Boas Compras I – Chile

                No mês de Dezembro iniciei esta lista de Boas Compras, ligadas a um tema ou País, neste caso Chile, que é um esforço conjunto de algumas lojas em parceria com o blog, visando trazer ótimas ofertas, ou simplesmente bons preços, de bons vinhos para os leitores. Nada de falsos descontos, vinhos velhos e outras armadilhas. Aqui as oportunidades e destaques são reais e visam lhe possibilitar apreciar melhores vinhos por preços bem acessíveis dentro de cada faixa de preço/qualidade. Nesta seção, você achará empresas que trabalham pensando em seus clientes e sua satisfação, são lojas que recomendo por sua seriedade, por apresentarem uma boa diversidade de rótulos e por terem, de forma generalizada, bons preços. Todos os vinhos aqui listados não têm estoque ilimitado, conseqüentemente, se acabar o estoque acabou o preço promocional. Serão mais de sessenta destaques e boas compras, alguns ótimas oportunidades com bons descontos, em várias faixas de preço e tipos de vinho.

        Um agradecimento especial ao apoio da Expand, da BR Bebidas, da Casa Palla, do Portal dos Vinhos e à Confraria Queijo & Vinho. Agradeço também, às novas lojas que se uniram a este esforço e que espero possam ser participantes constantes e de longo prazo. A Wine House/Zahil, a Vinea Store, a Kylix, o Armazém dos Importados, a Lusitana, a Grand Cru Granja Viana e a Cia do Whisky unem-se ao grupo agora, buscando divulgar o consumo de bons vinhos a preços acessíveis. O objetivo é claro, tomar Melhores Vinhos por Melhores Preços. Bom proveito, como são muitos os participantes e rótulos, publicarei a lista por etapas ao longo da semana. Aqui existem opções para todos os gostos e todos os bolsos:

1) BR Bebidas- Os preços deles já são muito bons normalmente e ainda têm um esquema de consignação para festas e eventos. Procurem o Fredo ou o Jorge. Eis uma lista dos preços especiais para os leitores de "Falando de Vinhos".

  • PKNJ Cabernet Sauvignon 2005. Um vinho mais corriqueiro básico para o dia-a-dia por apenas R$19,90.
  • Subindo um pouco nível de qualidade, a linha básica da Viu Manent 2006, especialmente o Cabernet Sauvignon e, gosto muito também, do Carmenére por R$27,00. Produtor de primeiro nível.
  • La Postolle Cabernet Sauvignon 2004, por apenas R$35,00. O nome do produtor dispensa apresentaçãoes. Rótulos Chilenos com alma Francesa.
  • Mais um degrau na qualidade, um nível acima dos anteriores, encontramos o Carmen Reserva Carmenére por R$49,90.
  • Na mesma linha de qualidade , o Viu Manent Reserva Cabernet Sauvignon 2005 por iguais R$49,90.
  • De Martino Parcela 4, Pinot Noir 2006 um vinho conceituado por R$80,00.
  • Viu 1 2004 - Vinho conceitual, para derrubar aqueles que acham que Malbec bom é só o Argentino. Ícone Chileno, é potente, complexo, mas elegante produzido com 98% de Malbec e o restante, Cabernet Sauvignon. Preço muito bom perto do que se encontra por aí no mercado, R$310,00.

 2)Portal do Vinho-  O Emilio realmente entende no negócio e nos traz alguma ótimas ofertas e uma linha de produtos deveras interessante e bem escolhida. Ele e a Fátima, jovens e simpáticos proprietários do local, nos atendem com fidalguia e a loja tem uma boa diversidade de rótulos escolhidos a dedo e com preço muito bom. Vamos aos destaques Chilenos para este mês de Março:

  • Isla Negra Syrah/Cabernet 2007, um corte de 85% Syrah e 15% de Cabernet Sauvignon e teor de álcool educado, 13º. Um vinho de bom preço, R$29,00.
  • Torreon de Paredes Reserva Cabernet Sauvignon 2002. Este eu conheço. Vem da área de Rengo, no Valle Del Cachapoal, e é um vinho de qualidade com taninos firmes, fruta madura com bom equilíbrio e austero. Um vinho para acompanhar comida. Uma boa opção de Cabernet por R$35,00.
  • Ventisquero Reserva Sauvignon Blanc 2006 . Este também conheço, e é um vinho que me agrada muito. Aliás, o Chile produz ótimos vinhos brancos especialmente nas áreas de San Antonio e Casablanca. Este é um exemplar de primeira desta cepa, sem ter um preço desproporcional. Com uma paleta aromática cítrica muito boa, notas florais e na boca, boa mineralidade e frescor. Tome acompanhando uma caldeirada de lulas, ou frutos do mar grelhados, e será dos Deuses! Preço, R$41,00.
  • Armador Syrah 2005 - Muito bom vinho, mas ainda um pouco jovem. Boa complexidade, especiarias, fruta, tudo o que deve ser um vinho desta cepa. Encorpado, deixe respirar por uma meia hora no decanter, para usufruir todos seus sabores. Preço de R$45,00, por R$41,00 somente neste mês de Março.
  • Nimbus Sauvignon Blanc 2006 - Um conceituado Sauvignon Blanc por R$47,00.
  • Ventisquero Queulat Pinot Noir Gran Reserva 2006 - Grande exemplar de Pinot Noir Chileno, gostei muito, com um preço bem comportado R$60,00 e o Emilio recomenda também o Syrah que diz ser excelente. Duas boas dicas de vinhos mais evoluídos.
  • Orzada Carignan 2003 - Este provei faz pouco tempo e é, diferente e encantador. O tipo de vinho que te conquista. A Carignan é mais usada, normalmente, em cortes, mas este varietal é de tirar o chapéu. Muito boa complexidade de aromas e sabores, boa fruta, boa acidez, escuro, denso e um veludo na boca. Encantou-me, muito bom e o preço, R$79,00.
  • Don Amado 1999 - Homenagem ao fundador da bodega, Don Amado Paredes, um corte de Cabernet Sauvignon e Merlot resultando num vinho de grande qualidade, muito redondo na boca, boa estrutura, toque de defumado, algo herbáceo, terra e baunilha num conjunto muito prazeroso, elegante e de longa persistência. Lamentavelmente só degustei, tenho que o tomar! O preço é ótimo para um vinho deste nível, R$105,00.

 3)Expand - Esta importadora com diversas lojas espalhadas pelo Brasil afora e diversas em São Paulo, mostra que não trabalha somente com vinhos caros. Aqui estão algumas boas opções que tomei e recomendo.

  • Palo Alto Reserva 2005 - é um belo vinho, corte de Cabernet/Carmenére e Syrah, que nos encanta á primeira "fungada" rsrs. Boa paleta aromática, taninos finos e maduros, boas persistência, realmente um achado.Uma das gratas surpresas, de baixo custo, disponíveis no mercado. Apenas R$29,00.
  • Trio 2006 - Da Concha Y Toro, uma linha de vinhos, acima do Casillero Del Diablo, que apresenta cortes de três cepas. A que me agrada muitíssimo é o Merlot (principal) com Carmenére e Cabernet Sauvignon. Vinho muito correto, bem equilibrado de médio corpo, normalmente redondo na boca, mas o 2006 talvez precise de um pouco de decantação. Boa fruta, tipo impactante, bem novo mundo. Preço, R$39,00
  • Cono Sur Riesling 2006/07 - Mais um vinho muito bom por um preço arrasador. Não creio que exista no mercado um vinho da cepa Riesling, com esta qualidade, por um preço igual. Este não sai da minha adega, um dos meus brancos preferidos para o dia-a-dia. Superfresco devido à ótima acidez, aromas de pêra, maça verde, algo cítrico, na boca um pouco de mineralidade que cresce muito com comida. Vinho de qualidade, bem equilibrado, que encanta ao primeiro gole. Preço, R$23,80 que vale,também, para os outros vinhos da linha, inclusive o gostoso Pinot Noir.
  • Cono Sur Reserva - Diversos varietais; Pinot Noir, Carmenére, Cabernet, Syrah com especial destaque, dizem, para o Pinot. Preço R$39,00
  • Conha Y Toro Late Harvest 2004 (1/2 garrafa) - Uma verdadeira delícia de vinho de sobremesa, certamente, um dos melhores, deste tipo, produzidos na região do Cone Sul. Total equilíbrio entre doçura e acidez que acompanha uma torta de maçã, ou apfelstrudel, com sorvete, de forma divina. Muito bom, por R$48,00.
  • Don Melchor 2004 - O top de linha da Concha Y Toro e também, um dos ícones Chilenos. Um vinho que, em anos ruins, tem avaliações de 89 a 90 pontos, nos bons 94 a 95. Falar o quê deste excelente Cabernet Sauvignon, produzido no novo mundo com personalidade do velho? No final do ano passado, tomei um 97 que estava ótimo, já maduro, pronto para beber, denso, harmônico,complexo, longo, realmente um néctar especial e este 04, dizem estar melhor. É para comprar e guardar na adega. Deverá estar em plena forma lá para 2010 ou 2012. Vinho de guarda que está por R$298,00, mas neste mês de Março você poderá comprar por R$258,00
  • Seña 2002 - conceituado rótulo da bodega de Eduardo Chadwick, um corte de Cabernet Sauvignon com Merlot,Cabernet Franc e Carmenére, está por R$298,00 em vez de seus normais R$328,00. Caro? Será? Este é o vinho que desbancou, numa prova às cegas, os; Chateau Lafite-Rotschild, Chateau Margaux e Chateau Latour, vinhos de R$3.000 a 4.000,00!

4) Casa Palla - um pouco mais longe, na Granja Viana Km 24,5 da Rodovia Raposo Tavares, é um empreendimento familiar com algumas ótimas opções de vinhos para todos os gostos e bolsos. Na linha de vinhos para o dia-a-dia, tem uma enorme variedade de rótulos, de diversas origens, com preços muito bons. Pratica margens honestas o que faz com que os vinhos ali expostos estejam sempre com preços bem competitivos. Tem uma boa noticia, nas compras acima de R$150,00 fará entrega em São Paulo nos bairros do Butantã, Morumbi, Brooklin, Itaim e Pinheiros.  Não deixe de os visitar, tem sempre ótimas opções de vinhos. Vá no Sábado e aproveite para almoçar em um dos bons restaurantes da região como o Restaurante do Canto, A Quinta do Bacalhau, Koizan e o antigo, parte da história do bairro, o Restaurante Pátio Viana mais conhecido como restaurante do Ney. Veja aqui endereços e telefones dos restaurantes. São seis boas dicas de vinhos

  • Emiliana 2006/07 - Eu conheço bem o Sauvignon Blanc que me conquistou por sua qualidade, frescor e paleta aromática. Tem também o Carmenére e o Cabernet Sauvignon por R$22,90.
  • Morandé Pionero 2006- Linha básica da Morandé, vinhos descompromissados para o dia-a-dia. Dizem que o Pinot Noir e o Merlot são muito agradáveis. Tem também Carmenére. Preço R$22,90.
  • Casillero Del Diablo 2006 - É o Alamos dos Chilenos. Para quem não gosta de correr riscos e jogar no seguro. Ano após ano, considerado um dos melhores Cabernet Sauvignons do mundo, na faixa de preços mais em conta, os "Low Budget Wines". Afora o Cabernet que é, realmente um bom vinho, provei e me agradaram o Merlot e o Syrah. Existem ainda o Carmenére e o Chardonnay, os quais não conheço. Qualquer um dos varietais está por ótimos R$27,90.
  • Santa Carolina Reserva Sauvignon Blanc 2006 - Bem recomendada por algumas revistas especializadas. Preço R$26,90
  • Grand Tarapacá Reserva 2006 - Tradicional, tanto o Cabernet Sauvignon como o Merlot, estão por R$29,50, um excelente preço..
  • Morandé Gran Reserva Syrah 2003 - recomendação do Ricardo, não conheço o vinho, que diz ser muito bom e está com um ótimo preço, R$49,50 e no ponto para tomar.
  • Montes Alpha Syrah 2006 - Este é para agradecer de joelhos. Uma maravilha por um preço bem razoável vis-à-vis a qualidade do produto. Eu me encantei com este vinho. Corpo médio, taninos elegantes, no nariz bem aromático com notas terrosas e algo de especiarias e frutas vermelhas frescas. Na boca é redondo, boa acidez, corpo médio, suave, verdadeiramente sedoso deixando-nos com aquele sabor de quero mais na boca! Para quem gosta de numeros, eis um vinho que foi trigésimo no Top 100 da Wine Spectator em 2007 e obteve 92 pontos na mesma revista. Tudo isso por R$62,00! Eu adorei.

Endereços e Telefones para contato, encontre na seção “ONDE COMPRAR”

Dia Internacional da Mulher – um dia especial!

 Hoje é um dia especial, é o dia Internacional da Mulher, dia que homenageia sua luta por um lugar ao sol, pela igualdade, por seus direitos e por, fundamentalmente, respeito. Nada a acrescentar ao que os poetas já tão amplamente exprimiram. Só tenho uma palavra para todas neste dia.

OBRIGADO

Obrigado; ás que já se foram deixando saudade, às que por aqui estão alegrando nosso dia-a-dia e iluminando nossos caminhos, às que ainda virão, resultado do circulo da vida. Obrigado por existirem, por serem o contra-ponto de nós homens, pela firmeza, pela doçura, pela sensibilidade, pelo carinho, pela força, pela incansável capacidade de luta, pela eterna capacidade de perdoar, por colorirem e darem forma a um “mundo” masculino meio desforme e monocromático, por serem o que são: Mulheres. Em toda a sua essência, complexidade e mistérios transformando nossas vidas, enriquecendo nossos dias, iluminando nossas almas.

OBRIGADO, mil vezes OBRIGADO

Ps. Obrigado meu Deus; por aquela lutadora incansável, na vida de quem entrei há 53 anos atrás e que tenho o orgulho de chamar de Mãe; por aquela que conquistou meu coração há 32 anos e quem tem sido companheira e parceira em todos os momentos, bons e maus, aguentando meu mau humor e intolerância; por duas flores que vieram colorir o meu jardim e que tenho enorme orgulho de chamar de filhas, mulheres razão de meu viver.  Obrigado meu Deus pelas bençãos que me concedeste ao colocar no meu caminho tantas outras mulheres maravilhosas; tia, primas, cunhada, sobrinhas, amigas, ……..

Chile – Regiões & Uvas

               Março é o mês do Chile, aqui em “Falando de Vinhos” e, como sempre, começaremos por expor um pouco da vinicultura no País, suas principais uvas, regiões produtoras, alguns dados estatísticos e algumas curiosidades. Quando conhecemos um pouco mais do País produtor, entendemos melhor o que acontece com seus vinhos. Posteriormente, concomitantemente com a coluna do Jornal, publicaremos as listas dos vinhos que Tomei e Recomendo por faixa de preços e as Boas Compras Chile. Neste mês, tive o grato prazer de poder juntar onze lojas e mais de 60 destaques de vinhos Chilenos de todos os preços e tipos, tem grandes vinhos na parada e muitas novidades. Agora, falemos do Chile.

             Chile, em Aimará, idioma indígena, significa “Confins da Terra”. O Chile têm características geográficas bem diferenciadas do resto dos produtores mundiais. È um país com 4.500 quilômetros de comprimento, mas com somente 154 quilômetros de largura na sua parte mais estreita e 445 na parte mais larga. Uma média ao redor de 268kms de largura. Sua localização geográfica faz com que o País fique espremido entre os Andes a Leste e o oceano Pacífico a Oeste tendo ao Norte o deserto de Atacama e a Sul os Glaciares. Adicione-se a isto, as águas cristalinas do degelo Andino que irriga os vinhedos, rígidos controles fito-sanitários e temos as condições ideais para o crescimento de vinhedos livres de doenças, produzindo frutos saudáveis. Estes limites geográficos, geraram barreiras naturais que, inclusive, protegeram os vinhedos da filoxera, doença que praticamente dizimou os vinhedos Europeus na segunda metade do século XIX, e permitem que videiras originais de muita idade possam ser utilizadas na geração de vinhos top de gama.

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 O Chile, com cerca de 117.000 hectares de vinhas plantadas e por volta umas 100 vinícolas, é hoje o quinto maior exportador de vinhos, do mundo, atrás somente da França, Itália, Espanha e Austrália. Tem, no entanto, o menor consumo per capita de todos os países produtores e exportadores de vinho. Em 1982, o consumo era de cerca de 52 litros anuais, tendo caído para 25 em 92 e se mantém entre 15 e 17 litros nos últimos anos. Uma das conseqüências, foi o forte esforço no sentido de aumentar a participação da exportação no escoamento da produção, tendo chegado aos dias de hoje com numeros impressionantes, cerca de 70% do total de vinhos finos produzidos! A outra, um grande pulo de qualidade por exigência do mercado internacional. Estes números são o inverso do que ocorre na Argentina, mesmo com o grande impulso exportador dos ultimos anos, que apresenta algo como 75% de sua produção destinada ao consumo do mercado interno e apresenta níveis de consumo interno bem superiores. Os maiores mercados são; o Reino Unido, seguido de Estados Unidos, Canadá, Alemanha e China. O Brasil está entre os 10 maiores mercados para as exportações Chilenas, baseado nos números de 2006, onde ocupa cerca de 30% de fatia de mercado, sendo o maior exportador, seguido da Argentina.

              A produção vinícola do Chile, basicamente desenvolvida em vales, se divide entre Regiões (4), sub-regiões (13), zonas ( 8 ) e áreas ( 52 ) com diversos terroirs gerando vinhos com características diferentes entre si. A tabela abaixo, extraída do livro Tintos & Brancos de Saul Galvão, que por sinal deveria ser leitura obrigatória para quem está começando no mundo dos vinhos, nos dá uma clara idéia da complexidade que é este tema. Grande parte da produção se situa próximo a Santiago que, por sua vez, fica a somente cerca de 280kms distante de Mendoza. As sub-regiões mais conhecidas são os vales de Aconcagua, Maipo, Maule, Rapel e Bio-Bio, com o vale de Limari em grande ascensão. Dos 117.000 hectares plantados, cerca de 75% é de uvas tintas e, destas, 50% são de Cabernet Sauvignon, ainda a principal uva do país. As variedades de uvas estão plantadas de forma bem abrangente na maioria das regiões, mas eis onde cada uma dessas cepas exalta qualidade:

Tintas. Abaixo as principais, mas existem, também, boas parcelas de Malbec, Carignan e Cabernet Franc.

  • Merlot, Cabernet e Carmenére – Sub-região de Maipo e Rapel
  • Pinot Noir – Sub-região de Bio-Bio e Aconcagua em especial Casablanca e San Antonio
  • Syrah – Sub-região de Rapel especialmente em Colchagua, e Aconcagua com ênfase em San Antonio.

Brancas.

  • Sauvignon Blanc e Chardonnay, as duas principais – Sub-região de Aconcagua com ênfase em Casablanca e San Antonio.
  • Riesling e Gewurtzraminer – Sub-região de Bio-Bio

A legislação Chilena determina que 75% das uvas usadas em um determinado vinho sejam obrigatoriamente desse mesmo varietal. O mesmo vale para a safra e sub-região determinada. Como as exigências Européias, principal mercado do Chile, exige porcentuais mais altos, se não estou equivocado 85%, a maior parte dos vinhos acompanham este parâmetro. Hoje em dia, já é mais comum ver indicação de 100% de varietal no contra-rótulo dos bons vinhos e produtores sérios. A adição de uma pequena parcela de uma determinada cepa sobre outra, muda radicalmente o vinho que se pretende fazer. Desta forma, o que se toma nos casos de 75% da cepa declarada, não é, nem de longe, um varietal e sim, na prática, um assemblage. 

            Durante toda a próxima semana, estarei postando a lista de vinhos que Tomei e Recomendo assim como as Boas Compras disponibilizadas pelas lojas parceiras. Boa viagem por terras e vinhos do Chile, clique aqui para mais informações no site Chileno “Saber de Vinos”, muito didático,  de onde tomei emprestado o mapa, e divirta-se. Salute!

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“Llegando a Cuyo”

YO NACI EN CUYO,

DONDE SEGÚN MI ENTENDER

VIVIO ADÁN CON SU MUJER.

Y DIOS DIJO A SUS SERVIDORES,

CUANDO ME CANSE DEL CIELO

ME IRE A MENDOZA SEÑORES.

Precisa falar algo mais? Eu preciso dar uma passada nesse pedaço do mundo! O texto é parte da letra de uma canção folclórica Argentina em mais um chamado à vindima feito pelo Esteban Pérez Dacuña de El Malbec, um blog “lleno” de noticias sobre o universo do vinho no “Cono Sur”.

A Influência das Safras

                Até que ponto as safras são importantes? Difícil responder, pois depende muito das regiões e dos tipo de vinhos de que estamos falando. Todavia, pesquisei bem este assunto antes de escrever o post e, a conclusão a que cheguei é que, já foi mais importante, genericamente falando, do que hoje em dia. Mas vamos à matéria.

              Os anos das safras citados nos rótulos têm basicamente duas funções. Primeiramente a de indicar o ano da colheita, para análises futuras, e a segunda para determinar idade. Com relação a este tema de idade, já comentei o assunto em meu post sobre o “Quanto mais Velho Melhor”, ledo engano. Com relação ao ano da colheita, o que se busca obter é um indicativo da qualidade dos vinhos, em função da conjuntura climática e como ela impôs sua influência sobre o vinhedo. A tecnologia e novos métodos de manejo do vinhedo permitem que as influências de um mau ano sejam menos sentidas hoje do que à quinze ou vinte anos. Existem, no entanto, algumas regiões em que estas influências ainda são fortemente sentidas devido às características das plantações e, em especial, do tipo da uva cultivada. É o caso da Borgonha, já que a Pinot Noir é uma uva delicada e muito difícil de ser trabalhada e, consequentemente, a qualidade da safra é mais importante. Por outro lado, nem todas as zonas produtoras na mesma região se comportam igual e, uma nota genérica por país, nem sempre contempla as peculiaridades de cada região produtora. O importante é usar as tabelas com bom senso.

              As safras realmente fracas são cada vez mais raras e muito localizadas. De qualquer forma, o uso das safras na compra de seus vinhos deve ser feita de forma criteriosa já que, como nas notas de provas, devem ser interpretadas como meros indicativos de qualidade e não verdades absolutas e generalizadas. Um bom produtor pode produzir ótimos vinhos numa safra ruim, assim como o mau produtor poderá produzir péssimos vinhos numa safra ótima e é importante considerar este viés em sua análise.

               Consideremos o ano de 2002 que teve uma colheita considerada muito fraca em diversas regiões produtoras como  Itália (especialmente Toscana e Veneto) e Portugal (especialmente Bairrada), entre outros. Quer dizer que todos os vinhos produzidos nessas regiões nesse ano são ruins? Não, longe disso, mas que a produção geral gerou vinhos menos equilibrados, mais fracos e instáveis resultando em vinhos com menor potencial de guarda, lá isso é verdade.  Por outro lado, os Vinhos da Espanha em 2004 certamente apresentarão uma qualidade geral, bem superior aos produzidos na safra de 2002, o mesmo ocorrendo com os vinhos do Chile. Safras fracas, ou mais fracas, como a de 2002 foi nessas regiões, ocorrem cada vez mais espaçadamente, mas deve-se tomar cuidado, o indicativo não é bom e deve-se acender uma luz amarela. Se não conhecer o vinho e houver outras opções, jogue no seguro. Alguns bons produtores, todavia, por razões das mais diversas, logram colocar no mercado alguns muito bem elaborados e excelentes vinhos. Desta forma, não adianta ser xiita neste processo, há que se ter bom senso no uso da tabela de safras. Eis algumas dicas sobre este tema:

  • Em Safras mais fracas procure vinhos de bons produtores que, certamente, terão melhores condições de elaborar produtos melhores. Por outro lado, será uma boa oportunidade para tomar um ótimo vinho por preços melhores.
  • Em Safras boas, busque vinhos de produtores medianos já que a matéria prima certamente gerará muito bons produtos e o preço ficará bem abaixo dos grandes produtores que produzirão grandes vinhos com preços nas alturas.
  • Vinhos baratos, descompromissados, corriqueiros para o dia-a-dia, sofrem menos com as variações das safras que têm maior influência sobre vinhos mais evoluídos, de média e longa guarda. Não se preocupe muito com as safras quando comprar estes vinhos que foram elaborados para serem tomados jovens.

              De qualquer forma, a avaliação da safra, que pode sofrer variações ao longo do tempo, nos sugere que, ao encontrar na loja um mesmo vinho de safras diferentes, procuremos comprar a de safra melhor desde que a diferença de preço não o inviabilize.  Isto vale para todas as gamas de vinho, pois, as chances de que você estará comprando um produto de melhor qualidade, aumentam consideravelmente. Agora se estiver frente a frente com um vinho caro, mas desconhecido para você, de uma safra realmente fraca, a minha sugestão é de se certificar das qualidades do vinho antes da compra já que você pode estar entrando numa roubada, experiência pessoal! Para ajudar nesse processo de escolha,  clique com lado direto do mouse sobre a tabela abaixo, gentilmente cedida pela Mistral, e selecione “imprimir imagem”. Imprima, recorte e guarde na carteira, será sempre uma boa fonte de informação para dirimir eventuais dúvidas na hora da compra. Caso prefira, eis mais dois links para outras tabelas. A do Robert Parker  e a da Wine Magazine. Salute, que Bacco ilumine suas escolhas.

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Dois Franceses em Grande Oferta

             Gente, passei hoje pela BR Bebidas para fechar a lista de vinhos de Boas Compras Chile, País a que me dedicarei em Março, e tenho boas novas. Primeiramente o fato de que para este mês reuni um total de 11 lojas com mais de 60 destaques de vinhos do Chile. Terei que dividir em dois posts já que nenhum destaque se repete! Afora isso, o Fredo me passou duas grandes queimas de estoque que ele está fazendo.    

  • Um Chablis 2004, de Paul de Rejoly, por apenas R$55,00 e existem poucas unidades disponíveis. Válido até ao final de estoque.
  • Falando de poucas unidades, esta é única! Uma Magnum de Chateau Haut Brion 1996. Um vinho de exceção, um dos grandes Bordeauxs de um ano muito bom. Bem, com toda a sinceridade não tenho a mínima idéia de preço no mercado, mas o Fredo me garantiu que custa acima de R$7.000,00, bem acima. Tá, já sei, é um caminhão de grana, mas para um colecionador é um achado imperdível, apenas R$5.900,00!! É a ultima, “first come first served” e, se falar que viu aqui, acho que ainda tira mais algum. Quem se habilita?

Barão do Sul Garrafeira 2002, um belo tinto

               A Cachamoa, é um produtor Português da região de Terras do Sado que nos trás dois ótimos vinhos básicos, muito corretos que são o Barão do Sul tinto e branco os quais recomendei quando da coluna sobre vinhos Portugueses. São campeões no quesito custo x beneficio, vinhos de qualidade dentro de sua faixa de preços e próprios para o dia-a-dia. Após o grande sucesso alcançado pelo Barão do Sul Reserva, a vinícola lança uma edição limitada da versão Garrafeira 2002, seu top de linha.

               Deste topo de gama, a vinícola produziu somente 6.266 garrafas , todas numeradas, disponíveis para venda em todo o mundo! A Lusitana, em função da ligação com o produtor, importa com exclusividade o maior número possível delas para que você possa garantir a sua. O vinho foi produzido a partir das castas Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot e Castelão, todas provenientes da propriedade em Azeitão, ali entre Lisboa e Setúbal onde, por sinal, existe um queijo regional absolutamente divino. Após três anos, o vinho fica pronto e é colocado no mercado.

               Para apreciá-lo em sua melhor forma, você também precisa ser paciente, decantando-o e deixando-o respirar por no mínimo 50 minutos. Surpreenda-se! A importadora descreve este vinho como de aromas complexos, cheios de notas frutadas e vegetais; muita elegância na boca, com corpo presente e pujante. Desenvolve aromas terciários intensos, nomeadamente o café torrado. Por ser um vinho de grande personalidade e complexidade, aconselhamos a escolha de pratos igualmente marcantes, como um pernil assado, arroz de pato, bacalhau a Gomes de Sá, etc. Temperatura de consumo aconselhada: 17 ºC

  • Produtor – Cachamoa
  • Região –  Terras do Sado
  • País – Portugal
  • Composição uvas – Corte de Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot e Castelão
  • Detalhes Produção – 18 meses em barricas de carvalho Francês. E 18 em garrafa, quando então sai para o mercado
  • Teor de álcool – 13.6º
  • Safra – 2002
  • Preço médio em Março/08 – R$60,00

0-barao-garra-custom.jpg Foi um vinho que me impressionou de diversas formas. Primeiramente na prova, um vinho realmente complexo, de muito boa estrutura e equilíbrio, gordo, taninos presentes mas de grande elegância, bom nariz com boa  paleta de aromas que se confirmam na boca com toques balsâmicos e boa acidez resultando em um vinho fresco que convida a comer. Vinho de boa persistência que nos dá enorme prazer ao tomar e nos deixa um gostinho de quero mais na boca. Importante frisar que o vinho tem teor alcoólico comportado e muito bem incorporado, o que é um fator importante a se ter em conta nos dias de hoje.  Todas esta satisfação e prazer, são elevados à enésima potência quando nos é anunciado o preço, R$60,00. Não existe nada deste calibre a este preço no mercado. Definitivamente, não de Portugal! Um belo vinho, que me entusiasmou e que recomendo a todos os amigos de Falando de Vinhos, certamente uma Boa Compra e um vinho diferenciado. Decididamente, um vinho com personalidade própria que me deu enorme satisfação ao beber. A decantação e sugestão de pratos que a importadora fornece, são uma bela dica a ser  seguida, especialmente o arroz de pato e o pernil assado, aos quais adicionaria uma bela perna de cabrito ou, para quem gosta de pratos mais exóticos, um javali na pucúra!  $ smile1602.gifsmile1602.gifsmile1602.gifsmile1602.gif 

Para Além do Vinho – Mafalda

                Não falei que estava com a minha sensibilidade cultural mais á flor da pele? Bem, não exatamente nessas palavras, mas ….  Não sei porquê, mas estou meio nostálgico, saudades de Buenos Aires? Acho que lendo o diário da Helô me contagiei. Enfim, eis a Mafalda! Para quem não conhece, este é só um aperitivo para depois dar uma passada numa livraria e comprar o livro, Toda a Mafalda. Para quem conhece, mate saudades, tire o livro da estante e reveja a genialidade de Quino. Mafalda é uma personagem de quadrinhos, criado por Joaquín Salvador Lavado nascido em Mendoza (olha o elo aqui) em 17 de Julho de 1932, o genial Quino! Seus comentários e experiências são o reflexo de suas inquietudes sociais e políticas dos anos 60.

          Mafalda, nascida em 64, representa o inconformismo perante a humanidade, mas com fé em sua geração. Seus ódios mais aparentes são; a injustiça, as guerras, as armas nucleares, o racismo, as absurdas convenções dos adultos e ….a sopa. Entre suas paixões estão; os Beatles, a paz, os direitos humanos e a democracia. O que diferencia os gênios, da maioria de nós pobres mortais, é a capacidade de se manterem atuais após décadas. Imperdível, Mafalda e sua trupe; Filipe,  Manelinho, Miguelito, Susaninha, Gui, …. Um brinde a Quino, um brinde a Mafalda! Delicie-se com o aperitivo

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Vindima em Mendoza

Singela homenagem à Argentina, a Mendoza (que tenho ganas de visitar, mas ainda não me foi possível) e ao vinho que será produzido com as uvas que agora se colherão com o inicio da vindima que, El Malbec informa, começa na próxima semana.  Ainda dá tempo para quem quiser participar deste grande evento Mendocino.

Mercedes Sosa, Senhoras e Senhores, em El Sueño de la Vindimia.

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Na parte da tarde tem mais. Fim de semana light, de imagens e sons!

Cueca Vinha Nova

            Este fim de semana, estou em clima de explorações culturais. Lindíssima a apresentação e interpretação de Los Charchaleros na Cueca de la Viña Nueva. Puro, e genial, folclore Argentino cantando as vinhas. A Cueca é um ritmo musical de raiz, originado no Peru com o nome de Zambacueca, que se espalhou por toda a região Andina. Semelhanças com nossos ritmos e danças  gaúchas não são mera coincidência! Na festa da vindima em Mendoza certamente se dançará muito ao som da Cueca, imperdível!

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