Brancos & Rosés

O Primeiro Jura Ninguém Esquece!

Pelo menos para quem, como eu, é apaixonado pelas sutilezas dos vinhos brancos não importa estação do ano! Confesso que é uma de minhas falhas como enófilo apaixonado, uma região nunca dantes visitada mas agora, como contraponto a nossa derrota para a Bélgica, a amiga confreira Andréa veio corrigir isso, valeu amiga!

Gente,  esse vinho é demais! Essa garrafa ela trouxe de viagem e tive o privilégio de ter sido escolhido para compartilhar dessa experiência. Muito aromático, para mim vieram notas de marmelo, já para ela aspargos, e algo de herbáceo seco que optei por identificar como feno, viajando legal com esse vinho! rs Na boca deliciosa textura, uma certa untuosidade com um incrível frescor e frutas verdes, para mim maçã verde e algo de pera portuguesa. Falei que deu para viajar!! rs

Sobrou meia garrafa que no dia seguinte tomei com a Raquel, outra amiga confreira e o vinho evoluiu de um dia para o outro. As uvas principais da região são a Savagnin e Chardonnay, achei que devia ter um toque de chardonnay, não tem! Pesquisando, no entanto, vi que passa um período em barricas usadas de Meursault e aí me pergunto, dá para aportar essa untuosidade que me remeteu parcialmente ao chardonnay somente com o tempo de barrica? O álcool de 13,5% é imperceptível o que mostra o cuidado em sua elaboração, porém conforme a temperatura vai aumentando acaba dando o ar de sua graça, mas mesmo assim muito sutil e aparecem algumas notas florais que não estavam por lá no inicio.

 

Muito bom, realmente aguçou minha curiosidade e ainda é biodinâmico o que é sempre um plus! Não sou xiita nesse assunto, mas tenho por mim que o vinho tem que primeiramente ser bom em qualquer contexto, se for orgânico melhor e se Bio ótimo que seja. Agora fiquei aguado e quero, porque quero conhecer mais desta região e de seus vinhos tão aclamados que, por esta “amostra”, começo a entender por quê.

A Savagnin foi confundida em alguns lugares com Alvarinho (Argentina e Austrália), Traminer e até Viognier, porém é uma uva diferente com fortes raízes fincadas nesta região do Jura no nordeste francês entre a Borgonha e a Suiça. Somente duas uvas brancas autorizadas, Savagnin e Chardonnay, e três tintas Poulsard, Trosseau e Pinot Noir. Para conhecer um pouco mais sobre a região, vale ler o texto publicado por Patricio Tápia na Revista Adega clicando aqui. ou pelo Artur de Azevedo em seu site Artwine.

Preciso explorar a região, mas os preços assustam pois não encontrei nenhum por menos de 200 pratas no mercado, a maioria bem acima disso. Quem tiver sugestões de bons vinhos abaixo disso aceito de bom grado. Por hoje é só, uma ótima semana para todos, kanimambo pela visita e a gente se encontra por aí ou por aqui. Saúde

Uau, Que Surpresa, Que Chardonnay!

Todo mês garimpo oportunidades para a Confraria Frutos do Garimpo, mas nem sempre o resultado é bom o bastante para que esses rótulos possam fazer parte da seleção do mês. Alguns meses até deixo passar, porque para mim a qualidade é fator número 1!

Este mês experimentei muito e aprovei pouco, mas a pepita que sobrou na minha peneira é exatamente isso, uma pepita! Em vez de dois rótulos com duas garrafas cada ou quatro com uma de cada, desta feita decidi apenas e tão somente manter um único rótulo e o kit mínimo de duas garrafas a máximo quatro por confrade, achei que o vinho merece esta vênia! rs Há muito tempo não provava, na verdade tomava porque não me contive de ficar só na prova, um Chardonnay de tanta qualidade, uma surpresa muito agradável vinda de Casablanca no Chile. A surpresa foi tanta e o entusiasmo tamanho que até esqueci de fotografar! rs Assim que tome outra, porque essa não escapa, tiro e publico aqui.

Cantagua Gran Reserva Chardonnay 2016, um vinho de alta gama, um belo chardonnay com apenas seis meses de barrica que se mostra  muito delicada e bem integrada, com grande capacidade de guarda em minha opinião. A paleta olfativa é marcante com notas lácteas e num segundo plano frutos tropicais num conjunto que pede uma taça própria, e não me fiz de rogado. Na boca é cremoso, a fruta dá um passo à frente e mostra todos os seus predicados com muito frescor, notas cítricas, final de boca mostra uma certa mineralidade, seco com boa persistência e acidez bem balanceada. Vem da região de Casablanca, uma das melhores do Chile para vinhos brancos e só vem confirmar essa aptidão. Por sinal, quem tiver uma taça de Chardonnay, Riedel ou similar, use o resultado é outro, uma bela turbinada num vinho já muito bom.

Viajei neste vinho e não foi para o Chile não, me lembrou alguns bons borgonhas já tomados tanto pela riqueza, pela mineralidade sutil como pela finesse. O último gole da última taça servida foi difícil de engolir só de pensar que estava terminando, deixei rolar na boca um tempão deixando escorregar bem devagar! rs Gente, sem medo de dizer que fazia tempo que um Chardonnay não mexia comigo como este o fez e sim, me entusiasmou. Talvez até possa ter exagerado um pouco nestes meus comentários, mas quando um vinho mexe comigo deste jeito minha paixão fala mais alto, fazer o quê? rs Os Confrades que optaram pela seleção do mês vão poder avaliar (comentem aqui depois) se exagerei ou não, mas de qualquer forma quis compartilhar este achado com os amigos leitores em geral. Quem gosta de um bom Chardonnay certamente deve provar este vinho, quem sabe você não sente o que eu senti, só não vai mais ser surpresa! rs

No dia que provei, convidei uns amigos apreciadores para o avaliar junto comigo e pedi para que me dessem a percepção de valor de cada um ou seja, quanto eles achavam que podia valer esse vinho, quanto eles pagariam por vinho similar. Resultado, R$160,00 ou por aí, então o preço de mercado pesquisado de R$143,00 me parece condizente com a percepção gerada, legal isso. Agora resta você conferir, eu vou é beber mais porque tenho algumas chegando.

Mas João, um branco neste frio?? Uai, e a gente pára de tomar cerveja ou comer um sorvete só por causa disso? Vinho tem ocasião, não estação, desencana!! rs Por hoje é só, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou em qualquer outro ponto de nossa vinosfera. Sáude!!

Cheers Smile

 

 

 

 

 

 

 

PS. Importadora Optimum. Disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo.

 

 

 

 

Gewurztraminer & Curry, Deliciosa Combinação!

Clássica harmonização, Gewurztraminer e pratos condimentados asiáticos.  Uma uva cultivada em muitas regiões, principalmente na Alsacia (França) e nas regiões do Rhein e Pfalz (Alemanha), mas também na Austria, Itália (Alto Adige), Nova Zelândia, Austrália, Chile, Estados Unidos e alguma coisa por aqui no Brasil em que a Angheben elabora um que aprecio bastante.

Os vinhos de Gewürztraminer normalmente são de cor amarelo intenso, quase dourados. Por conta de sua composição e características da casca, são vinhos com grande estrutura em boca. Uma de suas “fraquezas” é a acidez, muito delicada e, que em anos mais quentes, tende a ser muito baixa e um açucar residual por vezes alto demais para os secos mas que é providencial para os vinhos de sobremesa como os Spätlese. São sempre muito aromáticos, com notas marcantes e características lembrando lichias e pétalas de rosas com toques, de maior ou menor intensidade, de especiarias. Apesar de, à primeira vista não parecer, graças às suas características aromáticas e gustativas, os vinhos de Gewürztraminer secos e jovens são ótimos parceiros para a culinária, especialmente pratos com riqueza aromática e bem condimentados, como a cozinha asiática – chinesa e indiana. Curries mais suaves aceitam bem os mais maduros como foi o caso deste Gustav-Lorentz 2013* de cor dourada brilhante e aromas intensos de damasco e lichias que nos convidam a levar a taça à boca que é onde o vinho realmente interessa!

O prato, um Curry de Frango com Maçã, chutney de manga levemente apimentado e coco polvilhado por cima, uma receita da família que dá um ibope danado aqui em casa. O vinho com suas nuances de frutos tropicais, levemente especiado, corpo médio e acidez equilibrada com um toque mineral de final de boca casou á perfeição e repetirei esta harmonização em muitas e muitas outras ocasiões porque o resultado, para o meu gosto obviamente, foi excelente! Tudo aquilo que buscamos numa harmonização, equilíbrio e uma “turbinada” nos sabores, quando 2 + 2 somam 6!! rs Melhor ainda a companhia, porque sem isso a harmonização fica manca, rs, bão demais da conta sô!

Curry e Gewurztraminer

 

Penso que deve ficar muito interessante com Moqueca, mas ainda não provei, vou colocar na minha lista de experiências enogastrônomicas. Por hoje é só, espero que curtam e partam para vossas próprias experiências porque como já dizem os ingleses, “practice makes perfect” então vamos praticar é muiiiito!! Kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui, na Vino & Sapore ou em qualquer outra esquina de nossa deslumbrante vinosfera. Fui, saúde!!

 

* Disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo

Roncier Branco, o Último dos Mohicanos!

É sempre triste quando abrimos uma última garrafa de um vinho que sabemos não existir mais no mercado. Foi o caso deste delicioso Roncier Branco trazido pela saudosa Vínica de tantos bons vinhos com preços idem. Gostava de tomar diversos de seus vinhos e os vendia bem pois a relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer) era ímpar no mercado e triste por ver que nenhum dos outros importadores ainda não tenha aberto os olhos quanto aos produtores excepcionalmente bem garimpados pela amiga Paula Kerr.

Um desses produtores era a Maison Tramier & Fils que entre outros bons rótulos produz os vinhosHarmonizando roncier (2) Roncier (branco e tinto) que eu apelidei de Vin de Bistro! Um vinho descompromissado, sem safra, sem região determinada e as uvas, bem essas só para quem soubesse! rs Vinhos com qualidade e precinho, coisa muito rara quando falamos de França. Por incrível que pareça ainda tinha algumas garrafas (do tinto ainda tenho, mas acho que vou matar! rs) na Vino & Sapore e entrou na promoção. Ao final, sobrou uma solitária garrafa na prateleira abaixo das 50 pratas como meu amigo Didu gosta e eu também, não resisti e levei a moça para casa, um verdadeiro Ménage à Trois com minha loira!

Fruto de um corte de Aligoté, Chardonnay e Colombard, o que indica Borgonha, o vinho depois de mais de três anos seguia fresco e vibrante, boa pegada de boca com uma certa untuosidade, porém mantendo uma certa leveza de ser. Num almoço descompromissado com um peixe (filés de dourado) que faço no forno, foi uma manjar dos mais agradáveis que vai deixar uma enorme saudade. Sem muita complicação, sem muita explicação, sem firula, só prazer. Bão demais da conta sô e fiquei com aquele gostinho, neste caso frustrante, de quero mais! Paulinha, traz de volta vai???

Sei que falar de vinhos que não tem no mercado é sacanagem, por isso evito postagens do tipo, mas tinha de compartilhar com os amigos essa deliciosa experiência. Por outro lado, quem sabe não volta, aí já tem o registro! Fui, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aí. Saúde

Roncier branco

Verão na Taça

Há pouco mais de um ano publiquei aqui uma receita de Clericot (versão branca da Sangria) com Sotanillo que tem tudo a ver com nosso verão e férias, encontro de amigos e familiares uma ótima forma de “iniciar os trabalhos”! rs

Hoje trago uma versão mais light, fácil e rápida de iniciar esses mesmos “trabalhos”, bastando para isso uma garrafa de Sotanillo* gelada e morangos frescos que, por sinal, estão bem baratos no momento. O Sotanillo, da região de La Mancha na Espanha, é um frisante à base da uva Airén com apenas 8% de teor alcoólico, muito fresco, toque cítrico, frutos tropicais, final de boca seco porém deixando no retrogosto um muito leve dulçor, porém muiiito longe dos famosos Lambruscos!! Para desfrutar como um “abre alas” de encontros descontraídos, garrafa no gelo (6º está de bom tamanho), uma taça e um pote com pedaços de morangos e podemos começar a festa! Eu gosto de usar taça de vinho branco, mas há quem prefira as flutes de espumante, aí cada um segue o caminho que desejar e pronto, prazer garantido e uma garrafa é pouco, já vou avisando desde já! Se o dia estiver quente, praia ou piscina então nem se fala, ainda mais que a garrafa está abaixo de 40 pratas no mercado.

Ah, o som? Este vinho harmoniza bem com Morena Tropicana de Alceu Valença, prove e veja se não tenho razão. https://www.youtube.com/watch?v=NWalM6gHMXA

Sotanillo - Taça

Sem medo de ser feliz, explore, viaje, pule fora da caixinha! rs  Uma ótima semana para todos e kanimambo pela visita.

Saúde, tchin-tchin

Cheers Smile

 

 

 

 

 

 

* Importação e distribuição exclusiva Almeria, disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo.

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Mais um Branco na Taça, VSE Classic Chardonnay.

Que gosto de vinhos brancos não é surpresa para ninguém que me acompanhe e há muito tempo que cunhei a frase de que os “brancos são a pós graduação no vinho”! rs Tomo e degusto bastante acho que seu frescor e sutilezas têm tudo a ver com regiões quentes, mas tem também a ver com o tipo de comida que iremos servir já que a melhor forma de tomar vinho é mesmo acompanhando refeições. Ah, mas eu não como peixe, só carne! Pois bem, até quem curte carne deveria experimentar, essa harmonização, especialmente carne de porco e derivados, há que se combater a ditadura dos tintos!! rs.

Como em todos os tipos e estilos de vinhos, há momentos para tudo e ninguém nega, especialmente quem tenha alguma litragem na taça, que os grandes vinhos são experiências únicas, mas também não são para todos e muito menos para toda a hora! Grandes vinhos, grandes preços, não tem como fugir disso e não são para a maioria de nós meros mortais, seguidores de Baco que somos. Esses grandes vinhos ficam restritos a poucos ou, pelo menos, a poucos e raros momentos de nossa vida terrena, mas o bom é que há bons e saborosos vinhos em todas as gamas de preço guardadas as devidas limitações, obviamente, e dentro do contexto em que se encontram.

Há vinhos descompromissados que não abrem mão de qualidade e eu garimpo esses rótulos, vinhos que tomo regularmente de forma informal. Um desses rótulos que agora compartilho com os amigos é o VSE Classic Chardonnay*, vinho chileno elaborado sem passagem por madeira. A Vina San Esteban, é localizada no Vale de Aconcagua onde a família Vicente possui cerca de 150 hectares de vinhedos acompanhando o rio do mesmo nome encostado nos pés da Cordilheira. Nessa terras elabora, vinhos com três marcas diferentes; a VSE, a In Situ e a Rio Alto. Costumo dizer que a melhor forma de conhecer um produtor é provando sua linha básica, se aí são bons, pode apostar seu rico dinheirinho em seus vinhos de alta gama sem erro! Problema é que tem muito gente produzindo vinhos “Ícones” mas que deixam muito a desejar em suas linhas mais básicas, ainda bem que este não é o caso da Viña San Esteban.

Há momentos para aquele grande Chardonnay e há momentos, vários por sinal, para este pois com preço entre R$45 e 50,00 é um vinho que pode sim visitar nossas taças de forma mais regular. Um vinho que busca a essência da uva sem mascará-la, buscando o frescor da fruta só com fermentação em inox sem qualquer passagem por barrica. Um vinho leve, saboroso, toque de frutas tropicais típicos da casta, sutil, fresco, final algo cítrico, um vinho com cara de verão, muito agradável de se tomar. Para beber solo, só com boa companhia e bom papo, petiscando queijos, frutos do mar grelhados, lula à doré, até um peixe no forno com farofa como este na foto abaixo fruto das sobras (rs) do reveillon passado. É um grande vinho? Não, nem se propõe a isso, porém vale bem o que custa e dá conta do recado, gosto e pronto.

VSE Classic Chardonnay

Kanimambo pela visita e um bom fim de semana.

 

* Importação Almeria, à venda na Vino & Sapore e outras boas lojas especializadas.

 

 

Primeiro Vinho do Ano é Branco!

Foi no apagar das luzes de 2017 que tomei este vinho, uma bela forma de terminaruva-pecorino-1 o ano! Me entusiasmou ao ponto de fazer dele o alvo de meu primeiro post do ano, uma vinho branco italiano em que a uva usada tem nome de queijo! É isso mesmo, a uva é Pecorino, de nome igual ao queijo que é elaborado com queijo de ovelha, e tem sua origem na regiões de Marche e Abruzzo onde volta a ter papel importante após um período meio abandonada. Mais sobre a uva você poderá ver clicando na imagem aqui do lado. Eu quero mesmo é falar do vinho! rs

Areline*, da Cantina Ripa Teatina é um vinho em que o primeiro impacto é literalmente extusiante pois seus aromas intensos e florais, são inebriantes e tomam conta de nossas sensações. Flores brancas do campo, frutas brancas, pessego, é uma festa! rs na boca muita fruta onde desponta a nectarina, numa segunda camada me dei conta de pera, talvez melão, final seco, acidez moderada e notas minerais completam um conjunto deveras agradável e sedutor. Daqueles vinhos que uma pessoa não sabe se funga ou se bebe, na dúvida muito de ambos!! rs

Eu já tinha tido a chance de provar um vinho elaborado com esta uva numa degustação da saudosa Kylix do amigo Simon e já naquela época me surpreendi e o indiquei como um dos melhores vinhos do evento. Foi o Casale Vecchio que há época entrou nos meus melhores de 2009 entre 50 e 80 pratas, porém não o tenho visto no mercado. Não é uma uva comum, porém com este preço (75 pratas ou por aí) e com toda esta personalidade, novos rótulos aparecendo, tenho a certeza que será uma uva que em breve se tornará mais conhecida e desde já sugiro aos amigos que ponham essa experiência em vossa wish list. Eu certamente procurarei outros rótulos, mas este fez minha cabeça e mostrou, uma vez mais, que bons vinhos podem sim ter preços igualmente bons!

 

Arenile

Essa garrafa abri para acompanhar meu almoço de dia 31 de Dezembro, empanadas de Queijo com cebola e calabresa, sem frescuras, ficou da hora. Uma ótima semana e um melhor ainda ano de 2018 explorando todos os caminhos deste mar de vinhos que Baco nos deixou, sem preconceitos, sem paradigmas de taça à mão e mente aberta, deixe-se surpreender! Saúde, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou por por aí em algum lugar dessa nossa imensa e intrigante vinosfera.

 

* Importado pela Premium e disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo.

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Vertical de Catena Chardonnay

Há tempos que falo aqui sobre os vinhos brancos argentinos aos quais poucos dão a atenção devida, mas afinal no Brasil, poucos dão bola para os vinhos brancos mesmo! Uma pena, mas enfim, há que se respeitar idiossincrasias culturais de cada região mesmo que não deixemos de trabalhar para tentar mudar esse status quo! rs

São inúmeros os bons rótulos, inclusive de chardonnays, especialmente agora que se exploram novos terroirs, mais frios, de maior amplitude térmica e de solos mais calcáreos o que tem resultado em vinhos mais complexos e de acidez e mineralidade mais acentuadas. Um dos grandes exemplos disso são os Catenas White Stones e White Bones, vinhos que alcançaram um nível de qualidade, na opinião de diversos críticos internacionais porque ainda estou por provar, inimaginável há 15 anos atrás. Tim Atkins, um desses renomados críticos, o ano passado apontou o White Stones, caso não esteja equivocado, como um dos melhores se não o melhor vinho argentino provado. James Suckling, outro desses renomados críticos, acabou de soltar seu TOP 100 vinhos de 2017 em que o vinho mais pontuado argentino, em 6º lugar, foi exatamente esse White Stones 2014 de que falei anteriormente e, lógico, com a mão do amigo Alejandro Vigil, um maestro da enologia.

Recentemente estive na Catena e provamos um incrível Catena Alta Chardonnay, o El Enemigo Chardonnay é de se tirar o chapéu, gosto muito do Ruttini Chardonnay, enfim são inúmeros os ótimos vinhos sendo elaborados pelos hermanos em terras mendocinas com esta nobre uva. Uma revolução está ocorrendo por lá à qual precisamos prestar mais atenção e parar de achar que a Argentina é só terra de tintos e a casa dos Catena (e agregados! rs) arrebenta com bons chardonnays em todas as faixas de preço!

Bem depois desse preâmbulo todo, falemos desta vertical que descobri tinha na adega da Vino & Sapore, uma garrafa cada de Catena Chardonnay, uma de 2013, outra de 2014 e finalmente a mais nova e por onde iniciamos este pequeno e informal desafio de safras, a de 2016. Sem muita  treta, como diz meu amigo Pingus do bom blog Pingas no Copo, e bastante objetivo:

Catena chardonnay

2016, obviamente que foi o que apresentou a melhor acidez, mais jovem e irrequieto que seus irmãos. Fruta tropical, muito aromático, boa tipicidade, boca com algum toque cítrico que o diferenciou dos demais, final com notas minerais e leve amargor que não chegou a me incomodar. Um vinho que deverá evoluir muito bem e acho que vou guardar umas garrafas! rs MB

2014, tudo o acima (sem as notas cítricas) com uma acidez mais equilibrada e umas notas herbáceas que não apareceram no seu irmão mais novo. O que menos me entusiasmou neste estágio da vida dele, mas creio que deve evoluir bem por mais um bom par de anos. Legal se tivesse mais uma garrafa, gostaria de o provar daqui a um ou dois anos! B

2013, para mim a estrela da tarde; super cremoso, abacaxi, baunilha, um vinho de muita classe, harmônico, acidez ainda bem viva e balanceada, longo final de boca mostrando toda a sua maturidade e complexidade. O primeiro a acabar, entre idas e vindas, e o que mais deixou saudades. MB+

Esta linha da Catena, é um blend de chardonnay advindo de três vinhedos em regiões e terroir diferentes; Pirâmide (Agrelo/Lujan de Cuyo), Domingos (Bastías/Tupungato) e Adrianna (Gualtallary/Tupungato) exceto pelo 2016 que também leva uvas do vinhedo El Cepillo (sul do Vale do Uco). Fermentação sur lie num mix de barricas de carvalho e tanques de inox,leveduras selvagens, passa posteriormente por cerca de dez meses em barricas novas e de segundo e terceiro uso e só cerca de 60% do vinho faz malolática. Na casa dos 120 Reais é um bom exemplar de Chardonnay que merece uma boa taça para que que possa mostrar todos seus atributos.

Por hoje é só, uma ótima e produtiva semana para todos, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou qualquer outro canto desta nossa vasta vinosfera, sáude!

 

 

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Signature de Susana Balbo, um Torrontés Diferenciado

Tem gente que torce o nariz para os vinhos elaborados com Torrontés na argentina, mas poucos tentaram se atualizar sobre o tema nos últimos anos. Tem vinhos de muita susana balbo torrontés com tapasqualidade no mercado que surpreenderiam a maioria dos céticos de plantão. Eu não estou nem aí, gosto do que tenho provado e entre os melhores está este que é diferenciado!

A semana estava fria, então não resisti; lareira acesa, na companhia da loira e Fondue de queijo. Sou gamado neste Torrontés argentino muito especial o Signature de Susana Balbo que é fermentado em barrica sendo um dos melhores vinhos brancos argentinos do momento e olha que tem muito vinho branco top por lá, sempre tenho um na adega, pelo menos tento ter porque duram pouco! rs Sei, já sei que sempre falo para se afastar de brancos amadeirados com Fondue de Queijo, mas este é diferenciado, a madeira é toda ela muito sutil sem prejudicar o conjunto e ainda fiz uns “pinchos” com uma torradinhas de pão italiano, azeite, presunto parma e brie, ficou da hora! Por outro lado, estava com vontade de ambos então, porquê não? Como sempre falo, harmonizar é bom, mas não é tudo, sem fobias!! rs

Na verdade, tenho que confessar que com; friozinho, lareira acesa, tapas, fondue e minha loira, qualquer vinho ornava!! rs Agora falando sério, pela primeira vez abri uma garrafa destas, já abri muitas, e senti um pouco mais de madeira do que o usual. Acho que pode ser coisa dessa garrafa especificamente, porque a anterior que tomei há poucos meses (mesma safra o origem) não estava assim ou pode ser que na harmonização a madeira apareceu mais, a maior probabilidade. Na verdade e no fritar dos ovos, pouco me importou, diferentemente da Confraria onde afora a farra havia uma conotação mais clara de estudo e experimento, aqui o tema era outro então, sem ressalvas! rs

Susana Balbo Torrontés com fondue

Bem meus amigos, a frente fria chegou de novo e não deve durar muito então aproveitem porque não devemos ter muitas mais este ano. Kanimambo pela visita e nos vemos em breve por aqui ou em algum outro ponto de nossa vinosfera. Fui!

 

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Natural, Ôrganico ou Bio?

Tenho que confessar, entendo é patavina disso! rs Em minha vida, no entanto, tenho por filosofia estar aberto a novas experiências, conhecimentos, então não me nego a conhecer mais a respeito destes conceitos que fazem a felicidade de muitos, sejam eles consumidores ou produtores. Me parece óbvio que se algo for bom, bem feito e me agrade, melhor se ele for o mais natural possível, até porque certamente entregará um sabor mais autêntico refletindo seu terroir de forma mais verdadeira. Por outro lado, não acredito em xiitas (de qualquer origem ou viés), nem tanto ao céu nem tanto à terra, não basta ser natural para ser bom e já provei algumas coisas intragáveis ( para meu gosto) de ícones biodinâmicos! Há produtos naturais que matam, então “só” isso não basta e precisa também ser palatável e fazer sentido econômico para mim, caber no bolso também é importante, ainda mais num país onde o vinho já custa os olhos da cara normalmente. Aí talvez o maior senão para estes produtos e o maior desafio para os produtores, ter uma precificação que permita com que seus produtos e conceitos se popularizem e não se restrinjam a uma elite consumidora de alto poder aquisitivo.

Óbvio que este assunto é deveras polêmico, nada simplista, e traz no seu bojo uma boa dose de controvérsia. Apesar do aparente crescimento de demanda que faz com que alguns poucos focados no setor tenham conseguido sucesso, verdade seja dita que em meus 6 anos de comércio (Vino & Sapore), pouquíssimas foram as vezes que alguém entrou buscando vinhos orgânicos e na maioria das vezes por mera curiosidade. Nos últmos seis meses, talvez umas duas ou três pessoas ! De qualquer forma, um sintoma de que algo começa a mudar no comportamento das pessoas e alguns players se especializaram nisso por crença e/ou comércio, não importa, fazendo nascer aí um nicho de mercado interessante que, parece, começa a crescer. Nunca coloquei um vinho no portfolio porque ele era orgânico ou qualquer outra versão do conceito, como também nunca escolhi um vinho por sua pontuação, escolho porque é bom e seu preço faz sentido para mim e meus clientes! Tendo dito isso, sim descobri que tenho alguns rótulos orgânicos na loja (rs) e a eles darei mais atenção doravante.

Pelo pouco que me debrucei sobre estes vinhos, sinto que os orgânicos (vinhos biológicos na Europa) são os que você menos sente diferença tanto nos aromas como no sabor, o que muda bastante quando os vinhos são os ditos naturais (não é um nomenclatura oficial, pelo que eu conheça) e biodinâmicos. Por outro lado, a lógica me faz crer que as safras são, mais que nunca, um fator importante a considerar no ato da compra pois existe pouco ou nenhum espaço para correção. O amigo Didu, conhecido de muitos em nossa Vinosfera e um grande incentivador do uso das leveduras selvagens no vinho, recentemente me presenteou com uma garrafa de Riesling Itálico, um vinho da Dominío Vicari de produção natural e biodinâmica, ele que é um entusiasta, grande incentivador e promotor destes conceitos mais naturais na alimentação. Óbvio que fiquei deveras curioso, até porque curto muito os vinhos do Matías Michelini (Argentina) que é um verdadeiro druida, explorador, produtor e promotor do biodinamismo como forma de vida, então não demorei muito para abrir não!

Pisa a pé, maceração em tanques de polipropileno, uso de leveduras selvagens, semvicari riesling itálico clarificar, sem filtrar e sem quaisquer aditivos outros. O primeiro impacto tanto visual como aromático deixa bem claro que estamos frente a algo diferente na taça. Como não foi filtrado nem clarificado, mostra-se turvo na taça porém mantém um certo brilho e vivacidade que mostra que é um produto em pleno gozo de sua saúde. Nariz bem frutado com toques sutis de flor de laranjeira e algo mais que não pude precisar! rs Na boca mostrou boa presença de fruta que me levou a pensar em algo de carambola, tem um toque de ervas frescas, talvez casca de limão e, como a Raquel, que também estava presente, lembrou – Kombuchá (não me perguntem como é, isso foi coisa dela! rs) Algo denso meio de boca, demora para se acostumar, curioso no paladar sem muita semelhança a nada, tem que buscar bem lá no fundo da memória e aí sai essa miscelânea de coisas que mencionei! rs Talvez o que mais me tenha chamado a atenção foi sua ótima acidez e equilíbrio final, porém não me parece um vinho que seja de fácil “digestão” pelos menos iniciados no mundo do vinho, não é um vinho fácil de se gostar, requer ter que “pensar” e a maioria não está muito a fins disso quando bebe, ele busca prazer! rs Para quem está no ramo, no entanto, algo a se prestar atenção pois o mercado está em ascenção.

Em Sampa vi que a Lis o comercializa na Saint Vin Saint que tem a enogastronomia “natureba” como seu foco. Creio que anda na casa das 120 pratas, caso alguém esteja interessado em provar um vinho diferente com uma marca de terroir própria e única. Valeu pelo presente Didu, sempre bom buscar novos horizontes e ver novos conceitos tendo me incentivado a estudar um pouco mais sobre o assunto e explorar um pouco mais essa fronteira. Quem sabe me verás na próxima feira da Lis?

Ah, não falei nada sobre o que é a produção Natural, Bio e Orgânica né? Bem, falei do vinho que tomei e minha opinião sobre o tema, já é algo (rs) quanto aos conceitos, pesquisei e não vou repetir aqui o que muitos já falaram. O que me pareceu mais didático e com fundo mais técnico foi este texto do Roberto Rabachino publicado no site As Boas Coisas da Vida, boa leitura para quem quer conhecer um pouco mais. Saúde e kanimambo pela visita, um ótimo fim de semana para todos.

 

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