dezembro 2014

Chile Annual Wine Awards – Estes Eu Provei!

CAM01256Estes eu provei e gostei! Como disse ontem, enquanto o pessoal discursava e divulgava os ganhadores, nós comíamos e sorvíamos alguns dos medalhistas deste concurso. Alguns desses rótulos chegaram a ser indicados entre os três classificados para a final dos troféus, só belezuras! rs As fotos ficaram horríveis, mas…… Eis um curto resumo dos que mais se destacaram na minha taça.

Coyan – sempre um porto seguro. Muito rico e equilibrado, guloso e ainda por cima ôrganico o que é um plus.

Tralca – da Bisquertt é um corte de Cabernet Sauvignon, Carmenére e Syrah, tendo estado entre os três finalistas na categoria Premium Red. Um vinho marcante com ótima entrada de boca, boa estrutura e volume de boca. Um belo vinho para tomar agora e guardar por mais uns anos.

Cousino Macul Finis Terrae tinto – é a segunda vez que o provo e a segunda vez que me delicio com ele. Entre os finalistas na categoria Blends Tintos, é um vinho muito elegante e fino, um corte de Cabernet Sauvignon e Merlot de dar água na boca. Desta feita também conheci o branco, um corte de Chardonnay, Riesling e Vignier muito bem balanceado e apetitoso que recomendo. Essas garrafas eu teria em minha adega fácil, dependendo do preço obviamente!

Millaman Reserve Zinfandel – uma grata surpresa com uma uva pouco comum fora dos Estados Unidos e Austrália. Muito agradável, com um toque mais chileno e final menos doce, uma garrafa para curtir e surpreender os amigos.

Odfjell Winemaker’s Travesy – gosto deste produtor e este blend foi desenvolvido com duas uvas que, em minha opinião, geram dois de seus melhores varietais; a Malbec e a Carignan que aqui ainda levou uma parte de Syrah. Concentrado, intenso e untuoso, belo vinho!

Casa Lapostolle Borobo – bem, para mim a grande surpresa. Tenho algum preconceito, confesso, para com este produtor pois sempre achei seus vinhos algo exagerados. Super extração, alto teor alcoólico, nunca fizeram minha cabeça com excecão do Cuvée Alexandre Merlot que reputo com um dos melhores do Chile junto com o Marques de Casa Concha. O Borobo é o oposto do conceito que eu tinha e tudo a ver com os vinhos que mais curto, daqueles que você não sabe se funga ou se bebe e, na dúvida, faz os dois com enorme prazer. Absolutamente sedutor, uma obra prima que me encantou e do qual sorvi vários goles recomendando a todos. Complexo blend de Cabernet Sauvignon, Carmenére, Syrah, Pinot Noir e Merlot extremamente elegante e fino sem perder a estrutura, meio de boca cativante, taninos aveludados, final longo, guloso, um vinho para curtir com calma como numa boa relação amorosa, nada de pressa! Gamei, ainda bem que é só vinho!!! Como não chegou na final de Premium Reds não sei, mas eu o indicaria com toda a certeza!

WC Clipboard gold medalists tasted

Bem gente, por hoje chega de “charla”. Ótima experiência essa promovida pela Wines of Chile e um privilégio ter podido estar presente nesse evento. Agora preciso arrumar tempo para finalizar minha reportagem sobre minha viagem à argentina em Outubro!! Aproveitando, não vai vir comigo no Tour Loucos por Vinho, olha que vai perder “big time”, heim?!  Salute, kanimambo e um ótimo fim de semana para todos!

Annual Wines of Chile Awards 2014

Na 12º Edição e pela primeira vez realizado fora do Chile. Foram mais de 630 amostras provadas por 12 jurados brasileiros em três dias. Trabalho árduo que produziu 15 ganhadores de troféus (melhores de sua categoria) divulgados numa noite de gala no hotel Renaissance e muito bem gestionada pela equipe da CH2A Comunicação, uma das melhores assessorias de nossa vinosfera tupinquim. São os melhores vinhos chilenos deste evento para uma banca de degustadores especifica, gosto de ressaltar isso sempre quando se trata de concursos, então sempre haverão outros rótulos de igual ou maior importância que lhe farão sorrir! São sim destaques da vitivinicultura chilena sendo uma amostra importante do que de melhor se faz por aquelas terras.

Afora esses rótulos ganhadores dos troféus do evento, 88 vinhos obtiveram medalha de ouro (vinhos com pontuação média entre 91 a 100 pontos) e 272 medalhas de prata (vinhos entre 87 a 90 pontos) sendo que alguns deles provamos no jantar com alguns destaques pessoais que mencionarei ao final deste post. Primeiro vou postar as fotos dos finalistas de cada categoria e mencionar os vencedores apontados pelo jurí numa degustação às cegas. Alguns eu já tinha provado há tempos e escolhido para o portfolio da Vino & Sapore (marcados com asteriso), então fiquei feliz! Vamos lá:

Espumantes Indicados – Ganhador Morandé Brut Nature

WC awards Espumantes

Sauvignon Blanc. Indicados – Ganhador Sta. Carolina Ocean Side 2014

WC awards SB

Chardonnays Indicados (William Févre Espino Grand Cuvée há tempos no portfolio) – Ganhador Tarapacá Gran Reserva 2013

WC awards chardonnay

Outros Brancos. Indicados – Ganhador Leyda Neblina Riesling 2011

Chile Wine Awards 2014 - outros brancos

Late Harvest. Indicados – Ganhador Erasmo Late Harvest Torontel 2009

WC awards Late harvest

Rosés. Indicados – Ganhador Gallardia de Cinsault* 2014

WC awards rosé

Pinot Noir. Indicados – Ganhador Falernia Pinot Noir 2013

WC awards pinot

Carmenére. Indicados – Ganhador Falernia Pedriscal Gran Reserva Single Vineyard 2013

WC awards carmenére

Syrah. Indicados – Ganhador Casas del Bosque Gran Reserva Syrah 2012

Chile Wine Awards 2014 - syrah

Cabernet Sauvignon. Indicados – Ganhador Casa Silva* Grand Terroir de los Andes “Los Lingues” 2012

WC awards CS

Blends. Indicados – Ganhador Casa Silva 5 Cepas* 2013

WC awards Blend

Outras Uvas Tintas. Indicados – Ganha dor Anakena Tama Vineyard Selection Carignan 2013

Chile Wine Awards 2014 - outros tintos

Premium Red. Indicados – Ganhador De Martino Armida 2009

Chile Wine Awards 2014 - premium red

Premium White. Indicados – Ganhador Viña Concha y Toro Amelia 2013

Chile Wine Awards 2014 - premium brancos

BEST IN SHOW

Chile Wine Awards 2014 - best in show

Bem, enquanto escutávamos discursos e a apresentação dos vinhos ganhadores, fomos provando alguns dos medalhistas de ouro que estavam sobre a mesa. Alguns destaques e uma enorme surpresa para confirmar que preconceitos devem obrigatoriamente serem deixados de lado em nossa vinosfera, mas desses vinhos eu falarei amanhã!

Salute e kanimambo, amanhã tem mais!

Vinhos Abaixo de Quarenta Que Satisfazem

Díficil a tarefa de encontrar bons vinhos que satisfaçam tanto o palato como o bolso, especialmente abaixo das 40 pratas, mas os há por aí. Tem gente que não acredita, que tem preconceito para com vinhos mais em conta, porém num país de preços exorbitantes de tudo, há que se garimpar esses rótulos. Pessoalmente e não é de hoje, adoro pesquisar esses rótulos até porque sempre tive que pagar por meus vinhos e nem sempre a grana abundou. Estou sempre aberto a receber vinhos para prova nessa faixa de preços, porém é incrível como vem pouca coisa e desses, o tanto que rechaço!

Os vinhos chilenos nessa faixa não têm me agradado muito e mesmo os argentinos que conseguem fazer uns vinhos mais palatáveis estão perdendo para os vinhos Lusos e olha que existe aqui uma diferença alta de taxação, 27%, isso sem falar de custos de transporte! Para mim, a linha que separa o mediano do medíocre, indepentente de origem, é a traçada pelo preço de R$25,00 porém até aí existem exceções (sempre as há) mesmo que bem mais raras.

Portugal FixeJá me referi há um tempinho atrás, de que nessa faixa de preço não tem para ninguém, existe uma série maior de melhores vinhos portugueses nessa faixa de preço do que de qualquer outra origem e para todos os gostos; fruta madura, madeira, sem madeira, alto teor alcoólico, baixo, tintos, brancos, rosés e por aí vai. Hoje listo aqui três vinhos de três regiões diferentes que surpreendem os mais incautos e os esnobes de plantão. Tomados ás cegas, tradicionalmente transmitem uma percepção de valor bem maior, como se fossem vinhos entre os R$50 a 60,00 e desafio você a fazer esse teste. Para mim, uma seleção de bons vinhos para o dia-a-dia com preço para lá de convidativo e, muito mais que medianos, são muito bons vinhos nessa faixa mostrando uma qualidade acima da média.

Costumo dizer que os vinhos conversam com a gente, alguns mais que os outros, e estes já têm um papo bastante agradável, têm o que dizer e o dizem bem! Agora, só toma Carmenére, Cabernet Sauvignon e Malbec, bem nesse caso creio que está perdendo muiiiiito por não ousar e diversificar, mas respeito pois nem todos gostam de blends e esses são todos fruto de uma composição de uvas e muitas autóctones de Portugal. Como diz o ditado, o que seria do amarelo se todos só gostassem do vermelho?! Bem, eis os vinhos e minha rápida e sintetizada opinião sobre eles:

Vinhos lusos abaixo de 40 pratas

VilaFlor tinto – Produzido no Douro Superior pela Casa de Arrochela, é um vinho com blend típico da região; Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta Barroca com educados 13% de teor alcoólico, acidez bem equilibrada, ótimo meio de boca (bom de papo), rico, fruta e especiarias bem presentes, taninos aveludados com um final de boca de boa intensidade. O branco é outro achado que ganhou como o melhor branco abaixo de R$50 na Expovinis deste ano e já mencionei aqui.

Confidencial Tinto – Este vem da região Lisboa e conhecemos numa apresentação que o Master of Wine Dirceu Viana Jr., brasileiro que mora em Londres e é o único Master of Wines da língua portuguesa, fez numa máster Class sobre vinhos portugueses e da escolha de seus TOP 50 vinhos lusos para terras tupiniquins. Elaborada pela Casa Santos Lima, é um vinho elaborado com cerca de seis a oito castas não divulgadas. Bem frutado, médio corpo, rico, frutas silvestres, taninos maduros e suculentos, taninos finos com frutos do bosque, notas de baunilha, algum moka de final de boca, um verdadeiro achado que agrada fácil demonstrando perfeito equilíbrio com seus 13% de álcool muito bem integrados e médio corpo.

Monte Perniz – Chegamos ao Alentejo onde a modernidade se une à tradição o que se confirma neste blend de 40% Aragonez, 30% Syrah, 20% Alicante Bouschet e 10% Cabernet Sauvignon sem passagem por madeira. Um vinho mais leve, porém não ligeiro. Taninos mais suaves, fruta mais presente, mas sem aquela sobremadurês com que muitas vezes nos deparamos nos vinhos da região. Todo ele é mais fresco, macio e fácil de agradar. Para acompanhar a pizza de fim de semana ou pratos mais leves, um vinho que não nega a raça!

O bom de todos estes vinhos é que são uma ótima opção para eventos, jantares, casamentos e festas de fim de ano pois são baratos (normalmente se compram caixas), são saborosos e agradam fácil os convivas tanto os mais dedicados aos vinhos como os iniciantes. Tá na duvida do que comprar neste final de ano então viaje um pouco, vá de vinhos portugueses! Aqui estão apenas algumas boas dicas, mas o mercado tem muita coisa boa a ser provada então aventure-se um pouco.

Salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou melhor, vem comigo para uma experiência única em Mendoza!