Salvaguardas – Verdades ou Mentiras

        Os tubarões, já de boca aberta preparando o bote, alegam, através de seus testas de ferro que entraram com a petição de salvaguardas, que tiveram um declínio de preços de 20%. Vide texto abaixo retirado da circular SECEX Nº9 datada de 14 de Março do corrente ano:

“Em moeda nacional corrigida, o preço médio da indústria doméstica declinou 9,6%, de 2006 para 2007; 9,3%, de 2007 para 2008; e 6,1%, de 2008 para 2009. De 2009 para 2010, todavia, esse preço aumentou 3,6%. Com isso, ao longo da série sob análise, qual seja, de 2006 para 2010, houve queda acumulada de 20,3%.”

Em contrapartida

“O custo total, necessário para fabricar e comercializar vinho, declinou 4,5%, de 2006 para 2007; aumentou 6,4%, de 2007 para 2008; voltou a declinar 15,1%, de 2008 para 2009; e a aumentar 1%, de 2009 para 2010. Assim, de 2006 para 2010, o custo total declinou 12,9%.”

       Eu tenho tabela de preços de pelo menos dois produtores, de vinhos finos deixemos bem claro, em que os aumentos nos últimos quatro anos, incluindo 2011, vão de 3 a mais de 30%! Não conheço um caso sequer em que os preços estejam em em um determinado ano, abaixo do anterior!! Afinal, verdade o que eles falam ou o que praticam? Por outro lado façamos o seguinte exercício; se o custo realmente caiu 12,9%, sabe-se lá o que é verdade ou mentira nos dados fornecidos, e os preços aumentaram o que aumentaram (pelos dados reais em mãos), imagine-se a festa e tamanho da mordida sem a concorrência externa! E eles querem mais!!! O pior é que eles acham que, ter crecido mais de duas vezes o PIB nas vendas do ano passado é pouco, tadinhos! Vejam só estes dados tirados do informativo de Dezembro de 2011 da Miolo Wine Group, “líder no mercado nacional de vinhos finos entre as vinícolas brasileiras com cerca de 40% de market share, R$95 milhões de  faturamento em 2009 (32% acima de 2008) e R$120 milhões de investimento nos últimos dez anos” (dados do site deles) – “Todas as linhas têm mantido um crescimento constante. Nosso objetivo é fortalecer cada marca e aumentar a participação de mercado”, explica o diretor comercial Alexandre Miolo. A empresa projeta, para 2011, crescimento 30% nas vendas do produto no mercado interno.” Agora  tire suas próprias conclusões. Estão mesmo tão precisados assim? E os pequenos sem o mesmo poder de manobra dos grandes? Esses veremos o que pensam na semana que vem e valerá a pena!

      Esses grandes grupos membros do oligópolio peticionário precisam mesmo de proteção?!! Alguém põe esses dados em cima da mesa de quem quer que seja que esta analisando isso lá nos ministérios, Secex e congresso?! Agradeço caso o façam porque eu não chego lá!

      Muito que pensar no fim de semana não? Que vinhos tomarás; Salton, Miolo, Garibaldi, Perini, Aurora? Acho que não né! Angheben, Dom Abel, Cave Geisse, Adolfo Lona ou Villagio Grando, esses eu recomendo e na semana que vem publico manifestação deles à minha pergunta sobre se apoiavam ou não essa petição por salvaguardas. Aliás, se todos os contatados responderem, todas as respostas serão publicadas tento faz se a favor ou contra, teremos uma fotografia real do presente status quo de nossos vitivinicultores. Salute e kanimambo, orando diariamente que se faça a luz entre os que tratam deste tema lá em Brasilia, até porque tem emprego demais em risco e o mar não está para peixe!

Os Tubarões estão à Solta, Mas Quem são Eles?

      Até agora não consegui obter confirmações concretas, só tenho indicios subjetivos porque ainda não vieram a publico defendendo seus pontos de vista, que me possibilitassem desmascará-los aqui para que ações mais objetivas possam ser tomadas contra eles e onde lhes dói, no bolso! Por sinal, quem tiver informações fidedignas  sobre quem são, por favor me avisem. Enquanto isso e mostrando os verdadeiros números do setor, eis a carta aberta de Ciro Lilla que todos devem ler para saber o tamanho do golpe que estão armando contra nós! Os grifos são de minha autoria.

“Caro amigo,

O mundo do vinho no Brasil vive momentos decisivos. Agora é mais do que necessário fazer um alerta a nossos clientes sobre algumas notícias muito preocupantes para os amantes de vinho.

Por incrível que pareça, surgem outra vez notícias a respeito da pressão dos grandes produtores gaúchos sobre o governo para que haja um novo aumento de impostos sobre o vinho importado, como se a gigantesca carga tributária atual não representasse proteção suficiente para o vinho nacional. Fala-se agora em “salvaguardas”, como se a indústria nacional estivesse em perigo, em risco de falência, quando na verdade as notícias enviadas à imprensa reportam um grande crescimento de vendas. Afinal, é preciso definir qual discurso é o verdadeiro: o vinho nacional vai muito bem ou vai muito mal? Os comunicados e números oficiais dizem que vai muito bem, o que invalida o argumento a favor das “salvaguardas”. Além do que, os impostos atuais já são altíssimos, e representam o verdadeiro grande inimigo do consumo de vinhos no Brasil.

Além do aumento de impostos  — pediu-se um aumento de 27% para 55% no imposto de importação, o primeiro da longa cadeia de impostos pagos pelo vinho importado — desejam também limitar a importação pelo estabelecimento de cotas para a importação de cada país. Ficariam livre das cotas apenas os vinhos argentinos e uruguaios. Incrível: cotas de importação para proteger ainda mais um setor, o de vinhos finos nacionais, que cresceu cerca de 7% em 2011 — ou seja, nada menos do que quase o tripo do crescimento do PIB brasileiro! Se forem adotadas salvaguardas para um setor que cresceu o tripo do PIB em 2011,  que medidas de proteção se poderia esperar então para o restante da economia? Repito porque parece incrível, mas é verdade: pedem salvaguardas para um setor que cresceu cerca de 7% em 2011! É preciso dizer mais alguma coisa?!

Além de mais impostos e das cotas, os mesmos grandes produtores pedem também ainda mais burocracia, como se a gigantesca burocracia que já envolve a importação de vinhos no Brasil também não fosse proteção suficiente para o vinho nacional. Nem bem foi implantado o malfadado selo fiscal e já se pede agora que o rótulo principal do vinho, o rótulo frontal, contenha algumas das informações que hoje já constam dos contra-rótulos obrigatórios. Essa nova medida, se for adotada, vai afetar — como sempre acontece com a burocracia no caso dos vinhos — apenas os vinhos de alta qualidade e pequenos volumes, já que os grandes produtores mundiais não terão nenhuma dificuldade em imprimir rótulos especiais apenas para o mercado brasileiro. Isso, por outro lado, obviamente não será possível para aqueles produtores que embarcam menos de 50 ou 100 garrafas de cada vinho para o nosso país.

Quem, afinal, seria responsável pelo aumento no interesse pelo vinho no Brasil? Certamente são esses pequenos produtores, de tanto charme e história, cuja vinda se tenta dificultar aumentando a burocracia, em uma medida sobretudo pouco inteligente. A importação desses vinhos deveria ser incentivada por todos, inclusive pelos grandes produtores nacionais, porque são eles os grandes veículos de propagação da cultura do vinho no mundo inteiro.

Para completar esse quadro preocupante, agora também são os vinhos orgânicos de pequenos produtores que têm sua posição ameaçada em nosso país. A partir de Janeiro deste ano, os vinhos orgânicos ou biodinâmicos — mesmo os certificados como tal em seus países de origem ou por órgãos certificadores internacionais — não poderão mais ser identificados como tal no mercado brasileiro, a menos que sejam certificados por organismo certificador brasileiro. Expressões como “orgânico”, “ biodinâmico”,  “bio”,  etc, são proibidas agora nos rótulos, privando o consumidor dessa informação esencial — com exceção dos vinhos certificados por organismo certificador brasileiro. Acontece que o processo de certificação brasileiro é caro e demorado, sendo na prática inacessível aos pequenos produtores do mundo todo. Acreditamos que apenas os grandes produtores mundiais conseguirão se registrar aqui como orgânicos ou biodinâmicos, privando assim o mercado do conhecimento de um número já muito grande e sempre crescente de produtores orgânicos. O vinho é um produto muito particular e específico, em que a maior parte da produção mundial de qualidade está nas mãos de produtores muito pequenos, que não terão recursos para obter a certificação brasileira. Sem dúvida acreditamos que é o caso de adiar a aplicação dessa medida para os vinhos, pelo menos até que sejam assinados acordos de reciprocidade, que permitam o reconhecimento mútuo dos processos de certificação no Brasil e no exterior. Afinal, a quem interessa dificultar a propagação dos vinhos orgânicos a não ser a quem não tenha a intenção de produzir vinhos dessa forma?

Diante desse panorama triste, a pergunta que se impõe é a seguinte: qual o limite para a proteção necessária aos grandes produtores nacionais para que possam competir no mercado? Ou tudo isso seria apenas uma busca por maiores lucros? Algumas das medidas adotadas recentemente, como o malfadado selo fiscal, atingem fortemente os pequenos produtores nacionais também. Vale repetir que os pequenos produtores brasileiros deveriam ter um papel importante no panorama vinícola nacional, uma vez que não existe país com alguma relevância no mundo do vinho onde o mercado seja dominado por apenas alguns grandes produtores. Afinal, todos nos lembramos do período anterior ao início dos anos noventa, quando o mercado pertencia a um pequeno grupo de gigantes da indústria nacional, a maioria multinacionais, e a alguns gigantes da indústria vinícola internacional — situação que obrigava o consumidor brasileiro a consumir vinhos caros e medíocres, quando no país nem sequer se sabia o que significava a palavra sommelier.

Estaríamos na iminência de uma volta a esse passado triste para o vinho em nosso país? Será que serão perdidos todos os ganhos dos últimos anos, quando, à custa de tantos esforços, aumentou enormemente a cultura do vinho no Brasil, com o surgimento de muitos milhares de profissionais ligados ao vinho, de inúmeras publicações sobre essa bebida maravilhosa, de tantos novos empregos e de tantas novas possibilidades de crescimento profissional? Seriam os muitos milhares de brasileiros que trabalham nesse novo mercado criado pelo vinho importado, em particular o verdadeiro exército de sommeliers, menos brasileiros do que aqueles que trabalham nas grandes empresas produtoras de vinho nacional? E vale lembrar que de cada 5 garrafas de vinho consumidas no Brasil, entre vinhos finos, espumantes e vinhos comuns (produzidos com uvas de mesa), nada menos do que quase 4 (77.4%) já são de vinhos brasileiros! Os números de vendas e de crescimento do vinho nacional são gritantes, etornam absurdo se buscar ainda maior proteção!

O consumidor precisa se manifestar, precisa dizer não a esses verdadeiros abusos! É preciso ter uma agenda positiva para o vinho no Brasil, com todos lutando juntos para um aumento do consumo, para que o vinho obtenha o tratamento tributário de um complemento alimentar — como em diversos países da Europa — e não um tratamento punitivo com ocorre aqui, onde o ICMS pago pelo vinho é o mesmo pago por uma arma de fogo! É preciso também lutar para diminuir a burocracia, que tanto atrapalha os pequenos produtores de vinhos de baixo volume e alta qualidade — aqueles que criam mercado para o “produto vinho”.

É importante que se compreenda o quanto antes que o vinho não é uma commodity, onde o único fator a influenciar a compra é o preço. Vinho é cultura, é diversidade, é terroir, é arte. É como o mercado de livros: o brasileiro lê pouco, assim como bebe pouco vinho. E dificultar a venda de livros de autores estrangeiros não apenas não serviria para aumentar a venda de livros de autores brasileiros, como certamente inibiria ainda mais o hábito da leitura. O mesmo ocorre com os vinhos. É uma ilusão achar que encarecendo o vinho importado o consumidor vai substituí-lo automaticamente pelo vinho nacional. Na verdade o mais provável é que substitua por outro vinho importado mais barato, ou pela cerveja gourmet, ou pelo whisky, por exemplo. O que é preciso é popularizar o consumo do vinho pela diminuição dos preços e da burocracia, tanto para os vinhos nacionais como para os importados. Na verdade eles são aliados, e não inimigos como acreditam aqueles que defendem um protecionismo ainda maior para o vinho brasileiro.

O amante do vinho precisa reagir contra essa situação. Ou teremos todos que aceitar uma volta à situação de 20 anos atrás, com a perda de todo o esforço, todo o trabalho e toda a evolução obtida nesse período.

Cordialmente,

Ciro de Campos Lilla

Presidente das importadoras Mistral e Vinci”

     Não defendo nem alego que os importadores são santos. Em todos os setores há os bons e os maus, os honestos e sérios e os que se desviam do caminho, os gananciosos e os conscenciosos, etc.. Defendo sim, o consumidor e a livre escolha, a ausência de protecionismos de qualquer espécie tendo ao longo da vida deste blog deixado claro os graves erros de estratégia dos produtores locais. Não obstante, os vinhos do Brasil são a segunda ou terceira origem produtora mais comentada aqui, então creio que esteja sendo coerente com meu histórico. Os dados citados pelo Ciro Lilla acima e outros que estarei postando ao longo dos proximos dias, darão bem a noção do presente status quo do mercado e o tamanho da aberração desta petição que não tem explicação ou qualquer lógica técnica, como não tinha o Maledetto Selo Fiscal que passou meramente na força politica de um oligopólio em detrimento da grande maioria dos produtores nacionais menores e de pouca expressividade politica.

      Bem, e agora? O que você vai fazer? Ficar parado e fazer de conta que não é com você? Reaja, caso chegue ás mesmas conclusões que eu, pelo menos assine a petição criado pelo respeitado jornalista atuante no Rio, o Alexandre Lalas colunista do Jornal do Brasil, clicando aqui. Nos próximos dias estarei postando diversas matérias sobre o assunto, inclusive algumas das respostas que recebi de produtores nacionais que contatei, acompanhe o que alguns deles têm a dizer sobre tudo isto e as mentiras que foram expostas na petição apresentada ao Secex. Salute, kanimambo e acompanhe diariamente as noticias sobre este tema aqui mesmo neste blog.

Concurso de VinoPiadas – Participante 5

Depois de uma semana que amanheceu algo carrancuda e mal humorada, ou terei sido eu (rs), hoje é Quarta, então é dia de Vinho e Humor com a participação dos amigos leitores qe concorrem ao premio na imagem, a cava foi substituída pela Mont Marçal Cuvée Reserva, ao lado que será sorteado no mês de Maio. Hoje a participação vem de sampa, é do amigo Josmar M. .

       A partir de amanhã farei uma pausa nas coisas agradáveis do vinho para seguir falando sobre o verdadeiro golpe contra o consumidor que os tubarões de nossa indústria vitivinícola nacional pretendem aplicar  e que podem, entre outras coisas, levar á falência diversas atividades econômicas ligadas ao mundo do vinho no Brasil. Tanto importadores como lojistas e distribuidores poderão fechar vendo suas economias de anos ser jogada no lixo por essas pragas. Então seguirei publicando matéria e opiniões de diversas pessoas do setor, inclusive produtores nacionais, que são contra esse verdadeiro estupro que essa quadrilha está armando. Não fique quieto, mexa-se e rápido. Manifeste seu repudio da forma que achar melhor pois, só para que saibam, as salvaguardas nos vinhos tranquilos elevará os já altos 27% de importação para 55%, lembrando que todos os outros impostos são aplicados sobre  o preço custo CIF (custo, frete e sguro) ou seja, os preços irão para a casa do chapéu! Saia da toca, haja!!! Esse pessoal, como amigo Evandro bem lembrou, querem nos levar para a época pré-Color e não são só os produtores não, pois eles certamente têm a cobertura e benção de uma certa elite politica. Pensem nisso.

     Salute por dias melhores e manifeste seu repudio. Kanimambo.

Salvaguardas Protecionistas à Industria Nacional do Vinho estão em Estudo – Mais uma Tentativa de Golpe do Cartel Dominante da Produção Nacional Contra o Consumidor!

         Depois da invenção do Maledetto, nasce mais uma versão do Demo! Enfim, quando achamos que o pessoal  criou juízo, eis que surge das profundezas, mais uma ação descabida e cartelizada de meia dúzia de empresas que detêm o controle da produção nacional e que, como um rolo compressor, passam por cima de pequenos produtores locais, aterrorizam as importadoras e sacaneiam o consumidor final, você e eu! Para haver o estudo de salvaguardas há que haver um solicitante que, neste caso, são os testas de ferro desses produtores;  Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), a Federação das Cooperativas do Vinho (Fecovinho) e o Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho). Guardem bem esses nomes, alguns me surpreenderam estarem aqui, pois eles são seus algozes agindo em nome daqueles que por trás deles se escondem. Vade retrum! Não é assim que se divulga a cultura do vinho e se aumenta demanda, será que ninguém entendeu isso até agora!!!!!!!!

          O Mercosul, aqui diga-se Argentina e Uruguai especificamente, estão livres dessa eventual salvaguarda assim como Israel!!. Aliás, o Brasil já é o país capitalista e de livre mercado, em que o consumidor paga mais caro pelo vinho inclusive os de produção nacional! Não será pelo custo de impostos locais e de importação, pela falta de produtividade, pela ausência de estratégias comerciais adequadas, pelo custo financeiro ou mais um sem número de aberrações que eles preferem deixar de lado para nos punir enquanto consumidores, caso deixemos que as coisas fiquem por isso  mesmo?!

       Quando o trabalho é bem feito, o produto é bom e o preço adequado, os problemas com as importações não ocorrem, muito pelo contrário, e o crescimento de market share dos produtores nacionais cresce exponencialmente enquanto caem as importações. Um claro exemplo disto é o mercado de espumantes, dados sobre os quais nada foi incluído na CIRCULAR Nº 9, DE 14 DE MARÇO DE 2012 (Publicada no D.O.U. 15/3/2012) que dá o pontapé inicial neste estudo. Aliás, a circular mostra que os custo de produção de vinho na indústria nacional declinou cerca de 12.9%, e o preço 20%! Você viu preço de vinho fino no Brasil cair? Eu não!!!!!! Aliás, só vi aumentos e não foram poucos. Vai explicar!!!

       Quando do selo fiscal, aquele Maledetto de que tanto já falei aqui, os produtores nacionais foram rápidos no gatilho ao aumentarem em cerca de 10% seus preços!  Aliás, obtive informações de que um dos “targets” desse cartel com a criação do Maledetto foi o de atingir mortalmente uma série de pequenos produtores na região da serra e aparentemente conseguiram já que muitos fecharam as portas ou foram obrigados, por questões mercadológicas, a venderem produto ao cartel para sobreviverem. Caso nasça este novo monstrinho, alguém se candidata a dar-lhe uma cara e nome, de quanto será a facada em nossos bolsos desta vez? Xô, capeta!

        Foi com a abertura do mercado que o  consumidor tupiniquim evoluiu, tanto em exigência de qualidade quanto em volume demandado beneficiando, inclusive, os produtores nacionais que acordaram para a vida deixando de nos empurrar zurrapa goela abaixo e a qualquer preço investindo em melhoria de qualidade tanto no campo quanto na cantina. Tire essa concorrência fora e teremos um retrocesso. Com a permissão dos amigos, SALVAGUARDAS UMA OVA, isso é mesmo é protecionismo puro de gente que usa o Estado, neste caso bem próximo a eles pois seu lobby é pesadissímo, em interesse próprio. Não venham me dizer que um produtor europeu que vende seu vinho, de muito boa qualidade, diga-se de passagem, por 5 euros lá e vê seu vinho ser comercializado aqui por valor equivalente a 20 ou 25 euros, vai entender uma coisa dessas?!

         O que esse cartel e seus testas de ferro têm que fazer é pressionar e negociar com o Estado, afinal a Presidente – conforme discurso recente – é parceira; melhores condições de produção, custo financeiro mais baixo, investimento (equipamento) livre de impostos, redução no custo de insumos, redução na tributação direta, etc. O governo usando de suas prorrogativas econômicas está fazendo com que o dólar saia de um patamar de R$1,70 para 1,80 isso já não é salvaguarda bastante?!! Afora isso ainda temos; taxa de importação de 27%, custos de transporte internacional, taxa da marinha mercante (25% sobre o frete), pagamento de impostos antecipados, etc. e ainda querem mais!!! De quanto precisarão para esconder sua completa ineficiência e incapacidade na elaboração de estratégias comerciais adequadas? Na verdade, o fruto final disso é que aumentarão ainda mais seus preços e encherão os bolsos, coisas típicas de mercados cartelizados. Os empregos criados pelos importadores, lojas, cadeia de logística e distribuição serão reduzidos e certamente esses cartéis não os absorverão, ou seja, até essa conta seremos obrigados, ou não, a pagar, mas muito depende de você e eu.

          As redes sociais estão alterando o curso da história e os últimos acontecimentos nos países arábes mostram bem isso então juntos também temos força. Caso ainda se lembre em quem votou para deputado federal e senador, reclame com ele, diga-lhe quantos votos perderão caso apoiem eventual proposta do governo com estas salvaguardas. Tem gente por lá, Brasilia, que não tem noção do que fala, vejam só a pérola que o deputado Nelson Padovani soltou há poucos dias numa reunião da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul em Brasilia; “Ora, aquele que consome vinho importado, que é o segmento que mais cresce no Brasil, é porque tem poder aquisitivo então, que pague o preço!” Talvez entre seus pares isso seja verdade, mas creio que ele deve descer ao Brasil real para ver que o volume de vinhos que mais vende no Brasil, inclusive dos importados, é até R$50,00 e os vinhos finos nacionais não são exatamente os mais baratos e, quando o são, a qualidade é, salvo algumas raras exceções, altamente discutível! Ou seja, escutem o povo e não os lobistas! Se queremos tomar vinhos de boa qualidade com preços minimamente razoáveis para nossa realidade, necessitamos da presença dos importados para manter o mercado competitivo e evitar que os oligopólios locais, que certamente se esbaldariam com protecionismos desacerbados, ditem as regras. Essa é a verdadeira democracia de mercado.

      Como, todavia, o governo adora IMPOR ações deste tipo através de medidas provisórias que se tornam definitivas, há que se chegar a eles de outras formas, então a petição com link abaixo, é uma delas. Vamos exorcizar esse capeta? Recebi o link http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N22143 e já assinei, espero que isso possa ter algum alcançe prático e convido os amigos leitores a aderirem e divulgar esse abaixo assinado.

         Uma outra ação viável e prática é encher a caixa de e-mails dos responsáveis diretos por esta tentativa com sua mensagem de desagravo, com educação e respeito sempre, mostrando-lhes que o tiro pode sair pela culatra porque muitos, eu inclusive, poderão nunca mais comprar um vinho nacional desse cartel (tem gente boa por ai produzindo bons vinhos e que não compartilha dessas ações merecendo nosso apoio) caso consigam aprovar esse aumento sobre importações. No entanto, a mensagem tem que chegar mesmo é em quem em quem originou isso, os membros desse verdadeiro oligopólio, pois os laranjas e lobistas, esses não estão nem aí para nosso pleito pois, certamente, somo apenas um mal necessário nessa equação esdruxúla e mal concebida.

Crux Sacra Sit Mihi Lux // Nunquam Draco Sit Mihi Dux

Vade Retro Satana // Nunquam Suade Mihi Vana // Sunt Mala Quae Libas // Ipse Venena Bibas

Sorry pessoal, sei que prefeririam começar a semana com algo mais light, porém não posso me calar perante tamanho descalabro que mais uma vez corre o risco de atingir nossa vinosfera tupiniquim. Toda a ação, neste caso tentativa de, cabe uma reação e eu estou é muito P da vida por isso este post meio tétrico e pesado, fruto de minha profunda irritação!  Por enquanto ainda é estudo, porém cabe-nos, como consumidores, tomar uma atitude e já. Eu estou fazendo a minha parte e você, vai calar-se? Salute e kanimambo.

 

Vinho da Semana

       Nesta semana que passou provei alguns grandes vinhos sobre os quais ainda tecerei meus comentários, porém não são meus vinhos da semana. Vinho da Semana, como já comentei, são vinhos que surpreendem tanto pela qualidade como pelo preço e, desta feita, trago dois e não um! Para começar, talvez uma surpresa para a maioria, é um BIB ( Bag in Box), que é uma grande sacada para a venda de vinhos à taça em restaurantes, pizzarias e bares ou, como eu gosto de recomendar, para churrasco com os amigos em que o numero de pessoas presentes inibe o acesso á adega! rs Tem gente que também curte chegar em casa e tomar uma taçinha, nada mais que isso, então esta opção é excelente pois reduz o desperdício e é só abrir a torneirinha.

      Muitos desses BIBs no entanto, são de vinhos de pouca qualidade, então o garimpo é essencial, mas nada de preconceitos! Eu tive o grato prazer de tomar os vinhos da Caviro, empresa italiana que comercializa aqui três rótulos sob a marca TINI, dos quais selecionei dois para serem meu Vinho da Semana.

  • Trebbiano/Chardonnay Rubicone IGT, é um corte de uvas brancas muito saboroso, leve, fresco e sedutor que não teve uma pessoas que não o tenha elogiado. Para estes dias de verão, uma delicia você chegar em casa e já ter esperando por você uma taça geladinha de um vinho tão refrescante após horas do trânsito Paulistano. Com 85% de Trebbiano e comportados 12% de teor alcoólico, o vinho possui a frescura desta cepa, má é o tempero da Chardonnay que faz a diferença. Um belo achado para ter sempre na geladeira.
  • Rosso Sicilia IGT é um blend de uvas típicas da região; Nerello, Nero d’Avola e  Syrah advindas de vinhedos de idades diversas que vão de 5 a 25 anos. Sem ser nenhum grande vinho, nem é esse seu propósito, mostra-se muito equilibrado, taninos maduros de boa textura, corpo leve para médio, comportadíssimos 12% de teor alcoólico um vinho muito agradável de se tomar em reuniões informais, churrasco ou até aquele belo sanduba de fim de semana ou pizza de domingo. Ao preço, um verdadeiro achado, saboroso e fácil de agradar para momentos festivos e descompromissados. Em função de seus taninos mais mansos e baixo teor alcoólico, acho que o vinho melhora ao ser refrescado então sugiro tomá-lo a uma temperatura por volta dos 13/14 graus.

    São BIBs de três litros, equivalente a 4 garrafas e devem chegar ao publico por cerca de R$80,00 cada o que significa um preço por volta dos R$20,00 a garrafa, uma enorme barganha! Esses, mais que meus Vinhos da Semana, são meus achados da semana! Salute, kanimambo e um ótimo fim de semana para todos

Dicas da Semana

       São Paulo Restaurant Week e Curso de Análise Sensorial na Vino & Sapore são minhas dicas desta semana e começamos com o Curso que se inicia agora no próximo dia 14 (Quarta-feira).

CURSOS DE VINHOS

ANÁLISE SENSORIAL

Dia 14/03 a partir das 20:00 com Apresentação da Enóloga Portuguesa Inês Cruz

Fatores que intervêm na acuidade sensorial – Fatores ambientais, equipamento e condições laboriais utilizadas, condições físicas do provador

Fases da Análise Sensorial – Observação pelos sentidos, descrição das percepções, comparação em relação às normas conhecidas, julgamento justificado

Sensação e Percepção – Conceito de limiar de sensação e limiar de percepção

Sentidos usados na Análise Sensorial – Critérios para apreciação e prova de vinhos

  • Visão – Aspecto, Limpidez, Intensidade e Cor
  • Olfato – Limpeza do Cheiro, Intensidade, Desenvolvimento, Caráter da Fruta
  • Paladar – Doçura, Acidez, Tanino, Álcool, Caráter da Fruta, Intensidade e Final

Dos Sabores

  • Os sabores elementares
  • A evolução dos sabores
  • O equilíbrio dos sabores

Classificação dos aromas do vinho

  • Aromas primários, aromas secundários e aromas terciários (Bouquet de oxidação / Bouquet de redução)
  • As séries aromáticas do vinho (com recurso à Caixa de Aromas “Le Nez Du Vin” e à Roda dos Aromas) – Série Animal, Balsâmica, Amadeirada, Química, Etérea, Especiaria, Empireumática, Floral, Frutada e Vegetal

Final – Exercício de Análise Sensorial com três vinhos a serem degustados

Custo de investimento – R$150,00 por participante com 10% de desconto para casais, pagos no ato da Reserva. Limitado a 12 participantes

 Próximas Atividades de Cursos

  Sempre com a participação de enóloga Inês Cruz, nossos cursos de formação e conhecimento serão completados com mais dois eventos que se completam entre si.

  • Curso de Degustação, dia 22 de Maio
  • Curso de Harmonização, dia 30 de Junho

em todos, terminaremos colocando em prática o que foi passado na teoria, pois como sabemos; é a prática que nos leva á perfeição! Ao final de cada aula, degustação orientada com no mínimo três vinhos.

 La Marie no Restaurant Week – entra ano sai ano e eu sempre insisto em que o La Marie é uma das imperdíveis oportunidades de bem comer por preço módico, fruto deste evento que a cada edição fica maior. Este restaurante está sempre entre meus preferidos, mesmo eu não o frequentando com a frequência que gostaria. Como já é tradição por lá, serão mantidas as consagradas opções de lagosta, ostra e marreco no cardápio do festival, sempre grande sucesso nas edições anteriores. O La Marie Restaurante participou de todas as realizações do Restaurant Week em São Paulo e o chef e proprietário do restaurane, Edson di Fonzo, também é um grande apreciador dos caldos de Baco o que é um plus! Veja o release que recebi e que assino em baixo:

“Para esta 10ª temporada, que acontece de 5 a 18 de março para o público e de 27 de fevereiro a 4 de março exclusivamente para os clientes Martercard  Black e Premium, o almoço custa R$ 31,90 e o jantar, R$ 43,90 (sempre com uma escolha de entrada, uma de prato principal e uma sobremesa).

  • Almoço: Avocato gratinado com frutos do mar (entrada), Magret de Marreco do molho de vinho (principal) e Fantasia de Morango (sobremesa com suspiro e sorvete com a fruta);
  • Jantar: Ostras gratinadas (entrada), Lagosta Toscana com Papardelle de Merlot (principal) e Mousse de Maracujá no fruto (sobremesa).

Para ambos os horários, há opções para troca de pratos: Fetuccini Vegetariano – com tomate seco, berinjela e ricota defumada; Escalope de Salmão com batata souté ao molho cremoso de cream cheease; Escalope de Filé ao Poivre.”

    Eu acho que vale ir um dia almoçar e outro jantar, não?! O La Marie Restaurante fica na Rua Francisco Leitão, 16 – Pinheiros. Fone: (11) 3086-2800 e aceita reservas. Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos.

 

Vinho da Semana

       Este é o primeiro Vinho da Semana que, tempo permitindo e havendo tomado algum caldo que realmente surpreenda e tenha as devidas atribuições para chegar neste patamar, pretendo publicar regularmente. Não vou ficar aqui escrevendo sobre tudo o que tomei, mas sim me atendo mais ao destaque que tenha passado em minha taça no período. 

       Começo falando de um vinho diferenciado, pois isso já parte de sua origem, um Syrah da Toscana, região italiana mais famosa por seus Sangiovese, em toda a s sua variáveis, e seus supertoscanos. Meu Vinho da Semana é o d’Alessandro Cortona Syrah 2006, um vinho mito prazeroso e incomum para a região.

Muito boa tipicidade da casta sobre a qual escrevi algo em Setembro de 2008, mostrando de cara uma cor muito bonita, ruby brilhante e um nariz bem convidativo com muita fruta do bosque e algo mentolado com notas florais.  Na boca, a confirmação da saborosa paleta olfativa, com a presença de fruta madura, um tripé – acidez/álcool/taninos muito equilibrado e equacionado, fino, corpo médio de boa textura, com um final de boca super saboroso, sedoso e especiado que chama a próxima taça. Do tipo de vinho que acaba rápido e confirma o objetivo de qualquer vinho que se preze, nos dar prazer! Custa por volta dos R$85,00 e é importado pela Mistral.

      Esqueci de fotografar a garrafa vazia, como me é peculiar, então fui pescar na rede. Salute, kanimambo e semana que vem, espero, tem mais!

Quarta é Dia de “VinoPiada”

     E os mails seguem chegando, devagar mas chegando! Aliás esqueci de falar, a Vinho Sul contribuindo com a causa, trocou o Cava Palau brut, que já bem legal, pelo muito saboroso e bem mais complexo Cava Mont Marçal Grand Cuvée Reserva Brut, para ver o resto do kit que compôe a premiação clique aqui. Vamos participar gente, tem muita coisa circulando na net!

    O cartoon recebido desta feita foi de um amigo, fornecedor e cliente daqui bem perto de casa. O tema é politico, afinal a maioria desse pessoal lá do planalto, e não só, faz por merecer não?!

Participante: Gustavo B.

       Inicio da semana algo complicado, lá se vai o tempo que dava para preparar um monte de matéria antecipadamente, mas ainda nesta semana a estréia do Vinho da Semana, aguarde. Salute, kanimambo e vamos nos vendo por aqui ou na Vino & Sapore onde há sempre uma taça de vinho e dois dedos de prosa esperando caso você tenha tempo!

EPU um Segundo que é Primeiro

       Pelo menos no meu bolso, porque pagar mais de 600 Reais pelo primeiro vinho da Bodega, o Almaviva, está fora do meu alcance e, cá entre nós, apesar dele ser um grande vinho compro coisas melhores por esse preço. Questão de gosto e opinião, claro, e certamente haverão controvérsias.  Já o EPU é um vinho que cabe no bolso, porém o problema é que só está disponível no Chile, apesar de alguns pequenos lotes serem trazidos por uma loja virtual. EPU, aparentemente pois apesar de minha pesquisa na net pouco consegui encontrar, quer dizer segundo e não as iniciais de algum nome próprio como um famoso crtitico sugeriu num programa de rádio, neste caso o segundo vinho da Almaviva, uma joint venture entre Concha y Toro e Baron Philippe de Rotschild célebre mundo afora.

        Nunca tinha provado estes vinhos, porém, como sempre, através do desapego e generosidade enófila de um amigo e colega blogueiro (Christiano Orlandi de Vivendo Vinhos – um amante das coisas do Chile e do EPU) que se predispôs a compartilhar os sabores e mistérios desse vinho numa mini vertical, 2001, 2006 e 2007 realizada lá na Vino & Sapore. Muito bons vinhos, cortes de Cabernet Sauvignon e Carmenére, sendo que o 2001 se mostrou divino comprovando que são vinhos de guarda. Mas falemos destes vinhos, apesar de que devo chover no molhado, que custam algo como um terço do “primeiro”.

EPU Dos Mil Uno

14% de teor alcoólico imperceptível e estupendamente integrado. Muito aromático, sua paleta olfativa nos mostra frutos negros em geléia, algo de eucalipto, terminando com toques animais após um tempo em taça. Na boca é denso, muito equilibrado, vivo ainda com boa acidez após 10 anos de vida, rico, complexo e longo com um final com notas achocolatadas. Um vinho hedonístico que está no ponto certo de ser tomado, sedutor e extremamente prazeroso. Aliás, estou por montar uma degustação de vinhos com mais de dez anos e ando á busca de uma garrafa dessas, se alguém a tiver me ajude, vai! Maravilha de vinho de profunda elegância, um dos melhores que tomei em 2011.

EPU Dos Mil Seis

Os mesmos 14%, as mesmas uvas, o mesmo corte porém um vinho totalmente diferente do anterior. Aquela elegância aromática do 2001 não está presente aqui em que tudo é mais franco; fruta, álcool e um quimíco forte que não existia no primeiro. Na boca mostrou-se também menos radiante, algo mais monocromático, com um tradicional perfil chileno que, mesmo bom, não chega a encantar. Será falta de tempo? Poderia ser, mas….

EPU Dos Mil Siete

Para os mais antigos de boa memória invoco a frase; “Eu sou você amanhã” para descrever este vinho com relação ao 2001 e, neste momento, desbanco a possível falta de tempo como “desculpa” para o 2006. Este vinho mostrou todas as aptidões do 2001 porém mais novinho, fechadinho, fruta um pouco mais presente e franca no nariz faltando-lhe, ainda, os aromas terciários do 2001, mas dá para sentir que está tudo lá, ainda escondidinho! Um grande vinho que pede tempo, porém já mostra grandes virtudes e nos dá um enorme prazer tomá-lo deixando-nos, não com vontade da próxima taça, mas sim da próxima garrafa! Quem conseguir algumas garrafas, compre para beber já e guardar por mais alguns anos, vai valer a pena! Grande vinho.

       Por hoje é só. Salute, kanimambo e já sabem, na próxima viagem ao Chile é trazer EPU na bagagem, um achado que deve estar custando por volta de 30 míseros dólares por lá!