Mistral Wine Show!

Eles chamam de Encontro de Vinhos Mistral, mas eu acho que é show mesmo, então como o campo e a bola são minhas, chamo do que quero! rs Gente, brincadeiras à parte, chorei no segundo dia porque o compromisso que eu tinha à noite (me tirando do Encontro) acabou não Encontro mistral 2016vingando, porém já eram 18:30 e não rolava mais ir até Sampa naquele horário. Uma pena, porque o segundo dia seria dedicado aos tintos e alguns vinhos de sobremesa aos quais não tive tempo de me dedicar no primeiro e único dia de garimpo por essas águas tão férteis do rico portfolio da empresa. Quatro horas é nada para conseguir desvendar e conhecer a tão diversa flora que a empresa expôs nesse dia. Pena que é só a cada dois anos e ainda por cima perdemos um dia do que era usual.

Desta forma acabei me concentrando nos vinhos brancos, um estilo extremamente versátil de vinhos que me encanta por suas sutilezas e diversidade tanto que há tempos cunhei a frase de que os “brancos são a pós-graduação em vinhos”! rs No face adiantei alguma coisa para quem estava ainda por ir, com algumas dicas, porém hoje compartilho aqui um poucos dessa experiência com os meus destaques. Como tenho muitos leitores no exterior e especialmente em Portugal, vou mencionar aqui os preços em USD (política comercial da Mistral) só para verem como sofremos por estas bandas, especialmente após o aumento insano do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que chega a porcentuais estratosféricos de 1000, 2000, 3000% sobre o que era cobrado! Coisa de loucos o que faz tomar grandes vinhos ser um privilégio para poucos em terras brasilis!

Soalheiro (Minho/Portugal) – Logo na entrada fui mui gentilmente recebido por este que é um dos meus produtores preferidos do Minho, região dos vinhos verdes. Nada mal para começar a tarde!

Soalheiro Alvarinho clássico, um vinho que dispensa apresentações e se pudesse teria às caixas aqui em casa! Inebriante, para dizer o mínimo,vivo, fresco, vibrante, um exemplo do que essa uva pode gerar nas mãos certas. Um ícone português e da região, um vinho que me deixa feliz! USD46,90

Soalheiro Reserva, este eu não conhecia e gostei demais do encontro, quero repetir só que desta vez sem provar, quero tomar mesmo! Vinhaço, deixou de ser inebriante para se tornar num vinho de meditação, para tomar nas calmas . As uvas são de produção orgânica (Biológica como eles dizem por lá), fermentado em barrica e mais um ano de afinamento em barricas usadas. A madeira é muito sútil estando lá para realmente dar suporte ao vinho, não para se sobrepor até porque aí não há nada a esconder. belo inicio e ainda preciso visitar o produtor, um caso antigo de amor (!), show na minha modesta opinião! USD92,50

Wilhelm Bründelmayer (Áustria), a Gruner Veldliner é a uva da região, mas os Rieslings também são muito bons e um em especial me surpreendeu.

Gruner Veltliner Kamptaler Terrasen – apesar de ter provado L. Berg Vogelsang que é superior em preço e muito bom, o que mais me entusiasmou foi este. Seco (trocken), fresco, saboroso, leve porém sem ser esquálido o que não é incomum nos vinhos elaborados com esta uva. Muito bom vinho. USD56,90

Riesling Kamptaler Terrasen – Belo exemplar de riesling, bem seco e complexo, mineral padrão muita tipicidade da uva e estilo mais puxado para Alsácia do que para Mosel e certamente um vinho que gostaria de acompanhar com Eisbein, eh, eh! USD56,90

Alois Kracher (Áustria) – o rei dos vinhos doces mas o foco aqui foi em seus outros vinhos. ia voltar para os doces que dizem rivalizar com os Sautern, mas não deu tempo! Aqui gostei muito de dois vinhos, um rosé e um branco que me chamaram a atenção.

Illmitz Pinot Gris – enorme surpresa, me seduziu este vinho. Ótima paleta aromática, bem seco de boca, rico e complexo, boa tipicidade da casta, longo, um vinho que deixa lembranças e pede bis. Mais um que precisarei tomar, fiquei com água na boca! USD39,50

Ilmitz Rosé – elaborado com uma uva que pouco conhecemos, Zweigelt (dois dinheiros?! rs). Provei o tinto com esta uva e não fez minha cabeça, porém vinificado em rosé me satisfez muito. Sua mais marcante característica é ser um vinho ao mesmo tempo leve e fresco, porém bem seco, com toques de grapefruit no final de boca. USD34,90

Alvaro de Castro, vulgo Quinta da Pellada (rs) (Dão/Portugal)

Encruzado 2012 – Gordo, equilibrado, fresco, complexo, um notável exemplar dessa grande casta do Dão! USD47,90

Primus 2013 – grande e nobre vinho branco português, um field blend em que despontam a encruzado e bical porém é composto de diversas outras castas. Encorpado, seco, untuoso, fino, muito boa acidez, estilo algo borgonhês Meursault (?), intenso, baita vinho para tomar nas calmas, curtindo cada gole! Vinho para guardar, um branco que precisa de tempo. USD139

Tasca d’Almerita (Sicilia/Itália)

Inzolia Sallier de la Tour – uma casta autóctone como várias desta vinícola ilha! Muito fresco, floral nos aromas, saboroso de boca, fácil de gostar, bom vinho. USD32,90

Regaleali Bianco – um blend de três uvas autóctones da ilha, Inzolia, Catarrato e Grecanico, esta última uma variação da Garganega da região de Soave (norte da Itália),marcante e delicioso, já me dei soltando um uau assim sem querer! Belo vinho, um que preciso rever e tomar com calma, gostei demais. USD33,5

Chardonnay – embarquei numa outra dimensão, vinhaço! Gordo, rico, complexo fermentado em barrica mais 8 meses de maturação nelas, chega tomando conta da boca e nariz com uma madeira extremamente bem colocada sem passar em nenhum momento pela fruta abundante. Na minha wish list, um chardonnay de primeira!! USD99,90

Lungarotti (Umbria/Itália) –

Pinot Grigio – a Trebiano e a Grechetto fazem a festa por aqui, mas este vinho me surpreendeu com ótima acidez e um forte mineral que marca presença em boca. Muito bom. USD31,90

Grechetto – um vinho bem seco, sério (pode?), persistente, boa estrutura, pensei num prato mais robusto para acompanhar, bom. USD33,50

Torre di Giano – delicioso blend de Trebbiano com Gechetto e, pelo que me falaram por lá porém não aparece na ficha técnica, um tico de vermentino. Ótima textura de boca, aromático, fresco, boa persistência, muito bom! USD35,50

Torre di Giano Vigna il Pino – o mesmo blend acima porém fermentado em barrica (30%) e com passagem de seis meses em barricas de vários usos. Um vinho complexo e atraente com grande capacidade de envelhecimento. Este 2011 estava ainda muito vivo! USD75,90

Viña Garces Silva -Amayna (Chile)

Boya – é a nova linha da bodega e mais em conta. Mais importante na minha opinião, sem madeira e mais equilibrados. Provei o bom Sauvignon Blanc, mas me empolguei mesmo foi com o Chardonnay que passa 12 meses sur lie em tanques de inox, delicia!! USD31,90

Ernesto Catena – Alma Negra e Animal (Argentina)

Alma Negra Misterio branco – um blend de Viognier com Chardonnay que já apontei aqui no blog como um dos mais marcantes brancos argentinos e que só agora a Mistral decidiu trazer. Mudaram o blend pois o chardonnay tomou conta e o que tomei por lá a Viognier ditava o ritmo. Gosto mais quando a Viognier está mais presente, porém segue sendo um belo vinho! USD36,50

El Enemigo – Argentina

Chardonnay – um grande vinho sem dúvida alguma! repito o que já falei aqui quando postei sobre vinhos brancos argentinos, “O vinhedo está em Gualtallary o que já é um plus em função da altitude que lhe aporta excelente acidez e boa dose de mineralidade. Doze meses em barricas francesas só 35% novas, sem battonage deixando as leveduras criar “flor” (um tipo de véu sobre o mosto) resultando em complexidade de aromas, bom corpo, um chardonnay diferenciado e cativante”. Maravilha! USD35,90

São “apenas” 18 vinhos brancos em destaque. Para quem gosta do estilo, muita coisa boa para curtir e descobrir com vinhos para os mais diversos bolsos e gostos. Viaje, não se acanhe, explore novos sabores pois isso é que faz o verdadeiro enófilo! rs Kanimambo e um ótimo fim de semana para todos. Semana que vem tem mais e assim que der dou uns pitacos sobre alguns dos poucos tintos provados.

Enquanto Uns fazem Vinhos, Outros Fazem História!

Top 50 vinhos de Portugal        Esse é o lema da Viniportugal que se confirmou no grande evento de vinhos de Portugal no Brasil este ano. Soberbos vinhos que fazem história e mostram que o atual padrão dos vinhos portugueses está parelho com o que de melhor se faz nesta nossa vinosfera e com um plus, os sabores diferentes originados numa imensidade de uvas autóctones (cerca de 250!)  e numa diversidade de terroirs ímpar considerando-se o tamanho do país, pouco maior do que Santa Catarina. Afora os grandes vinhos que tivemos a oportunidade de provar neste grandioso evento, o país está presente no Brasil com um grande número de rótulos que, a grosso modo, apresentam uma ótima relação custo x beneficio na maioria das vezes bem mais competitivos que os vinhos dos hermanos, é o famoso “mais por menos”.

        Todos os anos a Viniportugal elege um famoso e conceituado critico para fazer uma seleção de vinhos portugueses tendo esse projeto se iniciado no Reino Unido em 2004 com o jornalista especializado Richard Mayson que é hoje produtor no Alentejo. De lá para cá:

Charles Metcalfe 2005/ Tim Atkin 2006 / Simon Woods 2007 / Jamie Goode 2008 / Sarah Ahmed 2009 / Tom Cannavan 2010 / Marcelo Copello e Charles Metcalfe 2011 / Julia Harding 2012 e agora em 2013 dois projetos; um visando os Estados Unidos com Doug Frost e o outro Brasil com Dirceu Vianna Junior, Master of Wine brasileiro e único de lingua portuguesa.

       Já publiquei suas escolhas feitas em cima de algumas visitas a Portugal e uma pré-seleção de cerca de 500 vinhos, porém senti falta de algo que o Doug Frost fez e que achei bem legal, seus TOP 10 best buys! Quanto aos vinhos, difícil comentar porque na sua totalidade estamos diante de grandes vinhos porém ficou claro a grande qualidade dos vinhos brancos que a cada ano têm estado presentes em números superiores ao ano anterior. Desta feita foram 14 rótulos ou seja, quase 30%! Falemos um pouco destes que provei.

Morgado de Sta. Catherina – este conheço á tempos e é realmente um vinho marcante advindo das caves da Companhia das Quintas na região Lisboa. Cem por cento Arinto com passagem por barricas borgonhesas que se integra com perfeição á fruta e acidez típicas da casta. Cremoso e sedutor, é um vinho que me encanta !

Quinta Fonte do Ouro Encruzado – A Encruzado é a uva emblemática do Dão produzindo vinhos complexos e de boa guarda, possui menos de 300 hectares plantados em toda a região, é um vinho a se conhecer. Frescor  com boa textura e concentração, cremoso e longo final de boca. É uma uva de que gosto muito, porém não conhecia o produtor que agora está na minha alça de mira! Há que se trabalhar melhor o Dão e suas uvas por aqui em terras brasilis!

Soalheiro Alvarinho – Já falei deles tantas vezes aqui que é chover no molhado! Muito bom e vibrante vinho que encanta quem o conhece. Faz pouco tempo abri uma Magnum, delicia!

Muros de Melgaço Alvarinho – entre este e o Soalheiro, os dois melhores Alvarinhos portugueses em minha modesta opinião. Com este já faturei uma harmonização com barreado e muito recentemente o abri em uma confraria, divino! Diferentemente do Soalheiro, este tem passagem por barricas francesas sendo que somente 10% de primeiro uso e o restante de segundo que é para não se sobrepor à fruta. Ganha corpo e complexidade sem perder o frescor marcante dos vinhos verdes e, em especial, da saborosa e vibrante Alvarinho. Vinhaço.

Loureiro – aqui abro espaço para a uva, mais do que para os rótulos, mas já os comento. É uma uva típica da região do Minho porém em vez de ao norte na fronteira com a Espanha acompanhando o rio, onde reina a Alvarinho, o reinado da Loureiro fica um pouco mais abaixo acompanhando o Rio Lima de Viana de castelo a Ponte da Barca com seu epicentro em Ponte de Lima. A uva é muito usada em cortes, porém são inúmeros os bons rótulos vinificados em estreme (varietal 100%) e o Dirceu garimpou alguns desses. Royal Palmeira (este mais ao norte próximo a Monção só para mostrar que para toda a regra existem exceções! rs) da Ideal Drinks é pura sedução tanto no visual da garrafa quanto de seu conteúdo, o Muros Antigos Loureiro, de Anselmo Mendes, que há anos me acompanha e o Casa de Senra de Antonio Souza ainda sem importador no Brasil mas que, com essa qualidade, não deve tardar muito a cá chegar. Em todos; flores silvestres, forte presença cítrica, textura fina e elegante, secos, e vibrantes plenos daquela “crocância” típica da cepa. Adorável uva com vinhos a partir dos R$60 e chegando próximo aos R$150,00.

Quinta de Gomariz Grande Escolha – um corte de três uvas clássicas da região dos vinhos verdes (Minho); Alvarinho, Loureiro e Trajadura. Já está por aqui há um tempo, mas não tinha tido a prazer, que bom que isso mudou! Verão chegando e esse vinho tem que chegar junto a suas mesas, porque á minha certamente estará presente por seu imenso frescor e elegância, gostoso e rico meio de boca, boa concentração de fruta e um final que pede bis! O preço dói um pouco (entre R$100 a 110), caso contrário certamente estaria mais amiúde sobre a minha mesa.

    Há anos que falo aqui e nas colunas que escrevo, dos brancos portugueses e pouco eco tenho ouvido, porém parece que finalmente o mundo e o Brasil despertam para estes saborosos vinhos. Há diversos outros rótulos marcantes, sempre há em qualquer lista, a partir dos R$30 a perder de vista, mas vinhos como o Quinta da Mieira Rabigato, Cova da Ursa Chardonnay e outros rótulos com a uva Arinto, Antão Vaz, Maria Gomes, Gouveio (o espumante Vértice Gouveio é excelente exemplo) e Viosinho são apenas mais uma pequena mostra do que há a explorar. Aliás, estou ná busca de um patrocínio (revistas e jornais são bem vindos) para uma matéria e desafio com vinhos brancos da terrinha, se alguém estiver a fins ou souber de, sou todo ouvidos! rs

    Bem, não vou falar dos tintos hoje, afinal este post já está bem longo ( algo fora do padrão, rs) e nem comecei com eles!  Semana que vem falo deles, por enquanto kanimambo pela visita e desculpem pela falta de fotos, mas deu pau no meu celular no dia, na verdade o tuga aqui bobeou e esqueceu de carregar!! rs Bom fim de semana a todos lembrando que, “Saber Beber é Saber Viver” ! Como homenagem aos vinhos da terrinha, um vídeo com uma canção que ficou famosa na voz da Amália mas que ganha vida hoje com Mariza, fadista das boas, uma “conversa” com o Senhor Vinho.

Soalheiro, melhor Vinho de 2010 para a Revista Wine.

            Soalheiro Primeiras Vinhas 2009 eleito o “MELHOR VINHO DO ANO” pela revista Wine – A Essência do Vinho em Portugal. De acordo com a revista, “Não raras vezes é apresentado como o “Riesling português”. A comparação é elogiosa, ainda que o Soalheiro seja um vinho bem português, do Alto Minho fronteiriço com a Galiza. Fruta, frescura e acidez são atributos que o fazem distinguir-se entre semelhantes e que também lhe permitem uma guarda por períodos mais longos que os habituais no caso dos brancos.” Eu tive a oportunidade de o tomar e comentar, tendo ainda há poucos dias falado dele para uns amigos. Realmente há Alvarinhos mais famosos em terras lusas, mas poucos são páreo para os vinhos deste produtor. Do mais simples rótulo aos mais complexos, sempre garantia de grande prazer e satisfação! ir a Portugal e não trazer umas garrafas na mala é crime inafiancável!! por aqui, quem o traz é a Mistral.

Um salute especial ao Soalheiro!

Frutos do Mar e Vinho Verde Branco

marithimus 005Gosto que me enrosco desta clássica harmonização, mas como a maioria, a cozinha não é dos meus fortes apesar de me esforçar e até fazer algumas coisas interessantes. Frutos do mar, por exemplo, são iguarias que ainda não dominei (exceção feita á caldeirada de lulas) e como gosto de combiná-los com bons vinhos brancos de ótimo frescor, esta linha de produtos da Marithimu’s veio bem a calhar. Já apresentei os produtos desta nova empresa de Santa Catarina há um tempinho atrás, mas fiquei de degustar e compartilhar a experiência com os amigos, o que finalmente faço e, como podem ver pelos potes, não sobrou nem cheiro para contar a história, só mesmo escrevendo.

        Num primeiro momento, abri o pote de deliciosos e suculentos pedaços de polvo, tenros, delicados e saborosos. Para acompanhar algumas fatias de pão italiano levemente aquecidos que gulosamente molhava no óleo que envolvia o polvo, abri uma garrafa do delicioso Quinta do Ameal Loureiro 2007  (Vinho Seleto) que escoltou o polvo em perfeita harmonia e sedutor encantamento. Ambos suaves, delicados e saborosos, cresceram juntos me Diversos 043enchendo a boca de prazer e a alma de satisfação. Uma bela “maridage” para ninguém colocar defeito e uma pena que esta minha degustação tivesse que ser interrompida por um acidente que requereu minha urgente e imediata atenção tendo, inclusive, me feito esquecer o fato de que não tinha fotografado esse encontro especial. Pelo menos curtam o rótulo, por que o resto desapareceu muito rapidamente. O Quinta do Ameal é um dos bons exemplos do que os vinhos elaborados com a casta autóctone Loureiro podem gerar.  Muito fresco, aromático, saboroso, suave e repleto de sutilezas num estilo que nos faz lembrar os bons vinhos alemães da região do Mosel e que acaba muito rapidamente. Melhor ainda porque tem um preço bem convidativo, por volta dos R$42,00

        Três semanas depois o segundo momento e este mais programado, sem interrupções e mais satisfação. Aliás, tenho que reconhecer que este produtos e um bom vinho branco são parceiros infalíveis e, muito importante, fácil e rápido de servir. Estou longe de ser um craque na cozinha, muito menos uma Renata Braune que soube como ninguém trabalhar estes produtos ou outros autores que aparecem na seção de receitas do site da Marithimu’s. No entanto, seguir receita eu sei, e segui a de Bruschettas de Ostras que vem com a própria embalagem, mas que também tem no site. Dois potes, um com mexilhão e o outro com ostras, que traçei devidamente acompanhado por um dos mais saborosos alvarinhos, o divino Soalheiro 2007.

Receita0001

         Para começar, preparei as bruschettas com as ostras, tendo feito um teste também com o mexilhão em somente duas. Achei que a delicadeza da ostra se houve melhor na bruscheta tendo deixado o restante do mexilhão para comer somente com pedaços de pão italiano levemente torrado, uma verdadeira delicia. Enquanto escrevo me vêm á memória os aromas e sabores tanto do prato como do vinho, deixando-me com água na boca, prova cabal de que essa harmonização foi perfeita. Costumo dizer que vinhos de longa persistência são aqueles que ficam na memória, pois bem essa harmonização seguiu o mesmo padrão.

Comemoração Bruno 008

           O Soalheiro, esse é um caso à parte, um vinho elaborado com 100% da cepa Alvarinho que é uma de minhas preferidas, sendo este rótulo muito especial, tanto que sempre que passo em Portugal me asseguro de trazer uma ou duas garrafas, até porque não é caro, custa algo próximo a 8 Euros. Uma pena que não posso trazer de caixa pois correria o risco dos fiscais da alfândega acharem que fosse para revenda! Existem vinhos de maior nome e bem mais caros, que não lhe chegam aos pés e, por outro lado, é campeão de consistência anos após ano possuindo uma característica interessante, envelhece bem. Uma pena que nunca lhe dou esse tempo e acabo com ele ainda jovem pois é irresistível. È um vinho de muita classe, grande intensidade aromática em que se sobressai damascos e flor de laranjeira com espectro floral e frutado que encanta. Na boca é exuberante e algo cítrico com  deliciosa textura e riqueza de sabores, sedutor e um final mineral que nos deixa pedindo mais. Um dos grandes vinhos brancos portugueses e quem ainda não teve oportunidade de o provar está perdendo. Faça-se um favor e compre uma garrafa aqui na Mistral, só para conferir se toda essa minha empolgação tem, ou não, razão de ser. Se não for com estas iguarias, que seja com um belo risoto de camarão, garanto que será um manjar digno dos deuses!

         Dois momentos, duas harmonizações deliciosas que recomendo aos amigos e uma dica ao pessoal da Marithimu’s, disponibilisar, opcionalmente, embalagens maiores com o dobro do conteúdo. Eu vou me garantir e fazer algum estoque, tantos dos vinhos quanto dos deliciosos quitutes dos amigos da Marithimu’s. Salute e kanimambo.