setembro 2010

Aula de Bordeaux “deux”!

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             Na 1ª aula foram servidos 4 vinhos do noroeste de Bordeaux, Margaux, Pauillac, St Estephe. Na 2ª foram servidos vinhos do nordeste da região, St Emilion, Lalande Pomerol e Pomerol. Vinhos do mesmo patamar, com o preço sempre em torno de R$250,00 para o consumidor final.

            Enquanto na 1ª aula, os vinhos de referência eram os grandes de Margaux e Pauillac, responsáveis por 4 dos líderes da classificação que vigora desde a Feira Mundial de Paris em 1855, aqui os monstros sagrados são Petrus de Pomerol, Cheval Blanc e Ausone de St Emilion. Vinhos onde o cabernet sauvignon não reina, ao contrário dos primeiros. Vinhos feitos a partir de merlot ou mistura com Cabernet Franc.

20 de setembro

Fechei o cardápio não sem antes me inspirar em algumas referências bibliográficas, só para ver como esta coisa é errática, longe da pretensa cientificidade que se encontra nos sommeliers de plantão. Penso por mim, penso na trufa branca de San Miniato. Se o prato é perfumado por algo tão forte como a trufa, melhor é ninguém lhe fazer sombra. Um vinho discreto é a melhor medida, a não ser que o fausto seja essencial. Radicalmente falando, para o grande vinho serviria a neutralidade de uma massa temperada mas sem tanta personalidade; serviria um roti que não fosse muito mandão. Em casa, apenas com meus botões, radicalizaria – o grande vinho e uma bela batata com casca, grelhada ao forno, servida num banho de azeite e sal!

         O cardápio: abobrinha e berinjelas grelhadas, bresaola com parmesão e rúcula, ravióli de ricota com manteiga e sálvia, cordeiro com feijões brancos, manga grelhada na calda de pitanga e sorvete de banana.

          Penso no que vou dizer, tento me concentrar como fazia antes de cada apresentação de campanha publicitária para a diretoria da Colgate Palmolive, Mercedes Benz, Brastemp, Unibanco. E o que tenho a dizer é tão pouco, quem sabe eu não sirva para isso de dar aula, com coisa sistematizada demais. Funciono à base do entusiasmo e se desviar o foco, dificilmente retomo de imediato. Pode ser que eu finalmente seja desmascarado depois de tantos anos dando aula de criação publicitária, de taishi shuan, de vinho. É hoje que alguém vai virar pra mim e, na frente de todos dirá – você não é um professor. É hoje, então, que eu olharei em seus olhos e direi – você tem razão eu não passo de um enganador, eu não sei nada sobre este assunto.

             Mas, felizmente para mim e para a paz dos meus alunos, todos estão infinitamente mais preocupados com os vinhos, a comida e bom papo do que com meus crônicos problemas existenciais. Aceitam as apostilas com dados sobre as 3 micro regiões, aceitam sem contestas as anotações genéricas sobre hectares plantados, produção em litros, idade média das vinhas e os 15 bilhões de euros que a região movimenta por ano com seus vinhos.

               Aceitam informações perfumistas, pouco encontradas nas amostras, aliás, de que St Emilion deve apresentar mais morango e groselha; o Lalande Pomerol frutas vermelhas, animal (gibier) e couro, para evoluir em direção à ameixa e o cacau, enquanto que Pomerol será o único a florir com violeta, além de apresentar tantas similaridades com seus vizinhos. Aceitam que o fundamental é descobrir o corpo, a estrutura e não os perfumes, quando se fala de Bordeaux em geral, já que os vinhos têm tons herbáceos muito presentes, principalmente quando são vinificados no estilo “Velha Guarda”. Aceitam as informações que passo sobre a compra dos vinhos conforme o prometido; aprovam o cardápio, suficientemente harmonizado para que não atrapalhe as conclusões que queremos tirar daqui.

               Os vinhos da aula são um Lalande de Pomerol, dois Pomerol e um St Emilion. Será uma degustação de onde reina o Merlot e o Cabernet Franc. A região contradiz um pouco o conhecimento mais elementar que se tem sobre o vinho de Bordeaux, sempre apresentado como o resultado de uma mistura entre Cabernet Sauvignon e Merlot, tendo alguns coadjuvantes a Franc, Petit Verdot, Tannat e Malbec. Perto de Libourne, ao leste da Aquitania isto quase uma mentira!

            O Lalande é o Ch. Lafleur-Vauzelle. O St Emilion o Clos St Emilion Philipe. Os Pomerol Fayat-Thunevin e Ch. Grand Moulinet. O primeiro tem 70% de Merlot, 15% para cada cabernet; o Segundo é 70% Merlot, 30%C.Franc; o terceiro 100% Merlot e o último 90% Merlot, 10% C.Franc. Todos passam mais de 12 meses de barrica, sendo que o Fayat-Thunevin tem 18 meses. Todos são frutos de vinhas de mais de 30 anos, produzidos em aproximadamente 4 hectares, resultando algo em torno de 20 mil garrafas.

          Apenas o Lalande esteve um ponto abaixo dos outros três, que disputaram palmo-a-palmo a preferência do grupo. A propósito, vale a pena comentar o erro didático que cometi – apresentei os vinhos e seus preços enquanto servia. Talvez não por coincidência, a preferência quase unânime recaiu sobre o mais caro, enquanto que o Lalande, de 30% a 60% mais barato que os outros, foi o menos preferido.

Mais um texto do amigo e colaborador, agora com participação mensal, Breno Raigorodsky; 59, filósofo, publicitário, cronista, gourmet, juiz de vinho internacional e sommelier pela FISAR. Para acessar seus textos anteriores, clique em Crônicas do Breno, aqui do lado

Contagem Regressiva Para a Vino & Sapore

Como boa parte dos amigos sabe, desde Abril/Maio que tento abrir minha loja de produtos enogastronomicos aqui na minha querida Granja Viana, região em que vivo há cerca de 28 anos. Tem sido uma árdua, desgastante e angustiante tarefa repleta de problemas.

         Os dias têm sido extremamente curtos para tanta coisa e tanto detalhe, porém nesta reta final ficam ainda mais, então verão que meus posts ficarão um pouco mais espaçados ainda, mas tentarei atualizar o blog sempre que possível. O nome VINO & SAPORE, em italiano mesmo pois o em português já estava tomado, veio no sentido de expor ao mercado aquilo que é a loja onde serão disponibilizados os mais diversos sabores entre; cafés especiais, especiarias, conservas especiais de diversas partes do mundo e do Brasil, delicatesse com bombons, biscoitos e chocolates suiços, alemães, franceses e belgas, doces especiais e artesanais absolutamente deliciosos, geléias divinas e diferenciadas. Vinhos á taça em nosso Wine Bar, fruto de nossa parceria com a Decanter, com queijos e embutidos de primeira linha já fracionados sendo servidos dentro de um conceito diferenciado e mais de 450 rótulos grande parte garimpados por mim ao longo destes últimos 3 anos de atividade mais intensa em nossa vinosfera, com ênfase em vinhos diferenciados e aquilo que sempre guiou meus passos, a busca por grande relações QualidadexPreçoxPrazer!

             Um menu de cafés gourmet acompanhado de uns biscoitos absolutamente divinos que me foram apresentados pela amiga Denise Cavalcante, com quem, por sinal, estou em falta, vindos do Rio de Janeiro direto para a Granja Viana, estará disponível para aqueles que no dia não estejam a fins de vinho. Enfim, mais do que uma loja, o conceito será de desenvolver um espaço informal e aconchegante para o encontro dos amigos amantes do doce néctar da região e vizinhos do Butantã, Embu, São Roque, Morumbi, etc. que não estão tão distantes assim. Numa vinda à Granja, podem aproveitar para fazer um passeio enogastronomico visitando a loja e almoçando ou jantando em alguns dos bons restaurantes da região como Emilia Romagna, Pattio Viana (do Ney), Açafrão da Terra, Canto, Felix Bistrot, Suez, enfim, a lista é longa, usufruindo de um pouco do muito verde que ainda temos por aqui e bastante ar puro!

         Agora, o nome de um estabelecimento é só isso se não tiver uma imagem adequada que o transforme em marca. Aqui entra a criação de um pessoal amigo a quem desde já estou devendo “big time”. Não tem dinheiro que pague a atenção e carinho do Claudio e Gilberto, profissionais do ramo e amantes do vinho, especialmente o Claudio autor do Le Vin au Blog  junto com a Rafaela. Acho que foram especialmente felizes na elaboração desta marca e espero que gostem tanto quanto eu. A empresa deles, a C-brand, vem criando e executando diversos projetos de primeiro nível e é, certamente, uma empresa que os empresários leitores deste blog devem conhecer e colocar em suas agendas. Como sou suspeito para falar, perguntem para a Cinemark e outras empresas para quem eles já desenvolveram diversos projetos de sucesso! Clique no link aqui acima e conheça um pouco mais dos trabalhos desta gente.

            Assim que abrir vos aviso dando mais dicas do que terei por lá e mostrarei todos os parceiros que farão parte deste projeto. Não conseguirei tudo de cara, mas já tenho uma série de produtos e produtores/importadores no bolso do colete para o ano que vem. Espero, será de fundamental importância, que os amigos apoiem este meu projeto e espero vê-los por lá quando, em se dizendo leitores do blog, serão meus convidados para uma taça de vinho.

Por hoje é só. Espero revê-los por aqui na próxima semana. Salute, kanimambo e um belo fim de semana para todos, porque eu vou mesmo é pegar no pesado!

Filosofando Sobre o Vinho com Marcelo Copello

                   Há poucos dias me deparei com este magnífico texto de Marcelo Copello, pessoa que dispensa apresentações em nossa vinosfera. Não foi à toa que se tornou o jornalista vínico brasileiro mais reconhecido internacionalmente e com diversos livros publicados. Este texto que ele publicou sob o titulo Vinho & Contexto, foi extraído de seu livro Vinho e Algo Mais que concorre ao premio Jabuti deste ano. Em sua apresentação diz ele; “vinho transcende números e o verdadeiro prazer está no contexto em que o vinho é provado. O prazer está, sobretudo, na companhia” o que serve de um belo preâmbulo ao divino texto que, com aprovação dele (valeu Marcelo), repico aqui para seu deleite. Eu adorei e fiquei ansioso por ler o livro, pois o aperitivo me abriu o apetite! Boa leitura.

“Vinho não se combina apenas com alimentos ou com música, como já dissertei a respeito, mas com um contexto ou ambience. As circunstâncias influem decisivamente em nossa apreciação de uma boa garrafa. Nosso estado de espírito, a companhia, a temperatura do ambiente, a música, a iluminação, a decoração, a vista, a estação do ano, o que foi bebido antes e o que esperamos consumir depois. A situação completará o significado da experiência sensorial. Por pura diversão, podemos delinear uma classificação dos vinhos neste sentido:

              Alguns, assim como algumas peças musicais, têm uma função. Os prelúdios, ou as aberturas, preparam nossos ouvidos para o que virá a seguir. Podemos, então, chamar de vinhos de introdução aqueles cuja função é aguçar o paladar e “fazer a boca”. Já os vinhos de conversação, são para a confraternização dos companheiros, como nos poemas de Neruda: gregários, bebidos ao sabor de histórias e risadas. Os vinhos de pretexto dispensam a reputação, são mera distração, também conhecidos como vinhos de entretenimento, como a pipoca do cinéfilo. Seu primo é o vinho passatempo, que funciona como o baralho para um jogo de cartas. Não muito distante está o vinho de novela, que quase sempre nem é vinho, mas um líquido fake, como água e groselha.

Os vinhos de visita contém certa formalidade, o rótulo escolhido varia conforme o grau de cerimônia e apreço atribuídos ao visitante. O vinho refrescante é aquele que, assim como as narinas, se abrem ante seu frescor, e o paladar, ante sua acidez, faz o coração se abrir para a vida. Temos também o vinho para 13 à mesa, que, se for realmente bom, motivará outros 13 a cobiçar um lugar à esta, e logo serão 26.

Os vinhos de pessoa jurídica, com muitos dígitos no preço, são adequados para fechar grandes negócios. Um contraparente seu é o vinho de ostentação, para quem o “ter” é mais importante do que o “ser”. Do mesmo clã, temos os vinhos de sonho, aqueles cujo preço e raridade os afastam de nossa realidade e os aproximam de nossas fantasias.

Os vinhos importantes, próprio para pessoas importantes; e vinhos ainda mais importantes, para pessoas simples para quem qualquer vinho é uma dádiva. Muitos almejam provar o vinho para comemorar 100 anos, mas este pode ser o mesmo usado para comemorar cada minuto.

O vinho dos técnicos – agrônomos, enólogos e agricultores – para quem mais que fermentado de uva, é suor, labor diário, dedicação e sustento. Oposto do vinho apolíneo dos degustadores profissionais, das fichas, notas, classificações, rankings e guias; parente do vinho dos práticos e objetivos que querem o “melhor” por seu dinheiro, e buscam este “melhor” nos guias. Existe ainda o vinho poético, embora a poesia não esteja nele e sim em quem o bebe e faz a sua apologia. Não esqueçamos do útil vinho de batalha, quando a quantidade impossibilita a qualidade, muito comum em vernissages, casamentos e noites de autógrafos. Também, porque não, o vinho do pileque, pois é preciso ser moderado em tudo, até na moderação, cometendo às vezes alguns excessos.

O vinho de boas vindas é irmão do vinho de despedida, do qual se pode guardar uma garrafa e transformá-la no vinho do reencontro. O vinho coringa é o que serve para todas as ocasiões, como o Champagne, ótimo para o café da manhã, começando o dia ou encerrando a noite. Alguns vinhos são abertos simplesmente para matar a sede. Outros são tão encorpados que matam a fome também. Os vinhos de aquecimento são muito úteis em locais de clima frio, para aquecer o corpo, a alma e, quem sabe, a cama.

Temos o vinho de reminiscências que nos fazem lembrar histórias, ou até inventá-las. Há os que soltam nossas línguas e os que as enrolam. Sem falar nos vinhos de conversa fiada e vinhos que são o assunto da conversa. Destes, o antepassado mais ilustre é o vinho de meditação, que pede silêncio e concentração. Obras de arte líquida, uma epifania quase religiosa, para se beber de joelhos. Nesta categoria se encaixa a maioria dos vinhos de sobremesa, que nos chegam no final de uma refeição quando estamos em paz com nosso estômago e com nós mesmo, com uma sensação de completude e plenitude. Momento propício para pensar na vida em perspectiva, com religiosidade para os religiosos ou contemplação filosófica para os agnósticos.

O vinho pretensioso é o da paixão, pois toda paixão é pretensiosa, é revolucionária, muda nossa maneira de ver o mundo e faz com que o mudemos. Uma variante é o vinho da sedução, que hipnotiza os amantes, temperando o encanto, umedecendo o fascínio e aquecendo os espíritos.

Fascinante é o vinho da harmonização, combinado a cada prato da refeição. Os verdadeiros enófilos sabem, no entanto, que vinho se combina com o ar que respiramos. Tintos harmonizam com carne, a de que somos feitos. Brancos são para acompanhar os frutos do mar, com a brisa e o som das ondas, e, sobretudo, as sereias.

             A família dos vinhos de assunto é grande, mas o único vinho que não conheço é o da tristeza e o da solidão, pois este azeda rapidamente, sendo conhecido, então, como vinagre. Acima de todos o vinho alegre, pois sem alegria, nem a vida nem o vinho valem a pena.”

Sem mais, porque depois desse texto fica dificil dizer qualquer coisa, salute e kanimambo!

Dicas da Semana

Viva El Chile na Zahil,  – Setembro é um mês de muitas festas para os chilenos, quando o país celebra a data da Primeira Junta Nacional de Governo em 18 de Setembro, ocasião na qual foi dado início ao seu processo de independência. Para participar da comemoração, a importadora Zahil, que conta com dois importantes produtores de vinhos do Chile, Viña Aquitania e Domaine Conté, preparou uma promoção extraordinária: Somente hoje,  20 de setembro, todos os rótulos chilenos estarão com 10% de desconto, enquanto compras acima de R$ 180 em vinhos do país dão direito a uma garrafa de Domaine Conté Sauvignon Blanc, um varietal com aromas de grapefruit, maracujá e toques vegetais, típicos desta uva.

              A Zahil também aproveita a ocasião para lançar o Sol de Sol Pinot Noir, o esperado vinho da Viña Aquitania, produzido na vinícola mais ao sul do Chile, aproximadamente 650 km ao sul de Santiago, em Traiguén. O clima frio durante o período de maturação produz um vinho com apurados aromas de frutas vermelhas, como cerejas-ácidas. O envelhecimento em barris de carvalho franceses durante 12 meses confere complexidade e equilíbrio, enriquecendo o vinho com notas de tostado e defumado. Com valor de R$ 155, recomenda-se abrir o Sol de Sol Pinot Noir trinta minutos antes do consumo, harmonizando-o com carnes macias, peixes de receitas elaboradas e tradicionais pratos borgonheses, como boeuf bourguignon ou coq au vin.

Costela de Ripa no Morumbi – a famosa costela de ripa do Rancho do Vinho em Itapecerica, está já faz um tempinho com filial no Morumbi. Agora, de Segunda a Sexta, o casal paga somente R$49,90 no rodízio, um belo programa e uma pechincha imperdível!

Portuscale lança vinhos da Quinta de Loridos –  da amiga Denise Cavalcante, recebo este press release com informações sobre este lançamento, ou mais precisamente um relançamento com a inclusão de alguns novos rótulos. A  Bacalhôa Vinhos é uma grande produtora de vinhos Portugueses, responsável pela produção Quinta da Bacalhôa, marca já muito conhecida entre os brasileiros. Mas esta empresa tem outros bons rótulos que ainda não são muito conhecidos, como os da linha Loridos, com uma qualidade destacada e um preço bem acessível.  Com cinco rótulos dessa marca em seu catálogo, a Portus Cale destaca a qualidade do Loridos tinto com uma excelente sugestão de vinho para o dia a dia e o lançamento do Espumante Loridos Rosé.

               A Quinta do Loridos, onde tive a oportunidade de estar no inicio deste ano, está no coração da Região Demarcada de Óbidos, na região Oeste de Portugal, agora denominada de Lisboa. Foi adquirida em 1989 pela empresa J. P. Vinhos, (mais tarde comprada pela Bacalhôa), que instalou na Quinta uma adega para a produção de vinho espumante onde se destaca um lagar com uma antiga prensa de “vara”, a construção de uma cave para envelhecimento do produto e a plantação de vinhas. Suas vinhas produzem uvas de grande qualidade para a marca Loridos. O seu espumante é produzido na adega centenária do Solar, que ainda conserva uma prensa de vara do séc. XVII, segundo o Método Clássico (Méthode Champenoise), onde todo o processo é realizado manualmente, tendo um período de estágio numa cave de envelhecimento, em que o espumante nos convida a conhecer os seus segredos.

                Da linha de vinhos Loridos fazem parte três espumantes de qualidade datados. São eles Loridos Chardonnay; sendo o Loridos Vintage e o Loridos Rosé produzidos a partir das castas Castelão, que na Quinta dos Loridos encontram o terroir ideal para o seu cultivo de elevada qualidade.  Produzem ainda dois vinhos tranqüilos como o Loridos Alvarinho, que apresenta um aroma delicado, com “nuances” de citrinos, ameixa amarela e frutas tropicais combinadas com notas subtis de madeira, e o Loridos tinto, um corte de Merlot e Castelão. Eu conheço um dos espumantes e o alvarinho, mas tenho curiosidade de conhecer o tinto e o espumante chardonnay brut, enfim, a dica é aqui é conferir!

Bacalhau e Vinho na Confraria – em parceria com o amigo Juan da Peninsula, que elaborará o prato de Bacalhau ao Pil Pil, a Confraria do Queijo & Vinho  promove este evento que certamente valerá a pena ser prestigiado.

Maria Amelia e Tondonia em Porto Alegre – evento imperdível para os amantes do doce néctar  que vivem ou estarão nos arredores desta bonita cidade no próximo dia 21, amanhã! Viña Tondonia é o suprasumo do que de melhor a Rioja possui; é cultura é história, são vinhos únicos e maravilhosos, não perca!

Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos

Senso 2010 e Outras Imposições

                Acho dever cívico de todos participar do Censo 2010, assim como acho que devemos todos votar e, JAMAIS em branco, mesmo quando a qualidade rareia como aqui em Sampa para o senado! Agora, estamos vivendo num país diferenciado em que os deveres viram obrigações e os direitos se multiplicam sem qualquer, ou muito pouco, contraponto de responsabilidades.

               Assim como poderíamos mudar o país se o voto não fosse obrigatório, acabando com o voto de cabresto, e sim uma participação espontânea e democrática de quem realmente se interessa pelos destinos da nação e sua população, também deveríamos ter o direito de responder ou não à pesquisa do IBGE. Não que eu seja contra, muito pelo contrário, pois se colhem informações extremamente importantes, porém me ameaçar com uma multa de R$5.000 porque não pude, repito, não pude e não que tivesse me recusado, atender a recenseadora numa hora em que saía para um compromisso e porque na outra visita dela eu não estava em casa, beira o absurdo!!! Aliás, o mesmo valor da multa que o presidente Lula tomou por diversas vezes por insistir em violar a lei eleitoral com uma constancia assustadora.

                Realmente as coisas andam de pernas para o ar em terras brasilis  onde moral e ética tiveram seus valores deturpados, a sem vergonhice foi institucionalizada e anda corremos o risco de ter mais um mandatário em que debaixo de suas saias corre solta a corrupção e aproveitamento pessoal do cargo mas que, obviamente; nada sabe, nada viu e não tem nada a ver com ela não, só lhe falta deixar crescer a barba! Com tanta safadeza, com tanta falta de pudor, com tanta deturpação dos mais básicos e elementares valores de cidadania, tolera-se tudo porque a economia vai bem, porque se ganha com isso e din-din parece ser o valor mais importante que toma conta dos passos de muitos que vendem a consciência por meia duzia de trocados.  Não que o vil metal (ainda se usa o termo?) não seja importante, é e muiiiito, porém para tudo há que se colocar limites! É o retorno ao velho slogan de cigarros que marcou para sempre a vida do grande Gerson, voltamos aos tempos da máxima de que “devemos levar vantagem em tudo”. Enfim, é sempre aquela velha retórica, o que mais me incomoda não é o brado dos maus, mas sim o silêncio dos bons. Vamos deixar correr solto?!

        Olho Vivo e nunca é demais postar este vídeo! Ah, não posso me esquecer de ligar para a recenseadora para marcar um horário. Lamentavelmente, diferentemente do presidente, uma multa dessas me incomoda e fere meu bolso!

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Salute e kanimambo. Desculpem, não quero gerar um debate politico neste blog, mas tinha que desabafar.  Por um estado menos tutor e policialesco, por um estado de direto e de liberdade de escolha, sem vergonha de mim, sem direito de desanimar e, acima de tudo, pela felicidade de não ter perdido a capacidade de me indignar!.

Um Tinto Uruguaio de Respeito, Abraxas 2007.

                 É, nesta última Quarta fiz um suspense para falar deste vinho, porém aqui estou para o comentar, um senhor vinho. Daqueles que vestem fraque e cartola com eximia destreza e elegância apesar de um porte musculoso e viril. Abraxas, um vinho elaborado com 100% do melhor tannat plantado em Rocha, no norte do Uruguai já próximo de Punta Del Este.

Encorpado, grande estrutura, teor de álcool aquém do esperado com somente educados 12,5% que nos permitem passar da terceira taça! E olha que dá fácil para isso, uma pena que não tivesse um belo pedaço de bife ancho para acompanhar, pois seria divino. Frutos negros no olfato, como a cor que insiste em tingir a taça com laivos violeta, e terroso. Na boca explode numa complexa sinfonia em que prevalece o equilíbrio. Taninos aveludados de muito boa qualidade, rico, untuoso e sedutor com a madeira já bem integrada, denso, final longo em que aparece algum moka com toques de especiarias. Talvez não possua a mesma capacidade de guarda do 2002 que ainda está pujante, porém talvez seja mais rico em sabores e mais harmonioso, um conjunto mais cativante e apetitoso para ser curtido e apreciado sem pressa, mais do que meramente bebido.

              Realmente é de tirar o chapéu para o que os enólogos fazem por lá com essa uva.  Seus vinhos premium estão num patamar de grande qualidade e este não nega a raça. Um dos bons rótulos nesta gama de qualidade a um preço abaixo da média o que o faz saber ainda melhor, eheh! Acha-se por aí na faixa dos R$100,00 e este eu recomendo como um belo custo x beneficio que certamente faria alguns dos bons vinhos do Mandiran enrubescerem. Importado pela Dominio Cassis, sei que na Portal dos Vinhos tinha e também terá na Vino & Sapore, uma no Morumbi em Sampa e a outra na Granja Viana em Cotia. Ah, ia-me esquecendo, a garrafa é poderosa e, nas mãos erradas, pode virar uma arma letal. A bichinha deve pesar uns 5 kgs!!!!!!!

Salute e kanimambo

Um Branco Vibrante e Um Tinto de Tirar o Fôlego

             Pelo menos foram essas as principais sensações percebidas ao tomar esses dois vinhos neste último fim de semana. O primeiro, o branco de Chablis, quando me dei conta tinha acabado e faltou garrafa! Já o tinto, bem, esse dosei com parcimônia e veio confirmar a boa fase pela qual passa este produtor uruguaio de região pouco conhecida.

            Um Petit Chablis como os chardonnays têem que ser, pelo menos a meu ver. Sou um apaixonado pelos vinhos da região de Chablis assim como pelos brancos do Loire. Me encanta essa ausência total, ou quase, do uso de madeira nos vinhos junto com a acidez e mineralidade preponderantes do terroir que nos fornece enorme prazer e frescor. Um Petit Chablis é a base da pirâmide dos vinhos da região e não é incomun encontrar produtos bastante ralos e ligeiros que, em minha opinião, não valem o que pedem por eles. Provar um bom Grand Cru e Premier Cru é uma experiência que deixa marcas e até hoje me lembro de um que comprei em Londres, um delicioso Chablis 1er Cru Beauregard do Domaine Jean-Claude Martin, safra 2000 que tomei há uns cinco anos atrás. É, é isso mesmo, cinco anos e quando penso nele ainda me dá água na boca. Vinho bom é assim mesmo, de longa persistência…….na memória! Bem, já estou devaneando então voltemos ao meu J. Moreau & Fils Petit Chablis 2008.

             Longe de querer esperar a complexidade e profundidade de um Primer Cru, porém este está alguns degraus acima de outros Petit Chablis já tomados e me deu enorme prazer de tomar. Tudo de forma mais leve e suave, porém está tudo lá. A maçã verde, aquela mineralidade acentuada, o frescor, frutado com toques de limonada suíça (viajei legal agora, eheh), vibrante e balanceado, daqueles vinhos que nos fazem querer mais e mais e mais, e ……..enfim, um vinho divertido que alegra o palato e o espírito. Falta-lhe corpo, profundidade e persistência, mas se tivesse tudo isso seria um Chablis, talvez um Primer Cru! Os Chablis, mesmo os Petit, são tradicionalmente caros, este é um pouco menos, por volta dos R$90,00. Um bom cartão de entrada para esse maravilhoso mundo de Chablis, pequena comuna localizada no topo da região de de borgonha, tome-o acompanhando frutos do mar grelhados, salmão, lulas á doré e divirta-se!

           O segundo vinho foi um tinto encorpado, complexo, ainda muito jovem. Um vinho mais sério e compenetrado, um caldo mais contemplativo. Um Tannat Premium de uma região pouco explorada e de um produtor menos mediático. Já comentei aqui o 2002 que gostei muito, agora tomei a versão 2007, mas esse comentarei daqui a uns dias.

Salute e  kanimambo.

Dicas da Semana

               Nesta semana uma série de eventos interessantes  a serem conferidos e, como gosto de quebrar o establishment, uma dica muito especial para além do vinho, até porque daqui a pouco chega o dia das crianças e vale já começar a pensar no presente, que tal o um filho do Harry?!

Filhotes de Golden Retriever maravilhosos, criação da amiga Wendy e filhos do Harry, esse bicho bonito aqui do lado. Ótima linhagem, os pais são bam,bam, bam e repletos de títulos e premiações, por sinal o pai é um animal lindíssimo, uma ótima opção para um presente de dia das crianças ou por qualquer outra razão. Como para se tomar um bom vinho, desculpas é que não faltarão para levar um desses para casa. Da linhagem Goldentrip, vejam só o pedigree dos bichinhos!

  • Harry, o pai dos filhotes, é filho do campeão americano, super vencedor nos EUA, o BRITAIN e sobrinho do DIOGO, melhor golden retriever do Brasil em 2007.
  • Kyra, a mãe, é neta de MAGIC, super campeã nacional e campeã canadense e do famoso NAUTILUS FOX MULDER

Se tiver interessando, dê uma ligadinha para a Wendy nos telefones; 4702-2371 / 7869-6540 / 7865-5887, tem machos e fêmeas, vai resistir? 

 

O amigo Didu e a Tia Augusta, formaram uma dupla de peso que levará enófilos curiosos para desbravar os segredos de Mendoza. Entre os dias 14 e 17 de outubro, a operadora de turismo Tia Augusta vai disponibilizar a excursão “Mendoza e seus Vinhos com Didú Russo“. Dez casais poderão desfrutar a beleza natural, história e os bons vinhos da famosa região produtora na Argentina.

O roteiro se inicia com uma pequena visita à parte antiga e ao centro histórico da capital Mendoza. “Os turistas vão conhecer o Bairro Cívico, o Parque General São Martin com o Cerro da Gloria, o Estádio mundial e o Teatro Grego Frank Romero Day, cenário do ato central da Festa Nacional da Vindima”, conta Filipe Fortunato, diretor-executivo da Tia Augusta. Após o tour, a excursão parte para a esperada rota dos vinhos. Primeiramente serão visitadas as cidades de Luján de Cuyo e Maipú, no centro da província. Destaque para as vinícolas Famíla Zuccardi e Catena Zapata, com a degustação dos vinhos locais incluída.

No dia seguinte, os enoturistas conhecem o Oásis Mendocino, em Luján de Cuyo, com vista às renomadas vinícolas Norton, Nieto Senetiner e Lagarde, sempre com direito a almoço e muito vinho. Após conhecer os principais estabelecimentos da região de Mendoza, o guia local e especializado ensinará sobre os vinhos mendocinos, seus processos de elaboração, sistemas de condução da vindima, assim como os segredos e técnicas de degustação.

Além da companhia de Didú Russo, o grupo terá a seu lado Augusta e Paschoal Fortunato, diretores da operadora. “O Wine Tours é fantástico. Ter um sommelier presente o tempo todo com o turista e a companhia do Tio Fortunato e da Tia Augusta é ainda melhor”, afirma Didú. Para maiores informações e reservas, ligue para (11) 3068-5111 ou acesse o site > www.tiaaugusta.com.br.

 Serra Wine Week, para os amigos cariocas e quem mais estiver passando pela região serrana do Rio de Janeiro. Na segunda edição e desta feita com o apoio da Grand Cru e seus vinhos, os sommeliers Cláudio Gomes, Guilherme Faltz, Carlos Henrique de Almeida e Marcos Toneli, todos moradores da região e graduados pela Associação Brasileira de Sommeliers, selecionaram uma bela lista de vinhos que farão parte integrante da Carta de Vinhos dos restaurantes e pousadas participantes. Os vinhos escolhidos foram o branco Sauvignon Blanc Leyda Reserva e os tintos Frescobaldi Remole, Chateau Bois Pertuis, Maria Mansa, Tabali Syrah Reserva e Cobos Felino Cabernet Sauvignon. De acordo com o sommelier Cláudio Gomes, os critérios utilizados foram o custo do vinho, a qualidade e a capacidade de harmonizar com os pratos servidos pelos participantes.

             De 15 a 26 de Setembro, cada restaurante terá uma programação com degustações, palestras e jantares harmonizados, mas a carta de vinhos e os preços são únicos para todos os participantes. Os participantes desta edição são: Bomtempo Resort, Arcádia Bistrô Imperatriz, Nikko Sushi, Majórica, Tai Tai Restaurante, LOG Restaurante, Il Perujino, Oliveiras da Serra, Solar Fazenda do Cedro, Pousada Paraíso, Tambo Los Incas, Barão Gastronomia, Capitolio Sushi Bar, Don Bistrô, Hotel Pedra Bonita, Massas Luigi, Pousada dos Pirineus, Solar do Império, Tankamana, Armazém 646, Travel Inn River Side e Zafferano Araras, Deck e Parrô do Valentin.

               O Serra Wine Week foi criado pelo empresário Rogério Elmor, do Bomtempo Resort que, ao apostar ano passado, acertou ao unir duas forças importantes na região: o vinho e o turismo. “Com a Wine Week, movimentamos a Serra no período de baixa temporada, criando atrativos tanto para os moradores como para os turistas”, diz. Elmor ressalta que este ano o evento também terá cunho social. A Associação Oficina de Jesus, projeto do Padre Quinha no Centro de Petrópolis, irá receber R$1 por cada garrafa vendida.

               O presidente da Abrasel em Petrópolis e proprietário do restaurante Log, Luiz Fernando Vidal, reforça, lembrando que o potencial gastronômico da Serra já está consolidado pela quantidade e qualidade dos restaurantes, mas que um evento como este ainda pode trazer avanços para o setor. “O Serra Wine Week desempenha um importante papel de associativismo, quando os restaurantes se unem, trocam ideias e ajudam a promover o destino turístico”, afirma Vidal. Para maiores informações consulte o site clicando no link acima.

2011 está chegando! É gente, já estamos entrando no último trimestre e o ano novo está no dobrar da esquina, então que tal antecipar sua programação de viagens para o ano que vem? Até porque fazendo isso agora certamente lhe trará uma série de benesses. Pois bem, o Aguinaldo Zackia (dispensa apresentações em nossa vinosfera) me enviou sua programação para o ano que vem:

Viagem 1 – de 06 a 12 de MARÇO DE 2011 – (Semana de Carnaval) – VINHO E AVENTURA NO CHILE

  • Viagem em duas etapas, a primeira visitando vinícolas de ponta do Vale do Maipo e da nova e promissora região do Vale do Limari; a segunda, conhecendo a fantástica região do Deserto do Atacama, única por seus encantos.

Viagem 2 – de 16 a 30 de ABRIL DE 2011 – ITÁLIA NOS SEUS LIMITES

  •  Um sensacional roteiro visitando, ao norte e nordeste, as regiões do TRENTINO e do VÊNETO, e ao sul a ilha da SICÍLIA, caldeirão de várias culturas e primeira região vinícola da Itália. Hospedagens em SIRMIONE (idílico), à beira do Lago de Garda, e, na Sicília, em TAORMINA e PALERMO.

Viagem 3 – de  3 a 15 de SETEMBRO DE 2011 – BORDEAUX, A EXCELÊNCIA EM VINHOS

  • Uma peregrinação reverencial pelos melhores châteaux desta que é a mais prestigiosa região de vinhos do planeta. O Médoc, Saint-Emilion, Graves, Sauternes etc. Imperdível.

Para saber mais, conhecer os roteiros detalhados e preços, entre em contato com o Aguinaldo através dos telefones; (11) 3287 1703/ 8247 9721 e aproveite para fazer sua pré-reserva.

North Grill e Peninsula num Wine Dinner Espetacular com Grandes Vinhos Espanhóis. É gente, pode até pesar um pouco no bolso, mas são poucas as chances de aproveitar um encontro destes, as boas carnes do North Grill e esses estupendos vinhos que o Juan nos traz. Um encontro imperdível agora no próximo dia 21 de Setembro. Para maiores detalhes e reservas, veja abaixo.

 

Mantova Wine Dinner – para o paulistano que está em duvida do que fazer no próximo fim de semana, eis aqui um programa “enogastroturistico” da hora. Que tal se mandar daqui no fim de semana e aproveitar o clima agradável e ar puro das montanhas? Ainda mais com um Wine Dinner deste calibre!

 

 Degustação de Cortes Bordaleses – Vinhos de primeira grandeza e de diversas origens colocados á prova numa degustação á cegas. Vai encarar? Qual o melhor? Isso você só vai saber se der uma ligada para a Portal dos Vinhos e fizer sua reserva. são lugares limitados, então não demore. A Fátima está sempre bolando algo diferente, e esta degustação me parece muito interessante!

 Salute e kanimambo. Nos vemos por aqui!

Encontro de Grandes Vinhos do Mundo com o Miolo Lote 43 – Luiz Otavio

              Pensando no leitor amigo que me visita com assiduidade, não poderia deixar de buscar e disponibilizar informação interessante sobre alguns dos mais de 20.000 rótulos hoje disponíveis no mercado, mesmo quando meus afazeres profissionais e compromissos pessoais deixam quase que tempo nenhum de sobra para trabalhar no blog. Como não dá para fazer tudo sozinho, conto com a ajuda de amigos que volta e meia me dão uma mão enviando matéria. Desta feita contei com a ajuda do amigo Luiz Otavio (Enopira – Piracicaba) profundo conhecedor, enófilo dedicado e degustador para lá de experiente que mais uma vez promoveu uma prova de dar água na boca. A diferença é que neste caso e a meu pedido, está compartilhando conosco essa experiência. Vejam o que ele tem a dizer sobre esse encontro de grandes vinhos com o Miolo Lote 43 numa prova entre Velho e Novo Mundo.

“Ontem fizemos a degustação de grandes vinhos pelo mundo e tendo em vista o resultado do Miolo Lote 43 no painel do Mosaico Riograndense, resolvi colocá-lo ao lado destes grandes vinhos para ter uma idéia do patamar em que se encontra. Como eu não consigo tirar nota na hora da degustação (estou servindo e atendendo a todos), tirei estas notas durante a aeração dos vinhos, as quais seguem abaixo, lembrando que todos os vinhos passaram por duas horas de cânter sendo servidos a 18º C.

               A degustação propriamente dita foi as cegas, com 15 participantes, estando os vinhos devidamente escondidos dentro do seu saco de papel, sendo a ordem de serviço decidida e numerada através da sorte com o uso de um baralho.Foram servidos todos os vinhos e o numero em parêntese abaixo corresponde a ordem de serviço.

ENOPIRA- 02/09/2010

Poeira 2007- DOC Douro (5)- Produtor- Jorge Nobre Moreira- Provesende- Cima Corgo- Portugal. Castas- 2,5ha Vinhas velhas em Field Blend com as castas do Douro; Vinhas novas com Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional, Sousão e Tinta Barroca. Teor alcoólico- 14%Amadurecimento- 16 meses em barricas de carvalho Francês (30% novas). Preço- R$ 230,00.

Avaliação:

Cor rubi/magenta, brilho médio para intenso, lagrimas lentas, bem formadas. Nariz com vegetal seco, geléia de mirtilo, groselha, tostado, café, chocolate e especiarias. Na boca mostrou-se muito agradável, viril, frutado, tânico, madeira bem integrada, com sensações de frutas pretas e vermelhas maduras, café, chocolate amargo e especiarias. Alcool levemente quente, adidez adequada, textura macia, tânico ( finos/muito agradáveis), encorpado, equilibrado, com evolução excelente; retrogosto muito intenso e muito bom, com ótima persistência. Nota 87/17,5

 Chateau D’Issan 2006- 3ème Grand Cru Classé de Margaux (8) – Produtor- Chateau D’Issan-Cantenac- Margaux- Bordeaux- França. Castas- 61% Cabernet Sauvignon e 39% Merlot. Teor alcoólico- 12,5%. Amadurecimento- 16 a 18 meses em barricas de carvalho Francês (50% novas). Preço- R$ 360,00.

Avaliação:

Cor rubi com reflexos violáceos, brilho médio para intenso, lagrimas lentas, bem formadas. Nariz com ameixa, pimenta, leve estrebaria, tostado, tabaco e chocolate. Na boca mostrou-se muito agradável, típico, viril, elegante, harmônico, com sensações de ameixa, amora, chocolate ao leite, tostado e pimenta. Alcool e acidez adequada, textura macia, levemente tânico (finos/muito agradáveis), encorpado, muito equilibrado, com evolução excelente; retrogosto muito intenso e muito bom, com ótima persistência. Nota 87/17,5

Seña 2006 (6) – Produtor- Viña Senã- Panquehue- San Felipe- Valle de Aconcagua- Chile. Castas- 55% Cabernet Sauvignon, 16% Merlot, 13%Petit Verdot, 10% Carménère e 6% Cabernet Franc. Teor alcoólico- 14,5% Amadurecimento- 18 meses em barricas novas de carvalho Francês. Preço- R$ 390,00.

Avaliação:

Cor rubi, brilho intenso, lágrimas abundantes, finas e verticais. Nariz com amora, ameixa, framboesa, tangerina, leve floral, alcaçuz, pimenta, tostado, tabaco, chocolate e madeira. Na boca mostrou-se muito agradável, elegante, harmônico, complexo, com sensações de frutas pretas e vermelhas maduras, notas licorosas, cedro, chocolate ao leite, pimenta, alcaçuz e leve grafite. Alcool e acidez adequada, textura macia, taninos adequados (finos/muito agradáveis), encorpado, muito equilibrado, com evolução excelente; retrogosto muito intenso e excepcional, com ótima persistência. Nota 91/18

 Aalto 2006 (7) – DO Ribeira del Duero. Produtor- Aalto Bodegas e Viñedos- Quintanilla de Arriba- Valladolid- Espanha. Castas- 100% Tinto Fino (Tempranillo). Teor alcoólico- 14,5% Amadurecimento- 23 meses em toneis de carvalho ( 50% novos Francês e 50% de 1 ano Americano e Francês ). Preço- R$ 329,00.

Avaliação

Cor rubi escuro, brilho médio para intenso, lagrimas abundantes, finas e verticais. Nariz com biju, ameixa, framboesa, alcaçuz, pimenta, tostado, chocolate e bala toffe.Na boca mostrou-se muito agradável, frutado, viril, harmônico, com sensações de frutas vermelhas e pretas maduras, chocolate ao leite, toffe, pimenta, alcaçuze cocada preta. Alcool e acidez adeqauda, textura macia, taninos adequados (finos/muito agradáveis), encorpado, muito equilibrado, com evolução excelente; retrogosto muito intenso e muito bom, com ótima persistência. Nota 89/18.

 Oracle Shiraz 2005 (9) – Produtor-Kilikanoon Wines- Penwortham- Clare Valley- Austrália. Castas- 100% Shiraz, teor alcoólico- 15%. Amadurecimento- 24 meses em barricas de carvalho Francês (50% novas). Preço- R$ 255,00.

Avaliação

Cor rubi escuro, brilho intenso, lagrimas abundantes, finas, longas e verticiais. Nariz com amora, banana passas, licor de cassis, pimenta, caramelo, tabaco, toffe e baunilha. Na boca mostrou-se muito agradável, frutado, harmônico, levemente picante, com sensação de frutas pretas em geléia, licor de cassis, pimenta, menta,chocolate, toffe, caramelo e baunilha. Álcool levemente quente, acidez adequada, textura redonda, taninos adequados (finos/muito agradáveis), encorpado, equilibrado, com evolução excelente; retrogosto muito intenso e muito bo, com ótima persistência. Nota 87/17,5

 Caymus Cabernet Sauvignon 2005 (2). Produtor- Caymus Vineyards- Rutherford- Napa Valley- Califórnia- EUA. Castas- Cabernet Sauvignon. Teor alcoólico- 14,5%. Amadurecimento- 16 meses em barricas de carvalho Francês. Preço- R$ 265,00.

Avaliação.

Cor rubi escuro, brilho médio para intenso, lagrimas lentas e bem formadas. Nariz com ameixa, pimenta, eucalypto, tostado, tabaco, café, chocolate e baunilha. Na boca mostrou-se muito agradável, fresco, típico, harmônico, com sensação de frutas vermelhas e pretas maduras, chocolate, notas licorosas, leve baunilha, leve canfora, pimenta e café. Álcool e acidez adequada, encorpado, muito equilibrado, com evolução excelente; retrogosto muito intenso e muito bom, com ótima persistência. Nota 87/17,5

 Miolo Lote 43 2005 (3) – Produtor- Miolo Wine Group- Serra Gaucha/RS- Brasil. Castas-50% Cabernet Sauvignon e 50% Merlot .Teor alcoólico- 14%. Amadurecimento-12 meses em barricas novas de carvalho americano (70%) e francês (30%). Preço- R$ 93,00.

Avaliação

Cor rubi escuro, brilho intenso, lagrimas abundantes, bem formadas, finas e verticais. Nariz com amora, ameixa, pimenta, tostado, chocolate, caramelo, cocada preta e leve baunilha. Na boca mostrou-se muito agradável, frutado, viril, tostado e final levemente amargo, com sensações de frutas vermelhas e pretas maduras, cocada preta, tostado, café, chocolate e leve baunilha. Alcool e acidez adequados, textura macia, levemente tânico (bons/agradáveis), encorpado, equilibrado, com evolução muito boa; retrogosto muito intenso e muito bom, com ótima persistência. Nota 84/17.

 Luigi Bosca Icono 2005 (1) – Produtor- Bodega Luigi Bosca- Lujan de Cuyo- Mendoza- Argentina. Castas- 55%Malbec e 45% Cabernet Sauvignon de vinhas de 90 anos. Teor alcoólico 14,5%. Amadurecimento- 18 meses em barricas novas de carvalho Francês Allier. Preço- R$ 400,00.

Avaliação

Cor rubi, brilho médio, lagrimas abundantes, bem formadas, finas e verticais. Nariz com torrone, tostado, amora, ameixa, tangerina, especiarias, tabaco, madeira e baunilha. Na boca mostrou-se muito agradável, viril, harmônico, com sensações de frutas maduras, cedro, tostado, leve baunilha, especiarias e leve cocada preta. Alcool adequado, acidez levemente acentuada, textura aveludada, levemente tânico (finos/muito agradáveis), encorpado, muito equilibrado, com evolução excelente; retrogosto muito intenso e muito bom, com ótima persistência. Nota 89/18.

Pupà Pepu IGT 2003 (4)- Supertoscano, produtor- Roberto Bellini- Montalcino- Toscana- Itália. Castas- 70% Merlot e 30% Cabernet Sauvignon. Teor alcoólico 14,5%. Amadurecimento- 15 meses em barricas de carvalho Francês. Preço- R$ 240,00.

Avaliação

Cor rubi com reflexos alaranjados, brilho médio para intenso, lagrimas abundantes e bem formadas. Nariz com bambu, ameixa, cereja, framboesa, nêspera, leve floral, noz moscada, pimenta, tostado e madeira. Na boca mostrou-se muito agradável, viril, elegante, complexo, com sensações de frutas maduras, nêspera, notas licorosas, madeira, tostado, chocolate alpino e café. Alcool e acidez adequada, textura macia, taninos adequados, encorpado, muito equilibrado, com evolução excelente; retrogosto muito intenso e muito bom, com ótima persistência. 89/18.

           Nem eu sabia quais vinhos eram servidos, a não ser o Oracle e o Icono, devido as garrafas diferentes, que mesmo dentro do saco, dava para ver qual eram ( formato bourgogne do Oracle e cinco quilos de peso do Icono). Pois bem, depois de servido os vinhos, foi dada uma ficha, para que cada degustador, anotasse os pontos para cada vinho degustado, dando  09 pontos para o primeiro colocado, 08 pontos para o segundo, 07 pontos para o terceiro, e assim por diante até 01 ponto para o nono colocado; e isto na preferência de cada um. Depois que todos entregaram suas fichinhas, o José Henrique de Paula Eduardo, copilou os resultados e com total de pontos de cada um foi-se fazendo a strip-tease das garrafas e revelando os seus nomes.

Campeão da noite pela banca degustadora somando 112 pontos o Oracle Shiraz 2005- Austrália.

Na sequência; Caymus Cabernet Sauvignon 2005- EUA. / Miolo Lote 43 2005- Brasil / Aalto 2006- Espanha /  Seña 2006- Chile / Chateau D’Issan 2006- França / Icono 2005- Argentina / Pupa Pepu 2003- Itália / Poeira 2007- Portugal.

         Como devem imaginar, a surpresa ao conferir os vinhos na taça e discussão que se seguiu, e a constatação que nas coisas do vinho, estamos sempre sendo surpreendidos e que por mais que saibamos, na taça ele sempre tem algo a nos ensinar. Eu para variar ando meio na contra mão do pessoal e as minhas preferências também não foram as mesmas das nota às claras, quando escolhi na ordem;

  1. Poeira 2007- evoluiu muito bem no decanter
  2. Senã 2006- elegante
  3. Pupa Pepu 2003- por incrível que pareça, mais evoluído que o 2001.
  4. Icono 2005- esperava uma bomba, mas veio um grande vinho.
  5. Caymus 2005- evoluiu muito bem no decanter
  6. Aalto 2006- adoro este vinho, mas não ficou muito bem na seqüência
  7. Oracle 2005- talvez o vinho mais exuberante.
  8. Chateau D’Issan 2006- fechado, demorou a se mostrar
  9. Miolo Lote 43 2005- muito bom; para mim tem algumas arestas de madeira, taninos não tão finos e leve amargor final, que parece, não foi percebido por outros.

Nunca é demais frisar que esta degustação, em outro lugar, com outros participantes, outras garrafas, pode ter resultados completamente diferente, mas ai está o retrato do que foi esta.”

                 Valeu Luiz e mande mais destas. Incrível a influência dos rótulos mesmo sobre os mais experientes degustadores! É às cegas que os caldos realmente mostram toda a sua personalidade e caráter, então esse é um exercicio que sempre recomendo aos amigos praticarem. É incrível as surpresas com que nos deparamos!  Obrigado Luiz e as portas do blog estão sempre abertas ao amigo que faz um trabalho e tanto na região de Piracicaba. Quem é de lá não pode deixar de ir a seus encontros no Enopira que costumeiramente divulgo em minhas dicas da semana. Ligue para (019 ) 3424-1583 e confira qual o próximo evento ainda com vaga.

Salute e kanimambo

Happy Birthday

               Descobri um uso para o Facebook, descobrir as datas de aniversário dos amigos e poder parabenizá-los! rs, brincadeira, mas tem hora que não sei o que faço por lá!! Hoje descobri, é fazia quinze dias que não visitava o Facebook e até bati um papo on-line com o amigo Guilherme lá em Brasilia, que é o aniversário de duas feras de nosso mundo dos Enoblogs, O Beto e o Silvestre. Mais que grandes autores com muita informação compartilhada conosco, são gente finissíma então fica aqui o meu forte abraço publico e virtual aos amigos.

                 Salute meus amigos. Que o dia seja repleto de felicidade junto àqueles que amam e que o ano novo que amanhã se inicia para vocês, seja repleto de sucesso, saúde e felicidade com, se possível, um montão de bons vinhos para serem tomados junto com amigos e gente que queiram bem. Aliás, se precisarem de companhia para entornar algumas, não se acanhem! eh,eh

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