Kanimambo, Gracias, Obrigado, Thank You, Danke, Grazzie, Merci…..

           Esta é uma palavra com significado especial para quem viveu ou, como eu, nasceu em Moçambique apesar de manter a nacionalidade portuguesa. Em Nampula, norte de Moçambique, onde nasci, o idioma é Português como no resto do país, porém o principal dialeto é Macua (Emakhuwa) falado pela maior tribo da região. Mas foi em Maputo que me criei e lá, o principal dialeto é Changane. Kanimambo se tornou famosa pela música de João Maria Tudela nos idos de 59, Kanimambo é Changane e quer dizer; obrigado, gracias, thank you …. e é isso de que se trata este post hoje, agradecer. Kanimambo aos amigos que seguem dando a este blog um numero de cliques diários cada vez maior. Comecei este projeto no dia 12 de Dezembro de 2007 e real controle dos números somente a partir de dia 3 de Janeiro. De qualquer forma, no dia 12 de Junho este projeto completou seis meses de vida.

Paralelamente à coluna do Jornal Planeta Morumbi que me abriu as portas em Outubro e que acreditou na mensagem (kanimambo Henrique), venho traçando um caminho despretensioso, mas sério, com objetivos e metas que é o de informar, de compartilhar experiências e conhecimento com os amigos. Sem firulas, sem maquiagens, falando com emoção e tentando transmitir de forma clara e simples, aquilo que o vinho me faz sentir e dos prazeres que me traz. Errando algumas vezes, acertando outras, mas aprendendo sempre e tentando passar adiante que a Vinoesfera que nos abriga, é muito mais amiga, sedutora e disponível do que pensamos. Nem sempre minhas atividades profissionais me permitem tempo hábil para me dedicar mais a fundo ao blog e ao vinho em si, mas é preciso seguir garimpando, buscando a vida que há fora dos grandes e caros néctares.

Algumas lojas e importadores têm nos ajudado no intuito de estabelecer uma rede onde possamos buscar bons vinhos sem que tenhamos que deixar as calças no lugar, são os nossos “Parceiros do Vinho”. Kanimambo; Emilio e Fátima (Portal dos Vinhos), Fredo (BR Bebidas),  Mariluz (Cia do Whisky), Simon (Kylix), Adriana (Vinea Store), Expand, Wine Premium, Heloisa/Antoine (Wine House/Zahil), Cezar (Decanter), Juan e Rose (Península), Monica e Natali (Dal Pizzol), Jane Pizzato (Pizzato), Marco Luigi, Charlston e Ângela (Wine Company), esperando não ter esquecido de ninguém. Mas há mais gente; Kanimambo aos mestres que têm me ajudado e aberto portas especialmente ao Luiz Horta e Álvaro Galvão que acolheram este pequeno gafanhoto em processo de aprendizagem. À Sandra e Mirella (Suporte Comunicação), Cida/Alessandra e Denise (CH2a Comunicação), Sofia Carvalhosa, Cris Neves, Denise Cavalcante e Chris Bielecki, pessoal de assessoria de imprensa que me têm ajudado bastante abrindo e facilitando os caminhos, Kanimambo meninas em especial a vocês duas, Sandra e Mirella. Aqueles amigos blogueiros, aqui e no exterior, que foram gentis o bastante para colocarem links deste blog em sua lista de favoritos, Kanimambo amigos.

Finalmente, aos amigos que me têm prestigiado ao longo destes últimos quatro meses, kanimambo. Jamais pensei que poderia atingir estes números tão rapidamente e só no boca a boca, sem subterfúgios nem magias mercadológicas. São mais de 35.000 page views e 20.000 acessos com uma linha de tendência projetando um crescimento constante, tanto que a ultima semana foi a melhor de sempre atingindo uma média diária de cerca de 325 page views (1200 em Agosto 2014 – mais de 40.000 mês)  e 180 acessos (950 em Agosto de 2014). Se não fossem todos vocês, acessando e divulgando, os resultados não apareceriam, pois sou um fiel seguidor do preceito de que, “uma andorinha só, não faz verão”. Kanimambo a todos os amigos leitores, especialmente aqueles que participam, questionam, fazem comentários e colaboram com o trabalho sendo desenvolvido. Kanimambo e Salute amigos, se tudo der certo e vocês seguirem me ajudando neste caminho, iremos agregar cada vez mais conhecimento e fornecedores que nos tragam melhores vinhos com melhores preços e talvez, só talvez, possamos levar este projeto de Boas Compras para lojas do Brasil inteiro e, quem sabe um dia, este hobby ainda venha a gerar algum din-din?!

Imagem colhida do site http://www.kanimambo.com/, sobre Moçambique, sua gente e sua terra. Para quem tem curiosidade, uma terra pobre destruída por anos e anos de guerra, bonitas praias, gente alegre, trabalhadora e orgulhosa. Meu pai sempre me dizia que “gatinho que nasce em forno não é biscoito”. Tinha lá sua razões, mas que tenho um pé lá, disso não tenho duvidas. Salute, maningue (muito) kanimambo (obrigado) pelo apoio, um beijo no coração e até Segunda.

Boas Compras França I – Bordeaux e Languedoc-Roussillon

Meio atrasado no mês, mas eis que chegamos às Boas Compras com destaques de nossos parceiros. Belos vinhos com bons preços, alguns que conheço e outros não, mas impossível conhecer todos. Pelo excelente portfolio dos parceiros, creio que a grande maioria dos produtos aqui listados são uma boa opção entre os rótulos disponíveis no mercado.

Cia do Whisky, uma das melhores lojas da região de Moema, nos traz os seguintes rótulos e comentários:

  • Legende Reserve Bordeaux Rouge 2005 – Com a chancela do Chateau Lafite Rothschild, este belo Bourdeaux é cheio e macio, com grande intensidade aromática e excelente relação qualidade / preço. – R$ 65,4
  • Bourdeaux Cepage Merlot 2005– do Chateau Cardiley de Cadillac (Entre-Deux-Mers), vinho com aroma de cereja e morango, ideal para consumo com carnes brancas e vermelhas.- De R$ 68,90 por R$62,50 em promoção especial de inverno.
  • Bordeaux Cepage Branco 2005, do Chateau Cardiley, um Sauvignon Blanc com aromas cítricos e algo floral, ideal para consumo acompanhando frutos do mar e peixes.- De R$ 67,20 por R$62,50 em promoção especial de inverno.
  • Calvet Reserve Bordeaux 2002 branco de J. Calvet por R$55,95

Expand, disponíveis nas diversas lojas do grupo, espalhadas pelo Brasil afora. Diversas boas opções das quais, algumas me encantaram.

  • Chateau Beauregard Ducasse 2003 – do norte da região de Graves, com 12 meses de barrica. Desde 1850 na mesma família, esta é a sexta geração envolvida com os vinhos deste Chateau. Preço R$75,00
  • Chateau Picourneau 2001 – do AOC Haut-Médoc, um corte de 60% de Cabernet Sauvignon, 25% de Merlot, 10% de Cabernet Franc e 5% de Petit Verdot. Preço R$88,00
  • Chateau Peyruchet Rouge 2005 – Preço R$45,00.
  • Chateau Jalousie 2004 – um dos meus preferidos nas provas realizadas. Bordeaux Superieur muito aromático, fruta vermelha, boa acidez, redondo com taninos finos e elegantes. Vinho muito agradável e saboroso, cheio, médio corpo, que está pronto para beber vale bem o preço de R$78,00.
  • Chateau Plaisance 2002 – Um Bordeaux Superieure da AOC de Margaux com 12.5º de teor alcoólico. Boa paleta aromática com fruta madura, terroso e algo de salumeria que se confirmam na boca fresca. De boa estrutura, é um vinho carnoso, encorpado, escuro, taninos um pouco rústicos, persistente com um leve amargor no final que não chega a incomodar.preço R$85,00.
  • Chateau Peyruchet Blanc 2006 – exemplo de Sauvignon Blanc da região, médio corpo, muito elegante e balanceado, próprio para acompanhar comida, mas dá para tomar solo também. Vinho que me agrada sobremaneira por um preço bem camarada, R$ 39,90
  • Le Canon du Maréchal Syrah/ Merlot 2006, um saboroso corte de Syrah com Merlot (50/50) produzido na região do Languedoc. Um produto biodinâmico, fácil de tomar e agradar, corpo médio, boa acidez com aromas de frutos vermelhos e leve toque de especiarias. Preço R$48,00.
  • Domaine Cazes Cuvée Marie-Gabrielle 2003 também do Languedoc e um dos meus preferidos. Encantei-me com este vinho. Taninos maduros, finos, pronto para beber. Muita elegância, corpo médio, aromas frescos de frutas negras, boa acidez e um saboroso final de boca. Outro bom vinho com um preço bem condizente com a qualidade, R$75,00, e vale cada gota!
  • Chateau de Lascaux 2003, mais um Languedoc de muito boa qualidade. Vinho complexo, encorpado, firme toques de especiarias com nuances terrosas. Boa acidez e taninos ainda presentes, mas sem agressividade, formam um conjunto bastante agradável. Preço R$88,00.

Kylix, o Simon não apresentou uma grande lista desta vez, mas os poucos rótulos apresentados são de qualidade.

  • Chateau Malleret, Haut-Médoc Cru Borgeois. De acordo com a revista Decanter que lhe deu a boa avaliação de 3*, é um vinho de boa concentração, taninos finos e maduros, com um longo final de boca. R$130,00
  • Chateau Cantegril Sauternes, os nossos amigos da Qvinho (link ao lado) fizeram a seguinte avaliação dele; “Cantegril é irresistível. Um carrossel de frutas tropicais; exalando intensas notas de abacaxi, mousse de maracujá, flores e citrinos, além, é claro, do indefectível toque de botrytis. Na boca é muito harmonioso, doce e cremoso, porém muito fresco, graças ao equilíbrio entre acidez e álcool. Vinho maravilhoso e versátil”. Preço R$115,00, o que me parece muito bom pelo produto em questão.

Casa Palla, o Ricardo está com uma boa variedade de rótulos disponíveis que há que conferir;

  • Chateau Moulin de Bel-Air 2006, R$39,90.
  • Chateau de Virecourt 2003, Bordeaux Superieur (Fronsac), R$54,90.
  • Chateau Saint Germain 2003, Bordeaux Superieur (Girondes), R$49,00.
  • Chateau Labat 2003, Haut-Médoc R$69,00
  • Chateau Pey La Tour 2006, este é um velho conhecido e um vinho que me agrada muito. Médio corpo, cheio, boa complexidade de sabores e aromas para um vinho nesta faixa de preços, e certamente uma bela opção de um Bordeaux de entrada. R$59,90.
  • Chateau Timberlay 2004, Bordeaux Superieur Magnum (1,5 ltrs), vinho leve, bem equilibrado, redondo, fácil de agradar e este tamanho é ótimo para quem tem um jantar ou reunião com um numero maior de pessoas. Preço R$75,20.
  • Chateau Cotes de Rol 2004, um St. Emilion Grand Cru, R$110,00.

São vinte e duas sugestões de nossos parceiros que acho que merecem nossa atenção. Boas Compras, bom fim de semana e semana que vem tem mais Boas Compras com o Pessoal da Portal dos Vinhos, Grand Cru Granja Viana (com uma promoção especial para os amigos leitores do blog), Vinea Store, Decanter, Confraria do Queijo e Vinho, Mistral, Vinci e outros. Salute amigos, e que Bacco lhe acompanhe na escolha.

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França, Bordeaux e Languedoc, Vinhos que Tomei e Recomendo – Parte III

Ficou faltando a ultima faixa de preços que tradicionalmente listo nos vinhos que tomei e recomendo, de R$80 a 120,00. Na verdade, tenho andado tão satisfeito com os vinhos na faixa abaixo que pouco tenho explorado esta. Por um lado, pelo aspecto financeiro e a diversidade de outros rótulos disponíveis no mercado e, por outro, o fato de que não tenho tido a oportunidade de provar vinhos nesta faixa. Nas degustações de que tenho participado, os vinhos ou estão abaixo ou acima destes preços. Desta faixa, apenas cinco vinhos, sendo dois de Bordeaux e três de Languedoc-Roussillon, todos abaixo de R$100,00.
Do Languedoc: Chateaux de Lascaux 2003, (Expand) Coteaux du Languedoc, um corte com preponderância de Syrah, Grenache e algo de Mourvédre elaborado na sub-região de Pic. St. Loup. Vinho com 13.5º de teor alcoólico bem equacionado, encorpado, firme, boa acidez, na boca sabores de especiarias bem presentes com algo terroso e taninos firmes. O Granoupiac Coteaux du Languedoc Rouge* 2003, (Vinea Store) é um vinho encantador, corte de 50% Syrah, 12% Mourvédre e 8% de Carignan, e um dos meus favoritos na região. Corpo médio, harmônico, fresco, com uma certa mineralidade, taninos finos, macio e redondo com um saboroso final de boca e nuances herbáceas. Da sub-região de Corbiéres vem este saboroso Chateau Camplong Cuvée Grande Piéce 2005, (Portal dos Vinhos). Corte de Grenache, Carignan, Syrah e Mourvédre tem bastante tipicidade da região. No nariz aromas tostados, na linha de café, algo de caramelo. Jovem ainda, na boca taninos finos, equilibrado, após uma hora de decanter ainda se apresentou um pouco fechado e austero, demonstrando que mais um ano ou dois de garrafa lhe fará muito bem.
De Bordeaux: Chateau Plaisance 2002 (Expand). Um Bordeaux Superieur da AOC de Margaux com 12.5º de teor alcoólico. Boa paleta aromática com fruta madura, terroso e algo de salumeria que se confirmam na boca fresca. De boa estrutura, é um vinho carnoso, encorpado, escuro, taninos um pouco rústicos, persistente com um leve amargor no final que não chega a incomodar. Chateau du Taillan 2002 (Mr. Man) é um Cru Bourgeois, vinho do Haut-Medoc. Vinho pronto, redondo, leve e agradável com seus taninos sedosos e elegantes. Um Bordeaux de bom nível, fácil de agradar, mas um pouco curto, passando rápido pela boca.

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Languedoc-Roussillon

                Languedoc-Roussillon é uma região pouco encontrada em livros sobre vinhos, especialmente dos autores nacionais. Sinal de pouco prestigio? Talvez, mas ledo engano de quem esquece esta região Francesa que produz belos e saborosos vinhos por uma fração do preço das famosas regiões produtoras, que nem sempre entregam o que prometem. Criada em 1985, é uma região em plena e constante mutação no sentido de elaboração de regulamentação e estabelecimento de novas AOCs, diferentemente de Bordeaux, que teve uma revisão em 150 anos, e Borgonha onde os produtores estão acorrentados por regulamentações muito restritivas. Bom em alguns aspectos, limitante em outros. Sendo uma das 26 regiões administrativas Francesas, geográficamente se inicia na fronteira com a Catalunha, Espanha, e vai quase até à Cote D’Azur no Sul da França. A parte mais em contato com a Catalunha, e conhecida como a Catalunha Francesa, é Roussillon que até ao século XVII pertencia aos Espanhóis.

             É a região que mais produz vinhos na França, cerca de 30%, e é, individualmente, a maior região produtora do mundo com aproximadamente 28.000 quilômetros quadrados de vinhas. Algo como duas vezes superior a toda a produção dos Estados Unidos, quatro vezes a Austrália e duas vezes Bordeaux. Até aos anos 70, a produção era bem superior à demanda, a qualidade era medíocre e os preços altos. Era mudar ou morrer e eles mudaram. Mudaram a filosofia comercial, investiram em novas tecnologias, replantaram vinhedos, substituindo cepas de baixa qualidade por outras nobres. Hoje é uma região onde se encontram ótimos vinhos com preços bem acessíveis quando comparados a Bordeaux, Borgonha, Alsácia e Champagne. Junto com Cote du Rhône, que veremos em Julho, as regiões que mais me atraem do ponto de vista da relação Qualidade x Preço x Satisfação. É aqui que os consumidores mais podem obter prazer sem que percam as calças no processo.

             São cerca de 50.000 vinhedos, 400 cooperativas (quase uma por vilarejo), cerca de 2800 produtores de vinhos produzindo aproximadamente 2 milhões de garrafas de vinho. Destas, cerca de 17% advém de regiões AOC, 15% de Vin de Table (vinho de mesa) e a maior parte, 68%, é de Vin de Pays (VdP) ou vinhos regionais. É nesta denominação de VdP que saem alguns dos maiores achados de vinhos que recomendei. Esta denominação tem de tudo, de bons, alguns ótimos e também muito vinho de baixa qualidade, porém permite que os produtores inovem e busquem fazer coisas diferentes já que têm mais liberdade quanto ás uvas que podem plantar e cortes que podem fazer. Apesar do apelo maciço a Bordeaux e Borgonha, é por aqui que nós consumidores nos podemos esbaldar, pois a quantidade de bons rótulos no mercado nos permite tomar bons caldos por bons preços sendo esta a região em que eu mais depositaria meus parcos trocados na faixa de vinhos Franceses de até R$100,00. Gosto muito do caráter e frescor dos vinhos produzidos na região. Tanto dos brancos como, especialmente, dos tintos. Os cortes com Syrah, Mouvédre, Granache e Carignan são especiais e diferenciados em função dos diversos terroirs. Na lista de Tomei e Recomendo existem alguns grandes rótulos por preços realmente muito bons. Prove!


                As principais AOCs e regiões produtoras são; Saint Chinian, Faugéres, Fitou, Corbiéres, Minercois, Banyuls (quase na Catalunha), Rivesaltes, Pic St. Loup, Coteaux du Languedoc, Cotes du Roussillon, Limoux com seus espumantes e Costiers de Nimes. Esta ultima tem uma característica muito especial, que é o fato de que mesmo pertencendo geográfica e politicamente à região de Languedoc-Roussillon, seu terroir, uvas e cortes, têm muito mais a ver com a região de Cotes-du-Rhône.

                Roussillon por sua vez, é famosa na França, não tanto por aqui, pela produção de seus vinhos “Vin Doux Naturels” (vinhos doces naturais), que de naturais não têm é nada. Embora o açúcar seja inerente à uva, o método de elaboração destes vinhos inclui a intervenção do homem que interrompe sua fermentação adicionando-lhe álcool viníco para que o vinho conserve a doçura. Os mais conhecidos são o Banyuls um vinho tinto cantado em prosa e verso como o grande acompanhante de chocolate, o Muscat de Rivesaltes que é, essencialmente, branco e o Maury tinto que é praticamente só consumido na região.

              No mês que vem falaremos sobre Borgonha, Loire e Cotes du Rhône. A partir de amanhã, uma sequência de destaques de Boas Compras que nossos parceiros disponibilizam. Alguns provei e existem belos vinhos por preços bem camaradas. Neste primeiro post, mais de vinte diferentes rótulos para você se aventurar.

La Rioja Alta na Zahil

               É meus amigos, com a ajuda de vocês que prestigiam este blog e dão preferência aos nossos parceiros, cada vez tenho mais oportunidades de degustar vinhos e compartilhar com vocês essas experiências. O que falar de um grupo, união de cinco famílias que se juntaram em 1890, para preservar suas tradições vinícolas e elaborar vinhos de grande qualidade? A história fala por si próprio e os vinhos são o produto final. Por sinal, belos vinhos. Para gente como eu que aprecia os vinhos Espanhóis, especialmente os clássicos de Rioja, eis aqui um produtor de primeira, com rótulos de diversas origens, apesar do nome, e muita qualidade e caráter.

  • Lagar de Cervera 2006, um Alvarinho produzido em Rias Baixas na Galicia, parte de um mais recente projeto de expansão da Riojas Altas. A Albarinho apresenta, na Espanha, características bem diferentes dos vinhos Portugueses da região do Minho, produzidos com a mesma casta. O Alvarinho Português apresenta uma maior acidez e mineralidade, com mais frescor que os Espanhóis que, por sua vez, apresentam maior intensidade de aromas e melhor estrutura. Este vinho apresenta boa tipicidade, demonstrando toda a exuberância desta que é uma das minhas cepas preferidas nos vinhos brancos. Um nariz de boa intensidade, boca bem frutada, médio corpo, acidez correta, um belo vinho. Preço R$75,00.
  • Viña Alberdi Reserva (na Espanha vende como crianza) 2000. Boa intensidade aromática. Na boca, um vinho de boa estrutura, denso, corpo médio para encorpado, taninos ainda bem firmes, porém sem agressividade, num misto de potência e elegância. Final de boca de persistência média com retrogosto levemente tostado. Pode guardar e abrir daqui a dois anos, estará melhor ainda.Preço R$98,00.
  • Baron de Ona Reserva 1999, elaborado em parcela especifica com vinhas de até 90 anos de idade, é um vinho de grande concentração, sofisticado e elegante, com uma personalidade muito própria. Grande intensidade e harmonia num vinho elaborado com um estilo mais moderno. Preço R$132,00.
  • Áster Crianza 2002 , mais um vinho de fora da Rioja dentro do projeto de expansão da vinícola. Este vem de Ribera Del Duero que é, caracteristicamente, uma região de vinhos mais potentes e encorpados. O Áster não foge à regra e é um vinho bem encorpado, de grande potência, mas com taninos finos e macios. Vinho com grande potencial de guarda. Preço R$132,00
  • Viña Arana 1997, aqui meus joelhos começaram a dobrar! Adoro um Rioja clássico e este vinho é um belo exemplo deste estilo. Envelhecido por 3 anos em barricas e trasfegado duas vezes ao ano para que a madeira não impregne demais o vinho. Um corte de 95% de Tempranillo e 5% de Marzuelo, de extrema elegância com fruta madura com nuances defumadas e algo terroso ao final. Na boca é cremoso, corpo médio, com taninos finos, saboroso e harmônico num final de boca longo e muito prazeroso com um toque de baunilha. Uma delicia, um vinho que impressiona por sua sutileza e refinamento estando no ponto para ser aproveitado em todo o seu esplendor, e olha que 97 não foi uma grande safra!. Preço R$156,00.
  • Viña Ardanza 1999, agora já ajoelhei, mais um grande vinho obtido de uma safra que não foi aquelas coisas. Como 97, este ano de 99 se mostrou fraco, mas nas mãos de quem sabe, isso é mero detalhe. Divino, um vinho de grande impacto aromático em função dos 20% de Grenacha que é adicionada ao Tempranillo. É uma intensidade de fruta fresca e mineralidade impactantes no nariz, mas de forma muito delicada, que nos cativa à primeira “fungada”. Grande equilíbrio, acidez muito boa num vinho de corpo médio, taninos muito elegantes e doces formando um conjunto redondo, equilibrado e de grande sabor que nos transmite enorme satisfação ao tomar. Grande complexidade e persistência num vinho com uma personalidade muito própria que nos deixa com aquele gostinho de quero mais na boca. Preço R$192,00.

Um outro fator muito interessante, é que eles têm uma tanoaria própria. O grupo importa o carvalho e produz suas barricas em casa, dando-lhes o acabamento/queima que desejam. Gente, o único senão é que tive que sair com pressa em função do rodízio aqui em São Paulo, e não tive chance de fazer uma segunda rodada de prova por estes dois últimos vinhos que me encantaram. Este é o problema das degustações, só provamos e, quando são néctares deste porte, fica-nos uma vontade danada de tomar umas taças! Ta, já sei, choro de barriga cheia, né? Concordo, é um privilégio, mas que ficamos com água na boca, lá isso não resta duvida! Todos ótimos vinhos mas, para o meu gosto, havendo caixa, certamente recomendo o Ardanza e o Arana, vinhos encantadores com o caráter de Rioja estampados neles e o Lagar de Cervera. Belíssimos e deliciosos vinhos.
Zahil (*) (loja) (11)3071-2900 , http://winehouse.com.br/
Salute e kanimambo.

Ps. Fantásticos os queijos artesanais apresentados para acompanhar os vinhos. Depois conto!

Cosméticos com Terroir?

Não é que as benesses do vinho extrapolam o néctar e ultrapassam barreiras? Estudos técnicos, realizados pela Mestre em Biotecnologia Farmacêutica Morgane Pasini Franzoni, comprovaram a atividade antioxidante de extratos preparados com os resíduos de vinificação (em especial sementes) das vinícolas da região. Esta constatação e espírito empreendedor, sempre ele, resultaram em uma linha cosmética exclusiva desenvolvida a base de óleos e sementes de uvas vitis viníferas, que está sendo lançada pela Vinotage, empresa que está localizada no coração da maior região produtora de uva e vinho do País, a Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul. Pela novidade e por ser algo, pelo menos de meu conhecimento, inédito no Brasil, achei que tinha tudo a ver com os principios de garimpo de Falando de Vinhos.

“Desde o início da humanidade, os benefícios da uva contribuem para a beleza e saúde das pessoas. Na idade média, vinho e uvas já eram amplamente utilizados pelas classes privilegiadas da época. Atualmente o uso dos ativos naturais da uva tem sido muito estudado e estão substituindo as substâncias químicas e abrasivas encontradas em grande parte dos cosméticos industriais”, afirma a farmacêutica. O óleo de semente de uva é utilizado por ser um ingrediente natural e por possuir um complexo de bioflavonóides, conhecido como Procyanidolic oligomers (PCO). Estes compostos possuem ação comprovada contra os radicais livres e podem ser vinte vezes mais potentes que a Vitamina C e cinqüenta vezes mais potentes que a Vitamina E.

Os cosméticos Vinotage trazem esses princípios ativos harmoniosamente combinados para levar os benefícios dos frutos da videira a seus produtos, atualizados com os resultados das mais recentes e inovadoras pesquisas científicas. Confira a linha de produtos:

Sabonete Líquido Banho de Uvas é enriquecido com óleo de semente de uvas Vitis vinífera e pode ser usado em todo o corpo. Hidrata a pele, possuindo uma consistência cremosa e pH fisiológico. Ainda, seu perfume relaxante produz uma agradável sensação de bem estar e frescor. Preço Sugerido R$ 37,30.

Hidratante Corporal Banho de Uvas possui ativos modernos que são rapidamente absorvidos pela pele, devolvendo sua maciez e elasticidade naturais. Ainda, previne o envelhecimento precoce da pele por conter óleo de Vitis vinifera cuja ação anti radicais livres é comprovada cientificamente. Preço Sugerido R$ 61,90.

Creme Siliconado para as Mãos Vitis cria uma película protetora e hidratante graças à sua formulação, que contém silicones de alta qualidade, além de ser enriquecida com óleo de semente de uva. Preço Sugerido R$ 29,90.

Creme Hidratante para o Rosto Vitis previne o envelhecimento cutâneo graças aos polifenóis das sementes de uva que possuem ação contra os radicais livres, deixando a pele do rosto protegida das agressões do dia-a-dia. Conta ainda com os lipossomas de Coenzima Q10, os quais penetram profundamente na pele e auxiliam na renovação celular. Combinação perfeita entre hidratação e proteção para a pele do rosto. Preço Sugerido R$ 71,90.

Sabonete Esfoliante Corporal Vitis esfolia suavemente a pele, graças as sementes de uvas moídas, removendo as impurezas e as células mortas. Deixa a pele lisa, macia e deliciosamente perfumada, além de uma agradável sensação energizante durante e após o banho. Preço Sugerido R$ 68,50

Os cosméticos Vinotage podem ser adquiridos através do site www.vinotage.com.br, e telefone (54) 3462.3158.

Encontro Mistral Experience – II

                Na verdade foram 17 produtores visitados, não 16 como anteriormente mencionado; Joseph Drouhin, Louis Jadot, Chateau Tour de Mirambeau, Maison Chapoutier, Dopff au Molin, Domaine Baumard, Pascal Jolivet, Quinta do Monte D’Oiro, Quinta do Vale Meão, Graham´s, Anima Negra, Penfolds, Wynns, De Wetshof, Seghesio, Alion e Pisano. Provei diversos vinhos de muito boa qualidade, mas alguns me encantaram mais que outros. Gostaria de listá-los aqui abaixo com os preços estimados em R$ já que, como devem sabem, os preços da Mistral são em USD convertidos à taxa do dia.

  • Quartz de Chaume 2005, já escrevi um post sobre este vinho de sobremesa que é, para mim, um vinho muito especial, um vinho de reflexão. Um vinho de grande expressão e personalidade que merece ser reverenciado. O preço é condizente, mas arrisco dizer que vale cada gota, R$235,00.
  • Graham´s Tawny 40 anos, nunca tinha tomado um tawny 40 anos. O máximo a que tinha chego era um 20 anos e, este, é de cair o queixo! Que coisa gente, custa R$430,00 e, quem tiver bala na agulha e quiser impressionar alguém, sirva este vinho. Difícil descrever todas as sensações, mais um vinho de reflexão!
  • Quinta do Monte D’Oiro Reserva, nem sempre me encanto com aqueles vinhos cantados em verso e prosa pela grande maioria dos críticos. A expectativa criada é enorme e, na maior parte das vezes, a prova fica aquém disso. Não é o caso deste vinho que é, realmente, impressionante. Elaborado num estilo Cote Rotie, um corte de 95% de Syrah com um “tempero” de Viognier, é um vinho espetacular que enche a boca de prazer. Floral, especiarias, fresco, grande intensidade aromática, muito complexo na boca, uma baita vinho de grande elegância e finesse com um longo final e que faz jus a todos seus prêmios e reconhecimento internacional. Vinhaço! Quero mais, pena que o preço não cabe no meu bolso, R$ 210,00. Tem gente que gasta muito mais por vinhos tidos mais famosos, ficariam surpresos ao tomar este.
  • Arretxea Tannat/Petit Verdot, um novo lançamento, ainda muito jovem, mas espetacular. A Pisano tem vinhos a partir de cerca de R$20,00 até este de cerca de R$85,00 e, cada um deles vale cada centavo gasto. Desde os vinhos de baixa gama até este e o Axis Mundi (que descrevi como um vinho espetacular mas para guardar para tomar em 2020), todos são extremamente bem elaborados e muito saborosos, mas este vinho tem um algo muito especial. Gostei muito do Torrontés, dá um banho nos Argentinos, e do Fabula um late harvest delicioso. Encantei-me mesmo, porém, é com este inusitado corte que gerou um vinho de grande complexidade que enche a boca de prazer. É um vinho que recomendo, mas que precisa de um tempo de guarda para atingir todo o seu esplendor. Boa relação qualidade x preço x satisfação.
  • Penfolds Bin 389, chamam-no de Petit Grange e, imagino eu com razão. Digo imagino, porque não conheço o Granje que é um dos principais ícones da produção de vinhos Australiana. Este 389, corte de Cabernet Sauvignon com Shiraz, é denso, rico, carnoso, incrivelmente saboroso, de grande intensidade aromática e bastante elegante na boca, com grande equilíbrio e persistência. Um vinho de enorme qualidade que precisa de tempo para se abrir. Por cerca de R$117,00, me aparece um bom custo X beneficio.
  • Chryseia 05, eu conheci o 2001, estou para escrever sobre ele, que é um vinho de reflexão, um espetáculo de vinho e um dos melhores que já tomei. Este 2005, ainda muito novo, está diferente, mas similar na exuberância exalando finesse. Mais um vinhaço desta dupla Prats & Symington por um preço ao redor de R$300,00. Uma boa opção para quem, como eu, não pode arcar com este custo é o Post Scriptum, um segundo vinho deles, que está maravilhoso e custa “somente” R$95,00.
  • Seghesio Zinfandel, pela primeira vez experimentei um vinho elaborado com esta uva e comecei com o pé direito já que a Seghesio é Doutor Honoris Causa nesta cepa. Não sei se me encantou mais o Old Vines ou o Home Ranch, os dois de vinhas antigas, que estavam espetaculares, absolutamente deliciosos. Vinhos bem encorpados, mas com taninos finos, boa harmonia apesar de um teor alcoólico um pouco alto, muito saborosos e um final bem longo. Dois baita vinhos, ambos na faixa de R$167,00.
  • Wynns, um blend (corte/assemblage) de Cabernet Sauvignon/Shiraz e Merlot que me surpreendeu. Muito intenso concentrado, uma paleta aromática cativante,na boca se apresenta muito equilibrado, denso e muito elegante. Um belíssimo vinho com um preço muito camarada para um vinho Australiano com esta qualidade, R$ 55,00.
  • Pascal Jolivet Pouilly-Fumée, acho que foi o Les Grillotes (lembram, meu material sumiu?!) 2006. Um produtor de vinhos com uma filosofia de pouca intervenção nas vinhas, deixando com que a natureza trace seus caminhos. O vinho é de uma elegância, um finesse e um caráter muito próprios que impressiona tanto na boca como no nariz. Vinho para curtir com calma, o Sauvignon Blanc levado ás alturas. O preço, entre R$100 a 130,00 dependendo do rótulo.
  • Dopff au Moulin Riesling Grand Cru. Gostei muito do Gewurtzraminer deles, mas foi este Grand Cru que me encheu de prazer. Grande frescor, aromas cítricos que se confirmam na boca, boa estrutura, ótima acidez e bastante complexo. Mais um daqueles vinhos para curtir com tempo. O Gewurtzraminer está por cerca de R$64,00 e o Riesling Grand Cru por R$105,00. Vinhos que não são baratos, como a grande maioria dos vinhos da Alsácia, mas valem o que se cobra.
  • Graham´s Vintage 1980, espero que o Lilo importe este vinho que não está disponível no Brasil. Não sei quanto poderá vir a custar, mas é do ano em que minha filha nasceu e andava louco para comprá-lo. Tinha pedido para um amigo me comprar uma na Garrafeira Nacional em Lisboa, mas quando ele chegou, tinham levado a ultima garrafa um dia antes! Por incrível que pareça, mesmo com 28 anos nas costas, mais uma meia dúzia de anos não farão nada mal para este vinho que ainda apresenta um bom frescor e taninos presentes. Uma delicia na boca e um privilégio poder provar um Vintage que, apesar de não ser de um grande ano, mostrou grandes qualidades. Sem preço.
  • Graham´s LBV 2001 – O achado da feira. A melhor relação Qualidade x Preço x Satisfação, do que provei. A Graham´s parece que está se especializando em produzir vinhos de grande qualidade com ótimos preços. O vinho de mesa deles com o rótulo Altano, é um Douro muito saboroso e fácil de gostar por cerca de R$35,00 o que é um dos grandes achados do mercado. O da safra de 05 está especialmente agradável. Este LBV é outro achado. Muito sedoso, frutado, taninos finos, elegante, pronto para beber por excepcionais R$62,00. Este vou colocar na adega, sem duvida alguma!

Grande furo da visita a este Encontro especial, o lançamento que Dominic Symington (leia-se Graham´s) está tramando para o inicio do próximo ano o “Pombal do Vesúvio Reserva”. Guardem este nome porque será, certamente, mais um grande vinho a ser produzido em Portugal e um sério candidato a ser mais um ícone a sair desta casa produtora. Ainda não está finalizado, o corte poderá sofrer algumas alterações ainda, mas mostrou grande intensidade, concentração e elegância com enorme potencial. Um verdadeiro Blockbuster, sem duvida alguma, e 2009 o confirmará!

              Previsto ver, mas que fiquei no desejo já que era impossível ver todos em tão curto espaço de tempo; os Alemães, em especial o Dr. Burklin-Wolf e o Robert Weil, Niepoort, Luis Pato, Campolargo, Quinta do Côtto, Quinta de Roriz, Bodegas Valdemar, Julián Chivite, Pazo de Señorans, Tokaji, Tikal, Finca Valpiedra, Perez Páscuas, Casa Lapostolle e Viña Carmen. Ficam para uma próxima oportunidade. Salute e kanimambo.

Vinhos da Semana

              Nesta ultima semana provei alguns fantásticos vinhos, já que tive o privilégio de participar do Encontro Mistral ou, como eu o chamei, Mistral Experience! Bem, mas provar não é tomar e aqui falo, somente, dos vinhos que efetivamente tomei. É interessante, mas apesar da experiência que é você provar vinhos e conhecer novos produtos, este exercício de degustações nos deixa é com uma vontade danada de tomar vinho! Vamos lá, vamos aos vinhos que por mera coincidência são todos de 2004.

  • Clos de Torribas Crianza 2004. Este é um vinho bastante confiável e regular com comportados 12.5º de teor alcoólico. Já tomei de diversas safras e apresenta uma qualidade bastante constante que sempre agrada e satisfaz e supera a expectativa em função do preço, ou seja, entrega mais do que cobram por ele. Elaborado na região de Penedés, próximo a Barcelona, com Tempranillo e um leve “tempero” de 10% de Cabernet Franc, é um vinho frutado, fresco, elegante de taninos finos, muito bem equilibrado, boa estrutura, é um porto seguro quando na duvida do que comprar por um preço abaixo de R$30,00. Como o San Roman Crianza, é um vinho que não tem erro e os dois melhores custo x beneficio dos vinhos Espanhóis disponíveis no mercado. Pão de Açúcar, quando não em oferta, tem um preço ao redor de R$28,00. Um vinho que aprecio bastante e, volta e meia, freqüenta minha mesa. 

          I.S.P. $   

  • Dezem 2004 Cabernet Sauvignon. Vem de Toledo, no Paraná, mais um Terroir Brasileiro não muito conhecido. A Dezem vem recebendo boas criticas e comprei este Cabernet para formar uma opinião própria sobre este vinho. Por sinal, dizem que o Merlot deles também é de muito boa qualidade. De cor rubi, aromas não muito intensos apontando para frutas escuras, madeira e algo resinoso. Na boca é cheio, de corpo médio, taninos maduros muito bem equacionados, boa acidez, saboroso, fácil de agradar e no ponto para ser tomado. Uma agradável surpresa que acompanhou bem um bacalhau à Brás. O preço poderia ser mais convidativo, já que nessa faixa de preço existem opções bem mais interessantes tanto nacionais como importados, mas sem duvida um bom vinho equilibrado com seus 13º de teor alcoólico. Este comprei na Vinea Store, preço similar ao que tenho visto por aí, por R$48,00. I.S.P.  .
  • Ciclos 2004. Um corte de Malbec e Merlot produzido pela Michel Torino (Del Esteco) na região de Salta e que já tinha recomendado quando da matéria sobre os vinhos Argentinos. Com 15 meses de barrica e surpreendentes 13.5º de álcool para um vinho Argentino, é um vinho de muito boa qualidade. Com uma paleta aromática que não chega a empolgar, ganha força na boca com boa estrutura, frutas vermelhas com algo de baunilha, acidez média, muito bem equilibrado, soboroso, com taninos finos e macios, formando um conjunto de boa complexidade e persistência. Bom para acompanhar pratos mais condimentados ou uma boa chuleta. Na Portal dos Vinhos, está por volta de R$58,00.

          I.S.P  

  • Meia Pipa 2004. Produzido na região de Terras do Sado pela Bacalhôa Vinhos. É um vinho que me agrada muito. Envelhecido por 12 meses em meias pipas (250 litros) de carvalho Português, usadas em primeiro uso para envelhecer o famoso Quinta da Bacalhôa, é um corte elaborado com as uvas Castelão, Cabernet Sauvignon e Syrah.. Outro vinho que é um porto seguro para mim. Já tomei diversas safras e nenhuma me desapontou, mas há que dar um tempo para que ele alcance seu apogeu. Por experiência, acho que este vinho alcança seus máximos sabores, tornando-se macio e aveludado no quarto ano da safra. Este 2004, está no ponto, muito saboroso, apetecível, bom corpo, cheio na boca, boa fruta com toques de tostado e algo de especiarias. Boa acidez, longo, elegante, teor alcoólico de 13.5%, um vinho de primeira. Como dicas de harmonização, um coelho à caçadora, bacalhau á lagareira e um bom churrasco. Já comprei este vinho por R$37,00, não faz muito tempo, subiu para algo ao redor de R$45,00, faixa em que ganharia o simbolo de boa compra, e agora já se encontra por aí com preços ao redor de R$55,00 (em Portugal este entre 4,50 a 5 Euros). Cada um sabe de si, mas acho que o importador está indo com muita sede ao pote, comprovado pela performance dos preços do restante de sua linha de produtos, e saindo fora de preço. Uma pena, porque o vinho é realmente muito bom. Bom que ainda tenho umas duas garrafas que comprei por R$38,00! Em São Paulo você pode encontrar na Kylix e na Portal dos Vinhos, nossos parceiros, entre outras lojas. I.S.P  

Endereços e Telefones para contato, encontre na seção  “ONDE COMPRAR” 

Que não seja imortal, …….

Para finalizar esta seqüência de posts de Sábado em que homenageei todos; os namorados, os que amam, os que buscam o amor e, em especial, a pessoa muito especial que é minha esposa e meu eterno amor, as palavras de um grande poeta que soube louvar a vida e o amor de forma absolutamente simples, coloquial e divina. Com vocês, o poetinha Vinícius de Moraes.

Soneto de fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

E, como não poderia deixar de ser, duas lindas canções que falam da eternidade, de estar lá para manter a chama acesa e manter o relacionamento infinito. Muito fácil com o fruto de um grande amor, nossos filhos, mas nem tanto com nossos parceiros.

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[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=-MnINEAQBkU]

 

Salute, kanimambo, um beijo no coração e até Segunda, com mais papo sobre vinhos!

França, Bordeaux e Languedoc, Vinhos que Tomei e Recomendo – Parte II

                Antes de entrar na próxima faixa de preços, queria aproveitar para fazer uma inclusão à faixa de preços de R$30 a 50,00. É que a amostra chegou tarde o que motivou atraso na prova. O vinho é, todavia, tão cativante que fiz questão de fazer esta inclusão de uma forma não habitual. De Philippe Bouchard, que também faz alguns maravilhosos Borgonhas, um delicioso Syrah* 100% Vin des Pays D’OC 2006, (Vinea) da região de Languedoc. Vinho pronto, muito agradável, teor alcoólico comportado com 12.5º, boa concentração com uma paleta olfativa muito agradável. È fresco, equilibrado, leve com toques de especiarias típicos da casta e muito saboroso. Um vinho realmente fácil de agradar e fácil de harmonizar. Agora vamos aos restantes dos vinhos provados:

De R$50 a 80,00 – Passando a barreira dos R$50,00, como na maioria dos países produtores, já se encontram vinhos de uma qualidade superior e alguns realmente muito bons e sedutores. É onde, também, encontrei o maior numero de rótulos que me encantaram, sendo poucos os que provei e reprovei.

 

 

Languedoc-Roussillon; desta região saem alguns dos melhores custo x beneficio destas listas como o A d’Aussiéres Rouge* 04 (Mistral), Chateau des Erles Cuvée des Ardoises* 04 e Domaine du Ministre St. Chinian* 04 (estes últimos dois da Zahil, também na Portal dos Vinhos) que são três opções de vinhos diferenciados entre si, mas todas apontando para um estilo de bom frescor, redondos, elegantes, que enchem a boca de prazer e gostinho de quero mais. Uma outra grande opção nessa linha de vinhos é, também, o Cuvée Marie-Gabrielle* 03 (Expand) da Domaine Cazes, um produtor biodinâmico, um vinho que me encantou. Todos rótulos para você não gastar mais de R$60,00 ou muito próximo disso, e fazer bonito.

Bordeaux; Vários bons rótulos, com vinhos de muito boa qualidade e, alguns, verdadeiros achados para esta faixa de preços, considerando-se que falamos de vinhos Franceses. Chateau Belle-Garde*05 (Nova Fazendinha – RJ) impressiona pelos aromas, muito fresco e frutado extremamente agradável e harmônico, Chateau Jealosie* 04, de boa paleta aromática, redondo, fruta madura e boa acidez e o Chateau Rocher Calon*05 (ambos Expand) mais encorpado e denso, apresentando boa intensidade de sabores e bem balanceado, o Chateau Jourdan*04 (Zahil) fácil de agradar, de corpo médio, delicado e sedutor. Mas há mais; La Reserve du Chateau Tour de Mirambeau 05 (Mistral), Chateau Bel Air Perponcher Reserve*05 (Decanter) que há tempos não tomo, mas que sempre mostrou muitas qualidades num conjunto para tomar com calma deixando-o abrir na taça, Chateau Puycarpin 05 (Zahil) Bordeaux Superieur do Sudoeste de St. Emilion que apresenta boa fruta madura, encorpado e bem equilibrado, necessitando de tempo para se abrir, Chateau Graves de Peyroutas St. Emilion Grand Cru 04 e o Chateau Molin de Castillon Medoc Cru Bourgeois*03 (os dois últimos da Nova Fazendinha) todos belos exemplares de Bordeaux, alguns já com uma certa complexidade. Uma grande pedida também, o Bordeaux Superieur Chateau Timberlay Cuvée Marie Paule Prestige* 2005 (Portal dos Vinhos/Casa Palla), vinho de grande tipicidade no nariz em que sente aromas de frutas negras e café torrado, muito bom na boca com boa estrutura, denso, harmônico, taninos finos e belo final de boca.

Para finalizar, dois vinhos que acho estarem num nível superior; O Chateau Haut Badon Grand Cru de St. Emilion *03 (Mistral) um ótimo vinho com maior participação de Merlot no corte, como de praxe na região (veja mais no post sobre Bordeaux), que gera um vinho com boa concentração, cheio na boca, acidez correta e taninos redondos de muita elegância  e o Les Granjes de Domaine Rotschild*04 (Zahil), um vinho encorpado, de boa persistência, taninos finos ainda bem presentes, mostrando enorme potencial, mas claramente necessitando de algum tempo mais na garrafa para mostrar todas as suas facetas.

              Todos vinhos que certamente agradarão. Uns mais fáceis do que outros, mas todos muito bons e, alguns achados como os; Belle-Garde, Jealosie,  Molin de Castillon, BelAir Perponcher, Cuvée Marie Paule Prestige, Haut Badon e o Les Granjes nos Bordeauxs e todos os de Languedoc acima mencionados.

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