Caliterra, uma Bela Experiência

O ano de 2008 foi realmente pródigo tanto na quantidade quanto na qualidade das degustações de que participei. Tanto que até agora sigo postando matéria referente a esses deliciosos eventos. Caliterra, para quem não conhece, uma empresa do grupo Eduardo Chadwick que possui, entre seus rótulos, alguns dos principais ícones do mundo viníco chileno como Arboleda, Seña, Chadwick e Errazuriz Maximiano. Seguindo a filosofia de Eduardo Chadwick, de produzir qualidade e promover o Chile mundo afora através de seus vinhos, os vinhos da Caliterra mostram muito desse caráter. Como me dizia Gabriel Cancino, o jovem enólogo responsável pelos bons vinhos provados neste dia, “nosso campo é nossa fortaleza” e “a base de um bom trabalho enológico é a paixão pelo vinho e a formação de equipes de excelência”, creio que os bons vinhos provados demonstram bem a eficácia da aplicação desses conceitos.

 

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Caliterra, uma apaixonada fusão entre Calidad e Tierra  estabelecida em 1996 no vale de Colchagua, teve a participação acionária de Robert Mondavi durante alguns anos. Raízes chilenas, filosofia sustentável, relação amistosa com o meio ambiente através de conceitos de manejo sustentável da terra. É um vale fechado, no coração de Colchagua, entre o lago de Rapel e o vale de Alpata, a pouco mais de 60 kms do Oceano Pacifico. Cerca de 1100 hectares em que 75% da terra é virgem e no restante, vinhedos de Merlot, Carmenére, Cabernet Sauvignon e Shiraz. As variedades brancas, são plantadas em outras regiões, especificamente nos vales do Maipo, Curicó e Casablanca, sempre buscando produzir vinhos de qualidade de média e alta gama.

A razão principal para este encontro, foi o lançamento no Brasil, de seu rótulo top, um vinho premium que já em seu primeiro ano foi caliterra-vineyards0001contemplado com 91 pontos por Robert Parker o que, gostemos ou não, confere ao vinho um certo status que precisamos confirmar na taça e, especialmente na boca. Só que antes, até porque eu não os conhecia, passamos por toda a sua linha “intermediária”, a linha Tribute que, a partir deste ano, virá com o nome de Tributo e é importado com exclusividade pela Wine Premium. Falemos então, um pouco sobre o que provei e qual a impressão que estes vinhos me deixaram.

  • Chardonnay 2006 – O primeiro impacto não poderia ser melhor, da região de Casablanca e elaborado “sur Lie” apresenta ótima tipicidade com baunilha e abacaxi bem presentes, mas de forma sutil e elegante. Na boca é muito balanceado e rico, boa acidez, macio, de boa estrutura e, o que mais me agradou, uma mineralidade bem acentuada.
  • Shiraz , Carmenére e Malbec varietais da ótima safra de 2005 são vinhos bem saborosos, frutados e equilibrados, cada qual com suas características e tipicidade sendo o Malbec talvez o que esteja mais redondo e pronto a tomar. Um degrau acima, na minha opinião, está o excelente Cabernet Sauvignon que já começa a seduzir no nariz em que aparece fruta negra tipo cassis e mirtilo, com algo tostado. A entrada de boca é amistosa com taninos finos e elegantes, de médio-corpo e textura aveludada. Final de boca redondo e saboroso, com alguma complexidade e de longa persistência. De toda esta linha de tintos, o que mais me encantou e terminou rapidamente na minha taça. Ainda bem que tinha refil (rsrs)! Os preços desta linha estão em torno de justos R$55,00.

      cenit Só que viemos para conhecer o CENIT, o ponto mais alto de nossa esfera celeste, o nosso “zênite”. Safra 2005, três aninhos e ainda engatinhando, uma verdadeira criança. Delicioso assemblage de Cabernet Sauvignon, Malbec e Petit Verdot, com 18 meses de barrica (75% francesa e o restante americana) é límpido, escuro, púrpura com uma áurea rubi. Nariz complexo, fruta, tabaco, algo terroso uma imensidão de aromas difíceis deste pobre nariz decifrar. Toda esta complexidade se repete na boca, extremamente rico, grande volume de boca, ótima estrutura, ainda fechado pedindo bem mais do que a uma hora de decantação que ele teve. Taninos firmes, aveludados sem agressividade, grande harmonia, muito longo, estamos diante de um vinho de primeira grandeza que deverá evoluir maravilhosamente bem com mais uns dois a três anos de garrafa. Pontuação mais do que comprovada na boca, um ótimo vinho de grande potencial de guarda que gostaria de provar novamente em 2011. Preço, no nível dos grandes vinhos premium do Chile, por volta dos R$328,00.

         Tem mais, mas isso é um segredo que só posso contar dentro de um ou dois meses. Assim que me permitam divulgá-lo o farei, mas só para manter um certo clima de ansiedade, gamei! Por enquanto, explorem os vinhos que estão disponíveis na Wine Premium.

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