rocio 2006, Vinho Regional Estremadura (R) £19.99

Varieties: 25% Merlot, 25% Grenache, 25% Shiraz, 25% Touriga Nacional

Production: 5.786 bottles

Producer: DFJ Vinhos

RIBATEJO (1)

 

Quinta da Lagoalva de Cima Alfrocheiro 2006

Vinho Regional Ribatejo (R)

Varieties: Alfrocheiro

Production: 1.850 bottles

Producer: Quinta da Lagoalva de Cima

 

TERRAS DO SADO (4)

 

Adega de Pegões Cinquentenário 2005

Vinho Regional Terras do Sado

Varieties: Touriga Nacional, Trincadeira, Cabernet Sauvignon, Syrah

Production: 6.987 bottles

Producer: Cooperativa Agrícola de Pegões

S de Soberanas 2004, Vinho Regional Terras do Sado (R)

Varieties: 50% Trincadeira & 50% Alicante Bouschet

Production: 14.000 bottles

Producer: Soberanas

Herdade da Comporta Aragonez / Alicante Bouschet 2005

Vinho Regional Terras do sado (R)

Varieties: Aragonez & Alicante Bouschet

Production: 8.000 bottles

Producer: Herdade da Comporta

Palácio da Bacalhôa 2005, Vinho Regional Terras do Sado (R)

£16.99

Varieties: Cabernet Sauvignon, Merlot & Petit Verdot

Production: 20.052 bottles

Producer: Bacalhôa Vinhos de Portugal

ALENTEJO (6)

 

Marias da Malhadinha 2004, Vinho Regional Alentejo (R)

Varieties: Aragonês, Alicante Bouschet, Cabernet, Syrah, Touriga Nacional

Production: 4.789 bottles

Producer: Herdade da Malhadinha Nova

António Maria 2006, Vinho Regional Alentejo (R)

Varieties: Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon

Production: 3.400 bottles

Producer: Francisco Nunes Garcia

Dona Maria Reserva 2005, Vinho Regional Alentejo (R)

Varieties: 50% Alicante Bouschet; Petit Verdot & Syrah

Production: 21.300 – 750ml; 650 – Magnum (1.5l)

Producer: Dona Maria Vinhos

Herdade dos Grous “Moon Harvested” 2007

Vinho Regional Alentejo (R)

Varieties: Alicante Bouschet

Production: 7.000 bottles

Producer: Herdade dos Grous

Mouchão 2002, Vinho Regional Alentejo (R) £18.95

Varieties: 70% Alicante Bouschet, 30% Trincadeira

Production: 40.000 bottles

Producer: Herdade de Mouchão

Preta 2005, Vinho Regional Alentejo (R) £18.50

Varieties: Touriga Nacional & Cabernet Sauvignon

Production: 13.000 bottles

Producer: Fita Preta Vinhos

 

 

 

Caliterra, uma Bela Experiência

O ano de 2008 foi realmente pródigo tanto na quantidade quanto na qualidade das degustações de que participei. Tanto que até agora sigo postando matéria referente a esses deliciosos eventos. Caliterra, para quem não conhece, uma empresa do grupo Eduardo Chadwick que possui, entre seus rótulos, alguns dos principais ícones do mundo viníco chileno como Arboleda, Seña, Chadwick e Errazuriz Maximiano. Seguindo a filosofia de Eduardo Chadwick, de produzir qualidade e promover o Chile mundo afora através de seus vinhos, os vinhos da Caliterra mostram muito desse caráter. Como me dizia Gabriel Cancino, o jovem enólogo responsável pelos bons vinhos provados neste dia, “nosso campo é nossa fortaleza” e “a base de um bom trabalho enológico é a paixão pelo vinho e a formação de equipes de excelência”, creio que os bons vinhos provados demonstram bem a eficácia da aplicação desses conceitos.

 

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Caliterra, uma apaixonada fusão entre Calidad e Tierra  estabelecida em 1996 no vale de Colchagua, teve a participação acionária de Robert Mondavi durante alguns anos. Raízes chilenas, filosofia sustentável, relação amistosa com o meio ambiente através de conceitos de manejo sustentável da terra. É um vale fechado, no coração de Colchagua, entre o lago de Rapel e o vale de Alpata, a pouco mais de 60 kms do Oceano Pacifico. Cerca de 1100 hectares em que 75% da terra é virgem e no restante, vinhedos de Merlot, Carmenére, Cabernet Sauvignon e Shiraz. As variedades brancas, são plantadas em outras regiões, especificamente nos vales do Maipo, Curicó e Casablanca, sempre buscando produzir vinhos de qualidade de média e alta gama.

A razão principal para este encontro, foi o lançamento no Brasil, de seu rótulo top, um vinho premium que já em seu primeiro ano foi caliterra-vineyards0001contemplado com 91 pontos por Robert Parker o que, gostemos ou não, confere ao vinho um certo status que precisamos confirmar na taça e, especialmente na boca. Só que antes, até porque eu não os conhecia, passamos por toda a sua linha “intermediária”, a linha Tribute que, a partir deste ano, virá com o nome de Tributo e é importado com exclusividade pela Wine Premium. Falemos então, um pouco sobre o que provei e qual a impressão que estes vinhos me deixaram.

  • Chardonnay 2006 – O primeiro impacto não poderia ser melhor, da região de Casablanca e elaborado “sur Lie” apresenta ótima tipicidade com baunilha e abacaxi bem presentes, mas de forma sutil e elegante. Na boca é muito balanceado e rico, boa acidez, macio, de boa estrutura e, o que mais me agradou, uma mineralidade bem acentuada.
  • Shiraz , Carmenére e Malbec varietais da ótima safra de 2005 são vinhos bem saborosos, frutados e equilibrados, cada qual com suas características e tipicidade sendo o Malbec talvez o que esteja mais redondo e pronto a tomar. Um degrau acima, na minha opinião, está o excelente Cabernet Sauvignon que já começa a seduzir no nariz em que aparece fruta negra tipo cassis e mirtilo, com algo tostado. A entrada de boca é amistosa com taninos finos e elegantes, de médio-corpo e textura aveludada. Final de boca redondo e saboroso, com alguma complexidade e de longa persistência. De toda esta linha de tintos, o que mais me encantou e terminou rapidamente na minha taça. Ainda bem que tinha refil (rsrs)! Os preços desta linha estão em torno de justos R$55,00.

      cenit Só que viemos para conhecer o CENIT, o ponto mais alto de nossa esfera celeste, o nosso “zênite”. Safra 2005, três aninhos e ainda engatinhando, uma verdadeira criança. Delicioso assemblage de Cabernet Sauvignon, Malbec e Petit Verdot, com 18 meses de barrica (75% francesa e o restante americana) é límpido, escuro, púrpura com uma áurea rubi. Nariz complexo, fruta, tabaco, algo terroso uma imensidão de aromas difíceis deste pobre nariz decifrar. Toda esta complexidade se repete na boca, extremamente rico, grande volume de boca, ótima estrutura, ainda fechado pedindo bem mais do que a uma hora de decantação que ele teve. Taninos firmes, aveludados sem agressividade, grande harmonia, muito longo, estamos diante de um vinho de primeira grandeza que deverá evoluir maravilhosamente bem com mais uns dois a três anos de garrafa. Pontuação mais do que comprovada na boca, um ótimo vinho de grande potencial de guarda que gostaria de provar novamente em 2011. Preço, no nível dos grandes vinhos premium do Chile, por volta dos R$328,00.

         Tem mais, mas isso é um segredo que só posso contar dentro de um ou dois meses. Assim que me permitam divulgá-lo o farei, mas só para manter um certo clima de ansiedade, gamei! Por enquanto, explorem os vinhos que estão disponíveis na Wine Premium.

Salute

Triste Noticia

Tento sempre trazer noticias e comentários de uma forma leve e, dentro do possível, com uma certa dose de humor. Nem sempre isso é possível e volta e meia nos deparamos com assuntos mais sérios e notas tristes, esta é uma. Saindo para uma reunião decidi checar meus e-mails para ver se tinha algo urgente tendo sido surpreendido por uma notificação do falecimento nesta madrugada do Sr. Ângelo Salton por infarto agudo. Apesar de não conhecer ninguém na Salton, muito menos o Sr. Ângelo, tenho um apreço muito grande por seu trabalho e sei da importância que ele tinha para a vitivinícultura nacional e do legado que ele deixa. Existem pessoas que vêm e que vão sem nunca deixar uma marca, Ângelo Salton deixou mais que sólidas marcas, deixou caminhos a serem seguidos. Uma enorme perda para a empresa, a vinícultura brasileira e, especialmente, para a família Salton.

Salute Angelo e kanimambo!