Boas Compras I – Borgonha/Loire/Cotes-du-Rhône.

Como o tema deste mês teve como principal região, a Borgonha, achei que podíamos iniciar esta lista com destaques de vinhos da região com algo diferente. Em vez de vinhos, que virão na seqüência, começamos com uma promoção de taças de vinho específicas para os vinhos da Borgonha.  Em grande parte, as taças de vinhos mais comuns, conhecidas como Bordeaux, dão conta do recado. Há no entanto, características muito peculiares a cada vinho, que são ressaltados por formatos específicos de taças. Não querendo dar uma de enochato, há diferenças sim, mas somente nos grandes vinhos se sente mais esse diferencial. Por outro lado, imaginem se tivermos que comprar uma taça para cada tipo de vinho, seria uma loucura e fora de propósito no sentido financeiro da coisa. Há que ter bom senso e, como dizem, o bom vinho vai bem até no gargalo! Brincadeira á parte, acho que uma boa taça, não precisa ser cara, é um bom investimento para quem quer se aventurar em nossa vinosfera. Podendo, todavia, tenha uma taça para Bordeaux que servirá para a grande maioria dos vinhos e uma para Borgonhas caso você seja aficionado pela região. Estas taças, com um bojo maior e mais largo, trazem toda a complexidade aromática dos Pinot Noirs ao nariz, com bem maior intensidade e concentração. Clique em Guia de Taças, link aqui do lado, e procure por Burgundy (red) para ver diversos formatos de taças.

 

Cia dos Copos – Esta loja, sobre a qual já teci diversos comentários e é nossa parceira, nos disponibilizou três opções em oferta. Como podem ver, há taças para todos os gostos e bolsos.

  • caixa c/6 taças Linha Gastro Borgonha 570ml (Bohemia) por R$ 79,90.
  • caixa c/6 taças Linha Sommelier Borgonha Cristal Hering, 700ml por R$212,00.
  • caixa c/6 taças Borgonha 560ml origem Ásia por R$ 58,00.

Dê uma passada em uma das suas lojas, lamentavelmente só em São Paulo, onde certamente existirão diversas outras opções tanto de taças para Borgonha quanto para Bordeaux, Champagne, vinhos brancos, Porto e outros mais.

 

Nova Fazendinha – Este é um importador pouco conhecido fora do Rio de Janeiro, especializado em rótulos Franceses, especialmente no que o François, proprietário, denomina como vinhos proletários, ou seja; que cabem no bolso da gente. Tive oportunidade de degustar diversos vinhos deles, a maioria recomendei e, para os amigos do Rio como o Igor, Leandro e Marcelo, eis aqui uma boa opção de muito bons vinhos, que são uma verdadeira pechincha pelo que oferecem de retorno em sabor e prazer. Em São Paulo, devido à diferença de tributação e frete, os preços devem estar uns 20% mais altos, o que, mesmo assim, ainda resulta em ótimas compras.

  • Cremant de Bourgogne Bailly-Lapierre Brut Reserve – Para nós, pobres mortais, que não podemos beber Champagne todos os dias este excelente Crémant Método Champenoise, envelhecido 2 anos em garrafa será o substituto perfeito. Uma surpresa e um belíssimo espumante que não faz feio perante os bem mais caros Champagnes. Preço R$64,00.
  • Hautes Cotes-de-Baune Clos de La Perriere 05 de Domaine Parigot – Vinho de muita tipicidade. Profundamente aromático, frutado e elegante na boca, nos dá imenso prazer deixando aquele gostinho de quero mais na boca. Um vinho de respeito, imperdível para quem gosta de um bom Pinot Noir desta região. Preço R$76,00.
  • Morgon Domaine de La Bêche 05 de Olivier Depardon – Um grande vinho de Beaujolais, para quebrar o preconceito de que a uva Gamay só produz vinhos fracos e sem estrutura. Este tem tudo, a fruta e o frescor mas tem, também, uma boa estrutura. È muito saboroso, redondo, com taninos finos e elegantes, mais uma grande surpresa por um preço muito camarada, R$47,00.
  • Cotes-du-Rhône Village 04 Domaine de la Renjarde – Um dos meus preferidos entre todos os Rhônes que provei, extremamente saboroso, redondo, guloso com boa paleta aromática e um leve apimentado no longo final de boca. Um vinho excepcional pelo preço, R$55,00.
  • Chablis 1er Cru Montmains 05 de Domaine Race – A safra 2005 foi excepcional na Bourgogne, de Norte a Sul, para os Brancos e os Tintos, e  Denis Race não deixou escapar a ocasião produzndou um Chablis Premier Cru soberbo, vibrante com notas bem frescas de frutas cítricas, rico e redondo com fruta complexa, acidez equilibrada e toque mineral num final de grande persistência. Preço R$80,00.

Wine Premium – dois bons vinhos básicos produzidos por Olivier Leflaive em que, um em especial, me encantou;

  • Bourgogne Pinot Noir 05 – Produzido na região de Cotes de Beaune, lembra alguns Villages. Parece um vinho mais evoluído, com uma linda cor ruby, brilhante e límpida como só um Pinot de qualidade possui. Um nariz muito elegante, aliás como tudo neste vinho, em que se destaca uma fruta vermelha (Ameixa?) fresca e leves toques florais. Na boca é de médio corpo, sedutor, taninos finos e aveludados, um vinho realmente encantador e de boa persistência. Talvez o melhor dos Bourgognes genéricos que provei, realmente delicioso e complexo, um belo vinho. Preço R$85,00
  • Bourgogne Rouge Cuvée Margot 05 – Este eu não provei, mas é bastante elogiado em blogs e sites internacionais e, teoricamente, superior ao Pinot Noir acima. Preço R$98,00

Zahil – Entre vários rótulos de qualidade, dois me conquistaram. Veja abaixo: 

  •  Rasteau Village 05 de Domaine la Soumade  (Zahil), um corte de 80% Grenache com 10% cada Syrah e Mourvédre que resulta num belíssimo vinho com um nariz não muito intenso. É daqueles vinhos que cresce muito na boca,  com forte presença da uva Grenache que lhe traz uma intensa fruta vermelha, boa acidez, taninos finos e elegantes, denso, de corpo médio com um longo e suculento final de boca com leves toques de especiarias. Beleza de vinho que, certamente melhorará ainda mais com um ou dois anos de garrafa. Preço R$96,00.
  • Cotes-du-Rhône 04 Domaine la Soumade, o genérico do Village acima. Não o provei, mas pelo que li e mais o histórico desse irmão mais velho acima, acho que é mais uma boa opção que merece ser provada. Preço R$76,00.
  • Chateau Saint Esteve D’Uchaux Cotes-du-Rhône 05, uma das melhores relações Qualidade x Preço x Satisfação que encontrei em todo este mês de degustações com os vinhos da região. Um vinho muito bem elaborado, franco, jovial, bom frescor e agradáveis aromas de frutos silvestres. Na boca é leve, redondo, fácil de tomar e muito saboroso. Um grande achado por um preço excelente, R$43,00.
  • Chateauneuf-du-Pape “Tradition” 04 de Domaine de la Solitude, os Chateauneuf-du-Pape não são baratos, mas são incrívelmente deliciosos, complexos e elaborados. O top de linha desta casa custa R$1155,00, mas este rótulo com “somente” 89 pontos do Robert Parker, está com um preço muito bom, R$165,00.

Neste mês, teremos ainda mais dois, quem sabe três, posts com boas compras e, desta vez, vou terminar elaborando a minha adega de vinhos Franceses baseado em tudo o que garimpei nestes últimos dois meses. Por enquanto, que Baco lhes acompanhe na escolha, tem muita coisa boa aqui.

Salute e kanimambo.

 

Endereços e Telefones para contato, encontre na seção  “ONDE COMPRAR”  

Bibliografia

               A César o que é de César! Conhecimento não cai do céu, vem de estudo, cursos, leitura e vivência o que, no caso do vinho, significa bastante litragem. Grande parte do pouco que sei, vem de alguns bons cursos e, especialmente, de muita leitura que começou há quase cinco anos atrás quando me iniciei mais seriamente no entendimento de nossa vinosfera. Apesar de sempre ter tido algum contato com o vinho, costumo dizer que existem três culpados por esta atração “repentina” que tive pelo doce néctar. Primeiramente a colocação de dois stents em uma das principais artérias do coração que me fez cortar destilados e cerveja, até em função do peso. Depois, porque meu amigo James Gorhan me deu de presente um livro que me cativou e despertou, ou melhor, atiçou meu interesse. Finalmente, pelo autor do livro que matou a pau, o livro simplesmente me cativou e encantou fazendo com que eu quisesse conhecer mais a fundo esse mundo maravilhoso desejando passar por todas aquelas experiências enófilas. O Autor? O mestre Saul Galvão!

               Todo esse lero-lero, só para vos dar uma dica sobre alguns livros que acho bem interessantes para quem está começando e não quer gastar muito. Num primeiro momento acho que há quatro livros que se encaixam bem nesta premissa:

  • Vinhos do Mundo Todo, Guia ilustrado Zahar, Jorge Zahar Editor Ltda.
  • Vinho, Guia fundamental para o apreciador moderno, Oz Clarke, Editora Marco Zero.
  • Tintos & Brancos do mestre Saul Galvão, editado pela Conex.
  • Os Segredos do Vinho, para iniciantes e iniciados, de José Osvaldo Amarante, editora Mescla

Depois, num segundo estágio, ou se quiser pule os estágios, opção sua, alguns livros mais completos repletos de informação mais detalhada.

  • Larousse do Vinho, uma obra de referência que ainda traz um bônus, o Guia de Vinhos de Manoel Beato um dos mais conceituados sommelieres Brasileiros.
  • A Bíblia do Vinho de Karen MacNeil publicado pela Ediouro Publicações. Muita informação, que está necessitando de uma atualização, mas realmente uma visão mais aprofundada e detalhada do mundo do vinho.

Numa terceira etapa, algumas preciosidades, caras, mas absolutamente geniais tanto pela qualidade de seus autores como pela qualidade das informações fornecidas.

  • Oxford Companion to Wine de Jancis Robinson, uma obra muito completa.
  • Atlas Mundial do Vinho, de Hugh Johnson e Jancis Robinson. Por sinal, a nova edição em Português, direitos comprados, se não me engano, pela Nova Fronteira, deve sair do forno agora em Setembro ou Outubro. Espero ansiosamente e já estou na fila. Tanto que já o coloquei na lista que anexarei à cartinha para Papai Noel, este ano!

Afora os livros, uma boa dose de informação se encontra gratuitamente na rede. Aqui do lado existem alguns links muito bons de gente que sabe do que fala e vivencia o mundo do vinho com grande intensidade. Tanto os livros como a rede, são também a minha fonte de informação, ajudando-me muitíssimo na elaboração de matérias e a dirimir dúvidas.  

Boa leitura e salute!

Região Vinícola do Vale do Loire

O Vale do Loire, melhor conhecido como o Vale dos Reis ou, ainda, o Jardim da França, tendo sido designado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, é uma região única repleta de castelos, cerca de mil, e paisagens deslumbrantes. É uma vasta região produtora de vinhos de cerca de 600kms ao longo do Rio Loire, o maior da França, em que os vinhos brancos exalam qualidade e excelência. São 185 mil hectares de vinhedos distribuídos, como na Borgonha, por um monte de pequenos produtores de estrutura familiar. Mas não é só de brancos que a região vive. Aqui se encontram, também, vinhos tintos, espumantes, vinhos doces, todos de muito boa qualidade. O Cremant de Loire é um espumante de grande aceitação na França, os tintos á base de Cabernet Franc, são joviais e frutados, num estilo meio Beaujolais, para serem tomados jovens e refrescados enquanto seus brancos são, efetivamente, excepcionais.

Assim como a região de Champagne, o Vale do Loire situa-se no limite de temperaturas baixas para produção de vinhos. Nos anos quentes, e variação de temperaturas (quente/frio), dá aos vinhos essa elegância e acidez cortante que tanto encanta os apreciadores. Nos anos demasiado frios, todavia, devido à falta de insolação, as uvas não amadurecem adequadamente e tendem a gerar vinhos magros e sem estrutura o que é uma grande preocupação para os produtores. Nesses anos, cresce exponencialmente, a produção de espumantes Cremant de Loire, que se beneficia dessas condições climáticas. O Cremant de Loire é elaborado pelo método tradicional, tendo a Chenin Blanc como protagonista e, como coadjuvantes, a Chardonnay e Cabernet Franc, eventualmente as uvas Gamay e Pinot, da região de Touraine e Anjou-Saumur. Uma bela, e bem mais econômica, opção aos caros Champagnes.

No total, são mais de 70 AOCs gerando vinhos dos mais diversos, mas mantendo um traço característico da região que é a boa acidez dos vinhos. A região divide-se em três ou quatro sub-regiões, dependendo do autor consultado. Eu adotei a teoria das quatro sub-regiões, Leste, Touraine, Anjou-Saumur e Paix Nantais ou Oeste por achá-la mais detalhada. Os que adotam três, na verdade, só juntam as regiões de Touraine e Anjou-Saumur em uma só.

 

 

 

Cada região produz um estilo de vinhos próprios em que uvas diferentes protagonizam produtos bem distintos, com características de envelhecimento muito peculiares. Para facilitar o entendimento, optei por colocar essas principais diferenças e informações numa tabela:

 

Sub-Região

Principais Apelações

Uvas e Estilo de Vinhos

Idade Ideal de Consumo e Características

Paix Nantais (Oeste ou Loire Atlantique)

Sévre-et-Maine, Cotes de Grand Lieu, Coteaux de la Loire.

Branco seco à base de Muscadet, não confundir com Moscatel que é doce. 

Vinhos alegres, fáceis de tomar,muitas vezes vinificados “Sur Lie”. Perfeito com frutos do mar. Para tomar jovem até dois, máximo três anos.

Touraine

Bourgueil

Tintos de Cabernet Franc eventualmente com corte de Cabernet Sauvignon.

Vinhos para serem tomados jovens, com até dois anos de idade, eventualmente três.

Chinon

Tinsos elaborados, quase que exclusivamente, com Cabernet Franc.

Dos melhores tintos da região para serem tomados entre 3 a 5 anos e, os melhores, podem envelhecer por até 10 anos.

Vouvray

Chenin Blanc, vinhos brancos secos, demi-sec e doces.

De 5 a 6 anos os mais simples e, os melhores, até 20 anos.

Anjou-Saumur

Coteaux du Layon, Bennezaux e Quarts de Chaume

Chenin Blanc, básicamente vinhos brancos doces.

Podem ser tomados jovens, mas crescem em complexidade após cinco ou seis anos podendo durar décadas. Divinos vinhos de grande qualidade e excelente relação acidez x doçura.

Savenniéres

Chenin Blanc, vinhos brancos secos, austeros, de grande frescor e complexidade.

Vinhos que necessitam de 2 a 3 anos para começar a mostrar todo o seu potencial e qualidades. Guarda por volta de 10 anos, mais nos grandes vinhos.

Rosé d’Anjou

Vinhos Rosés elaborados principalmente com Grolleau e cortes com Cabernet Franc e Gamay.

Vinhos rosados, normalmente fracos, ralos e ligeiros para serem tomados em 1 ou 2 anos de engarrafado.

Centro (ou Leste)

Sancerre

Sauvignon Blanc

Vinhos francos e diretos, muito frutados e perfumados. Para ser tomado jovem, até 2 anos, eventualmente 3, do engarrafamento.

Pouilly-Fumée

Sauvignon Blanc

Vinhos delicados de grande intensidade aromática, acidez e mineralidade. Bastante complexo na boca. Melhor se tomado entre 1 a 3 anos da safra.

Falando de Vinhos  07/2008

 

Em sendo as safras um importante fator na qualidade dos vinhos da região, como na Borgonha, achei que seria interessante listar as grandes safras a serem procuradas. Excepcionais foram as de 1996, 2002 e 2005, mas a natureza tem  sido bastante pródiga e as safras de 1994, 1995, 1997, 2000, 2001, 2003 e 2004 também foram boas. Se forem vinhos de bons produtores, então não tem erro, aproveite e delicie-se. Como exemplo, cito a diferença de preço e pontuação do Quarts de Chaume de Baumard na Mistral. A safra de 2000 com 93 pontos na Wine Spectator está por cerca de R$147,00 enquanto a de 2005 com 98 pontos está por R$230,00 e o de 2006 por R$260,00. De resto, só me resta recomendar aos amigos a navegação e garimpo por vinhos brancos desta região. São, efetivamente, vinhos de grande qualidade e sedutores que merecem ser conhecidos. Eu me encantei pelo frescor e mineralidade destes vinhos assim como por sua complexidade e intensidade aromática.

Salute e kanimambo.

Mais uma da Família Zuccardi!

                Adoro coisas diferentes e criativas e a Família Zuccardi está sempo buscando inovar. Para quem não conhece, a Família Zuccardi é uma vinícola de primeira em Mendoza (desde 1963) que faz, entre outros, o Zuccardi Zeta, um vinhaço, toda a linha Santa Julia , Zuccardi Q Tempranillo, Malamado e Zuccardi Serie A (importação Expand) sobre os quais já tenho falado no blog. Agora inventaram um programa turístico diferenciado e muito bem bolado, o Classic Wine Tour. Você reserva um carro antigo escolhendo entre um Baquet Ford A 1928, Triumph Spitfire 1969 (esse era meu xodó na adolescência), um De Soto 1928 ou ainda; Plymouth Coupé 1941, For Fordor 1940, Ford Convertible 1941, Baquet Studebaker 1932, Austin 1947, entre outros.

 

        

              O Carro, dirigido por seu proprietário e colecionador, vai-te buscar no hotel e te leva, por 40 quilômetros, até Maipu onde estão os vinhedos da Zuccardi. Lá chegando, o passeio segue por entre os vinhedos, com paradas para degustar os vinhos de cada das parcelas visitadas e ouvir as explicações dadas pelo sommelier que estará acompanhando a visita. Terminado o passeio, os visitantes são convidados a visitar a Bodega, passam por uma degustação dos gostosos azeites que eles produzem e finalizam brindando com uma taça, ou duas, de Santa Julia Extra Brut o novo lançamento da Zuccardi.

         Vai estar por lá? Então não deixe de participar deste passeio genial que se dá somente às Sextas na parte da tarde, reservando através do telefone (0054.261) 441-0000 ou por e-mail reservas@familiazuccardi.com ou, ainda, através do site www.familiazuccardi.com. Caso queira fazer o passeio em qualquer outro dia, a reserva necessitará ser feita com um mínimo de 2 semanas de antecedência. Nessa eu também quero ir e, ou de Triumph ou de Ford Convertible!

Salute e kanimambo.

Vertical de “Lote 43” na Miolo!

A Miolo Wine Group preparou uma surpresa para os seus clientes, uma caixa de seis vinhos formando um kit de seu vinho mais especial, o Miolo Lote 43. É um vertical de safras reconhecidamente excepcionais, dentre elas; 1999 e 2005. 

Kit Lote 43 Safras Exclusivas:
01 Miolo Lote 43 – Safra 1999  +  02 Miolo Lote 43 – Safra 2002 
+ 02 Miolo Lote 43 – Safra 2004 + 01 Miolo Lote 43 – Safra 2005

O Preço é de R$409,00 e a oferta é válida somente até HOJE!  Para comprar, só discando para a central de atendimento, 0800 970 4165. Se eu pudesse ($), esta seria uma compra que eu não perderia! Para apreciadores e colecionadores, uma oportunidade única.

França – Bourgogne, Loire e Cotes-du-Rhône. Vinhos que Tomei e Recomendo – III

Cheguei ao final de meus posts sobre os vinhos que tomei e aprovei nesta minha viagem pelos vinhos da França. Foram dois meses de muito prazer, algumas desilusões, uma ou outra frustração e diversos ótimos achados. Nas regiões da Borgonha, Loire e Rhône, como aconteceu quando falei sobre Bordeaux e Languedoc, a faixa de R$50 a 80,00 é tão fértil, que sobra pouco espaço e disponibilidade financeira para viajar além. Os próprios parceiros trabalham mais esta faixa, então fica mais difícil provar vinhos de maior envergadura, chamemos assim. Todavia, alguma coisa provei e muitos são verdadeiros néctares, alguns imperdíveis. Para finalizar estes posts, dividi este em duas partes; a da faixa de R$80 a 120,00 e uma outra com valores acima disto. Vamos lá, falemos dos vinhos!

De R$80 a 120,00 alguns vinhos de tirar o chapéu a começar pelo Loire com três magníficos e exuberantes vinhos, um ótimo vinho do Rhône e dois da Borgonha;

LoireMademoiselle T 06 Pouilly-Fumée* (Decanter), nenhum outro Sauvignon Blanc terá a mínima graça depois de provar este vinho. Daqueles vinhos que uma pessoa não sabe se funga ou se bebe! Uma paleta aromática de grande intensidade e complexidade, absolutamente sedutora que nos faz abrir um enorme sorriso. Na boca é de um enorme frescor, intenso, frutos cítricos, uma boa dose de mineralidade em perfeita harmonia e elegância. Um vinho inesquecível e apaixonante. Ainda nesta linha, um delicioso Acquarelle Pouilly-Fumée 06 de Pascal Jolivet ( Mistral) muito suave, sem a mesma pujança que o anterior, mas apresentando uma delicadeza muito especial com um final de boca longo e prazeroso. Com a uva Chenin Blanc, um exuberante vinho produzido por uma das principais e prestigiadas vinícolas da região, a Hüet, É o Vouvray Séc Le Haut Lieu 2005* (Mistral), um grande vinho de um nariz estupendo em que sobressaem frutas brancas tipo maça verde e pêra, ótima acidez, cheio na boca, seco no ponto certo, um vinho extremamente saboroso, de grande qualidade e persistência que certamente elevará qualquer refeição à quase perfeição. Dizem que cresce com mais uns cinco ou dez anos na garrafa, será? As minhas, quando as tiver, não agüentarão tanto tempo, pois não tenho tanta força de vontade assim!

Cotes-du-Rhône – Não tomei muitos nesta faixa de preços e, um em especial me cativou e me encantou, Rasteau Village 05 de Domaine la Soumade 05* (Zahil), um corte de 80% Grenache com 10% cada Syrah e Mourvédre que resulta num belíssimo vinho com um nariz não muito intenso. É daqueles vinhos que cresce assustadoramente na boca com forte presença da uva Grenache que lhe traz intensa fruta vermelha, boa acidez, taninos finos e elegantes, denso, de corpo médio com um longo e suculento final de boca com leves toques de especiarias. Beleza de vinho que, certamente melhorará ainda mais com um ou dois anos de garrafa.

Borgonha – Afora os tintos, finalmente o meu primeiro Chablis um dos meus vinhos brancos preferidos. Lamentavelmente, por seus preços serem bastante caros, provei poucos dos que há disponíveis no mercado. Quando viajava, mais assiduamente, internacionalmente, volta e meia encontrava algumas boas oportunidades e comprava umas duas ou três garrafas, porém, a maioria, não estão disponíveis no mercado. Vi diversas opções mais baratas em catálogos, mas este Chablis 1er Cru Montmains do Domaine Race 05 (Nova Fazendinha-RJ) foi um verdadeiro achado. Muito bom, ótima cremosidade, acidez adequada, médio corpo, na boca é complexo, de boa estrutura e muito saboroso. Para ser exuberante falta-lhe, em minha opinião, aquela mineralidade presente nos grandes vinhos desta região, Agora, pelo preço, em torno de uns R$80,00 no Rio de Janeiro, é imbatível. Dos tintos, um excelente, talvez o melhor de todos os Borgonhas genéricos que tive a oportunidade de provar, o Bourgogne Pinot Noir 05 de Olivier Leflaive* (Wine Premium) produzido na região de Cotes de Beaune. Faz lembrar alguns Villages, parece um vinho mais evoluído, com uma linda cor ruby, brilhante e límpida como só um Pinot de qualidade possui. Um nariz muito elegante, aliás como tudo neste vinho, em que se destaca uma fruta vermelha (Ameixa?) fresca e leves toques florais. Na boca é de médio corpo, sedutor, taninos finos e aveludados, um vinho realmente encantador e de boa persistência.

 

 

Acima de R$120,00 o céu é o limite o que, na Borgonha, nos leva a preços realmente estratosféricos. Mas também não exageremos, há muitos rótulos deliciosos e exuberantes entre todos aqueles que já apresentei nestes posts de Tomei e Recomendo na França. Não reconhecer, todavia, que esses são grandes vinhos e verdadeiros néctares é impossível, pois seria negar o óbvio. Quanto maior for o preço, melhor o vinho, certo? Bem, deveria ser sim, aliás, se espera isso de um vinho de alto preço, mas não necessariamente. Nestas degustações que tive, provando vinhos da França, provei vinhos bastante caros que, na minha humilde opinião, eram bem aquém do esperado, inclusive de vinhos bem mais em conta. Os que aqui listo, foram os que mais se destacaram e que acho, havendo caixa, são imperdíveis e vinhos inesquecíveis. Nestes casos, pela simples questão de que, tivesse eu essa capacidade financeira, os poderia tomar sempre, não há preferidos e não há asteriscos. Como não são muitos, não os dividirei por região e darei idéias de preços, vamos lá.

Dois brancos excepcionais, um da Borgonha e outro do Loire. Aligoté de Bouzeron 05 do Domaine Aubert et Pamela Villaine (Expand) um projeto biodinâmico da mesma família que controla o famoso Domaine de Romanée-Conti. Um vinho realmente excepcional e surpreendente para uma cepa que não é das mais conceituadas. Este 2005 tem uma tendência de maior cremosidade, enquanto o 2006  puxa mais para um frescor, algo mais jovial e “irrequieto”, se é que um vinho pode ter esse perfil. Em qualquer um dos dois, uma elegância impar, extremamente complexos, muito aromáticos e de grande harmonia com um toque mineral absolutamente cativante que ajuda a arredondar a acidez bem acentuada. Um belo vinho por um preço condizente com o que é oferecido, R$138,00. O vinho do Loire é um dos melhores vinhos que já tive a oportunidade de provar e, certamente fará parte de minha adega muito em breve. Quarts de Chaume de Domaine Baumard (Mistral), um vinho de reflexão, uma verdadeiro elixir dos Deuses, sob o qual já tive o prazer de escrever e descrever a enxurrada de emoções e sensações que me causou. Propositalmente não mencionei a safra, porque pouca diferença deve fazer já que todas as avaliações lhe dão 90 pontos ou mais. Eu não sigo muito esse negócio de notas, mas elas ajudam a nos mostrar tendências, o que ocorre neste caso. O preço varia de algo ao redor de R$150,00 para o de safra 2000, até R$260,00 para o da safra 2006 que, dizem, está excepcional e levou 98 pontos da Wine Spectator enquanto o da safra 2000 teve “somente míseros” 90 pontos!. Eu provei o de safra 2003 e até agora não me recuperei, uma incrível experiência. Este é para quem não gosta de vinhos doces, para aniquilar com seu preconceito, e para o deleite daqueles que gostam.

            Três Borgonhas de grande qualidade, dois dos quais do mesmo produtor, Philippe Bouchard. Primeiramente o excepcional  Savigny-lès-Beaune, 1er Cru Clos de Guettes 03 (Vinea Store) que é difícil de descrever. Tentei fazê-lo em um post específico, não sei se consegui, mas resumindo em poucas palavras é mais um daqueles vinhos que você não sabe se ”funga” ou toma e, na boca, é a personificação da elegância, um maravilhoso e inebriante néctar, sonho de qualquer enófilo. Por R$276,00, é um achado perto de outros que há por aí. Não é para todos, mas para quem pode pagar esse preço por um vinho e tem uma queda por vinhos sedutores, a escolha é esta! O primo mais novo deste vinho, é o Hautes Cotes-de-Nuits 05 (Vinea Store) que provei na Expovinis e, mesmo com já diversas provas nas costas nesse dia, fui surpreendido por este vinho, também produzido por Philippe Bouchard, e mais uma vez me senti “fisgado”. Não tem a mesma intensidade aromática e complexidade do Savigny, mas é um vinho que ainda te seduz pelo nariz. Depois, na boca, só vem confirmar as promessas olfativas resultando num vinho muito equilibrado, de taninos finos e boa acidez, num conjunto muito redondo e saborosíssimo final de boca de longa persistência. Um vinho encantador e muito, mas muito agradável por um preço que, acho, já dá para aprontar uma estripulia, R$133,00. Um outro grande vinho que tive o privilégio de degustar, foi o Nuits Saint Georges 05 de Corton-André (Fasano), um vinho de grande sutileza, suave mas repleto de sabor e aromas complexos. Grande harmonia, taninos elegantes e aveludados, vinho que encanta e seduz, mas o preço é bem salgado, R$539,00.

            É isso meus amigos, daquilo que provei, o que listei foram os vinhos que mais me encantaram e me despertaram sensações muito prazerosas. Acho que é para isso que o vinho existe, para nos dar prazer e, com maior ou menor intensidade, foi isto que senti ao degustar estes vinhos. Salute, bom proveito e, ao longo da próxima semana falaremos um pouco sobre a região do Loire e do Cotes-du-Rhône, haverão posts com as Boas Compras que nossos parceiros destacarão e sempre alguma coisinha mais. Nos vemos por aqui.

Salute e kanimambo.

 

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Slow Food na SBAV

No próximo dia 22 de julho, Terça-feira, a SBAV (Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho) São Paulo, realiza um imperdível jantar de harmonização Slow Food conduzido por Cenia Salles, líder do Convivium São Paulo e por Edecio Armbruster, diretor sócio-cultural da SBAV-SP e membro do movimento.

 

Criado em 1989 pelo jornalista italiano Carlo Petrini em Bra, Itália, o Slow Food promove em todo o mundo o incentivo ao prazer e a alimentação com consciência e responsabilidade. A associação também defende a biodiversidade na cadeia de distribuição alimentar, difunde a educação do gosto e aproxima os produtores de consumidores de alimentos especiais através de eventos e iniciativas, como o jantar organizado na SBAV-SP.

 

Seguindo a filosofia do movimento, o menu será especialmente preparado com produtos orgânicos pelo chef Newton Figueiredo e harmonizado com vinhos biodinâmicos e orgânicos, escolhidos e comentados por Edecio Armbruster. Cenia Salles também apresentará, durante o evento, os princípios do Slow Food. Confira a relação dos rótulos que serão degustados:

 

·                 Avondale Sauvignon Blanc 2006 – África do Sul

·                 Iphöfer Kronsberg Silvaner Kabinett trocken 2005 – Francônia, Alemanha

·                 Crozes-Hermitage Les Meysonniers 2006 – Rhône, França

·                 Ijalba Múrice Crianza 2003 – Rioja, Espanha

·                 Wachenheimer Rechbächel Riesling Auslese – Palatinado, Alemanha

 

O evento começa às 20 horas e o valor para participar é de R$ 100,00 para não-sócios e R$ 70,00 para sócios e imprensa. A SBAV-SP fica na Alameda Gabriel  Monteiro  da  Silva,  2586, em São Paulo. Inscrições para a degustação e outras informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3814-7905, com Nelson, ou pelo site www.sbav-sp.com.br.  

 

A Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho, primeira sociedade enológica brasileira, foi fundada em São Paulo há 28 anos, com o intuito de reunir apreciadores da bebida para degustações, troca de conhecimentos e difusão do mundo do vinho.

 

Salute e Bom Proveito!

Boas Oportunidades

              Como sempre, tento compartilhar com os amigos leitores algumas boas oportunidades encontradas no mercado. Como tenho uma rede de amigos do vinho, a eles dou preferência sempre que possível. Eis alguns achados e oportunidades a serem exploradas:

 

Expand – Das promoções que eles publicaram em seu jornal mensal “Expand News” alguns rótulos são destaque.

            Quinta das Tecedeiras LBV 2001, o qual já comentei em post recente sobre LBVs de bom preço, que se já era uma grande compra por R$59,00, agora está por R$55,00!

            Vale da Clara 2005. Provei-o em uma degustação recente não tendo tido a chance de o comentar até agora. Aproveitando que ele está em promoção, permitan-me dar-lhes minha opinião. Primeiramente que é produzido por uma das boas casas vinícolas da região do Douro, a Quinta de la Rosa. Segundo que a safra de 2005 foi muito boa na região e este vinho se valeu muito dessas condições. De boa estrutura, é suave, madeira bem equacionada, simples sem grandes aspirações, porém muito correto e saboroso. Bem equilibrado, taninos finos e boa acidez o que lhe confere um frescor muito agradável ao palato. Um vinho redondo que já era muito bom e surpreendente por R$38,00, está  agora por R$33,00 o que é uma baba e uma oportunidade imperdível!

            Quinta do Encontro Bairrada Colheita Selecionada 2004. Eu tomei o 2001 que foi um vinho que me agradou bastante tendo, há época, me surpreendido por seu equilíbrio, boa concentração e maciez. Outro que está por um preço imperdível, de R$35,00 está por R$29,90.

            Le Canon du Marechal Syrah/Merlot 2006. Um vinho que recomendei em Junho. Produtor biodinâmico da região do Languedoc, na França, produzindo este rótulo muito saboroso e aveludado. De R$48,00 por R$43,00.

Veja a loja mais próxima de você acessamdo, www.expand.com.br.

 

Zahil – Está com esta boa promoção abaixo. O que eu conheço, e que recomendo como uma bela opção é o Vila Régia Douro 05. Nessa de pagar duas e levar três, cada garrafa acaba saindo por cerca de R$20,00! O que já era bom, tendo sido recomendado por mim quando falei dos vinhos Portugueses, fica uma imperdível pechincha por esse preço.

 

 

Kylix – O amigo Simon negociou belos preços com o importador e repassou esse benefício para seus clientes. São vinhos Chilenos, tendo o Cabernet Sauvignon Reserva me deixado muito curioso. Acho que vou fazer uma visita ao Simon. 

 

França – Bourgogne, Loire e Cotes-du-Rhône. Vinhos que Tomei e Recomendo – II

 

 

              Bem, depois de um inicio tímido nas faixas mais baixas de preços, apesar de alguns belos vinhos, verdadeiros achados, chegamos naquela faixa em que a busca já encontra um numero maior de opções e, normalmente, damos um pulo de qualidade. A partir da faixa de preços de R$65,00, já começamos a encontrar algumas boas opções de Borgonhas, num emaranhado de rótulos. Neste caso são os genéricos, mas não por isso menos bons. Na lista abaixo, alguns belos vinhos também do Loire que insisto que provem, são vinhos brancos diferenciados e intensos, pois mudam a nossa forma de ver este estilo de vinhos. Finalmente, os vinhos das Cotes-du-Rhône com sua enorme diversidade de estilos e produtos com ótima relação Qualidade x Preço x Satisfação.

Nesta faxia de R$50 a 80,00, provei alguns vinhos de muito boa qualidade que posso recomendar com uma certa tranqüilidade. Marquei com um asterisco, aqueles que mais me encantaram e se tornaram objeto de desejo.

               Loire – O Jardim da França e o berço de deliciosos vinhos brancos. Os bons tintos são elaborados à base de Cabernet Franc, mas não tive a oportunidade de provar nenhum. Mesmo dos brancos, não foram muitos, mas foram muito bons! Nesta faixa de preços consegui listar três vinhos com três estilos diferentes. Primeiramente, um vinho surpreendente e “Três Délicieux”, o Cheverny Le Vieux Clos 06* (Decanter) um saborosíssimo corte de Sauvignon Blanc com um tempero de 15% de Chardonnay, que faz toda a diferença. Médio corpo, harmônico, complexidade de aromas e na boca é uma cativante “mistura” de sabores e sensações com o frescor da Sauvignon Blanc e a cremosidade e riqueza do Chardonnay, belo e encantador vinho. Um puro Sauvignon Blanc 05 de Domaine Fournier Pére et Fils* (Expand) de ótima acidez, paleta aromática de boa intensidade com nuances florais, elegante com um saboroso final de boca. Mudando radicalmente, um Coteaux du Layon Carte D’Or 04 de Domaine Baumard* (Mistral) o papa dos vinhos doces da região. Elaborado com Chenin Blanc, é um vinho encantador e sensual. O correto equilíbrio da doçura com a acidez, forma um conjunto muito fácil de beber, é suave convidando á próxima taça e, se não se prestar atenção, vai uma garrafa, fácil, fácil! Não tem a intensidade de seu irmão maior (Quarts de Chaume), mas é um achado pelo preço.

 

 

 

 
 
 

 

                BorgonhaExistem uma série de Pinot Noirs básicos, ou genéricos, no mercado. Aqueles que conhecemos como Bourgogne Rouge ou Bourgonge Pinot Noir. Entre os muitos rótulos desta faixa de preço no mercado, talvez o que mais me tenha encantado, seguido de perto de mais uns dois, tenha sido o Bourgogne Rouge de Bouchard Pére et Fils* (Grand Cru Granja Viana) que apresentou maior tipicidade, boa intensidade de aromas e sabores, é elegante, suave e complexo formando um conjunto muito agradável de tomar. Perto deles, realmente perto, mais dois rótulos que me fizeram sorrir bastante, o Albert Bichot Vieilles Vignes 05* (Expand) mostrando boa fruta madura no nariz, com nuances florais, harmônico e saboroso final de boca com taninos aveludados e o Joseph Drouhin Bourgogne Rouge 05* (Mistral) que apresenta bastante frescor, maciez e nuances florais ao nariz. Fora esses Bourgogne Rouge de muita qualidade, me deliciei com alguns outros vinhos bastante interessantes como; Mercurey Croix Jaquelet Rouge 05 (Mistral) da Domaine Faiveley na Cote Chalonnaise, um vinho de características mais fechadas, mas de grande equilíbrio e muito rico na boca, o Hautes Cotes de Baune Clos de la Perriere 05* (Nova Fazendinha – RJ) uma verdadeiro achado, pleno de frescor, complexidade e longo final de boca e o Louis Jadot Convent des Jacobins Rouge 04 (Mistral), nariz intenso com frutas vermelhas, leve para corpo médio, bem equilibrado e final de média persistência.  Para finalizar os tintos, o surpreendente e delicioso Morgon Domaine La Beche 05* (Nova Fazendinha – RJ) de Olivier Depardon um 100% Gamay que é para arrebentar com todos os possíveis preconceitos para com essa uva. Como todo o vinho elaborado à base de gamay, este tem um nariz muito frutado e de enorme frescor, mas tem muito mais; tem boa estrutura, acidez, taninos finos e macios e um saboroso final de boca. Nos brancos, difícil encontrar vinhos desta região nesta faixa de preços, mas consegui! Um vinho de boa mineralidade e leve floral num conjunto bem balanceado e bastante agradável é o Albert Bichot Chardonnay Vieilles Vignes (Expand) que tomei há uns três anos. No evento Mistral, tive a oportunidade de provar um Convent des Jacobins Branco 06 de Louis Jadot e, apesar de ter perdido minhas notas, me lembro que foi um vinho que me agradou bastante, apresentando boa cremosidade e boa intensidade olfativa de aromas cítricos, que foi o que mais me marcou.

               Cotes-du-Rhône – Algumas belezinhas que valem muito a a pena. Entre eles, dois em especial me chamaram muito a atenção. Começando pelo Cotes-du-Rhône Village 04 do Domaine de la Renjarde* (Nova Fazendinha – RJ) um corte de Grenache (maior parte) com Syrah, Carignan, Cinsault e Mourvédre que é um vinho encantador e cativante de bom nariz que aponta para frutas vermelhas frescas, na boca é redondo, macio com taninos finos muito bem equacionados, persistência média, saboroso, um vinho que dá muito prazer de tomar e agrada fácil. Um pouco mais sério, denso e cheio na boca o Cotes du Rhone Rouge 04 de E. Guigal (Expand) um conceituado produtor da região que elabora este vinho com um corte de Syrah e Grenache. O 2004 é a safra que está disponível, mas eu realmente provei o 2003 na casa de um amigo há cerca de um ano. Aquele estava muito bom, médio corpo para encorpado, mas com muita elegância, taninos finos e aveludados com boa acidez e longo final de boca com um retrogosto de especiarias. Dizem que o 2004 está um pouco mais tânico, encorpado e firme, mas igualmente bom. O divino Saint Joseph Deschants Rouge 04* (Mistral) de M. Chapoutier, produtor biodinâmico, é um vinho de boa complexidade que surpreende (o 05 está mais caro). Nariz complexo que apresenta nuances florais. Na boca é delicioso, denso, boa estrutura, muito harmônico, enchendo a boca de prazer com um longo final de boca em que aparecem as especiarias típicas da casta Syrah e uma certa mineralidade. Mais fácil, mas igualmente saboroso é o Cotes-du-Rhône de Philippe Bouchard 06* (Vinea Store), pronto e muito agradável de tomar. Um corte elaborado com Grenache, Syrah e Cinsault, que exala aromas de frutas vermelhas, na boca se mostra carnoso, médio corpo, taninos presentes bem equacionados mostrando que pode melhorar na garrafa apesar de já estar pronto para beber. O final é longo, muito saboroso, levemente apimentado.

 

 

               Como sempre digo, esta faixa de preços tem uma vastidão de rótulos de grande qualidade e é onde se encontram os melhores custo x beneficio do mercado, independentemente de origem. Na França, não é diferente! Na Sexta-feira listo alguns néctares que se situam em faixas de preço acima de R$80,00. Não são muitos, mas para que tenha a disponibilidade financeira, asseguro que são vinhos de grande qualidade, alguns inesquecíveis. Até lá, salute e kanimambo.

 

  

 

Endereços e Telefones para contato, encontre na seção  “ONDE COMPRAR”  

 

 

 
 

 

Consumidor Procura,……..

          Olá, muito prazer, permitam que me apresente. Meu nome é consumidor e busco um relacionamento de longo prazo em que encontre respeito, preço justo, satisfação e bons tratos! Quanto melhor cuidarem de mim, maior será a minha fidelidade! Alguém se habilita?

          Entro no ambiente e me deparo com uma moça bonita, por volta de uns 30 anos, mais ou menos dois, cerca de 1,70m e uns 60 e poucos quilos. Morena, olhos verdes (ou serão lentes?), “derrier” arrebitado e seios fartos com decote no umbigo. No recinto, diversas outras moças mais ou menos no mesmo estilo, mas tinha de tudo; ruivas, loiras, até uma oriental. Ao fundo diversos homens, meio barrigudos, longe do visual caprichado das meninas. Onde estou? Não, não é onde você está pensando, até porque sou um homem sério. Mesmo! Estou numa revenda de veículos, autorizada X, a marca é irrelevante. Apesar da descrição um pouco caricata, que me aconteceu realmente há alguns meses, é incrível como as armas e os conceitos comerciais continuam iguais, com muito pouca evolução, quando há. O mundo e as relações de consumo mudaram assustadoramente nos ultimos 10 anos, mas a área comercial segue padecendo das mesmas ultrapassadas técnicas. O pior é que, em plenos 34 graus, a moça me surpreende valorizando o fato de que o carro já vem com ar quente!! Pior ainda, que com isso mais; acendedor, break-light e retrovisor do lado direito, eles estavam agregando valor ao carro (?!!). O fato de o carro custar R$ 45.000 e sequer ter um som, qualquer um, não era fator preponderante em seu conceito de agregar valor. Bonitinha, mas ………..enfim, erro dela ou de quem a contratou e treinou?

         Poderia dar mais uma meia-dúzia de exemplos semelhantes no sentido de demonstrar como a área comercial tem investido pouco no treinamento e atualização de seu corpo de profissionais. Incrível, também, como se segue tratando clientes como se idiotas fossem. Agora, você me pergunta o que isso tem a ver com o vinho?! Tudo, porque esta mesma forma de pensar é, em grande parte, o que evidenciamos quando entramos em lojas e mercados espalhados por aí afora. A falta de preparo, tanto em como lidar com o vinho, quanto com o negócio e, especialmente, em como lidar com o cliente é ritual bem mais costumeiro do que seria recomendável. Não basta meninas, ou meninos bonitos, engajados e auto-intitulados “sommeliers”! Há que se conhecer o produto e, realmente, se colocar no outro lado do balcão para compreender o cliente, suas necessidades, suas capacidades e desejos.

            Há algum tempo, conversando com uma importadora, lhes perguntei se tinham alguma promoção ou oferta especial que gostariam que eu publicasse no blog. A resposta que recebi é de que eles não estavam dando descontos ou fazendo promoções já que estavam num processo de agregar valor aos seus rótulos (?!). Difícil de entender essa concepção de criação de mais valia num produto, até porque preço é uma coisa e valor é outra. Afora o essencial aspecto qualidade, que é imperativo, agregar valor requer; treinamento e investimento no sentido de criar junto ao cliente a efetiva percepção de valor. Isto é que é realmente agregar valor a seu produto e à sua venda, não o fato de vender mais caro, mais barato ou se recusar a dar um desconto e evitar uma promoção. 

Quando consigo encontrar a justa contrapartida; qualidade do produto, atendimento e serviço, ao preço pago, aí sim, adquiro uma real percepção de valor. Valor agregado é decorrência de ações tomadas que culminem nessa percepção por parte de todos nós consumidores, o resto, bem, o resto, em minha opinião, é pura balela, o famoso papo para boi dormir! Quem consegue se posicionar do outro lado do balcão ou, melhor ainda, logra eliminá-lo do relacionamento, certamente se dará bem pois terá visão do que o consumidor realmente quer e espera. A soberba que ainda assola o mundo do vinho, apesar de alguma tendência de reversão, começa na maioria das vezes no atendimento na loja/importadora.

Lembrando, o pequeno cliente de hoje pode ser o grande comprador de amanhã! Vai judiar?

Salute e Kanimambo