O Apressado Come Cru

Monbrison 2001 001Ou neste caso bebe, mas é um ditado que se encaixa muito bem em nossa vinosfera cada vez mais ávida por novidades e cada vez cometendo mais infanticídios. Os produtores, movidos por necessidades financeiras, descarregam no mercado seus produtos, muitos deles ainda “crus” e nós, em vez de os guardarmos pelo tempo necessário para amadurecimento, os “atacamos” repletos de ansiedade.  Bons? Muitas vezes sim e outras não.  Pessoalmente prefiro pecar pela demora , eventualmente tomando um vinho já em decadência, do que tomá-lo de forma afoita tentando fazer mirabolantes especulações de como ele irá se desenvolver no futuro e perder essa exuberância que só se desenvolve com o tempo. Foi assim com o Chryseia 2001 que tomei no inicio de 2008, o Malhadinha 2003 que tomei no final do ano passado e agora com este Chateau Monbrison 2001, entre outros, que tomei neste último domingo em função da pergunta do amigo Cristiano. Senti-me compelido a abrir a adega de guarda e dela sacar o que poderia ser um vinho de grande categoria e ele não negou fogo!

Existe um sem número de vinhos que podem ser tomados com dois, três ou até cinco anos e já se mostram estupendos, mas a grandes vinhos há que dar-lhes tempo para que possam desenvolver seu potencial e lhe inebriar com todos seu arsenal de complexos sabores e aromas. Este Chateau Monbrison pode até não ser um vinho que seja percebido por críticos e mercado como um Monbrison 2001 012grande vinho, pesquisei na rede, mas sua performance na minha taça, nariz e boca foram grandíssimos! Um Cru Bourgeois da região de Margaux, a mais elegante das AOCs da margem esquerda de Bordeaux, mostrou-se exatamente assim, um vinho de grande finesse. Um corte de 50% de Cabernet Sauvignon, 30% merlot, 15% Cabernet Franc e o restante Petit Verdot. A cor ainda era rubi com suaves nuances atijoladas, mostrando sua idade com halo aquoso condizente. O perfil aromático mostrava muita fruta e toques terrosos, complexo e muito atrativo que nos chamava à taça. Na boca era macio, taninos maduros, sedosos e de grande elegância, perfeito equilibrio ainda apresentando boa acidez, muito rico em sabores, boa textura, corpo médio com um final de boca algo especiado exuberante e longo, tendo eu e o vinho nos fundido num só, dá para ver na taça, em perfeita harmonia.  Pode até não ser grande, mas neste dia se comportou como tal dando-me um enorme prazer ao tomá-lo, deixando marcas que tardarão em sumir. 

Lamentavelmente faltou garrafa, porque minha esposa adorou e meu genro idem (snif)! Enfim, agora terei que esperar uma próxima viagem para trazer Monbrison 2001 002mais algumas garrafas desta belezura já que por aqui não encontrei quem venda, mas recomendo tomar o 2001 ainda esta ano, está perfeito, porém não guardá-lo por mais tempo. Esta garrafa comprei no free shop de Paris há uns três ou quatro anos atrás e, se me recordo bem, custou algo próximo a 20 euros. Vi  na La Maison du Vin na Suíça, para os amigos que estejam por essas bandas, os da safra 2001 e 2004, este último para tomar dentro de uns dois anos, onde estão por cerca de 43 francos suíços.

Por falar em Chateaus e Bordeaux, amanhã o primeiro post sobre o gostoso Desafio de Bordeauxs que Cabem no Bolso (até R$100) que realizei semana passada na charmosa Vinea Store. Estavam previstos 10 “desafiantes”, mas eu botei uma pimentinha nesse angu, um vinho surpresa totalmente às escuras, o que seria?!

Desafio Bordeaux 013

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

Amigo é Coisa Para se Guardar.

             Como costumo dizer; vinho é bom, mas não é tudo.  Hoje é dia do amigo e apesar do adiantado da hora, não poderia deixar de me referir a ele usurpando as palavras de outro, até porque há dias e momentos em que temos que nos curvar à sabedoria de quem sabe mais que nós. Falar de amor e de amigos, poucos o fizeram com tanto ardor e tanta sabedoria como o nosso poetinha Vinicius de Moraes. Para todos os velhos e novos amigos, faço das palavras dele, as minhas e deixo que fale por mim! Salute a todos e kanimambo pelo carinho recebido.

Salute - Joffré

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outro s afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências …

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida, mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles.

Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos, mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

Às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles e me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer…

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

Ps. Imagem recebida dos amigos da Joffré y Hijas. Gostei e mantive o idioma. Um brinde especial a todos

Eta Pergunta Difícil!

question-mark-786291No ultimo Sábado, o amigo Cristiano (Vivendo Vinhos) me perguntou se eu já tinha tomados algum vinho de exceção este ano. Daqueles que você toma e exclama, UAU, vinhaço mexeu com minhas emoções me dando enorme prazer e persistiu na minha memória. Aquele tipo de vinho que te arrebata e desconcerta! Concluímos que poucos ou quase nenhum chegou a esse nível. Tomamos grandes vinhos, sim, mas ……. Vim para casa pensando nisso.

Se tivesse que enumerar alguns vinhos de exceção quais seriam? Quais os reais candidatos a um dos tronos disponíveis no meu Monte do Olímpio onde, no final do ano, doze Deuses se sentarão ao lado de Baco? Passando um pouco da metade do ano e mais de 350 vinhos provados, tenho sete candidatos; Santa Eufêmia Porto Branco 73 (já está com um pé lá), Protos Gran Reserva 2001, Minimus Anima 2005, Casa Marin Syrah 2005, Vinha Barrosa 2005 e Chateau Monbrison 2001 (tomado ontem). E você? Que vinhos mexeram consigo este ano? Não necessariamente devam ser vinhos de preço exageradamente alto, veja o caso do Minimus, mas tem que ter arrebatado seu coração. Tomou alguns desse naipe, então compartilhe conosco vai?

Salute e kanimambo

Noticias do Mundo do Vinho

Wine globe 3Uvas & Vinhos, a nova coluna quinzenal aqui no blog estreou muito bem com um monte de acessos, kanimambo, e tenho boas noticias. A coluna escrita em parceria com a Mariana Morgado, recebe agora a contribuição do amigo Álvaro Galvão (Divino Guia) que mui gentilmente aceitou meu convite para compartilhar sua experiência conosco dando dicas de harmonização com os vinhos elaborados com a cepa tema da quinzena. Fiquei super feliz com a noticia, pois sempre aprendo bastante com o Álvaro e esta é uma área em que ele vem se especializando já faz um tempo. Bienvenido amigo.

 

New World Alliance (Aliança do Novo Mundo).  Califórnia, Nova Zelândia, Chile, África do Sul e Argentina (Australia está fora e Brasil aparentemente também) se uniram para usar suas sinergias para melhor competirem com as regiões produtoras européias. Hoje já existe muita troca de informações entre esses países, porém agora existirão projetos mercadológicos conjuntos visando aumentar participação no mercado internacional. Sinal de maturidade, visão estratégica e planejamento de longo prazo, coisas que, aparentemente, nos faltam muito já que nem internamente conseguimos manter uma certa unidade. (Fonte: revista decanter)

 

Expovinis –  alguns blogs já publicaram, mas o assunto é demasiado importante para se manter restrito e tem que ir para a boca do povo mesmo já que é mais importante evento de nossa vinosfera tupiniquim. O pessoal da organização através de sua assessoria de imprensa, nos avisa que as datas para o ano já estão definidas e teremos a mudança de local que deixa de ser no Transamerica Expo Center, uma pena para mim, mudando-se para o Expo Center Norte. Novamente, profissionais dos quatro cantos do mundo estarão reunidos de 27 a 29 de abril de 2010 no Expo Center Norte, em São Paulo, para apresentar ao consumidores milhares de rótulos do Novo e do Velho Mundo. Sei, está cedo, mas não custa já garantir reserva na sua agenda, certo?

 

Preece_image-promo_96dpiVinho & Arte australianos chegando pelas mãos da Wine Society. Os vinhos da linha Preece, elaborados pelo melhor jovem enólogo de 2008 da Austrália, traz rótulos com pinturas feitas por talentosos artistas do país. A Mitchelton, dos quais provamos um bom rótulo quando do Desafio Assemblage, há anos, decidiram apostar no casamento entre o precioso líquido e a pintura, convidando artistas modernos para ilustrar seus rótulos com quadros que retratem o universo do vinho. A cada safra a vinícola Mitchelton promove concursos para premiar artistas inspirados pelo vinho. Os trabalhos mais criativos se transformam em rótulos que ilustraram as novas safras, atraindo a atenção de consumidores, que se encantam com a originalidade das obras. É o caso das imagens da linha Preece, elaborada com o terroir de Central Victoria, próximo a cidade de Melbourne. As pinturas bem coloridas trazem, por exemplo, um beija-flor “flertando” um cacho de uva. Outra, traz um viticultor com uma encorpada Cabernet Sauvignon nas costas. Todas as imagens prezam por charme e delicadeza.

Além de ter belos rótulos, a linha Preece é elaborada por Ben Haines, talentoso profissional que conquistou no ano passado o título de melhor jovem enólogo da Austrália. Ben busca imprimir na Preece um estilo descontraído, descompromissado, e ao mesmo tempo, busca conceder um certo corpo, a fim de despertar potenciais gastronômicos de varietais que expressam o terroir do Estado de Victoria. São vinhos de excelente custo-benefício que chegam ao consumidor brasileiro por R$ 49 por garrafa, nas opções Sauvignon Blanc, Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Merlot, Shiraz e no surpreendente espumante.  Agora é conferir e eu estou de olho em uma garrafa que, quando provar, compartilho com os amigos.

Preece Clipboard

 

Vinhos do Brazil na revista Decanter. Mesmo que patrocinado pela Apex e wines from Brazil, duas páginas nesta revista são de grande valia para quem almeja participar do mercado internacional. Na matéria publicada na edição de Junho, destaque sobre o potencial dos vinhos brasileiros e mostra alguns dos especialistas que fazem da região do Vale dos Vinhedos (RS) um pedaço do tradicional terroir italiano. A Pizzato está em destaque como uma das vinícolas a serem observadas pelo potencial dos vinhos hoje e no futuro: “… seus Merlot, Tannat, Egiodola e Alicante Bouschet são futuras estrelas”, diz a revista, além de destacar o Cabernet Sauvignon, indicado com 4 estrelas, e o Concentus na degustação. Destaque também para a Cave Geisse, Salton, Valduga e Lidio Carraro entre outras.

 

Leasingham Bin 7 Riesling(lo-res)Leasingham, triste noticia. Conheci os vinhos desta centenária vinícola há alguns meses atrás, tendo incluído o Bin 7 riesling entre os meus Best in Show da Expovinis deste ano, e recebi informação da Decanter Magazine que seus controladores a estão fechando por falta de comprador. Estes vinhos são trazidos pela Wine Society e, por via das dúvidas vou comprar uma garrafas. Realmente o mar não está para peixe e mesmo os grandes grupos estão tendo que se adaptar às novas condições de mercado. (ERRATA – será só a cantina que será fechada. Os vinhedos continuarão e os vinhos serão vinificados em outra instalação. UFA!!!!)

 

San Francisco Wine Competition, importante região produtora e consumidora, premia o Moscatel Garibaldi com medalha de ouro. O Espumante Moscatel da Vinícola Garibaldi foi o único produto brasileiro a receber Medalha de Ouro no 28º Concurso San Francisco International Wine Competition, realizado entre os dias 19 e 21 de junho nos Estados Unidos. A vinícola também foi premiada com Medalha de Prata pelo Garibaldi Espumante Brut Chardonnay. Os vinhos e espumantes brasileiros receberam 24 prêmios. Participaram do concurso 4.240 amostras inscritas por 1.205 empresas de 23 países.

Uvas & Vinhos – Merlot

          Como prometido, começamos hoje a publicar os posts sobre as uvas e os vinhos que compõem nossa vinosfera. Mais do que falar sobre as uvas, forneceremos uma lista de vinhos que acreditamos representar bem o caleidoscópioMariana de sabores, aromas e estilos dessa cepa. Optei por começar falando de Merlot, porque neste último mês falei muito de vinhos elaborados com esta uva, tive degustações e embates, mas mais que tudo pela confusão que o amigo, de nossa historinha da semana retrasada, fez quanto às características desta gentil cepa, fato que motivou esta coluna quinzenal que assino junto com a amiga e parceira, Mariana Morgado. Para quem ainda não a conhece, ó ela aqui do ladinho >>>>>>>>>

           Uva tinta de origem francesa da região de Bordeaux. É cultivada em toda a região do Sudoeste da França, com maior destaque nas regiões de Pomerol e Saint Émilion, margem direita de Bordeaux, onde junto com as uvas Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, compõe o tradicional corte bordalês, podendo também receber um pouco de Malbec e Petit Verdot no corte. Para quem se atreve a dizer que não gosta de Merlot, um lembrete para o fato de que o ícone Petrus é elaborado em Saint Émilion com cerca de 95% Merlot ou seja, é técnicamente um varietal desta cepa! Tem a certza que não gosta de merlot, ou será que você simplesmente ainda não tomou o vinho certo?

            Hoje em dia, é uma das uvas tintas mais cultivadas no mundo, competindo somente com a Cabernet Sauvignon como a uva tinta mais conhecida. É a uva tinta mais plantada em Bordeaux, somando 101 mil hectares plantados contra os 53 mil hectares de Cabernet Sauvignon. Apesar de ter sido achacada no filme Sideways com influência negativa no mercado consumidor, especialmente o americano, no mundo, já existem mais de 250.000 hectares de vinhedos plantados com esta delicada cepa e seu volume comercial volta a avançar.

Em geral, os vinhos da Merlot podem ter dois estilos básicos:

  • Quando as uvas são colhidas o mais tardiamente possível para gerar uma maior concentração e intensidade de cor e aromas de frutas, como ameixa e amora além de taninos macios e maduros combinados com bom corpo, graduação alcoólica e notas de frutas maduras. Tudo isso ainda pode ser complementado por estágio em barricas de carvalho, em geral francês. Este seria um padrão “internacional” de vinhos com Merlot, muito encontrado em vinhos do Novo Mundo.
  • Quando a opção é por colher as uvas antes, quando atingam seu grau correto de maturação (normalmente a Merlot amadurece pelo menos uma semana antes que a Cabernet Sauvignon), gerando vinhos com corpo e graduação alcoólica mais leves e sedosos, mas com maior acidez e aromas de frutas vermelhas maduras, como framboesa e morango, e ainda algumas notas vegetais. Essa seria a versão francesa dos tintos da Merlot.

Merlot Grapes         Quando vinificada sozinha como varietal gera, tradicionalmente, vinhos macios, fáceis de beber, com taninos sedosos e redondos para serem bebidos geralmente mais jovens, entre três a cinco anos, exceção feita a grandes vinhos de terroir que podem e vão mais longe. Quando mesclada à Cabernet Sauvignon e Tannat, resulta em vinhos de maior estrutura, equilíbrio e potencial de envelhecimento ajudando a amaciar estas cepas mais poderosas e bastante tânicas.

         Com exceção das regiões de Médoc e Graves, margem esquerda de Bordeaux, onde a Cabernet Sauvignon predomina, além de St-Émilion e Pomerol, encontramos vinhedos de Merlot também em Côtes de Bourg, Blaye, Fronsac. Além disso, está presente na maioria das regiões vinícolas do mundo, como Califórnia, Austrália, África do Sul, Brasil, Uruguai, Chile (onde, durante muito tempo foi confundida com a casta Carménère), na Itália (na região da Toscana, onde entra em muitos cortes dos Super Toscanos, Friulli e Sicilia) e muitos outros.

         Definir características olfativas, em qualquer vinho, acho meio temerário devido á enorme diversidade de estilos e terroirs, mais ou menos concentração, mais ou menos madeira, etc., no entanto, para aqueles que preferem tintos de estrutura média, taninos macios, agradáveis sabores, aromas de frutas vermelha e delicadas notas herbáceas, experimentem os Merlots produzidos mundo afora. Dê uma especial atenção aos rótulos Brasileiros onde esta cepa tem demonstrado uma enorme capacidade de adaptação, gerando ótimos vinhos em diversas faixas de preço e estilos. Aqui abaixo listarei algumas boas opções de rótulos com preços aproximados, que recomendo, mas garimpe, são inúmeros os bons vinhos disponíveis no mercado.

  • Villaggio Grando 2006 – Santa Catarina – R$45,00
  • Dal Pizzol – R$30,00
  • Marco Luigi Varietal – R$24,00
  • Marco Luigi Reserva da Família – R$ 32,00
  • Cordelier garrafa velha 2007 – R$18,00
  • Cordelier Reserva 2006 – R$25,00
  • Pizzato Reserva 2005 – R$35,00
  • Cavalleri Reserva 2005 – R$32,00
  • Salton Volpi 2005 – R$24,00
  • Vina Carmen Reserve 2005 – Mistral / Chile – R$51,00
  • Salton Desejo 2005 – R$60,00
  • Miolo Terroir 2005 – R$60,00
  • Valduga Premium 2007 – R$35,00
  • Storia 2005 – Valduga – R$110,00
  • Casillero Del Diablo 2007 – VCT Brasil / Chile – R$30,00
  • Marqués de Casa Concha 2006 – Expand / Chile – R$78,00
  • Fabre Montmayou Patagônia Gran Reserva – Expand / Argentina – R$98,00
  • La Butte Vieilles Vignes 2005 – Mistral / França – R$ 85,00
  • Wente Crane Ridge 2004 – Vinhos do Mundo / USA – R$98,00
  • Fleur du Cap Unfiltered 2004 – Casa Flora / África do Sul – R$83,00
  • Smithbrook 2005 – Wine Society / Austrália – R$75,00
  • Chateau la Monastere 2005 – Merlot, Cabernet Sauvignon e um tico de Malbec – Expand / Bordeaux – R$60,00
  • Chateau Puycarpin 2006 – Merlot, Cabernet Sauvignon e Franc – Zahil / Bordeaux – R$69,00
  • Chateau La Guérinniére 2005 – Merlot com Cabernet Sauvignon – D’Olivino / Bordeaux – R$98,00
  • Chateau Noaillac 2005 – Merlot, Cabernet Sauvignon e um tico de Petit Verdot – Decanter / Bordeaux – R$104,00
  • Pisano Rio de Los Pajaros Tannat/Merlot 2005 – Mistral / Uruguai – R$30,00
  • Don Pascual Tannat/Merlot 2007 – Expand / Uruguai – R$39,00
  • Cordilheira de Sant’ana Tannat/Merlot 2005 – Brasil – R$46,00
  • Cuvée Marguerite 2002 – Chateau Desclau – Vinea Store/Bordeaux – R$98,00
  • Bouza Tannat/Merlot 2006 – Decanter/Uruguai – R$85,00
  • Alain Brumont Côtes de Gascogne Tannat/Merlot 2006 – Decanter / França – R$49,00.

Clipboard Merlot

             Harmonizar Merlot e comida é relativamente simples divido à característica menos tânica do vinho tornando-o um vinho bastante “amistoso”. Como o segredo de qualquer harmonização é o equilíbrio do peso do vinho com o do prato, o ideal é servir estes vinhos acompanhando pratos mais delicados como frango, peru, vitela, pato, carnes grelhadas sendo que a combinação de Merlot com pratos em que cogumelos façam parte de sua elaboração é  particularmente saborosa. Desta forma, carne assada com molho marsala/madeira ou strogonoff de carne, por exemplo, são duas ótimas combinações que devem resultar naquela matemática característica de qualquer harmonização bem feita em que a soma de um mais um iguala três!

            Agora, se o estilo do vinho for de um caldo mais encorpado, aí pode-se buscar pratos mais elaborados lembrando que a melhor harmonização é aquela que lhe dá maior prazer e satisfação, não existem regras e estas são somente algumas dicas que podem lhe ajudar na busca do “casamento” ideal. Não sei se os especialistas recomendariam, mas uma vez tomei um saboroso Merlot Reserva da Familia do Marco Luigi acompanhando um fettucine com rabada desfiada e rucula, que estava de lamber os beiços! Nos finais de semana gosto de fazer uns sandubas em casa como hamburger de picanha grelhada, presunto cru com brie e até algumas variações de bruschetas e acho muito gostoso acompanhar esses lanches com vinhos tintos leves e de taninos delicados o que, invariavelmente, me faz escolher um merlot jovem com pouca ou nenhuma madeira, taninos doces e macios como acompanhamento.

             Bem, é isso e, para variar, me alonguei demais. Daqui a quinze dias voltamos, Mariana e eu, a falar de Uvas & Vinhos. Os comentários, duvidas, criticas (vê se não bate muito forte) são sempre bem-vindos especialmente se for para acrescentar conhecimento e nos fazer melhorar. Se quiser ver mais, acesse os links a seguir:

http://falandodevinhos.wordpress.com/2009/06/10/merlots-brasileiros-para-que-outros/

e

 http://falandodevinhos.wordpress.com/2009/07/01/desafio-merlots-do-mundo-resultado.

Salute e kanimambo

Dicas da Semana

               Bem gente, nesta semana tenho um monte de boas dicas de compra para você garimpar e alguns eventos a conferir. A começar pelo resultado de uma visita de garimpo que fiz ao Speciale, novo espaço enogastronômico criado em algumas das lojas do Makro, promoção na Kylix e na Assemblage Vinhos, encontro de grandes Bordeauxs com Marcelo Copello no Rio de Janeiro, Zahil na Vino, Kit de Inverno da Marco Luigi, programação de inverno em Porto Alegre e por aí afora.

Speciale, um canto no Makro de Vila Maria, São Bernardo, Campinas e agora no Butantã, para ninguém botar defeito. Ação inovadora neste setor; uma vasta coleção de rótulos entre Speciale0001importação direta e distribuição, acessórios, cervejas especiais, azeites, produtos gourmet e tabacaria num ambiente diferenciado e uma adega climatizada de cerca de 30 m². Mais ainda, possui um espaço para degustações, cursos e cozinha experimental. Show de bola! Aproveitando a visita, fiz meu passaporte Makro e já comprei alguns vinhos para provar, revisitar outros, mas para terem uma idéia do que há por lá, vejam as pepitas que garimpei:

  • Adega Eletrolux para 33 garrafas por R$1265,00
  • Nieto Senetiner Bonarda Ed. Limitada 2006 por R$72,89 *
  • Espumante Valduga 130 por R$52,35
  • Marques de Casa Concha Cabernet Sauvignon 2006 por R$66,35 *
  • Villa Francioni (VF) 2005 por R$103,90
  • Casa Valduga Chardonnay Gran Reserva 2008 por R$43,66*
  • Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005 por R$43,25
  • Santa Julia Tempranillo Oak Aged 2006 por R$15,40 *
  • Evel Tinto 2005 por R$20,80
  • Casillero Del Diablo, quase toda a linha 2007 por R$26,90 * e recomendo especialmente o Sauvignon Blanc e Syrah, afora o Merlot que, se tivessem em estoque, teria comprado caixa.
  • Indômita Reserva Cabernet Sauvignon 2006 por R$32,85
  • Marquês de Borba tinto 2007 (talvez o melhor de todos os tempos) por R$34,60. Outro para comprar de caixa.
  • Loios Tinto 2008 por R$23,99 *
  • Muralhas Vinho Verde 2009 por R$30,75 *
  • Conde de Barcelos Vinho Verde por R$21,69
  • Montepulciano d’Abruzzo Farnese 2007 por R$28,25 *
  • Don Roman Rioja Tinto 2006 por R$26,90 *
  • Quinta dos Aciprestes Douro por R$31,49
  • Marques de Tomares Rioja Excellence 2006 por R$39,95
  • Royal Porto (Real Cia. Velha) LBV 2003 por R$80,59
  • Quinta das Carvalhas (Real Cia. Velha) Porto Reserva Tawny por R$88,89

Bem isso é o que eu pude levantar nesta primeira visita, sem contar os inúmeros rótulos VIPS em que até Petrus aparece, mas os amigos de São Paulo, São Bernardo e Campinas podem dar uma passada e fazer seu próprio garimpo. Na seleção acima, marquei com * aqueles rótulos que acho imperdíveis tanto por qualidade quanto por preço. Que deus Baco lhe ilumine na escolha, tem muita opção a preços bons inclusive o Monsaraz que é outro bom vinho português do Alentejo que está por R$24,00. Vale a pena!

 

Marcelo Copello apresenta em sua Mar de Vinhos, uma degustação especial intitulada “Segundos que Valem por Primeiros”. Grandes châteauxs de Bordeaux, como o Latour, Lafite, Mouton e Margaux, além do vinho principal, que leva o nome do château, fazem um 2º vinho. Estes caldos, mesmo sendo “segundos”, superam em qualidade (e em preço) muitos primeiros vinhos de outros grandes châteaux bordaleses. É mais ou menos como dizer que um jogador reserva na selação brasileira certamente seria titular em qualquer outra seleção do mundo! Vale a pena conferir, será uma noite de gala, 9 grandes vinhos, para apenas 14 pessoas!

Programa

  • 19:00 – Boas vindas com Champagne
  • 19:30 – Palestra de Marcelo Copello com degustação
  • 21:45 – Jantar
  • 22:00 – Encerramento

Conteúdo da palestra/degustação:

Degustação comentada dos seguintes vinhos, 50 ml de cada vinho por participante.

  • Champagne Deutz Brut Classic
  • Champagne Piper-Heidsieck Brut
  • Les Ailes de Berliquet 1998, 2º vinho do Château Berliquet, St-Emilion Grand Cru Classé
  • Pavillon Rouge 1998, 2º  vinho do Château Margaux – 1er Grand Cru Classé, Margaux
  • Carruades de Lafitte 1998, 2º vinho do Château Lafite-Rothschild – 1er Grand Cru Classé, Pauillac
  • Forts de Latour 1998, 2º vinho do Château Latour – 1er Grand Cru Classé, Pauillac
  • Le Petit Mouton 2003, 2º vinho do Château Mouton-Rothschild – 1er Grand Cru Classé, Pauillac
  • Resérve de la Comtesse 2003, 2º  vinho do Château Pichon Longueville Comtesse de Lalande – 2ème Grand Cru Classé, Pauillac (com o jantar)
  • Porto Vintage São Leonardo 2000, Quinta do Mourão

Será servido um prato quente, javali assado à baixa temperatura, terrine de cogumelos e molho de uva, elaborado pela chef Ciça Roxo, que será harmonizado com o vinho Resérve de la Comtesse 2003.

Preço: R$495,00 até o dia 17/07 (HOJE!), após R$650,00 com pagamentos parcelados sob consulta.

Data – 23/07/2009 – 5a feira

Hora – de 19:00 às 22:00 (às 19:00 recebemos os pontuais com champagne e às 19:30 começamos)

Endereço – Escola Mar de Vinho: Rua Buarque de Macedo, 75, Flamengo. RJ

 

Marco Luigi lança um kit promocional de inverno com seus gostosos vinhos. Aproveite o momento e faça a festa. Não gostou do kit, liga para a Sandra e bata um papo com ela que certamente encontrará uma forma de o atender.

Marco Luigi - Kit de Inverno 

 

Kylix, o amigo Simon está mandando bala na linha de vinhos franceses com algumas boas oportunidades e dá uma informação legal sobre seu Wine Hour no final do dia. A partir de 14 de julho(terça-feira), o Wine Bar da Kylix servirá, de terça a sexta, fondues e sopas. Para harmonizar haverá quatro opções de vinhos em taça, além das garrafas da adega. Eis a lista de boa parte dos vinhos franceses na promoção com algumas preciosidades para quem tem uns trocados a mais debaixo do colchão:

Bordeaux-Tintos  
Bernard Magrez Bois Chantant 2005 De: 59,00 Por: 50,00
Château Le Boscq 2002-Saint Stéphe De: 183,00 Por: 156,00
Château Yon Figeac 2002-Saint Emilion De: 280,00 Por: 238,00
Château Le Boscq 2005- Saint Stéphe 98RP De: 311,00 Por: 264,00
Château La Fleur de Bouard 2005-Lalande de Pomerol 89RP De: 330,00 Por: 281,00
Château Fontenil 2000 91RP/ 91WS De: 342,00 Por: 291,00
Château Grand Puy Lacoste 2002- Pauillac De: 359,00 Por: 305,00
Château Grand Pontet 2005- Saint Emilion 93RP De: 380,00 Por: 323,00
Château Boyd Cantenac 2005 92RP De: 430,00 Por: 366,00
Château Quinault L’Enclos 2005-Saint Emilion 94RP De: 440,00 Por: 374,00
Château Pavie Macquin 1999-Saint Emilion De: 689,00 Por: 586,00
Château Beausejur Becot 2005-Saint Emilion 91RP De: 750,00 Por: 638,00
Château Canon La Gaffaliere 2005-Saint Emilion 94RP De: 890,00 Por: 757,00
Château Leoville Las Cases 2005-Saint Julien 98RP De: 2.900 Por: 2.465
Château Haut Brion 2005- Pessac Léognan 98RP De: 4.900 Por: 4.165
Sobremesa  
Clarendele Amberwine 2003 (500ml) De: 244,00 Por: 207,00
Château Suduiraut 2003-Sauternes 95 RP De: 511,00 Por: 434,00
Champagne  
Legras e Haas Tradition Champagne Brut De: 195,00 Por: 166,00
Alsace- Sobremesa  
Andre Kientzler Pinot Gris Vendage Tardive 2003 De: 427,00 Por: 363,00
Andre Kientzler Gewurtraminer SGN 2000 De: 720,00 Por: 612,00
Alsace-Brancos  
Andre Kientzler Riesling 2005 De: 108,00 Por: 92,00
Andre Kientzler Muscat 2004 De: 108,00 Por: 92,00
Andre Kientzler Gewurtraminer 2006 De: 108,00 Por: 92,00
Bourgogne-Brancos  
William Févre Chablis De: 115,00 Por: 98,00
Bouchard Pouilly Fuissé De: 148,00 Por: 126,00
Amiot Guy Saint Aubin 1er Cru 2004 De: 281,00 Por: 239,00
William Févre Chablis Grand Cru Le Clos 2006 96RP De: 477,00 Por: 405,00
Bourgogne-Tinto  
Bouchard Bourgogne Pinot Noir La Vignée 2007(375ml) De: 55,00 Por: 47,00
Bouchard Bourgogne Pinot Noir La Vignée 2007 De: 98,00 Por: 83,00
Bouchard Gevrey Chambertin 2005 De: 297,00 Por: 252,00
Berthaut Fixin Les Crais 2005 De: 305,00 Por: 259,00

 

Assemblage Vinhos, mais uma semana com promoções em cima dos bons vinhos chilenos da Casa Silva, desta feita da linha Gran Reserva, veja abaixo: Assemblage e Casa Silva

 

Mistral Tour 2009, metade dos blogueiros de plantão já deu, mas eis um evento para o qual temos que reservar os dias e a grana. De 17 a 22 de agosto, o evento percorrerá cinco cidades brasileiras, apresentando mais de 200 grandes vinhos dos melhores produtores do mundo. Neste ano, o terceiro, o evento percorrerá cinco cidades brasileiras – São Paulo (dias 17 e 18), Rio de Janeiro (dia 19), Belo Horizonte (dia 20), Brasília (dia 21) e Curitiba (dia 22) – apresentando mais de 200 grandes vinhos produzidos nas mais prestigiadas vinícolas de 10 países do Velho e do Novo Mundo. As inscrições poderão ser feitas a partir de 13 de julho pelo tel.    (11) 3372-3400    e o valor do ingresso é de R$ 180 por dia. Salgado, eu sei, mas é o custo de poder participar de uma das melhores degustações de nossa vinosfera, reunindo a nata dos grandes produtores internacionais. Quer rever como foi o do ano passado, clique aqui.

Mistral Tour

 

 

Programação de Inverno para os amigos gaúchos, ou quem estiver por pelas bandas de Porto Alegre e Bento. Julho, mês do inverno, mês de falar em vinho, de subir a serra, comer bem. Ano da França no Brasil, Queda da Bastilha. Não dá para falar em França sem pensar em alta gastronomia e em viagens maravilhosas e é aí que entra a amiga Maria Amélia com uma agenda cheia para este mês, cheio de temas deliciosos.

18 de julho | Sábado

Menu Degustacion Vive La France!

Local | H otel & Spa do Vinho Caudalie | Bento Gonçalves

Chef Fábio Lima e Iuri Guimarães | Enóloga Maria Amélia Duarte Flores

Menu: Entrada com Foie Gras  – Champagne Veuve Clicquot

Linguado & Lagosta – Chablis Récolte du Domaine 2004 (Bourgogne)

Confit de Canard – Chateau La Tour De By Cru Bourgeois 2003 (Bordeaux)

Crème Brûleé e Macarons –  Sauternes Schroder & Schyler 2005

Valor individual  R$ 180,00 / Reservas:      54 2102 7201     

leopoldina@spadovinho.com.brwww.spadovinho.com.br

 

21 de julho | Terça-feira

Tour de France | Curso de Degustação sobre França

Deguste Alsace, Chablis, Bourgogne, Champagne, Bordeaux, Provence e Rhône

Adega Uniagro – Valor individual R$ 150,00. Para reservas contate http://www.vinhoearte.com/paginas.php?codigo=18

 

28 de julho | Terça-feira

Jantar Harmonizado Bodega Lagarde | Peppo Cucina

Deguste toda a linha Lagarde, com destaque para o vinho Malbec DOC, que recebeu 90 pontos de Robert Parker, além do Henry, junto a gastronomia de um dos melhores restaurantes de Porto Alegre!

Valor individual R$ 130,00. Para reservas clique em http://www.vinhoearte.com/paginas.php?codigo=17

 

Fondue e Vinhos no Rio de Janeiro. Em um evento promovido pela Vitis Viniferas e o restaurante L’Orangerie, fondues harmonizados com vinhos suíços da importadora. Jantar que promete.

Vitis e fondue no RJ

 

Zahil na Vino em São Paulo. Jantar elaborado a quatro mãos com a participação da Vino e harmonização de vinhos pela Zahil. Mais um evento interessante para a semana que se aproxima.

Zahil e Vino

Petrus – Esse Vinho!

Petrus-61-Mags-DuoEsta semana já  recomendei e falei sobre diversos vinhos, mas hoje quero falar de algo que transcende nossa vinosfera, porém sem perder o contato com o doce néctar. Quero falar de vinhos e paixão. Paixão por eles, devido a eles e através deles, pois nos abrem o espírito e a alma possibilitando que derrubemos muralhas e ultrapassemos obstáculos, deixando-nos viver em total êxtase, marcando-nos a memória e o coração enquanto nos despoja de preconceitos  falsos e hipócritas despertando em nós os instintos mais puros para que possamos experimentar momentos únicos de grande intensidade e emoção.  Como bem diz a jovem escritora e poetisa gaúcha Carolina Salcides, “Para uma vida melhor; poesia, vinho e companhia. Porque a poesia tem que estar na alma, uma boa companhia sempre ao nosso lado e o vinho, ah, esse é sempre indispensável”.

              Até hoje, em minha formação enófila, sigo perseguindo novos sabores e aromas capazes de mexer com minhas emoções, ainda esta semana vários o fizeram, porém de olho naqueles que fizeram a fama de nossa Vinosfera. Coisas como os vinhos Tokay, Romanée-Conti, Echezaux e outros grandes borgonhas, um Chateau d’Yquem ou os conceituadíssimos Chateaux Latour, Cheval-Blanc e Chateau Margaux entre muitos outros ícones de nossa vinosfera espalhados pelos cinco continentes. Alguns provei, outros não. Uns por pura falta de oportunidade e outros por falta de grana mesmo, mas imagino que sejam realmente espetaculares e dignos de toda a fama que os cercam, verdadeiras chaves para o desabrochar de todos os nossos sentidos tocando-nos na alma, elixires de reflexão elegidos Deuses de nosso Olimpo enófilo (isso existe?!).

              Um desses ícones de nossa vinosfera é o Petrus, a quem nem a rolha cheirei quanto mais um gole tomei,  porém ainda tenho tempo e guardo esperança. Uma amiga, no entanto, já teve esse privilégio e, movida pelo despertar da paixão, escreveu este poema que publico abaixo.  Após lê-lo me deu uma vontade danada de umas taças de Petrus!

Esse Vinho

Que me interessa a mim ,

O que dizem os outros,

Não quero saber,

O que pensam ,

Não me importa

Porque os seus pensamentos,

Não são os meus.

Os teus,

Esses sim,

Queria eu saber,

Por onde andas

Queria eu andar,

Onde estás

Queria eu estar,

Fecho os olhos e vejo-te…

Toco na tua boca,

Com a ponta dos meus dedos

E,

Bebes do copo por onde bebi,

Sinto a impressão que percorre a pele

Num ritual infinito,

Como o vinho que bebemos e nos embriaga os sentidos.

Ouço o meu coração falar

Dizer-me,

O queria que me dissesses,

O que queria ouvir de ti

Tenho saudades do teu peito

Tenho saudades do teu corpo

Das tuas mãos no meu.

Tenho saudades de ti

No meu leito.

Tenho saudades desse vinho

E

De todo o teu deleite.

O poema está registrado no IGAC (Inspeção Geral das Actividades Culturais) em Portugal e devidamente protegido por direitos autorais. Qualquer publicação somente com autorização da autora.

Para finalizar mais uma da Carolina “ Beber ou fazer amor? Beber e fazer amor. Ambos são instantes de total entrega. Não se ama mais ou menos como não se bebe vinho mais ou menos! Entregue-se aos dois por inteira” Ah, essas mulheres, essas mulheres, enorme sensibilidade que, como o vinho, também nos viram a cabeça. Como diz Henrique Pedro em seu poema “A Mulher e o Vinho”Por isso vida de homem é provação, a mulher e o vinho seu agasalho que se bem amados levam à salvação. E dá-lhe Petrus, abençoado caldo que ainda haverei de tomar!

Salute e kanimambo 

Terrazzas Rosé, o Frescor da Córsega

Não são só os vinhos do Brasil que são exóticos e diferentes, ou de Israel ou do Líbano ou da China. Vinho europeu também pode ter um lado exótico corse-map-Mediterrquando produzido numa região pouco conhecida com uvas autóctones mais desconhecidas ainda. E o que dizer quando um vinho tem Terrazza Isula no nome, é produzida com uma uva chamada Sciaccarellu, mas é de origem francesa. Sim tudo é vero e, para lhe dar um toque francês, o corte foi elaborado com Cinsault. Tudo isso no entanto, tem a ver um pouco com a própria história dessa ilha mediterrânea chamada Córsega, mais conhecida entre nós por ter sido o berço de Napoleão, com pouco mais de 8500 km² e uma população ínfima de algo próximo a 280.000 habitantes coberta de muita vegetação e montanhas situada a oeste da Itália próximo a Pisa e à Sardenha.  Andou de mão em mão durante tempos pertencendo ao reino de Pisa (1077 – 1284) e ao de Génova (1284 – 1768), antes de ser vendida à França pela última. Desta forma, a existência de um dialeto Corso (parecido com o dialeto Toscano) e a influência de nomes e sabores não é mera coincidência.

               Foi aqui que o Empório Sorio veio buscar algumas preciosidades as quais já comentei anteriormente no blog, em especial em meu relato direto do front da Expovinis deste ano quando tive oportunidade de degustar 3B + Corsega Rosé 007Adiversos rótulos, porém não este que veio complementar estes dias de vinhos diferentes, em minha taça. Terrazza Isula 08 um corte de Sciaccarellu e Cinsault vinificado em rosé e uma verdadeira delicia. Um VdP (Vin de Pays) de l’Ile de Beauté, ilha da beleza, possui uma paleta olfativa muito vibrante e frutada convidando o vinho á boca onde ele explode de forma exuberante com enorme frescor. Atraente na cor, mostra na boca uma acidez acentuada, porém balanceada que umedece a boca chamando comida, ótima parceira para canapés de queijo de cabra e salmão, saladas, lombo agridoce e, como no meu caso, com peito de peru à Califórnia. Muito saboroso, é daqueles vinhos que acabam rápido e deixam aquele gostinho de quero mais na boca. Já tinha gostado muito de um outro vinho rosé que eles possuem em seu portfolio, Terra Nostra, e este é páreo ficando difícil escolher entre um ou outro. Muito bem elaborados e harmônicos, são vinhos para acompanhar comida, mas são ótimos parceiros de um papo informal como aperitivo e preparação do palato para a refeição principal. Em torno de R$50,00, são vinhos que tomei e recomendo, na minha modesta opinião melhores do que a maioria dos aclamados rosés da Provence onde ainda não consegui encontrar um rótulo que efetivamente me empolgasse.

Salute e kanimambo.

Confraria na Taça

Nestas últimas semanas tenho tido a oportunidade de provar alguns vinhos diferenciados, como o que comentei ontem. Desta feita, mesmo com o friozinho de nosso inverno, tomei  dois vinhos bConfraria brancos 2rancos portugueses que ainda não estão disponíveis no Brasil, mas que espero possamos tê-los por aqui dentro em breve, são os vinhos Confraria (nome sugestivo) da Adega Cooperativa do Cadaval pertencente à CVR Lisboa. Por pura coincidência, meu primo trabalha na prefeitura da cidade, ô mundinho pequeno esse!

A Adega Cooperativa do Cadaval produz seus vinhos de uvas plantadas nos vinhedos que cobrem as encostas soalheiras da Serra do Montejunto e que, em declive suave, se estendem pelo vale. Foi fundada em 1963 por um grupo de pequenos viticultores que processaram na ultima safra um pouco mais de 7.000 toneladas de uva.  Presentemente, passa por uma grande reformulação no sentido de colocar a ACC no mapa de nossa vinosfera mundial, mas já possui uma marca bem conhecida no mercado português que é esta linha de vinhos Confraria composta de um vinho tinto e estes dois brancos provados. Há cerca de uns três para quatro anos, cheguei a tomar o tinto (castelão/aragonês e trincadeira), foi-me dado por meu querido primo Álvaro, e me lembro que mesmo não sendo nenhum blockbuster, foi um vinho que me agradou como um vinho correto para o dia-a-dia. Este post, no entanto, é para falar dos vinhos brancos, pois estes tomei agora e com a devida atenção.

Confraria Branco Leve 2008, é elaborado com a uva Moscatel num processo de vinificação a frio que resulta num saboroso caldo com apenas 10% de teor alcoólico e um muito leve açúcar residual que lhe dá um toquinho doce, queConfraria branco leve me fez lembrar um vinho off-dry alemão ou francês (loire) guardadas as devidas proporções. Um vinho muito interessante devido a ser menos comum numa vinosfera cada vez mais monocromática; nariz de ótima intensidade que convida a tomar, vibrante, muito leve agulha na boca, muito boa acidez, ótimo aperitivo, muito saboroso e fresco, ótima persistência, uma delicia que agrada/seduz fácil, tendo sido tomado no sábado como aperitivo acompanhado de um queijo de cabra, patê de atum com torradas e lulas à dorê com molho tártaro, tendo se dado muito bem. Faltou garrafa! Creio que deve se dar bem com comida Thai, talvez até um caril (curry) de camarão, levemente picante fazendo as vezes de um gewurtzraminer. Para os amigos portugueses, em pleno verão, uma grande sugestão de um vinho que costumo chamar de BGB (bom, gostoso e barato) para acompanhar os mais diversos frutos do mar sentado numa esplanada à beira-mar. Se chegar ao Brasil por um preço camarada, será a perfeita companhia para uma beira de piscina, na praia com mariscos, para se comprar às caixas!

Confraria branco seco 2Confraria Branco Seco 2008 é um corte de Fernão Pires, Vital e Seara Nova, esta última me era desconhecida, com 13% de álcool. Também um bom vinho, porém com outro estilo, mais gastronômico de maior corpo, mostrando bom equilíbrio, acidez na medida e um leve amargor ao final que não chega a incomodar, mas que torna importante manter-se a temperatura, tendo acompanhado muito bem um prato de fettucine com bacalhau e azeitonas verdes regado com bastante azeite. Pensei em  Amêijoas à Bulhão Pato (quem ainda não conhece está perdendo um manjar dos deuses), filés/postas de peixe frito com um arroz de tomate, pataniscas de bacalhau e até uma eventual carne branca com temperos leves, como outros possíveis bons companheiros para este saboroso  vinho.

              Sentados na varanda, curtindo dois vinhos brancos num almoço gostoso de sábado com “as crianças” e fazendo descobertas enogastronômicas, não dá para ficar muito melhor que isso e agradeço por esse privilégio.  Enfim, mais um dia bastante agradável, bonito, de céu azul e sol batendo na cara, apesar do friozinho dentro de casa, fazendo-me sonhar com mais um cantinho de Portugal a ser conhecido. Salute amigos.

Clipboard ACC

Minimus Anima. Ah Se Eu Soubesse!

Minimus Anima 001Há vinhos e VINHOS. Ontem tomei um VINHO, assim mesmo com letras maiúsculas garrafais. Guardava-o em minha adega já fazia um bom tempinho, é, ou melhor, foi porque não restou gota para contar a história, o Minimus Anima 2005 de Marco Danielle do projeto Tormentas. Tenho que confessar que  há cerca de três anos tinha comprado dois, este e o Tormentas Secundo, teoricamente um degrau acima do Minimus, porém não foi um vinho que à época  me tenha encantado, tanto que pouco ou nada lembro dele.  Depois provei o Minimus Anima, aquelas coisas de degustação, em um evento qualquer e achei este vinho bom, mas nada que me entusiasmasse. Em função disso, vinha  postergando a abertura desta garrafa com um pouco de receio sobre o quê esperar dela, um grande vinho ou só mais um resultado de marketing das estrelas? Não  conheço o produtor (autor) pessoalmente e, mesmo querendo visitar seu estande na Expovinis, acabei passando reto por diversas vezes e desde já me arrependo, dando a mão à palmatória (será que tem gente que ainda sabe o que é isso?), pois adorei este vinho e mostra que provar é uma coisa e tomar em condições ideais, é uma outra bem diferente!  Se fosse no Vinhos da Semana, certamente seria um vinho que ganharia um I.S.P. de 4 smiles e muita festa! Ah se eu soubesse no momento da compra o que sei hoje, posso garantir que minha compra não se teria limitado a só uma garrafa deste doce néctar.

              Tenho tomado alguns bons vinhos, mas fazia tempo que não tomava um vinho que mexesse com minhas emoções como este mexeu e, ainda mais porque sei que desta safra não há mais e a de 2007 não tem a mesma composição. Não me lembro quanto paguei há época, creio que uns R$60, e se ainda o encontrasse a esse preço, algumas garrafas mais compraria. Não é o vinho top do produtor (autor), mas é um vinho surpreendente e apaixonante que me seduziu por completo tendo que confessar, que tomei a garrafa todinha! Tá certo,  minha esposa deu uns dois ou três goles, mas foi só. Que vinho, valeu a espera!

                Difícil ser muito objetivo ou tentar tecer análises mais técnicas, pois este caldo fez tudo aquilo que um vinho deve fazer com quem o toma; mexeu com minhas emoções deixando um rastro de prazer no olfato, na boca e na memória.Minimus Anima 004 A cor mostra alguma evolução, não aparenta passar por madeira e no nariz, foi se abrindo devagar, mostrando aromas complexos de frutas silvestres maduras, rosas e, talvez, algo de couro, tendo sido na boca, no entanto, que ele efetivamente me seduziu. Bom volume, corpo médio, redondo com taninos maduros e doces, finos e elegantes, muita riqueza de sabores, grande harmonia e equilibrio com um final de boca algo herbáceo, extremamente prazeroso e longo. Um vinho de grande finesse, diferente, com uma personalidade muito própria, daqueles que acabam rápido e deixam uma enorme saudade marcando fortemente sua passagem pelo palato. Certamente um dos melhores vinhos brasileiros que já tive oportunidade de tomar, provavelmente entre os top três, e se alguém souber de algum lugar em que eu possa encontrar mais algumas garrafas destas não hesitem em me dar um toque, só não vale se estiverem com o preço nas alturas já que, por mais que eu o deseje, vivo de orçamento e não possuo cartão corporativo federal, então ….

               Este vinho tem algumas peculiaridades, entre elas o fato de ser elaborado com 70% de Cabernet Sauvignon colhida quase que em processo de passificação na safra de 2005 tendo sido cortado com Alicante Bouschet da safra de 2006. O produtor, digo autor, é  alvo de grandes polêmicas me parecendo, em determinados momentos, até algo presunçoso em suas colocações, provavelmente movido pela paixão pelo que faz,  mas importante no final das contas é a prova na boca, e nessa o vinho passou com louvor. Quanto aos outros vinhos e desenvolvimento de seu projeto Tormentas, que agora possui outras ramificações, esta preciosidade tomada aguçou minha curiosidade e certamente ficarei de olho em outros vinhos para melhor conhecer este trabalho, aparentemente, diferenciado que este “autor’ vem fazendo em seu “ateliê de produção”. Se conseguir algo depois compartilho, mas quem quiser fuçar um pouco mais visite o site http://www.tormentas.com.br/ que, por si só, já é uma grande viagem. Gamei!

Ah se eu soubesse!!!

Salute e kanimambo