Desvendando o Desafio de Vinhos Portugueses

Kylix 003Mais um Desafio de Vinhos ocorreu e desta feita com vinhos portugueses degustados às cegas. Como sempre, já tradição neste tipo de prova, interessantes surpresas no evento realizado com o apoio da Kylix, onde a degustação ocorreu, e  das importadoras e produtores que enviaram seus representantes para mais este embate. Sem este apoio todo seria impossível realizar estes Desafios, razão pela qual inicio meus posts sobre os resultados com este agradecimento. É o mínimo que posso fazer pelo apoio e confiança depositados neste trabalho de garimpo, de mostrar através destes eventos que há vida, e muito boa vida, abaixo de R$100,00 e quem nem sempre o melhor vinho é o mais caro.

             Colaboraram os já costumeiros parceiros como Decanter, Interfood, Zahil, Mistral, Vinci, D’Olivino, Lusitana de Vinhos & Azeites,  BR Bebidas, Vinho Seleto (011.3815-5577), Qualimpor e a recém chegada Winebrands, assim como os produtores Herdade do Pinheiro, Quinta Mendes Pereira e Miolo. Sim, a Miolo escalou o Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005 da Campanha Gaúcha quase fronteira com o Uruguai, que foi o nosso vinho surpresa da noite e, mais uma vez, um vinho brasileiro que mostrou ótima performance num embate com vinhos bem mais conceituados internacionalmente. Como já comentei, a degustação foi realizada às cegas e os vinhos foram todos decantados por uma hora e retornados às garrafas e adega climatizada de onde saíram para serviço devidamente envolvidas em papel alumínio e numeradas de forma aleatória. Após esta maratona de vinhos, 14 ao total, foi servido um jantar tendo como entrada bolinhos de bacalhau caseiros acompanhado de um saboroso e fresco Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter), branco português de ótimo custo x beneficio, um dos que prequentemente visita minha mesa, e um risoto de pato muito bem ancorado por um muito bom Quinta Mendes Pereira Touriga Nacional Reserva 2005, também previamente decantado, finalizando com papos deDesafio Portugal 003B anjo e um cafezinho, bão demais sô!

             Para escolher o Melhor Vinho, melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, uma banca composta de 13 pessoas: Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) / Zé Roberto Pedreira e  Fábio Gimenes da Confraria de Embu / Leandro Chicarelli (Winery) / Simon Knittel (Kylix) / Ralph Schaffa (Restauranteur) / Silvia C. Franco (Vinho & Gatronomia) / Dr. Luis Fernando Leite de Barros (Enófilo) / Ricardo Tomasi (Sommelier) / Alex Martins (Pinord do Brasil) / Alexandre Frias (Diario de Baco e Enoblogs) / Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos) e eu. Das 13 notas em ficha de avaliação padrão ABS, a mais alta e a mais baixa foram eliminadas e o restante somado e dividido por 11 dando-nos o resultado de pontuação e ganhador, o Melhor Vinho do Desafio.  O Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, são apontados por voto direto e tudo isto você verá no post de amanhã quando desvendaremos os ganhadores e comentaremos os vinhos participantes.

               Como de costume, iniciamos a degustação provando um espumante de forma a preparar o palato para o desafio por vir e, desta vez, tivemos a colaboração da bodega espanhola Pinord, Desafio Portugal 042através de seu gerente no Brasil o Alex Martins que também participou da banca de degustadores como convidado. Veio com seu Cava topo de gama o ótimo Marrugat Brut Nature Gran Reserva 2004, que estará chegando em breve ao Brasil num projeto tocado a quatro mãos entre o produtor e a Winery Distribuidora, que passa 36 meses em garrafa. Cor amarelo dourado, límpida e brilhante, na boca é cheia, cremosa, seca, porém sem nunca perder o frescor aportado por uma ótima acidez, com um final saboroso e longo. Boa estrutura, perlage muito fina, abundante, de enorme persistência (aproximadamente uns 30 minutos) mostrando todo o seu potencial. Aromas sutis de leveduras e frutas cítricas, uma cava de primeiro nível, muito bem elaborada, de delicado final de boca mostrando muita finesse e elegância. Enorme surpresa que certamente tomará o mercado de roldão quando chegar no final de setembro com um preço final consumidor ao redor de R$60,00, um verdadeiro achado que você não vai querer perder. Seus cavas básicos também são muito bons e deverão chegar por volta dos R$35,00, uma outra grande pedida.

Desafio Portugal 016

Nos vemos amanhã por aqui. Salute e kanimambo.

Uvas & Vinhos – Tempranillo, um Ícone Espanhol

tempranillo 2Falar de Tempranillo é falar de Espanha onde as primeiras videiras foram plantadas por volta do ano 1.100 aC, na região de Cádiz (perto de Jerez de La Frontera), provavelmente pelos Fenícios. Os primeiros vinhos eram adocicados e pesados. Contudo, durante o século 8º até 15º, a Espanha esteve sob ocupação dos mouros e, para a cultura desse povo, a produção de vinhos não era prioridade. Sendo assim, o desenvolvimento vitivinícola ficou estagnado até meados do século XV. O padrão de qualidade conhecido atualmente, aparece depois da crise da phylloxera, no século 19. Hoje a Espanha se encontra entre os três maiores produtores mundiais, sendo a maioria dos seus vinhos tintos elaborados com Tempranillo, uva ícone do país, em forma varietal ou em cortes com Garnacha, Graciano e Mazuelo e uvas internacionais como Cabernet Sauvignon e Merlot em menor escala. A origem de seu nome vem provavelmente da palavra espanhola temprano, que significa cedo, devido á precocidade de seu ciclo vegetativo em relação às outras variedades tintas da região.

Seu cultivo predomina na região de Rioja, com cerca de 70% dos vinhedos, mas está espalhada pelo país com nomes muitas vezes diferentes como; Ull de Llebre (Catalunha); Cencibel (La Mancha); Tinto Fino (Ribera Del Duero);Tinta del Pais (Ribera del Duero onde a presença é também bastante forte) e Tinta de Toro (Toro). Possui casca espessa e escura, bago de tamanho médio, acidez não muito alta e equilibrada, normalmente não produzindo vinhos com alto teor alcoólico, variando entre 10,5 e 13 %. Em geral, os vinhos de Tempranillo são elegantes, estruturados e complexos quando passam por madeira. Seu estilo fica entre os tintos de Bourgogne e Bordeaux. Podem apresentar aromas de frutas vermelhas como morango, caramelo e especiarias, mas não é, tradicionalmente, uma uva que gera vinhos de forte presença aromática sendo mais exuberante em boca. A complexidade aromática, quando existente, vem normalmente com o corte com cepas outras que, preferencialmente, também lhe aportem maior acidez. Por suas características, é bastante resistente á oxidação o que lhe permite um maior tempo de contato com madeira, tradicionalmente carvalho americano, como nos casos dos Reservas e Gran Reservas que passam no mínimo 24 meses em barricas e uma longevidade bastante estendida.

Conforme Oz Clarke em seu livro, Grapes & Wines, a Tempranillo é uma uva que não reproduz muito Tempranillo 1o seu terroir, ao contrário da Pinot Noir, e sim suas próprias características o que faz com que seus sabores sedutores se possam sentir nos mais diversos locais onde é plantada, preferencialmente em regiões quentes. Sua complexidade vem mesmo é do estilo de vinificação a que a uva é submetida. Além da Espanha, a Tempranillo é cultivada em outros países como Portugal, nas regiões do Douro (onde é conhecida como Tinta Roriz)) e do Alentejo (com o nome de Aragonez) assim como na Argentina e Austrália onde os vinhedos desta cepa têm aumentado exponencialmente. Dizem que será a uva do futuro, especialmente no Novo Mundo, então esperemos para ver.

Jovens Tempranillos, tendem a ser de corpo leve para médio, macios e amistosos devendo assim como os pinots, serem servidos levemente refrescados, por voltas dos 15 a 16º quando melhor demonstram toda a sua sedução, alcançando a plenitude dos sentidos como bem me recordou meu amigo Juan Rodriguez, o mestre da Tempranillo no Brasil. Os vinhos de Ribera Del Duero, Toro e Douro (Roriz) tendem a ser mais encorpados com uma carga tânica maior precisando de mais tempo para se abrir e mostrar toda a sua exuberância ao palato. Definitivamente, vinhos para serem decantados.

 

Eis o que o amigo Álvaro Galvão (Divino Guia) nos diz sobre sua harmonização – “é uma espécie que é colhida mais cedo, precocemente, e tem versatilidade enorme, pois se fazem vinhos com ela sem madeira, com madeira, em cortes, e todos muito gastronômicos, devido à sua acidez balanceada e taninos quase sempre domados. Carne de mamíferos e aves, de preferência as mais rústicas como caças, galinha D’angola e Faisão, em geral vão bem com ela. Coelho, à caçadora, lebre assada e paella também se harmonizam. Experimente uma morcella assada, que seja levemente apimentada e muito aromática, vai ficar muito bom.

Não nos esqueçamos também que para bebericar um Tempranillo sem madeira, jovem e com vivacidade, levemente resfriado é algo muito saboroso em dias mais quentes, acompanhando a maioria das tapas. Em geral, os vinhos de Tempranillo são boa opção para acompanhar comidas de sabor médio a pronunciado.”

            Ainda de acordo com a Mariana, e eu assino embaixo, os Riojas maduros  como os Reservas e Gran Reservas merecem algo mais substancioso como um porco assado ou pernil de cordeiro. Em geral, os Tempranillos de Rioja também combinam muito bem com cogumelos; os crianza, por exemplo, são uma boa opção para pratos com curry pouco apimentados. Quer tirar a prova dos nove, então comece pelos mais acessíveis e vá subindo na escala de preços e qualidade. Os vinhos abaixo foram todos provados e aprovados e os preços dados são meramente referenciais do mercado:

 

  • Fincas Privadas Tempranillo 2007 – Argentina/Casa Palla – R$15,00. (dia-a-dia sem erro)
  • Abadia Vegas 2006 – Castilla y Leon/Espanha/Expand – R$23,60 (verdadeiro achado).
  • Fortaleza do Seival Tempranillo – Miolo/Brasil – R$24,00 (dos melhores no Brasil).
  • Clos Torribas – Penedés/Espanha/Pinord do Brasil – R$29,00 (leva um tico de Cabernet Sauvignon)
  • Don Roman – Rioja/Espanha/Casa Flora – R$35,00 (leva um pouco de Graciano).
  • Artero Tempranillo – La Mancha/Espanha/Decanter – R$36,00.
  • Códice – Castilla y Leon/Espanha/Peninsula – R$59,00 (sempre uma segurança)
  • Marqués de Tomares Crianza – Rioja/Espanha/Casa Flora – R$58,00
  • Sierra Cantabria Cosecha – Rioja/Espanha/Peninsula – R$59,00
  • Ontañon Crianza – Rioja/Espanha/D’Olivino – R$69,00
  • Viña Real Crianza – Rioja/Espanha/Vinci – R$72,00
  • Luis Cañas Crianza – Rioja/Espanha/Decanter – R$75,00
  • Viña Sastre Roble – Ribera Del Duero/Espanha/Peninsula – R$81.00
  • Protos Joven – Rioja/Espanha/Peninsula – R$81,00
  • Zuccardi Q Tempranillo – Mendoza/Argentina/Ravin – R$105,00
  • Prado Rey Crianza – Ribera Del Duero/Espanha/Decanter – R$106,00
  • Sierra Cantabria Crianza – Rioja/Espanha/Peninsula – R$109,00
  • Condado de Haza – Ribera Del Duero/Espanha/Mistral – R$110,00
  • Marques de Murrieta Reserva – Rioja/Espanha/Expand – R$130,00
  • Dehesa La Granja Selección – Toro/Espanha/Mistral – R$145,00
  • Mais algumas preciosidades acima deste preço como; Protos Reserva, Selección e Gran Reserva/Allende/Abadia Retuerta Selección (Península), Prado Rey Reserva e Elite (Decanter), Pesquera Reserva/Viña Bosconia Reserva/Viña Tondonia Gran Reserva  (Mistral), Viña Arana e Viña Ardanza Reservas (Zahil)/ Castillo de Ygay (Expand) e Herencia Remondo La Montesa Reserva/Viña Real Gran Reserva (Vinci).

         Algumas outras opções a serem conhecidas, mas que não posso comentar pois não os provei, são alguns varietais portugueses como João Portugal Ramos, Cortes de Cima e Esporão todos de  Aragonês (Alentejo) / Quinta dos Carvalhais e Quinta dos Roques Roriz (Dão) / Quinta de la Rosa e Quinta do Vale da Raposa ambos Roriz (Douro). Pode-se também provar alguns outros argentinos como o Anubis de Suzana Balbo, Finca el Retiro e Salentein além dos vinhos de O J Fournier. Boa viagem de descobrimento por estes sabores da Tempranillo, espero que curtam e que a matéria produzida lhe possa ser útil e esclarecedora, essa foi nossa intenção.

Post elaborado a seis mãos! O texto sobre as uvas chega pelas mãos da amiga Mariana Morgado e minha, a harmonização pelas do experiente Álvaro Galvão e as sugestões de vinhos são minhas. Para ver como contatar os importadores e checar onde, mais próximo de você, o rótulo está disponível, dê uma olhada em Onde Comprar, post em que constam os dados dos importadores e lojistas assim como de produtores brasileiros.

 Salute e kanimambo.

          

Dicas da Semana

          O Pessoal anda meio devagar esta semana, acho que é o excesso de degustações, mas sempre há dicas interessantes a conferir. Por falar em degustações, nesta última Segunda, realizei meu Desafio de Vinhos Portugueses lá na Kylix, foi show de bola e surpresas, como sempre acontece nas provas às cegas, mais uma vez aconteceram. Segunda começo a postar sobre o que ocorreu por lá. Agora vejamos o que há de interessante por aí.

Portal dos Vinhos, um de meus primeiros e mais chegados parceiros. O Emilio e a Fátima estão sempre armando degustações legais e já fazia um tempo que estava para postar a programação deste semestre, tanto que algumas já aconteceram. Se puder, programe-se e confira pelo menos algumas, os vinhos são sempre de primeiro nível e a simpatia do jovem casal é ímpar. Eu já escolhi duas que não posso perder!

Portal - Calendário das Degustações 2º semestre copy

 

logo-enoteca-decanterA Enoteca Decanter promove mais um Taste & Buy nesta próxima Terça, dando sequência a seus encontros mensais. Dia 01 de Setembro e 06 de Outubro são as próximas datas do Taste & Buy,  uma nova e descontraída forma de degustação de vinhos, que acontece sempre na primeira terça-feira de todos os meses. A cada edição serão cerca de 20 rótulos do excelente portfólio da Decanter, que estarão à disposição para degustação com orientação da equipe especializada da loja e eventualmente com a presença do sommelier campeão brasileiro Guilherme Corrêa. Além disso, todos os rótulos degustados poderão ser adquiridos com 20% de desconto.

          O Taste  & Buy Enoteca Decanter é uma excelente oportunidade para fazer novas descobertas e comprar vinhos tintos, brancos, rosés, espumantes e de sobremesa com excelente custo benefício. São rótulos trazidos de sete países com exclusividade pela Decanter, muitos deles premiados e consagrados pela crítica especializada, como por exemplo, linhas das vinícolas Luigi bosca, De Martino e Pio Cesare. A participação no evento custa apenas R$ 80 (valor revertido em compras dos vinhos degustados), e para acompanhar a degustação são servidos queijos e pães. Rua Joaquim Floriano, 838 – Itaim Bibi, informações e reservas:         (11) 3073-0500        e (11) 3702.2020.

 

A Lusitana foi passear pelo interior e decidiu promover um evento junto com o restaurante 3T em Indaiatuba e com a colaboração da Brancotinto, uma importante loja local. Picanha de Cordeiro na Brasa, uma especialidade da casa, com Duque de Beja, uma outra especialidade , só que de outra casa. Pelos comentários da Eliza, essa harmonização é tão boa que eles quiseram compartilhar isso com mais gente e, daí, esta idéia. Para quem é da região, um prato cheio e, até porque o gosto da Eliza é meio duvidoso (rsrs), então há que se conferir!

Lusitana e Cordeiro em Indaiatuba

 

Curtas:

  • Restaurant Week começa nesta semana em São Paulo. Hora de programar suas visitas e montar um programa de almoços especiais aproveitando esta promoção muito especial. Durante a semana que vem, mais algumas dicas aqui no blog. Fique ligado!
  • Enoteca Fasano de novo com uma promoção dos bons vinhos Pasión 4 da bodega argentina Joffré y Hijas. Dois rótulos imperdíveis o Bonarda e o Malbec, ambos 2006 e muito saborosos que, por R$36,00, são uma verdadeira barganha.
  • Mistral e Vinci. Falando de barganhas, ambas as importadoras de Ciro Lima vendem em dólar à taxa do dia e, com a nova valorização do Real, os preços estão ótimos e é sempre bom nos garantirmos aproveitando estes momentos. Garimpando acham-se grande rótulos por pequenos preços, vale a pena conferir.
  • Achados Imperdíveis. Sujeito a disponibilidade, mas verdadeiramente imperdíveis. Ligue e confira se ainda têm esses rótulos poisvalem cada tostão gasto; na Casa Palla, o bom Merlot Reserva 2005 da Pizzato está por meros R$30,00 e um dia-a-dia básico e bem saboroso o Fincas Tempranillo 2007 por míseros R$14,90 que alegra qualquer churrasco e pizza com os amigos; Na Kylix, diversos bons rótulos em promoção, mas o belíssimo Villa Antinori Toscana 2004 merce um destaque especial. Um baita vinho que está por R$79,00 se comprado de caixa com seis unidades. Junte os amigos e não perca de jeito nenhum!

Ainda estou esperando mais uma dica de um novo parceiro e, se chegar, ainda adiciono hoje. Por agora é só. Salute e kanimambo.

YESSSSSSSSSSS, o “Maledetto” Deve Cair!

capeta de einstein24h.com.br O corajoso Luiz Henrique Zanini, pegou o “Maledetto” do projeto do selo fiscal pelos chifres e organizou/esclareceu os produtores quanto ao absurdo comercial e operacional dessa implementação. Tenho dado o máximo possível de apoio e exposição a este tema, tendo minha opinião formada e amplamente divulgada aqui no blog, porque tenho a convicção de que seria um enorme retrocesso para nossa vinicultura que só beneficiaria os grandes, prejudicando os pequenos produtores, importadores e nós consumidores. É algo que, sinceramente, não tem nem pé nem cabeça! Pois bem, o Zanini que é parte interessada,  já que sua Vallontano é uma dessas pequenas vinícolas, e um dos lideres desse movimento contra o selo fiscal, me envia mensagem dando conta que esse “maledetto” deverá ser engavetado conforme noticia dada hoje no Valor Econômico com o título – Receita Rejeita Selo de IPI em Garrafa de Vinho.

“Uma avaliação técnica da Receita Federal reprovou a ideia de obrigar produtores e importadores de vinho a colarem selos nas garrafas para comprovar o pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O pedido é da Câmara Setorial do Vinho e tinha sido levado ao ministro da Agricultura em 6 de abril. A decisão será do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas o tema será encaminhado pelo secretário-executivo do ministério, Nelson Machado.

Ontem, o subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita, Michiaki Hashimura, recebeu parlamentares e vários representantes de 102 pequenos produtores de vinho. Eles criticaram o alto custo do selo, aproximadamente R$ 0,20 por garrafa, se comparado ao do preço mínimo do quilo da uva (R$ 0,46).

O sócio da Vallontano, Luís Henrique Zanini – presidente da União Brasileira de Vinícolas Familiares e Pequenos Vinicultores (Uvifam) – explicou que o documento levado à Receita demonstra que o selo não evita fraudes e a sonegação, mas tem custo suficiente para tirar do mercado empresas com estrutura familiar. “A Receita foi muito sensível aos nossos argumentos. Disseram que o governo não tomará decisão que possa prejudicar os empreendedores familiares”, revelou Zanini.

Agora, como neste país as coisas acontecem de forma misteriosa, convém manter o estado de alerta, nunca se sabe o que algum burrocrata de plantão pode aprontar. Não seria a primeira vez neste nosso Brasil varonil que, por razões desconhecidas, uma canetada passa por cima de análises técnicas de orgãos competentes. Então, como dizem nossos amigos argentinos, “OJO”! Não dá para baixar a guarda em quanto o defunto não esteja definitivamente enterrado em caixa de concreto lacrada e, mesmo assim …………Quer ver o artigo completo? Então clique aqui >>  http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2009/8/26/receita-rejeita-selo-de-ipi-em-garrafa-de-vinho. Artigo de Arnaldo Galvão publicado no Valor Econômico de 26/08/2009.

Valeu Zanini! Brindo a isso com teu novo e saboroso espumante Vallontano Rosé, salute e kanimambo.

Imagem – Capeta de Caruaru – www.einstein24h.com.br

Descobertas no Pró-Chile

              Ontem dei uma passada, literalmente porque tinha me esquecido de um compromisso familiar e, desta forma, tive que abortar minha viagem por uma série de boa vinícolas presentes neste evento. Com isso fiquei por lá um pouco mais de duas horas, quando me dei conta do compromisso, o que foi uma pena porque o Chile é sempre muito rico em surpresas e novos rótulos a serem conhecidos, mas …..fazer o quê? De qualquer forma valeu a pena.

            Do pouco que consegui provar, uma constatação de algo que vem crescendo dentro de mim, minha preferência por Malbecs chilenos e pelos Cabernet Sauvignons argentinos . Para quem duvida, comece a prestar atenção e a tomar vinhos com essa inversão de origens, acho que irá se surpreender. Para confirmar  uma parte desta afirmação, prove os Malbecs ; Orzada da Odfjell (World Wine), Valdivieso Single Vineyard (Bruck) e Perez Cruz Cot (Wine Company). De tirar o chapéu, em especial por sua elegância e finesse, verdadeiramente sedosos ao palato. Num patamar um pouco abaixo, o Casillero Del Diablo Malbec, também muito saboroso.

             Falando da Odfjell, impossível não passar e tomar seu incrível Orzada Carignan, um vinho muito especial produzido com uvas vindas de um vinhedo com mais de 80 anos de idade, um sonho hedonístico que me embala com Pró Chile 005regularidade. Outro imperdíve de ser revisitado foi o stand da Casa Marin (Vinea), que está um degrau acima das demais com seus brancos e tintos geniais da região de San Antonio, tendo trazido para este evento seu òtimo Pinot Noir e o magnifíco e meu preferido, Miramar Syrah, um deleite para o nariz e palato. O Chile produz excelentes Syrahs e este é de uma finesse, riqueza de sabores e de uma harmonia impressionantes que eu já comentei extensamente aqui. Alguns outros dos poucos vinhos provados que me chamaram a atenção, são os Eclat 2007, Semillon botritizado muito bom, rico e de muito boa acidez, O Valdivieso Syrah Reserva, um dos melhores Syrahs chilenos nesta faixa de preços (R$54), o estupendo Validivieso Premium Merlot (malbec já mencionei acima) e o crém de la crém da vinícola em sua 11º edição, o Caballo Loco recentemente engarrafado, mas já mostrando todo o seu imenso potencial. Não sendo muito fã de Carmenéres, tiro o chapéu para um vinho de gama média o Montgras Reserva Carmenére, muito fino e equilibrado.

Minha mais interessante descoberta, no entanto, foi que os amigos da Lusitana se associaram a um pessoal que estará trazendo o aporte financeiro necessário para o crescimento da empresa que alçará vôo para além das coisas de Portugal. Começam peloPró Chile 006 Chile, e muitíssimo bem, com a vinícola Lauca da família Guerra, empresa com 700 hectares de vinhas, exportando para mais de 35 países e, pasmem, ausentes do Brasil até agora. Grande achado do amigo Henrique Cachão tendo me deliciado com alguns ótimos vinhos nas mais diversas faixas de preço, uma vasta coleção de rótulos em quatro segmentos diferentes.

            Lauca é o nome da Llama de estimação que circula pelos jardins e vinhedos da sede da vinícola sendo ele quem dá o nome ao empreendimento. Vinhos que me chamaram a atenção seja pela linha Lauquita,  gama de entrada do portfólio da vinícola com previsão de preços abaixo dos R$30,00 tendo achado seu Chardonnay, Merlot e Cabernet Sauvignon muito bem feitos e com uma riqueza, equilíbrio e estrutura surpreendentes para a faixa, seja nas gamas mais altas.

  • Pró Chile 007Seu Lauca Reserva Pinot Noir com uma produção de somente 5000kgs por hectare, macerado manualmente á moda antiga em barricas serradas ao meio, fermentação em madeira nova por cerca de seis meses é divino. Com muita tipicidade da casta, mais para Borgonha do que novo mundo, um vinho realmente encantador que seduz facilmente e, espero, possa vir a fazer parte dos vinhos freqüentadores de minha mesa.
  • Pró Chile 008Na linha premium, o excelente Lauca Gran Reserva, um corte de Cabernet Sauvignon/Carmenére e Syrah que passa 14 meses em barrica e 12 meses em garrafa antes de sair para o mercado, este é 2006. Um vinho de grande complexidade, elegante e macio na boca, longo, realmente um vinho estupendo que enche a boca de prazer. Não sei os preços, mas conhecendo a filosofia de trabalho da Lusitana, acho que teremos neste dois vinhos, dois expoentes do que costumamos chamar de ótima relação Qualidade x Custo x Prazer.

Esperemos para ver os rótulos que o Henrique vai trazer, mas se vierem estes, nós enófilos agradecemos e bateremos a sua porta. Bem, é isso por hoje. Uma pena que não pude ficar por mais tempo e aproveitar esta oportunidade, mas não adianta, como sempre digo, sempre haverão mais vinhos do que temos oportunidade de tomar, então temos que nos contentar com os que podemos provar e que já são muitos!

Salute e kanimambo.

Filipa Pato – Vinhos de Autora

Filipa Pato IIINunca tinha estado frente a frente com Filipa Pato, mas muito já tinha ouvido falar. Sou consumidor de seus vinhos, especialmente do Ensaios tinto e do agradabilíssimo 3b, um espumante rosado delicioso. Todos falam de sua beleza e jovialidade, já eu me impressionei mesmo foi com sua presença, pequenina em tamanho, mas grande em paixão pelo que faz, por aquilo que elabora. Fica com dois metros de altura quando começa a falar empolgadamente sobre seus vinhos, seus projetos e sua família.  Se o pai, Luis Pato, é o mestre da Bairrada e domador da Baga, ela deveria ser conhecida com a “pequena notável” com seus projetos arrojados e desafiantes como, agora com seu marido, William, em uma nova empresa, os “Vinhos Doidos”. Aqui dará vazão a toda sua irreverência e criatividade na elaboração de vinhos diferenciados, mas isso é outra história. Por enquanto vamos de vinhos “menos doidos” produzidos de uvas e vinhedos controlados por ela com uma produção atual em torno de 68.000 garrafas e com capacidade de chegar a umas 100.000. Volume pequeno e alta qualidade, uma equação que nos tem dado vinhos muito agradáveis, para dizer o mínimo. Já mencionei neste blog, que Filipa é uma estrela com luz própria, agora confirmo e complemento a frase, em plena ascenção. 

            Desta feita fui convidado para um jantar com apresentação de seus vinhos, com maior foco no FLP, um branco doce bastante interessante, sobre o qual falarei mais adiante. Saí do restaurante, no entanto, encantado com sua obra como um todo. Que belos vinhos, a começar pelo delicioso 3b um espumante que é assíduo visitante aqui em casa e que já recomendei por diversas vezes. Este, no entanto, é de 2008 e está ainda mais fresco e vibrante, bem do jeito que é a autora. Tenho que comprar mais umas garrafas, até porque as minhas já acabaram.

            Ensaios brancos 2008, corte de Bical e Arinto que passa um mês fermentando com leveduras indígenas, pareFilipa Pato 001 em tanques de inox e parte em madeira. Aromas delicados, de boa intensidade, muito fresco, saboroso, cítrico e mineral, tem um final de boa persistência que convida á próxima taça. Uma ótima opção como aperitivo e boa companhia, certamente, para umas pataniscas de bacalhau ou sardinhas na brasa.

            Lokal Silex 2004, um vinho divino que não conhecia. Dizia Filipa, que o vinho ficou muito duro quando elaborado e que ela buscava algo mais elegante. Pois bem, não sei como ele era, mas sei que está delicioso e elegante Filipa Pato 005ao atingir a maturidade após cinco anos de vida, devendo crescer mais ainda com mais uns dois ou três anos de garrafa, quem sabe mais. Fermenta em inox e depois passa um ano em balseiros de 2.000 litros. É um corte de Touriga Nacional (85%) e Alfrocheiro produzido no Dão em uma pequena localidade de onde se avista a Serra da Estrela. O vinho me seduziu tendo, a meu ver, sido o vinho da noite. Nos aroma é bem frutado com leve floral (violeta) bem típico dos vinhos do Dão com forte presença da Touriga Nacional e nuances achocolatadas depois de um tempo em taça. Aos cinco anos, mostra-se ainda jovem com taninos finos ainda bem presentes, mas já sem qualquer agressividade, tomando-se muito bem sendo que este passou um tempinho em decanter, essencial para o poder apreciar em toda sua plenitude.  È retinto na cor, escuro, muito equilibrado, denso com bom volume de boca, rico, aveludado com um final algo especiado e bastante longo. Encanta a forte presença mineral em boca sendo um vinho que, apesar de ter se dado bastante bem com o bom rosbife servido, deverá se apresentar melhor acompanhando pratos mais robustos. Um vinho que acaba rápido em taça e deixa saudade.

            FLP 2008, um vinho doce de sobremesa com apenas 12% de teor alcoólico num estilo algo alemão, produzido com seu pai Luis Pato. Elaborado com Sercealinho (cruzamento de uvas Serceal com alvarinho com mais de 20 anos de idade só disponíveis nas terras de Luis Pato), Serceal e Bical pelo processo de crio-extração que consiste em congelar o mosto das uvas obtendo-se maior concentração. Com baixo teor alcoólico, cerca de 100grs de açúcar Filipa Pato 007residual e uma acidez em torno de 7 a 8grs, é gostoso, saboroso e com bom frescor, aromas sutis e delicados, boa persistência e, de acordo com Filipa, um vinho que deve crescer com tempo em garrafa. Tenho que confessar que não chegou a me encantar como vinho de sobremesa. Brinquei com a Filipa, de que seria um vinho para o chá da tarde, e é assim que o vejo. Um vinho leve, saboroso, fácil de agradar para juntar amigos e amigas num bate-papo descontraído ao entardecer. Para o final de uma refeição, o recomendaria com uma salada de frutas e uma bola de sorvete de baunilha. Foi servido com uma tradicional sobremesa de Romeu e Julieta (estávamos no Dalva & Dito, novo restaurante de Alex Atala com cozinha brasileira) em que o mestre adicionou uma bola de um sorvete de goiaba bem leve, salvando a harmonização com essa incrível liga com o vinho. A Filipa também o recomenda com cozinha oriental, sendo o Japão um dos principais importadores deste saboroso vinho. Eu fiquei pensando aqui com meus botões, será que não harmonizaria legal com Pato c/Laranja?! Acho que terei que fazer o sacrifício (rsrs) e fazer esse teste.

            Antes de finalizar, queria tecer meus comentários sobre algo além do vinho, mas que me chamou a atenção. A relação entre pai e filha. O amor, o respeito e a admiração um pelo outro são algo digno de salientar e não muito comum nos dias de hoje. Talvez isso tenha sido o que mais me marcou ao ouvir Filipa falar sobre seu pai nessa noite e ao Luis Pato falar de sua filha em outros momentos. Brindo à longevidade dessa admiração mútua com uma taça de 3b da Filipa e outra do novo espumante de Touriga Nacional do Luis Pato. Afinal, porquê se contentar com uma quando podemos aproveitar da maestria dos dois?! Os vinhos da Filipa Pato são de exclusiva distribuição da Casa Flora.

Salute e kanimambo.

Desafio de Vinhos Portugueses – II

42-16335804 Começo a semana, depois de um fim de semana preguiçoso, com o Desafio de Agosto, num embate de vinhos das diversas regiões produtoras em Portugal tendo como teto de preço R$100,00.  Grande Desafio, para não dizer uma verdadeira maratona, porque desta feita, não consegui segurar a quantidade e não tenho estrutura para montar duas provas, então teremos 14 Desafiantes presentes e agora, finalmente, definidos. Tradicionalmente tento me manter em dez rótulos que é o que considero tecnicamente adequado e ao mesmo tempo já nos permite ter uma visão bem ampla do tema em pauta, mas enfim, sacrifícios fazem parte! Rsrs Podem não acreditar, mas ainda sobraram quatro rótulos, um do Douro e três do Alentejo, o que me motivou a promover um novo Desafio de Vinhos de Portugal, desta feita um Alentejo x Douro com dez rótulos, provavelmente em Outubro já que o de Setembro já está em fase final de definição e logo, logo compartilharei com vocês qual será o tema.

       Desta feita contarei com o inestimável apoio de um parceiro antigo e participativo, a Kylix. Frequentemente presente nestas páginas, especialmente no Dicas da Semana com diversos eventos e ofertas de bons vinhos a bons preços. Desta feita, usando sua estrutura de eventos e wine bar, o Desafio será feito lá com a presença dos seguintes Desafiantes, agora já definidos:

Altano Reserva 2006, corte de Touriga Franca (30%) e Tinta Roriz produzido pela Symington Family, leia-se Graham’s. Conheço bem seu rótulo básico que é efetivamente uma grande compra e um Best Buy em diversas revistas internacionais, mas este me é desoconhecido. WS 88 – preço médio R$93,00  (Mistral)

Aveleda Follies Touriga Nacional/Cabernet Sauvignon 2004. Um Bairrada diferenciado, sem Baga, Medalha de Ouro no maior concurso internacional de vinhos da América do Norte, o Sélections Mondiales des Vins e Bronze no Decanter World Wine Awards. WS85 – preço em média R$72,00. (Interfood).

Terras do Pó Reserva 2004, 100% Castelão produzido pela Casa Ermelinda Freitas, o segundo vinho desta premiada casa de Terras do Sado mais conhecida por seu vinho top, o Leo d’Honor.  Preço médio R$72,00. (Lusitana de Vinhos & Azeites)

Caldas Reserva 2005 de Domingo Alves de Souza, um dos melhores produtores da região do Douro, corte de; Tinta Roriz, Touriga Nacional , Tinta Barroca, Sousão e Tinta Francisca. A Revista de Vinhos deu 15,5/20 pontos a este vinho. Preço médio R$100,00. (Decanter)

Callabriga Douro 2004 , mais um representante do Douro que, em uma degustação às cegas, já o vi bater o famoso Quinta da Leda. Corte de Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz, WS 87 – preço, R$93,00 (Zahil)

Ceirós Reserva 1998, produzido pela Quinta do Bucheiro, é um corte de Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Touriga Nacional, produzido no Douro . Preço por volta de R$85,00. (BR Bebidas/ Vinhos do Douro)

Falcoaria DOC 2004, medalha de bronze no Challenge International du Vin em Bordeaux, é um corte de Castelão e Trincadeira de vinhedos com mais de 80 anos situado no CVR Tejo (Ribatejo). Preço por volta dos R$74,00 (D’Olivino)

Herdade do Esporão Reserva 2006. Mais que tradicional corte alentejano de Aragonês, Trincadeira, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon que dispensa maiores comentários e apresentações. O 2005 obteve WS89 – preço médio por volta de R$90,00. (Qualimpor)

Herdade do Pinheiro Reserva 2003, escolha pessoal minha e um dos grandes vinhos do Alentejo nesta faixa, lamentavelmente pouco conhecido por aqui. Elaborado com as castas Aragonez, Trincadeira e Touriga Nacional com 9 meses de barricas novas francesas e americanas. Best Buy da prazers da Mesa com 91 pontos, 16/20 pontos da Nova Critica, medalha de ouro no Challenge International du Vin 2007, entre uma série de outros prêmios. Sem preço, mas deve andar por volta dos R$85,00.

Quinta da Chocapalha 2005, da Estremadura, hoje CVR Lisboa, um corte de Tinta Roriz, Touriga Nacional, Castelão e Alicante Bouschet elaborado pela premiada enóloga Sandra Tavares da Silva (Pintas e Vale Dª Maria entre outros). A safra 2004 teve WS89 e 88RP – Preço por volta de R$90,00. (Vinci)

Quinta de Cabriz Reserva 2006, um clássico vinho do Dão produzido pela Dão Sul, corte de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz . O da safra de 2005 obteve WS89 e 16,5/20 pontos na Revista de Vinhos – Preço ao redor de R$65,00.  (Winebrands).

Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2004, sobre o qual já teci comentários neste blog é um vinho que me encanta, produzido pela amiga Raquel Mendes Pereira, uma brasileira que produz tintos no Dão. Obteve ótimos 17 pontos na Revista de Vinhos (Portugal). Mudou de importadora recentemente e seus vinhos estão por chegar. O preço estimado é de R$95,00. (Malbec)

Reguengos Garrafeira dos Sócios 2001, um dos meus alentejanos preferidos junto com o Herdade do Pinheiro e o Cortes de Cima que, lamentavelmente não estará presente. Estilo diferente, mais tradicional, corte de Aragonês, Trincadeira e Castelão. Medalha de Ouro na Vinalies International em 2007 e Prata no International Wine & Spirits em Londres. Preço ao redor de R$80,00. (Vinhos Seleto)

+ Um vinho surpresa, porque se não perde a graça e não gosto do numeral 13!

         Por falar em vinhos e produtores portugueses, andaram por cá diversos que nos deram alguns bons rótulos a degustar. Ainda durante esta semana publicarei posts com minhas impressões e comentários. São vinhos da vibrante Filipa Pato (Casa Flora), da Herdade do Esporão e da Quinta do Crasto (Qualimpor) e da CVR Tejo. Enfim, uma série de descobertas, surpresas, confirmações e, no geral, a presença da inquestionável diversidade e qualidade dos vinhos portugueses sempre mexendo com nossas sensações e emoções, mesmo quando pelas mãos e criatividade de um australiano (?). Ao fim e ao cabo a realidade é que, se existe um mundo cosmopolita, este é a nossa vinosfera. Em breve publicarei o resultado deste embate!

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

Reflexões do Fundo do Copo – Bebericando Ensinamentos

breno3              Todos que vivem do vinho se vestem de uma autoridade impressionante para falar de tudo sobre vinho. Não me refiro apenas àquela vendedora de loja especializada, que se aproxima simpaticamente do cliente e ao se apresentar como vendedora com um largo sorriso no rosto dizendo “posso ajudar?” Todos do negócio, do motorista do caminhão que traz os produtos dos portos ao assessor para assuntos de contabilidade, todos se sentem em condições de sugerir um vinho que melhor harmoniza com determinado prato. A proximidade com bebida basta para que a pessoa faça um ar de entendido, porque ela pode citar quem é famoso e gosta de vinho, e isso gera uma aura de autoridade que impregna inclusive pessoas que sabem que pouco sabem.

            Mas não apenas os que vivem do vinho sabem dizer qual é a melhor fórmula para harmonizar. Pergunte ao seu colega aí ao lado, aquele que sempre tem alguma a dizer sobre o restaurante da hora, a loja de roupa mais quente do shopping, o happy hour mais concorrido. Ele certamente pode discursar sobre como o vinho X combina com o prato Y pelo tempo que for necessário! Porque entender de vinho e de harmonização é moda que grassa pelas terras do mundo inteiro. É universal e não é assunto restrito aos estudiosos, um pouco porque o principal da harmonização nada tem a ver com a precisão dos cientistas, mas tudo tem a ver com o mais comum dos bons sensos.

           Os entendidos aceitam duas formas de harmonia, por afinidade entre as propriedades do vinho e da comida, ou por contraste entre eles, descritas por autores de todas as origens, seguindo regras que misturam conhecimento laboratorial, histórico de harmonia e bom senso, num coquetel que aplica mais este ou mais aquele ingrediente conforme a história de cada um. José Ivan dos Santos, autor de dois livros “essenciais” de grande sucesso, publicados pela editora Senac SP e com quem dividi planos de trabalho conjunto, ensina a harmonizar igualmente por afinidade ou por contraste, no afã de reforçar determinado atributo presente no prato ou procurar no vinho uma correção a um determinado excesso, sem deixar de alertar que “não há casamentos perfeitos; o vinho e a comida não são exceção”. Faz sucesso, porque consegue agradar a todas as opiniões sem se comprometer com ninguém, ao contrário do personagem do moedor de farinha de uma fábula do La Fontaine “Le Meunier, son fils e l’Ane” que diz “é maluco quem pretende contentar, ao mesmo tempo, todo mundo e seu pai”.

          Quando dá alternativas para um lado e para o outro, quando mostra o lado incerto e paliativo das suas afirmações – que não são poucas – não afronta nenhuma certeza do consumidor, até porque não tem ele como ser autoritário em suas afirmativas… Porque afinal ele não é maluco para pretender contentar todo mundo e o pai, ao mesmo tempo, muito pelo contrário! Os harmonizadores que escrevem por ofício não devem ser crucificados por sugerir harmonia, um pouco daqui e um pouco dali: é possível respeitar a tradição regional, como os portugueses que bebem vinho tinto com bacalhau; por outro lado, que tradição seguir, se bebemos os brancos secos e ácidos, com o mesmo prato português, o peixe sem cabeça? Não se pode esquecer, é óbvio, os argumentos da untuosidade, do queijo, da madeira, do vinagre, do shoyu, da alcachofra, dos aspargos e todos os outros pretensamente definitivos…

           Tudo é mais relativo, quanto maior for o conhecimento, experiência e inteligência acumuladas nas reflexões. Parece ser o caso das que se encontra no livro oficial das academias dos Gastrônomos e da Culinária Francesa, publicado em 1971 em livro de bolso, sob o título Cozinha Francesa, Receitas clássicas de pratos tradicionais  (de onde, aliás, tirei a citação acima do La Fontaine) fica evidente a importância da tradição e do bom senso na hora de harmonizar, até porque existem fatores externos a este compromisso entre a bebida e a comida que podem influir ainda mais na escolha do vinho: o tamanho e a complexidade da refeição! Cada vinho e cada prato articulam-se uns com os outros, como músculos, nervos e ossos, uns com os da outra categoria e com os da sua própria condição. O que vem depois de uma salada… Ou melhor, o que contém a salada servida, combina com os ingredientes que compõem os pratos a seguir?

          Cabe refletir um minuto sobre a tradição e o bom senso, com os olhos no livro citado. Para a infelicidade dos conservadores, o “clássico”, que normalmente remete à tradição, foi moderno e transgressor algum dia… Antes de tornar-se clássico. E bom senso, ora, bom senso, nos dizeres de Antonio Gramsci em seus Cadernos do Cárcere, é um sentimento coletivo de um grupo social determinado, num momento da história igualmente determinada, um termômetro para saber quanto se está perto de uma nova mudança de mentalidade. Ou seja, mais uma vez, tanto o sentido da tradição e do clássico, quanto o sentido do bom senso estão em moto contínuo. Olhando de perto, quando o observador se confunde com o objeto de estudo, parecem coisas imutáveis e seguras. Olhando à distância ganham em movimento, desesperam aqueles que buscam alcançar a noção aristoteliana do “bom” como algo imutável.

          O “Cuisine Française” derruba toda a pose de gente que intenciona criar regras de casamento (mariaje) entre vinho e comida. Traduzido livremente diz logo em seu primeiro parágrafo “na verdade, não é preciso ser um grande mestre para escolher o vinho mais apropriado a um prato – servido sozinho – precedido de sopa e salada, seguido de queijo e sobremesa. Independente de grandes conhecimentos, trata-se de uma simples questão de bom senso…”. Logo depois, o tombo fica ainda maior para os cientistas e engenheiros da gastronomia definitiva “Comumente, crustáceos, peixes, vol-au-vent, quiches etc. são acompanhados de vinho branco, por esquecimento ou ignorância da principal razão desta escolha: somente o vinho branco seco pode preceder um vinho tinto sem comprometer a sua degustação!”(grifo meu)

        Ora, que beleza de ensinamento, mais do que harmonizar um prato com um vinho, o texto propõe harmonizar o vinho de agora com o vinho de daqui a pouco! Isto que é sabedoria de tirar o chapéu (se é que alguém continua usando esta peça do vestuário que algum dia cobriu as nossas ricas massas encefálicas)!. Bom senso sobre bom senso. Em dois parágrafos, dois ensinamentos que valem um livro inteiro sobre harmonização – siga o bom senso e sirva antes o vinho branco seco. Nenhuma razão é mais forte do que esta para comer entradas e pratos leves com vinhos brancos secos, por mais que estes possam ser o melhor acompanhamento líquido para os deliciosos frutos dos mares e dos rios.

      Melhor seria dizer:

  1.  recomende o óbvio quando seu conhecimento de vinho e comida for muito maior do que os que lhe pedem conselhos.
  2.  beba literalmente o que quiser quando estiver sozinho.

Beba até espumante demi-sec com feijoada, mesmo que todos os seus poros recomendem uma bela cachaça com limão espremido, seguido de um chopp em caneca de prata!

Mais um inteligente texto do amigo e colaborador, agora com participação quinzenal aos sábados, Breno Raigorodsky; 59, filósofo, publicitário, cronista, gourmet, juiz de vinho internacional e sommelier pela FISAR. Para acessar seus textos anteriores, clique em Crônicas do Breno, aqui do lado.

Dicas da Semana

Depois de um dia fora visitando clientes no interior, começarei estas Dicas com algumas sugestões de Boas Compras apuradas no TOUR Mistral e que em minha humilde opinião são Best Buys, informação sobre um Sale da Expand com alguns rótulos imperdíveis para quem achar (eu consegui alguns), Interfood Classics que chegou agora à tarde e outras.

Best Buys Mistral Tour – estas são algumas das Boas Compras que encontrei neste evento, obviamente só de vinhos provados. Como a tabela de preços da Mistral é dolarizada, os preços são aproximados:

  • Alamos Malbec 2007 e o Chardonnay 2008 – R$29,00
  • Altano Tinto 2006 – R$36,00
  • Pisano Rio de Los Pajaros Tannat/Syrah/Viognier 07 – R$37,00
  • Quinta da Lagoalva Castelão/Touriga Nacional 05 – R$46,00
  • Montes Selección Ltda. Cabernet/Carmenére 07 – R$46,00
  • DV Catena Malbec 2006 – R$49,00
  • Pisano RPF Tannat 06 – R$50,00
  • Rawson’s Retreat Semillon/Chardonnay 08 – R$54,00
  • DV Catena Cabernet/Malbec 2005 – R$57,00
  • Pisano RPF Petit Verdot  07 – R$57,00
  • Quinta da Lagoalva Reserva 06 – R$63,00
  • Sileni Estate Selection Chardonnay “The Lodge” 07 – R$64,00
  • Altano Biológico 07 – R$65,00
  • Quinta do Côtto 2005 – R$67,00
  • Catena Semillon Doux 2006 – R$67,00
  • Blason d’Aussiére 2005 – R$68,00
  • Prazo de Roriz DOC 06 – R$72,00
  • Montes Alpha Syrah 06 – R$80,00
  • Badia Coltobuono Chianti Classico 06 – R$89,00
  • Cygnus Nero d’Avola/Cabernet 05 – R$96,00
  • Pisano Arretxea Tannat/Petit Verdot 04 – R$105,00
  • Pombal do Vesúvio 07 – R$105,00
  • Post Scriptum 2007 – R$115,00
  • Penfolds Bin 389 – R$125,00
  • Villa di Capezzana 05 – R$125,00

 

Vinea convida para seu primeiro Wine Week. Ótima oportunidade para provar ótimos vinhos, fazer suas compras com preços camaradas e conhecer esta linda casa, caso você ainda não tenha tido esse prazer. Ligue e reserve seu dia.

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Degustação & Arte, evento anual promovido pela Maria Amélia, árdua divulgadora das coisas do vinho lá pelas bandas gaúchas, está em sua quinta edição agora no mês de Setembro. Programe-se e garanta sua reserva desde já.

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Expand, um novo Sale a toque de caixa e de tiro curto, para realinhamento de seu portfólio. Separei algumas oportunidades muito boas, umas consegui garantir e outras não, mas dependerá muito de onde você estiver. Melhor ligar logo para seu consultor de vendas na loja mais próxima. Eis os rótulos que acho um achado, mas tem bem mais coisa, inclusive ótimos vinhos top, fora de meu alcance financeiro, com descontos de 30, 40 e 50%! Coisas do tipo Quinta das Tecedeiras Touriga Nacional, Albert Bichot Vosnee-Romanée/ Chablis Grand Cru Les Vaudesirs  e Pommard, Achaval Ferrer Merlot e Cabernet Sauvignon, Taylor’s Porto Vintage 1970 entre outras preciosidades, um prato cheio para quem pode. Vale a pena garimpar e aproveitar.

  • Madeira Henrique’sFinest 5 Years – R$33,00
  • Madeira Full Rich – R$23,40
  • Quinta das Tecedeiras LBV 2001 – R$40,80
  • Rocca Del Vernaiolo 06 – R$23,40
  • Vale da Clara 06 (Douro) – R$22,80
  • Albert Bichot Brouilly 06 – R$39,00
  • Albert Bichot Pinot Noir 06 – R$47,40
  • Caliterra Tribute Chardonnay 06 – 33,00
  • Caliterra Tribute Cabernet Sauvignon 05 – R$33,00
  • Cuvée Marie- Gabrielle 03 Côtes du Roussillon– R$45,00
  • Chateau Jalousie 04 Bordeaux – R$54,60
  • Zuccardi Serie A Bonarda 06 – R$33,00
  • Cazes le Canon du Marechal Syrah/Merlot 05 – R$28,80
  • Fabre Montmayou Patagonia Infinitus Merlot 05 – R$58,80
  • De Toren Fusion V 2005 (África do Sul – WS92) – R$88,00
  • Norton Privado 03 (WS91) – R$87,50

Bons vinhos que, em função do preço, se tornam opções para um ótimo dia-a-dia e ainda parcelam as compras em três vezes para compras acima de R$450,00, valor fácil, fácil de chegar, dificil vai ser encontrar os rótulos!

 

Interfood Classics com uma promoção em cima da hora, chegou faz pouco, mas que ainda deu tempo de incluir.

Classics Express Offer

Bem, por hoje é só, as dicas não são muitas, mas são boas então aproveitem.

Salute a kanimambo pela visita.

Tour Mistral II – A Ressaca!

Tour Mistral I 001Brincadeira, se tem uma coisa que vinho não me dá é ressaca como a que costumeiramente conhecemos, até porque abasteço o tanque com bastante água. Esta ressaca é cansaço mesmo, muita coisa, muitos vinhos e o mundo não pára aqui fora, então …! Este segundo dia foi um pouco mais light, porém com maiores distrações que acabaram fazendo com que eu cometesse duas falhas; a primeira de não ter fotografado nem revisitado os vinhos da Graham´s, de novo, e a segunda de não ter feito a visita aos vinhos da Vallontano. Uma pena, mas ontem o salão estava especialmente cheio. Uma coisa legal; a primeira foto na mídia do novo espumante Vallontano Rosé, de que tanto gostei, saiu aonde, aonde? Aqui, eheheh.

           Bem, mas falemos do segundo dia e dos vinhos provados . Para começar fui visitar os estandes mais concorridos, já que cheguei cedo, da Anima Negra, Luis Pato (sim, novamente e não percam o espumante de Touriga Nacional) e Catena Zapata. Depois passei para provar os vinhos da linha mais “básica” do Castello Del Terricio, Badia a Coltibuono com seus chiantis mais acessíveis, Domaine D’Aussiéres, Quinta do Côtto, Viña Montes e uma breve passada por Penfolds, Viña Carmen e só. O resto foi muito papo com os amigos, leitores e colegas. Dois dias muito intensos e tenho que parabenizar o Ciro Lila por mais este evento e congratular a Sofia Carvalhosa pela esmerada organização.  

                Antes que fale sobre os vinhos, um comentário especifico sobre os vinhos Chilenos. Assustei-me com os teores alcoólico dos vinhos provados. Vinhos brancos com 13.5 a 14%, tintos de 14% para cima, complicado e um pouco na contramão do que o mercado começa a exigir mundialmente. Entendo as dificuldades climáticas, mas existem produtores que estão produzindo belos vinhos com teores mais civilizados. Por outro lado, quando falamos de vinhos de grande estrutura, vinhos de guarda com bastante corpo, o equilíbrio acaba sendo maior e sente-se menos a forte presença do álcool, mas nos brancos e nos vinhos de menor estrutura para consumo mais imediato, acho algo difícil de digerir. Enfim, o que fazer não sei, mas que algo precisa mudar, lá isso precisa. Pelo menos esta é minha opinião e tenho visto que o mercado caminha fortemente nessa direção.

  • Tour Mistral II 013Penfolds, um dos principais produtores australianos, que elabora o ícone Penfolds Granje, e a sempre simpática presença de Carlos Rodriguez, seu diretor comercial . Fazem parte do grupo empresarial, também a Wynns e a Coldstream Hills . Passei quase no final, e poucos rótulos provei, mas gostei do Coldstream Hills Pinot 2006 que necessita de um pouco mais de tempo em garrafa, do Wynns Coonawarra Shiraz 2006, Rawson´s Retreat Semillon/Chardonnay 2008 e o incrível BIN 389 Cabernet/Shiraz que acho um baita vinho. Muito rico, equilibrado e vibrante na boca, é um vinho que sedus e encanta com sua exuberância e elegância. Um dos meus favoritos!
  • Anima Negra, o produtor de Mallorca que se tornou algo “Cult” em nossa vinosfera tupiniquim, produzindo bons vinhos elaborados com uvas autóctones da ilha. Iniciamos pelo interessante branco Quibia, produzido com Premsal e Callet resultando num vinho muito aromático, balanceado e fresco com boa acidez e um final algo salgado. AN2 de 2005, o primeiro tinto, elaborado com 65% Callet, 20% Mantonegre-Fogoneu, 15% Syrah, é muito agradável, saboroso, equilibrado e sedoso, mas o que mais gostei foi do AN 2005, seu vinho principal elaborado quase que só com Callet, que apresenta maior complexidade  e volume, terminando com uma mineralidade cativante. Ainda possui mais um rótulo top, que vi que chegou quase ao final, o Son Negre que só se produz em safras muito especiais, mas que não tive oportunidade de provar. Cá entre nós, achei bons, mas pelo marketing e expectativa criada, esperava mais. Aqui vai uma sugestão aos amigos do Rio, de BH, Brasilia e Curitiba, provem estes vinhos e depois coloquem aqui suas impressões.
  • Catena Zapata, difícil falar desse que é o principal produtor argentino com bons vinhos, dos básicos aos Tour Mistral II 002grandes néctares, que primam pela elegância. Revi o bom Angelica Zapata Chardonnay 2004 que acho que começa a cansar, preferiria uma safra mais nova e fresca, e esqueci de provar o Catena Chardonnay 2007! Dos tintos; o bom Catena Malbec 2006 sedoso e de taninos doces, o DV Catena Cabernet / Malbec 2005, um vinho muito equilibrado, macio e sedutor; o muito bom Catena Alta Cabernet Sauvignon 2005, mas rever o Estiba Reservada 2004 (100% Cabernet Sauvignon de três vinhedos de altitudes diferentes) é sempre uma festa para o palato e um sopro revigorante para a alma. Para mim, um dos Tour Mistral II 003melhores vinhos argentinos mostrando que lá, também se podem produzir grandes vinhos de muita elegância e refinamento sem exageros de álcool, neste caso 14%.  Produzem umas 800 a 1000 cxs (12) por ano que ficam básicamente na Argentina e por aqui. Outro privilégio, provar o Catena Zapata Adrianna Vineyard Malbec (100%) dos quais se produzem meras 300 cxs anuais, quando a safra assim o permite, um outro baita vinho. Para finalizar, Catena Semillon Doux 2006, uma verdadeira maravilha elaborado no estilo de sauterne com uvas botritizadas que, ainda por cima, está com um preço muito bom!
  • Castel Del Terricio, onde tinha ficado de retornar para conhecer seus vinhos mais “básicos”. Gostei muito do Tassinais 2004,  corte Cabernet Sauvignon com Merlot, muito redondo, cremoso com ótima textura, saborosissímo com um final longo e aveludado, o melhor custo x beneficio deste produtor.
  • Tour Mistral II 012Badia a Caltibuono, produtor tradicional de vinhos de Chianti que começa por um rótulo de entrada muito saboroso, corte de Sangiovese com Syrah, o Cancelli 2006. O Chianti Cetamurra 2006 corte de Sangiovese e Canaiolo, é um vinho bem típico e gostoso,; Chianto Classico Riserva 2005 um vinho ainda duro, fechado (2 anos de madeira), mas de grande potencial; Sangioveto 2004 um baita vinho de grande estrutura, e o vinho que mais me agradou, mostrando todas as benesses da safra , o Chianti Classico 2006 muito sedoso, rico e sedutor.
  • Domaine d’Aussiere, da região de Corbiére, Languedoc. O A d’Aussiére, que hoje se chama Blason d’Aussiére 2005, sempre foi um dos meus vinhos preferidos da região em especial por sua boa relação custo x beneficio, um vinho muito saboroso e fácil de agradar. O topo de gama é o Chateau d’Aussiéres 2005 que é um vinho refinado, cremoso, taninos sedosos, redondo e absolutamente cativante, de muita elegância e um final algo mineral. Este é para provar e comprar!
  • Tour Mistral II 007Quinta do Côtto, onde conheci seu simpático diretor, Vasco Coutinho. O branco Paço de Teixeiró, elaborado com as uvas Loureiro e Avesso, é muito saboroso, fresco e balanceado e dos tintos; o Quinta do Côtto 2005, corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca, é muito harmônico, rico e macio, com taninos finos já equacionados e o estupendo Quinta do Côtto Grande Escolha 2001, corte de Touriga Nacional e Tinta Roriz, um vinho de grande categoria e fino com civilizados 13% de teor alcoólico. Complexo, sedoso, um Tour Mistral II 006vinho para apreciar com calma e sem moderação depois de decantado por uma ou duas horas para melhor aproveitar toda a sua exuberância. Só produzido em anos excepcionais, o próximo será o de 2007. Estupendo vinho que já entrou na minha, enorme, wish list!
  • Viña Montes, vinícola de renome que dispensa apresentaçãoes em nosso mercado produzindo alguns vinhos dos quais sou fã, como o Montes Alpha Syrah e o selección Limitada Cabernet/Carmenére . Me assustei com os teores de álcool bastante altos, especialmente em sua gama de vinhos de entrada o que dificulta na boca, em especial nos brancos. Gostei bastante do Rosé Cherub 2008 elaborado com 100% de Syrah, aromas sedutores que encanta na boca com enorme frescor, Montes Alpha Pinot 2007 do Vale de Leyda, equilibrado, boa fruta e de boa tipicidade, mas foram os grandes Purple Angel e Montes M que acabaram por me seduzir e, devido ao corpo dos dois, encaixam melhor o alto teor alcoólico que aqui não se sente. Vinhos muito saborosos, encorpados, mas sem perder o refinamento num final de boca muito elegante e complexo. Dois baita vinhos.
  • Luis Pato, já comentei ontem porém revisitei para provar o novo espumante de Touriga Nacional, que está muito bom, e aproveitei dei um tapa no Vinhas Velhas e no Vinha Barrosa. Bão demais da conta sô! Com as fotos dos vinhos deste grande mestre e personagem raro, eu dou como finalizados meus comentários sobre este magnifico evento. Espero que estes posts possam lhe ser úteis, especialmente ao amigo das outras cidades por onde o TOUR , um verdadeiro playground etinerante para os amantes do vinho, passará. Eu me diverti á bessa, mas como sempre, ficou gente de fora que eu adoraria ter visitado. Enfim, nunca dá para tudo, salute e kanimambo!

Tour Mistral II 010