Bruno est Arrivè!

              Nascido ás 19:08 horas de dia 29 de Março de 2010 com 3,120kgs, chegou o Bruno Pacicco Gil Clemente de Bartolo; nome de nobre da corte (para não ficar longo demais deixamos o Orleans e Bragança de fora – rsrs), pézudo, lindo e pleno de saúde para alegrar os pais, avós, tios, primos e amigos.  Queria subir ao topo do Himalaia e de lá gritar para que todo mundo ouvisse, o Bruno Chegouuuu, mas devido às dificuldades inerentes me contento em compartilhar a noticia pela net. Eis o Bruno, que vocês já conheceram em seu debut nas telas em 15 de Dezembro último, o mais novo santista do pedaço, mesmo que o pai (palmeirense), o tio (corintiano) e os primos (são paulinos)tenham dificuldade em aceitar o fato (rs).

               Salute e os amigos leitores que enviaram comentários, por favor entendam o atraso nas respostas. Nos vemos por aqui tão logo possível.

Dicas da Semana

               Bem, a principal dica da semana tem, obviamente, a ver com a Páscoa e pensei em falar um pouco sobre harmonização de Bacalhau com Vinho já uma tradição na Sexta e, em alguns casos, também no Domingo. Só que já falei bastante disso em diversos posts sobre o assunto arquivados na categoria Gastronomia & Harmonização. Então, para não ficar repetitivo preferi seguir publicando as Dicas da Semana tradicionais tentando obter dicas de restaurantes com cardápios especiais de Páscoa assim como outras dicas de nossa vinosfera colhidas durante a semana que passou.

Emilia Romagna – Pra quem não conhece é um restaurante aqui da Granja Viana com comida italiana de primeiríssimo nível, um ambiente lindíssimo e aconchegante, localizado na Estação do Sino na Rua José Felix de Oliveira, 854 sob a batuta da chef Carolina Napolitano, uma dos sócios do empreendimento. Normalmente já é um local a se visitar e saborear, porém nesta Páscoa um cardápio especial com três pratos de bacalhau alusivos à data:

  • Lazanha de Bacalhau com molho branco
  • Posta Grelhada c/alho e batatas ao murro
  • Ao Forno com batata, tomate, pimentão, etc.

Para acompanhar, uma bela seleção de vinhos e uma carta escolhida a dedo para harmonizar com estes pratos. Ligue e reserve (011) 4702-8974.

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 Ávila Restaurante – esta foi a amiga Denise Cavalcante que me enviou e garante que é dez. No Itaim, propõe alguns pratos especiais para a celebração da Páscoa. A casa especializada em carnes oferecerá na Sexta-feira Santa um prato especial de peixes muito apreciado pelos gourmets:  Merluza Negra acompanhada de Arroz com Shitake (R$ 73).

Para o almoço de domingo de Páscoa, o Ávila sugere algumas opções bem atraentes como: o Carré de Tambaqui, um peixe saboroso da Amazônia servido com legumes grelhados (R$ 68) ou o Bife San Telmo – corte transversal do Bife Ancho de 400g (R$ 56). Para completar, há uma grande surpresa para os apaixonados por chocolate: a sobremesa “La Barca de Páscoa” – metade de um ovo de chocolate recheado com doce de leite, sorvete de creme e calda de frutas vermelhas (R$ 16). A sobremesa foi criada especialmente para a data e irá agradar os olhos e o paladar dos clientes.

O Ávila, restaurante charmoso tem um ambiente amplo, apropriado para comemorações onde as famílias podem ficar a vontade para celebrar bons momentos e degustar pratos da alta qualidade. É importante fazer reserva para garantir uma mesa nessa data então, se aguçou a sua curiosidade, ligue para (011) 3167-2147 ou e-mail: reservas@restauranteavila.com.br e garanta sua mesa.

 

Rosso Bianco – em Jundiái uma gostosa viagem pelos encantos da enogastronomia portuguesa:

 

Portal dos Vinhos – dos amigos Fátima e Emilio, a programação de seu curso de vinhos que deve se iniciar no próximo dia sete de Abril. Para quem quer se iniciar nos mistérios de nossa vinosfera.

 

Walter Tommasi, o artista – tenho que confessar que desconhecia essa faceta do amigo e certamente estarei por lá para prestigiar e me inteirar desse lado artístico de Don Tommasi. A exposição é uma retrospectiva de 30 anos do trabalho desse artista, mostrados em 30 quadros trabalhados em 3 técnicas diferentes – xilopintura, colagem com mosaico e marchetaria, em tamanhos que variam de 1,10m X 1,60m até 20cm X 15cm. Vejo você por lá?

 

Emporio da Villa – esta gostosa pizzaria no Morumbi tem uma ótima carta de vinhos e uma adega de primeira, mas pizza também harmoniza com cervejas, não sejamos tão xiitas assim! Para conferir a iniciativa dos amigos Denise e Armando é só dar uma passada por lá no dia 31.

Salute e kanimambo.

Selo Fiscal, O Maledetto vai Vencer? Triste Noticia, Triste Dia!

Já tinha dito em artigo anterior datado de 27 de Agosto passado, que o Maledetto desse projeto que contempla o abominável selo fiscal deveria cair devido aos diversos pareceres técnicos e enorme impacto negativo junto aos pequenos produtores, a maioria, e a nós consumidores, porém que não me espantaria se uma canetada vinda de cima, se sobrepondo aos interesses da maioria e dos técnicos, viesse para nos afrontar. E não é que hoje acordei com esta notícia no meu computador! Parece que ao finalizar o post anterior sobre vinhos brasileiros provados, já estava prevendo algum desastre!

Mantega garante selo para os vinhos brasileiro e importado

 25 de março de 2010 – Os vinhos brasileiro e importado receberão a partir de abril um selo fiscal que assegurará a formalização de todo o setor. A garantia foi dada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quinta-feira (25), em Brasília, ao presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre. O industrial liderou uma comitiva que representa 95% da cadeia produtiva do setor no Brasil. “A medida visa coibir a informalidade, evitar a fraude do produto e contribuir com o fortalecimento do segmento”, afirmou Tigre, destacando que esta é uma conquista que vinha sendo apoiada pela entidade e beneficiará mais de 200 mil pessoas do setor rural e industrial. O ministro antecipou que irá fazer a divulgação oficial da implantação do selo no próximo mês, na sede da FIERGS, em Porto Alegre. “O selo será importante para avançarmos na formalização do setor e melhorar a competitividade do vinho brasileiro”, salientou Mantega.

“Queremos fortalecer o desenvolvimento de toda a vitivinicultura nacional e o selo é um passo importante nessa direção. Será um selo fiscal e de qualidade, pois inibirá o contrabando e garantirá a qualidade, atestando a pureza do vinho”, explicou a presidente do Sindicato da Indústria do Vinho do Rio Grande do Sul (Sindivinho-RS), Cristiane Passarin, que representa 700 indústrias gaúchas do setor, das 1.200 existentes no Brasil.

 “O selo é uma ferramenta fundamental, mesmo que não resolva todos os problemas do setor”, disse o coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, entidade que cuida dos interesses dos produtores rurais. “São mais de 20 mil famílias gaúchas e catarinenses que dependem do cultivo da uva e produzem em média 550 mil toneladas por ano. Fornecem a matéria-prima pura para a indústria e estão confiantes que o selo ajudará a evitar as distorções do mercado em relação à concorrência. Muitos produtos são rotulados como vinho, mas usam outras misturas para baixar os preços”, declarou, destacando que a remuneração dos produtores também será beneficiada.

Participaram da audiência com o ministro Guido Mantega dirigentes do Sindivinho-RS, Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Comissão Interestadual da Uva, Câmara Setorial da Uva e do Vinho no Brasil, União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) e Federação das Cooperativas Vinícolas do RS (Fecovinho).

             O que move essas pessoas? Porque razão insistem nessa aberração já devidamente comprovada como retrógada e ineficiente nos países onde foi aplicada, acho que nem Freud explica? Quer dizer, cada um tem lá suas idéias e desconfianças, porém como não temos imunidade parlamentar e corremos risco de ser precipitados no julgamento, melhor é simplesmente registrar o nosso total repúdio, depois não sabem porque é tão difícil comercializar o vinho brasileiro o que torna a luta de uma Eivin, e dos lojistas que apóiam esse trabalho, missão tão inglória.  Ou vocês duvidam de quem vai pagar essa conta?! Preparen-se para vinhos ainda mais caros, tanto importados como, especialmente, dos nacionais que já andam nas alturas com muitos deles já tendo aumentado entre 6 a 10% neste inicio de ano, mesmo com uma inflação e crescimento de PIB pífio assim como uma taxa cambial favorecendo a importação de insumos. Já estão faturando por conta?

        Reduzir essa enorme carga tributária que contribui para atravancar nossa produtividade e convida à sonegação, isso nem pensar né Sr. Mantega? Destaquei os nomes envolvidos na eventual aprovação do Maledetto só para que não nos esqueçamos de alguns dos responsáveis por um dos maiores retrocessos na história de nossa vitivinicultura. Vade reto satanás, vade reto Mantega, Paulo Tigre e companhia!

             O presidente da União das Vinícolas Familiares e de Pequenos Vinicultores, Luis Henrique Zanini, um dos poucos com bom senso e coragem para desafiar o “establishment” foi categórico em entrevista ao Jornal Zero Hora de Porto Alegre, hoje pela manhã: ” Esse governo nos traiu e mostrou que está do lado do agronegócio. Desde o início, queríamos que essa questão fosse amplamente debatida, o que não ocorreu. Foi uma medida autoritária, de reserva de mercado para os grandes produtores.”  Hoje, sem salute, não é dia de brinde e estou é muito P da vida, mas agradecendo pela visita e pedindo desculpa pelo desabafo, kanimambo e que venham dias e gente melhores! 

Ps. quem ainda não conhece e quer conhecer mais sobre o assumto, digite “Selo Fiscal” no espaço para pesquisa acima e leia os diversos posts e impactos que essa aprovação pode provocar no seu bolso.

Encontro de Brasileiros na Rosso Bianco.

A bonita e boa loja capitaneada pelo Tiago fica situada em Jundiaí onde nos encontramos com o amigo Marcio Marson e equipe da Eivin para provar alguns dos rótulos brasileiros que hoje distribui.  Uma bela experiência que contou com a presença dos amigos blogueiros Cristiano (Vivendo Vinhos), Daniel (Vinhos de Corte), Alexandre (Diario de Baco), Beto (Nosso Vinho), Marcelo ( Emporio Vila Buarque), Jeriel (blog do Jeriel) e Guilherme Grando da vinícola Villaggio Grando e um convidado especial, Eduardo Milan, enófilo que, para minha agradável surpresa é granjeiro também. Tanto o Marcio como o Alexandre, trouxeram algumas novidades e preciosidades que tornaram este encontro muito especial.

              Vejam só o que estava sobre a mesa: Para iniciar os “trabalhos’ dois bons espumantes nacionais, o Marson Brut Champenoise e o Stellato Rosé. Na sequência, Villaggio Grando Chardonnay, Cordilheira de Sant’Ana Gewurztraminer Reserva Especial, Prelúdio da Vinha Solo, Corte Bordalês C de Vilmar Bettu, Terragnolo Marselan, e direto da barrica, Villaggio Grando Innominabile Lote IV e  Além Mar. Eis os meus comentários sobre os vinhos provados:

MARSON Brut Champenoise – já uma velha conhecida minha e um dos bons espumantes nacionais do momento fruto do blend de Chardonnay com Pinot Noir e uso de leveduras capsuladas. Frutos tropicais, brioche aparecendo de forma muito sutil, boa perlage, acidez balanceada, um espumante que me agrada e não é de hoje. Deu-se muito bem no meu Grande Desafio de Espumantes no final do ano passado, uma prova às cegas com 42 espumantes das mais diversas origens e estilos, um baita desafio sensorial não muito do agrado dos mais tradicionalistas. 

STELLATO Rosé da vinícola Santo Emilio em Santa Catarina, a 1200 metros de altitude. Um rosé diferenciado em função do uso de Cabernet Sauvignon e Merlot em sua composição.  Charmat longo com sur lie de 3 meses e uma fermentação malolática parcial, dão-lhe grande complexidade aromática que se repete na boca. Uma fruta mais madura que aparece de forma muito sutil, fino, elegante, ótima acidez, toques de fermento, um vinho todo ele muito delicado, fresco e apetecível com um volume de boca muito interessante em relação a outros espumantes rosés que costumam ser algo mais ligeiros. Já tinha chamado atenção para ele quando da Expovinis 2009, mas o preço ……..

Villaggio Grando Chardonnay 2008 sem passagem por madeira e produzido em Campos de Herciliópolis na região de Caçador a 1300 metros de altitude em Santa Catarina. A Villaggio Grando, quem me acompanha há mais tempo sabe que sou fã desta vinícola, produziu cerca de 12.000 garrafas deste gostoso caldo que tem o meu estilo de chardonnay, um vinho leve, fresco, rico com uma certa mineralidade sem perder o charme da cepa que, mais que nunca por não estar mascarada por trás dos excessos de madeira, mostra-se em toda a sua plenitude. Fino, cheio de sutilezas, leve toque de abacaxi e baunilha que pode levar a pensar em uso de madeira, flor de laranjeira, boa acidez e um final muito saboroso.

Cordilheira de Sant’ana Gewurztraminer Reserva Especial 2008, um clássico desta cepa em terras brasilis, com somente umas 3.300 garrafas produzidas. Para o meu gosto o vinho precisa de mais tempo de garrafa, mostrando-se algo curto e verde, seco, com um final algo abrupto e um nariz muito convidativo mostrando toda a tipicidade da uva.

Prelúdio 2007 da Vinha Solo, fruto do novo projeto de Marco Daniele em Campos de Cima da Serra, o primeiro dos bons tintos provados neste agradável noite na companhia de tanta gente boa. Blend de merlot, cabernet sauvignon e cabernet franc, um prato cheio para quem gosta dos vinhos do velho mundo, estilo Bordeaux da margem direita. Nariz complexo, intenso, terroso, couro e fruta vermelha bem presentes formando uma paleta olfativa inebriante. No palato não reproduz a mesma exuberância, porém mostra-se um vinho muito agradável de tomar , médio-corpo com  bom volume, taninos bem colocados, finos e aveludados, acidez no ponto produzindo um bom equilíbrio, com um final de boa persistência e muito saboroso. Um vinho que me seduziu e fez minha cabeça com um valor adicional, bom preço!

Corte Bordalês C 2001, produzido pelo “garagista” Vilmar Bettú, pequeno artesão do vinho que produz alguns dos vinhos mais caros e mais exclusivos do Brasil, tendo virado ícone para muitos dos críticos e especialistas do vinho. Desta feita estamos frente a frente com um caldo de reduzida produção, somente 580 garrafas envelhecidas em “madeira velha” por 13 meses. Um vinho que, após 9 anos, ainda se mostra bem robusto com taninos firmes e até algo rústicos. No palato é tímido abrindo-se lentamente em taça e, apesar da idade, um vinho que certamente se beneficiaria muito de um tempo de decantação. Na boca, tenho que confessar e pode até ser uma heresia, não me encantou. Esperava mais, pois as expectativas geradas eram muito grandes, porém senti alguma coisa verde e vegetal no final de boca que me incomodou. Não lhe tiro qualidades, muito pelo contrário, porém eu e ele necessitamos de outra conversinha tete a tete e em outro ambiente e devidamente decantado por pelo menos uma hora .

Terragnolo Marselan 2009 – uma amostra de barrica (12 meses de carvalho francês) e mais um vinho de pequena produção, neste caso 400 garrafas. Surpreendente e imagino como ele deverá ficar quando sair ao mercado dentro de mais uma meia dúzia de meses! Tinha como parâmetro desta cepa, o vinho 4º Geração, porém depois deste vinho fica claro que tinha porque a Terragnolo subiu o nível em diversos degraus. Nariz muito agradável em que se destaca a fruta fresca e, apesar dos taninos ainda muito presentes, mostrou grandes qualidades sendo muito rico, saboroso, ótima estrutura já mostrando um bom equilíbrio, aliando corpo com elegância, que deverá se acentuar com o tempo. Um vinho que deve chegar para chacoalhar o mercado! De tirar o chapéu, só precisamos ver a que preço virá já que a produção é muito limitada.

Villaggio Grando Inominabile Lote IV – ainda tenho que provar o Lote III que está na adega, mas sou fã deste vinho e não é de agora, já que desde Novembro de 2008 que nossos caminhos se encontram. É um vinho diferenciado tanto em sua elaboração como conceito e origem já que vem de cerca de 1300 metros de altitude próximo a Caçador na serra catarinense, um dos locais mais frios do Brasil com um terroir muito particular que se reflete em seus vinhos. Os Lotes I e II primavam pela elegância, o que este também tem, porém talvez lhe faltasse um pouco de pegada. A um assemblage de Cabernet Sauvignon / Cabernet Franc / Merlot / Malbec e Pinot Noir, agora agregaram um pouco de Petit Verdot que lhe aporta corpo e uma complexidade adicional, de certa forma preenchendo uma lacuna e tornando-o mais completo, mais harmônico e um vinho que promete, lembrando que esta foi uma prova de barril, pois o vinho ainda não foi engarrafado. No mercado está o Lote III, que já leva Petit Verdot, o qual comentarei assim que o tomar, mas este apresentou um ótimo volume de boca, os taninos presentes ainda algo verdes, mas já denotando muita qualidade, complexo, rico e um final de muito boa persistência. Um vinho do velho mundo e certamente mais um que surpreenderia o meu amigo Rui Miguel (Pingas no Copo) blogueiro de primeira linha na vinosfera lusa. Eu, que já gostava do vinho, desta feita me seduzi pelo caldo e acho que o vinho apresenta enorme potencial que só o tempo nos poderá confirmar, eu aposto nisso!

Além Mar da Villaggio Grando – apenas 8000 litros produzidos em conjunto com o conceituado enólogo português António Saramago e o enólogo da casa o francês Jean Pierre Rosier. Barricas de primeiro uso francesas, um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec que, dentro de alguns anos será só de castas portuguesas ainda em processo de evolução na vinha. Mais uma amostra de barrica que vai dar o que falar quando sair ao mercado. Vinho encorpado, cheio, de ótima estrutura, boa acidez, de certo um ótimo companheiro da boa gastronomia. Gosto dos vinhos deste produtor. Têm um estilo que combina comigo, e este é mais um que virá para marcar presença. Uma pena que apesar dos esforços deles, o maior mercado consumidor de vinhos no Brasil (São Paulo) lhes seja vetado por uma carga tributária absurda imposta por nosso governo estadual que caminha num sentido contrário ao de Santa Catarina que baixou impostos. Teimosamente seguimos tentando e a Eivin é um parceiro importante nesse projeto. Grato aos dois pelo privilégio de provar esses ótimos caldos.

              No geral, uma excelente oportunidade de rever amigos e nos deleitarmos com vinhos de muito boa qualidade que só vêm confirmar a excelente fase que vive a produção brasileira. Houvesse mais bom senso na órbita governamental (Estado de São Paulo e Governo Federal) com a redução de impostos e favorecimento tributário aos estados produtores, nada de compensar aumentando dos importados ou promovendo absurdos como a lei do selo que só prejudicam o consumidor, assim como um maior acerto na distribuição e políticas comerciais que em geral ainda deixam a desejar, e certamente teríamos um cenário bem mais propicio ao maior consumo e continuo aprimoramento do vinho brasileiro. Quem sabe ainda viverei para ver isso acontecer!

Salute e kanimambo

Melhores Vinhos Portugueses de 2009

Tinha uma previsão de publicar hoje um relato sobre uma saborosa e surpreendente degustação com vinhos nacionais que fizemos em Jundiaí, mas não consegui terminar a tempo, então decidi postar esta matéria que também andava atrasada. Cada um tem lá seus vinhos preferidos dependendo dos rótulos que provou no ano., neste caso a Vini Portugal junto com a  APWI (Association of Portuguese Wine Importers – UK) promove anualmente no Reino Unido a escolha de um jornalista/wine writer que tenha se destacado na divulgação dos vinhos portugueses. Já tivemos os jornalistas Richard Mayson, Charles Metcalfe, Simon Woods e Jamie Goode (08), tendo no ano passado sido eleita a wine writer Sarah Ahmed que passou seis semanas viajando as regiões produtoras (50 vinícolas) provando vinhos, tendo chegado nesta “listinha” de preciosidades. Essa, até eu que sou mais bobo queria!

           Abaixo, a lista dos vinhos divididos por região produtora, sendo que coloquei um asterisco naqueles que você poderá comprar (a partir de Junho) na minha loja na Granja Viana, tenho que aproveitar para fazer meu merchandising (rs), a Vino & Sapore.

SARAH AHMED’S 50 GREAT PORTUGUESE WINES 2009

OS BRANCOS:

LISBOA

  •  Quinta do Chocapalha Arinto 2008 100% Arinto, DOC Bucelas.

 VINHO VERDE/MINHO

  •  Quinta de Ameal Loureiro 2008 100% Loureiro* 
  •  Anselmo Mendes Contacto Alvarinho 2008 100% Alvarinho
  • Atlantico Quinta do Louridal Poema Alvarinho 2007 100%
  • Castas Soalheiro Primeiras Vinhas Alvarinho 2008 100%*

TEJO

  • Vale d’Algares Seleccion,  Viognier (55%) and Alvarinho (45%).

BAIRRADA

  • Quinta das Bágeiras Vinho Branco Garrafeira 2007, Maria Gomes & Bical

BEIRA INTERIOR

  • Quinta do Cardo Siria 2008, 100% Siria
  • Quinta dos Currais Colheita Seleccionado 2007, 50% Fonte Cal, 25% Siria, 25% Arinto

DAO

  • Quinta de Saes Reserva Branco 2008, 80% Encruzado 20% Cercial.

DOURO

  • Poeira Pó de Poeira Branco 2008 65% Alvarinho, 35% Gouveio.
  • Niepoort Reserva Redoma Branco 2008 Rabigato, Codega, Donzelinho, Viosinho and Arinto.

ALENTEJO

  • J. Portugal Ramos Vila Santa Branco 2008, Antão Vaz, Arinto & Verdelho
  • Pera Manca White 2007, Antão Vaz & Arinto*

OS TINTOS:

COLARES

  • Quinta das Vinhas de Areia Fundação Oriente Ramisco 2005, 100% Ramisco

 ALGARVE

  • Monte da Casteleja Maria Selection 2007, Alfrocheiro & Bastardo

LISBOA

  • Monte d’Oiro Reserva 2006, 96% Syrah & 4% Viognier *

BEIRA INTERIOR

  • Quinta dos Currais Reserva 2003 50% Touriga Nacional, 25% Aragonês and 25% Castelao.

BEIRAS

  • Filipa Pato Lokal Silex 2008, 75% Touriga Nacional & 25% Alfrocheiro Preto*
  • Luis Pato Vinha Barrosa 2005, 100% Baga*.

BAIRRADA

  • Dāo Sul Encontro 1 2007, 50% Baga, 50% Touriga Nacional
  • Quinta da Dona Bairrada 2004 100% Baga

 DÃO

  •  Quinta da Falorca Touriga Nacional 2007, 100% Touriga Nacional
  •  Quinta de Cabriz Colheita Seleccionada 2007, Alfrocheiro, Tinta Roriz, Touriga Nacional.*
  • Quinta da Pellada Tinto Reserva 2006, Touriga Nacional, Tinta Pinheira, Jaen & Alfrocheiro
  •  Vinha Paz Reserva 2005, 80% Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro
  •  Quinta dos Roques Garrafeira 2003, Touriga Nacional 65%, Alfrocheiro 15%, Tinto Cão 10% e Tinta Roriz 10%.

 DOURO

  • Quinta de S Jose Colheita 2007 35-40% Touriga Franca, 30-35% Touriga Nacional e Tinta Roriz
  • CARM Quinta do Côa 2007, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e outras variedades locais.
  • Quinta do Noval Cedro do Noval 2007 30% cada; Syrah, Touriga Nacional e Tinta Franca com 10% de Tinta Roriz
  •  Quinta do Noval Labrador 2007 100% Syrah
  • Niepoort Redoma 2007, vinhas velhas do Douro entre elas  Tinta Amarela, Touriga Franca, Tinta Roriz .
  • Lemos & Van Zeller Curriculum Vitae “C.V” 2007, vinhas velhas durienses*.
  • Quinta do Crasto Vinha de Ponte 2007, vinhas velhas (22 castas plantadas juntas).
  • Quinta Macedos Pinga do Torto 2005, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz afora um mix de vinhas velhas
  • Domingos  Alves de Sousa Abandonado Tinto 2005, de vinhas velhas.
  • Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2004
  • Quinta do Vale Dona Maria 2004 vinhas velhas de Cristiano van Zeller*.

ALENTEJO

  • Herdade dos Grous 23 Barricas 2008, Touriga Nacional & Syrah
  •  Terrenus Tinto 2007, vinhas velhas com mais de 80 anos, entre elas cepas como Aragones, Trincadeira, Alicante Bouschet, Castelao, Baga  e Touriga Nacional.
  •  Herdade de São Miguel dos Descobridores Reserva 2007, 70% Touriga Franca, 30% Aragonês.
  • Herdade do Esporão Private Selection Garrafeira tinto 2007, Alicante Bouschet e Aragones.
  •  Herdade do Rocim Grande Rocim 2007, 90% Alicante Bouschet, 10% Touriga Nacional.
  • Herdade da Malhadinha Nova Malhadinha Tinto 2007, Syrah, Cabernet Sauvignon, Aragonês, Touriga Nacional e Alicante Bouschet.
  • Herdade de Mouchão Tonel 3-4 2005, 100% Alicante Bouschet
  • Quinta do Zambujeiro 2004, 48 % Touriga Nacional, 24% Aragonez, 24% Alicante Bouschet, 4% Castelao.
  •  Quinta do Mouro 2004, Aragonês 50%, Alicante Bouschet 25%, Touriga Nacional 20% e 5% Cabernet Sauvignon.

 VINHOS DOCES:

  • Quinta do Portal Late Harvest 2007, Moscatel 45%,Rabigato 50%, Viosinho
  • Quinta da Bacalhoa Moscatel de Setúbal Roxo 1999, 100% Moscatel Roxo .*

E você, tem sua lista de favoritos? Quais vinhos, já tomados, você levaria para duas semanas numa ilha gourmet? Lusos ou não, sua livre escolha!

Salute e kanimambo.

Dicas da Semana

            Normalmente as publico às Sextas, porém nem sempre as coisas acontecem como queremos, então começamos a semana com algumas dicas de eventos interessantes a serem conferidos.

           Começamos nossa viagem por uma ida ao Morumbi aqui em Sampa, especificamente à Portal dos Vinhos, a melhor loja da região que faz uma programação para lançamento de uma nova linha de vinhos a seu já belo portfólio, é a Haras de Pirque, vinícola chilena de primeiro nível.

       A seguir um acontecimento para quem mora na região do Vale do Paraiba, é a primeira edição  da Feira de Vinhos e Azeites do Vale do Paraíba que reunirá as principais vinícolas nacionais e internacionais, produtores de azeite, importadores, distribuidores e empresas de serviços e acessórios.  Um evento idealizado pela SDV (Soluções e Desenvolvimento em Vendas, maior distribuidora de vinhos da região) e Festivitè Eventos (empresa especializada em assessoria e cerimonial de eventos) , contando com a Pro-Image na organização.

O público do Vale do Paraíba poderá conferir, em primeira mão, lançamentos de vinícolas nacionais como Miolo, Casa Valduga, Pizzato e ViniBrasil, e internacionais como Concha y Toro, Ventisquero e Mayu (Chile), Susana Balbo e Norton (Argentina), Félix Rocha (Portugal) e Albert Bichot (França) além de empresas de acessórios e adegas como Full-Fit e B’Block. 

Eis alguns do destaques:

  • A importadora Malbec do Brasil aproveita o evento para apresentar boas opções de vinhos já pensando nas comemorações da Páscoa. De Portugal a importadora traz duas versões da marca Magriço: o Vinho Verde Branco ligeiramente frisante e o Rosé, ótimos para acompanhar peixes – incluindo o bacalhau – e frutos do mar; o Marques de Marialva – Baga Grande Escolha e o Dom Manuel – Porto Ruby proveniente da região do Douro, ideal para harmonizar com sobremesas e charutos.  
  • A vinícola ViniBrasil seus rótulos cultivados no semi-árido brasileiro às margens do rio São Francisco, interior de Pernambuco. A implantação de tecnologias no cultivo tornou possível o ganho de vários prêmios nacionais e internacionais. A ViniBrasil é representada pela  Wine Brands que trará também a argentina Norton da região de Mendoza e a francesa Albert Bichot cujos vinhos orgânicos mostram o respeito que tem pela terra da região da Borgonha e o porque de estarem na 6ª geração de viticultores.
  • A Cantu Importadora lança a linha premium Ramirana, marca do grupo Ventisquero. Considerados vinhos de autor e elaborados pelo enólogo Alejandro Galaz, são exclusivos e voltados para apreciadores que buscam alta qualidade e inovação. Com mesclas de Syrah, Cabernet Sauvignon e Carménère, o Ramirana Premium possui grande estrutura, taninos suaves e maduros. Esta empresa também traz os azeites espanhóis do Grupo Pons da linha Extra Virgem “saborizada” com toques de alecrim, alho, funghi sechi, orégano, pimenta negra, trufa negra, trufa branca e manjericão, e da linha Extra Virgem Reserva de Família nas versões Orgânico, Unfiltred e Arbequina.
  • Na linha de acessórios, a Full Fit lança a linha de adegas termoelétricas da marca Dinasty com tecnologia touch screen exclusiva no Brasil. Com capacidade para 8 garrafas, permite armazenar duas garrafas em pé – ideal para as garrafas já abertas. Para servir vinhos sem perder a graça e mantendo a temperatura correta, a Full Fit apresenta o Cooler Bambu, elegante, prático e ecológico pois utiliza o bambu como matéria prima. Já o Cooler Bola chega ao país em ano de Copa do Mundo e promete agradar em cheio aos amantes do futebol.

Além de conferir as novidades, os visitantes terão oportunidade de aprimorar seu conhecimento em palestras e degustações diárias com especialistas como Fabio Miolo (vinícola Miolo), Gustavo Andrade de Paulo (presidente ABS-SP) e Vitor Manuel (Felix Rocha, Portugal. O evento se dará agora, nos dias 25, 26 e 27 de março no Ceasar Business Convention Centre. Para maiores detalhes, convite e programa, acesse  o site www.feiradevinhos.com.br.

 

             Em Porto alegre a sempre ativa enóloga Maria Amèlia promove mais um encontro enogastronomico, desta feita no restaurane WOK, nesta Terça-feira. Quem ainda não garantiu seu lugar faça-o correndo hoje pela manhã. Quem sabe ainda hajam lugares disponíveis!

 

                 Ainda do Sul, desta vez da Marco Luigi, produtor de vinhos que me agradam muitíssimo, eis uma cesta especial de Páscoa para você se esbaldar.

 

                A Lusitana de Vinhos e Azeites anuncia seu novo projeto num trabalho de distribuição dos vinhos da Quinta da Bacalhôa numa parceria com a Portuscale. Aproveitem o evento abaixo para o inicio desta semana.

 

                 Uma dica pessoal de boas compras é uma visita á Kylix, loja do amigo Simon que prima pelos bons preços. Está com uma série de promoções, sempre bom conferir a validade com ele, e delas destaquei estas:

  • Bodegas Chacras vinícola argentina que produz um dos melhores pinots do novo mundo; O Chacras 55 está por apenas R$177,00 e o Barda por irrisórios R$88,20!
  • A Sirio Sangervasio – um rótulo de muita qualidade e reconhecido currículo por R$132,60
  • Ochotierras Reserva Cabernet Sauvignon, para mim um dos melhores rótulos deste produtor e uma tremenda relação custo x beneficio que, com este preço, fica ainda melhor, apenas R$39,00.
  • Villa Antinori IGT, um dos bons rótulos que este produtor possui e um dos que mais me atraem. Está por apenas R$85,50 o que é uma belíssima compra!

Agora, tem bem mais coisa em promoção por lá e minha sugestão é dar um pulo lá para almoçar e aproveitar para garimpar!

 

        Para finalizar, uma promoção de Páscoa dos amigos do Emporio Sorio, aqueles que mais entendm das coisas da Córsega aqui em terras tupiniquins!

Salute, kanimambo e tenham uma ótima semana!

Novidades da Quinta Mendes Pereira

Aproveitando minha ida à SISAB 2010, fora as visitas, garimpos e descobertas  na feira, ainda tive o enorme prazer de sair para jantar com os amigos Raquel e Carlos da Quinta Mendes Pereira vinícola que vem se destacando no Dão, tendo já sido alvo de diversos comentários meus e muito recentemente foi destaque na Revista de Vinhos onde foi agraciada com o titulo de Melhores de 2009 da região. Vale a pena acompanhar esta outra matéria feita pela revista mostrando em detalhes esta vinícola que desponta na região e que tem sangue brasileiro tocando a obra.

É uma produtora que produz vinhos num estilo de que gosto; complexos, médio-corpo para encorpados, elegantes, ricos, de taninos aveludados e muito saborosos dando-nos enorme prazer de tomar. Tive a oportunidade de provar dois novos vinhos e rever um outro. Revi o Rosé de Touriga Nacional, que é realmente um vinho muito fresco e saboroso que convida à próxima taça, um ótimo aperitivo ou pode acompanhar lulas ou polvo à provençal ou até uma paella. O Escolha da Produtora 2006, tem tudo a ver com o nome escolhido,  mostrando-se um vinho muito fino de taninos macios e sedosos, absolutamente pronto mas que pode, e deve, evoluir mais ainda com mais uns dois anos de garrafa, um vinho feminino no seu jeito delicado e sutil de ser. Já o Reserva 2007, uma amostra  do que ainda será engarrafado e preparem-se, porque vem aí mais um estupendo vinho. Apesar de a Raquel me ter dito que este só será engarrafado e colocado no mercado a partir do ano que vem, é um caldo que já mostra grandes predicados e que, por mim, podia vir para o mercado já.

Não tomei notas nem fotografei deixando-me tomar pelo prazer de rever amigos e desfrutar de uma boa refeição tomando bons vinhos, mas cada vez que provo os caldos desta produtora, mais me enamoro por seus vinhos. Kanimambo amigos por um ótimo jantar e minhas desculpas por não ter podido retribuir nesta semana passada em função da forte gripe que me pegou e derrubou! Fico devendo e pago na próxima vinda de vocês a Sampa (rs).

Salute e kanimambo

Três Surpresas na Taça

         Três vinhos que provei neste inicio de ano e que me surpreenderam. Um porque confirmou todas as expectativas geradas, o que nem sempre acontece, um outro porque comprova que a cara não é tudo e o que interessa mesmo é o conteúdo, finalizando com um pinot que surpreende pela relação qualidade x preço. Aliás,  essa relação é algo comum entre eles e uma coisa que faço questão de garimpar no mercado.

Farfão Colheita 2003 – rótulo de gosto duvidoso que esconde na garrafa um caldo diferenciado. A começar porque é um vinho do Douro elaborado por pisa a pé em lagares de concreto como antigamente. Não são muitas as lojas que trabalham com este vinho, esta garrafa veio da Portal dos Vinhos dos amigos Fátima e Emilio, importado com exclusividade pela D’Olivino. Um blend de Tinta Cão, Tinta Barroca, Touriga Franca e Tinta Roriz que compõem um vinho muito agradável e redondo, médio-corpo, já de boa evolução que se mostra pela cor e halo aquoso presente. Frutos negros, bom volume de boca, notas balsâmicas e um final algo mineral de boa persistência. É complexo na boca, diferente e misterioso, com uma certa rusticidade domada (isso existe?!), um vinho que vale bem os R$46,00 que paguei e acompanharia uma carne com maestria. Tomei solo, mas é um vinho que necessita de tempo em garrafa para amansar e desabrochar ou, eventualmente, um bom tempo em decanter, que este não mais necessita pois está no ponto e aveludado.

Espumante Valduga Arte Brut  – espumante elaborado pelo método champenoise com um blend de Chardonnay com Pinot Noir,  que anda pela casa dos R$30 a 35,00, aqui em Sampa, achando-se mais barato no Sul. Incrível poder tomar um vinho desta qualidade nesta faixa de preços mostrando que ainda há esperança, só falta os produtores capricharem nas contas quando elaboram os preços dos tranqüilos! Como gama de entrada, um senhor espumante, muito fresco, ótima perlage fina e consistente, frescura cítrica, ótimo como aperitivo ou acompanhando saladas e até uma costelinha na brasa. Gostei bastante e, junto com os espumantes Aurora Pinot/Marco Luigi Brut e Salton Reserva Ouro, um quarteto que vale o quanto pesa, digo, custa! Para ter em casa sempre.

Pacifico Sur Pinot Noir Reserva 2006 – um pinot chileno de muita qualidade pelo preço e que agora começa a ser importado pela Berenguer Imports.  Com um preço de loja ao redor dos R$69,00, é um vinho fácil de agradar, equilibrado e elgante com uma paleta olfativa bem frutada com notas terrosas, médio-corpo e uma boca de taninos finos e macios evidenciando-se alguma baunilha e um final saboroso com boa acidez presente que chama um bom prato, porém não muito pesado, e alguma especiaria. Uma boa opção de Pinot Noir do novo mundo que consegue aliar qualidade e bom preço sem excessos de extração, gostei e recomendo.

salute e kanimambo

Finalizando a Cobertura da SISAB 2010

Cheguei ao fim de mais uma viagem exploratória, desta feita em terras lusas, tendo navegado por três dias na  SISAB 2010 e por uma Lisboa que poucos conhecem. Uma Lisboa mais moderna nascida de uma grande área degradada, mostrando que onde há vontade há soluções, mesmo que tenha sido necessária a Expo 1998 para que isso tivesse ocorrido. Quem sabe, sempre há esperanças apesar dos sinais contrários, Rio 2016 não poderá ter o mesmo resultado?!

           Falemos, no entanto, dos últimos momentos deste importante e bem sucedido evento eno/agro-alimentar de promoção dos produtos portugueses da área. Certamente muita coisa interessante que deveria merecer mais importância e forte presença do empresariado brasileiro do setor já que somos berço para a maior colonia de imigrantes portugueses e seus descendentes . Por outro lado, fica o alerta aos órgãos promocionais portugueses e ao secretário de estado encarregado deste importante setor da economia portuguesa, para que se empenhem na derrubada das barreiras sanitárias impostas pelo governo brasileiro e que funcionam, na verdade, como artimanhas tarifárias para coibir as importações. Reclamações foram generalizadas tanto dos exportadores portugueses quanto dos importadores contatados aqui.  Tivessem as autoridades brasileiras “tamanho zelo” pelo doméstico, talvez não víssemos e vivenciássemos as aberrações que por cá  acontecem, mas enfim, isso é papo para um escalão bem mais alto e num outro espaço.

          ENOPORT  é um grupo que cresce em área produtiva, distribuição  e comercialização de vinhos pelo mundo e em Portugal onde, por exemplo, distribuem os excelentes Vinhos da Madeira Henrique & Henrique’s. O grupo nasce da união de diversas vinícolas como a Adega Camillo Alves, Caves Don Teodósio, Caves velhas, Caves Moura Bastos, Cavipor e Caves Acácio. Uma empresa jovem (2005),  porém com uma enorme experiência advinda de seus associados e marcas com história, algumas delas bem conhecidas entre nós como os vinhos verdes Moura Bastos, Cabeça de Toiro, Casaleiro, Cardeal e Vinhos do Porto Borges, todos um pouco mais populares na linha de entrada de gama. Agora chega, informação fresca, pelas mãos da Domno (do grupo Valduga e produtor em Garibaldi dos bons espumantes Ponto Nero) com uma série de novos rótulos inclusive os; Romeira, Devessa, Alma Grande e Magna Carta entre outros. Ainda procura um importador para sua linha topo de gama, Quintas. Para buscar uma melhor presença no mercado, estarão deslocando o Pedro Dias para residir por aqui e ajudar em seu processo de crescimento. Seja bem-vindo Pedro.

            Junto com seu enólogo chefe, Osvaldo Amado que fala com paixão sobre seus vinhos e seu trabalho, provei alguns vinhos à base da casta branca Arinto, tendo verificado as artes deste enólogo com esta cepa. Do básico, gostei bastante do Serradayres um vinho simples, mas bem feito, fácil de gostar e uma boa opção como aperitivo sem grandes compromissos. Já o Bucelas Arinto mostra-se bem mais evoluído com aromas de erva cidreira, lima que se comprova na boca com muito boa acidez, final saboroso e sedutor. O Quinta do Boição Arinto Old Vineyard 2008 engarrafado em 2009, elaborado com cepas de vinhedos com mais de 40 anos e uma produção de apenas 1.5 toneladas por hectare, é um capitulo à parte e um grande vinho branco de muita complexidade, frutas tropicais, lima, um vinho muito harmônico que respira elegância. Um bom espumante, o Bucelas Bruto Reserva de boa perlage, bem cítrico com uma delicada e saborosa entrada de boca.

         Para finalizar esta experiência com vinhos de Arinto, um estupendo Quinta do Boição Cuvée Extra Bruto 2006, um blend com cepas de parcelas diferentes com parte do lote passando por um curto período de barrica de meia tosta resultando num espumante complexo, fino, boa acidez cítrica com notas de fermento, padaria tudo bastante sutil num caldo de bom volume de boca que impressiona pela qualidade e fineza. Acho que é páreo para os mais afamados espumantes portugueses do momento. Como disse o Osvaldo, “busco fazer o mais “champagne” dos espumantes portugueses” e acho que encontrou o caminho. Muito saboroso também o vinho Quinta do Boição Licoroso elaborado com esta cepa, mostrando toda a sua verstilidade e riqueza. Um vinho que passa no minímo 3 anos em barricas de carvalho, nogueira e cerejeira com um teor de açucar residual na casa das 150 grs e uma boa acidez para lhe dar o necessáro equilibrio. Boca doce, sem exageros, em que aparece doce de laranja confitada e frutos secos numa composição bastante agradável. Uma aula prática sobre a Arinto!

              Bem, os melhores momentos estão todos nestes posts “SISAB 2010”,  tendo sido um privilégio ter podido participar deste evento agradecendo à direção pelo convite e apoio. Bobeei ao não ter dedicado um tempo para conhecer melhor as coisas dos Açores, seus vinhos e seus queijos, mas isso eu pretendo corrigir numa próxima oportunidade.  Achei legal uma releitura do famoso e tradicional Licor Beirão que era servido antes dos saborosos almoços servidos no local, elaborado com gelo, um pouco de limão maçerado, e uma dose do licor. Refrescante e gostoso! Fiquem com o slide show do evento, salute e kanimambo.

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