Portugal, Quantas Razões Para a Visitar!

Não é de hoje que Portugal é cobiçado, seja por sua privilegiada localização geográfica, seja por sua riqueza cultural ou por seus vinhos e azeites de fama internacional desde os tempos dos romanos, visigodos e mouros. Hoje são os turistas que estão descobrindo as riquezas lusas.

clip-jornalA par dos grandes néctares engarrafados, a gastronomia é também algo que faz despertar os sentidos mais apurados dos Deuses. De fato, este país à beira mar plantado possui naturalmente uma vasta gama de pratos típicos, porém os mais conhecidos mundo a fora são, sem dúvida, os elaborados à base de bacalhau, mas vai muito além disso, a diversidade é imensa, apesar deste ocupa um lugar de honra à mesa do povo português. Sardinha assada é, também, uma iguaria dominante nos churrascos e festas ao ar livre e não se pode voltar sem provar!!

Contudo, e apesar da consagrada qualidade de seus peixes e mariscos preparados com maestria, os lusitanos também apreciam um bom pedaço de carne, confeccionando-o de acordo com as mais variadas e saborosas receitas, a cada canto do país uma receita diferente com a marca da terra. Carne de porco, cabrito ou borrego (cordeiro) são as mais apreciadas, não esquecendo também o famoso “bife à portuguesa”, geralmente confeccionado com molho à base de Vinho do Porto ou até mesmo o leitão assado, uma iguaria típica da região da Bairrada, os peculiares enchidos (embutidos) e a “francesinha”, um manjar tipicamente nortenho. E a “carne de porco à alentejana”, já provou? Por sinal, adoro Iscas com Elas, já conhece? rs

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E o queijos da Serra da Estrela e de Azeitão? Outra iguarias a não perder certamente. Mas, e os doces? Quem é que já não ouviu falar dos célebres pasteis de Belém? E os ovos moles, os pasteis de amêndoa, o pão de rala, o pão de ló, ou até mesmo a aletria, arroz doce, leite creme, doce de gila e as diversas compotas e marmelada?

Neste infinito paraíso gastronômico português, difícil não se deixar levar pela extensadiversos-058 variedade da gastronomia lusitana, mas, claro, sempre bem acompanhada pelo precioso néctar, o vinho! Viajar por terras lusas é uma experiência sensorial única onde não existe espaço para regimes é para meter o pé na jaca mesmo!! rs Como já dizia Stefano Padulosi, “levar um garfo ou uma colher à boca é a última etapa dum percurso demarcado pela história e pela geografia”.

Para além dos consagrados fortificados, Vinho do Porto e Vinho da Madeira, os deliciosos Moscatéis de Portugal compõem o caleidoscópio de um mundo de vinhos de sobremesa ímpares, entre os melhores do mundo! Na verdade, a riqueza das castas é um dos pontos fortes deste país, destacando-se mundo afora pela originalidade de seus vinhos, que despertam bastante curiosidade. São cerca de 300 diferentes castas autóctones de nomes por muitas vezes bem estranhas como Rabo de Ovelha, Avesso, Esgana Cão, Bastardo, Alfrocheiro, Tinta Miúda, Rufete e outras tantas mais! Tudo isso num país de tamanho similar ao Estado de Santa Catarina.

A propósito, já ouviu falar do “Vinho dos Mortos”, um regional transmontano, da bela localidade de Boticas? É, certamente, um vinho com muita história para contar… remete-nos a 1808, período das Invasões Francesas, durante o qual, com o avanço das tropas comandadas pelo General Soult, o povo, com medo dos furtos a que estava sujeito, resolveu enterrar os seus bens mais preciosos, entre os quais, o vinho. Mais tarde, após os franceses terem sido expulsos, os habitantes da Vila de Boticas começaram a desenterrar os seus pertences e, naturalmente, os seus vinhos, que acreditavam já ter perdido. Porém, qual não foi o espanto da população quando deparou que o vinho ainda estava em perfeitas condições, adquirindo até novas propriedades organolépticas. A partir deste feito e por ter sido enterrado, este vinho passou, então, a designar-se “Vinho dos Mortos”, passando-se a utilizar esta técnica, descoberta ocasionalmente, para melhor conservar e otimizar as propriedades do vinho. Estou com uma garrafa para provar, mas ….. bem, depois falo!

Provavelmente, ainda não tenha ouvido falar desse vinho, mas certamente já ouviu dizer que Portugal é um país bem arraigado às suas tradições, então, porque não continuar a fazer vinho em lagares de pedra, prática esta que remonta à Roma antiga? Grandesdiversos-058 Vinhos do Douro, Dão e do Alentejo, em especial, ainda são feitos por esse processo e não é só coisa para turista não!! Estes são apenas alguns exemplos da vasta riqueza gastronômica (que tal comer no Cu da Mula??) e vitivinícola portuguesa, porém Portugal tem muito mais para ser descoberto! Tem cultura, arquitetura, história mesclada com modernidade,paisagens lindas e uma enorme diversidade regional, não tem quem viaje por lá e não volte surpreso e querendo voltar sendo comum eu ouvir a frase; ” se eu soubesse que era assim já teria ido antes”!

Hoje não falei de vinho, porém falar de Portugal é falar da farta opção de vinhos e pratos que nos fazem aguar só de pensar, saudades!! Kanimambo pela visita e neste fim de semana, seja em casa ou em um dos muitos restaurantes lusos espalhados pelo mundo afora, vá conhecer um pouco dessas iguarias e se deliciar com os sabores de Portugal. Bom e gordo fim de semana, porque ele existe para isso, eu fiquei com vontade e acho que daqui a pouco vou dar um pulo na A Quinta do Bacalhau e me deliciar com bolinhos de bacalhau e uma bela alheira! Fui!! rs

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Vinhos Portugueses em Restaurantes Paulistanos

            Os vinhos portugueses vêm num crescendo de consumo no Brasil e nos restaurantes isso não seria diferente. Nas cartas que faço e forneço, tenho visto isso mesmo que ainda ainda de forma timida a não ser que, obviamente, o restaurante seja especializado. Com o intuito de fazer crescer o consumo e mostrar o ótimo perfil gastronômico dos vinhos lusos, e ViniPortugal, associação que promove os vinhos portugueses pelo mundo, promove desde a semana passada em São Paulo, o Festival de Vinhos de Portugal em Restaurante, que termina no dia 04 de Dezembro. Mais ainda, durante o período, cliente que carimbar o seu mapa de Portugal três vezes, ou seja, participar três vezes da ação nos restaurantes integrantes do festival poderá participar do sorteio que o brindará com uma viagem a Portugal, com direito a acompanhante. Diz o press release:

Doze restaurantes participarão do festival, cujo objetivo é harmonizar os sabores dos vinhos de Portugal com a culinária paulistana. Os restaurantes participantes são: Ville Du Vin, Trindade (Unidades Itaim e Alphaville), Tasca da Esquina, Bacalhoeiro, Cosi (unidades Santa Cecilia e Vila Nova), North Grill, Antiquarius, Grill Hall, Materello, Purpurina Oficina das Pizzas, Restaurante do Mube, Porto Rubaiyat e O Pote do Rei.

Para promover ainda mais o evento, o chef português Américo dos Santos e o brasileiro Willian Ribeiro gravaram um vídeo com suas receitas de Bacalhau Confitado com Sabores Lusitanos e Lombinho de Cordeiro Grelhado com Açorda de Leite e Salsa Verde, respectivamente. No vídeo com link abaixo, além de mostrar a confecção dos pratos, o sommelier Diego Arrebola destaca como os vinhos portugueses e suas diversidades de sabores harmonizam os pratos apresentados. Assista: http://vimeo.com/31928939

   Bem, eu não sei vocês, mas eu não tenho como deixar de conferir este verdadeiro festival luso, o sangue fala mais alto, e certamente voltarei  contando minha experiência. Para os amigos que estão em duvida sobre subir a bordo comigo no Tour Enogastrocultural por Portugal, eis aqui um aperitivo do tudo de bom que por lá provaremos. Uma ótima semana para todos e tenho a certeza que a receita acima já lhes deu água na boca, certo? Só faltou o acompanhamento musical com o Carlos do Carmo para entrar no clima pra valer! Salute e kanimambo.

Do Minho ao Alentejo em Dezessete Saborosos Dias!

        Nunca na história deste país…………………… é sei, já ouviram isso de monte, mas desta feita é vero! Uma viajem absolutamente única, pensada e projetada nos mínimos detalhes(dos vinhos a serem provados aos hóteis em que ficaremos e passeios culturais que faremos) de forma a ter a grande maioria de gastos inerentes cobertos e sem surpresas no processo. Não programe suas férias de 2012 sem antes ver em detalhes esta viajem do Minho ao Alentejo em 17 dias.

         Tenho visto e divulgado diversas viagens enogastronomicas para diversos pontos do planeta.  A maioria bons, com gente boa, mas quatro coisas me causavam uma certa perplexidade;

    • Falta de conhecimento prático da cultura regional, mesmo que de experts em vinho.
    • Ausência de um conteúdo mais abrangente que só vinho, vinho e mais vinho
    • Tempo escasso.
    • Programa com custos muito soltos já que a quantidade de refeições livres complica qualquer estimativa de gastos na viagem, até porque se viaja em grupo e, invariavelmente, contas são “rachadas”!

    

  Ao elaborarmos esta viagem, a Inês e eu colocamos em prática nosso conhecimento e experiência práticos. A Inês Cruz (Viavitis), para quem não a conhece, é uma jovem e simpática enóloga portuguesa da região do Dão com formação internacional, que presentemente se encontra residindo aqui próximo a Sampa e agora minha sócia nesta viagem. Conhece bem os vinhos e cultura vitivinícola da “terrinha”, mas não só e seu curso de vinhos é muito procurado tendo, inclusive, já ministrado aulas na Vino & Sapore. Eu, bem esse você já conhece alguma coisa sendo leitor deste blog, sou português e amante dos vinhos e gastronomia lusa com ampla experiência in loco ao longo de anos de viagens de negócios e lazer já que minha família segue morando lá em terras Ribatejanas e minha saudosa mãe repousa em Nelas, coração do Dão, terra de bons vinhos, bons queijos e bom coração! 

        Serão dezesseis noites, dezesseis refeições fora todos os cafés da manhã, transporte terrestre e passeios inclusos, dezessete vinícolas com provas de mais de 150 vinhos escolhidos por nós para que você tenha experiências marcantes e inesquecíveis. Nos hóteis, sempre que possível , escolhemos aqueles que exalam história e cultura pois é também disto que esta viagem trata.

        Durante a viagem, acompanhamento integral de um guia local sempre que necessário, da Inês para nos elucidar a maioria das duvidas técnicas que possam aparecer nas visitas e eu que estarei mais a cargo da parte hedonística desta verdadeira viagem de descobrimentos. O legal é que este Tour não estará fechado aos amantes da enogastronomia do Brasil. Leitores e amigos de qualquer parte do globo podem participar subindo a bordo lá na cidade do Porto! Um pacote fechado, mas com flexibilidade de acomodar necessidades e desejos especificos desde que tratados com antecipação.

         Em breve os amigos leitores que fazem parte de meu mailing receberão uma mensagem especifica sobre isso e também teremos maiores informações aqui no blog, na página acima e, obviamente, basta me enviar um comentário pedindo mais informações (com seu telefone) que eu terei o maior prazer em vos enviar um pdf com mais informações. Aos amigos que há anos me seguem e apoiam, um pedido para que espalhem a noticia aos amigos que achem que possam estar interessados.

      Salute, kanimambo e Quinta retorno com mais posts, estou fora provando uns vinhos que me surpreenderam, especialmente uns brancos da hora e com preço camarada. Até lá!

Portugal Enogastrocultural, uma viagem sensorial

           Dizem que s grandes perfumes vêm em pequenos frascos e, certamente, a enogastronomia deste pequeno país com pouco mais de 92 mil quilômetros quadrados, menor que Santa Catarina, faz jus ao ditado popular. Sua gastronomia  vai muito além do Bacalhau e seus incríveis doces conventuais, cada cidade com sua especialidade! É rica em frutos do mar e carnes diversas como borrego (cordeiro), leitão e cabrito, queijos deliciosos como os da Serra da Estrela e Azeitão com cada região produzindo uma culinária típica do pedaço, sendo um prato cheio para os amantes do vinho se esbaldarem em harmonizações das mais diversas, alimentando o corpo e, porquê não, a alma!

          Falar de vinhos neste país é falar de diversidade de sabores únicos advindos de uma enorme quantidade de uvas autóctones que nos fazem sair da mesmice dos Cabernets, Merlots e Chardonnays de nossa vinosfera. É uma viagem por sabores e emoções diferenciadas que vêm fazendo a alegria dos apreciadores do vinho pelo mundo afora desde muito tempo e é hoje considerado como a bola da vez! Pode-se pensar, no entanto, que a projeção do vinho português no mundo seja algo recente, mas muito pelo contrário! Desde o inicio do século XVII os ingleses já importavam vinhos que, mais tarde, se tornariam os Vinhos do Porto que conhecemos hoje. A primeira região produtora de vinhos demarcada no mundo, é exatamente a do Douro em 1756 ou seja, há muita história por trás dos vinhos portugueses. Com características únicas os vinhos Portugueses são, na sua maioria, elaborados com uma série de uvas autóctones pouco conhecidas fora do país como Trincadeira, Castelão, Alfrocheiro, Touriga Nacional, Baga, Jaen, Tinto Cão, Tinta Barroca nos tintos e Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Trajadura, Loureiro, Bical, Encruzado, Roupeiro, Rabigato, Gouveio e Fernão Pires entre os brancos. As uvas mais tradicionais como Cabernet Sauvignon, a Tempranillo que é uma casta típica da península Ibérica e que aqui se conhece como Aragonês (no Sul) ou Tinta Roriz (no Norte), a Syrah e Alicante Boushet muito presentes no Alentejo vêm também sendo usadas com sucesso tanto em vinhos varietais como em blends com maior ênfase  nas regiões produtivas mais novas como Tejo e Lisboa.

        Incrível como num país tão pequeno possa existir tamanha diversidade de regiões produtoras e com tantas diferenças entre si! Das mais importantes como Alentejo e Douro, de onde sai a produção mais emblemática do país, passando pelo tradicional Dão, a Bairrada da cepa Baga, Terras do Sado com seus bons tintos e emblemáticos vinhos Moscatel, Lisboa e Tejo com sua modernidade e o Minho dos vinhos verdes, entre outras. Já lá se vai o tempo de vinhos rústicos, pesados sem qualquer finesse! Estamos diante de um Portugal vínico revigorado que merece ser revisitado e conhecido sem preconceitos desde os vinhos mais baratos e jovens para consumo imediato até os vinhos de média e longa guarda de maior complexidade.  A maior parte dos vinhos portugueses são, historicamente, cortes (blends), elaborados com mais de um tipo de uva, na busca das melhores características que a safra produziu e do equilíbrio dos caldos. Ainda são poucos os vinhos varietais (de um só tipo de uva) ou monocastas, como os portugueses lhe chamam, e destes de destacam os elaborados com a Touriga Nacional, a grande uva Portuguesa. No mais, vinhos para todos os gostos e todos os preços, com nomes, por vezes, bem estranhos como; Pó de Poeira, Grilos, Bridão, Afros, Diga?, Má Partilha, Montado, Periquita, Blog, Anta da Serra, Bom Juiz, Óbvio, Claustrus, Corpus, Conversa, Adivinha, Palpite, Dados, Abandonado, Padre Pedro, Adega do Cálvario, Ninfa, Resrito, Bastardo, Tiara, HDL, Escultor, Pequeno Pintor, Cabeça de Burro, Cabeça de Toiro, Pintas, C.V., Gloria Reynolds, Olho no Pé, Varal, Curva, Cavalo Maluco, Pinote, Lobo Mau, Monte do Enforcado e por aí vai num interminável exercício de criatividade!

          Do Minho, no extremo norte, ao Alentejo no Sul passando por regiões como Douro, Dão, Bairrada, Tejo, Setubal  e Lisboa, estamos diante de um Portugal vínico revigorado que merece ser conhecido sem preconceitos desde os vinhos mais baratos e jovens para consumo imediato até os vinhos de média e longa guarda de maior complexidade.  A essa farta e gostosa gastronomia e seus vinhos saborosos adicionamos uma história rica decorrente das diversas invasões; romanas, francesa e moura que deixaram marcas e influências dignas de serem vividas e que tornam uma viagem enogastrocultural a este país, um programa imperdível e marcante!  Para quem já programa suas férias de 2012,  não deixe de conhecer a viagem que a Inês Cruz, jovem enóloga portuguesa, e eu concebemos para Fevereiro de 2012, aproveitando a semana de carnaval que já é meio perdida, que promete muito, mas enquanto isso que tal ir praticando? Eis algumas dicas de diversas gamas de preço para você se iniciar nessa viajem sensorial pelos vinhos lusos!

  • Dão – Boas Vinhas, Quinta de Cabriz Colheita Selecionada branco, Vinha Paz, Quinta de Cabriz Reserva, Quinta Mendes Pereira Garrafeira.
  • Douro – Caza da Lua, Quinta da Estação, Caldas, Quinta do Vallado, Vinha Grande, Altano Biológico, Duorum, Quinta do Crasto e Post Scriptum.
  • Tejo – Quinta da Lagoalva , Casal Branco
  • Lisboa – Fonte das Moças, Quinta da Cortezia Touriga, Prova Régia, Quinta de Pancas Grande Escolha
  • Setubal – Meia-Pipa, Quinta do Camarate, Quinta da Bacalhôa, Só Touriga Nacional, Moscatel JP
  • Alentejo – Vale da Mina, Fialho, Dom Rafael tinto e branco, Montoito, Cortes de Cima, Esporão, Herdade do Pinheiro, Vila Santa, Joaquim Madeira branco.
  • Minho – Muros Antigos Loureiro, Varanda do Conde, Muralhas, Quinta da Aveleda, Soalheiro Alvarinho, Deu la Deu, Portal do Fidalgo

entre muito outros deliciosos caldos lusos. Aventure-se por essas terras e descubra sabores únicos. Por hoje é só, mês está movimentado então dificil arrumar tempo para escrever, mas amanhã tem mais! Inshala!!!

Brancos Lusos I

        Portugal passa por um momento sublime em que todo o ano novos e muito bons rótulos brancos são lançados nas mais diversas regiões produtoras. Muitos são soberbos e com preços condizentes como o surpreendentes Cova da Ursa Chardonnay , Morgado de Sta. Catherina, Guru, C.V. , Primus ou Redoma Reserva Branco entre outros já mais conhecidos,  porém são novas estrelas que estão aparecendo nesta constelação de grandes vinhos elaborados em terras mais conhecidas por seus tintos. No entanto, minha chamada hoje, depois ainda publicarei mais algumas dicas de brancos e espumantes lusos acessíveis, é para vinhos que cabem no bolso da maioria e que certamente farão a alegria da maioria dos seguidores de Baco especialmente neste verão que está por chegar.  Uma dica importante, no entanto,  é prestar atenção na cor destes vinhos ao comprar  pois sua principal característica é a jovialidade e frescor. Cuidado com as ofertas deste estilo de vinhos brancosque já se encontrem bem amarelados e com preços lá embaixo, provavelmente o vinho já está passado e “moribundo” nem servindo para tempero! Melhor tomá-los com um ou dois anos de vida, três aceitável, mas cuidado com estes vinhos com idade superior a isso. Eis algumas sugestões de rótulos que andaram por minha taça recentemente numa revisão para uma matéria que preparo para uma revista, valem cada centavo!

Prova Régia – A uva Arinto produz vinhos de muito frescor e vem se dando muito bem na região Lisboa (ex-Estremadura). De aromas tropicais convidativos, na boca é refrescante, sedutor, rico e elegante mostrando-se algo crocante com notas citrinas refrescantes nos enchendo a  boca de puro prazer. Tem um estilo parecido com os Vinhos Verdes, dos quais também passarei algumas dicas mais adiante,  sendo assim, grande companhia para frutos do mar e comida japonesa, sushis e companhia, salmão. Um vinho delicioso, de média persistência que acaba de forma muito rápida na taça! Preço Médio: R$52,00

 Filipa Pato Ensaios Branco – mais um vinho da Filipa que faz vinhos realmente muito interessantes e saborosos dentro de uma faixa de preços bem camarada. Este é um blend (50/50) de duas uvas bem marcantes a Bical e a Arinto elaborado na região de Beiras que, para quem não conhece, fica ali próximo ao Dão e Bairrada. Passa um mês fermentando com leveduras indígenas, parte em tanques de inox e parte em madeira sendo o blend executado após este período. Aromas delicados e sedutores de boa intensidade, muito fresco, saboroso, cítrico e mineral, tem um final de boa persistência que convida á próxima taça. Por seu corpo médio e textura na boca, nos convida a alçar voos um pouco mais altos no quesito harmonização já fazendo par para pratos de peixe mais elaborados, até um bacalhau à Brás ou à Gomes de Sá. Mudaram o rótulo recentemente, preferia o antigo, mas importante é que o conteúdo continua igual! Preço Médio: R$50,00

        Na semana que vem tem mais dicas como esta e a coluna “Você Sabia?” retorna. Nesta semana faltou tempo, sorry. Salute, kanimambo e amanhã tem Dicas da Semana.

Tour Enogastrocultural

       Conhecer os vinhos e gastronomia de um país é sempre um processo de mergulho na cultura de um povo.  Por outro lado, e a história desse povo fora da nossa vinosfera? Pois bem, eu e a amiga Inês Cruz da Viavitis, enóloga portuguesa da região do Dão, unimos esforços para com nosso conhecimento das coisas e vinhos de Portugal, montar uma viajem inesquecível e, modéstia á parte, show de bola!!

           Serão dezesseis noites e dezessete dias, saindo daqui dia 15 de Fevereiro (primeira semana é carnaval)  e voltando dia 3 de Março do ano que vem. Do Minho ao Alentejo descobrindo paisagens e lugares diferentes, conhecendo a cultura de um país pequeno mas repleto de história , aproveitando o melhor da gastronomia da terra que, pasmem (rs), não é só bacalhau e nos deliciando com os vinhos provados in loco em bate-papo com mais de doze produtores conhecendo incríveis vinícolas.

 

          Certamente uma viajem que ficará na memória de cada um dos 20 participantes que nos acompanharão. Em breve passo detalhes, mas quem tiver interesse de subir nesse avião conosco sugiro já antecipar seu desejo enviando-me seu comentário e solicitação de preços e roteiro, logo logo entro em contato. Nossa viagem partirá de São Paulo, mas amigos do Brasil inteiro são bem-vindos. Vamos nessa?!

Salute e kanimambo

Douro, Vinhos de Excelência na Taça

          Há um bom tempinho que não falo dos vinhos portugueses! O mercado possui hoje uma imensidade de rótulos de todas as regiões produtoras da saudosa terrinha o que torna difícil a escolha, para que não caiamos sempre nos mesmos, na busca por novos sabores. Portugal produz vinhos de grande nível reconhecidos em qualquer lugar do mundo como tal, especialmente os produzidos no Douro, Alentejo e Dão, mas não só.

         Estes grandes vinhos, como a maioria dessa categoria, precisam de tempo e tomar um grande Douro, Alentejo ou Dão novinhos, é abrir mão da complexidade, exuberância e equilíbrio que eles ganham com o tempo. Sempre falo isso acerca dos vinhos portugueses, mas nos grandes isto é ainda mais importante. Um dos melhores vinhos que tomei na minha vida foi um Chryseia 2001 após oito anos guardado. O mesmo posso dizer de vinhos como os deliciosos alentejanos Malhadinha 2003 e Avó Sabica 2004, o Quinta do Monte d’Oiro 2001 (Lisboa), Quinta do Côtto Grande Escolha 2001 (Douro), Quinta da Pelada Touriga, Quinta das Marias e Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2004 (Dão) entre uma imensidade de outros grandes caldos tomados.

               Desta feita, dois vinhos maravilhosos um delicioso e sempre elegante Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2003, uma obra de arte clássica em estado liquido. Tomei em meu aniversário este ano na companhia da família e amigos, uma pena que só tinha uma garrafa pois deixou saudades. Entra ano sai ano e este vinho segue encantando, talvez uma das melhores relações Qualidade x Custo x Prazer que tinhamos no mercado em vinhos desta categoria, já que há cerca de dois anos o vinho rondava os R$120, daqueles vinhos que não só satisfaziam os sentidos como o bolso. Hoje creio que custa em torno dos R$180,00, o que me parece um pouco excessivo, mas…..é o custo da fama alcançada! Complexo, elegante, deveria vir de cartola e fraque para a mesa, possui boa estrutura com taninos macios perfeitamente integrados. Boa fruta, paleta olfativa agradável que convida a taça á boca, mineral com um longo e saboroso final é um vinho puramente hedonistico.  Compre todos as safras e vá guardando, eu não fiz isso e me arrependo! Dizem que a 2007 está divino, mas esse ainda estou procurando, já o de 2008 já garanti, mas para tomar somente daqui a quatro anos. Para este, a escolha de Bacalhau à Brás foi super acertada, casamento perfeito!

            Mais recentemente, acompanhando o sempre delicioso e especial strogonoff de filé mignon de minha esposa, um grande representante da mais clássica cepa portuguesa, a Touriga Nacional, o incrivelmente sedutor Quinta do Vallado Touriga 2005, absolutamente no ponto e divino! Tudo o que se espera de um grande vinho produzido com esta generosa cepa que tantos grandes vinhos produz e empresta sua exuberância a deliciosos vinhos de corte. Nariz gostoso, fruta negra, aquele típico aroma de violeta formando uma paleta olfativa sedutora e muito agradável. Na boca é exuberante, mais estruturado e denso que o Crasto Vinhas Velhas, taninos finos, rico e complexo com notas de tabaco, café num longo final que nos deixa aquele gostinho de quero mais, um belo vinho e finalmente mais dois tugas na taça que só vêm demonstrar a maturidade que a vitivinicultura portuguesa alcançou, especialmente no Douro, berço histórico de grandes vinhos. Este já beira os R$160,00 mas, considerando-se nossa irrealidade de preços, até que vale, mas poderia estar algo abaixo desse patamar para se tornar mais interessante ainda.

          São vinhos consagrados, mas que eu ainda não tinha comentado então resolvi que deveria compartilhar com os amigos mesmo sabendo que pouco ou nada acrescento ao muito que já se escreveu sobre eles. De qualquer forma, mais que os vinhos, é a importância de lhes darmos tempo para mostrar todo o seu potencial então, cabe aqui aquele célebre ditado de que “o apressado come cru”! Neste post iniciarei algo que pretendo vir a fazer de forma mais amiúde que é dar minha percepção, algo bem pessoal e consequentemente parcial, de valor ou seja aquilo que acho que estes vinhos valem considerando-se nossa absurda realidade de preços (acho que temos os preços de vinho mais caros do mundo). Neste caso minha percepção é de R$160 para o Vinhas Velhas e R$180,00 para o Vallado Touriga.

Salute e kanimambo pela visita

Noticias do Mundo do Vinho

Wine globe 3Uma série de novidades no mercado que gostaria de compartilhar com os amigos:

Mistral lança seu novo catálogo recheado de novidades – Tanto novos produtores, incrível o tamanho do portfólio, como novos rótulos de seus tradicionais produtores. Dos novos produtores destaque para; o prestigiado Max Graillot, filho de Allain Graillot, os cultuados vinhos El Nido, da Espanha, Terlato & Chapoutier, a nova empreitada de Michel Chapoutier na Austrália, a vinícola chilena totalmente orgânica Nativa Viñedos Orgánicos  e a americana Paul Hobbs Winery. Dos produtores já consagrados, também  novos vinhos, como o Montes Alpha Carmenère, da Viña Montes, o branco da argentina Masi Tupungato, o torrontés de Ernesto Catena, o espumante Rosé da brasileira Vallontano,  entre outros lançamentos.  Vale checar e garimpar.

Villa Francioni lança o Michelli 2005 – Com apenas 2500 garrafas produzidas e após longos 48 meses de processo de elaboração e amadurecimento, chega este que pretende ser o vinho super Premium da vinícola, um corte de Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Merlot com umteor alcoólico de 14%. Preço de vinho ícone, por volta de R$198,00, um novo rótulo brasileiro a ser conferido. Veja mais no site da vinícola; www.villafrancioni.com.br.

Prosecco Corte Viola 1FOX Imports traz Proseccos – Um dos meus preferidos proseccos Low Budget que frequentemente  recomendo para eventos, casamentos, festas, etc. é o Corte Viola.  É um espumante leve, fresco e muito agradável com uma excelente relação custo-benefício. Afora isso a empresa também importa um prosecco DOC num degrau de qualidade superior e na versão Brut o que não é muito comum se ver no mercado. Em Novembro entrará em meu painel de espumantes com degustação às cegas e veremos como se comporta. Enquanto isso procure no seu fornecedor mais próximo ou contate o importador para checar onde obter seus produtos

Garibaldi Segue Colecionando Ouro – Mais dois espumantes da Vinícola Garibaldi conquistaram premiações em concurso internacional. Desta vez foi na Espanha, durante a 3ª edição do Concurso Internacional Vinos y Espirituosos (CINVE), realizado no Hotel Alfonso XIII, em Sevilha, entre os dias 25 e 27 de setembro. Os espumantes Garibaldi Moscatel e Brut Chardonnay receberam Medalha de Prata, confirmando o reconhecimento por sua qualidade, refrescância e aromas marcantes. O concurso reuniu 642 amostras de 14 países, que foram avaliadas por um painel de 49 degustadores internacionais.

Vinhos da Miolo Premiados na Alemanha –  concurso Anuga Wine Special 2009, da Alemanha, analisou mais de 220 vinhos de 12 países e premiou sete vinhos brasileiros, sendo dois da Miolo Wine Group. O Lote 43 (2004) e o Fortaleza do Seival Tannat (2006) receberam, respectivamente, medalha de prata e bronze. Os vinhos foram degustados às cegas do master of wine alemão Marcos del Monego e sua equipe de sommeliers. A Alemanha é um dos quatro grandes mercados visados pela Miolo para ampliar suas exportações e chegar a 34 países – hoje a empresa vende para 28 países e a linha de produtos do projeto Quinta do Seival seguem dando bons frutos graças ao trabalho competente do enólogo e amigo, Miguel de Almeida.

Alentejo x Douro Quinta-do-fredoQuinta do Fredo – Produção limitada a 2.000 garrafas, Douro, pisa a pé, corte tradiciomal de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Francesa e Tinta Barroca com seis meses de barrica, está chegando o vinho especialmente elaborado para o Fredo da BR Bebidas. Logo, deverá estar na loja onde é sempre interessante  garimpar novos rótulos com bons preços, marca registrada da casa.

Berenguer Imports – Mais uma nova importadora no pedaço, só que esta vem com o experimentado e capaz Charlston Dalmonico capitaneando a nau em seus aspectos comerciais. É uma questão de tempo para que os amigos venham a conhecer o resultado dos investimentos e escolhas selecionadas feitas pela equipe. Só para deixar alguns com água na boca e antecipando algumas informações, porque estou para fazer uma prova quando poderei tecer mais comentários, sobre os produtos que serão importados:

  • Da Argentina vêm a família Filosur do conceituado produtor Andeluna, vinhos de autor de Carlos Balmaceda Arroba 2006 e os vinhos da AVE Wines, um projeto italiano  em Mendoza.
  • Do Chile, a linha de vinhos Pirque Estate Reserva que dispensa apresentações, Pacifico Sur e I Wines, vinhos de autora (Irene Paiva)  que terá o rótulo I Latina um gran reserva syrah como seu rótulo de apresentação ao mercado.

Depois falo mais, mas como já dizem os hermanitos, OJO neles!

Decanter News – um resumo de algumas das novidades recebidas em newsletters recebidas:

  • Redução de conteúdo alcoólico – Cerca de 50% dos consumidores do reino Unido afirmaram em pesquisa, que prefeririam vinhos de menor teor de álcool desde que essa redução não acarretasse detrimento no sabor. Fato que não é isolado no mundo, onde as pessoas começam a fugir de vinhos excessivos.
  • Bordeaux – 2009 está prevista ser uma grande safra, mas preocupações existem quanto a excesso de extração e altos teores alcoólicos, contramão do mercado, devido a uvas muito maduras. Um grande desafio para os enólogos com, os melhores, provavelmente trabalhando muito bem esses excessos da natureza, outros não. Esperemos 2011 para conferir!
  • Penfolds Grange em Hong Kong – esta é para os ricaços e colecionadores de plantão. Um vertical completo (750ml) deste mítico vinho australiano de 1951 a 2004 e outro de garrafas magnums de 1979 a 2004. Leilão para poucos, mas se tiver a fins, é dia 5 de Novembro, clique aqui.
  • Bar de Degustação em Bordeaux – esta é para os amigos que estão com viagem programada para aquelas bandas e querem provar um Cheval Blanc, Chateu Ausonne e Chateau Smith Haut Lafitte entre outras preciosidade da margem direita que estarão á disponibilidade dos aficionados. Com máquinas Enomatic como as que o Santa Maria tem (veja matéria aqui) e cartões pré-pagos de 25 a 75 Euros, você poderá se esbaldar e conhecer diversos desses mitos, dizem que o Petrus e Chateai Le Pin ainda virão, por muito pouco. A Decanter não diz o nome do local, baita sacanagem, mas estando lá não deve ser difícil de encontrar. Bon Voyage.

Noticias de Portugal:

  • RegiaodeLisboaCVR Lisboa, reformula sua imagem – A Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa, acabou de realizar um rebranding que passou pela alteração da sua linguagem gráfica e comunicacional, tendo alterado também o seu logótipo. A nova imagem, desenhada pela Opal Publicidade, transmite, por um lado, uma característica de “modernidade” e por outro, representa alguns dos aspectos mais marcantes e característicos da região de Lisboa, como o mar (cor azul e forma ondulada), as encostas (cor castanha e com inclinação), bem como as vinhas representadas pela cor verde. A origem dos vinhos neste caso, ganha, na nova imagem, uma maior relevância, permitindo que os seus clientes, nomeadamente nos mercados internacionais, identifiquem claramente a geografia da sua proveniência.
  • National Geographic Society Coloca Douro em 7º Lugar – O Douro conquistou o sétimo lugar de um total de 133 Vinhas no Douro 3destinos turísticos sustentáveis da National Geographic Society, ficando à frente de regiões como a Toscana (Itália) ou o centro histórico de Salzburg. O chefe da Estrutura de Missão do Douro, Ricardo Magalhães, afirmou que “este é um reconhecimento excepcional que confirma o sentido do trabalho que tem sido realizado para converter o Douro num destino turístico de excelência, com elevados critérios de sustentabilidade e qualidade”.  Depois da classificação como Património Mundial da Humanidade em 2001, a mais antiga região demarcada do mundo – o Douro – participou no concurso das “7 Maravilhas da Natureza”, ficando entre os 77 melhores, e foi agora destacada pela National Geographic. (Fonte: Infovini)
  • Colheita 2009 será Magnífica para a Alvarinho – Devido às ótimas condições climáticas que se fizeram sentir durante o período de maturação, nomeadamente temperaturas favoráveis, associadas às reduzidas amplitudes térmicas e a diminuta precipitação, a maturação foi ideal para produção de uvas com uma excelente relação açúcares/acidez. Segundo o Presidente da APA Monção e Melgaço, José Aleixo Caldas, “este tempo quente e seco que se fez sentir nos meses de Agosto e Setembro foram formidáveis para uma correcta maturação da casta Alvarinho”. José Aleixo Caldas afirma que “nunca se viu um período de vindima com estas temperaturas. A Colheita 2009 será uma das melhores colheitas que a Sub-região de Monção e Melgaço apresentou aos apaixonados dos monovarietais de Alvarinho.” José Aleixo refere, “Neste momento os mostos apresentam um potencial aromático extraordinário. Vamos ver como irão evoluir nos próximos meses” (Fonte: Essência do Vinho)

Salute e kanimambo.

Pequeno Dicionário de Português x Brasileiro – Parte I

dicionario1               Alguns amigos que estão de passagem marcada para Portugal têm me pedido dicas de lugares para visitar, onde comer, que vinhos comprar, etc.. , mas, e o idioma? Existirão coisas que você ouvirá, mas nem sempre entenderá, garanto. Por exemplo, veja se consegue entender totalmente as frases abaixo:

  • você chega no caixa para pagar a conta e, na mão, um cartão de crédito  bandeira Mastercard ou Amex e vem a pergunta, “multibanco ou visa”? Loucura? Como, ela não está vendo que o cartão é Amex?! Calma, ela só quer saber se é débito ou crédito.
  • Já montei a montra. Agora apanhe o que sobrou e deite lá na arrecadação porém use o ascensor e cuidado com a alcatifa na entrada.
  • Olha lá, quando usares a retrete vê se puxas o autoclismo.
  • Acabou-se a papa doce meu amigo, a mim não me enfias mais o barrete! És um aldrabão e já me deves uma pipa de massas, de ti agora só se for à cabeça ou a pronto.
  • Aquela carrinha com atrelado, provocou o choque com o camião porque estava com as jantes todas tortas e os pneus muito beras. O condutor então, um verdadeiro aselha que, ainda por cima, estava com uma tremenda carraspana,  já saiu soltando bojardas e criando a maior balburdia!
  • Estava à balda esperando minha boleia que me ligou pelo telemóvel dizendo que só arrancaríamos mais tarde pois ainda tinha que arranjar a direção assistida que tinha falhado. Já que não tinha tomado o matabicho, procurei uma tasca, mas não tinha nada de jeito então entrei numa pastelaria e só pedi um sumo, um prego e uma bica cheia. Tinham também umas tostas mistas, cachorro e galão, mas o adiantado da hora pedia algo mais substancial. Apetecia-me mesmo eram umas chamussas, mas lamentavelmente tinham acabado.
  • Da ementa escolhi amêijoas, borrego e uma imperial.
  • Estava eu lá, no rabo da bicha com o saco na mão já fazia uma meia hora, quando gritam lá de dentro que o cacete tinha acabado.

      Deu para entender tudo? Algumas coisas sim outras não, não é? Achei que esta pequeno “dicionário”  de termos e gírias mais comuns, pudesse ser útil aos amigos de modo a facilitar a comunicação com os patrícios durante a estadia . São as tais das diferenças entre iguais! Eis a parte I e hoje não falarei de vinhos:

Á Balda À toa, de qualquer jeito
À brava Fazer muito de qualquer coisa. Ex. Rimos à brava da anedota do Miguel.
À Brocha Aflito, apertado, repleto de preocupações.
À cabeça Antecipado
A direito, ir ir reto frente, em ou direto a algum lugar
A meias Dividido 50/50
A pronto Á vista
À rasca Apurado, aflito, apertado, com dificuldades, em situação difícil, com problemas.
Acabou-se a papa doce Acabou-se o que era bom
Acelera Acelera, mas também usado para denominar aqueles scooters sem marcha.
Acento Sotaque
Açorda Prato típico feito á base de pão adormecido. Existe açorda de bacalhau, de camarão, etc. Parece uma papa, de cara não muito convidativa, mas absolutamente delicioso.
Aderente Quem adere, participante
Adesivo Esparadrapo
Agrafador Grampeador
Alcatifa Carpete
Alcatroada Asfaltada (rua, estrada)
Alcunha Apelido
Aldrabão Trapaceiro
Aleijar Machucar
Alfinete Alfinete e broche. 
Alforreca Água Viva
Algibeira Bolso
Alguidar Bacia
Almeida Varredor de rua, gari. Também sobre nome
Almofada Travesseiro
Aluguer Aluguel
Amêijoa Um vôngole grande. Amêijoas à Bulhão Pato, prato tipico delicioso.
Andar aos pontapés Ao deus-dará, aos trancos e barrancos, do jeito que dá.
Andar na estica Estar na moda, elegante.
Ao pé Ao lado , no sentido de ao meu lado, próximo a mim.
Apanhar Pegar. Ir  apanhar o comboio das sete.
Apartado Caixa postal
Apelido Sobrenome
Apitadela Dar uma ligada / Dar um toque
Apontar Tomar nota
Aqui há gato Diz-de de situações estranhas quando algo não está certo ou de uma situação dúbia.
Arder Queimar
Armar Ostentação, fingir, se meter a algo que não é, presunçoso. Ex. Está-se a armar em valente.
Arrabaldes Arredores / Periferia
Arrancar Começar, iniciar. Ex. A viagem é longa, temos que arrancar cedo.
Arranjar Arrumar, preparar. Ex. Vá arrumar ao almoço.
Arrecadação Sótão, porão, despensa, lugar onde se guardam coisas que não se necessitam de imediato
Ascensor Elevador
Aselha Grosso, barbeiro, pessoa desajeitada, sem habilidades no que faz.
Aselhisse Barbeiragem
Assoalhado Cômodo
Atacador Cadarço
Aterrar Aterrisar
Atrelado Reboque, carreta.
Auscultadores Fones de ouvido
Autocarro Ônibus
Autoclismo Descarga
Avariado Quebrado, que não funciona
Badagaio Chilique, desmaio.
Badalhoca/o Pessoa desleixada, suja, porcaria
Bagageiro Porta-malas
Baixa Toda a cidade tem uma baixa, ou seja um centro.
Balburdia Confusão, zorra.
Banheiro Salva vidas ou Vendedor de banha
Barafustar Brigar, criar o maior auê, reclamar, discutir
Barrete, enfiar o Lograr alguém ou ser logrado, enganar.
Bate-chapas Funileiro
Batota Trapaça
Beata Carola de Igreja ou bituca de cigarro
Beneficiação Um lugar estar em beneficiação significa que está passando por obras/reformas.
Bera Algo ou pessoa de qualidade duvidosa, ruim. Ex. É barato porque é bera.
Berbigão Molusco tipo um mexilhão
Berlinde Bola de gude
Berma Acostamento
Bestial Muito legal, genial, maravilha
Betão Concreto
BI – Bilhete de identidade Documento de identidade nosso RG.
Biberon Mamadeira
Bica Cafezinho Expresso normalmente curto
Bica cheia Expresso longo
Bicha fila
Bifana É um sanduiche com bife de carne de porco e molho. Ótimo lanche.
Bife Gíria para denominar um individuo de origem Inglesa.
Bife panado Bife à milanesa
Bilhete Entrada, ingresso para algum espetáculo.
Bisga Cuspida
Bojarda Palavrão, asneira, palavra inconveniente
Bola ao cesto Basquete
Bola-de-berlim Um doce tipo sonho mas sem o creme
Boleia Carona
Bomba Posto de gasolina
Borbulhas espinha na pele, acne
Bordéus Região de Bordeaux na França
Borla Grátis, na faixa
Borra-botas Um João ninguém, individuo insignificante que não tem onde cair morto.
Borrego Cordeiro
Bucha e Estica Gordo e o Magro, célebre dupla de comediantes Americanos .
Cabazada Grande quantidade, goleada, exagero de diferença
Cabedal Assim como “massas”, é gíria para dinheiro, grana, bufunfa.
Cabrão Não, não é uma cabra grande. É corno mesmo, mas muito usado no sentido de filho da …..
Cacete (pão) Filão, baguete de pão
Cachorro O nosso cachorro-quente. Em Portugal o cachorro se trata de cão.
Cacilheiro Barco que faz transporte de passageiros entre Lisboa e Cacilhas, do outro lado do rio Tejo.
Caixa de velocidades Caixa de cambio
Calção Short, bermuda
Calção ou fato de banho Maiô
Calhau Pessoa estúpida, ignorante, boçal
Camião Caminhão
Camisa de dormir Camisola
Camisa de vênus Camisinha
Camisola Camiseta
Canadianas Muletas do tipo que se apóiam no antebraço.
Canalisador Encanador
Cancro Câncer
Candeeiro Abajur
Candonga Mercado negro, contrabando
Caneco Taça mas também usado como gíria depreciativa para denominar um sujeito de origem Indiana
Carburante Combustível
Caril Curry
Carne picada Carne moída
Carocha Besouro, mas usado também como querido, lindinho, coisa fofa
Carraspana Porre / Bebedeira
Carrinha Perua (carro)
Carro a grilar Carro com motor batendo pino
Carruagem Vagão

            Nos próximos dias, intercalando com coisas do vinho, o complemento deste pequeno dicionário. História, ótima enogastronomia com preços muito bons, gente hospitaleira, Portugal é show! Aos amigos que viajam, aproveitem.

Salute e kanimambo.

Desafio de Vinhos Portugueses

Agosto chegou, mês;  do cachorro louco, da Sexta-feira 13 azarenta, das liquidações de inverno e, Deus sabe lá porque cargas d’água, Dia dos Pais. Não, não vou falar do Dia dos Pais, ainda, mas fica a pergunta no ar, não dava para colocar o Dia dos Pais num mês mais nobre não?!! rsrs

              Bem de volta ao ponto principal, a verdadeira a razão para este post, em Agosto o Desafio de Vinhos será Portugal - mapa e regiões produtorasportuguês! Voltei ás origens e já estava com saudades, apesar de os vinhos portugueses estarem constantemente sobre a minha mesa e na minha taça. Já temos uma série de concorrentes escalados e, pela enorme quantidade de bons rótulos, participantes e regiões, estou achando difícil fechar este Desafio com menos de 14 Desafiantes, o que vai demandar uma atenção redobrada da banca de degustadores. Tentei incluir/convidar alguns rótulos dos quais sou fã, regiões menos conhecidas, mas que vêm despontando, assim como das mais tradicionais e mais representativas. São vinhos de gama média de preços que estão ao alcançe do bolso da maioria, uns mais conhecidos do que outros, porém todos de qualidade inquestionável. Vamos aos que já confirmaram presença, sendo que dois deles eu tive o prazer de negociar presença diretamente na fonte , a Herdade do Pinheiro (dos amigos Ana e Miguel) assim como da Quinta Mendes Pereira (da amiga Raquel):

  • CVR Alentejo: Reguengos Garrafeira dos Sócios 2001 (Vinhos Seleto) / Herdade do Pinheiro Reserva 2003 / Herdade do Esporão Reserva 2006 (Qualimpor)
  • CVR Duriense – DOC Douro: Ceirós Reserva 1998 (BR Bebidas/ Vinhos do Douro) / Altano Reserva 2006 (Mistral) / Caldas Reserva 2005 (Decanter)
  • CVR Lisboa (Estremadura): Quinta da Chocapalha 2005 (Vinci)
  • CVR Tejo – DOC Ribatejo: Falcoaria DOC 2004 (D’Olivino)
  • CVR Beiras – DOC Dão: Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2003 (Malbec) e Conde de Santar Reserva 2003 (Winebrands), este ainda passível de mudança.
  • CVR Terras do Sado: Barão do Sul Garrafeira 2002 (Lusitana de Vinhos & Azeites)
  • CVR Beiras – DOC Bairrada: Aveleda Follies Touriga Nacional/Cabernet Sauvignon 2004 (Interfood).

Ainda tenho mais dois convidados que não escalaram Desafiante, então poderemos chegar a 14 o que inviabilizaria a presença de um rótulo surpresa. Enfim, tenho mais uns dias para finalizar isso e depois divulgo. Também ainda preciso definir o local do embate e o jantar para o qual já tenho assegurado o vinho branco e o tinto, faltando tão somente o Porto ou Moscatel para encerrar este épico Desafio de Vinhos de Portugal até, mais ou menos 100 Reais. E aí, vai arriscar um palpite de quem será o ganhador?!