novembro 2012

Dicas da Semana – Le Grand Degustation 2012

      Todos os anos finalizo o período de mais um ciclo da vida com uma grande degustação, mas desta feita botei para quebrar! rs Neste próximo dia 12 de Dezembro pretendo realizar, se houver quorum, a Grand Degustation 2012 na Vino & Sapore, um encontro que pretendemos venha a ser de longa persistência na memória de cada um dos participantes. Não é todo o dia que temos a oportunidade de degustar grandes vinhos na companhia de ótima gastronomia formando uma harmonização perfeita com os doze participantes desse encontro. O evento, no entanto, só ocorrerá caso tenhamos um quorum minímo de dez pessoas (já temos seis confirmados) e terá como parceira na gastronomia a amiga e Chef Wendy Elago já conhecida de alguns. Vejam abaixo o que espera os amigos que vierem a participar desse gostoso evento.

 Abertura: Receberemos os amigos participantes com o novo lançamento da Cave Geisse, o Blanc de Blanc elaborado com 100 % de Chardonnay. Um dos melhores produtores de espumantes no Brasil com reconhecimento internacional tendo o enólogo Mario Geisse, responsável também pelos vinhos da chilena Casa Silva, recentemente sido convidado a elaborar um Champagne por um produtor 1er Cru de lá. Uma grande honra já que é o primeiro Sul Americano a alcançar esse feito.

Entrada: Tapas de Camembert e Presunto Cru espanhol que será devidamente escoltado por um clássico da Rioja, o Viña Tondonia Reserva Branco 1991.  No mínimo uma experiência diferente pois é um branco diferenciado que prima pela complexidade e evolução oxidativa sem perder a acidez, porém sem aquele frescor típico dos vinhos brancos mais jovens já que falamos de um branco com vinte aninhos de vida!

Degustação: Três vinhos marcantes provados em 2012:

  • Tierga Garnacha 2008 – Espanha
  • Le Difese 2009 – Itália/Toscana
  • Watershed Shiraz 2001 – Austrália

Preparação para o Jantar: Para limpar o palato preparando-o para a continuação da refeição – Sorbet de limão

Primeiro Prato: Puligny-Montrachet 1er Cru Les Champs de Gain 2008, a quintessência dos chardonnays, de Domaine Bouzereau terá como parceiro Cauda de Lagosta com risoto de limão siciliano

Segundo Prato: Pio Cesare Barolo 2007, um produtor e um rótulo de fama mundial e história na elaboração de grandes vinhos, terá como companhia um Ragu de Ossobuco sob uma cama de polenta mole.

Sobremesa: Pandoro de Zabaione da Loison, produtor italiano de panetones, que terá a companhia de um Passito de Malvasia delicioso elaborado pela Gravisano.

Final: nossos já conhecidos Café do Atelié do Café

Grátis: A caminhada em volta da Estação do Sino (onde a Vino & Sapore está instalada) para fazer a digestão! rs

      De cada vinho serão servidos 50ml por participante e o investimento para participar desta verdaderia “Festa de Babete” regada por Baco será de R$320,00 por pessoa, com desconto de R$20 por participante no caso de duas pessoas ou mais. Caso deseje participar desta verdadeira viajem por sabores e aromas diferenciados,  nosso último evento do ano, agradeço entrar em contato através do e-mail: comercial@vinoesapore.com.br .

MOVI – Vinhos Chilenos com Personalidade Própria

Os vinhos do MOVI (Movimento dos Vinhateiros Independentes) do Chile, como falei um pouco antes de minha viagem, me surpreenderam muito positivamente . Alguns baita vinhos , outros muito bons num nível de qualidade poucas vezes provado numa degustação do genêro. São vinhos a nível geral mais caros, porém têm razão para sê-lo!

Dos 21 vinhos provados, alguns merecem um destaque especial tendo separado os que mais me marcaram para comentar:

I-Wines Chardonnay 2011 – Já conhecia o excelente e potente Syrah, porém este Chardonnay me impressionou. Bastante expressivo, untuoso, madeira bem integrada, um belo vinho de final bem longo e fresco. Importadora Berenguer

Lagar de Bezana Aluvion 2008 – um blend Syrah/Cabernet Sauvignon de muita qualidade onde a syrah é protagonista e dá suas caras com muita qualidade. Consegue equilibrar de forma harmoniosa a potência, extração e elegância o que nem sempre ocorrer. Rico e complexo, é um vinho marcante. Importadora Magnum

Meli 2010 – Carignam com mais de 50 anos que leva um tempero de 7% de Cabernet Sauvignon. Encorpado, denso, taninos finos e mito saboroso. É na boca que ele mostra todos seus encantos. Importadora La Charbonade

Garage Field Blend Carignan Old Vines 2010 – de vinhedos de Carignan com mais de 50 anos e um toque de Grenache, por volta de 10%, o vinho é vibrante, de bom corpo, taninos aveludados e um certo frescor de final de boca que nos seduz. Poucas garrafas, algo ao redor de 3500 gfs, para poucos apreciadores.  Importadora Premium

Rukumilla 2008 – Cabernet Sauvignon com Cabernet Franc num encontro muito saboroso e bem feito. Nariz intenso e mito atrativo nos faz levar a taça à boca onde taninos aveludados nos recebem com bom volume de boca onde se destacam notas achocolatadas e tem mais, um teor alcoólico de cordatos 13.2% que nos faz pedir bis. Procurando importador (eu acho!)

Tunken Wines Malbec 2011 – para quem é amante da  uva, è a chance de experimentar algo diferente pois esta interpretação da cepa é algo diferenciada do que se está habituado a tomar da Argentina e os produtores primam por vinhos sempre mais equilibrados e elegantes. De  boa estrutura, denso, extração correta sem exageros, bem frutado de final sedoso e apetecível mostrando bem a matiz do terroir e do conceito do produtor. Procurando importador.

Starry Night  2010 – Puro Syrah de região mais fresca (Maipo Costa – Cordilheira da Costa). Um vinho de muita classe e personalidade, sedutor na boca e no nariz, arrisco dizer que deve ser um dos melhores syrahs chilenos que já passaram por minha taça. Um excelente vinho, apetitoso, elegante, frutado com equilibrados toques de especiarias típicos da cepa, para mim o melhor vinho do evento, sem desmerecer qualquer um dos outros, porém este está um degrau acima dos demais e me seduziu. Procurando importador, acho, porém vi alusões à Vinoart que não conheço?

Para não alongar muito mais este post, listo mais alguns rótulos que estão pouco abaixo destes em minha avaliação, porém todos muito bons que merecem que você gaste um pouco de seu tempo e grana para conhecer e curtir:

Erasmo 2007, Flaherty Aconcagua blend 2008, Gillmore Hacedor de Mundos Cabernet Franc 2008, Von Siebenthal Carabantes blend 2009 e Lafken 2009, também um blend, todos muito bons e diferenciados.

         No total, doze vinhos de tirar o chapéu e despertar muitos uaus pelas mesas mostrando sua capacidade de seduzir, mas os outros ficam pouco atrás. Acho que o “selo” MOVI é certamente um selo a buscar nas garrafas menos conhecidas, fique de olho e aproveite. A foto, tirada a esmo, mostra alguns dos rótulos provados, clique nela para aumentá-la.

Salute e kanimambo

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

Descobrindo a Argentina e Seus Vinhos – II

Antes de falar dos vinhos da MOVI, que farei no próximo post, e 160 vinhos mais sábio sobre os vinhos e regiões produtoras dos Hermanos algumas constatações e dicas se fazem necessárias:

A diversidade de terroirs, ou terruños como eles os chamam, é imensa assim como os vinhos e produtores então a pesquisa e a prova é essencial. Saia da mesmice, vale muito a pena!

Não deixe de comprar seu Malbec, porém também não deixe de descobrir os Tannats de Salta, os Cabernet Franc de Mendoza, os Torrontés de Cafayate e os espumantes de Mendoza, todos grandes surpresas para mim que me seduziram. Produtos menos usuais, mas não por isso menos saborosos e de muita qualidade. Aventure-se, eu o fiz e adorei o que tive a oportunidade de conhecer especialmente a enorme evolução que tiveram os Torrontés. Só para que tenham uma ideia, separei pelo menos oito deles que acho imperdíveis!

A Argentina está cara, como já nos tinha informado um leitor amigo, verdadeiramente pela hora da morte no que se refere a preços em geral! Inflação alta, custos nas alturas e moeda fixa estão tirando a competitividade dos produtos argentinos e nos vinhos não seria diferente e há casos em que os preços nas lojas mais conhecidas estão iguais ou muito similares ao Brasil. Se carregar de peso por pouco mais de R$20 a garrafa nos vinhos comodities, quando muito, não vale a pena então minha sugestão é explorar os rótulos menos conhecidos e que não estão presentes no Brasil.

As lojas de vinhos padrão tipo Winery e Tonel Privado quase só vendem aquilo que já cá temos com pouca diversidade e um atendimento meia boca (pelo menos nas que entrei), então a dica vai aqui para duas lojas:

  • Lo de Joaquim Alberdi – Jorge Luis Borges 1772 – Palermo Soho com bons preços e produtos diferenciados. Loja bonita, atendimento de primeira, é minha preferida e há tempos que a indico aqui. Segue sendo uma exceção entre as obviedades do setor. www.lodejoaquinalberdi.com
  • Aldos Vinoteca & Restoran – Moreno 372 – aberto até tarde da noite com uma bela seleção de vinhos, certamente uma visita imperdível para os enófilos de plantão. www.aldosvinoteca.com

Parrilla em Buenos Aires tem aos montes, mas como o Don Julio (Guatemala 4699 – Palermo Soho) há poucos. Ótima carne e os vinhos acompanham o nível. Lá tomamos um Siesta Syrah 2007 (não muito fácil de se encontrar nas loja) muitíssimo bom, nota dez com as entradas (chouriço e morcilla) e carnes (ojo de bife, asado de tira)!

Em Mendoza não perca dois restaurantes, pelo menos, que possuem ótimos cardápios e excelentes cartas de vinho assim como uma loja com uma boa coleção de vinhos antigos, tinha até um Weinert estrela 1977!!

  • Siete Cocinas do Chef Pablo del Río, um cocinero de primeira e super boa gente. Releituras de pratos das diversas regiões argentinas com uma bela e diversa adega – Av. Mitre 794 Esquina com San Lorenzo. www.sietecocinas.com.ar
  • Azafrán com comida deliciosa, ambiente idem e uma cava de vinhos de primeira linha, tem a possibilidade de, tempo permitindo, de servir nas mesas da calçada para passar momentos muito agradáveis. Av. Sarmiento 768. www.azafranresto.com
  • Juan Cedrón – Não possuem site. Mas descendo a Sarmiento, atravessa a Plaza de Independenzia  e quando entra na parte da rua só para pedestre fica logo do lado direito, creio que no número 290. Vários rótulos de 97, 99 e verticais diversas de Enzo Bianchi, Achaval Quimera, Yscay, Angelica, Estiba Reservada, entre outros! Algumas boas promoções também, como um Achaval Malbec Mirador 2006 (Divino) por 600 pesos quando a média de mercado é 1000!

Por enquanto é só, depois falo um pouco daqueles rótulos e bodegas que, de alguma forma, mais me marcaram nesta viagem de descobrimentos e, em breve, uma cata de vinhos ainda não disponíveis para venda no Brasil que trouxe como um exemplo da enorme diversidade  e estilos descoberta nesta viagem. Aguardem o dia e, se quiserem, já me antecipem seu interesse através de e-mail ou através de comentário aqui no blog.

Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos.

Carnaval em Espanha e Portugal

         Gente enquanto ando por aqui nas terras dos hermanos, metido no meio de uma greve que afetou todos os transportes, minha querida amiga e sócia lançou nossa nova viagem enogastrocultural que, para variar, está imperdível e desta eu não escapo não e certamente estarei junto com os amigos que nos derem o privilégio de sua companhia. Desta feita metemos alguns dias em Espanha o que tornou a viagem ainda mais interessante e o roteito ficou demais, muita diversidade e qualidade que é nosso mantra nessas viagens. Na volta falo mais do tema, mas de agora fique com o que a Inês publicou:

Mais uma imperdível viagem ao velho continente acaba de sair do forno. Desta vez, após muitos pedidos, fizemos questão de incluir a Espanha. Serão 14 dias de total imersão (e diversão) no melhor do vinho, da gastronomia e da cutura ibérica.

Para a acessar o roteiro completo com todos os detalhes da viagem, preço e condições, acesse o PDF clicando no seguinte link: roteiro completo.

Confira também como foram as outras viagens inesquecíveis já realizadas nos links abaixo:

Viagem Enogastrocultural Portugal Outubro 2012
Viagem Enogastrocultural a Portugal Fev/Março 2012

Esperamos você a bordo. O grupo será pequeno, de apenas 15 pessoas, então programe-se já! Salute, kanimambo e nos vemos por aqui, amanhã com, espero, algo mais sobre esta iagem de descobertas pela vinosfera argentina.

Descobrindo a Argentina – I

        Incrível viagem que se iniciou pelo norte do país com parada num lugar mistico chamado Colomé! Melhor forma de começar esta viagem de descobrimentos impossível e as surpresas têm se sucedido. Quando fazemos uma viagem destas é que nos damos conta de como as importadoras trabalham mal seus vinhos se atendo demasiado aos grandes nomes comerciais e se “olvidando” da enorme diversidade de rótulos, uvas, produtores e regiões que poucos conhecem.

     As dificuldades de comunicação aqui na remota região de Salta são tremendas, celular aqui esquece (!), e agora em Cafayate  consegui um sinal para rapidamente escrever este post, mas e-mails necas!. Já descobri algumas coisas muito interessantes e na volta farei duas degustações especiais. A primeira só com vinhos que curti por aqui mas que não estão disponíveis no Brasil e dos quais comprei uma garrafa para provarmos juntos, já a segunda serão com vinhos que não conhecia porém já são importados. Uma coisa eu sei, Baco certamente andou se escondendo por estas bandas!

      Vinho de 3.000 metros acima do nível do mar (sim andamos nestas alturas, na verdade a 3475 metros) , bons tannats, surpreendentes torrontés, malbecs diferenciados e cabernets de muita qualidade, o pessoal daqui mostra uma diversidade enorme a qual precisa ser explorada para extrair da região tudo o que ele pode dar.

    Não esqueci que devo as informações sobre os vinhos do MOVI e assim que der eu sento e coloco isso por aqui, mas haverá muito mais matéria para compartilhar com os amigos, pois em três dias já são mais de 45 vinhos provados. Aguardem, mas tenham paciência pois o tempo é escasso e as dificuldades grandes. Conforme for dando vou atualizando o Blog. Salute, kanimambo e abram sas mentes, corações e taças para a diversidade dos vinhos dos hermanos, pois, como estou descobrindo, há muita vida neste lugar para além dos óbvios Malbecs mais midiáticos.

     Salute, kanimambo e nos vemos por aqui

MOVI – Um Exemplo Chileno a Ser Seguido Pelos Produtores Brasileiros

     Há poucos dias participei da degustação promovida pelos 21 membros desta associação e A-DO-REI o que ouvi e provei, um exemplo a ser seguido. MOVI – Movimento dos Vinhateiros Independentes do Chile é uma associação de 21 produtores loucos por vinho que põem a mão na massa para produzir apenas algo ao redor de 40.000 caixas ano, ou por volta de 500 mil garrafas no total! Tem gente nesse grupo que produz ínfimas 1000 caixas ano ou seja, são produtores artesanais movidos por um projeto pessoal onde a paixão é colocada em prática “refletindo o caráter e identidade do terroir de seu local de origem”.

       Cada um tem seus canais de venda específicos e toca seu negócio de forma indepentente, porém a associação trata de promover conjuntamente as empresas e seus produtos e que produtos! Faz tempo que não participo de uma degustação tão marcante com presença de vinhos deste patamar de qualidade mostrando que a vida para além dos grandes conglomerados e rótulos midiáticos chilenos existe e é de primeira linha. Nascido há quatro anos com doze produtores, hoje totaliza 21 porém o grupo segue aberto a outras inclusões. Eis a lista dos produtores dos quais tivemos o privilégio de provar uma seleção de vinhos realmente top; Armidia, Bravado Wines, Bustamante, Clos Andino, Flaherty Wines, Garage Wine Co., Gillmore, I-Wines, Lafken, Lagar de Bezana, Meli, Peumayen, Polkura, Reserva de Caliboro (Erasmo), Rukumilla, Starry Night, Trabun, Tremonte, Tunquen Wines, Villard e o maior deles, a Von Siebenthal. Fique de olho nos rótulos desse pessoal, valem muito a pena serem conhecidos!

        Não sou de dar nota para vinhos, exceto em concursos e degustações do qual participo e haja essa necessidade, porém se tivesse que o fazer neste dia creio que 80% desses vinhos teriam pontuação acima de 90 pontos o que, para mim, não é comum fazer. Pessoalmente costumo classificar meus vinhos em:  Ruim / Fraco / Médio (Honesto) / Bom / Muito Bom / Excelente e DTC (De Tirar o Chapéu) e nesta degustação, afora uns três ou quatro rótulos “somente” bons, todos vinhos de grande categoria e uma meia dúzia marcantes. Na semana que vem compartilho um resumo dos vinhos tomados, mas desde já fico triste pois o MEU vinho da degustação não tem importador, ainda! Vou ter que pedir para os amigos me trazerem umas garrafas, fazer o quê.

      Esta introdução aos vinhos da MOVI, tem o objetivo de dar um toque aos pequenos produtores artesanais brasileiros que não participaram dessa excrecência de Salvaguardas ao Vinho Brasileiro, sim não esqueçerei tão cedo, que a Ibravin e os barões do vinho quiseram nos impor, UNAN-SE! Montem sua própria associação com projetos mercadológicos conjuntos, saiam pelo Brasil mostrando sua cara aos formadores de opinião e publico em geral. Deixem de ficar se lamentando pelos cantos, hajam, tomem uma atitude tipo MOVI e façam acontecer porque como já dizia Vandré; “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”!

      Salute, kanimambo e um ótimo feriado a todo, semana que vem falo dos vinhos provados. Quem ficar em Sampa e região vai aqui uma dica; nesta Sexta na Vino & Sapore tem Happy Wine Time! Vá conferir os  bons vinhos que estarão disponíveis á taça com empanadas Caminito e outros quitutes num ambiente informal, descontraido e gostoso com a cara da Granja Viana.

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Pensamento da Semana

      Para começar bem a semana de feriadão, um pensamento que visa valorizar mais os momentos que os eventuais néctares na taça pois como já dizia Humphrey Bogart; ” Os vinhos que são mais lembrados não são necessariamente os melhores que foram degustados. A qualidade suprema pode não ser tão prazerosa quanto aquele vinho mais humilde bebido em circunstâncias especiais”

      Dá para pensar não? Pergunte-se qual o melhor momento do ano na companhia da taça, talvez se surpreenda com a resposta! Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

 

 

Taças de Vinho – Necessidade ou Frescura?

        Já faz um tempinho que escrevi sobre a importância das taças no mundo do vinho. Para ser exato, faz quase cinco anos e foi um de meus primeiros posts que segue sendo um de meus mais acessados estando sempre entre os top 10 na lista dos mais lidos. Para muitos dos iniciantes e até iniciados nos mistérios de nossa vinosfera, sempre fica uma tremenda de uma duvida do quanto do que se fala sobre o tema é frescura ou se há efetiva necessidade de se investir um pouco nesse tema.

       Sempre tive uma clara opinião sobre isso achando tão importante ao vinho quanto a temperatura adequada de serviço. Pode-se tomar vinho em copo de requeijão? Lógico que pode e eu mesmo já tive um imenso momento de prazer fazendo isso numa tasca no interior de Portugal acompanhado de pataniscas de bacalhau junto com um saudoso primo, no entanto cada momento é um momento e cada vinho é um vinho! Não dá para ir a um baile de formatura de tênis e bermuda, mas dá para ir ao churrasco do amigo! Cada momento, mesmo que o prazer seja semelhante, requer uma vestimenta diferente e na nossa vinosfera não é diferente.

       Quando galgamos degraus, saindo do vinho básico de mesa, de garrafão e partimos para apreciar vinhos finos de qualidade há que se dar um salto de qualidade na “ferramenta de trabalho” (rs) para melhor usufruir das nuances especificas que cada um desses vinhos tem a nos oferecer. Quanto melhor e mais sofisticados e complexos forem os vinhos, melhor e mais especificas devem ser as taças. Tem gente que gasta verdadeiras fortunas num vinho e depois o toma numa taça comum sem aproveitar tudo o que aquele caldo tem a lhe oferecer e isso é fato, não frescura, conforme pudemos comprovar numa deliciosa e esclarecedora degustação de taças realizada na Vino & Sapore para mais de 30 pessoas.

      Foi o Riedel Tasting, magnificamente apresentada pela brand manager da marca no Brasil, a Cristina Geremias. Foram colocadas sobre a mesa cinco taças de vinho específicos para vinhos de determinadas cepas; Chardonnay, Pinot Noir, Syrah, Cabernet Sauvignon e uma última de branco genérico com os seguintes vinhos; Catena Chardonnay, Alma Negra Pinot, Montes Alpha Syrah e Pisano Cabernet. (clique na imagem para aumentá-la)

         Começamos provando o de Chardonnay que me impressionou sobremaneira pois a engenharia falou mais alto aqui! O bojo e abertura intensificam os aromas enquanto o diâmetro e formato da borda da taça faz com que o vinho penetre a boca de forma diferente jogando o caldo para o final de boca aguçando a sensação de frescor devido à acidez percebida. Pegamos esse vinho e jogamos na taça genérica, onde foram parar os aromas?!! Agora colocamos o vinho num copo de plástico, onde foi parar o vinho?!!!!!!!!!!!!! Voltamos a colocar o vinho na taça de chardonnay e, como num passe de mágica, voltaram todas as sensações aromáticas e palativas, demais! Não acredita, contate qualquer um dos presentes e tire suas duvidas, inclusive com o amigo Alexandre Frias, autor do gostoso Diario de Baco, que esteve presente ao evento com sua charmosa e bonita esposa.

        Demos sequência com o restante dos vinhos e taças, porém não vou vos cansar contando a história de cada um, o importante foi a constatação de que sim, cada vinho tem sua taça e essa descoberta veio através da engenharia e conhecimento adquirido por uma das maiores, se não a maior, produtora de taças de vinho no mundo. Com todo o “expertese” adquirido na produção de cristais finos há mais de 250 anos e pioneira na criação de taças de cristal funcionais que visam extrair dos vinhos todo seu potencial, a Riedel mostra-nos como uma taça pode ser importante para melhor apreciar um bom vinho. Não é à toa que, mesmo sem nunca ter produzido uma única gota de vinho em sua vida, Georg Riedel, atual CEO do grupo e propulsor da marca da família pelo mundo, foi nomeado Home do Ano em 1996 pela conceituada revista inglesa especializada em vinhos, a Decanter Magazine.

       Não são taças baratas, porém se você ama e possui bons rótulos de Chardonnay,  recomendo que invista numa taça dessas, afinal custa basicamente a mesma coisa que uma garrafa de um bom vinho! O mesmo vale para qualquer uma que seja sua paixão;  Pinot Noir, Syrah ou Cabernet Sauvignon. Agora, é importante saber que nenhuma taça, nem as da Riedel, transformam vinho ruim em vinho bom! Essas taças vão é ressaltar e enaltecer as características de cada vinho e isso vale para o que ele tenha de bom e ruim!!!

      Uma taça para cada cepa, no entanto, pode ser um exagero e preciosismo desnecessário especialmente se você não é um colecionador e apreciador costumeiro de grandes vinhos. Nesse caso, recomendo uma taça mais genérica padrão Bordeaux, da Riedel uma boa opção é a Overture que produz resultados bastante interessantes e é mais econômica, que serve para a maioria dos tintos e uma para brancos assim como uma outra para espumantes. Uma bela e esclarecedora degustação que nos foi presenteada pela Riedel e Mistral, sua única e exclusiva importadora no Brasil. Uma chamada especial para a linha de decanteres, em especial o de nome EVE, em formato de serpente, SHOW de bola!

   Salute, kanimambo e hoje tem Happy Wine Time com os vinhos da Vínica (Xisto Alvarinho / Casa da Passarela Colheita Selecionada e Surani Costarossa Primitivo di Manduria) na Vino & Sapore. Vejo voces por lá?!

Ps. Última dia sobre este assunto. Preserve as taças, cuide você mesmo delas!!!

Vinhos de Primavera Bons e Baratos

          Buscar rótulos de boa relação Qualidade x Preço x Prazer em qualquer das faixas de preço vigentes no mercado, é e sempre será um dos muitos objetivos deste blog. Estou com uma listinha desses rótulos a publicar, porém hoje me atenho aos mais baratos e aos vinhos que têm tudo a ver com a estação que recém entramos. Mês de primavera com calor de verão, que aliás parece que nunca foi embora este ano, o que nos faz buscar vinhos mais refrescantes como os brancos, rosés e espumantes.

Amalaya Branco – Vinho á base da cepa Torrontés que produz alguns bons caldos na Argentina. Com um toque de Riesling qe aporta uma maior acidez ao blend, mostra aquele floral típico da cepa, porém de forma menos intensa com algo cítrico no nariz e na boca um frescor muito bom, pois a Riesling faz muito bem esse papel dando-lhe um equilíbrio importante porque muitos torrontés por aí tendem a ficar algo enjoativos. Este é suave, balanceado e fácil de se gostar com um único inconveniente, a garrafa tem a tendência a acabar rápido demais!

Man Vintners Chenin Blanc – originária da região do Loire na França, esta cepa se deu muito bem na África do Sul onde encontramos alguns vinhos muito bons. Este vinho é de gama de entrada para ser tomado bem geladinho, ao redor dos 6ºC, é super refrescante para acompanhar petiscos variados inclusive frutos do mar e queijos de cabra. Para quem gosta dos Sauvignons Blanc, vale enveredar por vinhos desta cepa pois apresentam características de frescor muito similares.

Arco de la Vega Rosado – um rosé espanhol á base de tempranillo, de ótimo custo x beneficio que vale muito a pena como um vinho de entrada, pois possui muito das característica dos brancos mais leves e vibrantes. Notas de cereja, boa acidez que elimina eventuais sensações doces, uma mineralidade presente que me surpreendeu, certamente acompanhará bem um arroz de mariscos e um papo informal.

VillaVid Blanco – mais um espanhol de ótima relação qualidade x preço x prazer, coisa que tem se tornado costumeiro encontrar em boa parte dos vinhos espanhóis encontrados nas prateleiras dos pontos de venda de vinho espalhados no mercado. A uva Verdejo prima pelo frescor e aqui se junta à Macabeo para produzir um vinho muito saboroso de frutas tropicais,  fresco, algo cítrico na boca mas com um tempero a mais!

Falernia Pedro Ximenez – mais um que sai da mesmice, tanto no quesito região, uma nova zona quase desértica no norte do Chile – Vale do Elqui, quanto na uva em si que, na Espanha, é tradicionalmente usado na elaboração de vinhos doces na região de Jerez, os famosos PX. Este é vinificado de forma diferente gerando um vinho fresco de aromas intensos lembrando frutas cítricas e tropicais e um leve toque mineral. Na boca, é fácil de gostar, tem uma acidez gostosa, bom volume de boca, é delicado e com um final, equilibrado e seco.

       Existem muitos mais rótulos interessantes que valem a pena ser provados, aos poucos falarei um pouco deles, mas o bom destes é que a média de preços anda ao redor dos 40 Reais (mais ou menos 10%) o que é uma prova de que para se beber bem não há necessidade de grandes gastos. Explore, aventure-se por novos sabores e curta estes vinhos mais refrescantes pois a estação pede por isso.

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

Salvaguardas Enterradas, mas Ficou um Gosto Amargo na Boca

       Bem, já escrevi algo sobre este tema há pouco mais de dez dias, mas exagerei e, inclusive, alterei o título do post. Não existe a obrigatoriedade, o que mais me indignou, e o acordo, feito na verdade para que as partes (governo e Ibravin) não ficassem muito mal na fita, está mais para uma carta de intenções no qual o mais importante projeto a ser trabalhado será um esforço conjunto de todas as partes envolvidas no sentido de aumentar o consumo local até um patamar de 2,5 ltrs per capita dentro de um período de 4 anos. Melhor assim!

      O acordo sempre foi o objetivo dos Chatos, grupo de consumidores e cronistas do vinho contrários a essa excrecência das Salvaguardas e das entidades representativas, dos importadores e comerciantes de vinho em geral. Cansamos de estender a mão, mas só quando viram que a coisa estava perdida é que se deram ao trabalho de sentar para conversar. Não há como deixar de lado as imagens do Adriano Miolo fugindo do Didu, da falta de respostas dos Valduga, da truculenta ação da Ibravin ou da falta de tato, para não dizer educação, de seu assessor de imprensa no trato com o consumidor e imprensa. Tudo isso deixa um amargor de final de boca muito difícil de digerir e sabemos que temos que permanecer alertas, pois do lado de lá pode vir qualquer coisa a qualquer momento!

      No geral, vi pouca ênfase em solucionar alguns dos pontos mais problemáticos de nossa vinosfera tupiniquim que é a estrutura tributária desde insumos na produção e elaboração até a comercialização assim como o excesso de produção. Não temos que produzir mais, temos sim que produzir melhor e mais barato! De qualquer forma, minha proposta fica de pé:

Paguem 15% de meus custos na loja e coloquem os vinhos consignados e eu aloco 15% do espaço para a produção brasileira.

      Só não me peçam para assumir o risco sozinho pois meu empreendimento visa o lucro e, para tanto, preciso ocupar a loja com vinhos que meus clientes comprem! Filantropia é outro coisa e não se faz com o dinheiro dos outros meus amigos! Aliás, dizem (não vi) que os produtors locais, aqueles das salvaguardas, estão aumentando preços em 12.5% sem contar o que já aumentaram em Março! Imaginem só o que aconteceria se tivessem emplacado as Salvaguardas!!

      Antes de finalizar vai aqui meu recado aos produtores brasileiros envolvidos nessa tentativa de golpe ao bolso e liberdade de escolha do consumidor brasileiros, caiam na real! A saída para a sinuca de bico que se enfiaram não está em produzir mais, conseguir mais espaço de exposição nas gondolas ou prateleiras de supermercados e lojas especializadas, tão pouco pela ditribuição apesar que esta última tem importância no processo. Esses players não são seu target! O seu foco tem que ser o consumidor final que deseja qualidade a preço justo e, enquant não conseguirem equilibrar essa conta, não há ação que alcançe os objetivos desejados e aumentar preço não ajuda nada. Enfim, para quem ainda não teve a oportunidade de ver o acordo completo, segue abaixo.

  • ACORDO DE COOPERAÇÃO QUE ENTRE SI CELEBRAM A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS (ABRAS), A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EXPORTADORES E IMPORTADORES DE ALIMENTOS E BEBIDAS (A.B.B.A.), A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BEBIDAS (ABRABE), O INSTITUTO BRASILEIRO DO VINHO (IBRAVIN), A UNIÃO BRASILEIRA DE VITIVINICULTURA (UVIBRA), A FEDERAÇÃO DAS COOPERATIVAS VINÍCOLAS DO RS (FECOVINHO), O SINDICATO DAS INDÚSTRIAS VINÍCOLAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (SINDIVINHO-RS), A ASSOCIAÇÃO GAÚCHA DE VINICULTORES (AGAVI) E A COMISSÃO INTERESTADUAL DA UVA (CIU).A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS (ABRAS), por meio de seu representante legal abaixo firmado, com sede em São Paulo, Capital, na Av. Diógenes Ribeiro de Lima, 2872, Bairro Alto da Lapa, CEP 05083-901; a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EXPORTADORES E IMPORTADORES DE ALIMENTOS E BEBIDAS (ABBA), por seu representante legal abaixo firmado, com sede na Rua Machado Bitencourt, 190-conjunto 609, São Paulo – SP, CEP 04044-000; a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BEBIDAS (ABRABE), por seu representante legal abaixo firmado, com sede na Avenida 9 de Julho, 5017, 1º andar – São Paulo – SP, CEP 01407-903 (doravante denominadas simplesmente de “Associações”; o INSTITUTO BRASILEIRO DO VINHO (IBRAVIN), por seu representante legal abaixo firmado, com sede na Alameda Fenavinho, 481 – Ed. 29 – Bento Gonçalves, RS, CEP 95700-000; a UNIÃO BRASILEIRA DE VITIVINICULTURA (UVIBRA), por seu representante legal abaixo firmado, com sede na Alameda Fenavinho, 481-D – Cx. Postal 101, Bento Gonçalves – RS, CEP 95700-000; a FEDERAÇÃO DAS VINÍCOLAS DO ESTADO DO RS (FECOVINHO), por seu representante legal abaixo firmado, com sede na Rodovia RST 453, km 117, em Farroupilha – RS; o SINDICATO das INDUSTRIAS DO VINHO DO RS (SINDIVINHO), por seu representante legal abaixo firmado, com sede na Rua Ítalo Victor Bersani, nº 1134, Caxias do Sul – RS; a ASSOCIAÇÃO GAÚCHA DE VINICULTORES (AGAVI) por seu representante legal abaixo firmado, com sede na Rua John Kennedy, 2233, Sala 11, Flores da Cunha – RS; e a COMISSÃO INTERESTADUAL DA UVA (CIU) por seu representante legal abaixo firmado, com sede na Av. 25 de Julho, 1732, Flores da Cunha – RS; doravante denominados de “Setor Vitivinícola Brasileiro”, ante a análise das seguintes circunstâncias e:CONSIDERANDO

    1. que, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, fez publicar no Diário Oficial da União de 15/03/2012, a CIRCULAR Nº 9, de 14/03/2012, determinando a abertura de investigação para averiguar a necessidade de aplicação de medidas de salvaguarda sobre as importações brasileiras de vinho, comumente classificadas no item 2204.21.00 da Nomenclatura comum do MERCOSUL-NCM, tendo em vista o que consta no Processo MDIC/SECEX 52000.020287/2011-59, bem como do Parecer nº 4, de 14/03/2012, elaborado pelo Departamento de Defesa Comercial – DECOM;

    2. que, as “Associações” demonstram disposição a empreender esforços e compartilhar iniciativas necessárias para auxiliar na expansão do mercado nacional de vinho fino, o que deverá beneficiar o “Setor Vitivinícola Brasileiro”;

    3. que, conhecedoras as “Associações” e o “Setor Vitivinícola Brasileiro” que a salutar e leal concorrência dos vinhos importados estimula e amplia a cultura do vinho fundada na imensa variedade do produto, beneficiando o consumo do vinho no Brasil;

    4. que, o setor vitivinícola brasileiro em sua petição de salvaguarda compromete-se a fazer investimentos com o intuito de reduzir custos de produção, promover os produtos nacionais e aumentar o ganho de escala possibilitando assim a ampliação de sua competitividade;

    5. que o uso de instrumentos de Defesa Comercial são normatizados pela legislação brasileira e devem seguir os requisitos legais da OMC, e que as Associações e o Setor Vitivinícola Brasileiro esforçar-se-ão para, em comum acordo, evitar a adoção de barreiras às importações mediante o atingimento de objetivos comuns, estabelecidos entres as partes e contidos neste documento;

    6. que, é preciso estabelecer uma agenda positiva entre todos os atores envolvidos na cadeia do vinho: indústria, atacado, varejo, produtores, importadores, exportadores e governo.

    Deliberam as partes signatárias estabelecer o seguinte ACORDO DE COOPERAÇÃO:
    (i) as Associações e o Setor Vitivinícola brasileiro comprometem-se a buscar a comercialização de 27 milhões de litros de vinhos finos brasileiros em 2013, ampliando este volume paulatinamente até atingir 40 milhões de litros de vinhos finos em 2016, comumente classificados no item 2204.21.00 da NCM, por meio das seguintes ações:
    a. distribuição de 25% de vinhos finos nacionais nas redes de supermercados e 15% nos demais estabelecimentos varejistas;
    b. desenvolver parcerias entre vinícolas nacionais e importadores para aumentar a distribuição do produto nacional nas lojas, adegas, bares, restaurantes e demais pontos de venda;
    c. comunicar pró-ativamente este acordo e promover os vinhos brasileiros em seus estabelecimentos e instrumentos de comunicação;
    (ii) reunir esforços entre as “Associações”, com a indispensável colaboração do “Setor Vitivinícola Brasileiro”, na forma que serão detalhados em documentos apartados, com o objetivo de aumentar o consumo de vinhos, dos atuais 1,9 litros por habitante/ano para 2,5 litros por habitante/ano, o que se entende factível plenamente no espaço de quatro anos, ou seja, até o final de 2016;

    (iii) a ABBA, a ABRABE e a ABRAS apoiarão esforços, suas competências e as representações que dispõem no País, direcionando também o apoio ao “Setor Vitivinícola Brasileiro” junto aos órgãos do Governo, para os pleitos do segmento vitivinícola, quais sejam: (a) reduções de impostos; (b) ações de combate ao descaminho; (c) alongamento (securitização) das dívidas agrícolas; (d) programas de escoamento da produção vitivinícola.

    (iv) as “Associações” comprometem-se a não importar vinhos finos a preços aviltantes que possam ocasionar concorrência desleal. E disponibilizam-se a persistir no debate deste tema através de Grupo de Trabalho que já se encaminhará para formatação.

    (v) o “Setor Vitivinícola Brasileiro”, a seu turno, compromete-se a cessar quaisquer ações que visem à criação de barreiras tarifárias e/ou não tarifárias à importação de vinhos finos;

    (vi) o “Setor Vitivinícola Brasileiro” compromete-se ainda a realizar os investimentos propostos no Plano de Ajuste apresentado no processo de salvaguardas, no total de R$ 200 milhões, em ações especialmente voltadas para marketing, melhoria da qualidade, comunicação e indicação geográfica, a serem debatidos no Grupo de Trabalho que será constituído;

    (vii) As “Associações” e o “Setor Vitivinícola Brasileiro” se comprometem a repassar à SECEX, a cada três meses, estudo detalhado sobre as medidas conjuntas que forem implementadas em decorrência do acordo, com vistas a subsidiar aquela Secretaria na formulação de políticas públicas para o setor;

    (viii) em decorrência, as “Associações” e o “Setor Vitivinícola Brasileiro”, como acima aludido, decidem criar um Grupo de Trabalho para dar continuidade às ações conjuntas que visam atingir o objetivo de aumentar o consumo de vinhos finos nacionais, estudar a área de exposição para o vinho brasileiro, levando em consideração a diversidade de formatos e tipos de lojas, tipos de equipamentos de exposição, regiões geográficas, localização e logística. Para tanto, estabelecem como cronograma do Grupo de Trabalho e pauta inicial dessas reuniões o seguinte:

    (a) CRONOGRAMA:
    Em 08/11/2012 – a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) dará ciência da celebração do presente ACORDO DE COOPERAÇÃO aos seus conselheiros na ASSEMBLÉIA GERAL DA ABRAS que será instalada em São Paulo, quando elegerá o seu Presidente para o biênio 2013/2014;
    Em 08/11/2012 – No Jantar alusivo ao Dia Nacional do Supermercado, as Associações e o Setor Vitivinícola divulgarão de forma solene, na abertura deste, o ACORDO DE COOPERACAO firmado entre as partes. Este dia é festejado anualmente pela ABRAS com a Cadeia Produtiva, Parceiros Fornecedores e Autoridades, e a oportunidade será usada pelas partes como forma de, em âmbito efetivamente nacional publicitar e sinalizar para todo o País a implementação do ACORDO, reiterando as disposições contidas neste documento e agregando outras considerações que venham a ser consensadas para o aprimoramento de um trabalho conjunto;
    Em 19/11/2012 encontro em Porto Alegre;
    Em 10/12/2012 encontro em São Paulo;
    Em 28/01/2013 encontro em Porto Alegre.

    (b) PAUTA: desde agora estabelecem as partes uma pauta mínima para as discussões nas datas supra ajustadas:
    – ampliação de espaço para exposição de vinhos finos nacionais em supermercados, convidando-se a ABAD (Associação Brasileira de Distribuidores e Atacadistas) a participar desse e outros esforços;
    – estudo de formas de incentivo a bares e restaurantes em todo o País a ampliar suas Cartas de Vinhos com a participação de vinhos Nacionais, neste aspecto convidando a ABRASEL para fazer parte do Grupo de Trabalho;
    – realização de esforços conjuntos entre as signatárias para o detalhamento das Metas de Crescimento definidas acima, até o ano de 2016;
    – qualificação e atualização permanente (em esforço conjunto) dos trabalhadores que operam nas Seções de Vinhos;
    – estabelecimento de Parceria com o SEBRAE Nacional;
    – planejamento entre as partes visando uma preparação e o desenvolvimento de profissionais viabilizando palestras aos Consumidores em âmbito nacional, desenvolvendo parcerias para incluir o vinho fino brasileiro nos projetos que a ABS (Associação Brasileira de Sommelier) e as SBAV (Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho) coordenam;
    – Debate em âmbito do Grupo de Trabalho que será constituído entre Associações e Setor Vitivinícola Brasileiro, de um Fundo de Promoção do Mercado Vitivinícola, cujo formato será discutido pelo Grupo de Trabalho a ser constituído