Noticias do Mundo do Vinho

Wine globe 3Destaque para a iniciativa do governo de Santa Catarina, que baixou o ICMS sobre vinhos de 25% para 3%. Conversas políticas e promessas que nunca se realizam já não tem mais lugar, produtores e consumidores já se cansaram disso. Precisamos de ações que realmente trabalhem pelo Vinho Brasileiro. Esta é uma ação digna de nota e que deve ser copiada, porque realmente funciona no incentivo à produção e consumo de vinhos. Chega de buscar proteção com efeitos colaterais danosos aos pequenos produtores e consumidores, esta é a saída!

                Quem sabe o pessoal do Rio Grande do Sul não se inspira? Aproveitando que os governos de lá e de São Paulo são do mesmo partido, porque não fomentar acordos que evitem a oneração tributária como acabarem com essa tenebrosa ST possibilitando que os vinhos gaúchos cheguem ao mercado de maior consumo no Brasil a preços mais acessíveis?! Falta de vontade política, puro descaso ou mera falta de visão e eficiência? (fonte: Academia do Vinho)

 

Vinho Paulista de Colheita de Inverno, esta deu no caderno agrícola do jornal Estado de São Paulo no último dia 1 de Julho. São estes sendo desenvolvidos em Jundiaí  e Louveira onde as variedades de mesa começam a ceder espaço para as víniferas Merlot e Syrah. Esse manejo de inverno que se iniciou com um projeto em Três Corações (Minas Gerais) com a primeira colheita em 2006, já possui cerca de 100 hectares de vinhas de Syrah plantadas, cepa que melhor se adaptou à região. Esse manejo de inverno consiste em fazer podas diferenciadas em Agosto (poda de formação) e Fevereiro (poda de frutificação) alterando o ciclo vegetativo da planta para que ela venha a frutificar no outono  e colhida no inverno quando os dias são ensolarados e as noites frias sem chuva na colheita. De Minas vamos ter os primeiros vinhos em 2010, de Jundiai um pouco mais tarde. Vai dar certo? Não sei, mas produzir no Nordeste também não dava e deu no que deu.

 

Promoção Inverno SorioEmporio Sorio, mais uma dica do que verdadeiramente uma noticia.  Que sou fã de seus vinhos, creio que não é surpresa para nenhum dos amigos que clicam por aqui com certa assiduidade, mas agora existe mais uma razão para sorver de seus saborosos vinhos, o fato de que parte seu faturamento irá para uma causa nobre que é a campanha do agasalho neste frio inverno e você anda ganha um cachecol. Gostei da ação e recomendo, eis a forma adequada de juntar o útil ao agradável. Clique aqui para mais detalhes.

 

Pizzato lança vinhos da safra de 2005. A Pizatto informa que chegam ao mercado o CONCENTUS e o PIZZATO TANNAT da safra de 2005 que, segundo o enólogo Flavio Pizzato, trata-se da melhor safra para o conjunto de vinhos brasileiros, superando a de 1999 por conta da melhoria geral da viti-vinicultura do País.

Concentus 2005_O CONCENTUS 2005 é a terceira safra de um dos vinhos mais estruturados da PIZZATO. Elaborado com uvas Merlot (45%), Tannat (35%) e Cabernet Sauvignon (20%) e com uma produção de 8 mil garrafas, todas numeradas, em lote único, com Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos. O vinho foi amadurecido por sete meses em barris de carvalho, sendo 50% em barris de carvalho francês novo e 50% em barris de carvalho americano e período em garrafa para amadurecimento. Apresenta coloração rubi violácea intensa e aromas de frutas vermelhas maduras, geléia de frutas vermelhas, especiarias, bosque molhado, coco torrado, café e ameixas secas. Na boca é encorpado, de boa persistência e equilíbrio, com retrogosto prolongado com traços de especiarias, ameixas e coco torrado. Harmoniza-se perfeitamente com pratos mais estruturados, à base de funghi, carnes vermelhas, suínas, de peru, aves de caça, como perdiz e codorna, grelhados, queijos secos e pratos medianamente temperados em geral. É recomendado degustá-lo a temperatura de serviço entre 17 °C e 19 °C. Graduação alcoólica: 13,0%. Preço médio: R$ 50,00

PIZZATO Reserva Tannat 2005, a nova safra chega ao mercado com novo rótulo, acompanhando a recente mudança da identidade visual dos vinhos da marca, na busca de mais harmonia entre os rótulos da linha Reserva e o Top Pizatto Tannat Reserva 2005CONCENTUS. Em sua terceira safra, o Reserva Tannat vêm de uvas dos primeiros vinhedos implantados em espaldeiras em forma de lira (vertical) na Serra Gaúcha, com videiras de 23 anos de idade, e produção média de 2,5 kg/videira. Para a safra 2005 foram elaboradas 7 mil garrafas, numeradas, em lote único, com Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos. O vinho passou por amadurecimento de seis meses em barricas de carvalho americano (70%) e período engarrafado. De cor intensa, vermelho escuro com tons violáceos à púrpura, mostra aromas de frutas escuras maduras, geléias, cacau, baunilha, torrefação, couro e terra. Na boca é potente, de bom corpo e estrutura, taninos finos, retrogosto rico e persistente. Harmoniza com carnes de caça, queijos fortes, carnes gordurosas e feijoada. Graduação alcoólica: 13,3 %. Preço médio: R$ 37,00.

 

festiqueijo20 ª FESTIQUEIJO. Festival na Serra Gaúcha Propicia o Encontro do Ponto Alto da Gastronomia do Outono-Inverno: Queijos e Vinhos. A temperatura começa a cair e logo se pensa com mais freqüência em um bom vinho e um bom espumante unidos a uma excelente gastronomia. O festival, em Carlos Barbosa, iniciou-se no último dia 2 e segue até 26 de Julho, nos finais de semana. Já uma tradição na região, assim como a participação da Vinícola Garibaldi que participa desde a primeira edição do Festiqueijo. Nesta vigésima edição a cooperativa marcará presença em seu estande individual, estrategicamente localizado na entrada do Festiqueijo, apresentando o vinho tinto Chalet Du Clermont (assemblage de Cabernet Sauvignon e Merlot) o Espumante Moscatel, o Espumante Brut Premium, o Gotas de Cristal Branco, o Vinho di Bartolo tinto suave e o suco de uva Precioso, ambos, produtos que harmonizam perfeitamente com os mais variados queijos e culinária italiana, que marcam o maior festival gastronômico da Serra Gaúcha.

 

Zuccardi azeite Manzanilla 2009Azeites da família Zuccardi. Mais conhecida por seus vinhos, seus azeites seguem ganhando destaque internacional. Desta feita com mais um varietal, Manzanilla,  levando terceiro lugar na categoria “frutado médio” num dos principais concursos de azeite no mundo, o 11º Concurso Internacional de Azeites de Oliva -“L’Orciolo D’Oro” 2009 realizado em Pesaro e Urbino na Itália. No ano passado essa distinção tinha sido ganha pelo varietal de Arauco, o que vem demonstrar que a Zuccardi tem um portfólio de azeites que vale realmente a pena conhecer.

 

ExAequo, mais um lançamento da Quinta do Monte D’Oiro renomado produtor da CVR Lisboa. Sou um apaixonado pelo Quinta do Monte d’Oiro Reserva 04 (corte de Syrah e Viognier) que o ano passado teve lugar de destaque em meus “Deuses do Olimpo 2008”. Desta feita, pelos comentários de Robert Parker, mais um blockbuster sendo colocado no mercado. De acordo com o ainda todo poderoso e conceituado crítico de vinhos norte-americano que o classificou com 90-95 pontos (Outstanding)  em amostra de barrica descrevendo-o assim: “cor púrpura rubi profunda, no palato é encorpado soberbamente delineado, poderoso mas verdadeiramente suave, envolvendo desde o início até ao final. Frutos silvestres, ameixa e cassis, com um final natural e muito destacado. Lascivo (sensual ou libidinoso). Soberbo. Beber 2010-2016”. Eheheh, minha “wish list’ não pára de crescer! (fonte: CVR Lisboa)

 

IV Concurso de Vinhos da Península de Setúbal – O vinho “Só Touriga Nacional 2006” da Bacalhôa Vinhos de Portugal, conquistou o título de Melhor Vinho Tinto no IX Concurso de Vinhos da Península de Setúbal 2009, que decorreu no dia 2 de Julho, na Quinta do Anjo (Palmela). “Só” na sua distinção, este vinho alcançou, também, a medalha de ouro. Caracterizado por ser um tinto vinificado exclusivamente com a casta Touriga Nacional no seio da Serra da Arrábida, este vinho apresenta-se com uma cor vermelha muito profunda, com notas florais campestres e de fruta encarnada madura que lhe conferem uma estrutura elegante e distinta. Estou com uma garrafa do 2005 na adega e logo/logo o tomarei, mas o 2003 também estava ótimo. È um dos muito bons vinhos desta casta e lá vale uns 10 euros. É importado pela Portuscale e custa aqui algo próximo a R$120,00. (fonte: Infovini)

 

Miolo lança onze vinhos, dois inéditos, em evento para poucos realizado em Bento Gonçalves. A Miolo Wine Quinta Castas 05 (2)Group realizou nos dias 3 e 4 de julho, no Hotel & Spa do Vinho Caudalie,  em Bento Gonçalves, seu principal evento de vinhos do ano. Os produtos foram apresentados pelo winemaker internacional Michel Rolland, um dos mais prestigiados enólogos do mundo e consultor da Miolo desde 2003. Os convidados conheceram 11 lançamentos previstos para chegarem ao mercado este ano. Um dos principais destaques foi a apresentação do Sesmarias 2008, vinho que chega ao mercado em 2010, para se tornar o ícone do projeto Fortaleza do Seival, na Campanha Gaúcha. “A Miolo se propôs a investir na qualidade e o trabalho desenvolvido em parceria com Rolland consolidou a vocação da empresa de elaborar vinhos finos de categoria superior, com a expressão do terroir de cada região”, afirmou o diretor técnico da Vinícola Miolo, Adriano Miolo.

  • Com produção limitada a não mais de cinco mil garrafas, o Sesmarias resulta de um corte de seis variedades de uva tinta, de parcelas com produtividade de 4 toneladas por hectare. É elaborado a partir do processo de fermentação integral em barrica, utilizado nos grandes chateaux da França. As uvas selecionadas são lentamente desengaçadas e as bagas inteiras permanecem durante uma semana em maceração pré-fermentativa a frio. A fermentação alcoólica dura em torno de 1 a 2 semanas. O tempo total de maceração é de 30 a 45 dias, com a fermentação malolática a acontecer nas películas. O vinho envelhece 18 meses em barricas novas de carvalho francês. O Sesmarias chega ao mercado em 2010 e a comercialização se dará  “en Primeur” que determina a reserva prévia dos produtos antes mesmo deles chegarem ao mercado.  Ou seja, neste caso totalmente no escuro, os interessados terão que desembolsar antecipadamente e esperar que o mesmo chegue em algum momento do ano que vem. Para quem pode e sabe o que faz, o que não é meu caso.
  • RAR pinot noirO outro vinho inédito é o RAR Collezione Pinot Noir 2008. Após alguns anos de estudo, os enólogos da Miolo Wine Group perceberam que a uva Pinot Noir cultivada na região dos Campos de Cima da Serra, local onde localizam-se os vinhedos do empresário Raul Anselmo Randon, expressa o máximo do terroir da região. A constatação levou a empresa apostar na elaboração deste RAR Collezione Pinot Noir 2008. Envelhecido durante um ano em barricas novas de carvalho francês. “Elaboramos um vinho com características do velho mundo”, afirma o diretor técnico da MWG, Adriano Miolo. A região dos Campos de Cima da Serra é uma das mais frias e mais altas do Brasil, com 1.000 metros de altitude. Atualmente, são produzidos 200 mil litros em 50 hectares, mas a estimativa é chegar a 1,5 milhão de litros em 2018, em 200 hectares. Pelo fato de a empresa não ter uma vinícola instalada nos Campos de Cima da Serra, as uvas são colhidas e seguem para cantina da Miolo, no Vale dos Vinhedos.Este me deixou mais curioso.
  • Os outros nove vinhos são as novas safras de vinhos já conhecidos como: RAR safra 2005, Lote 43 safra 2005, Miolo Merlot Terroir safra 2008, Lovara Chardonnay 2008, Lovara Merlot 2008 e Lovara Cabernet 2008 com nova imagem, Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005 entre outros.

Salute e kanimambo

Reflexões do Fundo do Copo – O Dilema de Nosso Novo Vinho Tinto

                Como é possível impactar com uvas internacionais e vinificações por métodos conhecidos e usados a toda hora, quando seu atrativo não está nada mais do que na origem exótica? Está em curso no Brasil de hoje, um circulo virtuoso no processo de inovação agro-industrial do vinho de qualidade internacional, que invade as fronteiras do público e do privado, dificultando definir quem inicia o processo e quem o finaliza. O estado mostra-se capaz de ajudar com ações que vão da simples divulgação de determinado produto, dentro do país, em regiões detectadas como eventuais consumidores daquele item e fora dele, no pacote comercial diplomático que costuma acompanhar iniciativas mundo afora. Para surpresa daqueles que só encontram defeito e falcatruas nos governos recentes, ele está demonstrando capacitar-se a esforços que resultam em ampliação de mercado agrícola e industrial, fomentando exportações, que resultam maior montante de divisas.

               O Estado ajuda, criando e aprofundando a qualidade da pesquisa e do controle na produção, criando mecanismos de punição fiscal e criminal para aqueles que pretendem ludibriar o consumidor com produtos que prometem e não cumprem; criando linhas de crédito, subsídios e incentivos para determinada produção. Ajuda também, reformulando os impostos sobre a produção e circulação de determinados produtos. O contexto é de forte ebulição na área da formação teórica, multiplicando-se os cursos práticos por vários centros, não apenas no Rio Grande do Sul, a partir da UCS, não apenas em São Paulo com o Senac e a Anhembi Morumbi, mas também em escolas técnicas espalhadas pelo país, como em Jundiaí e na Cândido Mendes no Rio de Janeiro.

               O intercâmbio não pára de crescer e os doutores em vinho vão se multiplicando, formados por aqui, com especialização na França, na Itália e na Argentina, como se vê nos centros de estudo em Florianópolis, onde a presença de professores vindos de Bordeaux é constante e como se percebe através das parcerias realizadas entre universidades brasileiras e centros de conhecimento e divulgação como são as italianas FISAR (Fed.Italiana Sommeliers, Albergatori, ristauratori) e AIS (Assoziazzione Italiana Somelier). 

              Mas as contradições inerentes ao prêmio por mérito em eficiência, este mesmo Brasil que continua patinando na hora de taxar quem produz em muitas áreas, inclusive nesta. Isso já foi dito de modo exaustivo, já se lutou com todas as armas, mas não custa repetir – Enquanto os vinhos finos dos países vizinhos visitam nossas gôndolas por pouco mais do que nada, os produzidos no Brasil passam pelos espinhos da dupla taxação referente a bebidas alcoólicas e a produtos de luxo. O privado, visto aqui como o poder proprietário, parece estar fazendo sua parte, aportando capital de outros departamentos da economia, como são patentes os casos famosos da Villa Francioni e da Pericó. Há uma procura importante de descentralização da produção de uvas no país, que acaba determinando a produção em terras mais apropriadas para isto, que analisam desde as características dos subsolos até o gradiente térmico e climático, seguindo recomendações de técnicos particulares e de entidades do Estado para todos os estágios da produção, driblando finalmente dificuldades enológicas que pareciam definitivas e que carimbavam o vinho brasileiro como um produto definitivamente medíocre.

               Tudo dito, os dilemas que se aplicam ao produtor brasileiro de vinho tinto estão em que tipo de vinho aplicar o capital investido, qual é o melhor plano para atingir a maturidade produtiva, como reproduzir a rota de sucesso já trilhada pelos espumantes brasileiros, identificados como produtos de alta qualidade. O vinhateiro de vinho tinto fino brasileiro tem nesta etapa de implantação, os olhos voltados para o exterior, visto que no mercado interno não se vê em condições de competir com o produto dos vizinhos; Chile, Argentina e mesmo Uruguai, na relação Qualidade X Preço, por mais que promova campanhas publicitárias e promocionais esporádicas, chamando o consumidor a uma duvidosa opção cívica a favor do produto feito por aqui.

              Parece que a dicotomia que sempre se apresenta no confronto de interesses que regem a economia do País se expressa de modo transparente na forma de implantar inovações. A gaveta dos produtos criados para exportar são tratados a pão de ló, com direito a plano de expansão, estratégias de exposição de produtos, incentivos fiscais, linhas de crédito etc. enquanto que os produtos criados para o mercado interno ficam à mercê das antigas leis do mercado, onde o mais forte – e nem sempre o melhor – é o que já está consagrado. Neste contexto, os produtos de origem brasileira parecem estar sempre fora de lugar – ou se alinham, envergonhados, nas prateleiras reservadas aos produtos de baixa qualidade ou se perfilam, como um blefe de curto fôlego, junto aos produtos mais caros, com o custo totalmente descompassado.

               Como parêntesis, pergunte a qualquer importador de vinho como se trata este mercado de consumo interno e ele responderá que traz os vinhos já consolidados acrescidos dos vinhos que caíram nas graças do consumidor brasileiro! Considerando que – apesar do enorme crescimento de oferta – não chegamos aos 3 litros de consumo anual per capita, o que é pífio em volume, falamos que existe um “paladar do consumidor brasileiro”… Ou seja, nada mais conservador, nada mais irritante para quem procura fomentar a diversidade e não reproduzir ad nauseum as mesmas condições de sempre.

               Portanto, incapaz de ver brechas reais no mercado interno e para não mexer demais na lógica já constituída, o capital recente na área tem os olhos naturalmente voltados para os mercados internacionais, não apenas por todo o incentivo que se obtém, mas também porque se trata de mercados ávidos de novidades, que dragam todo e qualquer produto desconhecido, numa ânsia pantagruélica por novidades. Evidentemente, o consumidor alemão, inglês, americano e japonês – além de outros tantos consumidores de outros tantos mercados secundários que se abrem, como os da Europa do leste e da Ásia ocidentalizada a partir da Coréia – têm referências de qualidade e preço de tantos outros pontos do mundo e já experimentaram tantas outras ondas novidadeiras bem antes desta que estamos pretendendo criar. São curiosos, recebem novos produtos de braços abertos. Mas seguem a cruel verdade, por demais conhecida de todo profissional de marketing – experimentam uma primeira vez, querem sentir o gosto daquele produto, e simplesmente, deixam de comprar a segunda vez, se não houver sedução.

              É aí, então que se descortina o último e o mais verdadeiro dos dilemas: como é possível impactar com uvas internacionais e vinificações por métodos conhecidos e usados a toda hora, quando seu atrativo não está nada mais do que na origem exótica? É um grande mérito fazer um merlot de qualidade, um cabernet sauvignon comparável a alguns dos melhores do novo mundo. Mas na hora que até os portugueses estão fazendo vinhos fantásticos com Shiraz, que os australianos não param de inovar, que os italianos despejam novidades com suas uvas do sul e também a partir de novos tratamentos com as grandes do Piemonte; no momento em que Israel e Líbano entram com as mesmas vinificações, com as mesmas uvas; que a França amplia seu parque produtivo no sul, baseando a produção em velhas conhecidas como a Grenache e a Espanha não para de produzir novidades, qual é o nicho que saberemos ocupar?

breno3Mais um inteligente texto do amigo e colaborador, agora com participação quinzenal aos sábados, Breno Raigorodsky; 59, filósofo, publicitário, cronista, gourmet, juiz de vinho internacional e sommelier pela FISAR. Para acessar seus textos anteriores, clique em Crônicas do Breno, aqui do lado, na seção – Categorias

Dicas da Semana

           Como estarei fora nesta Sexta, decidi por antecipar as dicas desta semana. A dica principal é dar uma passada para conhecer a Vinea Store em uma de suas agradáveis noites enograstronômicas, mas não só pois, como sempre, ainda há dicas de boas compras, almoço executivo no La Marie e outros eventos para seu deleite. Confira!

Vinea Store, parceira e anfitriã de nosso próximo Desafio de Vinhos com vinhos de Bordeaux até R$100,00, tem uma agenda especial de atividades em seu Jardim Gourmet e não é só para a semana não, é para o mês. Escolha deu dia, seu vinho e bon apetit.

Enogastronomia na Vinea 

Cia do Whisky, da amiga Mariluz, nos envia algumas dicas de compra e informa que estará degustando alguns vinhos na loja. Veja o que rola:Cia do Whisky foto interna

  • VINHO CHATEAU BEL AIR PETIT CHEVAL 750ML – Ótimo vinho deste charmoso “petit château”de Bordeaux, com excepcional relação qualidade x preço. Vinho maduro e cheio de fruta. R$ 42,20 (degustaçao na loja de Moema na 6f e sábado)
  • VINHO CATENA DV CABERNET-CABERNET 750ML – DV é composta de vinhos premium elaborados com uvas de dois vinhedos diferentes, ambos de terroir excepcional e localizados em altitudes distintas. Este Cabernet-Cabernet é muito rico e exuberante, com bastante complexidade e elegância, entre o melhor que a Argentina pode produzir. Maturado 24 meses em barricas de carvalho francês. Acompanha :carnes com molho encorpado, cordeiro, carne de caça, alta gastronomia. R$ 77,70
  • VINHO ALTOS LAS HORMIGAS MALBEC 750ML – Um incrível e consagrado Malbec, com muita fruta, potência e personalidade. Um enorme sucesso, sem dúvida é uma das melhores relações qualidade/preço do Novo Mundo. Somente uma parte do mosto fica em barrica de carvalho por 9 meses. O vinho não é filtrado antes de ser engarrafado. Sugestão de Guarda: até 5 anos. Combinações: Queijos, massas, aves e carnes grelhadas.  R$ 33,15 (degustação na loja Moema na 6f e sabado).

 

La MarieRestaurante La Marie, para quem estiver em São Paulo neste feriado um lembrete sobre aquele festival de suflês que citei a semana passada, é de dar água na boca. Eu já reservei uma mesinha para dois na semana que vem, não dá para resistir e esta boa dica segue até dia 26 de Julho. Uma outra boa dica é o almoço executivo deles com couvert, entrada, prato principal e sobremesa por apenas R$25,90. Nos vemos por lá? Só lembrando, o restaurante fica em Pinheiros na Rua Francisco Leitão, 16 em São Paulo – Tel.        (11) 3086-2800       . Quer conhecer antes, então dê uma olhada no site www.lamarierestaurante.com.br/site/index.asp.

 

Península e Confraria do Queijo e Vinho promovem a noite da Paella acompanhada de divinos vinho da Espanha de importação exclusiva do amigo Juan. Será na próxima terça-feira (14/07), a primeira experiência gastronômica da Confraria e de cara em grande estilo. A tradicionalíssima Paella Valenciana reinará plena e absoluta, acompanhada é claro de uma seleção de vinhos espanhóis tudo sobre a coordenação e execução de Juan Rodriguez sócio proprietário da Importadora Península, reconhecidamente uma das maiores autoridades em vinhos espanhóis em Terras Brasilis. Não dá para perder!

                Nessa noite a loja fará um desconto especial nos vinhos degustados para os participantes que não resistirem à tentação de Bacos. Eis os vinhos que o Juan selecionou:

  • Alaia 2006
  • Protos Rosado 2005
  • Protos tinto 2005
  • Códice 2006
  • Rívola 2003

Valor R$ 60,00 por pessoa. Ligue para a Confraria e garanta o seu lugar pois não são muitos. Confraria do Queijo & Vinho, Av. Dr. Arnaldo, 1.318. São Paulo – SP – Tel.        (11) 3873-3179       .

 

Assemblage Vinhos aqui da Granja Viana disponibiliza a linha de vinhos da Casa Silva com preços especiais. Veja abaixo, dê uma passada ou ligue e aproveite esta promoção e outros bons rótulos disponíveis na loja.

Assemblage e Casa Silva

 

Vila Francioni, renomada vinícola produzindo vinhos de altitude em Santa Catarina promove vendas diretas conforme mensagem recebida da Maria Amélia.

  • Villa Francioni Joaquim 2006 | Cabernet Sauvignon /Merlot –  Um novo terroir, vinhos com personalidade. Joaquim tem aromas de fruta, amoras, ameixas, algo de especiarias. Os dez meses de estágio em barrica francesa completam com toque tostado este assemblage, perfeito para a estação. De R$ 58,00 por R$ 48,00.                                                                                                     
  • Villa Francioni Francesco 2005 | São Joaquim – Exclusivo, elegante. A maestria da Cabernet Sauvignon, aliada a delicada Cabernet Franc, com toques de especiarias da Syrah, fruta da Malbec, vivacidade da Merlot em altitude. Descanso de 11 meses em barrica novas, para garantir este bouquet idealizado para apreciadores e apaixonados por grandes vinhos e alta gastronomia. De R$ 78,00 por R$ 65,00.

Tele-vendas |        (48) 3431 6243        ou 3431 6024 ou e-mail para iona@villafrancioni.com.br  |  carmem@villafrancioni.com.br

 

Lusitana de Vinhos & Azeites convida quem por aqui ficou em São Paulo neste feriado. A reunião acontecerá na Ekoa Café, loja na Vila Madalena que imprime um conceito diferenciado de responsabilidade ambiental e social. Seus idealizadores, os irmãos Marisa e Henrique Bussacos, convidaram a Lusitana de Vinhos para realizar um bate-papo sobre vinhos com degustação, para despertar ainda mais os sentidos dos frequentadores da casa! É claro que os vinhos selecionados para esta noite, possuem um apelo ecológico! E é claro que a Lusitana faz questão de convidar todos os seus amigos e clientes a se juntar a nós nesse encontro!! 

Lusitana e Ekoa cafe

Desafio Bordeauxs Até R$100,00

Existem bons vinhos de Bordeaux abaixo de R$100? Sim existem e já são inúmeros os rótulos de vinhos originados Mapa bordeaux 2desta região disponíveis nos importadores e lojas. Há pouco tempo atrás estive num evento em que diversos desses rótulos foram degustados e daí a idéia de fazer este Desafio. Afora os vinhos provados e comentados no Garimpando Bordeaux, conheço diversos bons rótulos no mercado que mereceriam estar presentes neste Desafio de Bordeauxs até R$100, prova de que mesmo nessa região reconhecidamente cara, existe sim vida fora do universo dos grandes vinhos e não é pouca. Sejam da margem esquerda, direita ou entre entre-deux-mers este Desafio, junto com eventos como o de “Bordeaux ao seu Alcance”, promovido pelo CIVB (Conselho Interprofissional dos Vinhos de Bordeaux), visam divulgar essa mensagem e ao mesmo tempo compartilhar com os amigos algumas dessas descobertas.

             Estes Desafios de Vinhos que promovo, como já sabem aqueles que regularmente acessam o blog (valeu gente!), é itinerante e pretende não só falar dos vinhos, mas também falar dos novos lugares que conhecemos e compartilhá-los com o leitor. Desta feita vamos estar num lugar super especial e sobre o qual falo muito, mas ainda não tinha mostrado. É um local super aconchegante, charmoso, simpático e único na cidade em função de suas características, é a Vinea Store. Loja e importadora de vinhos com um incrível Jardim Gourmet, é um lugar idílico com vinhos para todos os gostos e, importante, bolsos também.

Clipboard Vinea 1

           Enviei um e-mail para os meus principais parceiros e alguns já apontaram seus representantes aos títulos de; Melhor Vinho, Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra. Outros ainda estão por se definir ou enviaram, mas ainda não chegaram o que talvez venha a resultar em algum “forfait”. De qualquer forma, eis alguns dos Desafiantes já confirmados com a Vinea podendo escalar dois por ser a anfitriã do evento:

  • Vinea Store – Chateau Desclau Cuvèe Marguerite 2002

                         –  Chateau la Raze Beauvallet 2005 – Médoc

  • Decanter – Chateau Noaillac 2005 – Médoc
  • D’Olivino – Château La Guérinnière 2005 – Saint Emilion
  • Zahil – Chateau Puycarpin 2006 – Côtes de Castillon
  • La Cave Jado – Cuvée Hommage 2003 – Côtes de Bourg
  • Expand – Chateau Le Monastere 2005 – Côtes de Bourg
  • Interfood –   Calvet Reserve Rouge Bordeaux 2005

Casa Flora, Ana Import, Vinci e Mistral ainda estão por definir, mas pelo menos um deles está confirmado só que tenho que soltar o post, então depois faço a revisão. Desta feita não sei se incluirei um vinho surpresa totalmente às escuras, ainda estou por definir, mas é algo que gosto de fazer já que dá um têmpero interessante à degustação. Depois detalho os vinhos, mas por enquanto fica a dúvida, quem será que faturará mais este embate? É as cegas, então tudo pode acontecer.

Aurora Blanc de Noir 004Como sempre, começaremos o Desafio preparando o palato para o que está por vir e para isso, poucos caldos são tão próprios quanto uma boa taça de espumante. Nesses dias, busco trazer rótulos menos conhecidos ou recém lançados para que a banca de degustadores possa conhecer esse novo produto que depois será compartilhado com os amigos leitores. Desta feita, provaremos o único Blanc de Noir brasileiro, de que tenho conhecimento, o Aurora Brut elaborado pelo método charmat com 100% de Pinot Noir. Eu já provei, mas não vou adiantar nada não!

Salute e kanimambo.

Santa Helena, o Braço de um Gigante

Santa Helena0002Com vida própria, mas esta vinícola chilena, mais conhecida entre nós por seus preços competitivos e vinhos básicos, é coligada ao segundo maior grupo chileno de vinhos, a Viña San Pedro que possui, entre marcas próprias e coligadas, um vasto portfolio entre eles; Cabo de Hornos, Gato Negro, Castillo de Molina, 1865, 35 Sur, Vina Tabali e Altair entre outros.  A Santa Helena fundada em 1942, possui cerca de 500 hectares de vinhedos plantados no Valle de Colchagua a cerca de 150kms ao sul de Santiago e já consta entre os 10 maiores exportadores chilenos, sendo o Brasil seu principal destino onde coloca 22% de suas vendas. Recentemente passou por uma reformulação de imagem de suas diversas linhas. O nome Helena,  tem origem na expressão grega “ Helane” que significa “radiante como o sol” e esta nova cara vem mostrar os primeiros resultados do enólogo Matias Rivera à frente da bodega.

              Estive no lançamento das linhas Varietal, com preços sugeridos entre R$20 a 25,00 e do Reserva, com preço ao consumidor por volta de R$30 a 35,00 tendo aproveitado para degustar também, alguns topo de gama como Vernus Blend, Notas de Guarda Carmenére, DON e o Late Harvest 06. Começando pelo inicio, na base da pirâmide, os vinhos Varietais tintos são básicos, honestos, com nariz muito típico deixando claras suas origens não havendo, no entanto, nenhum destaque em especial. Já o Chardonnay Varietal, sem passagem por madeira, é um achado por apenas R$20,00. Santa Helena 003Aromas ricos em fruta convidando a taça à boca onde se mostra muito fresco e comprova os aromas no palato de forma muito agradável e fácil de tomar. Ao perder temperatura mostrou um leve amargor que não chega a incomodar. O Late Harvest 2006, corte de 85% de Riesling com 15% de Gewurztraminer com um preço ao redor de R$39,00, foi outro grande achado da noite, pois estava delicioso e cresceu muito com um tempo em taça. Nariz intenso, frutado e algo floral, muito balanceado na boca sem excessos de açúcar e uma acidez no ponto, muito saboroso e o preço idem.

               A Santa Helena, no entanto, não é só vinhos básicos. Possui uma boa gama média de vinhos (como o Selección del Directório) e  rótulos de vinhos topo de gama que, confesso,  não conhecia. Gostei do Vernus 2006, um blend de Cabermet com Syrah e Petit Verdot muito agradável , de boa estrutura e taninos finos com um preço justo, por volta dos R$52,00; o Notas de Guarda Carmenére um vinho mais encorpado e complexo, de boa persistência com preço ao redor de R$126,00 e para finalizar o grande vinho da noite, DON 2005, um baita vinho de guarda com muita personalidade, complexo tanto no nariz Santa Helena Pinot - Directoriocomo na boca mostrando muita fruta madura, taninos firmes e aveludados com ótimo volume de boca e muito longo tendo harmonizado muito bem com o pernil de cordeiro assado servido no ótimo Parigi. Um belo vinho que só não me animou mais devido ao preço, R$239,00 que achei um pouco puxado.

                Uma linha que não foi apresentada nessa noite, mas que acho muito boa e também está de cara nova, é a Selección del Directório, em especial o Pinot Noir que volta e meia anda pela minha mesa e na minha taça. Já faz um tempinho que não o tomo, mas o preço andava por volta dos R$45,00 aqui em São Paulo.  A importação e distribuição dos vinhos da Santa Helena no Brasil está a cargo da Interfood, o anfitrião deste jantar muito agradável, como são todos os organizados pela Fernanda Fonseca. Valeu Bruno.

A Importância das Cepas

            Qual a importância de se conhecer as cepas nos vinhos que tomamos? Relativa na minha opinião, até que  no outro dia assisti à seguinte conversa entre amigos por volta de seus 35 a 40 anos, que apelidarei de Zé, Marcos e Fábio, no supermercado em que tradicionalmente faço minhas compras:

  • – Cara não sei que vinho comprar, é tanta uva!
  • Marcos – Qualquer coisa meu, é tudo vinho mesmo.
  • – Ô, não é assim não, depende da uva e do país as coisas mudam.
  • Fábio – É isso mesmo.
  • – Estou na duvida; um português, merlot, cabernet, o que levamos?
  • Fábio – Vai no português não, os vinhos de lá são muito ruins e esse merlot é uma uva muito pesada, pega um cabernet que é mais suave.
  • – Sei não, mas vai lá, acho que levarei este cabernet argentino. Se der errado é culpa sua seu fio …..
  • Fábio – Garanto meu, mas da Argentina não dá, de lá só malbec. Pega do chileno que esse não tem erro não, lá só tem vinho bom e esse Privado é da hora.
  • Marcos – Pessoal, não tou nem aí, o que pegarem pra mim tá bom, mas vamos logo que eu ainda quero pegar minhas cerva!

         Não preciso dizer o quão difícil foi me segurar para não ter um quarto personagem entrando nessa conversa, certo?! Afora a falta de conhecimento, até aí tudo bem e perfeitamente aceitável, ficaram evidentes o fato do neófito ditar regras (na minha terra isso tem um nome que não dá para mencionar aqui) com uma autoridade tremenda e o excelente marketing chileno. Enfim, escutar esse bate-papo assim como na Expovinis em que um cara, ao lhe ser oferecido um Cabernet Sauvignon, perguntou se não tinha só cabernet já que ele não gostava de blends (é vero), despertou em mim a necessidade de falar um pouco mais sobre as cepas disponíveis no mercado, sua tipicidade e o que se esperar de vinhos de cada uma delas. Já fiz uma matéria sobre a Syrah há um tempo atrás, mas não dei seqüência. Agora, fazendo este trabalho, aproveito e também melhoro o meu conhecimento sobre esse vasto tema, até porque existem mais de 3.000 espécies de uvas viníferas, das quais um pouco mais de 150 são usadas comercialmente.

JFC - Grape Clipboard

             Afinal, qual a importância das cepas no vinho? Nos assemblages, até alguns anos atrás nenhuma! O que importava era o produtor, região e o rótulo, a composição não era importante e, até hoje, é secundário na maioria dos países do velho mundo, especialmente quando nos referimos a vinhos de corte. A necessidade de saber que cepas compõem o vinho tem a ver com a objetividade e pragmatismo dos mercados do novo mundo, em especial dos americanos que pediam essa informação, e os produtores acataram essa demanda do mercado. Com a introdução dos varietais, trazidas com o advento do crescimento da produção do novo mundo na produção mundial, a menção no rótulo se tornou obrigatória. Elaborar varietais de uvas tradicionais (merlot/syrah/cabernet, etc.) é, teoricamente e dependendo da qualidade do vinhedo,  mais fácil do que elaborar blends então, nada mais lógico que o Novo Mundo trouxesse à baila este estilo de vinho como um processo de autoconhecimento, tendo influenciado o consumo mundial no processo. 

          Cada cepa tem uma característica e uma tipicidade, ao saber com que uva o vinho foi elaborado o consumidor tem a sensação de saber o que está comprando, o que não deixa de ter uma certa lógica apesar dos furos nessa afirmação, criando uma expectativa que se espera seja confirmada na boca. Na verdade uma mão na roda para o consumidor que faz uma compra com menor risco. Pois bem, pensando nisso e não tendo tempo hábil para fazer todo o trabalho de pesquisa, convidei a amiga Mariana Morgado que já tinha feito um trabalho similar e, juntos, vos estaremos apresentando uma nova cepa quinzenalmente, alternando os Sábados com as gostosas crônicas do amigo Breno (por sinal a última estava divina). Ao falarmos sobre as características e histórico de cada cepa, também listaremos alguns bons vinhos elaborados com ela, dentro das mais diversas faixas de preço e origens, vinhos que, preferencialmente, já tenham andado por minha taça. A Mariana, para quem não conhece, é uma menina muito capaz e simpática que durante um tempo adornou as hostes da Wine Premium e Expand com sua graça, conhecimento das coisas de nossa vinosfera e eficiência. Roqueira, sonhadora, cheia de energia, parte agora para uma carreira solo com um monte de projetos interessantes que, conforme forem se concretizando, vocês ficarão sabendo aqui no blog. Fiquei super feliz que ela tenha aceitado meu convite e honrado por assinar este artigo junto com ela. Dia 18 já sabem, vai ao ar nosso primeiro post Falando de “ Uvas & Vinhos”.

           Por enquanto fica minha dica, evitem generalizar, pois cada vinho é um vinho, cada produtor tem o seu estilo, e cada terroir suas próprias características que influenciam sobre-maneira qualquer cepa. Existem bons vinhos de todas as cepas em todos os lugares e ninguém produz só vinho bom ou vinho ruim. Podemos ter preferências, mas se até o Cristiano (Orlandi do Vivendo Vinhos) descobriu que existem Merlots de que ele gosta (rs,rs), aos quais deu mais de 90 pontos, então abaixe a guarda, livre-se de preconceitos, mantenha a mente aberta e prove, prove muito, pois existe esperança!

Salute e kanimambo

Dicas da Semana

Mais um pouquinho de cada coisa. Curso de vinhos na Granja Viana, boas dicas de compra, degustação no Villa e na Vino em Sampa e finalizo com uma tremenda dica de um festival de Suflês. Aproveitem. 

 A Assemblage Vinhos, aqui na Granja Viana, abre novas turmas para cursos de vinhos. Mais uma oportunidade para os iniciantes enófilos da região mergulharem nos segredos e inebriantes sabores mundo de Baco.

Cuso Assemblage 

 

Interfoods, a divisão Classics faz uma queima de estoque neste mês de Julgo, que vale a pena. Tem um pouco de tudo, garimpe no site, mas destaco estes rótulos como ótimos negócios:

  • Vila Romanu Tinto 2007 de R$36,50 por R$23,50
  • Quinta de Touriga Chã 2004 de R$137,00 está por R$79,00
  • Chianti Clássico Rocca di Montegrossi 2004 de R$82,50 por R$54,00
  • Marqués de Riscal Gran Reserva 1997 de R$337,50 por R$217,00
  • Terras do Monforte Escolha 2006, de R$90,00 por R$58,00
  • Vieux Chateau Lês Jouans 2005 – Saint Emilion – de R$123,00 por R$85,00
  • Herdade da Sobreira 2004, de R$102,00 por R$69,00
  • Domaine La Citadelle Rhone Lê Chataignier 2006 de R$68,00 por R$49,00
  • La Segreta Rosso 2007 de R$61,00 por R$46,00.

A promoção vai até 31 de Julho ou final de estoque, então tem que aproveitar logo.

 

Valduga no Emporio da Villa,  dos amigos Armando e Denise, está promovendo mais uma de suas saborosas degustações, desta vez com a presença dos vinhos da casa Valduga. Pretendo estar lá nesse dia, quem sabe vejo você lá?

Valduga no Villa

Como sempre, o custo é de R$50,00 pela participação, mas que fica de crédito para consumo em qualquer produto da casa, inclusive na compra dos bons vinhos sendo degustados. Para reservar contate o Armando /  Denise ou Aline pelo telefone 3467-4068/4069 das 11 s 16:00 oi no 3467-4070 após as 18 horas. Se preferir, mande um e-mail para armando@emporiodavilla.com.br ou villa@emporiodavilla.com.br. O Villa fica na rua Dr. Fonseca Brasil 108, uma travessa da Giovanni Gronchi a duas quadras do Shopping Jardim Sul, no Morumbi/Pananby.

 

Enoteca Fasano, difícil, mas garimpando até eles têm alguns bons rótulos com preços camaradas. Já comprei alguns vinhos lá, mas o problema é que a maioria dos rótulos deles são de vinhos bem caros. Desta feita eles estão com uma promoção de vinhos chilenos e argentinos por R$36,00.

  • A linha chilena é o Isla Negra, dos quais somente tomei um uma vez e não deixou qualquer lembrança então não posso falar muita coisa. Vi que tem uns bi-varietais interessantes, mas estes são para comprar, eventualmente, uma ou outra para provar.
  • Joffré e Hijas, linha Pasión 4, nestes argentinos é para mergulhar de cabeça.  Conheci o proprietário Sr. Joffré que toca o empreendimento de forma apaixonada com suas filhas e me encantei com todos seus vinhos em especial o Bonarda Pasión 4. Tem mais, no entanto, tem o premiado Malbec, o Cabernet Sauvignon e, a esta altura do campeonato até provaria o Merlot, que esse não conheço. Já tinham um bom preço (R$40) e ficou ainda melhor. Esse Bonarda não dá para perder!

Ligue para o Filipe Massa (11-3077.5019/9907.2747), que não é aquele, mas também manda legal, e compre de caixa ou faça um mix, vale muito a pena. A loja está em promoção com descontos que vão até 20%, dependendo da faixa de preços, então merece uma garimpada. Se for lá, dê uma olhada na linha do francês Clos Canos – Corbiére/Languedoc , bons vinhos. www.enotecafasano.com.br .

 

A Vino, loja e cantina de Curitiba que abriu uma filial aqui em Sampa, está festejando dois anos de vida e nós ganhamos presentes. Todos os Sábados, uma degustação gratuita e rótulos com 10% de desconto. Para começar, logo de cara nosso amigo Juan estará lá com seus incríveis vinhos espanhóis. Uma boa pedida, veja abaixo.

 Promoção Vino

 

Suflês para Todos os Gostos no Festival de Suflês do La Marie. Suflê, adoro suflê e este release que a Simone me enviou deixou-me com água na boca. Ainda por cima que tenho amigos que rasgam elogios ao Edson, então vou ter que dar um jeitinho de passar por lá. Mas vamos ao que a Simone tem a nos dizer.

           Desde a abertura do restaurante La Marie, o chef-proprietário Edson Di Fonzo tem como um dos itens de destaque em seu menu a seção dedicada aos suflês. Alguns de seus clientes vão a casa especialmente para degustá-los e é de dar água na boca o aroma dos suflês recém-saídos do forno passando entre as mesas. “Servir um suflê é oferecer o melhor momento da arte da cozinha. É gratificante ver nos olhos dos clientes o prazer em saboreá-lo”. – Declara com empolgação o chef Di Fonzo.souflé doce

         Com o inverno e seus dias frios, a procura pelos suflês aumenta e baseado nesta demanda, Di Fonzo realizará no período de 6 a 26 de julho, no almoço e jantar, o Festival de Suflês do La Marie com quinze variedades da iguaria, entre doces e salgados. O carro-chefe do Festival será o delicioso e lindíssimo suflê de lagosta, que é montado em cima de uma lagosta inteira aberta ao meio (R$80,00). De paladar impecável também é o de pinhão, lançamento especial para o evento (R$30,00). As opções salgadas são servidas em tamanho grande e os doces são médios.

         Prevendo a indecisão de alguns clientes na hora de escolher apenas um suflê, o Edson disponibilizará um menu degustação deles, onde se poderá escolher 3 sabores distintos, exceto o de lagosta, ao preço de R$50,00. Cada um é oferecido na versão petit e são servidos um de cada vez, pois o prato deve ser consumido logo após ser assado para não murchar.

Confira abaixo todos os itens do Festival de Suflês do La Marie:

  • Premium – Lagosta – R$80,00
  • Do Mar – Bacalhau, Camarão, Haddock, Salmão – R$ 40,00
  • Especiais – Espinafre, Brie, Três Cogumelos, Limão Siciliano, Pinhão, Legumes – R$ 30,00
  • Degustação (três a escolher na forma petit) )R$ 50,00
  • Soufles Doces – Chocolate, Grand Marnier, Romeu & Julieta, Banana – R$ 17,00 o tamanho médio.

Bem, eu não sei vocês, mas eu já fiz a minha escolha pelo menu degustação com Brie, Camarão e Bacalhau. Depois, até porque não sou de ferro, um de chocolate. Bon apetit!

Saldão na Assemblage Vinhos. Esta é para finalizar as dicas de hoje, mais uma dos amigos Bete e Marcel. Uma lista de rótulos em promoção e na loja tem mais, mas é só nesta Sexta e Sábado. Quem tiver por aqui, Granja Viana e região, (do Butantã a São Roque) ou quiser vir almoçar no Sábado em um dos bons restaurantes do pedaço (Recomendo o Pátio Viana do Ney), não perca a oportunidade de garimpo. Certamente será um dia muito agradável fora da zorra que é São Paulo.

Assemblage - Saldão julho

Salute e kanimambo

Vinhos da Semana

             È, fazia tempo que não publicava nenhum post destes “vinhos da semana” que vou tomando e compartilhando com os amigos. A periodicidade não é bem essa, mas isso é o que menos importa, o que vale mesmo são os vinhos e esta foi uma semana das boas, entre outras coisas porque matei saudades do gostoso Quinta de Camarate, mas tem mais!

Camarate + 003 

 

Ochotierras Gran Reserva Carmenére 2005, a última de minhas garrafas (snif,snif) deste vinho realmente estupendo sendo um dos varietais desta cepa que mais me encantaram até hoje. Está com uma paleta olfativa cativante de ótima intensidade, na boca é de grande elegância, muito harmônico com ótima acidez o que lhe dá uma vivacidade muito interessante, taninos finos e aveludados, rico, boa estrutura um leve apimentado final de boca com boa persistência. É importado pela Brasart e da última vez que vi estava disponível na Kylix e BR Bebidas com preço ao redor de R$90,00. Para tomar hoje e aproveitar por mais um bom par de anos.   I.S.P. 

 

Orzada Malbec 2005, ganho do amigo Cláudio do Le Vin au Blog em sua promoção de sugestão de perguntas para sua enquete semanal, é um Malbec chileno e, conseqüentemente, diferente dos argentinos que estamos habituados a tomar. É um vinho muito agradável ao olfato com presença de frutos negros, na boca é untuoso, macio e elegante sem a concentração exagerada que vemos muitas vezes nos vinhos argentinos, equilibrado, saboroso, taninos finos e sedosos, final de boa persistência uma pena que o preço seja tão caro. Na World Wine por R$86,00, em São Paulo, acho além da conta. Este produtor também produz um estupendo varietal de Carignan. I.S.P.  

 

Elos Malbec/Cabernet Sauvignon 2006, da linha dos topo de gama da Lídio Carraro é um vinho muito bom que me agradou bastante. Nariz agradável de frutas do bosque maduras, algo vegetal, aparecendo um caramelo em segundo plano e após um tempo em taça. Na boca mostra-se bem equilibrado com taninos maduros e macios, untuoso, médio corpo, bom volume de boca, saboroso e de boa persistência. Pelo preço aqui em São Paulo, variando entre R$55 a 65,00 acho um pouco puxado. Pelos R$40 que vi em lojas do Sul (na Costi Bebidas em Porto Alegre vi em oferta por R$36 e a este preço compraria de caixa) é uma das boas opções do mercado nos dias de hoje. I.S.P.

 

MUMM Cuvée Reserva Brut, espumante produzido por esta Casa de Champagne na Argentina. Pouca espuma, cor palha, perlage de tamanho médio com razoável persistência. Aromas de boa intensidade com forte presença de leveduras e brioche num estilo aromático mais tradicional. A sensação no palato segue o nariz, bem balanceado e frescor adequado sem ser vibrante com um leve amargor final. Para quem gosta do estilo, é interessante, mas não chega a empolgar. Pelo preço, em torno de R$26,00, vale, mas acho que temos melhores opções nacionais nessa faixa. I.S.P.

 

Quinta de Camarate 2005, um dos meus vinhos portugueses preferidos e que há muito não tomava, daqueles que a gente compra e não só bica em degustações ficando somente no desejo. Da Terras do Sado (CVR Setúbal) é produzido Diversos 117pela José Maria da Fonseca, uma das mais antigas vinícolas portuguesas, a primeira a engarrafar vinhos no país lá pelos idos de 1850. Conheci este vinho no Brasil por volta de 2005 quando o Pão de Açúcar o importava tendo, inclusive, comprado diversas caixas junto com amigos. Depois, voltei a tomá-lo num delicioso jantar com um amigo que há muito não via, lá Quinta do Anjo em Palmela “esquina” com o Azeitão, no gostoso restaurante Alcanena. Pelo que me lembro do vinho, melhorou mais ainda, ou será o fator saudade e uma certa nostalgia influindo? De qualquer maneira, vinho tem que mexer com as nossas emoções e este mexeu, e muito, com as minhas. Corte de Touriga Nacional (sempre ela) com Aragonez e Castelão, está com quatro anos de vida, e no ponto para ser bebido. Nariz muito frutado “red berries”, floral com nuances tostadas, muito rico em sabores em que a fruta se mostra muito presente, bom volume de boca, corpo médio, taninos macios, ótima acidez, mineral, redondo e harmônico com um final levemente especiado e longo. Um vinho para tomar levemente refrescado, por volta de uns 16º e muito, muito agradável de tomar. Está na faixa do 7,50 para 9 euros e foi uma das boas compras que fiz na ultima vez que estive em Portugal. Dizem que o branco também é muito bom, mas ainda não tive oportunidade de o provar, está na lista. Não entendo como nenhum de nossos importadores traz este vinho!! I.S.P. 

Salute e kanimambo.

Desafio Merlots do Mundo – Resultado

            Bem, eis finalmente os resultados desta gostosa prova com desafiantes de todos os lados de nossa vinosfera, um total de 10 países presentes ao Desafio. Prepare-se, são doze vinhos então este post tem chão! Como sempre, ressalto o fato de que o conceito destes Desafios de vinhos é tentar mostrar uma visão do produto por parte do consumidor através de um perfil bastante heterogêneo dos participantes da banca degustadora não sendo, consequentemente, uma visão de criticos profissionais do setor. Ou seja, aqui, afora aspectos técnicos, considera-se a emoção que o vinho despertou ao ser tomado. Não é para isso que você toma vinho? 

          Exceção feita ao Casillero Del Diablo Merlot 2007, todos os outros vinhos foram decantados, tendo depois voltado para a garrafa e adega, de forma a não perder a temperatura de serviço. Antes de iniciar, quero agradecer aqueles que contribuiram para que este Desafio pudesse ser realizado; A Trattoria do Pietro no Shopping Open Center no Morumbi, os importadores, Expand / Interfood / Decanter / Mistral / Wine Society / Casa Flora / Portuscale / Vinhos do Mundo e VCT Brasil assim como a Miolo e Valduga.

             Eis o resultado conforme ordem de serviço, lembrando que a degustação foi feita totalmente às cegas. Por serem 12 membros na banca, optei por eliminar as menores e maiores notas dadas a cada um dos vinhos. Ao final, listo os jurados e a escolha de cada um como melhor vinho da noite e, afora este resultado, apuramos também, o Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra através do voto de todos. Não tive muito tempo para pesquisar pontuações internacionais de cada vinho, para mero efeito comparativo, porém como tenho acesso à Wine Spectator, pesquei o que deu lá. Quem tiver outras fontes de pontuação e queira colaborar, basta enviar-me a informação como comentário. Os comentários são um mix do que os degustadores marcaram em suas fichas padrão ABS. Vamos lá.

Label La ButteChateau La Butte Viellies Vignes 2005, o desafiante Francês de Bordeaux, berço da Merlot, originado de vinhedos com mais de 50 anos. Preço USD43,50 estando disponível na Mistral. Aromas delicados de frutas madura, algo resinoso com nuances herbáceas, na boca mostra-se saboroso, com taninos sedosos, boa acidez algo ligeiro e não muito longo. Um vinho com uma personalidade “amistosa” , fino e elegante, corpo médio, bastante agradável e fácil de tomar. Nota média obtida 82,15.

 

Label Fabre Montmayou Gran Reserva MerlotFabre-Montmayou Patagônia (Infinitus) Gran Reserva 05, a Argentina não é berço de grandes Merlot, mas este eu conhecia e fiz questão de o colocar na roda como digno representante de nuestros irmanos! Com 89 pontos na Wine Spectator, é um vinho de que gosto bastante e tem um preço de R$98,00 estando disponível na Expand. Balsâmico, especiarias, com nuances químicas no nariz. Na boca é bastante complexo, de bom corpo, boca cheia, equilibrado e muito saboroso com final de boa persistência em que aparece baunilha e algo de chocolate. Nota média obtida 86,25 pontos.

 

label - Miolo TerroirMerlot Terroir 2005, o primeiro de nossos representantes tupiniquins com um preço ao redor de R$65,00 tendo sido pontuado na degustação da Freetime, com 88,7 pontos. Frutas negras, madeira algo de tabaco no nariz. Na boca apresenta-se frutado, equilibrado mostrando boa acidez e taninos aveludados, bom volume de boca, saboroso com um final de boca longo deixando um leve amargor residual que não chega a incomodar. Obteve a média de 85,35 pontos.

 

Label Planeta MerlotPlaneta Sicília Merlot 2005, o desafiante italiano, que conheci numa degustação promovida pela Interfood, o importador deste produtor. Preço R$143,00 possuindo uma pontuação de 85 pontos na Wine Spectator. Eu dei mais, a média deu menos, uma degustação ás cegas é isso mesmo e tem que ser respeitada. Aromas de frutos negros, algo de especiarias, talvez cravo, na boca é um vinho encorpado de perfil moderno, robusto com o álcool um pouco predominante. Final longo e complexo, talvez presicasse de um pouco mais do que a uma hora que teve de decantação e, certamente, cresceria muito com comida. Nota média obtida 84,20.

 

Label Marques de Casa ConchaMarqués de Casa Concha 2006, desafiante chileno (produzido pela Concha y Toro) e mais um que fiz questão que estivesse presente até porque é reconhecidamente conceituado como um dos melhores Merlots chilenos, neste caso com 90 pontos da Wine Spectator e um preço na Expand, sua importadora, de R$78,00. Bastante químico no nariz, fruta madura e nuances de café que se intensificam com o tempo em taça. Equilibrado, firme e harmônico com taninos finos, corpo médio, cremoso com taninos aveludados e muito saboroso com bom volume de boca e bastante longo. Confirmou o que se esperava dele tendo obtido uma nota média de 88,35 pontos.

 

Merlot Storia labelStoria 2005, mais um Desafiante tupiniquim produzido pela Casa Valduga e merecidamente reconhecido hoje como um dos melhores vinhos nacionais tendo obtido 88,7 pontos na degustação de Merlots brasileiros da Freetime. Saiu para o mercado a R$85,00, mas as poucas  garrafas que se acham no mercado estão entre R$110 a 120,00. Complexo nos aromas, fruta madura, capuccino, algo floral entrada de boca marcante, denso, fruta compotada, taninos doces em total equilíbrio com a boa acidez deixando-o redondo, rico, aliando potência e elegância num final de muito boa persistência. Alguns dos adjetivos das fichas; belo, vinhaço, espetacular o preferido de seis dos doze degustadores. Efetivamente um grande vinho que se comportou especialmente bem no Desafio desta noite tendo obtido uma nota média de 90,75 pontos.

 

Label Smithbrook MerlotSmithbrook 2005 foi o Desafiante australiano e o único com uma maior participação de outras cepas que não Merlot. A regra é no mínimo 85% e este apresentou 86%, com o restante sendo composto de 12% Cabernet Sauvignon e 2% Petiti Verdot. Já tinha provado, e gostado, deste vinho em uma outra ocasião e apesar de esta não ser uma uva relevante na produção australiana, assim como na Argentina, este mostrou-se um digno representante. É trazido pela Wine Society e é comercializado por cerca de R$75,00. No nariz mostrou-se algo químico, especiado com nuances de menta. Na boca é bastante rico, bom volume de boca, complexo com alguns toques herbáceos, taninos aveludados, corpo médio, de final elegante e bem equilibrado que evolui na taça para aromas achocolatados. Obteve a média de 86,80 pontos.

 

Label Fleur du Cap UnfilteredFleur du Cap Unfiltered Merlot 2005, importação da Casa Flora com preço sugerido ao consumidor, em torno de R$83,00 e foi o Desafiante que representou a África do Sul nesta agradável noite. Aromas de boa tipicidade e intensidade. Taninos doces ainda com forte presença, equilibrado, algo fechado mostrando todo o seu potencial de guarda. Mais um país onde a Merlot não é das uvas de maior destaque, mas este mostra muitas qualidades, boa persistência e potencial de desenvolvimento. Nota média obtida 86,70.

 

Label Casillero MerlotCasillero Del Diablo Reserva 2007, o vinho surpresa da noite, colocado na lista sem o conhecimento de nenhum dos convidados. O Pizatto Reserva 2005, o outro surpresa que pretendia colocar, lamentavelmente foi um “no show”, então este ficou sozinho disputando contra rótulos de valor agregado bem mais alto. O vinho é importado e distribuído pela VCT Brasil (Concha y Toro) e custa em média R$30,00. Aromas, mais uma vez, mostrando fruta madura, nuances herbáceas e algo químico uma constante em boa parte dos vinhos provados. Na boca é macio, rico de sabores, redondo, taninos doces e sedosos, acidez balanceada, um vinho muito saboroso e fácil de se gostar. Talvez não apresente a mesma complexidade de outros vinhos, mas é muito bem feito, confirmando minha primeira impressão ao degustar toda a linha 2007 da Casillero em meados do ano passado, este varietal é certamente um dos melhores. Na Wine Spectator obteve 85 pontos e neste Desafio obteve uma média de 86,05 pontos sendo o preferido de dois dos degustadores.

 

Label Abadal 5Abadal 5, o representantes espanhol trazido pela Decanter é um corte de cinco clones de origens (Califórnia, França e Itália) e parcelas diferentes dentro do vinhedo. Seu preço estão ao redor de R$113 e esperava ansioso por conhecê-lo. É tímido nos aromas algo balsâmicos e químicos com fruta compotada em segundo plano. Na boca mostrou-se algo herbáceo, taninos ainda firmes e adstringentes, carnoso e untuoso, boa estrutura, aparecendo um certo desiquilibrio e amargor final que incomodou a maioria. Como o Innominabile II no Desafio Assemblage, acho que este vinho merece uma segunda chance pois, apesar de a rolha não apresentar problemas aparentes, é certo que não se apresentou bem neste embate. A Wine Spectator deu-lhe 78 pontos e o Guia Penin 89, aqui ele obteve a média de 80 pontos.

 

Label Wente Crane RidgeWente Crane Ridge Merlot 2004, elaborado por um dos mais antigos produtores americanos, este californiano representou a terra de Tio Sam, 79 pontos da Wine Spectator, neste Desafio. Este foi o segundo rótulo que não era 100% merlot, apresentando um corte de 2% , acreditem, de Touriga Nacional. É trazido pela Vinhos do Mundo e custa em torno de R$98,00. Lembrando que o Desafio era às cegas, os principais comentários aos seus gostosos e intensos aromas era de que nos lembrava Vinho do Porto! Será que 2% de Touriga podem fazer toda essa diferença? Untuoso, rico, ótima estrutura com bom volume de boca, taninos sedosos, macios, muito harmônico com um longo e saboroso final de boca lembrando bala toffee. Um vinho que talvez fosse tecnicamente inferior a alguns outros, mas que teve a ousadia de mexer com as emoções das pessoas tendo gerado um burburinho na mesa. Só por isso já levou uns pontos a mais tendo totalizado a média de 89,30.

 

Label Ma PartilhaMá Partilha 2001, produzido pela Quinta da Bacalhôa nas Terras do Sado em Portugal, é o digno representante Luso, mostrando que os vinhos varietais de uvas internacionais também têm vez por lá. Como o La Butte, é um vinho mais elegante e fino, pronto a beber, talvez até já mostrando alguma fadiga pelo tempo já que era o único no painel com 8 anos de vida. Em função disso, somente o decantamos por meia hora, evitando uma maior oxigenação do vinho. Nos aromas é algo tostado, frutas secas e café sem muita intensidade. Na boca é sedoso, macio e harmônico, faltou-lhe um pouco mais de corpo (idade?), saboroso, mostrando uma certa finesse que normalmente a idade nos traz. Odiado por uns e esnobado por outros, a nota final obtida foi de 86,05.

               O resultado final comprovou a fama e mostrou uma performance incrível de nosso representante Brasileiro o Storia da Casa Valduga como o grande campeão da noite, um verdadeiro “Best in Show” especialmente bom neste Desafio mostrando porque o elegi como um dos Melhores Vinhos de 2008 ! Só para que se tenha uma idéia, a nota mais baixa recebida pelo Storia nesta noite, foi de 88,5 pontos. Este eu gostaria de ver em mais degustações ás cegas num embate com os grandes de outros países tanto do velho como no novo mundo. A meu ver, é um vinho que extrapola a origem tendo se transformado num vinho marcante em qualquer lugar do mundo. Opinião de plebeu, mas vero!  Logo a seguir, em segundo lugar, uma das grandes surpresas da noite, o desafiante americano Wente Crane Ridge e em terceiro o sempre seguro Marquès de Casa Concha, o representante chileno nesta disputa. Para finalizar o pódio, em quarto lugar o australiano Smithbrook e em quinto o sul africano Fleur du Cap Unfiltered. Como Melhor Relação Custo x Beneficio o Casillero del Diablo 2007,  escolhido por unanimidade, e a Melhor Compra o Wente Crane Ridge, provavelmente em função de sua capacidade de emocionar.

           Como disse ontem, acho que a banca mostrou uma certa tendência “novo mundista” neste embate de bons e representativos Merlots do Mundo, mas não acredito que isto possa ter influência direta já que os primeiros lugares dificilmente mudariam em qualquer outra circunstância.  Alguns vinhos poderiam ter se dado melhor, mas o resultado e a performance dos ganhadores, nesta noite específica, é incontestável. Pois bem, estes foram os vinhos escolhidos como o melhor da noite por cada um dos membros da banca e sua pontuação:

  • Emilio – Storia – 92 pontos
  • Denise – Wente Crane Ridge – 93pontos
  • Evandro – Casillero – 91 pontos
  • Luis Fernando – Marqués – 89 pontos
  • Cristiano – Storia – 91 pontos
  • Marcel – Wente Crane Ridge – 90 pontos
  • Jaerton – Storia – 94 pontos
  • Fabio – Storia – 90 pontos
  • Francisco – Casillero – 90 pontos
  • Zé Roberto – Wente Crane Ridge– 92 pontos
  • Alexandre – Storia – 93 pontos
  • João Filipe – Storia – 93 pontos (tinha dado 90 na Freetime)

Panorama Desafio Merlots da Trattoria do Pietro

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