Assunto até Tenho, Falta é Estimulo

           É, os amigos e fiéis leitores já certamente se deram conta que não venho escrevendo com a costumeira assiduidade, mas fica aqui um ponto de indagação que compartilho com meus amigos enoblogueiros. Porquê essa fobia de ter que escrever e postar todo o santo dia? Temos tanto assim a dizer? Será que não estamos exagerando no volume de informações que publicamos na ânsia de sei lá o quê? Quem consegue ler tudo o que publicamos diariamente e quanto disso tem efetivamente importância? O que é que nos move; fama, dinheiro, projetos, competição, realização pessoal? É fuga ou missão?

            Eu confesso que ando á procura da chama e dos ideais que me fizeram iniciar este blog e minha coluna há pouco mais de dois anos e meio. Ando numa fase em que tenho tido muito mais interesse em curtir o vinho do que tentar interpretá-lo. Hora de querer buscar mais satisfação do que razão, hora de quebrar as barreiras da mesmice sem ter que virar o mundo de cabeça para baixo, hora de quebrar paradigmas e dizer que vinhos que eventualmente possam apaixonar alguns, a mim pouco me dizem e outros, absolutamente comuns para aqueles, a mim me apaixonam. Afinal, quem é dono da verdade ?

           O que faz com que gastemos horas pesquisando, provando e escrevendo? O que nos move? Quem sabe a paixão? Creio que é por aí, sim, porém a paixão também pode ser doentia e em alguns momentos até cegar e afetar a ordem de prioridades de nosso dia-a-dia. Tétrico, crise existencial, não nada disso, somente um momento de reflexão necessário na busca do fio da meada para retomar o caminho com mais tesão e criatividade. Bom é curtir grandes momentos na companhia de amigos, , como os promovidos pelo amigos Marcio Marson da Eivin, ontem á noite, e Rui e João Pedro em Portugal, fazer descobertas, conferir, garimpar, nos deixar surpreender e até nos decepcionar com o doce néctar, porém sem deixar de perder o foco do que é realmente importante nesse processo. É esse equilíbrio, essencial a tudo na vida, e essa harmonização que me parecem ser o principal fundamento que deve permear nossas ações e pensamentos.

         No fritar dos ovos, quem sabe a resposta não seja; menos com mais intensidade?! Só algo para refletirmos durante o fim de semana enquanto preparo os posts da semana que vem. Salute e kanimambo pela visita. Quer ver e ler sobre as coisas do vinho? Aproveite, tem pancada de informação aqui do lado, basta pesquisar em categorias. Em dia de mais pontos de interrogação do que de exclamação, um toque mais descontraído com um pouco do célebre Analista de Bagé. Nos vemos por aqui.

Desafio Luso-Brasileiro, Surge o Campeão!

Bem, certamente que os amigos Rui e João Pedro  tecerão seus próprios comentários sobre este agradável encontro com os espumantes e, especialmente, com as pessoas. Quisera eu ter a verbe de um Rui ou de um Luiz Horta para poder colocar exatamente tudo o que foi este evento ocorrido em Loures, próximo a Cascais, com um delicioso jantar promovido pelo Grand Chef Jean-Pierre Carvalhô, um amante não só do vinho como da boa gastronomia, mas vai do meu jeito mesmo. Certamente um dos melhores Desafios de Vinhos que já realizei, até porque o anfitrião fez questão de despejar sobre a  mesa algumas preciosidades engarrafadas, após 11 espumantes! (desses falo num outro dia)

            Pela primeira vez um destes desafios foi efetuado ás claras o que foi uma quebra de paradigma. O Chandon Excellence e o Valduga 130, foram degustados no dia seguinte em uma degustação do Dão com o produtor João Tavares de Pina da Terras de Tavares (mais um de meus célebres desencontros) com a presença de um outro blogueiro luso que não tive a oportunidade de conhecer nesta viagem já que um compromisso de última hora fez com que ele não pudesse comparecer, é o Miguel da Pingamor. O resultado individual então, é a soma das notas dividida pelo número de degustadores e o resultado por país contempla os cinco portugueses e cinco brasileiros excluindo o de maior e o de menor nota média individual.

             O resultado traz à tona a grande fase pela qual passa a produção de espumantes brasileiros sejam eles Brut, Extra-brut, Nature, método champenoise ou charmat, mas também mostra que os os espumantes portugueses são páreo. Não entrarei em detalhes sobre os espumantes brasileiros, deixarei isso para os amigos João Pedro e Rui, até porque no Grande Desafio de Espumantes realizado no final do ano passado teve ampla divulgação e seria chover no molhado. Desta feita, o espumante que mais se destacou entre os brasileiros foi o Miolo Millésime (a melhor garrafa deste espumante que já tomei) ao qual pela primeira vez dei 90 pontos. Divino; complexo, ótima acidez, rico e com uma perlage fina, abundante e persistente, um grande espumante. Um outro que nos trouxe muito prazer ao tomar confirmando sua performance  no Grande Desafio de Espumantes, foi o Ponto Nero Extra Brut um dos menos valorizados rótulos nacionais o que faz com que sua relação qualidade x preço x prazer seja hoje uma das melhores no mercado e espero que assim permaneça. Com uma performance constante, o Cave Geisse Nature é um espumante de grandes qualidades mostrando sua matiz altamente gastronômica que satisfaz sobremaneira, tendo o Salton Evidence e o Villaggio Grando Brut, representando Santa Catarina, confirmado o que deles se esperava e o VG promete um belo futuro já que é sua primeira safra e o único exemplar brasileiro, pelo menos que eu conheça, que tem em sua composição a casta Pinot Meunier, ficando o Chandon Excellence e o Valduga 130 como sempre, entre os melhores da prova.

         Do lado português, a meu ver dois grandes destaques o Vértice Gouveio e o Caves Montanha 2003 da região da Bairrada. Dos desafiantes portugueses, no entanto entrarei um pouco mais em detalhes, lembrando que neste caso, diferentemente dos tradicionais Desafio que promovo, os comentários não são o resultado da média da banca degustadora, mas unicamente uma coletânea de minhas anotações e impressões:

  • Quinta de Cabriz Bruto, um blend de Malvasia Fina e Bical produzido na região do Dão, pelo grupo Dão Sul. Talvez o mais simples de todos os espumantes provados, um rótulo muito em linha com a grande maioria dos bons espumantes médios brasileiros mostrando-se bem agradável de tomar, porém sem grandes atrativos que lhe dessem um destaque digno de ser mencionado.
  • Murganheira Super Reserva Bruto, elaborado com as castas Malvasia Fina, Cerceal e Tinta Roriz na região de Tavora-Varosa a primeira DOC de espumantes a ser implantada e situada na região do Douro. Para minha surpresa, eu que sou um fã dos Murganheiras, apesar de um espumante bastante agradável, foi o que menos me entusiasmou entre o total dos vinhos provados.  Saboroso, fresco, mas pouco marcante no palato apesar do bom nível de acidez, faltando-lhe complexidade. Bom, mas não chega a encantar.
  • Kompassus Bruto, um Blanc de Noir elaborado com Touriga Nacional e Baga na Bairrada, mas que apresenta em seu contra-rótulo a adição de Arinto, uma casta branca, mistério que quem sabe algum amigo português ou o próprio produtor possa nos elucidar. É a coqueluche do momento em Portugal continental, mas não foi um espumante que me cativou achando-o um pouco monocromático.
  • Cave Montanha Bruto Super Reserva 2003, blend muito interessante de Chardonnay com Arinto, também da região da Bairrada. A Arinto, com sua fruta e acidez aporta um frescor muito grande ao vinho cortando um pouco da untuosidade do Chardonnay que me pareceu ter uma leve passagem por madeira, mas posso estar errado. Como não consegui obter grandes informações do site do produtor, fica difícil afirmar. Agora, foi um dos espumantes mais interessantes provados nessa noite, muito complexo, guloso e intrigante, com bom corpo e muita personalidade que não passa despercebido pela taça, deixando rastros e indagações.
  • Vértice Gouveio, o único varietal presente ao Desafio e oriundo da região do Douro. Um belo espumante, mais para o estilo de um cava que de um champagne, mostra-se muito equilibrado, frutado com leves notas de panificação, perlage muito boa e fina mostrando-se bastante persistente com uma acidez cítrica muito atraente que pede sempre mais uma taça. Minha mais alta pontuação entre os espumantes portugueses provados e um caldo vibrante que cativa fácil.

      Agora você já deve estar para lá de curioso para saber o resultado final, não? Pois bem, não o farei esperar mais, o desafio quem levou foi o Brasil e o Grande Campeão do Desafio, aquela garrafa a que o Rui tanto se chegou, foi o Miolo Millésime, sendo seguido pelo Vértice Gouveio e logo em seguida pelo Ponto Nero Extra Brut. Completando o pódium com a mesma pontuação média do Ponto Nero, só que bem mais caros, o Valduga 130 e o Chandon Excellence. Veja os resultados gerais na tabela abaixo:

Rótulo Média de Pontos Classificação
Kompassus Blanc de Noir Bruto

87

9

Vértice Gouveio

91

2

Quinta de Cabriz Bruto

86

12

Montanha Bruto 2003

88

7

Murganheira Super Reserva

87

10

Total Portugal

439

 

 

Villaggio Grando Brut

86

11

Cave Geisse Nature 2007

88

8

Miolo Millésime 2006

92

1

Ponto Nero Extra Brut

90

3

Salton Evidence

89

6

Chandon Excellence

90

5

Valduga 130 Brut

90

4

Total Brasil Sem Miolo e Villaggio

446

 

Preferidos dos três:

  • João Pedro – Vértice Gouveio, Miolo Millésime e Chandon Excellence todos com 91 pontos (cerca de 17,3 pontos/20)
  • Rui Miguel – Miolo Millésime com 94 pontos (cerca de 18,3 pontos/20)
  • João Filipe – Miolo Millésime com 90 pontos. (17 pontos/20)

Salute, kanimambo

Mais da SISAB 2010

              É, já faz um pouco mais de dez dias que a feira acabou, mas só agora estou conseguindo terminar a reportagem do que vi e provei no último dia, sendo que alguma coisinha ainda fica para a semana que vem. Realmente foi uma feira em que os resultados foram, aparentemente pelas informações obtidas junto aos expositores, muito positivos e incrível como os países do leste europeu estão descobrindo os sabores de Portugal. Eram muitos os visitantes dessa região numa feira de negócios enogastronomica que teve seus objetivos alcançados, gerar novos negócios para os produtores portugueses.

Provam – esta é uma casa produtora composta de 10 vinicultores da sub-região de Monção no Minho, norte de Portugal e fundada em 1992 sendo importado e distribuido pela Casa Flora. Produtor que priva de minha intimidade pois é de constante presença em casa (será na loja também) com seu Varanda do Conde e, menos costureiramente, como o Portal do Fidalgo. Não conhecia ainda o Vinha Antiga que é um alvarinho delicioso, fresco e complexo, de bom corpo que passa por cerca de quatro a cinco meses em carvalho.  Ótima prova e passei mais de um dia para dar uma bicada, eheh!

Adega Cooperativa do Cadaval – CVR Lisboa, é um produtor em ascensão. Sou fã de seus brancos e recém conheci seu espumante Confraria Bruto, um DOC Óbidos sobre o qual tecerei maiores comentários em post em separado quando falarei de alguns bons espumantes provados durante esta curta visita a Portugal, fora dos que participaram do Desafio. Dois vinhos para o dia-a-dia e que têm tudo a ver com nosso calor e nossos pratos costeiros, os Adega da Confraria branco leve e rosé, vinhos que de certo se dariam bem por terras brasilis com uma vantagem adicional, são baratos e gostosos, mesmo que sem qualquer objetivo de complexidade. Esta, podemos encontrar sim, no Espumante e no Confraria Tinto, um tinto bastante agradável e fácil de tomar mas já situado num patamar diferente e ainda possuem um reserva em fase de apuramento. Seu Confraria Branco Leve é outro parceiro do verão que regularmente visita minha casa e minha mesa. Gente para ficar de olho por aqui e em Maio na Vino & Sapore.

Domingos Alves de Sousa – produtor que dispensa apresentações e que há muitos anos faz parte do portfólio da importadora Decanter, um parceiro meu tanto no blog quanto na loja. Dificil encontrar um vinhos deste produtor que não se goste. Desde o mais simples, Estação Douro, um daqueles rótulos de ótima relação custo x beneficio no mercado até seu mais elaborado vinho, Abandonado, todos são vinhos que enobrecem sua região, o Douro. Sem contar que o Domingos, quarta geração e seu filho Tiago vem seguindo seus passos para compor a quinta, é uma pessoa muito especial, muito gentil, simpático e sabedor das coisas, difícil separar o homem dos vinhos. Último dias, já meio da tarde e eu e ele sentados batendo papo e conhecendo alguns de seus vinhos topo de gama aos quais, por aqui, são de acesso mais difícil do ponto de vista monetário.

                “Brincamos” de fazer uma vertical com seus vinhos, porém com rótulos diferenciados. O interessante, é que as parcelas são colhidas e vinificadas separadamente, para depois serem feitos os blends que comporão os diversos rótulos baseado na caraceristica que se quer dar a cada rótulo. Não pergunte qual a composição de castas de cada vinho pois, a principio, todos são um blend das castas autóctones da região; Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Cão, Tinta Barroca e Tinta Roriz mais um montão de outras menos conhecidas,  podendo o porcentual de cada uma variar ano a ano dependendo de como cada parcela colhida se desenvolve. Eis os principais vinhos provados em ordem de safra, não na que foram provados.

  • Reserva Pessoal 2003 – composto de três vinhedos da mesma parcela com uma complexidade de aromas produzidos por cepas de idades diversas. Cor ainda rubi, muito vivo com uma presença tânica bem maior que os outros três vinhos anteriormente provados, taninos esses que se desenvolvem na boca de forma elegante terminando aveludado e muito harmônico mostrando ser um vinho de grande estrutura que ainda deve evoluir bem por mais alguns anos.
  • Porto LBV 2004 – sou fã deste vinho. Já tinha provado anteriormente, mas não canso de me surpreender com sua elegância, riqueza de sabores, fruta compotada, doce mas equilibrado por uma acidez no ponto em perfeito equilíbrio. Não é produzido todos os anos e são poucas as garrafas, sendo que desta safra foram só 8.000! Um dos ótimos LBVs existentes no mercado e na minha adega (eheh).
  • Quinta da Gaivosa 2005 – um dos ícones do Douro, um blend de 15 a 20 cepas de vinhedos com mais de sessenta anos. Um grande vinho, encorpado, denso, de taninos finos e grande elegância, notas tostadas, final longo com notas minerais, um vinho de grande personalidade e complexidade que encanta e dignifica a região. Elaborado a três cabeças e seis mãos; do próprio Domingos, seu filho Tiago e seu enólogo consultor Anselmo Mendes, outro nome que dispensa apresentações.
  • Quinta Vale da Raposa Grande Escolha 2006 – Nariz de boa intensidade com algumas notas florais, fruta madura  e algum chocolate que convidam à taça. Ótimo volume de boca, firme, um pouco austero no inicio, encorpado, fruta compotada com alguma presença de madeira e um final com toques  algo vegetais. Um belo vinho.
  • Quinta da Gaivosa Vinha de Lordelo 2007 – só vinho bala meus amigos, só vinhaço! Esse realmente mexeu com minhas estruturas. Para terem idéia do privilégio, é um vinho elaborado com uvas de um vinhedo com mais de 100 anos e dos quais se fazem, quanto muito, umas 4.000 garrafas ano! Estamos diante de um daqueles vinhos de autor muito especiais e longo, extremamente longo tanto na boca como na memória que é onde os grandes vinhos marcam presença. É daqueles vinhos para serem tomados daqui a 10 anos com grande satisfação, mas que já está magnífico e pronto a beber. Tenho provado alguns vinhos desta estirpe que, arrisco dizer, são o que os fazem grandes e me lembro muito claramente do Viñedos Chadwick 2005 (chileno) que possuía bem essa característica.  No nariz ainda algo tímido, alguma fruta madura compotada, mas é na boca com uma entrada marcante e sedutora que ele diz ao que veio. Complexo, muito rico, denso, de taninos ainda bem presentes porém muito finos mostrando uma elegância ímpar, no final aparecem uns toques de especiarias entre os frutos negros e alguma mineralidade. Acho que não preciso dizer que gamei, né?!

Segredos do Paladar – no estande do lado, uma empresa que comercializa e distribui diversos produtos que nos enchem o palato de satisfação. Seja com a ginginha Amo-te com flocos de ouro 24k, passando por delicias como o queijo de cabra biológico (orgânico) Herdade do Escrivão, as Broas de Alfarim com passas e pinhão, a Farinha Torrada um quitute que não conhecia e é de lamber os beiços, até chegar nos vinhos do Dão das Terras de Sto. Antonio. Pequeno produtor com uma produção de cerca de somente 25.000 garrafas produz dois rótulos, o Colheita (20.000 gfas) e o Reserva, provei ambos, até porque não resisto aos vinhos do Dão, muito pouco trabalhados no mercado externo e mesmo no doméstico.

  • Terras de Sto. Antonio Colheita 2005 – passa dez meses em barricas de carvalho francês e americano que passam despercebidos. Corte de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz, é um vinho que já se apresenta mais pronto a beber, redondo, elegante com um final mineral muito agradável e sedutor, fácil de agradar e muito apetecível.
  • Terras de Sto. Antonio Reserva 2006 – mesmo blend de castas porém com cerca de 3 meses mais de barrica, mostra-se ainda um pouco fechado, médio corpo, taninos finos, fruta escura muito bem casada com a madeira, uma acidez muito boa que pede comida, final longo, maior complexidade, mas que já se toma bem hoje devendo melhorar e evoluir com mais um a dois anos de garrafa.

           Bem por hoje é só, mas ainda tem mais. Tem a reportagem sobre os vinhos da Enoport (Caves Velhas) e sua nova investida no Brasil em parceria com a Domno (furo, em primeira mão) e meu agradável jantar com a Raquel e o Carlos da Quinta Mendes Pereira onde tomei um delicioso lançamento Escolha da Produtora entre outros rótulos com o já tradicional carimbo de qualidade desta casa.

          Falei que essa feira foi dez e tudo isto em somente três dias! Salute, kanimambo e amanhã tem o resultado do Desafio Luso-Brasileiro de Espumantes.

Desafio Luso-Brasileiro de Espumantes

            Determinado a fazer meu primeiro Desafio de Vinhos internacional, solicitei ajuda aos amigos João Pedro Carvalho (Copo de 3) e Rui Miguel (Pingas no Copo) para realizar este embate entre espumantes brasileiros e portugueses em minha recente visita a Lisboa para participar da SISAB 2010. O evento foi muito bom, ainda me faltam alguns posts para encerrar minha reportagem, e aí tirei mais meia dúzia de dias para visitar alguns produtores e família assim como conhecer pessoalmente os colegas e respeitados blogueiros do vinho que conseguiram incluir uma data em suas atribuladas agendas para realizarmos esse Desafio.

Representando o Brasil e levados por mim, alguns dos melhores espumantes brasileiros:

  • Miolo Millésime 2006
  • Salton Evidence
  • Marson Brut Champenoise
  • Valduga 130
  • Ponto Nero Extra Brut
  • Chandon Excellence (contribuição do amigo Marcio Marson da Eivin, já que a Chandon não me dá a miníma atenção).
  • Villaggio Grando Brut (também contribuição da Eivin)
  • Cave Geisse Nature

         Destes, houve uma lamentável baixa devido a problema de rolha com a garrafa da Marson, restando sete rótulos no embate. Para enfrentar esse escrete canarinho, uma equipe de porte e diversidade composta pelos seguintes rótulos portugueses:

  • Caves Montanha Bruto Super Reserva 2003
  • Kompassus
  • Murganheira Super Reserva Bruto
  • Vértice Gouveio
  • Quinta de Cabriz Bruto

        Para evitar críticas quanto ao número de “desafiantes” por equipe, resolvi (para efeito de somatória de pontos por equipe) eliminar dois rótulos brasileiros excluindo o de maior nota e o da menor. Deste jeito o embate fica mais justo, mas todos os espumantes competiram ao titulo de Melhor Vinho da Noite e campeão desta disputa internacional.

         

              Quem terá sido o ganhador? Portugal ou Brasil? Qual o espumante que levou o titulo de campeão? Bem, isso veremos depois de amanhã, porém já adianto que dele não sobrou gota para contar a história e fiquei preocupado com o Rui que se abraçou à garrafa assumindo a posse dela. (rsrs).

Salute e kanimambo

Mulher, Mulher, ………….

          São mulheres presidentes, promotoras, juízas, jornalistas, médicas, professoras, produtoras, enólogas, atletas, executivas, traders, empresárias ou donas de casa. São mulheres magras, gordas, bonitas, feias, dengosas, mandonas, peruas, sutis, sedutoras, todas transcendendo estereótipos, mulheres às quais por mais que tentemos, jamais conseguimos chegar a seus pés. Assim falou o poeta ao qual dou agora a palavra como minha homenagem a todas as mulheres, mas em especial a minhas filhas e minha esposa que espero sigam alegrando, enfeitando e completando minha vida. Parabéns pelo dia de hoje e grato por todos os outros!

 

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Reflexões do Fundo do Copo – Sobre Superlativos

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O livro “Gosto e Poder”, traduzido pela Cia das Letras no ano passado, do mesmo militante que se escondeu atrás das lentes do filme MondoVino, o americano que cresceu em Paris, Jonathan Nossiter, me deu ensejo de classificar os vinhos em categorias de gosto:

  • O vinho que se basta X o vinho que se complementa com a comida.
  • O vinho que usa de insumos agrícolas X o vinho natural, bio dinâmico, a favor do ambiente;
  • O vinho sem personalidade X o vinho com história;
  • O vinho desconhecido X o vinho que você tem na memória;
  • O vinho de terroir X o vinho de laboratório;
  • O vinho a favor do gosto dominante X o vinho que preza a variedade;
  • O vinho que se faz para ganhar dinheiro X o vinho que é feito com arte.

         Como a vida e a realidade são muito menos maniqueístas do que se pretende, os deuses e os diabos se confundem a toda hora e a clareza do texto fica manchada, pois o divino e diabólico ocupam os postos de seus opostos e vice-versa. Jonathan tem saudades de um tempo que não voltará e há um ilimitado elitismo neste seu sentimento. Os vinhos da sua França não voltarão, mesmo que se bio-dinamise toda a produção de vinho. O Bordeaux de hoje tem mesmo o gosto do mercado, pois ele é um produto de aspiração que não pode desiludir seus fãs. Fãs que imaginam o seu gosto, sem tê-lo conhecido… Jonathan é uma criança espantada perante o mundo de hoje.

        Mas com isso não critico a vontade, o gosto e as opções do simpático e mal humorado cineasta americano. Ao contrário, tenho a maior simpatia por quase todas as suas batalhas. Apenas digo que ele não parece entender o que aconteceu no mundo do vinho, mesmo após anos de entrevistas e documentários sobre o assunto, que, aliás, muitas vezes foi fruto de rigor profissional. Ninguém usa agro-tóxico para envenenar seu próprio terreno, suas uvas, seu consumidor. Ninguém determina que sua produção será de tantos litros por hectare com o intuito de piorar a qualidade de seu produto. Estas determinações são fruto da ignorância, da negligência, da falta de respeito para com o seu próprio produto, da falta de controle e rigor das entidades de estado, da ganância dos intermediários, da falta de conhecimento e experiência dos consumidores. São eventualmente dedo de amador, o que não quer dizer obrigatoriamente, dedo de gente que quer o mal.

      Aconteceu – se possível é usar a terminologia metaforicamente – que o modo de produção do vinho mudou. De artesanal e mercantil, tornou-se industrial e pós-industrial; de intuitivo, tornou-se planejado, de espontâneo tornou-se calculado; de fruto de um conhecimento local e familiar, tornou-se resultado de conhecimento universal; de fruto do conhecimento daquele terreno, tornou-se fruto de um estudo laboratorial de todas as determinações que fazem daquela terra melhor ou pior para se plantar. Tornou-se um dos maiores e mais lucrativos agronegócios do mundo, tomou terras antes improdutivas de regiões que jamais se produziu uva e com isso trouxe salário para muito trabalhador.

         Os apaixonados pelos grandes vinhos de Bordeaux e da Borgonha, parecidos com o Jonathan e eu, cientes da dificuldade de conseguir algumas das poucas garrafas de grande qualidade e arte que se produz na região, decidiram então sair mundo afora imitando a fórmula original, conferindo muitas vezes um toque pessoal, o que é natural e humano. Os apaixonados por multiplicar o capital investido até onde der, decidiram muitas vezes trilhar o caminho da quantidade, da falsificação, da falta de alma e arte. Entre uns e outros, alguns se submeteram ás leis do mercado simplesmente. Outros criaram verdadeiras maravilhas, surpreendentes.

          A produção do vinho pode ser uma ciência, uma arte, um ganho de vida, uma paixão, uma obsessão, uma ganância. Esta é uma realidade que não se pode negar e serve como pano fundo para todas as opções que se pode fazer, desde o gosto até o poder.

Mais um texto do amigo e colaborador, agora com participação quinzenal aos sábados, Breno Raigorodsky; 59, filósofo, publicitário, cronista, gourmet, juiz de vinho internacional e sommelier pela FISAR. Para acessar seus textos anteriores, clique em Crônicas do Breno, aqui do lado.

Dicas da Semana é a Sexta Edição da Já Tradicional Restaurant Week

         Além de São Paulo, a cidade de Vitória, ES promoverá o Restaurant Week no mesmo período, sendo a primeira vez que duas cidades realizam o evento simultaneamente. Nesta no de 2010 estão previstas a realização de doze etapas do evento,  sendo que dez já estão com suas datas agendadas. Algumas cidades mais movimentadas serão contempladas com duas edições como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. As novas cidades que recebem o evento pela primeira vez são: Curitiba e Vitória. Estão previstos, também para 2010, mas sem data definida, eventos em Porto Alegre e Belo Horizonte. Veja a agenda:

  • São Paulo – 1 a 14 de Março e de 30 de Agosto a 12 de Setembro
  • Rio de Janeiro – 10 a 23 de Maio e de  18 a 31 de Outubro
  • Curitiba – 31 de Maio a 13 de junho
  • Recife – 15 a 28 de Março e de  9 a 22 de Agosto
  • Vitória – 1 a 14 de março
  • Brasília – 25 de Janeiro a 7 de Fevereiro (Já era!) e de 19 de Julho a 1 de Agosto
  • *Porto Alegre – data em definição
  • *Belo Horizonte – data em definição

            Para o evento de São Paulo junto aos menus do Restaurant Week haverá também sugestões de harmonização com cerveja ou vinho. Essas harmonizações serão feitas pela Beer Sommelier da Baden Baden, cerveja patrocinadora do evento e também pelos sommeliers da importadora Casa Flora, com a linha de vinhos sul-africanos Twenty10, produzido pela Nederburg, os vinhos oficiais da Copa do Mundo.  Para cada restaurante serão oferecidas combinações de pratos com diferentes estilos da cerveja Baden Baden e do vinho Twenty10.

           O número de restaurantes participantes em São Paulo está limitado a 200. Entre os confirmados estão casas como Lellis Trattoria, Vicolo Nostro, Gigetto além do sofisticado La Vecchia Cucina do chef Sergio Arno, que entrou também com os seus restaurantes: Armazém Sergio Arno e alguns da rede La Pasta Gialla. Muitos restaurantes que já fizeram sucesso em outras edições voltam a participar como: Vinheria Percussi, Brasil a Gosto, Marakuthai, Marcel, Thai Gardens, Obá, Ak Delicatessem, La Marie, Ávila, Ça-Va, Arábia, entre outras. Como novidade essa edição recebe duas importantes pizzarias, o que não era possível nas edições anteriores: Bendita Hora e Speranza, que vão oferecer pizzas individuais aos clientes.

           O desafio que o São Paulo Restaurant Week impõe aos restaurantes continua o mesmo: preparar cardápios diferenciados com entrada, prato principal e sobremesa a um preço fixo, igual em todas as casas: almoço por R$ R$ 27,50 + 1 e jantar por R$ 39 + 1 (couvert, bebidas e 10% não inclusos). O real acrescido a conta será destinado para a fundação Ação Criança. Querem saber onde ir? A lista de restaurantes está no site, porém vou dar algumas dicas e sugiro ligar para reservar com antecedência. Restaurantes o La Marie, Vinheria Percurssi, Marcel, Vechia Cucina e Vicolo Nostro, Café Journal, Felix Bistrot (Granja Viana), Thai Gardens e Praça São Lourenço entre outros, são imperdíveis e vai faltar dia! Afora esses veja esta dica abaixo:

            Ávila, restaurante especializado em carnes argentinas, participará da 6ª edição do São Paulo Restaurant Week, pela segunda vez somente no jantar, optando por não mudar o ritmo de seus usuários freqüentes no horário do almoço que já é bem movimentado.  O restaurante optou por oferecer os seus pratos do cotidiano, para que mais pessoas conheçam seu estilo e a qualidade de sua carne.

De entrada será servido um prato de origem francesa, mas muito executado na argentina – Vitel Toné: carne fria de vitela com molho de anchovas, alcaparras e folhas de rúcula.

 Para o prato principal escolheram um dos cortes de carne mais apreciados na casa, o Vacio Especial, acompanhado com uma novidade que tem feito muito sucesso, um purê salgado com suave toque de banana resultando num sabor muito particular. A outra sugestão, uma opção vegetariana ou para quem prefere não comer carne à noite é o Risoto Caprese – tomate, mozarela de búfala e tomate fresco.

A sobremesa será uma Mousse Trifásica com chocolate amargo, branco e ao leite.

Assim como em todos os restaurantes participantes do SP Restaurant Week, o cardápio custa R$39,00, excluindo serviço, couvert e bebidas.  Couvert Artístico da Apresentação de Tango: R$ 7 por pessoa.

Para tornar a refeição ainda mais atraente e na campanha de preços promocionais, sugerem o vinho Argentino (é claro), Callia Alta (importação Decanter), que será vendido a R$ 26, 00 a garrafa e R$ 7,00 a taça, branco corte de Chardonnay e Torrontés ou tinto, corte de Shiraz e Malbec.

             Quer ver mais, o restaurante está localizado no Itaim, clique aqui. Não conheço, mas fiquei com água na boca e acho que vou aproveitar e visitálos! Salute e nos vemos por aí.

Chile, Terremoto & Vinhos

           Para os amigos que estão curiosos para saber como os graves problemas ocorridos no Chile poderã afetar a produção, as vinícolas e os vinhedos, existem na internet inúmeros comentários, muitos meramente especulativos, mas eis a nota oficial recebida hoje pela manhã da Vinos de Chile:

DECLARACION PÚBLICA: EFECTOS DEL TERREMOTO

EN LA INDUSTRIA VITIVINÍCOLA

 Santiago, 3 de Marzo de 2010.- Junto con destacar la generalizada solidez de la infraestructura de la industria vitivinícola y la fuerza moral de su gente, Vinos de Chile, la asociación que agrupa al rubro, ya ha podido constatar los efectos producidos por el terremoto en nuestro país y su impacto en la Industria.

          Manifestamos nuestro profundo pesar por el sufrimiento de muchos trabajadores y sus familias que han sido afectados humana y materialmente, y nos alegra poder decir que no tenemos información de perdidas de vidas entre nuestros trabajadores. La industria vitivinícola ha sido afectada, pero después de varios días durante los cuales se ha trabajado por dimensionar su impacto, podemos asegurar que éste ha sido limitado.

           Hemos podido cuantificar la pérdida de vino en 125 millones de litros, considerando vino a granel, embotellado y de guarda. Tal cantidad equivale a unos US$ 250 millones, pero comparada con la abundante cosecha del año 2009, que alcanzó a 1.010 millones de litros, la pérdida equivale solo a un 12,5% de ella. Por ello, tenemos la certeza de que en el breve plazo, los despachos y el cumplimiento de las obligaciones comerciales retornarán a la normalidad sin mayores problemas.

           El daño en términos de infraestructura es desigual entre las distintas viñas y aún no ha sido cuantificado totalmente. Los viñedos de uva vinífera no han sido afectados y estamos a la espera del restablecimiento de la energía eléctrica para poder cuantificar el daño en los sistemas de riego.

           En tanto, las faenas productivas ya se han reanudado, o están en proceso de hacerlo; las líneas de embotellado están en general sanas y en operación, al igual que las bodegas que ya están siendo reparadas. La vendimia se ha iniciado y los volúmenes no se verán afectados por el terremoto o sus efectos. De hecho, los primeros despachos de containers ya se efectuaron, aunque su velocidad de transporte dependerá del adecuado funcionamiento de la infraestructura general del país, como carreteras y puertos. Las viñas están enfocando sus esfuerzos además, en apoyar y satisfacer las necesidades morales y materiales de sus trabajadores.

            La industria vitivinícola sostendrá los contactos necesarios con las autoridades para velar porque se restablezca cuanto antes el pleno funcionamiento de la infraestructura vial y portuaria, así como de los servicios básicos, y también para que se refuerce el apoyo a la imagen internacional del vino chileno mediante un incremento en la participación de campañas internacionales, que compensen cualquier impacto negativo que este evento y sus consecuencias pudiesen haber tenido ante la comunidad extranjera.

          Queremos agradecer las múltiples y sinceras muestras de preocupación y apoyo que todas las viñas y la Industria en general hemos estado recibiendo desde el momento del sismo por parte de la comunidad internacional. Esperamos seguir contando con su solidaridad y con la particular comprensión de nuestros importadores y distribuidores por los esperables retrasos, muchas veces ajenos a la propia Industria, que las circunstancias del terremoto puedan traer aparejados.

         Nuestro principal mensaje es que estamos todos trabajando arduamente para reestablecer la normalidad en la Industria y seguir llevando lo mejor de Chile al resto del mundo a través de nuestros vinos.

René Merino Blanco

Presidente

Vinos de Chile A.G.

Deu a Louca no Mundo?

Antes de retomar os textos e matéria sobre o vinho e seus prazeres, um momento para refletirmos sobre os grandes desastres naturais que têm assolado as mais diversas partes do mundo. Afinal, deu a louca no mundo ou será que estamos apenas colhendo o que plantamos?!

          Há muito judiamos da natureza e os desastres são cada vez maiores nos mais diversos pontos de nosso pequeno planeta. Começamos o ano com o desastre de Angra, 45 dias de chuvas ininterruptas pelo Brasil afora com enchentes terríveis ceifando vidas e destruindo propriedades nos mais diversos Estados tendo depois visto, estarrecidos, os acontecimentos devastadores do Haiti. Só nos últimos dez dias tivemos os terríveis eventos no Funchal (Ilha da Madeira), enchentes na Alemanha, Bolivia e França culminando com o maior desastre de todos que atingiu nossos hermanos chilenos.

          Muitos conhecemos, inclusive através das coisas do vinho, como muitos dos produtores chilenos, mas a maioria dos que perderam a vida ou tudo pelo que trabalharam e conquistaram com trabalho árduo são desconhecidos, vitimas dos exageros e desmandos com que vimos tratando a Terra.  Qualquer um com um mínimo de sensibilidade é tocado pelas conseqüências e rastros de destruição deixados por estes terríveis eventos e nosso pensamento e ações assistenciais imediatas vão na direção dessas vítimas, porém há que se parar para repensar nosso modus vivendi. Da forma como o planeta está sendo tratado, eventos como estes serão cada vez mais corriqueiros e cada vez mais devastadores. Esperemos que estas enormes perdas sirvam a uma causa maior, a da reflexão e mudança de atitudes!

            Aos amigos e a todos aqueles que foram atingidos por tanta destruição, uma prece especial no dia de hoje. Que encontrem a serenidade e força espiritual para se sobrepor a mais este desafio que lhes foi imposto pela vida agigantando-se neste momento triste, de grande pesar e sofrimento. Michael ja falava sobre curar o mundo (quem esqueceu veja o video abaixo) quem sabe não nos caiba seguir seu trabalho e tomar uma atitude? Diga não ás guerras e aqueles que as fomentam, não á discórdia, estendamos a mão a nossos semelhantes, respeitemos as diferenças e o meio ambiente, quem sabe começando pelas crianças; nossos filhos, netos e sobrinhos possamos evitar um mal maior no futuro! Fácil falar, eu sei, mas quem sabe se com a nossa solidariedade e nossas ações, esse fardo não fica um pouco mais leve para carregar?

Namastê

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Voltei, voltei, voltei …..

É meus amigos, voltei hoje pela manhã, tendo estado afastado da internet por meia dúzia de dias o que impossibilitou o devido atendimento aos comentários assim como up-date adequado do blog. Ainda precisarei de mais uns dois dias para ler todos os e-mail acumulados e gradativamente colocar a casa e os pensamentos em ordem. Muita coisa boa aconteceu nessa minha curta estadia em terras Lusas, entre eles o Desafio de Espumantes Luso – Brasileiro. Desculpem e tenham um pouco mais de paciência, tenho diversos temas interessantes que gostaria de compartilhar com os amigos.

Salute e kanimambo!