setembro 2009

Reflexões do Fundo do Copo – A Uva e Darwin

breno3           Por sugestão do dono do blog e-bocalivre, li o texto abaixo do Darwin, aquele mesmo que descobriu e provou que você e eu somos macacos pelados, bípedes, impossibilitados pela natureza a pular de galho em galho como nossos ancestrais. O cara meteu a mão em quase tudo que se movia e em quase tudo que não se movia. Estava adiante do seu tempo em muitos campos de estudo, incluindo ai nossa adorada e idolatrada uva.

          Traduzi, mal e porcamente, o artigo que se segue e que foi publicado no referido blog, e ele está aqui porque achei que havia nele interesse acumulado para todos aqueles que se dedicam à prática de clicar neste “Falando de Vinhos”. Não liguem não se ele não fala muito dos vinhos que você achou em sua última viagem á California, porque foi escrito em 1868, quando o Robert Parker ainda não tinha nascido para dar nota, certificar e aconselhar a abertura das garrafas que fazem parte de nossas adegas.

           Achei de grande interesse porque sempre fiquei com a pulga atrás da orelha, biólogo que não sou nem serei, de onde vem esta tal variedade de cepas egressas da vitivinifera, que sempre nos dizem, é muito mais legal, é muito melhor e superior que a outra tal, sua irmã Caim, a uva americana, que no máximo serve de uva de mesa (de sobremesa?). Como é que Cabernet é Cabernet e não é Shiraz? Vamos ver porquê e como:  

            A vinha (Vitis vinifera).— A versão mais aceita pelos estudiosos sobre a origem da uvas européias é que descendem de uma única espécie, que se encontra viva e cresce selvagem na Ásia Oriental, que tem sua origem na Era do Bronze na Itália e que foi recentemente encontrada em forma fóssil em um depósito de turfa no sul da França. Mas certos indícios levam os estudiosos a contestar esta paternidade única de todas as nossas variedades cultivadas. A semente da dúvida está nas características mutantes da videira, capaz de variar geneticamente por caminhos desconhecidos, apesar de reproduzir fundamentalmente suas propriedades através das sementes. E como veio sendo cultivada desde a mais remota antiguidade, ganhando novas variedades por onde passa, parece improvável ter apenas uma origem. Além do que, a tese da multiplicidade tem fundamento particular nas pesquisas de campo feitas por Clemente, que encontrou várias formas semi-selvagens numa floresta da Espanha.

          Podemos facilmente inferir que a vinha é uma planta que varia muito quando propagada pela semente devido à incrível variedade de formas adquiridas por ela, documentadas desde eras remotas. Novas variedades são produzidas todo ano, como exemplifica bem a variedade dourada, criada recentemente na Inglaterra, e que nasceu de uma outra preta sem ter havido qualquer cruzamento. Van Mons produziu uma grande variedade a partir de sementes de uma única vinha, que tinha sido isolada de todas as outras, inviabilizando – ao menos por uma geração – qualquer cruzamento. E as suas mudas apresentaram “les analogues de toutes lees sortes”, diferenciando-se em quase todos os caracteres, seja na fruta, seja em sua folhagem.

        As variedades cultivadas são extremamente numerosas; Count Odart acha possível que existam em todo o mundo 700 ou 800, talvez até 1.000 variedades, mas sequer um terço destes tem qualquer valor. No catálogo de frutas da Horticulture Gardens of London, publicado em 1842, foram enumeradas 99 variedades. Onde quer que haja plantio de vinha, apareceram novas variedades; Pallas descreve 24 na Criméia, enquanto que Burnes menciona 10 em Cabul. A classificação das variedades tem deixado perplexos muitos escritores e Count Odart opta por um sistema geográfico; mas não entrarei neste particular, e nem menos nas enormes diferenças existentes entre as variedades. Apenas para mostrar quanto é diversificado o desenvolvimento desta planta, pretendo especificar algumas particularidades expressivas, todas provenientes do respeitado trabalho de Odart.

         Simon classificou as uvas em dois grandes grupos, as de folhas rugosas e as de folhas lisas, mas ele mesmo admite que ao menos na variedade Rebazo, as folhas são tanto rugosas quanto lisas; Odart sustenta que algumas variedades têm nervuras não encontradas em outras plantas, enquanto que outras têm folhas rugosas quando jovens e envelhecem lisas. A Pedro-Ximenes tem como característica particular amarelar ao menos as nervuras de suas folhas no processo de amadurecimento, quando não deixa pintado de amarelo toda superfície da folha. A Barbera D’Asti é reconhecível por várias características; entre outras, “”por algumas das folhas, e sempre as dos ramos mais baixos, que se tornam repentinamente de uma cor vermelho escuro”. 

          Muitos autores classificam as uvas a partir do formato do bago, redondo ou oval; Odart admite o valor desta divisão, mas aponta para a Macabeo, que muitas vezes produz bagos pequenos e redondos e, ao mesmo tempo, bagos ovalados e grandes na mesma planta. Algumas, têm uma característica tão marcante que as distingue, como é o caso da Nebbiolo que “apresenta uma ligeira aderência na polpa que circunda a semente, perceptível quando o bago é cortado na transversal”. Uma uva do Reno é citada por amadurecer bem apenas quando o solo é seco, já que costuma apodrecer quando chove demais na época da colheita; ao contrário de uma variedade originária da Suiça, que só amadurece se houver umidade prolongada. Esta última brota apenas na primavera, mas seu fruto amadurece rápido; há ainda as que se dão bem demais com os efeitos do sol de abril e por isso acabam sofrendo com geadas. Enquanto a variedade Styrian tem talos quebradiços, o que faz os cachos caiam com facilidade – e a vinha citada é particularmente atraente para abelhas e vespas – outras têm galhos extremamente fortes, resistentes ao vento. 

           Outras tantas características poderiam ser citadas, mas os fatos apresentados são mais do que suficientes para mostrar como são variáveis os pequenos detalhes estruturais e constitucionais da videira. No período da grande doença do vinho na França, determinados grupos de antigas variedades sofreram muito mais do que outras. Entre elas, enquanto a de “Chasselas, tão variado, não teve sequer uma afortunada exceção”, outras sofreram muito menos; a verdadeira Borgonha mais antiga, por acaso, esteve praticamente livre da doença e a Carminat resistiu igualmente ao ataque.

            As uvas americanas, que pertencem a espécie diferente, escaparam integralmente da doença na França, o que faz supor que muitas dessas européias que melhor resistiram à doença devem ter adquirido – num nível inferior – as mesmas peculiaridades constitucionais das espécies americanas. (Charles Darwin, Variation of animals and plants under domestication, capitulo X, 1868. Tradução Breno Raigorodsky)

Mais um texto do amigo e colaborador, agora com participação quinzenal aos sábados, Breno Raigorodsky; 59, filósofo, publicitário, cronista, gourmet, juiz de vinho internacional e sommelier pela FISAR. Para acessar seus textos anteriores, clique em Crônicas do Breno, aqui do lado.

Dicas da Semana

             Mais uma lista de diversos eventos, sugestões e promoções recebidas de amigos e parceiros para você conferir. Tem as costumeiras boas promoções da Kylix e Zahil, programas vínicos, degustação na Assemblage Vinhos, gastronomia, sempre um pouco de tudo.

Vinho e PizzaPizza & Vinho – Um dueto que vem crescendo no gosto dos consumidores. De uns tempos pra cá, devido a grande procura dessa dobradinha que deu certo: pizza e vinho, algumas pizzarias da cidade começaram a investir em cartas de vinhos cada vez mais completas. Na Bendita Hora – Pizza & Arte são consumidas, em média, 900 garrafas por mês, sempre acompanhadas de uma deliciosa redonda. Elaborada pelos sócios e sommeliers Gabriel  e Gustavo R. Bacellar, sua carta de vinhos tem sido muito elogiada por vários especialistas do mundo enogastronômico. “A importância que damos ao vinho nos fez montar em uma de nossa casas, a Bendita Hora de Alphaville, um empório de venda com 300 rótulos”, lembram Gabriel e Gustavo, sócios da casa. Entre os campeões de vendas estão Pulenta Estate Malbec (Argentina), Santa Rita Gran Hacienda Carmenere (Chile) e Allegrini Valpolicella Clássico DOC (Itália). A carta ainda destaca algumas garrafas especiais como Bouchard Clos Vougeot 2005 (Bourgogne), Almaviva 2005 (Chile), Cobos Malbec 2004 (Argentina).  No cardápio, dicas de harmonização das diversas pizzas e entradas, inclusive com espumantes.

          Eu que só como pizza acompanhada de uma saborosa taça de vinho, acho uma ótima que empresários do ramo estejam investindo nesta “pareja”.  Uma boa opção para conferir e em três endereços; Alphaville, Perdizes e Moema. Para ver mais, visite o site www.benditahora.com.br

 

Casa Silva na Assemblage Vinhos – A conceituada Casa Silva, bodega Chilena que conta com os préstimos do afamado enólogo Mário Geisse que produz alguns dos melhores espumantes nacionais, coloca em degustação alguns de seus principais rótulos aqui na Granja Viana, na Assemblage Vinhos dos amigos Marcel e Bete. Interessante ver o que fizeram com a Petit Verdot, um rótulo altamente pontuado por Parker.

Assemblage - Casa Silva

 

Zahil 2 x 3 – É, os amigos da Zahil estão com três promoções em que você paga duas e leva a terceira garrafa na faixa, ou seja, 30% de desconto. Conheço o Alberdi, um corte mais moderno da tradicional bodega La Rioja Alta, que produz alguns néctares, um belo vinho a ser conferido. Clique no link e garimpe outras bons rótulos do bom portfolio da empresa.

 Zahil Clipboard

 

Kylix – o Simon avisa que as promoções de Montes Alpha, Villa Antinori, Montes Selección, Catena e Mapu estão chegando ao seu final. Uma boa oportunidade para comprar ótimos vinhos a preços bem camaradas.  Clique no link acima e confira.

 

Pedra Azul – Não será na semana, mas há que se programar para este grande evento caso queira ser um dos apenas 200 privilegiados participantes. Um programa de tirar o fôlego com a presença de gente altamente conceituada no setor e recheado de grandes vinhos. De 22 a 25 de outubro de 2009, a região Pedra Azul no Espírito Santo será palco do Encontro Internacional do Vinho. Um evento que promove as condições ideais para exclusivas degustações de mais de 60 grandes vinhos, sob a orientação de renomados especialistas nacionais e internacionais. O cenário perfeito para o Encontro é a Pousada Pedra Azul, localizada em uma região de natureza exuberante e temperatura amena a apenas 80 km de Vitória-ES. Vizinha do parque florestal de mesmo nome, a Pousada está em uma das mais belas paisagens de montanha do país e conta com excelente infra-estrutura turística.

Pedra Azul

Com o propósito de juntar em um só ambiente, estudiosos, profissionais e enófilos, sua programação contará com nove degustações (sete oficiais e duas sessões Premium), mais de 50 vinhos e dez palestrantes, sendo oito internacionais, entre eles o produtor Biodinâmico Nicolas Joly e o editor da Revista Americana Wine & Spirits, Joshua Greene.

PROGRAMA

QUINTA-FEIRA – 22/10/2009

  •  20:00h, Jantar de abertura do evento

SEXTA-FEIRA – 23/10/2009 –

  • 09:30h – Degustação 1: Espanha: Antigo ou Novo Estilo?
  • 15:00h – Degustação 2: Itália Monumental
  • 17:30h – Degustação 3: América do Sul por Franceses
  • 19:00h – Sessão Premium I: Vinhos de Rios

SÁBADO – 24/10/2009

  • 09:30h – Degustação 4: Biodinâmicos: Vinho do Céu a Terra
  • 15:00h – Degustação 5: As novas fronteiras do mundo do vinho
  • 17:30h – Degustação 6: As diferenças do Terroir de Bordeaux
  • 19:00h – Sessão Premium II: Por que 100 pontos?

DOMINGO – 25/10/2009

  • 11:00h – Degustação 7: Champagne: o segredo dos pequenos produtores

Para ver este programa em detalhes, clique aqui.

Salute e kanimambo.

Loureiro e Touriga Nacional, um Grande Final!

               Falei do Desafio de Vinhos Portugueses e publiquei os resultados, com aquele espetacular desempenho da Herdade do Pinheiro Reserva 2003, mas não falei do jantar de confraternização que tradicionalmente realizo com os amigos presentes à degustação. Dois belos vinhos, um dos quais estará participando deste próximo Desafio de Vinhos de Uvas Ícones a ser realizado ainda este mês, e pratos bem gostosos.

murosantigos-2007Iniciamos o jantar, após a maratona de 14 vinhos, nos deliciando com o Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter), uma das melhores relações custo x beneficio de vinhos brancos hoje disponíveis no mercado. É elaborado pelo mago Anselmo Mendes que entende como poucos os mistérios dos vinhos verdes, mas não só. A uva Loureiro tem como característica, gerar vinhos muito frescos, por sua ótima acidez, e aromáticos. São ótima companhia para pratos de frutos do mar e gosto muito de harmonizá-lo com caldeirada de lulas. Desta feita, este delicioso Muros Antigos, de aromas sutis com nuances de flor de laranjeira, muito cítrico, balanceado, fino, saboroso que nos seduz facilmente enquanto nos acaricia o palato com um toque mineral de boa persistência,bolinho-bacalhau acompanhou uma entrada de bolinhos de bacalhau e azeite. Uma nota especial aos bolinhos de bacalhau, uma especialidade dos amigos Paulo e Filomena Martins, show de bola!

Como prato principal, um delicioso risoto de pato, uma especialidade da cozinha do amigo Simon da Kylix, que estava muito delicado e gostoso. O vinho, um Touriga Nacional Reserva 2005 da Quinta Mendes Pereira que decantou por uma hora e estava estupendo, apesar de não ter se adequado muito bem ao prato por ser um vinho de um corpo bem superior ao quinta-mendes-pereirarisoto. Nada que, a esta altura do campeonato, afetasse nossa percepção de satisfação, até porque a ótima acidez gerando um certo frescor, fruta vibrante, volume de boca e riqueza de sabores, grande equilíbrio e taninos aveludados do vinho, compensavam qualquer coisa.  Estou muito curioso para ver este vinho no embate de Uvas Ícones, pois já o havia provado antes e senti que ele evoluiu muito bem nestes últimos oito para dez meses. Um belo vinho que agradou sobremaneira a todos, uma ótima forma de finalizar este encontro. Por outro lado, a harmonização maior já estava criada; bons vinhos, bons pratos e bons amigos, o resto, bem, o resto vira perfumaria.

           Os papos de anjo e o cafezinho, aliás, vários, fizeram o complemento de uma noite muito agradável repleta de gostosos sabores e, mais que tudo, gente amiga. Mais uma vez meus agradecimentos especiais à Kylix. O Simon e sua equipe nos receberam muito bem e, o ambiente, simpatia e diversidade de produtos nesta bonita loja, são realmente um colírio para os olhos.

         Salute, kanimambo e aguardem o Desafio de Uvas Ícones que desta feita será realizado nas agradáveis e simpáticas instalações da Zahil nosso anfitrião deste mês de Setembro. As fotos, afanei do blog do amigo Alexandre (Diario de Baco) membro titular da banca de degustação destes Desafios, as minhas estavam muito ruins!

Pequeno Dicionário de Português x Brasileiro – Parte I

dicionario1               Alguns amigos que estão de passagem marcada para Portugal têm me pedido dicas de lugares para visitar, onde comer, que vinhos comprar, etc.. , mas, e o idioma? Existirão coisas que você ouvirá, mas nem sempre entenderá, garanto. Por exemplo, veja se consegue entender totalmente as frases abaixo:

  • você chega no caixa para pagar a conta e, na mão, um cartão de crédito  bandeira Mastercard ou Amex e vem a pergunta, “multibanco ou visa”? Loucura? Como, ela não está vendo que o cartão é Amex?! Calma, ela só quer saber se é débito ou crédito.
  • Já montei a montra. Agora apanhe o que sobrou e deite lá na arrecadação porém use o ascensor e cuidado com a alcatifa na entrada.
  • Olha lá, quando usares a retrete vê se puxas o autoclismo.
  • Acabou-se a papa doce meu amigo, a mim não me enfias mais o barrete! És um aldrabão e já me deves uma pipa de massas, de ti agora só se for à cabeça ou a pronto.
  • Aquela carrinha com atrelado, provocou o choque com o camião porque estava com as jantes todas tortas e os pneus muito beras. O condutor então, um verdadeiro aselha que, ainda por cima, estava com uma tremenda carraspana,  já saiu soltando bojardas e criando a maior balburdia!
  • Estava à balda esperando minha boleia que me ligou pelo telemóvel dizendo que só arrancaríamos mais tarde pois ainda tinha que arranjar a direção assistida que tinha falhado. Já que não tinha tomado o matabicho, procurei uma tasca, mas não tinha nada de jeito então entrei numa pastelaria e só pedi um sumo, um prego e uma bica cheia. Tinham também umas tostas mistas, cachorro e galão, mas o adiantado da hora pedia algo mais substancial. Apetecia-me mesmo eram umas chamussas, mas lamentavelmente tinham acabado.
  • Da ementa escolhi amêijoas, borrego e uma imperial.
  • Estava eu lá, no rabo da bicha com o saco na mão já fazia uma meia hora, quando gritam lá de dentro que o cacete tinha acabado.

      Deu para entender tudo? Algumas coisas sim outras não, não é? Achei que esta pequeno “dicionário”  de termos e gírias mais comuns, pudesse ser útil aos amigos de modo a facilitar a comunicação com os patrícios durante a estadia . São as tais das diferenças entre iguais! Eis a parte I e hoje não falarei de vinhos:

Á Balda À toa, de qualquer jeito
À brava Fazer muito de qualquer coisa. Ex. Rimos à brava da anedota do Miguel.
À Brocha Aflito, apertado, repleto de preocupações.
À cabeça Antecipado
A direito, ir ir reto frente, em ou direto a algum lugar
A meias Dividido 50/50
A pronto Á vista
À rasca Apurado, aflito, apertado, com dificuldades, em situação difícil, com problemas.
Acabou-se a papa doce Acabou-se o que era bom
Acelera Acelera, mas também usado para denominar aqueles scooters sem marcha.
Acento Sotaque
Açorda Prato típico feito á base de pão adormecido. Existe açorda de bacalhau, de camarão, etc. Parece uma papa, de cara não muito convidativa, mas absolutamente delicioso.
Aderente Quem adere, participante
Adesivo Esparadrapo
Agrafador Grampeador
Alcatifa Carpete
Alcatroada Asfaltada (rua, estrada)
Alcunha Apelido
Aldrabão Trapaceiro
Aleijar Machucar
Alfinete Alfinete e broche. 
Alforreca Água Viva
Algibeira Bolso
Alguidar Bacia
Almeida Varredor de rua, gari. Também sobre nome
Almofada Travesseiro
Aluguer Aluguel
Amêijoa Um vôngole grande. Amêijoas à Bulhão Pato, prato tipico delicioso.
Andar aos pontapés Ao deus-dará, aos trancos e barrancos, do jeito que dá.
Andar na estica Estar na moda, elegante.
Ao pé Ao lado , no sentido de ao meu lado, próximo a mim.
Apanhar Pegar. Ir  apanhar o comboio das sete.
Apartado Caixa postal
Apelido Sobrenome
Apitadela Dar uma ligada / Dar um toque
Apontar Tomar nota
Aqui há gato Diz-de de situações estranhas quando algo não está certo ou de uma situação dúbia.
Arder Queimar
Armar Ostentação, fingir, se meter a algo que não é, presunçoso. Ex. Está-se a armar em valente.
Arrabaldes Arredores / Periferia
Arrancar Começar, iniciar. Ex. A viagem é longa, temos que arrancar cedo.
Arranjar Arrumar, preparar. Ex. Vá arrumar ao almoço.
Arrecadação Sótão, porão, despensa, lugar onde se guardam coisas que não se necessitam de imediato
Ascensor Elevador
Aselha Grosso, barbeiro, pessoa desajeitada, sem habilidades no que faz.
Aselhisse Barbeiragem
Assoalhado Cômodo
Atacador Cadarço
Aterrar Aterrisar
Atrelado Reboque, carreta.
Auscultadores Fones de ouvido
Autocarro Ônibus
Autoclismo Descarga
Avariado Quebrado, que não funciona
Badagaio Chilique, desmaio.
Badalhoca/o Pessoa desleixada, suja, porcaria
Bagageiro Porta-malas
Baixa Toda a cidade tem uma baixa, ou seja um centro.
Balburdia Confusão, zorra.
Banheiro Salva vidas ou Vendedor de banha
Barafustar Brigar, criar o maior auê, reclamar, discutir
Barrete, enfiar o Lograr alguém ou ser logrado, enganar.
Bate-chapas Funileiro
Batota Trapaça
Beata Carola de Igreja ou bituca de cigarro
Beneficiação Um lugar estar em beneficiação significa que está passando por obras/reformas.
Bera Algo ou pessoa de qualidade duvidosa, ruim. Ex. É barato porque é bera.
Berbigão Molusco tipo um mexilhão
Berlinde Bola de gude
Berma Acostamento
Bestial Muito legal, genial, maravilha
Betão Concreto
BI – Bilhete de identidade Documento de identidade nosso RG.
Biberon Mamadeira
Bica Cafezinho Expresso normalmente curto
Bica cheia Expresso longo
Bicha fila
Bifana É um sanduiche com bife de carne de porco e molho. Ótimo lanche.
Bife Gíria para denominar um individuo de origem Inglesa.
Bife panado Bife à milanesa
Bilhete Entrada, ingresso para algum espetáculo.
Bisga Cuspida
Bojarda Palavrão, asneira, palavra inconveniente
Bola ao cesto Basquete
Bola-de-berlim Um doce tipo sonho mas sem o creme
Boleia Carona
Bomba Posto de gasolina
Borbulhas espinha na pele, acne
Bordéus Região de Bordeaux na França
Borla Grátis, na faixa
Borra-botas Um João ninguém, individuo insignificante que não tem onde cair morto.
Borrego Cordeiro
Bucha e Estica Gordo e o Magro, célebre dupla de comediantes Americanos .
Cabazada Grande quantidade, goleada, exagero de diferença
Cabedal Assim como “massas”, é gíria para dinheiro, grana, bufunfa.
Cabrão Não, não é uma cabra grande. É corno mesmo, mas muito usado no sentido de filho da …..
Cacete (pão) Filão, baguete de pão
Cachorro O nosso cachorro-quente. Em Portugal o cachorro se trata de cão.
Cacilheiro Barco que faz transporte de passageiros entre Lisboa e Cacilhas, do outro lado do rio Tejo.
Caixa de velocidades Caixa de cambio
Calção Short, bermuda
Calção ou fato de banho Maiô
Calhau Pessoa estúpida, ignorante, boçal
Camião Caminhão
Camisa de dormir Camisola
Camisa de vênus Camisinha
Camisola Camiseta
Canadianas Muletas do tipo que se apóiam no antebraço.
Canalisador Encanador
Cancro Câncer
Candeeiro Abajur
Candonga Mercado negro, contrabando
Caneco Taça mas também usado como gíria depreciativa para denominar um sujeito de origem Indiana
Carburante Combustível
Caril Curry
Carne picada Carne moída
Carocha Besouro, mas usado também como querido, lindinho, coisa fofa
Carraspana Porre / Bebedeira
Carrinha Perua (carro)
Carro a grilar Carro com motor batendo pino
Carruagem Vagão

            Nos próximos dias, intercalando com coisas do vinho, o complemento deste pequeno dicionário. História, ótima enogastronomia com preços muito bons, gente hospitaleira, Portugal é show! Aos amigos que viajam, aproveitem.

Salute e kanimambo.

Conferindo as Novidades na Zahil

Novidade          Para quem ainda não conhece, duvido que haja alguém, a Zahil é uma das boas importadoras que temos com rótulos bastante interessantes e bastante convidativos tanto do ponto de vista de qualidade como de preços. Tem de tudo, mas possui uma linha de vinhos de muito bom preço que surpreendem por sua qualidade. Alguns desses rótulos que tanto me empolgam estão numa faixa de até R$60,00 o que permite que alguns desses rótulos volta e meia estejam sobre minha mesa e na minha taça. Vinhos como; Trumpeter Malbec/Syrah, Domaine Conté Selección de Barricas Carmenére, Les Bateaux Syrah, Chateau Kefraya Les Bretaches, Cotes du Rhône St. Estève d’Uchaux, Vila Regia Douro Tinto, Juan Carrau Tannat de Reserva, Tosca Chianti Colli Senesi, Veuve Paul Bur Brut, Les Fumées Blanche,  entre outros saborosos  rótulos de valor um pouco mais acima como os sempre confiáveis Rutini Cabernet/Merlot, Chateau Puycarpin e Jourdan. Um bom e bonito lugar para se garimpar.

               Desta feita fui conhecer alguns dos novos vinhos de seu portfólio que acabaram de chegar. Algumas pérolas e outras grandes descobertas. Eis alguns dos que, a meu ver, se destacaram entre os vinhos provados, sendo vinhos que certamente merecem ser conhecidos.

Sauvignon Blanc – provei dois vinhos, ambos muito bons, porém de estilos totalmente diferentes. O primeiro évacheron_sancerre[1] vibrante, franco que nos atinge com grande impacto e é da Nova Zelândia, uma nova frente sendo aberta pela gigante portuguesa Sogrape, região de Marlborough do produtor Framingham. O Segundo é oposto, uma caricia sedutora ao palato onde impera a finesse e elegância, muito mineral e um verdadeiro deleite hedonistico , é o Sancerre (Loire) do Domaine Vacheron um vinho a qual o respeitado Stephen Tanzer deu 92 pontos.

Muscadet – que nada tem a ver com moscatel, é uma uva que gera vinhos secos e leves na região do Loire, mais precisamente na sub-região de Sévre-et-Maine, próximo à cidade de Nantes. Advindo de vinhedos de mais de 35 anos e sem a utilização de químicos no cultivo, o Domaine Le Haute Févrie nos apresenta dois rótulos. O que mais chama atenção por sua sutileza e frescor, é o Le Gras Moutons que passa cerca de 10 meses sur lie, dando-lhe uma complexidade cativante, balanceado, apresenta um ótimo final de boca de boa persistência. Uma deliciosa e estupenda opção para você acompanhar ostras e frutos do mar em geral. De dar água na boca!

La Coudraye, um Cabernet Franc da sub-região de Bourgueil de aromas convidativos, boca muito rica em sabores, complexo e equilibrado, uma boa opção para quem procura vinhos desta cepa produzido no Loire.

SequilloSequillo, um vinho Sul Africano elaborado com um corte de Syrah, Mourvédre e Grenache, absolutamente divino. Um grande vinho de muita complexidade aromática, vibrante, ótima entrada de boca, firme, taninos finos, robustez com elegância, para mim o melhor vinho provado e uma enorme surpresa.

Framingham Pinot Noir – num estilo que me agrada. Nariz intenso, na boca explode em sabores mostrando todas as características do terroir, rico, final com leve toque de especiarias, um vinho muito bom e muito agradável que nos deixa aquele gostinho de quero mais na boca.

Hacienda La Laguna, uma linha de vinhos chilenos produzido pela Beringer Blass, a preço bastante convidativo R$42,00. Especialmente interessantes os Reserva Cabernet/Merlot e o Cabernet/Syrah sedosos, prontos e muito saborosos apresentando uma boa persistência e corpo médio.

Itália, três vinhos bastante interessantes. De Michele Chiarlo o Cipresi dalla Court Barbera d’Asti Superiore, possui uma paleta olfativa de boa intensidade com muita fruta escura e toques animais convidando a taça à boca onde é Gravnermarcante com taninos sedosos, algo especiado com ótima acidez pedindo comida e o Stefano Accordini Acinatico Valpolicella Classici Superiore Ripasso, um ótimo exemplo do que melhor se faz na região do Vêneto, mostrando muita complexidade e riqueza de sabores. Absolutamente diferentes, os caros e raros vinhos da Gravner que me chamaram a atenção já na entrada da loja devido ao design dos rótulos. São vinhos complexos, elaborados “à mão” em ânforas de barro num processo artesanal, sendo vinhos para o apreciador experiente, aquele que acha que já conhece tudo!

Alsácia, não poderia finalizar sem falar da chegada de dois importantes produtores da região, o Domaine Ostertag e o Domaine Josmeyer, ambos biodinâmicos. Do que provei, me chamaram a atenção o Riesling Le Kottabe da Josmeyer e o Fronholz Pinot Gris da Ostertag.

         Enfim, garimpar os novos rótulos, mais uma razão para você dar uma passada por esta simpática loja. Dos vinhos mais em conta e para o dia-a-dia até os mais sofisticados, um portfolio bastante completo e diverso. Afora todos os rótulos já mencionados, mais seis derradeiras dicas; Callabriga Douro 2004 / Domaine La Soumade Rasteau Village 2006 / Domaine du Ministre – St. Chinian 2004 / Juan Carrau Pujol Gran Tradicción / Chateau des Erles Cuvée des Ardoises Fitou / Vina Arana Reserva 1998 e Domaine Conté (Chile) Gran Reserva Cab/Merlot 2005, ou seja, inúmeras razões para você dar uma passada pela loja da importadora que fica aqui no Itaim em São Paulo, na Rua Manoel Guedes, 294, eu recomendo.

Salute e kanimambo

Saul Galvão do Jeito que Gostaria de ser Lembrado

          Bonachão, feliz, de bem com a vida, sorriso largo no rosto e bem humorado, ou pelo menos é assim que penso e o vejo. No triste dia de seu falecimento escrevi um singelo post dando a noticia e o homenageando, porém queria poder dizer algo mais sobre alguém que teve tanta influência sobre o que faço e a forma como encaro nossa vinosfera. Esta idéia saiu de um bate papo com a doce e competente Bebel, sua fiel escudeira de anos, que me indicou onde encontrar as imagens que, certamente, valem mais do que quaisquer palavras. Os cartoons são da época da Gula, feitos por Osvaldo Pavanelli e as fotos tiradas da net via google. Deixa-nos o homem, mas fica sua obra, seu exemplo e seus ensinamentos. Salute Mestre e kanimambo por tudo!

         Saul 2              Saul 1 

         Saul 7        saul 3

        Saul 4           Saul 5

        Saul 9                Saul 6

Saul 10   Saul 14    saul 11 

    Saul 12       Saul 13

Saul 8

Uvas & Vinhos – Gewurztraminer

           Uvas & Vinhos é uma categoria que fala um pouco das cepas e os vinhos com elas elaboradas ao redor do mundo. Apesar de, obviamente, virmos a falar das cepas mais tradicionais, é nossa intenção fugir um pouco do lugar comum ampliando o leque um pouco. Hoje falamos de uma uva que gera vinhos maravilhosos e em vários estilos. Conheça um pouco mais da aromática GEWURZTRAMINER.

gewurtzraminerApesar de seu nome, difícil de pronunciar, a Gewürztraminer é muito fácil de ser reconhecida. Seja por seus aspectos físicos ou pelas características dos vinhos elaborados com ela. Sua origem mais provável é italiana, ou pelo menos do que conhecemos por Itália hoje. As primeiras menções à uva Traminer, apontam para o ano 1000, no vilarejo de Tramin, ou Termeno, nos altos vales de Etsch onde hoje temos o Tirol italiano (perto da região do Alto Adige). No meio do século XVI já era amplamente cultivada nessa região.

           Uma outra versão, diz que a uva pode ser descendente da uva Aminea da Thessalia, ao norte da Grécia, de acordo com dados de ampelógrafos da época, com sua difusão pelo norte da Itália e pela região do Rhein (Alemanha) dando-se através dos romanos ou, ainda, que nada mais é do que uma mutação da Savignin Rosa que, morfológicamente é idêntica, porém mostra sabores diferenciados.

            A relação entre a Traminer e a Gewürztraminer tem sido muito discutida e, muitas vezes mal interpretada. O prefixo “gewürz” que significa “especiaria”, termo muito utilizado pelos degustadores de vinhos, para descrever os aromas dos vinhos elaborados com Gewürztraminer, por sua complexa gama de aromas, que lembram frutas tropicais e flores perfumadas, como lichias e rosas. A palavra gewürz também pode ser interpretada simplesmente como “perfumado” ou “aromático”. Na Alemanha, ainda se podem encontrar as duas versões, sendo a Traminer usada para os vinhos mais aromáticos e os Gewurtzraminer para os de mais acentuada presença de especiarias como canela, o que também ocorria na Alsácia até 1973 quando Traminer foi eliminado.

           É uma uva cultivada em muitas regiões, principalmente na Alsacia (França) e nas regiões do Rhein e Pfalz (Alemanha), mas também na Austria, Itália (Alto Adige), Nova Zelândia, Austrália, Chile, Estados Unidos e alguma coisa por aqui, no Brasil. É, no entanto, na Alsácia que se encontra a maior área plantada com cerca de 3.000 hectares, de acordo com Oz Clarke em seu livro “Grapes & Wines”. Conforme amadurecem, ganham uma cor mais Gewurztraminer Madurarosada.

          Os vinhos de Gewürztraminer normalmente são de cor amarelo intenso, quase dourados. Por conta de sua composição e características da casca, são vinhos com grande estrutura em boca. Uma de suas “fraquezas” é a acidez, muito delicada e, que em anos mais quentes, tende a ser muito baixa. São sempre muito aromáticos, com notas marcantes e características lembrando lichias e pétalas de rosas com toques, de maior ou menor intensidade, de especiarias. No Chile e Califórnia, apresentam características mais frescas e notas florais, e Nova Zelândia, Canadá e Oregon, onde tendem a ser mais complexos. Por ser uma casta de maturação tardia, não é incomum nos depararmos com vinhos por vezes excessivamente alcoólicos.

         Por ser uma uva de difícil produção e baixo rendimento, os preços tendem a ser caros, especialmente entre os melhores, o que não tem incentivado o incremento de novos vinhedos. Por outro lado, devido a uma acidez pouco acentuada, são vinhos tradicionalmente de tiro curto, para serem tomados jovens, entre os primeiros dois a três anos de vida. Os melhores exemplares da Alsácia e de maior acidez, podem envelhecer por até 10 anos ou mais, porém tendem a atingir seu pico por volta de 6 para 7 anos, exceção feita aos grandes vinhos doces que podem atingir 20 anos.

Harmonização:

          Apesar de, à primeira vista não parecer, graças às suas características aromáticas e gustativas, os vinhos de Gewürztraminer secos e jovens são ótimos parceiros para a culinária, especialmente pratos com riqueza aromática e bem condimentados, como a cozinha asiática – chinesa e indiana. Curries mais suaves aceitam bem os mais maduros.

         Além disso, as versões mais adocicadas são especialmente agradáveis para acompanhar sobremesas à base de frutas. Veja o que o amigo Álvaro Galvão (Divino Guia) tem a nos sugerir; “Os vinhos elaborados com esta cepa podem ter toques minerais também, mas é tão perfumada que, às vezes, este perfume sobrepuja todos os outros. Harmonizar a Gewurz é fácil, pois em tendo acidez e também corpo, ajuda na harmonização quando temos mais gorduras e lácteos.

Como gosto sempre de propor harmonizações mais ousadas, que tal um risoto de 3 queijos(brie, gruyere e gorgonzola)? Sua veia aromática e certo dulçor em boca, irá harmonizar com o amido do arroz, e com as gorduras e tons salgados dos queijos. Outra ousadia, peixe temperado com o mesmo vinho e leite de coco, embrulhado em papel alumínio(papillote) com ervas e especiarias. Que tal também uma sopa fria, suculenta e calórica?”

             Os estilos da Gewurztraminer são dos mais variados, podendo ser elaborados como vinhos secos, off-dry e doces, porém poucos atingem o nível de botrites devido a sua pele grossa que serve como barreira a essa “podridão nobre”. Eu prefiro meus Gewurztraminer secos, bastante jovens e os doces em cortes com cepas de maior acidez que lhe dão uma incrível complexidade aromática e riqueza de sabores. Eis alguns poucos rótulos, com preços aproximados, que já tive a oportunidade de degustar e outros a conferir.

Vinhos Recomendados:

  • Valduga Premium – Brasil – R$30,00
  • Angheben – Brasil – R$30,00
  • Tarapacá Late Harvest (S.Blanc/Gewurz) – Chile – R$35,00
  • Cono Sur Reserva – Chile/Expand – Cono Sur – R$39,00
  • Santa Helena Late Harvest (maior parte de Riesling)– Chile/Interfood – R$39,00
  • Cordilheira de Sant’ana – Brasil – R$46,00
  • Knappstein Three (corte com Riesling e Pinot Grigio) – Austrália/Wine Society – R$64,00
  • Casa Marin “Casona” 2008 (off-dry) – Chile/Vinea – R$115,00 (Divino)
  • Marcel Deiss Saint Hypplolyte – Alsácia/Mistral – R$142,00 (Maravilha)

Sugestão de Vinhos a Conferir:

  • Dal Pizzol – Brasil – R$30,00
  • Hugel & Fils “Gentil” (Corte c/4 outras uvas) – Alsácia/World Wine – R$48,00
  • San Michelle – EUA/Expand – R$55,00
  • Dopff & Fils – Alsácia/Mistral – R$75,00
  • Léon Beyer – Alsácia/Vinci – R$111,00
  • Elena Walch – Alto Adige – Itália/Decanter – R$114,00
  • F.E. Trimbach AC – Alsácia/Zahil – R$125,00
  • Domaine Paul Blanck – Alsácia/Decanter – R$131,00
  • Hugel & Fils “Jubilée” – Alsácia/World Wine – R$160,00

Post elaborado a seis mãos! O texto sobre as uvas chega pelas mãos da amiga Mariana Morgado e minha, a harmonização pelas do experiente Álvaro Galvão e as sugestões de vinhos são minhas. Para ver como contatar os importadores e checar onde, mais próximo de você, o rótulo está disponível, dê uma olhada em Onde Comprar, post em que constam os dados dos importadores e lojistas assim como de produtores brasileiros.

Quem quiser compartilhar de alguns bons rótulos conosco, o espaço é vosso. Impossível provar todos os vinhos então a contribuição dos amigos, para alegria da coletividade enófila que acompanha este blog, é sempre muito bem vinda. 

Salute e kanimambo

Dicas da Semana

             Para os que estão interessados em expandir seu conhecimento sobre vinhos a dica é o curso na Portal dos Vinhos, um Wine Dinner no capricho como os deliciosos vinhos Protos, os gostosos vinhos Mapu em promoção na Kylix, encontro da Expand com o idílico restaurante Praça são Lourenço e duas degustações, uma no Rio de Janeiro e outra em Piracicaba, são as dicas desta semana, sem contar que estamos terminando o Restaurant Week aqui em Sampa, então aproveitem os últimos dias, e a primavera do Emporio Sorio.

Portal dos Vinhos, dos amigos Fátima e Emilio está com mais um curso básico programado. Para quem é do Morumbi, Panamby, Real Parque, Butantã e região, não tem melhor no pedaço. Veja abaixo

Cursos Portal

 

 Kylix, o Simon informa seu Wine Day para este dia 16 (Terça-feira) quando as importadoras World Wine, Vinoteca, Vinho sul e Lusitana apresentarão diversos de seus rótulos. Estando lá, aproveite a promoção da Viña Baron Philippe de Rothschild que está lançando sua linha  Mapu Reserva de vinhos chilenos. Seguindo seu objetivo de proporcionar vinhos de qualidade para o dia a dia, a Kylix está com vários destes vinhos Mapu e Mapu Reserva em promoção.

  • Mapu Baron Philippe de Rothschild Reserva Cabernet Sauvignon 2008 – De R$ 42,00 por R$34,00 e se seis garrafas R$29,00 a unidade. Com certeza um vinho de qualidade acima da média para o dia a dia. Vinho de bela cor vermelho intenso, com notas de amoras e especiarias. Um vinho fresco, frutado e fino, com elegante estrutura de taninos maduros. Disponível também em Merlot, Sauvignon Blanc e Chardonnay.
  • Mapu Baron Philippe de Rothschild  Cabernet Sauvignon /Carménère 2008 –  Vinho de bela cor vermelho intenso, marcado por aromas de frutos negros, amora e especiarias. Fresco, frutado, em equilíbrio entre a elegância da Cabernet Sauvignon e a suavidade da Carménère (este eu provei e recomendo como um gostoso vinho para o dia-a-dia ou evento com amigos).  De R$ 32,00 por R$27,00 e se comprar seis garrafas R$24,00 a unidade.  Disponível também nos varietais de Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc assim como o blend branco  Sauvignon Blanc/Chardonnay.   

 

Ville du Vin Alphaville e Protos, esta é a dica do amigo Juan da Peninsula. Luisa Paz, gerente de exportação da renomada bodega de Rioja, estará apresentando seus vinhos num Wine Dinner muito especial. Para quem não conhece estes deliciosos caldos, sugiro um clique aqui.

Protos e Ville du Vin em Alphaville 

 

Praça São Lourenço e Expand se unem para um mês de harmonização especial.  De 14 de setembro a 14 de outubro, o gostoso e simpático restaurante Praça São Lourenço vai servir, de segunda a sábado, jantares Praça São Lourenço by Nightcom um cardápio cuidadosamente preparado pelo chef Cristiano Xavier, trazendo deliciosos pratos harmonizados com vinhos da importadora.

  • Entrada – salada de rúcula, salsão, figos assados, presunto cru, parmesão e amêndoas, escoltada pelo Chardonnay Fabre Montmayou (Argentina – região de Luján de Cuyo), um vinho dourado, com tons esverdeados, com complexas notas tropicais de abacaxi e banana, que se equilibram bem com notas de manteiga e pão tostado.
  • Prato principal – composto por steak picanha, galette crocante de batata, mostarda em grão, palmito grelhado e agriãozinho,  acompanhado de uma taça de Malbec Fabre Montmayou (Argentina – região de Luján de Cuyo), de cor vermelha profunda com reflexos violeta, com aroma de frutas vermelhas maduras e notas de violeta, baunilha e chocolate.
  • Sobremesa – torta-brigadeiro e avelã com calda de damasco fará par com o Porto Seara D´Ordens (Portugal – região do Douro), um vinho envelhecido por vários anos em cubas de inox e cascos de carvalho, com sabor fresco, composto por notas de tostados, especiarias e mel, além de um aroma de frutas vermelhas. Um excelente acompanhante de sobremesas tradicionais.

O valor cobrado por pessoa será de R$120, incluindo uma taça de cada vinho. Serão cobrados à parte as demais bebidas e os 10% de serviço. Para reservas ou mais informações, ligar para (11) 3053-9300 (com Maria Lúcia) ou enviar um e-mail a reservas@pracasaolourenco.com.br . O restaurante não abre para jantar aos domingos.

 

Vitis Vinifera e Giuseppe Grill no Leblon, mais uma grande degustação promovida por essa dupla. Será no próximo dia 16, se é que ainda sobraram algumas de suas escassas vagas, e desta feita será uma vertical de 1986 a 2005 do renomado Léoville Las Cases, um dos mais importantes nomes de Bordeaux. Obviamente que um evento desses não é para qualquer um, R$980,00, mas certamente é um preço justo pelo que promete ser e ainda tem um belo jantar devidamente harmonizado. Tivesse eu disponibilidade e certamente estaria lá, até porque é um daqueles eventos que vale o que pesa, pena que meu caminhãozinho ……rsrs

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 Informações e reservas pelo telefone (21) 2235.7670/3968 ou por e-mail eventos@vitisvinifera.com.br

 

ENOPIRA, em Piracicaba (interior de São Paulo) é uma bela dica para os amantes do vinho da região. Pelas mãos do Luis Otavio, uma apresentação de vinhos do Languedoc (França) mostrando um pouco da diversidade dos vinhos produzidos nesta vasta região produtora.

  • Aimery Grande Cuvée 1531 Brut- AOC Crémant de Limoux
  • Chapoutier Bila Haut 2006-  AOC Coteaux du Roussillon
  • Mas de Barben Les Sabines 2001- AOC Coteaux du Languedoc
  • Château des Estanilles Cuvée Prestige 2005- AOC Faugères
  • Chateau de Cesseras 2005- AOC Minervois La Livinière
  • Cuvée Mythique Reserva 2004- AOC Corbières
  • Château la Bastide Eidos 2006- AOC Corbières
  •  Daumas de Gassac Rouge 2005- VDP d’Herault

Após a degustação será servido um prato típico francês, Boeuf a là Gardiane, Fries French, Le riz sauvage à l’odeur d’orange et de garrigue.

O preço por pessoa será de R$120,00 e você poderá se inscrever através do telefone: (019) 3424-1583/82040406 ou por e-mail para, luizotaviol@uol.com.br. O evento se dará no próximo dia 24 às 20 horas, lá mesmo no ENOPIRA, Rua Mamede Freire 79. 

 

Emporio Sorio, os amigos da bela ilha da Córsega prepararam uma série de kits especiais para a primavera que se aproxima. Eu tenho algumas preferências, mas sugiro provar de tudo! rsrs

Primavera Sorio

Salute e kanimambo. Tenham um ótimo fim de semana.

 

Caliterra Tributo Edición Limitada – Belos Vinhos!

           No final do ano passado, quando a Caliterra ainda era trazida pela hoje extinta Wine Premium, tive o prazer de conhecer toda a linha, inclusive o topo de gama Cenit, e o privilégio de sentar por um tempo com o enólogo Gabriel Cancino trocando idéias e conhecendo este vinho Premium que estavam por lançar. Naquela época publiquei post sobre a degustação, mas não pude mencionar estes lançamentos pois ainda estavam por chegar. Como não chegavam, a matéria foi para a gaveta de onde ressurgiu agora. Ressurgiu da gaveta, mas não da memória, tanto que foi uma de minhas encomendas a meu filho quando esteve em Santiago de onde me trouxe umas garrafas, o que teria sido impossível sem a ajuda do Gabriel porque até lá não é fácil de encontrar. Pois bem, nove meses se passaram, a Caliterra está de casa nova no Brasil – Decanter – e eu liberado para postar minhas impressões sobre esta linha top de gama. .  Uma informação interessante e para ficar de olho, é que eles já pesquisam a Touriga Nacional em um projeto de desenvolvimento de novidades e variações enológicas, então não me surpreenderia caso pintasse algo bem arrojado num futuro não muito longínquo, inclusive com alguma potencial presença de Carignan, uma outra aposta da vinícola.

           A linha Tributo Edición Limitada é composta de dois vinhos elaborados com uvas tintas especialmente selecionadas no vinhedo da Caliterra no Valle de Colchagua e um de Chardonnay, porém este de Casablanca. Esta propriedade em Colchagua,  possui 1.085 hectares e está situado a 150 metros de altitude, sendo que somente 25% das terras está cultivada. Ambos os vinhos passaram por 14 meses de barrica com a semelhança entre os dois, terminando neste ponto. 

  • Tributo Edición Limitada Carmenére/Malbec 2006 – fermentado por vinte e cinco dias em tanques de inox para posterior assemblage, com a fermentação malolática e envelhecimento sido realizada em barricas de carvalho, 75% americanas e 25% francesas,, passando por leve filtragem antes do engarrafamento em Outubro de 2007. Muita fruta vermelha e algo especiado com nuances terrosas ao nariz. Na boca as especiarias estão bem presentes, macio e sedoso com taninos finos mostrando bastante elegância, harmônico com uma certa “crocância” e um teor de álcool alto, 14.5%, porém absolutamente integrado.

 

  • Tributo Edición Limitada Shiraz/Cabernet Caliterra Tributo Edicción 003Sauvignon/Viognier 2006 – o meu vinho desta degustação e aquele que meu filho e o Gabriel correram atrás para me trazer. Um vinho apaixonante que me seduziu por completo. Maceração longa (30 a 35 dias) em tanques de inox com a fermentação sendo terminada nas barricas (81% em barricas americanas e 19% em francesas) onde o vinho permanece por 14 meses antes de ser levemente filtrado e engarrafado. Possui uma complexa paleta olfativa de boa intensidade em que se destaca a fruta madura com toques florais provavelmente advindas da Viognier. Òtimo ataque de boca com bom volume mostrando-se muito complexo, ótima estrutura, textura diferenciada, aveludado, fino, sóbrio, toque de frescor que encanta, rico em sabores e muito gostoso num final longo, muito longo! Um vinho delicioso e sedutor que nos deixa querendo mais e mais, …….Incrível o que 6% de uma cepa (Viognier) pode fazer por um vinho. Por essas e por outras é que acho que vinhos declarados como varietais deveriam possuir um minímo de 95% da cepa mencionada!

          A Decanter os está vendendo ao redor de R$120, o que, em se considerando a qualidade dos vinhos, sua complexidade e sua origem, arriscaria dizer que é um achado que o amigo deve conferir, especialmente o Shiraz/Cabernet Sauvignon/Viognier. Também existe um Edición Limitada Chardonnay, mas este não conheço. Todos disponíveis na bonita Enoteca Decanter.

Salute, kanimambo e bom proveito.

Au Revoir Saul.

              O Mestre se foi, mas deixa um enorme legado para a maioria de nós pobres mortais. Aprendi e sigo aprendendo muito com ele e seus livros. Foi “Tintos & Brancos” que me abriu a cabeça para o mundo dos vinhos. Com ele aprendi a apreciar vinhos e a me deixar levar pelas sensações despertadas ao olfato e ao palato. Foi muito mais que um crítico, foi um professor e, acima de tudo, um homem humilde, generoso e respeitoso com as pessoas apesar de seu enorme conhecimento e litragem o colocarem num degrau acima de todos nós. Me lembro de uma vez que o vi sentado no wine bar da Expand no shopping Iguatemi aqui em São Paulo, mas hesitei em chegar pois não queria importunar. Lhe disse isso num comentário em seu blog e a sua resposta foi “na próxima não deixe de chegar”. Pois bem, houve uma próxima e cheguei, tendo o prazer de ter tomado uma taça com ele, algo que guardarei na lembrança para sempre.

              De seus ensinamentos tirei uma frase, que desde o dia que iniciei este blog deixei registrado na página “Sobre”, aqui acima, tirada de um texto dele publicado no dia 13 de Dezembro de 2007, se é que a memória não me falha. Dizia ele ” Aliás, quando se fala em vinhos, NUNCA há uma palavra final, mas sim opiniões, que podem ou não ser bem sustentadas. Só uma opinião importa, a sua.  O vinho só existe para dar prazer. Se ele deu prazer, cumpriu sua função, independentemente de regras cânones e opiniões alheias. Costumo dizer que o vinho precisa descer do pedestal no qual foi colocado por alguns esnobes e pretensos entendedores e ser colocado em seu lugar, que é o copo. Nada mais chato que um esnobe do vinho, que fala pomposamente, como se ele fosse o único ungido a entender termos herméticos.”

           Saul, uma boa viagem para onde quer que estejas indo neste momento. Que chegues em paz e que Baco te receba de braços abertos com uma garrafa na mão e uma taça na mesa. Esta é a singela homenagem de um eterno aprendiz que um dia leu que “não adianta ser luz se não for para iluminar o caminho de alguém”. Meu caro, fique certo que foste luz  e que iluminaste o caminho de muita gente. Meus pêsames áqueles que mais perto dele estavam e a sua família, a perda é muito maior e muito mais sofrida. Bebel e Sebastian, um beijo meus amigos. Salute mestre, um brinde especial em sua homenagem e vamos em frente porque, como você sempre disse

 “O negócio é passar bem”.

Saul Galvao

Esta imagem está no blog da Bebel e Sebastian ‘Espaço Gourmet” e adorei, tem tudo a ver com o Saul.