Dicas da Semana

O primeiro post na sexta passada, mostrou que a decisão foi acertada e já começamos a ganhar mais adeptos o que significará dicas semanais cada vez mais interessantes e boas oportunidades de compra ofertados tanto por nossos parceiros quanto por gente nova que começa a chegar. No domingo passado, em Noticias do Mundo do Vinho, falei um pouco sobre eles e no próximo seguirei dando um pouco mais de informações sobre a Wine Society, um projeto novo de um grupo de investidores junto com o amigo Ken Marshall da KMM, que é um projeto deveras interessante. Enquanto isso, passo para vocês algumas dicas incríveis e boas oportunidades que descolei com eles, só para você amigo leitor. Temos mais no entanto. Há uma interessante promoção da importadora Primea Línea especializada em vinhos Italianos, festival de espanhóis na bonita loja da Enoteca Decanter, a amiga Mariluz lá da Cia do Whisky em Moema também tem alguns rótulos em oferta e não podemos esquecer da bela degustação de vinhos espanhóis no Rubayat a ser realizada pelo Arthur Azevedo e um lembrete muito especial sobre a Expovinis. Espero que tudo isto lhes possa ser útil e, semana que vem tem mais.

 

1wine-society-logo1Wine Society, por enquanto só vinhos australianos e, mesmo não querendo adiantar muita coisa sobre o que vi em minha visita, mas tem tudo a ver com o post do dia. Afora os bons preços, parte da política da empresa que privilegia baixas margens com grande volume de vendas, eu ainda consegui arrancar deles um desconto especial para os amigos de Falando de Vinhos nas compras até dia 30 de Março/09.

 

botkarinyaHillstowe Karinya Cabernet Shiraz 2003 um tipico corte australiano de 55% Cabernet com 45% Shiraz, 10 meses de madeira. Seria um vinho que deveria estar aí por volta de R$40 em condições normais, mas está por incríveis R$20, um achado e uma barbada imperdível. Já era barato, fruto de uma negociação especial que eles obtiveram do produtor e nos repassaram, mas agora, falando que é leitor de Falando de Vinhos, você ainda terá um desconto de 10% caso compre uma caixa (12) com entrega grátis aqui em Sampa. Dá até para lojista ou restaurante comprar e garanto é bom. Vinho de cor ruby bonita e algo resinoso ao nariz com bom aporte de fruta madura. Na boca confirma tudo isso de forma equilibrada, porém mostrando aquela personalidade típica de vinhos do novo mundo com uma certa pujança e concentração, franco, taninos ainda firmes, de boa qualidade mostrando boa estrutura e volume de boca. Final saboroso, média persistência algo especiado e pode, tranqüilamente, ser servido com uma decantação de 30 minutos para ele se mostrar todinho! Cá entre nós, mesmo não sendo um blockbuster, difícil encontrar um vinho desta qualidade a este preço. Pensando bem, acho que a esse preço é sim um blockbuster e o churrasco de domingo está garantido. rsrs 

 

botknappsteinacklandrieslingKnappstein Ackland Riesling 2008 de Clare Valley. Um Riesling de muita qualidade, grande sofisticação e elegância, de nariz algo tímido com nuances florais e algo cítrico, na boca é seco, bem balanceado, muito boa acidez, mineralidade aparente que aumenta a sensação de frescor, final longo e saboroso com toda a tipicidade da cepa um vinho que encanta os mais exigentes e mostra muita finesse. Não conheço nenhum outro Riesling desta região e com esta qualidade por menos de R$120,00, mas este está por R$93,00. De tirar o chapéu e o mesmo desconto e condições aplicadas no Karinya serão aplicados neste rótulo. Está certo, comprar caixa nesta faixa de preço não é para qualquer um, mas o pessoal lá é bom de conversa e depois, sempre dá para juntar dois amigos e dividir a caixa, o vinho merece. Neste caso e no Smithbrook Merlot, dá para “mixar” a caixa.

 

botsmithbrookmerlotSmithbrook Merlot 2005, na verdade um corte porque leva 12% de Cabernet Sauvignon e 2% de Petit Verdot, mas o rótulo está dentro da lei já que o vinho em mais que 85% da uva declarada. Tendo dito isso, estamos diante de um belo vinho tipico do novo mundo com grande estrutura e uma certa complexidade. Já pedi uma garrafa para o “Desafio Merlot” que montarei dentro em breve. Denso, rico, paleta olfativa muito interessante e algo complexa, taninos firmes e finos mostrando um interessante arranjo entre potência e elegância que uma decantação de cerca de 45 minutos deve ressaltar de forma magnífica. Um vinho diferenciado e intrigante que merece ser conhecido. Mais uma vez o preço é irresistível pela qualidade oferecida, R$75,00 e a promoção e condições do Riesling vale aqui também!

      Está na duvida, quer provar, a quantidade é grande demais, está disposto a passar lá e pegar? Negócio é o seguinte, liga lá e conversa com eles, são muito boa gente e depois, lá tem muito mais coisa para se fuçar. Rua Medeiros de Albuquerque, 41 – Vila Madalena – Sao Paulo – Tel: (11) 2539.2920

 

2Cia do Whisky em Moema, a amiga e parceira Mariluz está com três interessantes rótulos em oferta e um deles em especial eu conheço e recomendo, é o Rey de Los Andes.

  • Nuviana Cabernet Merlot 750ml (Espanhol) – R$ 14,90
  • Rey De Los Andes Reserva Cabernet Sauvignon 750ml (Chileno) – R$ 41,90
  • Montepulciano D´Abruzzo Caleo 750ml (Italiano) – R$ 32,90

Faça uma visita, a loja está cheia de produtos bons a bons preços, Av. Jandira 263, Moema. Tel. 5055-6000

 

3O “Vinho e seus Prazeres” no Rubayat, primeira edição do ciclo 2009 do programa  organizado pelos restaurantes Rubaiyat, terá como tema “Um passeio pela nova Espanha”. O encontro será realizado dia 31 de março, terça, às 20h, e marca a estréia da nova sala de eventos do Baby Beef Rubaiyat da Av. Faria Lima aqui em Sampa, que acaba de passar por uma grande  reforma. Na degustação, Arthur Azevedo, conceituado critico, editor e diretor da ABS, será o apresentador convidado que mostrará que o vinho espanhol, apesar de ter uma longa tradição e percorrer todo o mundo, não está restrito às celebradas regiões de Ribeiro del Duero, Rioja ou Priorato e que sua excelência não para no mítico Vega Sicilia. A Espanha vem passando por uma verdadeira revolução vinícola com o aparecimento de uma série de vinhos muito originais, produzidos em sua maioria com uvas nativas do país, provenientes de regiões até então pouco conhecidas, até mesmo pelos espanhóis.

A degustação fará um passeio por estas novas regiões e os participantes provarão seis vinhos selecionados. São eles:

  • De Toro – San Román 2005 (Bodegas Maurodos)
  • De Bierzo – Pétalos del Bierzo 2005 (Descendientes de J. Palacios)
  • De Somontano – Viñas del Vero Secastilla 2004
  • De Navarra – J. Chivite Gran Feudo Moscatel Dulce Natural
  • De Costers del Segre – Castel  Del Remei Oda 2004
  • De Mallorca – Anima Negra 2004

Quer se inscrever e participar do evento, ligue para (11) 3170-5111, com Elyane, ou e-mail ovinhoeseusprazeres@rubaiyat.com.br . O custo é de R$190, mas se for reservado via ABS por associados, há um desconto de R$10.

 

4Cordelier em Bento Gonçalves, lança novos Cursos de Degustação. As novidades incluem técnicas de degustação e harmonização de espumantes e análise sensorial avançada do varietal Merlot. A programação dos Cursos de Degustação promovidos pela Vinícola Cordelier em conjunto com o Ristorante Don Ziero, (adoro esse restaurante) traz inovações para 2009. Além do tradicional Curso de Degustação voltado às pessoas que queiram aprender ou aperfeiçoar técnicas de análise sensorial, a vinícola está oferecendo dois novos cursos neste ano. Uma das novidades para 2009 é o Curso de Degustação e Harmonização de Espumantes, que abordará desde as etapas de elaboração da bebida, passando pelas técnicas de análise sensorial até a degustação. No curso os participantes também terão a oportunidade de conhecer os diferentes métodos de elaboração de espumantes, como o Champenoise, Charmat e Asti e suas características, bem como, as principais regiões produtoras. Além disso, os participantes poderão apreciar um cardápio especialmente montado para harmonizar com espumantes.

Já a outra novidade – o Curso de Degustação Avançado – Sensações do Merlot – destina-se a quem deseja aprofundar seu conhecimento na área de análise sensorial. Para quem é da região ou está de passagem, dá para agendar os cursos que possuem uma duração de 4 horas. Quer saber mais, eis os dados para contato: (54) 2102.2333 oi vinícola@cordelier.com.br  /  www.cordelier.com.br

 

5Enoteca Decanter em São Paulo tem Festival Espanhol com os rótulos dos produtores Gil Luna (Toro), Vinos Piñol (Catalunha) e Abadal (Pla de Bages) por 20% abaixo da tabela. Eis algumas dicas a serem conferidas.

  • Abadal Rose de Cabernet Sauvignon, um dos meus preferidos e constante do meu Tomei e Recomendo.
  • Abadal Cabernet Franc / Tempranillo 05 que a Wine Enthusiast deu 91 pontos e na safra de 2005 recebeu 89 ponto de um tal de Robert Parker (rsrs). Preço módico, acho que vou entrar nessa também porque esse corte me deixou curioso.
  • Vinos Piñol Ludovicus Terra Alta 05, é um “Superb Value” que lhe deu 89 pontos.
  • Gil Luna, Três Lunas Crianza 03

Dê uma passada lá para conferir e conhecer o bonito lugar que será palco de meu próximo “Desafio de Vinhos”. R. Joaquim Floriano, 838, Itaim, São Paulo-SP – Tel. 11-3073-0500

 

6Prima Línea, pela primeira vez no blog, e espero que por muitas mais.

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7 – Para encerrar as Dicas desta semana, lembro que a falta pouco para o principal evento nacional de vinhos, a praia de qualquer enófilo que se preze, está chegando a Expovinis 09! Está esperando o quê para se inscrever? Não deixe para a última hora e programe sua visita.

 

 

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Quer contatar importadores ou lojas aqui mencionados, que estejam sem dados para contato, veja detalhes em “Onde Comprar” .

Salute e Kanimambo

Vinho Verde

Nada mais português que um bom Vinho Verde que, lamentavelmente, o Brasil ainda não descobriu. O Vinho Verde branco, sim porque há tintos que muito se bebem pelo interior de Portugal afora, tem tudo a ver com nosso clima e com nossa alimentação, especialmente nas regiões litorâneas. Da região do Minho, norte de Portugal fronteira com a Galicia (Espanha), especialmente da sub-região de Monção e Melgaço, vinhos gostosos, amistosos, sempre muito frescos, tradicionalmente de baixo teor de álcool, com uma acidez cortante, alguma agulha na ponta da língua, é ótima companhia para frutos do mar em geral, bolinhos de bacalhau, casquinhas de siri e coisas do gênero, perfeito com sardinhas assadas na brasa! Neste painel de quase dois meses em que provei uma série de vinhos brancos e rosés, não poderia deixar de fora estes deliciosos vinhos, bem apropriados para o nosso verão e, ainda por cima, com ótimos preços.

 

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  • Quinta do Ameal Loureiro 06 (Vinho Seleto) – uva Loureiro, autóctone de Portugal, vínificado em extremo (varietal) apesar de tradicionalmente ser usada como corte nos vinhos verdes aportando-lhes uma melhor estrutura. O estilo deste Ameal faz lembrar muito a delicadeza e sutileza dos bons vinhos do Mosel, na Alemanha, incluindo o teor alcoólico de 11.5º. Deliciosamente refrescante, grande intensidade aromática em que sobressai um encantador bouquet floral. Na boca é leve, suave, um toque de seda no palato em que aparecem frutos cítricos, toques de limão com um final de boca algo amendoado. Muito mineral, ótima acidez, alguma agulha muito sutil e bem típica dos vinhos verdes. Encantador e de grande finesse!
  • Loureiro Muros Antigos 06 (Decanter) – de Anselmo Mendes, uns dos papas da região, vem este delicioso, floral e refrescante vinho com a mesma cepa do Ameal, porém de maior corpo, mais franco e vibrante com um teor alcoólico de 12%. Inicia cativando pelo olfato suave e elegante, com notas cítricas e florais. Na boca, é exuberante, intenso, fresco, textura macia e muita fruta. Muito harmonioso, é um vinho imperdível, que fará bonito escoltando um peixe grelhado com arroz de tomate ou uma caldeirada de lulas. Mais uma maravilha, mas acho que está na hora de esperar safra mais nova, pois achei-o menos fresco e vibrante que há seis meses atrás, ou compre agora e tomo logo.
  • Muralhas de Monção 07 (Barrinhas) – um dos vinhos verdes mais consumidos em Portugal e por aqui tem os seus seguidores também, como eu e meu amigo Antonio. Corte de Alvarinho com Trajadura, muito cítrico com nuances florais, sempre apresentando grande frescor e muito balanceado, é um vinho que safra pós safra mostra uma consistência impar e substância, algo nem sempre disponível nos vinhos verdes disponíveis no mercado. Tem um final de boca muito agradável e de boa persistência apresentando um retrogosto de frutas tropicais e algo mineral. Não é de grandes complexidades, mas é certeiro, direto diz logo ao que vem e nos deixa bem felizes e satisfeitos, missão cumprida com honras e bom preço, por volta dos R$38,00.
  • Varanda do Conde 07(Casa Flora) – uma enorme surpresa e uma paixão ao primeiro gole. Mais uma vez um corte com as casta autóctones Alvarinho e Trajadura que, já nos aromas, mostra-se sedutor com suas nuances florais e o que me pareceu ser casca de laranja. Na boca mostra uma acidez bem cortante com alguma mineralidade, deixando o vinho muito fresco, leve e fácil de tomar, muito equilibrado, leve agulha, saboroso com um muito agradável final de boca de média persistência que me lembrou nectarinas e deixa aquele gostinho de quero mais, e mais, e…… Um vinho feito para o nosso verão acompanhando camarõezinhos grelhados, lula à doré ou carne de porco na brasa, enquanto o sol se põe sobre as águas do mar tranqüilo. Fico aguado só de pensar!
  • Deu La Deu 07 (Barrinhas) – um dos mais tradicionais e muito consistentes vinhos monocasta elaborados com Alvarinho. De cor dourada brilhante e límpido, possui uma paleta olfativa bem frutada que nos leva a viajar por terras tropicais em que aparecem aromas de melão e algo de pêra cercado por nuances florais. Acidez muito boa o que lhe aporta um grande frescor, copo médio, cremoso, com final de boca guloso e mineral de média persistência com retrogosto que me lembrou maçã verde. Uma ótima companhia para um churrasco, muito yummy! Está no mercado por preços variando entre R$58 a 70,00 ou seja, há que pesquisar.
  • Quinta da Aveleda 07 (Interfood) – divide com o Varanda do Conde o titulo de melhor relação Preço x Qualidade x Satisfação desta lista de Vinhos Verdes. Corte de Loreiro, majoritariamente, Trajadura e Alvarinho com 11,5%, é mais um daqueles clássicos da região que se torna irresistível com umas sardinhas assadas e batatas cozidas. Gostosos aromas frutados e cítricos com algo herbáceo, na boca é harmônico, balanceado e muito saboroso com uma certa complexidade de sabores em que aparece algo de frutas tropicais, melão,talvez maçã verde tudo com muito frescor e vivacidade. Não possui corpo para encarar pratos muito evoluídos, mas certamente será grande companhia para pratos de peixe grelhados e, obviamente, as sardinhas já comentadas. 
  • Portal do Fidalgo 06 (Casa Flora) – Nariz agradável, citrico de boa intensidade. Na boca apresenta corpo médio, é suculento, vivo, muito equilibrado e fresco mostrando bem todas as características da cepa, um vinho para abrir o apetite e preparar as papilas gustativas para o que está por vir, ou, preferencialmente, para acompanhar um bacalhau grelhado ou na brasa com batatas ao murro ou um belo prato de lulas grelhadas na manteiga com batatas cozidas. Aqui o teor de álcool é mais alto, em torno de 13.2%, porém sem se notar já que está muito bem equilibrado. Com preço rondando os R$50,00, é um dos Alvarinhos mais baratos do mercado e uma boa introdução à cepa.
  • Casal Garcia 07 (Interfood) – talvez o mais conhecido Vinho Verde e um dos que mais vende mundo afora. Um corte das uvas Trajadura, Loureiro, Arinto e Azal muito leve e suave, descompromissado, magro, um estilo de vinho que costumo denominar de “beira de piscina”. Nariz tímido que se repete na boca com boa acidez, acentuado frescor e algo cítrico. Para tomar bem gelado e aos goles, não chega a entusiasmar, mas para o que se propõe é bastante agradável. No mercado por volta de R$25 a 28,00.  
  • Promoções válidas somente até ao final de Março.

Para os que gostam de encarar coisas diferentes, eis uma dica; como sugeri no Deu la Deu, harmonizar com churrasco, prove um destes deliciosos vinhos acompanhando uma costela de porco na brasa. Estranhou? Tente e comente aqui depois. O frescor e acidez cortante destes vinhos, equilibra-se maravilhosa e refrescantemente como contrapeso à gordura da carne. Agora vá um pouco mais longe ainda, sirva-o com feijoada (Cristiano, já adiantei a minha escolha)! Uma última coisa, com algumas exceções, como os bons Alvarinhos, para aproveitar todos os seus predicados estes vinhos devem ser tomados preferencialmente jovens, quanto mais melhor, preferencialmente não deixando passar dos dois anos. Como a grande maioria do que está no mercado é 2007, aproveitemos bem este primeiro semestre enquanto aguardamos as safras mais novas chegarem só que, provavelmente, com novos preços. Se quiser conhecer um pouco mais sobre Vinhos Verdes, clique aqui.

 

 

 

 

 

 

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Salute e kanimambo.

Ps. Se tiver oportunidade de se deparar com um Alvarinho Soallheiro 07 (Mistral), não negue fogo e compre. O Alvarinho Muros de Melgaço (Decanter) é outro que também não se deve perder, sendo vinhos mais complexos e elaborados, já numa outra liga saindo desta linha mais ligeira de vinhos, podendo inclusive envelhecer bem. Alvarinhos, no entanto, são vinhos de uma classe especial que merecem uma matéria especifica sobre a cepa. Questão de tempo!

Medicina Contra o Vinho?

healthandwineEste espaço é democrático e se há controvérsias estas precisam ser mostradas. Pois bem, ultimamente tenho lido algumas matérias em que os benefícios de doses moderadas de vinho tomadas diariamente não são assim tão saudáveis como se dizia. Isto, inclusive, vem provocando grande irritação junto aos produtores franceses. Eis as noticias.

 1 – De acordo com estudo elaborado por pesquisadores na Oxford University que pesquisou um milhão de mulheres de 50 anos de idade e acima, mostrou que aquelas que tomam uma taça de vinho diária (125ml) apresentaram 6% mais chance de contrair câncer. Aquelas que consumirem duas taças diárias, dobram o porcentual de risco de acordo com a pesquisa.

 2Dominique Maraninchi, presidente da INCA (Intituto Nacional do Câncer na França), alega que “doses diárias e constantes de álcool, são danosas à saúde independentemente da quantidade” podendo aumentar o risco de câncer de boca e garganta em até 168% o que levou o ministério da saúde na França, a determinar em suas cartilhas, que o consumo de álcool, especialmente vinho, é desaconselhável. Óbvio que isso está dando o que falar na França, mas Roger Corder, professor de terapias experimentais do William Harvey Research Institute em Londres, especialista no assunto, ficou imensamente surpreso já que essas alegações não foram baseadas em pesquisas francesas e sim mundiais, afora cobrirem consumo de álcool de forma generalizada.  

Xavier de Volontat, presidente da associação de produtores do sul da região do Languedoc coloca a seguinte interessante questão; “Se isso é verdadeiro, como explicar que o consumo de vinho na França caiu 50% nos últimos vinte anos, e no mesmo período houve um aumento drástico de ocorrência de câncer no país?”. Mais ainda, não é que esse tal de Maraninchi também meteu bronca nos embutidos, charcutaria e queijos! O cara está querendo acabar com a cultura enogastronômica francesa?!! Com esse sobrenome tou achando que é “intriga” da oposição!

               Enquanto isso, do outro lado do mundo, na Austrália, mais precisamente na West Australia University em Perth, pesquisa efetuada mostra que existe correlação entre consumo moderado diário de álcool e redução de disfunções eréteis nos homens. Apesar de sabido que o consumo de álcool é tradicionalmente associado à baixa performance na cama, quando analisados 1700 homens na região, se verificou que quem consumia de uma a vinte taças por semana (não de uma vez!), apresentava 20 a 30% de redução no risco de disfunções eréteis, já se considerando outros aspectos como idade, fumo e doenças cardíacas. O Dr. Kew-Kim Chew, epidemiologista da universidade, pede, no entanto, por estudos mais conclusivos e lembra que seria socialmente irresponsável recomendar o consumo de álcool para esse fim. 

Por via das duvidas e baseado em todas as pesquisas já efetuadas até aqui, eu estou mesmo é com os produtores franceses e seguirei no meu regular e gostoso hábito de tomar minhas duas ou três taças diárias com visitas, também regulares, ao meu médico. Agora, verdade seja dita, depois de um ano de absoluto e danoso sedentarismo com consumo regular diário, meus recentes exames laboratoriais se mostraram excelentes. Vai explicar!!

wine-smile-despagne1Salute a Kanimambo.

Brancos & Rosés – Vinhos que Tomei e Recomendo entre R$50 a 80,00

Demorei, mas cheguei nos finalmente. Tanto que as garrafas vazias, como de praxe, que estavam sendo guardadas para a foto, a minha assistente do lar deu um fim nelas! A solução foi correr atrás de imagens na rede para fazer uma montagem. Enfim, o que importa, de qualquer forma, são mesmo os comentários do vinho então, tudo bem. Normalmente minhas faixas vão até R$120 (de 80 a 120), mas neste caso, parei em R$80,00 já que somente tive uma única prova acima deste valor, o estupendo Albariño Don Pedro de Soutomaior 07 (Peninsula), que tratarei com a devida vênia nos posts sobre a minha maratona de aniversário que publicarei dentro de alguns dias, e dentro do contexto de vinhos de verão refrescantes, acho que a seleção apresentada está de bom tamanho.

Entre os posts Tomei e Recomendo, Vinhos da Semana e Desafio Torrontés, foram cerca de 62 vinhos comentados entre brancos e rosés para todos os gostos, estilos e bolsos. Ainda me falta terminar um especial sobre Vinhos Verdes brancos, sim porque os há tintos, que espero publicar muito em breve. Espero que todas essas informações lhe possam ser úteis e finalizarei este tema com a elaboração dos vinhos Branco & Rosés provados que comporiam a minha adega. Agora falemos dos vinhos entre R$50 e R$80 que tomei e recomendo que não são muitos, porém são muito bons, com uma mineralidade que me empolga e os marcados com asterisco são os meus favoritos.

 

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Brancos – Alguns vinhos surpreendentes que realmente fizeram a minha cabeça. Começando pelo estupendo Protos Verdejo 07* (Península) da região de Rueda na Espanha, um vinho vibrante e sedutor dotado de enorme frescor, cítrico, saboroso e longo, que já comentei em maiores detalhes em post anterior, que deixa-nos aquele retrogosto muito especial de quero mais! O Rutini Chardonnay 07* (Zahil) da região de Mendoza na Argentina, traz uma surpreendente mineralidade que me encantou tanto nos aromas como no paladar, possuindo um estilo mais leve, delicado e sedutor com aromas de frutos tropicais e grande equilíbrio de boca com um final de boa persistência lembrando frutas brancas e nuances suaves de baunilha, um belíssimo vinho de muita finesse. Do Chile, o Caliterra Tribute Chardonnay 06 (Wine Premium) fermentado Sur Lie, mostrou uma paleta olfativa gostosa em que se destacam baunilha e algo de abacaxi, enquanto na boca mostrou ser muito balanceado, macio, algo cremoso mostrando boa acidez e boa estrutura com corpo médio, um belo vinho que pede comida e o muito interessante Concha y Toro Riesling Winemaker´s Lot 06 (Expand) algo floral no nariz, bem cítrico, seco, intenso, corpo médio, ótima acidez com uma mineralidade muito presente num final de boca longo e muito saboroso. Da Alemanha, temos um vinho muito especial e introdução aos grandes, finos e inebriantes Rieslings alemães, é o Dr. L 06* (Expand) o vinho “básico” da Dr. Loosen de aromas cítricos sutis e algo florais, enorme frescor, seco, balanceado, de enorme mineralidade, muito leve e agradável, um vinho de grande delicadeza, absolutamente sedutor e, completando este painel, o Aspire Sauvignon Blanc 06 (Expand) da Nova Zelândia, um vinho que possui toda a tipicidade e intensidade dos elaborados com esta cepa nessas terras distantes, mostrando aromas de frutas tropicais com algo de grama molhada num conjunto muito agradável, na boca é bastante cítrico, corpo médio, boa concentração de fruta, muito boa acidez e um final longo com retrogosto que me fez pensar em maracujá.

 

Rosés – na faixa de preços anterior já tomei alguns excelentes representantes deste estilo de vinho. Agora, finalizo com mais cinco, entre eles três dos melhores; Abadal Rosado 06* (Decanter) de Pla de Bages, uma DOC da Catalunha, espanhol de primeiro nível, cor rosado escuro atraente, frutado, cremoso com ótima estrutura em boca onde a cereja e ameixa vermelha ressaltam ao paladar, untuoso, harmônico e rico, com um final de boca longo em que aparecem sutis toques de especiarias, mais que um aperitivo, é um vinho para acompanhar um preto de frango grelhado, risoto de frutos do mar, talvez uma peixada; na mesma linha,o delicioso Protos Rosado 07* (Península) elaborado com 100% “tinta del pais” (tempranillo) cor vibrante, aromas de boa tipicidade mostrando morangos e cereja, muito fresco, algo cremoso, concentrado e muito equilibrado com leve toque especiado e saboroso final de boca de boa persistência que chama a próxima taça, e a próxima, e a……., bem como aperitivo e melhor ainda se acompanhando uma paella à Valenciana; Vinha da Defesa Rosé 07* (Qualimpor) da Herdade do Esporão no Alentejo em Portugal, corte de Syrah com Aragonês, cor rosado forte e vivo, um páreo duro para os amigos espanhóis acima, mostrando grande intensidade olfativa em que sobressaem frutas vermelhas silvestres, bom corpo para um rosé, untuoso, bom volume de boca, muito boa acidez, vinho com “sustança” que chama comida, apesar de poder ser servido como um delicioso aperitivo acompanhado de umas tapas, digo acepipes, e uma persistência muito boa. Tem mais; tem o Chateau Saint-Roch Lirac 06 (Decanter) corte de Grenache, Cinsault e Syrah da região de Cotes du Rhône, na França com uma linda cor salmão clara e brilhante, aromas sutis e delicados, no palato mostra-se suave, algo ligeiro, mas pleno de sabor e muito fresco, ótima companhia para pratos leves delicioso com queijos brancos, tendo harmonizado especialmente bem com queijo de cabra e o Zolarosa Forli Rosato 06 (Interfood) da região de Emilia-Romagna, Itália, produzido com Sangiovese tem uma cor diferente, algo acobreada, bonita que nos invita a provar, no nariz é tímido difícil de decifrar mostrando-se na boca com um frutado sutil, sabores algo evoluídos, bem balanceado, final seco mostrando ótima persistência e uma leve adstringência, quando harmonizado com um fettucine com paillard de filé mignon grelhado, cresceu incrivelmente, mostrando suas aptidões como um vinho essencialmente gastronômico.

Contate os importadores, os lojistas parceiros ou pesquise junto a seu fornecedor predileto, mas não deixe de aproveitar estas delicias.

Salute e kanimambo

 

Uma Semana só de Brancos

Ainda falando de brancos, termino os Tomei e Recomendo de Brancos & Rosés esta semana, tive uma semana mais comedida e provei alguns vinhos bastante interessantes. O Jerez nem é tanto uma prova, realmente nunca o havia comentado até pela pouca experiência que tenho com este tipo de vinho, ma já há um tempinho que tomo este Manzanilla La Gitana, uma bela indicação do amigo Luis Horta.

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            Cono Sur Reserva Gewurtzraminer 2006, como todos os vinhos deste produtor, é um vinho muito bem elaborado e um ótimo custo x beneficio. Nariz intenso, muito perfumado com forte presença de lichia em calda. Na boca confirma a impressão aromática, é cremoso, algo mineral e um pouco off-dry num estilo alemão. O residual de açúcar no final de boca será um prato cheio para quem gosta de vinhos brancos mais adocicados e suaves. É muito bem balanceado e seus 13.5% de álcool passam despercebidos pela boca. Um vinho bastante agradável e fácil de tomar. Importação da Wine Premium, nas lojas da Expand por R$39,00. I.S.P.  $       

 

          Quinta de Cabriz Dão Colheita Selecionada 2006, mais uma linha de vinhos que dificilmente dá errado. Tanto o tinto, na minha opinião o melhor dos três, quanto o rosé, são vinhos honestos, corretos e um porto seguro para quando o caixa anda meio baixo ou você busca algo mais simples que dê conta do recado. Este branco, corte de 25% Malvasia Fina, 25% Bical, 25% Cercial, e 25% Encruzado é uma ótima opção em sua faixa de preço, um branco para o dia-a-dia muito agradável e bem feito. Aromas de frutas tropicais, algo mineral na boca, equilibrado, cremoso, sem grandes compromissos, mas muito agradável, de boa textura e fácil de tomar, fresco com um final de boca saboroso e de média persistência. Importado e distribuído pela Expand onde você o encontra por cerca de R$24,00. I.S.P.  $  

 

         Gran Hacienda Riesling 2004, um vinho chileno produzido pela gigante Viña Santa Rita. Esperava um pouco mais, mas talvez a idade já comece a cobrar seu pedágio especialmente para quem, como eu, não abra mão da excelente acidez típica da casta. Aromas de boa intensidade e de boa tipicidade com algo floral que me fez lembrar jasmim. Na boca é agradável, leve, algo cítrico, macio com um final de boca de média persistência. Não chega a encantar, mas é um vinho saboroso. Por R$35,00, ou próximo disso, na Grand Cru. I.S.P. 

 

         Manzanilla La Gitana – um vinho diferente como todo o Jerez é! Uma boa introdução a este estilo de vinho fortificado, liquoroso, levemente oxidado, típico da região da Andaluzia na Espanha onde é envelhecido pelo sistema de Soleira. Em sendo um Manzanilla, é um Jerez fino de produção exclusiva na cidade de Salúcar de Barrameda, que beira o mar. De cor amarela clara, possui aromas difíceis de definir, mas certamente se encontram leveduras, algo que parece chá de camomila e talvez amêndoas tostadas. Na boca é seco, muito rico em sabores, delicado, fresco, algo herbáceo, levemente salgado, é um ótimo abridor de apetites (rsrs). Grande aperitivo acompanhando castanha de caju, azeitonas e um pouco de presunto cru, é uma experiência única e diferente de tudo o que já tomamos. Estranha no inicio, mas arrebatadora. Esta garrafa, a última que comprei por volta de R$38,00 há cerca de oito meses, tomei como aperitivo durante toda a semana, bão demais da conta sô! Ainda preciso estudar mais sobre os vinhos de Jerez e certamente ampliar minhas degustações, mas este é realmente uma ótima introdução a estes vinhos e volta e meia abro uma garrafa (500ml). Com o dólar de hoje, importação Mistral, está por algo ao redor de R$64,00. Uma experiência que recomendo. I.S.P.  

 

 

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Salute e Kanimambo

 

 

Noticias do Mundo do Vinho

wine-globe-2VIÑA SASTRE PAGO DE SANTA CRUZ, um dos mais espetaculares vinhos espanhóis acaba de ser incluído na carta de vinhos da primeira classe da TAM o que faz meu amigo Juan da Importadora Península ficar exultante com a noticia. Para Arthur Azevedo, consultor da TAM para estes assuntos e critico de grande respeito que dispensa apresentações, que o escolheu ente um mundo de grandes vinhos, este é um vinho que representa bem o atual estagio da vitivinicultura da Espanha. “Ícone da moderna produção da Espanha, é um vinho inesquecível, sedutor e hedonístico. Sua origem é um vinhedo único, situado na pequena La Horra, dentro da região demarcada de Ribera Del Duero, importante região vinícola da Espanha. A uva tinta Del país, nome que a conhecida Tempranillo recebe na região, é proveniente de parreiras de mais de 60 anos, plantadas à moda antiga, “em vaso”. Cultivada de forma artesanal, sem adubos ou aditivos químicos de qualquer natureza, é vinificado com técnicas tradicionais, passando pelo menos vinte meses em barricas de carvalho americano. O resultado é um vinho escuro e impenetrável, de aromas intensos de frutas escuras (ameixas, amoras) mesclados a chocolate, baunilha e tostados. Encorpado e concentrado, tem deliciosos sabores e longa persistência.”

         Como diz o Juan, Se viajar, peça para a Aeromoça. Se não viajar, peça nas melhores lojas e restaurantes do Brasil, entre no site ou ligue (11.3822-3986) e fale com a Rose.

 

Wine Society – Nasce um novo conceito de importadora. Vinte empresários de sucesso formam o pool de investidores da Sociedade do Vinho, que surge com rótulos Australianos renomados em formatos inéditos e a preços imbatíveis no mercado brasileiro. Unir forças em prol de uma paixão e de uma missão empresarial e cultural: contribuir com o consumo de vinhos de qualidade no Brasil. A idéia do australiano Ken Marshall, de formar a Wine Society, rapidamente convenceu 20 importantes empresários a investirem R$ 6 milhões em um projeto audacioso. O conceito é simples, oferecer vinhos de excelente custo-benefício para que mais pessoas possam ter acessos a bons rótulos de várias regiões produtoras no mundo.

Uma das estratégias da nova “Sociedade do Vinho” é trazer, pela primeira vez no Brasil, não somente títulos renomados, em garrafas tradicionais, mas também, investir nas embalagens conhecidas como Bag in Box, caixas de papelão que abrigam, internamente, bolsas especiais com capacidade para armazenar de 2 a 5 litros de vinho. Criadas na Austrália o sistema revolucionou o consumo per capta no país na década de 70.  Em 1973 a média consumida por lá era de apenas 9.8 litros por pessoa/ano. Após a introdução dessas embalagens econômicas e seguras, aliada a investimentos no setor vitivinícola, em apenas 10 anos, o índice saltou para a incrível marca de 19.3 litros. “Vamos contribuir com o crescimento do consumo da bebida em taças, nos bares e restaurantes. Pela primeira vez na história, os brasileiros terão acesso a vinhos em Bag in Box de alta qualidade”, diz Ken Marshall.

O projeto é muito interessante e cobre vinhos de outras regiões, cervejas australianas, a abertura de bottle-shops e bar/bistrôs, enfim, algo para ficarmos de olho e eu já tenho reunião marcado para obter mais informações e compartilhá-las com você.

 

 

Screwcap – De acordo com Jamie Godde da Decanter, o mercado mundial de vinhos deve ter hoje cerca de 17.5 bilhões de “fechamentos”, ou sejam garrafas, anuais. Deste volume, algo como 1.7 a 2.5 bilhões já são de screwcap, enquanto as rolhas sintéticas estão em algo como 4 bilhões e o restante é cortiça. O mercado de screwcap segue muito forte na Austrália e Nova Zelândia que consomem cerca de 800 milhões e a Argentina com um enorme crescimento já é responsável por cerca de 250 milhões. O mercado, no entanto, cresce bastante também na Europa especialmente na Alemanha, Portugal, Áustria, Itália e mais recentemente França e Espanha. Crescimento de cerca de 25% no ultimo ano de 2008 sobre 2007. Nada mau para tempos de crise!

 

Miolo em Dubai – As melhores comidas e bebidas da gastronomia verde-e-amarela foram servidas no Hotel Intercontinental em Dubai, nos Emirados Árabes, nos jantares “Sabores do Brasil” organizados pela pela Apex nos dias 21 e 22 de fevereiro. A Miolo Wine Group selecionou os vinhos Gran Lovara (Vale dos Vinhedos/RS), RAR (Campos de Cima da Serra/RS) e Quinta do Seival Cabernet Sauvignon (Campanha/RS) para serem apresentados no evento. A Miolo é a única vinícola brasileira que exporta para os Emirados Árabes. Os vinhos da Miolo estão presentes no hotel Le Meridien, considerada uma das melhores cartas de vinhos do mundo. Em 2008, a Miolo registrou aumento de 94% nas vendas internacionais, chegando a quase US$ 2,4 milhões de receita. Em volume, os embarques totalizaram 685.700 garrafas, número 96% maior que o do ano anterior. A vinícola já exporta para 18 países e que ampliar seus negócios no Oriente Médio.

 

Brasil Fatura Ouro e Prata em Concurso na França – Um dos mais importantes concursos de vinhos do mundo – o francês Vinalies Internationales 2009 – acaba de premiar 11 vinhos brasileiros. Realizado de 27 de fevereiro a 3 de março, em Paris, na França, o concurso contou 3.048 amostras inscritas, avaliadas por 120 degustadores, incluindo enólogos, sommeliers e jornalistas especializados. O Vinalies 2009 é um dos poucos concursos no mundo que tem a chancela de patrocínio dos três maiores organismos internacionais: a Organização Internacional da Uva e do Vinho (OIV), a União Internacional de Enólogos (UIOE) e a Federação Mundial dos Grandes Concursos (VINOFED)

O maior destaque foi o Cave Geisse Brut, produzido pela Vinícola Cave de Amadeu/Geisse, na região de Vinhos de Montanha de Pinto Bandeira, município de Bento Gonçalves (RS), que recebeu a única medalha de ouro entre os espumantes latino-americanos. Entre os 41 países participantes, apenas cinco foram laureados com medalha de ouro para seus espumantes. Os demais premiados foram Espanha (1), Itália (1 ), Canadá (1) e França (37). Receberam a medalha de prata as vinícolas Aurora, Miolo, Salton, Wine Park, Panizzon e Irmãos Molon e Salton.

A América do Sul recebeu nove medalhas de ouro, sendo o Cave Geisse o único espumante da região a obter a distinção, acima de 86 pontos.  As outras oito medalhas de ouro dos sul-americanos ficaram com o Chile, com mérito para o enólogo Mario Geisse, o mais premiado da região, que também recebeu três medalhas de ouro para os vinhos da Casa Silva, vinícola em que atua como diretor técnico.

 

stellenbosh-firesÁfrica do Sul – Como na Austrália em Janeiro, segue com graves incêndios nos campos e em algumas regiões produtoras de vinho como Stellenbosch, Paarl e uma parte ao norte de Swartland. A previsão é de uma ótima safra em 2009, porém o volume cairá em função de perdas causadas pelo incêndio o que pode causar eventuais aumentos de preço que somente uma redução por queda de demanda em função da crise, podem segurar. Fonte. Wine Enthusiast

Reflexões do Fundo do Copo – Turismo Só Para Comer

breno1Mais um texto do amigo e colaborador de todos os sábados, Breno Raigorodsky. Para acessar seus textos anteriores, clique em Crônicas do Breno, aqui do lado, na seção Categorias

 

Você que faz viagens turísticas pensando no que vai comer e beber, está esperando o quê para conhecer Bolonha? Porque Bolonha é uma cidade maravilhosa muito antes de se sentar à mesa. É formada de uma classe de italianos que parecem terem nascidos todos na Inglaterra vitoriana, pois falam baixo, são extremamente solícitos e têm causas sociais a defender. Foi em Bolonha que se criou a primeira universidade do ocidente. É em Bolonha que se anda quilômetros de calçadas cobertas por arcos, que protegem o transeunte do sol escaldante do verão, das chuvas que caem entre estações, da neve e do vento frio cortante do inverno.

arcos-de-bolonhaÉ na Emilia Romagna, província do centro da Itália cuja capital é Bolonha, que por cinco décadas houve um experimento de gestão socialista, fruto da participação da sociedade emiliana na resistência ao fascismo. A gestão parecia eterna, tão bem sucedida era – com seus meios de transporte gratuitos para trabalhadores e estudantes em hora de rush, com seus sistemas de apoio ao agronegócio, ao pequeno estabelecimento produtivo, ao estudante sem posses  exemplo para todos os administradores da coisa pública no mundo inteiro. Sucumbiu à onda direitista que assola a Bota e o resto da Europa, mas não se apaga compromissos de tantos anos em pouco tempo. O povo de lá é mais vigilante do que o de acolá.

Ao sentar-se à mesa, até o seu vinho mais famoso e medíocre – o lambrusco – mostra as suas qualidades. À mesa, Bolonha La Grassa mostra porque foi chamada assim pelos italianos de outras partes. Em pesquisa informal sobre gastronomia, os italianos foram chamados a se pronunciar sobre um concurso para eleger a melhor comida italiana. Espertamente, a pergunta básica era “fora a comida de sua terra, qual é a melhor da Itália?” Resposta da esmagadora maioria – Bolonha. São especialidades reconhecidas como bolonhesas a mortadela, tortelini, a lasanha e o molho dito à bolonhesa, o ragu. Além da mortadela, o embutido cozido mais conhecido do mundo e um dos mais consumidos, com produção anual acima dos 18 bilhões de kg*, Bolonha é a capital da província mais famosa pelos seus embutidos, a Emilia Romagna. E lá que se produz o inigualável Culatello di Zibello, a copa piacentina, o salame de felino, presente em dicionários gastronômicos desde 1905, os presuntos de Modena e Parma, símbolo gastronômico da região, a medieval salama da sugo de Ferrara e os zampone e cotechinos de Modena. http://www.emmeti.it/Cucina/Emilia_Romagna/Prodotti/Emilia_Romagna.PRO.184.it.html

É possível especular sobre esta fama de boa de mesa, quando pensamos que a fartura opulenta saiu da mesa aristocrática e esteve acessível ao cidadão comum antes de qualquer lugar, como atesta uma carta dos últimos anos do século XVII, escrita por uma inglesa de nome Anne Miller Riggs, reproduzida num artigo de Angelo Varni “Bologna La ‘grassa’: uma storia tra mito e realtà” – http://www.storiaefuturo.com/it/numero_5/articoli/1_bologna-la-grassa~69.html, em 11 de Março de 2009 e traduzido livremente por bolonhamim: O almoço de hoje começou com uma sopa branca com macarrãozinho e parmesão finamente ralado na superfície, meia cabeça de porco bolonhês, muito bem assado e temperado, superior à qualquer carne de porco que tenha comido em nosso país; uma fritura muito bem feita, uma torta à moda francesa, um fricandè em navette, uma galinha deliciosa, a melhor que jamais comi, um quarto de carneiro assado, espinafre temperado à francesa, couve flor em trufa, temperado na manteiga e no aliche, um prato de mortadela; como sobremesa, a melhor uva branca que se pode imaginar, peras, nozes de tamanho e suavidade totalmente fora de costume.

Esta mesma especulação, nos leva a uma outra constatação: o ambiente universitário precoce, reunia estudantes e professores de muitos lugares da Europa, propiciando um caldeirão criativo inédito. Ele nos dá a pista de que a fama foi construída através de séculos de fartura e variedade, construída por elementos da agricultura, dos rebanhos e do mar. Localiza a fama por conta de acontecimentos que acompanham a história da cidade desde os primeiros anos do século XI. Como capital de uma região extremamente fértil desde então, já centralizava mercadorias de todo cinturão agrícola das margens do rio Pò, responsável por vasta produção de trigo, verdura, azeite, uva, ervas medicinais, e peixe que chegava à capital por Ferrara desde o Delta do Pò. Vinham marinados em vinho como a enguia ou fresco como o esturjão, os camarões e caranguejos, como as lulas e as ostras.

Diz ainda o autor que carnes bovinas e suínas freqüentavam com surpreendente freqüência até a mesa dos menos favorecidos, para não falar da quintessência da culinária bolonhesa – os embutidos, considerados os melhores – “linguicinhas cruas ou cozidas, melhores do que qualquer outra do mundo, aguçam o apetite a toda hora” comenta um viajante francês do século XV. Há comentários por toda parte nos séculos XVI e XVII, feitos por viajantes franceses, ingleses e alemães. Portanto, maravilhas embutidas, massas excelentes, frutos do mar especiais, frutas, verduras, queijos, recebem você de braços abertos.

Evidentemente, quem vai a Bolonha não é obrigado a ficar tomando Lambrusco só porque está lá. Em Bolonha, entre dezenas de osterias e enotecas, tem uma em funcionamento desde 1465, a Osteria Del Sole, onde você é lembrado por centenas de garrafas de vinho, que a Emilia faz fronteira com algumas ilustres regiões como o Piemonte, a Toscana, a Lombardia e o Veneto, com seus Barolo, Chianti, espumantes de Franciacorta, e Amarone respectivamente, alguns dos melhores vinhos do mundo.

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Enoteca Del Sole – Bolonha

 

 

Breno Raigorodsky; filósofo, publicitário, sommelier e juiz de vinho internacional FISAR

Dicas da Semana

Agora às sextas, sempre que houver matéria para isso, publicarei algumas das interessantes oportunidades de compras, promoções e eventos que acho valerem a pena ser compartilhados com os amigos. Desta forma, quando de boas compras e oportunidades, sempre dá para programar uma saída para garimpar no sábado! Hoje tem uma dica interessante para quem estiver programando sua viagem de férias, uma outra para quem trabalha ali na região da Vila Olímpia e Itaim e queira um almoço diferenciado, algo para quem esteja pela Granja Viana ou queira vir dar uma passeada por aqui neste fim de semana para respirar um pouco de ar fresco e um programa para os amigos da região do Sumaré, Consolação e Paulista na semana que vem. Dê uma olhada abaixo começando por uma deliciosa viagem à França.

 CAMINHOS DO VINHO

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O amigo Walter Tommasi que, além de profundo conhecedor de vinhos e de espumantes, membro de diversas confrarias, é editor-diretor da “ FREETIME, a revista de lazer do executivo “. Atualmente Tommasi vem dedicando-se, afora suas atividades na revista e como colunista em diversos outros meios de comunicação, ao acompanhamento de viagens enogastronômicas. Desta feita seus Caminhos do Vinho o levam para um passeio de degustação entre Champagne e Alsácia com visitas às adegas mais famosas do mundo! Roteiro de dez dias visitando locais como as impressionantes catedrais de Strasbourg e de Reims, a rota dos vinhos da Alsácia e as charmosas Nancy e Troyes. Olhem só que agradáveis férias você pode tirar agora em Junho.

  • 04 Jun: São Paulo-Paris. Comparecimento ao aeroporto internacional de Guarulhos para embarque no vôo Air France com destino à Paris
  • 05 Jun: Paris – Meaux – l’Epine. Chegada a Paris e saída para a cidade de Meaux.Visita da cidade e de uma fábrica de queijo Brie de Meaux, continuação para L’Epine e hospedagem no hôtel Aux Armes de Chamapgne.
  • 06 Jun: Epernay – degustação. Após o café da manhã, saída para Epernay, visita e degustação na Cave Moët & Chandon, almoço e degustação na Cave Mercier, passeio pela cidade de Epernay.
  • 07 Jun: Reims – degustação. Café da manhã e saída para Reims visita e degustação na Cave Taittinger. Almoço livre. Passeio pela cidade de Reims. Jantar livre
  • 08 Jun: Nancy – Colmar. Café da manhã, visita à cidade de Nancy e almoço livre, seguindo para Colmar com hospedagem no Hôtel Le Bristol.
  • 09 Jun: Castelo Haut-Koenigsbourg – Strasbourg. Após o café da manhã saída para o castelo de Haut-Koenigsbourg. Passeio pela cidade de Strasbourg: visita da Catedral, La Petite France, etc. Almoço livre e retorno à Colmar, jantar livre.
  • 10 Jun: Colmar – Rota dos Vinhos – Wintzenheim – Niedermorschwihr. Saída após o café da manhã de Colmar para a “Route des Vins d’Alsace “: Eguisheim – degustação no Domaine Leon Baur; Wintzenheim: degustação no Domaine Josmeyer. Almoço livre (sugerimos o restaurant Caveau Morakopf) na cidade de Niedermorschwihr. Após o almoço visita da cidade de Colmar: Museu Unterlinden, La Petite Venise, Centro Histórico.
  • 11 Jun: Kaysersberg – Riquewihr – Ribeauvillé – Bergheim. Café da manhã e saída para Kaysersberg: visita e degustação no Domaine Weinbach. Seguindo para Riquewihr, degustação no Domaine Dopff au Moullin, almoço livre (sugerimos o restaurante “Au Moulin”). Visita da cidade de Ribeauvillé: degustação no Domaine Jean Sipp, e em Bergheim degustação no Domaine Marcel Deiss. Retorno ao hotel. Jantar livre
  • 12 Jun: Troyes – Paris. Café da manhã e saída com visita da cidade de Troyes Continuação para Paris. Acomodação no Hôtel Rochester – Champs Elysées.
  • 13 Jun: Paris.  Café da manhã no hotel e dia livre em Paris.
  • 14 Jun: Paris – São Paulo. Pela manhã: Saída do hotel para o Aeroporto Charles de Gaulle e embarque no vôo Air France com destino a São Paulo. No final da tarde, chegada no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

         Este é um programa que ele desenvolve junto com a Nob Hill que é a operadora desse pacote e a quem vocês tem que contatar caso tenham interesse e uns 4000 euros no bolso. Eu lamentavelmente não tenho, mas que fiquei com água na boca lá isso fiquei! Alguém aí se  candidata? Pelo que conheço do Tommasi, esse é um produto que recomendo. Para maiores detalhes e condições de pagamento, contate a Nob Hill – http://www.nobhill.com.br/detalhes.php?id=393 que tem diversos outros verdadeiros momentos de sonhos à venda!

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Desafio Torrontés

        Para o primeiro Desafio de Vinhos, que aconteceu na semana passada na Portal dos Vinhos contando com a presença de 8 amigos, escolhi os vinhos brancos elaborados com a uva Torrontés que está para os brancos como a Malbec para os tintos em terras argentinas. A banca de degustação foi composta de; dois outros blogueiros amigos o Alexandre do Diário de Baco e o Cristiano do Vivendo Vinhos, o Emilio proprietário da casa e profundo conhecedor, 4 enófilos leitores amigos do blog (Evandro Silva, José Roberto Pedreira, Fabio Gimenes e Dr. Luiz Fernando Leite de Barros) e euzinho aqui. Participaram do evento 9 rótulos de 7 diferentes importadoras, todos argentinos à exceção de um que era uruguaio. Enormes surpresas, algumas decepções e incrível como uma degustação às cegas pode contribuir para resultados inesperados.

Em um encontro descontraído, provamos os seguintes vinhos; Lorca Fantasia 06 de Mauricio Lorca (Ana Import), Crios 08 (Cantu/Br Bebidas), Alta Vista Premium 07 (Épice/Casa Palla), Santa Julia 07 (Expand), Alamos 07 (Mistral), La Linda 07 (Decanter) Don David 07 (Bruck/Portal dos Vinhos), Pisano Cisplatino 07 (Mistral) o único do Uruguai e o Colomé 06 (Decanter). Todos deram notas de degustação seguindo planilha básica e costumeira para este efeito, analisando-se os quatro parâmetros padrão; Visual, Olfativo, Gustativo e Final em que se determina o nível de equilíbrio e persistência em boca assim como o “conjunto da obra”. A soma de pontos dados por cada um foi somada e dividida pelo numero de membros da banca, apurando-se assim a média aritmética das notas, razão pela qual chegamos em notas fracionadas. Para efeitos comparativos, acho interessante, e sempre que disponíveis, relaciono n.os resultados as notas obtidas por estes vinhos na midia especializada tanto nacional como internacional.

Agora falemos dos vinhos, na ordem em que foram provados, que é o que interessa e razão pela qual você entrou neste post. Os comentários são uma composição das observações encontradas nas fichas de degustação tendo as garrafas sido cobertas por papel alumínio, numeradas e colocadas em baldes de gelo sendo servidas em torno de 7 para 9º.

 

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Alamos Torrontés 2007, produzido por Catena Zapata na região de Mendoza, importado pela Mistral com 87 pontos na Wine Spectator. Sem nenhuma passagem por barrica com boa tipicidade da cepa, mostrando um floral muito presente no nariz com algumas nuances de frutas tropicais. Na boca é suave fresco, equilibrado em seus parcos 13% de teor alcoólico, não muito comuns neste vinhos, com agradável final de boca com leve amargor que não chega a incomodar. Preço por volta de R$38,00 e nota média final obtida 80.43 pontos.

Colomé 2007, produzido em vinhedos biodinâmicos de cerca de 90 anos de idade, na região de Salta pela Bodega Colomé entre 1700 a 2300 metros de altitude, importado pela Decanter. Obteve 88 pontos da Wine Spectator. Uma paleta olfativa muito interessante e de boa intensidade lembrando maça verde e algo de chiclete, tipo tutti-fruti. Na boca mostrou um certo desequilíbrio alcoólico (teor de 13.6%), seco, com um final de boca amargo faltando-lhe frescor. Preço ao redor de R$42,00 e nota média final 73.86 pontos.

Don David 2007, produzido pelo grupo El Esteco, mais conhecido por aqui como Michel Torino, na região de Cafayate/Salta a 1700 metros de altitude. Importadora Bruck, tendo o vinho sido gentilmente cedido pela Portal dos Vinhos. O diferente deste vinho é que 10% do lote fica por três meses em barricas “sur lie”, um dos poucos torrontés no mercado que possui alguma passagem por madeira, tendo Robert Parker lhe dado 90 pontos e a Wine Spectator 81. Possui um nariz mais tímido, porém sedutor em que desponta o floral típico e algo de frutas brancas com toques de baunilha . Entrada de boca impactante, seco de bom frescor com algumas notas cítricas e um final de boca algo doce. Preço ao redor de R$37,00 e nota média final 77.43 pontos.

Cisplatino 2008, produzido no Uruguai pela Pisano, um dos melhores produtores daquela terras, com teor de álcool de 13.5% e trazido pela Mistral. Obteve 17 pontos/20 de Jancis Robinson. Nariz de grande complexidade, intenso e algo mineral que vai se abrindo na taça quando aprecem nuances de abacaxi, casca de laranja. Untuoso na boca, ótima acidez, leve, fresco, um torrontés diferente com uma personalidade muito própria, o que mais mexeu com as sensações dos presentes gerando calorosos comentários. Daqueles vinhos que precisa de um tempo em taça para se mostrar e o faz bastante bem mostrando um final de boca agradável e de média persistência. Preço ao redor de R$34,00 e a nota média final foi de 81.57 pontos.

Santa Julia 2007, linha de entrada da Família Zuccardi região de Mendonça na Argentina, importado pela Expand e com 83 pontos da Wine Spectator. O vinho apresentou-se com um nariz de uma certa tipicidade com um floral bastante intenso e só. Na boca é muito leve, magro, bastante desiquilibrado, final curto, algo verde com amargor forte. Pelo que conheço dos vinhos deste produtor, apesar da garrafa não aparentar quaisquer problemas, ainda acredito que tivemos azar com esta garrafa. Um dos membros da banca (Cristiano) tinha tomado um havia pouco tempo e estranhou a própria nota dada não se conformando até hoje! rsrs Acho que este vinho merece uma outra chance, até porque os R$23 permitem facilmente uma nova prova, porém desta feita a nota média final foi de 65.43 pontos.

Lorca Fantasia 2006, o único com um pouco mais de idade, é trazido pela Ana Import (www.anaimport.com.br) sendo produzido na região de Mendoza pela Bodega Mauricio Lorca de vinhedos de elevada densidade, apresentando um teor alcoólico de 14%. O Nariz e de boa tipicidade abrindo-se na taça quando aparecem aromas que lembram pêssego e damasco. Na boca é seco, untuoso, macio, algo desiquilibrado faltando-lhe frescor, final um pouco curto  com um amargor bastante presente. Em fevereiro de 2008 em uma degustação na ABS-SP, recebeu 86 pontos. Acho que a idade deve estar pesando. Preço em torno de R$36,00 e nota média final 71.29 pontos.

Crios 2008, um produto produzido nas Bodegas Domínio Del Plata na maestrina Suzana Balbo na região de Cafayate/Salta a 1760 metros de altitude, com 13.8% de teor alcoólico e importado pela Cantu. Paleta olfativa intensa e muito sedutora em que aparece maçã verde com nuances de algo químico. Balanceado, bastante cítrico, ótima acidez o que o deixa muito fresco e apeticível na boca que faz com que acabe rapidamente na taça. Final saboroso, vibrante e de muito boa persistência lembrando casca de laranja. O da safra de 2006 recebeu 84 pontos da Wine Spectator e ganhou medalha de ouro no último Argentina Wine Awards. O preço no mercado anda à volta de R$45,00, tendo recebido uma nota média final de 84.57 pontos.

Alta Vista Premium 07, mais um vinho da região de Cafayate/Salta trazido pela Épice e gentilmente cedido pela Casa Palla (Tel. (11) 4612-9402  e-mail casapalla@casapalla.com.br) para esta degustação. Possui 87 pontos na Wine Enthusiast e um teor de álcool de 14.5%. Bem claro, de aromas florais com algo de lichia e um jasmim desabrochando depois de um tempo em taça, na boca é macio e bem equilibrado, apesar do alto teor de álcool, agradável , bastante rico em sabores, fresco e vivo, final de boca de boa persistência e algo cítrica. Com preço em torno de R$50 teve uma nota média final de 81 pontos.

La Linda 2007, produzido pela Luigi Bosca na região de Cafayate/Salta é importado pela Decanter, possui 14.7% de teor alcoólico e passa 3 meses sur lie antes de engarrafar. Tem uma paleta olfativa muito intensa, mas delicada com algo que lembra flores do campo como lavanda, algo de rosas. Na boca fruta confeitada, seco, forte amargor, o álcool se mostra bem presente, mesmo variando a temperatura, o que desequilibra o conjunto. Na boca não cumpre as promessas do nariz, termina com uma persistência média e algo doce.  Preço em torno de R$35 e nota média final 70,56 pontos.

O podium fica então composto de: Crios 08, que ganhou este desafio, seguido do Alta Vista Premium, Cisplatino, Alamos e Don David.  Grato aos que participaram deste primeiro encontro, que serviu de aprendizado e preparação para os próximos a serem realizados, assim como a todos que cederam os vinhos para degustação devidamente sinalizados abaixo com o link para seu site. Lembrando, ser o ganhador do Desafio não necessariamente quer dizer que esse vinho seja melhor que todos os outros e sim a confirmação de que, nessa noite especifica; esse vinho, dessa garrafa caiu mais no agrado dos participantes de Desafio. Como um experiente atleta pode perder um jogo ou uma competição num dia e ganhar em outro, estar bem num dia e mal no outro, assim são os vinhos e nossa vinosfera.

Existem muitos outras dezenas de rótulos no mercado, impossível conhecer a todos, mas estes foram os rótulos que mais me tinham chamado a atenção. Uma avaliação importante resultante desta prova, e de alguns outros Torrontés tomados ao longo dos tempos, é que quanto mais jovens forem tomados melhor. Pela pesquisa que fiz e pelos vinhos que tenho provado, aparentemente esta cepa não envelhece bem, sendo recomendado seu consumo em até dois anos, até por uma margem de segurança. Então, compre e consuma com esta dica em mente

Salute e kanimambo

 

                                  

             

 

                             

 

      

Essência do Vinho Elege os TOP 10 Vinhos Portugueses 2009

essencia-porto-091O Essência do Vinho – Porto 2009 recebeu cerca de 18.000 visitantes, um número recorde para este evento organizado pela empresa Essência do Vinho em parceria com a Associação Comercial do Porto e com os apoios da ViniPortugal e da Câmara Municipal do Porto.

A principal experiência de vinho em Portugal conseguiu, mais uma vez, surpreender os visitantes que acorreram ao Palácio da Bolsa, não só pelos 2.500 vinhos em prova de cerca de 300 produtores – nacionais e estrangeiros – mas, igualmente, pelo inovador programa paralelo de ações que mereceram significativa aceitação – provas temáticas de vinho, harmonizações entre vinhos e gastronomia, “wine walks”, workshops, conversas sobre o vinho e “wine parties”.

Quase uma centena de especialistas esteve presente na Essência do Vinho – Porto 2009 e em contacto directo com os consumidores e entusiastas do setor, contribuindo para a desmistificação do vinho junto a consumidores e potenciais compradores. O evento teve outros momentos altos, como a eleição do “TOP 10 dos Vinhos Portugueses – 2009”,  por um painel internacional de reputados críticos. A prova avaliou vinhos brancos de 2007, vinhos tintos e vinhos do Porto de 2006. O júri internacional considerou o Soalheiro Alvarinho 2007, produzido na região dos Vinhos Verdes por António Esteves Ferreira, o “Melhor Vinho Branco” português. Já o Scala Coeli 2006, produzido no Alentejo pela Fundação Eugénio de Almeida, foi distinguido como o “Melhor Vinho Tinto” português. Nos vinhos do Porto, o Quinta do Vesúvio Vintage 2006, da Symington Family States, arrebatou o primeiro lugar.

Eis a lista completa:

BRANCO

  • 1º Soalheiro Alvarinho 2007 – Vinhos Verdes Branco António Esteves Ferreira (Mistral)

TINTO

  • 1º Scala Coeli 2006 Regional Alentejano Fundação Eugénio Almeida
  • 2º Vinhas da Ira 2006 Regional Alentejano Henrique José de La Puente Sancho Uva (Lusitana)
  • 3º Quinta Vale D. Maria 2006 Douro Lemos & van Zeller (Expand)
  • 4º Quinta das Tecedeiras Reserva 2006 Douro Global Wines (Expand)
  • 5º Quanta Terra 2006 Douro  Quanta Terra
  • 6º Herdade dos Grous Reserva 2006 Regional Alentejano Herdade dos Grous (Épice)
  • 7º CV 2006 Douro Lemos & van Zeller (Expand)

VINTAGE

  • 1º Quinta do Vesúvio Vintage 2006 Vinho do Porto Generoso Symington Family Estates
  • 2º Dow’s Quinta Senhora da Ribeira Vintage 2006 Vinho do Porto Generoso Symington Family Estates

Ps. Amanhã tem o resultado do “Desafio Torrontés”. Nos vemos por aqui. Salute e Kanimambo.