Dicas da Semana

          Semana seca  sem novidades porém com dicas de compra interessantes que merecem ser conferidos já que o frio aperta e um tinto vai muito bem nessas horas!

Expand, uma série de vinhos muito bons com preços interessantes:

  • Barda 2008, ainda ontem tomei um 2007 de minha adega e existem poucos Pinots tão bons no mercado, inclusive franceses, nesse preço. Este Argentino vale os R$98,00.
  • Chateau Jalousie 2008, um Bordeaux Superieure de que gosto muito e já comentei há algum tempo atrás aqui no blog. Por R$68,00 é uma ótima compra.
  • Olivier Leflaive Bourgogne Pinot Noir 2007, um bom pinot genérico do berço desta cepa. Interessante até para comparar com o Barda. Está ´por bons R$88,00.
  • Achaval Ferrer Finca Mirador 2206, um grande vinho de uma grande safra e um néctar que provei e gamei. Pena que não tenho bolso para tanto pois o vinho é espetacular. Para quem tem R$398,00 para dar por uma garrafa de vinho, recomendo!
  • Cava Marques de Monistrol Res. Especial, pra abrir um encontro de forma agradável sem gastar muito, R$39,80.

Rei dos Whiskys e Vinhos, lojas em Moema que consegue fazer alguns preços inacreditáveis em alguns vinhos. Recebi seu flyer e possui algumas coisas bem interessantes:

  • Terrazas Reserva Cabernet Sauvignon, vinho que não necessita apresentações, por R$59,99
  • Chateau Reynon, um bom Bordeaux que chegou a participar de meu Desafio de Bordeauxs por R$89,90
  • .Com, um Alentejano tinto que me agrada bastante. Não é nenhum blockbuster mas dá conta do recado é saboroso e tem bom preço, R$36,50.
  • Marquês de Borba Tinto, um clássico do Alentejo muito regular e difícil de não gostar, R$41,50
  • Caldora Yume Montepulciano de Abruzzo, um Italiano que vai muito bem com pastas regadas com molho de tomate. R$49,50
  • Vesevo Beneventano Aglianico, mais um Italiano barato que satisfaz plenamente, especialmente se acompanhando um filé à parmegiana. R$33,90

Por hoje é só, salute e kanimambo

Encontro Mistral 2010 – Uma Experiência Ímpar

          Dois dias são pouco para tantos néctares num evento que poderia se chamar; Mistral Wine Experience! Há poucos encontros de grandes produtores como este e a equipe toda da Mistral e sua assessoria de imprensa estão de parabéns pela organização, simpatia e eficiência. Uma pena que não pude estar presente na Terça, pois a cobertura do evento estaria mais completa, porém a Fispal me chamou e, mesmo sem o mesmo glamour, tive que comparecer. Tinha uma lista de 19 produtores a visitar o que obviamente se tornou impossível de fazer tendo, a muito custo, encarado nove!

Quinta da Pellada – Já começo por aquele que mais me surpreendeu e encheu olhos, olfato e palato de enorme satisfação fazendo aflorar emoções, muitas emoções! Para quem conhece, os meus amigos portugueses certamente sabem do que estou falando, uma coleção de néctares que deveria ser servida acompanhada de uma almofada para tomar de joelhos!

 

Vinhos espetaculares, um dos grandes produtores que fazem e honram o nome do Dão com galhardia. Entre os mais tradicionais vinhos de gama de entrada, os Quinta de Saes, muito bem feitos e com preço, no nosso triste contexto, bom, e os de topo de gama como Pape, Carrocel e Doda (corte do Dão e Douro), veio uma novidade, um estupendo branco tendo como protagonista a uva encruzado, o Primus 2009. Delicia, comprovando o fato de que esta cepa é origem de alguns dos melhores brancos produzidos em terras lusas. Todos vinhos excepcionais, mas provar vinhos de extrema elegância, riqueza de sabores, harmônicos, equilibrados e frescos mostrando sua aptidão gastronômica como o Carrocel, Doda e Quinta da Pellada Touriga Nacional elaborados com leveduras indígenas, é uma honra que, por si só, já valia a entrada. Tiro meu chapéu para o prorietário e enólogo Álvaro Castro e já coloquei mais alguns rótulos em meu wish list.

Pazo de Senorans, a albariño tratada com maestria e de forma diferenciada. Na Espanha o tradicional da elaboração com vinhos desta cepa, tende a ser feita com um bom estágio em barricas que lhe dá uma característica muito particular, mas não é o caso aqui. Neste caso falamos de uma apologia da fruta com o mais “básico” dos vinhos, Pazo de Señorans 2008, um vinho para ser consumido jovem, preferencialmente entre dois a três anos, passando por 20 dias “sur lie” e o resto o inox faz. Muito vibrante e alegre, cítrico, maçã verde, balanceado, muito bom. Já o Pazo Seleccíon de Anada 2002, é um vinho que tanto pode ser tomado jovem, quando apresentará uma determinada característica de maior frescor, ou em até 10 anos quando seus aromas terciários mostrarão uma outra faceta do vinho. Gente, 38 meses “Sur Lie”, engarrafado com estágio em bodega entre 12 a 18 meses antes de sair ao mercado! É de uma complexidade incrível com um frutado mais maduro (pêssegos, nectarina), guloso, certamente um dos melhores vinhos desta cepa que já tive o prazer de provar. Este 2002 vai para o pódio, um grande vinho branco.

Dr. Burklin-Wolff, um dos mais importantes produtores da região de Pfalz, vinícola familiar que detém algumas das melhores áreas de vinhedos de Riesling. Uma linha extremamente gratificante de se levar á boca e eu me encantei por três rótulos em especial.  O Riesling Qba Trocken 2006 que custa ao redor dos R$75,00 é um belo exemplo do estilo de Riesling que me seduz; boa intensidade aromática, mineral no ponto, sutil e delicado com um final de boca algo especiado e longo. Como gama de entrada, me surpreendeu! O Bohlig Premier Cru Trocken 2007 é muito bom, nariz mais tímido, porém cresce muito na boca mostrando-se muito balanceado. Agora, o Ruppertberger Gaisböhl Auslese 2002 (vinho de sobremesa) é de lamber os beiços e pedir bis em função de seu incrível equilíbrio de doçura e acidez com uma riqueza de sabores que encanta, maravilha!

Quinta do Vale Meão, um dos grandes produtores do Douro, colecionador de prêmios e pontuações altíssimas dadas pelos maiores experts em nossa vinosfera. Vinhos tradicionalmente mais encorpados e densos que precisam de tempo para mostrar todas as suas qualidades. Dizem que o Quinta Vale Meão 2000, seu primeiro vinho, está agora no topo de sua exuberância. Eu não sei, nunca o provei, mas tenho uma garrafa de 2001 que pretendo abrir no ano que vem, agora o 2007 está estupendo mostrando que esta safra no Douro é mesmo excepcional. Como nos Vinhos do Porto, o clima desta safra traz harmonia e elegância aos vinhos tornando-os mais amistosos desde já sem inibir a capacidade de evolução. Grande vinho e seu segundo rótulo, Meandro 2007, mostrou as mesmas características e custa um terço do preço. Podendo, compre e guarde o Quinta Vale Meão por uns quatro a cinco anos, mas aproveite o Meandro desde já!

Bollinger, um produtor de Champagne que dispensa apresentações, mas que minha boca não conhecia, eheh. São champagnes de outra categoria do que estamos habituados a ver por aí na faixa dos R$180 a 200,00. Muito mais complexos e envolventes, bom corpo com um volume de boca pouco comum, são mais caros, mas são especiais e até certo ponto exclusivos já que a produção é pequena para os parâmetros da região. Estupendo o Bollinger Special Cuvée, mas o Bollinger Grande Anné Vintage 1999 mexe com a gente de uma forma difícil de explicar, deixando marcas na memória que demorarão a sumir. Para ocasiões muito especiais e inesquecíveis, como ele!

Cazes, um produtor francês biodinâmico do Languedoc que voltou a casa depois de um breve período perambulando por outros lugares. Sou fã de seu Canon du Marechal , um muito agradável assemblage de syrah com merlot, mas o que me seduziu mesmo nesta prova foi seu Ambré 1996 um vinho doce fortificado com 15% de teor alcoólico que passa 7 anos em tonéis de 10.000 ltrs e parece um Porto Tawny envelhecido, um vinho que arrebata corações e finaliza uma refeição como poucos. Belissímo vinho!

Nativa, estava curioso por conhecer esta novidade da Mistral. Pertence ao grupo Santa Rita (Sta. Rita / Dona Paula e Carmen entre outros) e é um projeto totalmente orgânico com produção nas diversas regiões produtoras no Chile. O projeto é tocado pelo enólogo chefe Felipe Ramirez que aportou toda a sua experiência obtida na França trabalhando com um dos papas da Biodinâmica, Marcel Deiss. Gostei bastante do que vi e provei, os preços poderiam ser um pouco melhores até para poder divulgar mais este estilo de produção, em especial do Gewurztraminer 2008 que possui uma personalidade diferenciada, menos floral,nariz mais sutil, boca seca , mais voltado para comida do que para aperitivo. Um outro branco muito bom é o Chardonnay Gran Reserva 2006, surpreendentemente fresco para a idade. Passa 12 meses em barrica francesa, 20% novas, mas o vinho se mostra leve, sutil, bem frutado mostrando que madeira bem usada pode sim exaltar em vez de encobrir as qualidades de um vinho. O Cabernet Reserva é bastante interessante, mas seu grande vinho é o Nativa Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2006 muito equilibrado, macio, boa textura, um vinho que agrada sobremaneira.

Isole e Olena, uma vinícola italiana de fina estirpe, um dos mais importantes nomes da Toscana e um verdadeiro terremoto de sensações. Não sobra pedra sobre pedra, após provar seus seis vinhos, todos de grande qualidade.  Só o Chardonnay não me encantou, no resto, todos teriam amplo espaço em minha adega! A safra de 2006 na Toscana, tem muitas das características da de 2007 no Douro ou seja, vinhos muito elegantes fruto de um clima muito propicio para a produção nos vinhedos. O Chianti Classico com 12 meses em barricas de 4º e 5º uso tendo como protagonista a Sangiovese devidamente coadjuvada por 15% de canaiollo e o restante com diversas outras cepas autorizadas, é sofisticado, fino, rico e macio na boca, porém o Ceparello com 100% de Sangiovese e 18 meses de barrica é de cair o queixo, um lorde de fraque e cartola, boa estrutura, rico, complexo e imensamente longo. Espetáculo, escrevo e babo! rsrs. Na linha Colezione de Marchi, nome da família, um bom e agradável Syrah, mas o Cabernet Sauvignon rouba a cena com seu ótimo corpo, muito expressivo de seu terroir tanto que essa personalidade muito própria corria solta na boca dos convidas presentes que o haviam provado. Um grande vinho. De babar mesmo, o Vin Santo 2000 elaborado com trebbiano e Malvasia passando 7 anos em barrica. Para completar minha alegria e entrar em êxtase, só faltou um queijo Bleu de Bresse!

 

Livio Felluga, o Friulli em sua quinta essência! Magnificos vinhos brancos, um deleite para quem, como eu, é apaixonado por este estilo de vinhos. Todos muito frescos, equilibrados e ricos, tendo adorado o Friullano 2008 que possui uma paleta olfativa cativante e é vibrante na boca, seduzindo ao primeiro gole. Estupendo o Illivio Pinot Bianco 2007, 10 meses de barrica imperceptíveis, untuoso, equilibrado, fino e o maravilhoso Terre Alte 2007, blend de Sauvignon Blanc, Friulano e Pinot Bianco, complexo, grande finesse, balanceado, longo, inesquecível. Pena que não tenho bolso para estes vinhos, adoraria tê-los na adega e poder me deliciar com esses verdadeiros néctares de vez em quando. Baita experiência, somente viável num encontro destes!

           Magníficos, saborosos e marcantes momentos passados nestes dois dias em que pude comparecer. Vão aqui duas dicas; enviem o programa com guia de produtores antes pois isso ajuda na organização da visita e comecem umas duas hora antes. É muita coisa para pouco tempo, mesmo que se possa comparecer os três dias! Meus agradecimentos e parabéns à Mistral, Ciro e equipe, Sofia Carvalhosa  e Hyatt que se supera a cada evento desses.

Salute e kanimambo, agora é esperar 2012!

Viña Sastre na Ville du Vin

                       Faz já mais de uma semana que vinha ensaiando este post com minhas impressões sobre esse saboroso encontro que tive a convite dos amigos Juan e Javier da Peninsula, importador exclusivo desta conceituado produtor da Ribera Del Duero. Sim, este é mais um post sobre vinhos de Espanha, vinhos que quem não conhece deve colocar em seu wish list.

Falemos no entanto da Ville du Vin, uma das mais importantes redes multimarcas especializadas na venda de vinhos finos com diversas lojas em São Paulo e em Vitória. Recentemente estive em sua bonita loja do novo shopping Vila Olimpia, no bairro do mesmo nome na zona Oeste de Sampa, mas foi na sede da Vila Nova Conceição, onde também existe um bistrô, que a degustação foi realizada. O lugar é muito aconchegante e repleto de bons vinhos e muita diversidade, alguns deles verdadeiras preciosidades. Preços bons, ótimas promoções, um lugar que vale a pena visitar. Fica na Diogo Jácome 361, tel. 3045.8137.

                       Bem, mas vamos ao que realmente nos interessa, la bodega y  los vinos!  Considerando-se de onde vem, uma bodega infante nascida em 1992 em La Horra, vilarejo próximo a Burgos no centro da Ribera a cerca de 840 mts de altitude, zona muito fria. Projeto novo, porém de família vinheteira de ligações com a terra desde os anos 50. Com 57 hectares dos quais somente 47 ativos onde se plantam a Tempranillo conjuntamente com Cabernet-sauvignon e Merlot (três das seis cepas autorizadas pela denominação), produção orgânica (ainda não certificada) e uso de leveduras naturais, produz cerca de, apenas 300.000 garrafas ano com um total de 8 pessoas que acompanham as fases da lua no processo produtivo, seguindo importantes parâmetros da biodinâmica também. Operação enxuta que visa qualidade acima de tudo. Quem provar estes vinhos sentirá isso no palato! Provamos quatro de seus seis rótulos, um melhor que o outro, mas desde o “mais simples”, vinhos de grande qualidade e personalidade e claramente diferentes entre si. Digo isto, porque não é tão incomum assim provar diversos vinhos de um mesmo produtor e não conseguir sentir a diferença entre os produtos, numa forma meio padronizada de ser!

Viña Sastre Roble 2008, passa 10 meses em barricas de segundo uso e é elaborado com 100% Tempranillo colhido de vinhedos com idade entre 17 e 30 anos. Surpreendentemente macio e de taninos finos já equacionados, muito saboroso, equilibrado, boa persistência, um vinho difícil de não agradar que tem sido muito elogiado em um dos restaurantes em que o coloquei na carta. Ótima opção de gama de entrada com boa relação custo x prazer, estando no mercado por volta dos R$80,00.

Viña Sastre Crianza 2004, de uma grande safra na região, em podendo é vinho para se comprar de caixa e uma das melhores opções de crianza no mercado, passando 14 meses em barricas novas de carvalho francês . É de lamber os beiços, mas falemos dele. Não é um degrau acima do roble, é uma escadaria e olha que o roble já é muito bom! Produzido com uvas de vinhedos entre 20 e 60 anos de idade, mostra-se muito complexo tanto no nariz como na boca numa harmonia digna de elogios.  No palato uma riqueza de sabores ímpar, boa textura e volume de boca, fruta madura, terroso, taninos aveludados de grande qualidade ainda presentes dando-lhe estrutura, boa acidez e um final longo com toques minerais que pede bis. Outros melhores estariam por vir, mas este fez a minha cabeça e me seduziu. Para quem gosta de pontuação, este está no Guia Penin com 91 pontos e custa ao redor de R$130 no mercado, valendo cada tostão! Difícil encontrar outro crianza por esse preço que gere este nível de prazer, pelo menos dos que eu já provei.

Pago de Santa Cruz 2004, entre os quatro, talvez o vinho mais “másculo” dos quais são produzidos tão somente 15.000 garrafas anualmente. Elaborado com tempranillo de videiras com mais de 70 anos advindos de uma só parcela localizada numa colina da propriedade, é envelhecido em barricas novas de carvalho americano onde permanece por 18 meses e mais um período em garrafa antes de sair para o mercado. Já comentei este vinho anteriormente e só veio confirmar todas as minhas primeiras impressões, um grande vinho que consegue mesclar bem potência com elegância, encorpado, musculoso, com grande volume de boca, untuoso e carnudo, taninos aveludados, terroso e um final em que aparecem especiarias e frutos negros com enorme persistência. Um vinho de primeiríssimo nível com preço na mesma linha, cerca de R$420,00.

Regina Vides 2001, se o pago é o vinho “másculo”, este é seu oposto, o mais feminino dos vinhos provados, e que vinho! Somente são produzidas cerca de 6.000 garrafas ano com uvas de mais de 90 anos cultivadas em três parcelas. Fermenta em inox e depois faz a malolática em barricas novas de carvalho francês de primeiro nível. Paleta olfativa complexa, porém com maior destaque para suaves especiarias, fruta madura e algo de baunilha. Daqueles vinhos para sentar e curtir nas calmas, vinho de reflexão, profundamente elegante e fino, frutado ( no nariz é mais compotado do que na boca) grande equilíbrio entre taninos sedosos e boa acidez, rico e um final mineral que seduz. Para quem pode, preço ronda os R$990,00, um grande vinho de uma das melhores safras espanhola de muitas décadas e tendo a acompanhar Parker e Penin que lhe deram mais de 92 pontos.

                  Tenho um cliente que diz não gostar dos vinhos da região do Douro/Duero. Creio que ainda terei que lhe oferecer um Viña Sastre Crianza às cegas! Grandes vinhos que merecem um espaço em sua adega e na sua taça, na minha já estão. Ah, você pergunta, mas se são todos tempranillo porque produzem Cabernet e Merlot? Boa pergunta que não fica sem resposta. Para elaborar o vinho top da bodega, o Pesus, um dos principais vinhos espanhóis da atualidade o qual ainda não tive a oportunidade de provar, sendo rótulo para um publico muito limitado. Pouquíssima produção, qualidade excepcional e um preçinho que é de doer, inclusive lá!

Salute e kanimambo

Encontro Mistral – Direto do Front

Primeiro dia deste importante evento realizado a cada dois anos e tempo não só de rever alguns quantos vinhos e pessoas, como navegar por mares nunca dantes navegados atrás de novidades e aquele rótulo especial perdido atrás de outros mais reluzentes. Foi um dia cansativo, até porque uma evento desses precisaria de pelo menos mais umas quatro a cinco horas, mas devo voltar na Quarta, então certamente registrarei outras descobertas. Falemos do dia de hoje!

               Não estava nos meus melhores dias, até a câmera esqueci, mas deu para sentir o clima, rever amigos e já fuçar alguns interessantes rótulos que merecem destaque. Não fui com o objetivo de provar os grandes vinhos, mas sim de buscar vinhos de qualidade com preços camaradas. No entanto, difícil não colocar na taça algumas preciosidades, ao fim e ao cabo estamos no Enontro Mistral!

Cá del Bosco – que Champagne que nada! Depois de provar este Franciacorta Cuvée Prestige Branco, blend de 75% Chardonnay, 15% Pinot Noir e 10% Pinot Bianco, cortado com lotes reserva de safras anteriores e 28 meses sur lie, me pergunto do porquê comprar os Chandon, Veuve Cliquot e outros champagnes básicos disponíveis no mercado? Mais caros e não chegam aos pés deste estupendo espumante que anda, pela taxa cambial vigente, algo em torno de R$170,00. De tirar o fôlego, mousse e perlage de encantar os olhos e na boca só estrelas, imperdível. Mais uma, não deixe de provar o tinto Curtefranca 2005; um blend bordalês em  75% cortado por 25% de Nebbiolo e Barbera!  O preço não é dos mais competitivos, por volta dos R$130, mas é um vinho que desperta nossos sentidos e mexe com nossas emoções, muito bom. Grazzie Bruno!

Mas de Daumas Gassac (Languedoc) e sua bonita e simpática diretora Victorine Babé que fala um português bem legal. Uma linha básica bastante interessante, especialmente o Moulin de Gassac Syrah 2008 e Guilhem Rouge 2008, ambos vinhos de boa qualidade para o dia a dia, saborosos e frescos, leves, taninos macios, fáceis de se gostar tanto na taça quanto no bolso já que custam ao redor de R$40/42. Agora, seu Daumas de Gassac Rouge 2008 é um grande vinho e, do jeito que gosto, complexo fruto de um assemblage de 80% Cabernet e o restante um “pout pourri” de 20 cepas entre elas Tannat, Malbec, Tempranillo, Pinot Noir, um verdadeiro vinho de influência globalizada. O preço segue a complexidade do vinho, algo em torno de R$200.

Castello di Montepó/Jacopo Biondi Santi, sem grandes comentários, todos seus vinhos são de muita qualidade, inclusive seu mais básico, o Braccale Rosso Maremma 2005 que custa algo em torno de R$78,00. Excelente  o Morellino di Scansano Riserva 2000, um baita vinho porém foi com o Sassoaloro 2005 que me entendi melhor . Vinho de muito boa estrutura, rico, taninos aveludados mas firmes ainda mostrando garra para encarar um bom par de anos. Preço ao redor de R$135,00.

Paolo e Noemia D’Amico, tendo como anfitriã a simpática Noemia D’Amico que, para nossa surpresa, é brasileira! Com produção numa região pouco conhecida, a de Lazio, o forte são seus brancos, entre eles os charconnays e, em especial, o Calanchi di Vaiano 2006 (cerca de R$85) que passa tão somente um mês em barrica para mero afinamento e que está delicioso e muito bem balanceado. Surpreendeu o fato de que o Falesia 2006 que passa 12 meses em barrica tinha básicamente a mesma cor do Calanchi! Muito bons e vale a pena encostar por aqui um tempinho.

Quinta da Lagoalva, nos traz a nova safra (2009) do Castelão/Touriga Nacional que é um vinho sedutor e que se mostrou em ótima forma, boa relação Qualidade x Preço x Prazer com seus cerca de R$45, melhor ainda quando o dólar vai para os R$1,75! Já o projeto de seu Late Harvest que comentei aqui, chega finalmente ao Brasil com apenar, repito, apenas oitenta e poucar garrafas. Está estupendo, rico e muito bem equilibrado é uma delicia na boca, sedutor e conquistador, mas o preço acompanha a limitada disponibilidade, cerca de R$153. Se disponível, não deixe de provar.

Vallontano, nasce um dos grandes goleiros do Brasil, apesar da idade, o Luis Henrique Zanini! Brincadeiras á parte, foi no ano passado que pela primeira vez na mídia, eu publicava foto de seu mais recente lançamento, o espumante rosé. Desta feita ele lança sua obra prima, um espumante muito especial que será interessante colocar às cegas contra outros graúdos no mercado. É o LH Zanini Extra Brut 2008, um senhor espumante com jeito de champagne. Só 2500 garrafas produzidas, 24 meses de autólise e sem uso de licor de expedição. Não deixe de provar!

Masi Tupungato, o projeto da Italiana Masi em terras mendocinas onde tem plantados os únicos vinhedos de Corvina neste canto do mundo, 140 hectares para ser exato.  Usando a Corvina pelo método ripasso (com a secagem das uvas) eles fazem uma segunda fermentação quando é adicionada a Malbec, nascendo assim o Paso Doble 2007, vinho saboroso, macio e fácil de se gostar e hoje em torno de R$38,00 o que é uma das melhores opções nesta gama de preços. Gostei bastante também do Paso Blanco 2009 um Torrontés que leva um corte de Pinot Grigio tornando o vinho muito balanceado e fresco, próprio para frutos do mar grelhados ou aperitivo e custa só R$35,00 ou próximo disso.

Para finalizar os que mais me marcaram ontem, não poderia deixar de mencionar a visita à Família Symington sempre muito bem representada pelo João Machete Pereira e Dominique Symington. Graham´s, Altano, Quinta de Roriz, Malvedos, DoW’s, Quinta do Vesuvio, Blandy’s Madeira e outros mais, este grupo produz qualidade e os prêmios internacionais só comprovam isso. Os Portos Vintage 2007, boa parte dos quais tive a oportunidade de provar e alguns estão neste Encontro, tiveram pontuação de 100 pontos, 99, 97, 94, ou seja um ano que mais do que de Vintage Clássico, mostrou ser um Ano Symington, não teve para ninguém! Minha paixão por seus vinhos é declarada e conhecida, então que tal conferirem se eu tenho razão para isso? Do mais básico Altano Douro, passando pelo delicioso e fino Altano Biológico, Prazo de Roriz e Quinta de Roriz Reserva com sua riqueza e mineralidade ímpares e sedutoras, aos novos vinhos tintos da Quinta do Vesuvio e o estupendo Post Scriptum o melhor “2º vinho” que já provei, é só alegria. Depois, antes de ir embora, não deixe de finalizar com seus deliciosos Portos Tawny envelhecidos e Vintages 2007 disponíveis. Só isso já basta! Tem mais no entanto, tem um posicionamento de preços muito interessante com seu Altano básico custando por volta dos R$42,00, um Prazo de Roriz e Altano Biológico por volta dos R$65,00 e o Post Scriptum e Pombal do Vesuvio por volta dos R$104,00. Imaginem então se a taxa voltar para comedidos R$1,75 a 1,78!

Salute e na Quarta retorno com câmera para colher imagens e mais sabores neste incrível Encontro Mistral. Amanhã tem mais. Fotos colhidas com o celular na Quarta-feira já que, pasmem, a peça aqui esqueceu de checar a bateria da camera e não levou a reserva (o que faço sempre) e murphy, obviamente, deu as caras!

kanimambo

Dicas da Semana

            Mais uma semana, só que esta é especial, pois é a semana do Encontro Mistral 2010. Começa hoje e não sei se ainda há vagas, porém é um dos mais importantes eventos de nossa vinosfera este ano e, se possível, não o deixe escapar porque o próximo só daqui a dois anos. Eu estarei lá hoje e Quarta, na Terça na Fispal, enfim semana cheia e o dia dos namorados está logo aí, no próximo fim de semana, então não deixe de se programar!

Nova Loja de Vinhos em São José dos Campos, e não é pouca coisa não! A partir de agora essa importante cidade do interior do Estado de São Paulo,  passa a contar com a primeira loja especializada em vinhos da região. Na ultima semana foi inaugurada a loja Belaggio Vini no bairro Esplanada.  Com isso os moradores da região tem o lugar certo onde se aquecer no seu inverno com a  bebida preferida dos Deuses. A casa possui uma excepcional carta de vinhos com mais de 2.000 rótulos nacionais e importados que poderão ser degustados e harmonizados na própria loja e com a orientação de profissional especializado. “Belaggio Vini vem acrescentar e inovar no mercado vinícola da região, dando a opção do visitante tomar uma taça de vinho e até mesmo assistir uma palestra sobre o assunto que serão marcadas no decorrer deste ano, tudo isto como se estivesse na Capital sem perder o charme de cidade do interior.” afirma Alex Rodrigues sócio proprietário da Belaggio Vini.  A loja fica na av. Barão do Rio Branco , 323, tel.: (12) 3911.6570. Ligue para maiores informações, mas acho que vale conferir!

Emporio Sorio, os amigos desta simpática importadora de vinhos e, em breve, outros produtos da Córsega, estão de loja nova e promoção para os dias dos namorados. Vale a pena conferir.

Terceira Semana Gastronômica do Chile no Intercontinental São Paulo, inclusive com ação no restaurante Tarsilia no dia dos namorados. Uma boa opção para um encontro com sabores diferenciados. Uma promoção da Pro-Chile que vale conferir.

Kiaroa Eco Luxury Resort  entrar no site já é uma tremenda viagem que nos deixa de água na boca com as incríveis imagens e bom gosto, pena que me falte dim-dim para poder usufruir dessas benesses da vida. Haverá, no entanto, quem possa e a esses eu digo, não deixe de se presentear, ainda mais aproveitando o Festival Gastronômico Internacional.  Recebi este release da Zênithe, BH, que é especialista em levar gente para estes lugares e eventos especiais. Aproveite!

Copa é no Bar Camará na Vila Madalena. Recebo dezenas de releases sobre eventos em restaurantes, mas só costumo selecionar ale publicar aqueles que acho mais interessantes. Deste gostei do jeito e, ainda por cima, me foi enviado pela confrade Denise Cavalcante, não dava para negar fogo! “O Camará, bar oficial do torcedor localizado na Vila Madalena, se prepara para receber em torno de 400 torcedores por jogo para assistirem as partidas da seleção. O estabelecimento tem um ambiente muito animado, com boa cerveja, chopp, petiscos de primeira e uma novidade: agora aberto no almoço. Durante a Copa, o Camará vai abrir meia hora antes do início de todos os jogos do campeonato, com exceção para os jogos que começam às 8h da manhã, mesmo sendo jogo do Brasil.

Os jogos serão apresentados em vários ambientes com capacidade para receber grandes grupos de amigos. No salão principal, com capacidade para 120 pessoas sentadas, um grande telão está pronto para as transmissões. Próximo ao balcão do bar, mais duas TV de LCD de 42´ estarão sintonizadas nos jogos. Na parte interna bar, outra televisão de LCD transmite jogos em um canal diferente do que o exibido no salão principal, caso alguns torcedores prefiram um locutor diferente ao que está comentando o jogo no telão.  Para os fumantes inveterados, que certamente não vão agüentar o nervosismo do jogo, o Camará é um dos poucos bares na cidade que possui uma área de fumante legalizada, sem que o torcedor precise sair do ambiente para fumar. Um terraço superior e aberto se transforma em uma área adequada para fumantes. Mais uma televisão de LCD para os torcedores e espaço para 80 pessoas. Grupos grandes são bem-vindos, mas o Camará pede para que sejam feitas reservas.

PETISCOS ESPECIAIS

Para acompanhar a animação o Camará vai ajudar os torcedores a traçar os adversários. Todos os dias que o Brasil jogar, o novo chef de cozinha do Camará José Baneza (ex Hotel Hilton, Lola Bistrot e vencedor do concurso Mexicano Azteca de Alta Gastronomia Latino Americano 2003) vai preparar um petisco característico de cada país adversário.

No dia 15 de junho, terça feira, às 15:30hs, o Brasil enfrenta a Coréia do Norte e para esse jogo o chef foi buscar o PA JUN, uma espécie de panqueca frita recheada de vegetais e servida com molho agridoce. O prato combina perfeitamente com a cerveja. No domingo dia 20, às 15:30hs, o Brasil enfrenta a Costa do Marfim e o petisco escolhido para esse dia é chips de banana da terra frito no dendê, chamado de ALOCO e servido com dip de tomate com chili. Picante para dar mais sabor a disputa!

E, no dia 25, uma sexta-feira às 11hs, o adversário é Portugal. Nesse dia, o menu do cardápio executivo de almoço certamente lembrará a culinária daquele país, tão querido dos brasileiros. O petisco especial do dia é o bolinho de bacalhau feito com batata com casca, numa prática que o bar passa a adotar esse mês, da Ecogastronomia, com o aproveitamento total dos alimentos. E para cada novo jogo, uma nova culinária será explorada… Mas como jogo e cerveja fazem uma dupla imbatível, durante a copa o valor do chopp será mais baixo do que o normalmente oferecido pelo bar. Na compra do Chopp ou da cerveja Devassa bem loura, 600ml, a cada 4 consumidas o torcedor ganha mais uma. Nestes dias, o preço do chopp será R$ 5. “Acho que vale a pena conferir o Camará que fica na rua Luis Murat 308, Vila Madalena,Tel: 3816-6765/ 3582-6765. Visite o site, ligue e faça sua reserva.

           Salute, kanimambo e amanhã tem noticias direto do front do Encontro Mistral. Uma ótima semana para todos e, ia-me esquecendo, sobraram alguns poucos KITS Melipal da semana passada.  Aproveite a promoção.

Falando um Pouco mais de Espanha

Como havia dito, é incrível a quantidade de bons vinhos chegando ao mercado e de todos os preços e estilos. Ainda tenho de falar do encontro que tive com os vinhos da Viña Sastre (Peninsula), isso faço na semana que vem, mas agora aqui vão algumas dicas de vinhos que se mostraram muito bem dentro de suas respectivas faixas de preço.

Erumir Crianza 2004 –  um dos bons custos x beneficio encontrados recentemente nesta viajem pelos vinhos de Espanha. Este é da região de Penédes, ali próximo a Barcelona, sendo um blend de Cabernet Sauvignon, Merlot e Tempranillo. Vinho muito agradável, bem frutado, leve para médio corpo, maduro, pronto a tomar, taninos suaves e macios que formam um conjunto amistoso e fácil de gostar. Preço ao redor de R$45 a 50,00 e a importação é da Mercovino.

Vega Sauco Piedras Crianza 2005 – mais um que agrada sobremaneira tanto na boca quanto no bolso. Este vem da região de Toro e é um rótulo elaborado tão somente para o Brasil com a Tinta de Toro, que nada mais é do que a famosa Tempranillo cultivada na região. Tem a nossa cara, é vinho vibrante e de médio corpo , produzido com cepas de vinhedos entre 18 a 30 anos. Possui boa estrutura e interessante volume de boca, taninos amistosos e finos presentes e bem integrados, equilibrado, final com toques de torrefação e algo mineral com boa persistência. Surpreende pelo preço de R$49,00 e é de importação da Ravin.

Vega Sauco Reserva Adoremus 2001 – Ainda em Toro e com o mesmo produtor,  só que damos um salto de qualidade bastante grande num vinho também elaborado com 100% Tinta Del Toro, “pero” de vinhedos de mais de 30 anos e de uma safra genial e muito especial para toda a Espanha. Vinte e quatro meses de barrica muito bem integrada ao vinho que se mostrou complexo, rico, taninos maduros e sedosos, licoroso, fruta confitada com nuances de couro, um vinho espetacular, daqueles que a gente precisa de tempo para apreciar e refletir após cada gole até que não sobre uma só gota o que, neste caso, seria algo muito fácil de acontecer! Importação Ravin e preço R$169,00.

Juan Gil 12 meses 2006 – um vinho 100% monastrel, verdadeiramente encantador. Esta cepa, pouco divulgada por aqui, é comum nesta região de Espanha e produz vinhos muito amistosos e agradáveis de diversos níveis de complexidade. Este, como diz o nome, passa por 12 meses de barricas francesas e mostra-se muito equilibrado, paleta olfativa frutada de boa intensidade com nuances florais que convidam a levar a taça à boca onde comprova seu apelo olfativo. Fino na boca, taninos sedosos, corpo médio, bom volume de boca, fruta madura e um final muito saboroso e mineral com toques de baunilha e torrefação. Ótima relação preço x qualidade, por volta dos R$90,00 (importação Mercovino) e um desvio por outros sabores de Espanha afora a já famosa Tempranillo.

               Como podemos ver, entre este post e o anterior quando falei da Señorio de Sarría, vinhos de regiões menos conhecidas e uvas como Graciano e Monastrel para provar que a Espanha também possui diversidade bastante interessante devendo ser melhor explorada, tanto por consumidores como pelos importadores. Bem, por hoje é só e aproveitem o fim de semana para se aventurarem por novos caminhos e novos sabores, esse é o grande barato do mundo do vinho.

Salue e kanimambo.

Noticias do Mundo do Vinho

Fazia tempo que não publicava algumas das muitas noticias e releases que recebo diariamente em minha caixa postal. Total falta de tempo de filtrar e trabalhá-las, mas hoje consegui juntar algumas que acho relevantes a começar pela Maledetto!

O Maledetto e suas crias, os burrocratas. Essa aberração inventada por meia dúzia de “iluminados” e apoiada pelos burrocratas de plantão e outros interesses nem sempre muito claros, conseguiu mais uma uma, complicar o que já não estava fácil. Vejam só o que o Zanini (Vinícola Vallontano) nos disse direto da boca do lobo; “Ontem a tarde, 26/05, como alguns de vocês devem saber – pois a imprensa às vezes é informada, às vezes não, de acordo com os interesses –  houve uma reunião no CIC de Bento Gonçalves, com funcionários da Receita Federal para dirimir dúvidas dos produtores a respeito da implantação do Selo Fiscal; mais de 200 pessoas estavam no auditório, completamente lotado. A reunião foi tensa, complicada e mais uma vez o tiro acabou saindo pela culatra. As entidades que organizaram o evento não imaginavam o que lhes esperava, ou seriam tão ingênuos achando que todos iriam chegar com sorrisos largos ao encontro, sentar e receber pacificamente o entulho de burocracia que teriam que levar para o seus empreendimentos. Para nós da UVIFAM nenhuma surpresa, pois sempre soubemos que a maioria estava contra o Selo. O pessoal da Receita até tentou responder aos questionamentos, muitos deles ficaram sem resposta; e provavelmente estão mais indignados que nós, os contrários. São dois funcionários designados para atender 700 empresas.

          Não será nada fácil, será humanamente impossível até Novembro todas vinícolas implantarem o selo fiscal. As pessoas e entidades que pediram o Selo, que certamente conseguirão transformar o nosso setor em um inferno em poucos meses, serão para sempre lembradas, inesquecíveis… Mas voltando ao encontro, depois de situações prá lá de constrangedoras que os representantes da Receita passaram, pois nada tinham a ver com a confusão dantesca em que o setor os meteu, ao final das esplanações, um produtor de Garibaldi ciente do cenário de caos em que as vinícolas serão mergulhadas até a efetiva implementação do selo, se levantou e calmamente perguntou quem daquela sala era a favor do Selo?  Após alguns segundos de espera NENHUMA pessoa levantou o braço! Nem mesmo os presidentes das entidades que sempre apoiaram o Selo não tiveram coragem de defender a ideia que até um tempo atrás era a panacéia do setor!!! Sem nenhuma manifestação, o produtor foi ovacionado com palmas por TODOS os participantes – exceto as diretorias das entidades e os funcionários da Receita.

         Diante desta demonstração, estamos fazendo um apelo, caso algum político  bem intencionado, queira mesmo ajudar o setor, por favor, lute pela ampliação dos prazos de implantação do Selo. Começar a aplicação do Selo em Novembro, no período forte das vendas para final de ano é outra barbárie contra o produtor. Ontem, para quem estava com alguma dúvida, mostramos que a maioria produtora foi derrotada por uma minoria que usou vergonhosamente o poder político e se escondeu covardemente atrás de entidades.

 Como dizem os italianos criamos o Ufficio Complicazione per Cose Semplice, ou, o Setor de Complicação para as Coisas Simples, buona fortuna a tutti!

 UVIFAM -União Brasileira das Vinícolas Familiares e Pequenos Vinicultores

A matéria acima dispensa maiores comentários, mas realmente existem coisas neste país que são inexplicáveis!!!!

Vinhos brasileiros repercutem na Inglaterra. Por mais que eu seja um critico a algumas das posturas da identidade, entre elas o apoio ao maledetto do Selo Fiscal, tenho que reconhecer que o trabalho que a Ibravin e Wines of Brazil vem fazendo no mundo do vinho tem tido resultados positivos. Ainda falta uma mentalidade mais empresarial de nossa industria vinícola para aproveitar adequadamente as portas que se abrem, mas, importante, portas e janelas estão se abrindo! “A Revista Harpers Wine & Spirits , do Reino Unido, publicou um suplemento especial de 24 páginas sobre os vinhos brasileiros na sua edição de Maio especialmente produzida para a London Wine Fair, uma das principais feiras do setor vitivinícola mundial, realizada de 18 a 20 de maio, em Londres. O material foi produzido pelo jornalista Andrew John Catchpole que visitou por uma semana a Serra Gaúcha. Ele integrou uma comitiva de quatro jornalistas trazidos ao Brasil no início do ano pelo Projeto Wines From Brazil, realizado em parceria pelo Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

          “Fiquei bastante impressionado com os vinhos brasileiros, que são elegantes, têm frescor, acidez equilibrada e uma boa estrutura de taninos”, elogiou o jornalista. Segundo ele, os vinho do Brasil são essencialmente gastronômicos. “Provei vinhos que possuem um potencial maior para acompanhar comida do que outros produtos do Novo Mundo do vinho”. Catchpole ainda ficou impressionado com o tamanho e a modernidade do setor vitivinícola nacional. “A indústria vinícola no Brasil é muito maior do que eu imaginava”, confessa. Além da Harpers, Andrew escreve para as revistas Decanter e Wine Business International e para o jornal The Guardian.

         A gerente de Promoção Comercial do Wines From Brazil, Andreia Gentilini Milan, destaca que apenas o Brasil e a África do Sul receberam a distinção de ter um suplemento especial veiculado na Harpers nesta edição especial da London Wine Fair. “O destaque para os vinhos do Brasil nesta revista despertou grande interesse de importadores, distribuidores e consumidores, que vieram ao nosso estande conferir os produtos brasileiros”, observa Andreia.

        Por mais de um século, a revista Harpers tem sido leitura obrigatória para a indústria de bebidas do Reino Unido. Realiza uma cobertura jornalística única e original, analisando o conteúdo das tendências de negócios e empreendimentos do setor de bebidas, especialmente vinhos. Para acessar o conteúdo da revista, acesse www.harpers.co.uk.

Fiat 500 Sassicaia. Não é assim uma grande noticia, mas mostra claramente que assim como carros, os vinhos também podem ser Cult. Neste caso, eis uma junção de dois ícones destas duas paixões italiana, a máquina e o vinho juntos num projeto diferenciado com uma marca que salta aos olhos, a elegância e sobriedade nos detalhes. Para ver mais, entre no site da AZNOM e clique em gallery, muito legal, especialmente para quem curte design.

Guia Descorchados é lançado no Brasil. Com grande pompa e cobertura ampla da imprensa especializada, lamentavelmente não pude comparecer, este importante guia que alça vôos mais amplos para ser o mais importante guia de vinhos sul-americanos e não só do Chile, dá como melhor vinho nacional o Salton Talento. Obviamente que existirão vozes contrárias, mas é uma rferência de qualidade que não podemos negar e quem o provou sabe que é sim um belo vinho que, em sua faixa de preços, bate muitos vinhos importados. ”Referência para os amantes de vinhos, a edição 2010 do guia de vinhos Descorchados conta com uma novidade que promete agradar, e muito, os consumidores de vinho nacional. Pela primeira vez, incluiu entre suas indicações os grandes nomes de rótulos brasileiros, como o Salton Talento 2006, eleito o melhor vinho tinto nacional. Publicado pela Editora Planeta, o Descorchados contava apenas com rótulos chilenos e argentinos, porém neste ano, publica as indicações de vinhos brasileiros, a cargo do crítico Jorge Lucki.

         Dentre os quase 2 mil vinhos degustados pelos especialistas Patricio Tapia e Hector Riquelmi (Chile), Fabricio Portelli (Argentina) e Jorge Lucki (Brasil), 1.389 foram aprovados e recomendados. Além de um ranking geral, com os 50 melhores vinhos, o leitor também conta com uma seleção dos melhores rótulos por cepa, além das últimas tendências nas vinícolas sul-americanas e uma descrição de cada vinho aprovado, com indicação de temperatura de serviço e harmonização com comida.” Custa a “bagatela” de R$150,00 e fica aqui uma indagação, porque será que tudo que tem a ver com vinho neste país, tem que custar os olhos da cara?!

Marco Danielle lança nova safra e vinhos “en primeur”. O novo site de Tormentas está no ar com conteúdos novos e informações atualizadas. Produtor de um dos vinhos que mais me fez cair o queixo e lamber os beiços em 2009, o Minimus Animas 2005, e o bom Prelude de seu projeto Solo, entre outros, chega com novidades e reformulação no site, inclusive com um esquema de vendas “en primeur” para estes lançamentos que chegarão em Outubro de 2010. Eis a mensagem recebida: “Seguem duas oportunidades de apreciar vinhos muito particulares a preços especiais. Inclusive o Fulvia Pinot Noir 2009, eleito entre os 200 vinhos inesquecíveis do Caderno Paladar do Estadão. Este vinho causou rumor no Grand Hyatt SP quando apresentado à crítica durante o Evento Paladar, por sua semelhança com um Pinot Noir da Borgonha. Também recebeu elogios na França, principalmente de Mark Williamson, que produz Pinot no Oregon e na Borgonha, e de Claude Courtois, célebre produtor do Loire. Fulvia Pinot Noir 2009 é o primeiro passo na defesa de minha tese sobre nossa vocação para gerar no Novo Mundo, os Pinots Noirs mais próximos à fineza da Borgonha.” Fiquei curioso para conhecer a Fulvia (rs)!

            Nem tudo o que Marco Danielle produz me encanta, apesar da maioria do que provei ser de meu agrado. O que não se pode negar é seu caráter inovador, garagista e amigo do consumidor. Mesmo com uma áurea meio Cult no mercado, seus vinhos são posicionando numa faixa de preços que nos permite tomá-los o que, por si só, já nos diz muito deste produtor diferenciado que merece ser conhecido. Como esta venda “en Primeur” pode ser de um mix de produtos na mesma caixa, eu certamente me aventurarei nessa viagem e comprarei uma caixa.

Falando de Vinhos bate todos seus recordes anteriores e não é Dezembro! É gente, graças aos amigos que insistem em me visitar aqui no blog, este mês de Maio foi show. Não vou ser hipócrita e dizer que esses números, apesar de não procurados, não me envaidecem, é lógico que sim e só lamento que por diversos problemas pessoais não venha conseguindo dar atenção ao blog e, em especial aos leitores, como merecem. Não divulgo via net, não tenho twitter, o facebook abro a cada duas semanas, ou seja, é um crescimento boca a boca que vai se consolidando e me faz bem á auto-estima, só que preciso correr atrás do pão nosso de cada dia, aposentadoria está longe e é merreca, e o blog não dá dinheiro. Cadê os marketeiros de plantão?!! Com o advento da loja, quando finalmente sair, quem sabe possa começar a ganhar a vida com vinho? Por enquanto, cá vou escrevendo conforme vai dando (anda faltando inspiração) tentando transmitir minhas experiências e opiniões sobre nossa vinosfera. Fico curioso, já que pouquíssimos divulgam abertamente, como esses números se comparam com o dos grandes especialistas do mercado, não valendo os que pegam carona na grande midia. Kanimambo aos amigos que insistem em me visitar e enviar seus comentários, aproveitem e divulguem a loja também (eheh), fiquem certos que vossa visita é tão bem apreciada como um bom vinho. Durante a semana já são mais de 1.000 page-views diários e 650 acessos totalizando mais de 28.000 page-views e 17.000 acessos no mês. Valeu gente!

         Por hoje é só, salute e kanimambo. No próximo post falaremos um pouco mais de alguns vinhos espanhóis provados, bons demais!