Mais que o Dia Mundial do Malbec, a Semana do Malbec!

Malbec world Day        A Wines of Argentina promove mundialmente o dia 17 de Abril como o Dia do Malbec em função de ser a data, nos idos de 1853, que foi lançada a Quinta Agronomica, um projeto de desenvolvimento agrícola no país, com ênfase na reformulação da indústria vitivinícola do país. Foi Sarmiento, o 5º presidente do país, que nesse mesmo ano  instituiu a primeira escola de agricultura em Mendoza com a contratação do agrônomo francês Michel Aimé Pouget. Foi ele que trouxe as primeiras mudas de Malbec, entre outras, para Mendoza onde a cepa encontrou seu habitat tendo se tornado a uva ícone da Argentina e seu carro chefe responsável por cerca de 40% da produção anual, mas certamente bem mais do que isso se considerarmos somente as exportações.

        Para festejar esse dia diversas são as ações promovidas e começa hoje! Vejam o programa e aproveitem ao máximo a diversidade de estilos e sabores decorrentes dos inúmeros terroirs existentes na argentina.

10/04 – WineBar Malbec , diversidade de Mendoza – hoje ás 21 horas uma mesa redonda com gente que entende provando e comentando três rótulos ao vivo. Acesse http://www.winebar.com.br/

11/04 – Desafio ao Vinho de Daniel Perches. O Dani vai explorar as possibilidades de harmonização da Malbec e basta clicar no link para acessar o programa amanhã.

17/04 – Degustação de Malbecs às cegas na Vino & Sapore – Para comemorar o dia, uma degustação ás cegas com sete Malbecs de diversas regiões produtoras na Argentina, hoje o principal produtor de vinhos desta casta; San Juan, Mendoza e Salta.

DV Catena Malbec/Malbec – Alto los Hormigas Terroir – Colomé Estate – Decero Remolinos Vineyard – Bodega Riglos Quinto – Las Moras Black Label e AVE (Italian Wine Makers in the New World).

Venha sentir ás cegas, as diferenças que podem ser encontradas em vinhos da mesma cepa, porém de terroirs e produtores diferentes. Investimento de R$75,00 com R$15 voltando em crédito na compra de qualquer um dos vinhos em prova na noite. Inicio às 20 horas na Vino & Sapore, grupo limitado a doze pessoas e pagamento no ato da reserva. Ligue (4612.6343 ou 1433) ou envie logo seu e-mail (comercial@vinoesapore.com.br) para garantir seu lugar.

17/04 – WineBar Malbec II – desta feita um grupo de experts e aficionados pelos caldos de baco vão provar ao vivo uma série de outros rótulos mostrando a diversidade da Malbec. Acesse http://www.winebar.com.br/

18/04 – Desafio ao Vinho de Daniel Perches – ele de novo só que desta feita falando das diferenças dos malbecs provados, sempre uma boa dica.

Salute, desta feita com um bom Malbec, e kanimamb0 pela visita. Dois posts hoje, uau!!!! rs

Vertical de Mas la Plana na Saca Rolha

        Mais uma vez a confreira Raquel Santos compartilha suas impressões conosco sobre a última reunião da confraria Saca Rolha. Desta feita um clássico da modernidade espanhola,  um vinho único na região, uma deliciosa vertical do Mas la Plana. vejam o que ela tem a nos dizer:

Mas la Plana Vertical

Quem gosta de vinhos, gosta de falar sobre eles. Uma hora ou outra vai querer comparar aquela garrafa que conheceu e gostou, com as experiências de outras pessoas. Esse desejo de partilhar sensações, nos leva a uma eterna busca: “ O vinho essencial “. Aquele que nos transporta a um mundo de experiências agradáveis que tivemos ou ainda queremos ter.

Nas degustações que chamamos de “ verticais “, essa prática pode ser estabelecida comparando o mesmo vinho,  produzido em anos diferentes. Ou seja, podemos observar com o passar dos anos,  sua maturidade, o potencial de evolução, através da cor, aromas e sabores. No último encontro da Confraria Saca Rolhas, tivemos a oportunidade de conhecer quatro safras do mítico vinho espanhol MAS LA PLANA.

Foi o 1º vinho espanhol moderno que ganhou destaque mundial.  Miguel Torres, seu criador, movido por seu espírito inovador,  produz um vinho na região do Penedés/ Catalunya – terra dos Cavas – elaborado exclusivamente com a uva  Cabernet Sauvignon – terra dos Tempranillos . Em 1979, foi eleito o melhor vinho desta casta na Olimpíada Gaut Millau de Paris, à frente do Chateau La Tour, ambos de 1970.  A família Torres produz vinhos desde 1870 na região da Catalunya, mas sua inquietude fez com que estendesse seus domínios ao Chile, EUA e mais recentemente à China.

Todo vinho tem um apogeu, um momento que nunca se sabe quando acontece, a partir do qual traçam uma curva descendente. O tempo de vida de um vinho varia de acordo com a sua qualidade, isto é, vinhos de boa qualidade tendem a ser mais longevos. Daí, a necessidade de prová-los em anos diferentes. As safras degustadas foram: 1996, 1999, 2005, 2007 e a primeira dúvida que tive foi: Qual a ordem da sequência da degustação? Do mais novo para o mais antigo ou o contrário? Decidimos começar pelo mais antigo, já que o mais jovem normalmente tem mais frescor, uma cor vermelha mais vibrante , os taninos mais ásperos,  que com o tempo ficam mais macios. Também tendem a serem mais frutados tanto no nariz quanto na boca. Com o tempo seus componentes vão se integrando, tornam-se mais intensos e aprimoram toda a gama de aromas e sabores. Optamos por começar pelo mais antigo que provavelmente seria o mais “ domado “ entre eles.

Mas la Plana na Taça

Mas La Plana 1996

Na taça já se podia ver sua evolução pela cor rubi bem escuro com halo alaranjado. Aromas potentes de frutas negras compotadas e madeira bem integrada. Na boca confirma a presença de frutas com bom corpo, boa acidez e taninos presentes bem finos. Muito elegante e apesar dos seus 17 anos ainda demonstrou capacidade de evolução na taça.

Mas la Plana 1999

Aqui já pudemos ter a perfeita noção do que seria a diferença entre as safras. De cor mais vibrante e aromas um pouco fechados de início, mas que dado o seu devido tempo, revelou-se com muito frescor.  Além de frutas, podia-se notar algumas flores e madeira perfumada. Na boca, mostrou bom extrato, além de taninos e acidez presentes,  muito bem equilibrados. Notamos que continha a maior graduação alcoólica entre eles(14,7º), porém  estava bem integrado  e não chegou a interferir. Foi o que mais evoluiu na taça! Com final longo e ( confesso ) deu vontade de parar por aqui mesmo!

Mas La Plana 2005  

Sua cor não era muito diferente do anterior (1999). Porém, os aromas apareceram com mais desembaraço. Notei também uma presença mais acentuada de álcool (14º) , que talvez por essa razão, fez com que parecesse algo mais vibrante, mais jovial, porém com muito equilíbrio. Deixou a sensação de que essa safra será igual ao 1999, daqui a seis anos. Um irmão mais novo, mas irmãos  podem ser parecidos, nunca iguais!

Mas La Plana 2007.

Apresentou as mesmas características de equilíbrio e elegância notadas anteriormente. Aromas que vão se abrindo pouco a pouco, revelando ótima integração entre  madeira e frutas. Taninos finíssimos, porém presentes que vão amaciando cada vez mais com a evolução na taça. Acidez que pede comida.

Este exercício comparativo entre esses quatro exemplares do MAS LA PLANA  me fez pensar em várias  coisas:

  • Uma das qualidades de um vinho é quando identificamos nele uma personalidade,  que se mantém, independente das alterações climáticas e a maturação do tempo, senti isso aqui.
  • O que os espanhóis chamam de “ crianza “ ou seja “ criação “, está diretamente ligado ao tempo de maturação de um vinho, que quando somados à qualidade da vinha, ao terroir e à mão do seu criador, percebemos suas características e seu potencial de evolução.
  • Outra coisa, que chamou a atenção de todos, foi o teor alcoólico, que tende a aumentar cada vez mais com o passar dos anos em função do aumento de temperatura no mundo. As mudanças climáticas estão na nossa taça também!
  • E finalmente, que o homem é o elemento mais importante na criação de um vinho. A partir de um desejo, talvez de perpetuar sua passagem pela Terra,  movido pela criatividade,  e utilizando todas as ferramentas que  dispõe para criar algo que se assemelhe o máximo com ele mesmo.”

     Valeu Raquel e agora meu comentário pessoal: o 99 está divino e o 2005 segue o mesmo caminho, me encantei com os dois e assino embaixo, dois grandes vinhos! Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Caçando Trufas No Piemonte e Muito Mais

    Wine & Food Travel Experiences é o fruto de um projeto que se iniciou no inicio de 2012, com a vibrante e ativa participação de minha saudosa amiga e parceira Inês com duas viagens a Portugal, que agora se materializa num voo solo explorando outras regiões. Aguardem para breve mais detalhes, mas só para aguçar vossa curiosidade pensem numa viagem pela Toscana, Piemonte, Veneto com Veneza e opcional de Alto-Adige com visita a Bolzano. Jantar no lago di Garda, visita a feira artesanal de queijos promovida pelo movimento Slow Food e já que andamos por aquelas bandas, porquê não uma visita ao museu da Ferrari?! Serão 13 dias (saindo dia 12/Set 2013) num grupo pequeno de no máximo 15 pessoas visitando 10 vinícolas tops e provando seus vinhos, almoços em restaurantes de outras vinícolas com seus vinhos, cafés históricos, certamente uma viagem Inêsquecível de muitos sabores, história e cultura. Eis um teaser com algumas imagens:

Itália Clipboard 2

Salute, kanimambo e espero poder ter alguns de vocês a bordo desta nau que zarpa dia 12 de Setembro para terras de Enotria. Uma ótima semana para todos e arriverdeci.

De Volta à Argentina – os Vinhos de Cafayate

      Em função do “paro” em Buenos Aires nosso voo para Mendoza rodou então ficamos uma dia a mais no pedaço, mas aproveitamos bem. Algumas surpresas, uma revisão de avaliação, quebra de preconceitos e vinhos de qualidade (mais de 65)  na taça, boas experiências vividas nestes últimos momentos de presença na região de Salta.

El Porvenir  – Enquanto estávamos na Felix Lavaque, tivemos a felicidade de receber a visita do Mariano Quiroga Adamo, jovem e talentoso enólogo da El Porvenir (recente nesta casa) um produtor de médio porte elaborando cerca de 400 mil litros anuais dos quais 85% se exportam. Provamos três de seus vinhos, e muitos mais nos dias seguintes, porém vou deixar aqui minhas impressões sobre os que mais me chamaram a atenção entre os diversos bons caldos que habitaram minha taça nestes últimos dias na região de Salta.

Laborum Torrontés 2012 – já mencionei antes de que me surpreendi com a enorme evolução qualitativa dos Torrontés e este vinho só veio confirmar a regra. Uvas colhidas em três fases diferente de maturação resultam num vinho fino e elegante, fresco, frutado com toques cítricos e muito, mas muito saboroso.

Laborum Malbec 2011 – Nariz bem intenso e linda cor purpura, nos convidam a levar a taça á boca onde mostra um meio de boca muito bom e frutado, boa acidez e final bem longo e muito apetitoso! Vinho para curtir nas calmas, sem pressa para dar-lhe tempo de se expressar na sua plenitude. Um belo vinho.

clique para ver slide show II

San Pedro de Yacochuya – Confesso que fui com um pé atrás. Sei que é um marco da região, mas essa potência toda e super extração “Rollandistica “ não faz minha cabeça e numa degustação de há tempos já tinha me decepcionado com ele. Confesso que revi posição, mesmo não sendo meu estilo de vinho. Apenas 21 hectares aqui (+ seis em Tolombon  ), dos quais 8 hectares com mais de 100 anos. Michel Rolland é sócio comercial sendo responsável pela elaboração dos vinhos, porém não pelo estilo já que isso é uma filosofia dos irmãos  Marcos e Arnaldo Etchart. Maceração longa de 30/40 dias, uvas supermaduras, tudo busca o perfil superlativo que fez a marca deste produtor e projetou a região de Cafayate internacionalmente.

Coquena Tannat – provamos amostra de tanque deste vinho que vem do vinhedo de Tolombon e que deve estar por ser engarrafado. Mesmo não pronto, já mostrou qualidade e creio que deveremos estar diante de mais um bom tannat desta região e espero que chegue logo ao Brasil.

Coquena Malbec 2011 – na hora não me encantou, porém recentemente tomei uma garrafa que trouxe e me surpreendeu. Dependendo do preço a que chegar ao Brasil, pretende ser uma alternativa low budget da marca, vale a pena pois está muito equilibrado e as notas vegetais mais agressivas que senti na prova na bodega, deram espaço para notas mais frutadas bem saboroso e de bom volume de boca que é a assinatura da casa.

Yacochuya 2009 – 24 meses de barrica, especiarias bem presentes. Potente em boca, taninos ainda algo “amarrantes” na boca (muito jovem), untuoso, carnudo, para tomar de garfo e faca! Tenho, todavia, que rever minha posição sobre este vinho que me confirmou que tudo na vida merece uma segunda chance. Vinho potente sim, porém muito rico também e demonstra uma complexidade que não tinha conhecido na minha prova anterior. Para os amantes deste estilo de vinho, certamente um grande vinho com enorme capacidade de guarda.

El Transito – com uma capacidade de produção de cerca de 150 mil garrafas  produz uma linha algo mais comercial e um pouco rustica no estilo. Sua linha básica é bastante interessante, me atraiu mais, e fácil de gostar com especial destaque para o Cabernet Sauvignon 2009 com bom volume de boca, especiarias, frutas negras no nariz, taninos finos sem passagem por madeira.

Etchart – um gigante e um dos primeiros a estar presente por aqui. Comprado em 96 pelo grupo Pinot Ricard, esperava uma visita sem grandes surpresas, de vinhos fáceis sem grandes emoções e………me enganei redondamente. Vivendo e aprendendo que preconceito é uma …..! Enfim, são 450 hectares de vinhas e mais de 9 milhões de garrafas ano porém do que provei, muitas e boas surpresas, sem contar a hospitalidade e simpatia numa prova em baixo das árvores do lado da casa de hóspedes. Lugar lindo.

Torrontés, provamos três. O Privado é simples e fácil, o Reserva já mostra ao que vem, mas é o Etchart Gran Reserva Tinaje 2012 que mexe com a gente ou, pelo menos, comigo. Um dos melhores provados nesta viagem. Todo ele muito sutil e fino, leve floral com notas de pêssego no nariz. Na boca é delicioso e sedutor com notas de grama molhada recém cortada, alguma lima mostrando um frescor muito gostoso e de final longo.

Arnaldo B, um dos melhores custo x beneficio dos vinhos provados em todos os sete dias de viagem á Argentina. Caiu nosso queixo quando nos disseram que este vinho custa algo ao redor de R$50 a 60 no mercado brasileiro já que nossa percepção de valor foi bem superior a isso! É o vinho principal deles e provamos o 2008 que é um blend essencialmente de Malbec/Cabernet Sauvignon e Tannat, mas que no futuro próximo pode vir a receber o aporte de outras cepas. Elegante, fino, de bom corpo e ótima textura, untuoso e rico, daqueles vinhos que acaba muito rapidamente e uma garrafa sobre a mesa será certamente pouco, ainda mais a esse preço!

Amostras de barrica. O anfitrião e enólogo da casa, Ignacio Lopez, se entusiasmou e quis nos mostrar algumas de suas criações em processo de desenvolvimento. Eles estão experimentando coisas novas e nos deram o privilégio de provar algumas amostras. Das quatro variedades provadas (CS, Tannat, Bonarda e Ancelotta) curti muito o Tannat que apresentou um frescor e fruta muito interessante prometendo um futuro bem interessante tanto em blends como solo. Gamei no Ancelotta!! Fino, denso, notas achocolatadas, uma aposta do enólogo em algo novo na região (sugeri que ele visitasse alguns de nossos produtores no Sul) que vai dar o que falar, aguardemos. Em principio estes caldos devem vir para enriquecer ainda mais o Arnaldo B, porém não me surpreenderia se viesse também uma linha de varietais de alta gama.

      Por hoje é só, mas ainda tem a Vertical de Mas la Plana, mais posts sobre a viagem á Argentina que fiz a convite da Wines of Argentina, otras cositas más! Devagarinho retomo o ritmo do blog então kanimambo pela paciência e não se esqueçam, dia 17/04 é o Dia Mundial do Malbec, aguardem surpresas! Salute.

Chianti e Bacalhau Pode?

         Pode! Vinho bom, companhia ótima e prato idem, porquê não? Sem enofrescuras, quando as partes são tão boas é dificil algo dar errado e mesmo com um bacalhau algo mais light (Bacalhau do Capitão) e o vinho complexo e bem estruturado com ótimo volume de boca, complexo e vibrante; foi bão demais da conta sô! Familia, um belo vinho e um baca saboroso, fomos abençoados nesta sexta-feira santa. Como dizem, uma imagem vale mais que mil palavra então fico por aqui com a esperança de que vosso feriado de Páscoa tenha sido igualmente bom.

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Na Quinta tem vertical de Mas la Plana por aqui, te aguardo. Salute e kanimambo.